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CENTRO UNIVERSITÁRIO EURO AMERICANO – UNIEURO CAMPUS ASA SUL GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA MAYANA CRISTINA SILVA DANTAS COMPLICAÇÕES LOCAIS E SISTÊMICAS EM ANESTESIA ODONTOLÓGICA BRASÍLIA 2023 MAYANA CRISTINA SILVA DANTAS COMPLICAÇÕES LOCAIS E SISTÊMICAS EM ANESTESIA ODONTOLÓGICA Trabalho apresentado à disciplina de Anestesiologia do Curso de Odontologia do Centro Universitário Euro Americano – Unieuro do campus Asa Sul, que objetiva elaborar duas tabelas, uma referente às complicações locais em anestesia odontológica, e a outra, referente às complicações sistêmicas em anestesia odontológica, ambas para composição da nota da N2. Orientadora: Profa. Maria de Lourdes Vieira Frujeri BRASÍLIA 2023 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Complicações locais em anestesia local Tabela 2 - Complicações sistêmcias em anestesia local REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MALAMED, Stanley F. Manual de Anestesia Local. Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788595158511. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595158511/. Acesso em: 3 de junho 2023. SANTANA THIAGO. Acidentes e Complicações em Anestesia Local. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bxCYkGPPad8&t=2213s. Acesso em: 3 de junho 2023. https://www.youtube.com/watch?v=bxCYkGPPad8&t=2213s Tabela 1 - Complicações locais em anestesia local Complicação Definição Causa/motivo da sua ocorrência Tratamento Quebra de agulha As fraturas de agulhas são complicações raras durante a administração de anestesia local durante procedimentos odontológicos. Flexão intencional da agulha pelo clínico antes da injeção, tamanho inadequado da agulha em relação ao tipo de bloqueio, movimento súbito inesperado do paciente enquanto a agulha ainda está imersa no tecido (principalmente em crianças), contato forçado com o osso e desrespeito à margem de segurança de 1/3 de comprimento para fora da mucosa. O acesso rápido a uma pinça hemostática permite que o profissional segure a extremidade proximal visível do fragmento da agulha e retire-o do tecido mole sem intervenção cirúrgica. Porém, no caso em que a agulha for inserida até o fim e o fragmento partido não for visível, o tratamento envolve o encaminhamento do paciente a um especialista apropriado (p. ex., um cirurgião bucomaxilofacial) para uma avaliação e possível tentativa de recuperação. Anestesia prolongada ou parestesia A parestesia é definida como uma anestesia persistente (muito além da duração esperada) ou sensibilidade alterada por muito tempo. Além disso, a definição de parestesia deve incluir hiperestesia e disestesia, em que o paciente experimenta dor e dormência. A hemorragia dentro ou ao redor da bainha neural, a inserção de agulha em um forame, edema após procedimentos cirúrgicos, a injeção de uma solução anestésica contaminada por álcool ou solução de esterilização perto de um nervo. O trauma a um nervo também pode ser causado por contato com a agulha. ETNA: 3 injeções 2,5 + 1,5 mg+ 1000 mg (1 ampola/dia- IM durante três dias, seguida de uma cápsula de 8/8 horas durante 30 dias) Comprimidos- 2 caixas – 8/8 horas (toma uma semana - interrompe o uso por uma semana - toma novamente uma semana) Paralisia do nervo facial Paralisação dos músculos faciais, em que o lado afetado apresenta dormência ou sensação de peso e fica sem rugas e sem expressão. É comumente causada pela introdução de anestésico local na cápsula da glândula parótida. O direcionamento da agulha posteriormente ou o desvio inadvertido em uma direção posterior durante um BNAI, ou ainda uma inserção excessiva durante um bloqueio nervoso de Vazirani- Akinosi, podem colocar a ponta da agulha dentro do corpo da glândula parótida. Tranquilizar o paciente, explicar que a situação é transitória, remover lentes de contato, colocar um tapa- olho no olho afetado até que o tônus muscular retorne, aconselhar o paciente a fechar manualmente a pálpebra afetada, a fim de manter a córnea lubrificada, registrar o incidente no prontuário do paciente. Complicações oculares Complicações oculares advindas da alteração da função dos nervos ao redor dos olhos em razão da difusão do anestésico local na região. Difusão do anestésico através de espaços miofasciais ou aberturas ósseas, injeção inadvertida intra- arterial de anestésico local, injeção intravenosa inadvertida de anestésico local e trauma direto (“raspagem”) do plexo periarterial simpático. Cada caso envolvendo uma complicação ocular após a administração de anestésicos locais intraorais deve ser avaliada individualmente. Recomenda-se que uma consulta com um oftalmologista seja realizada sempre que houver incerteza quanto à causa. Trismo É definido como um movimento restrito da mandíbula (independentemente da causa) prolongado dos músculos da mandíbula em que a abertura normal da boca é restrita (mandíbula trancada). Traumatismo nos músculos ou vasos sanguíneos na fossa infratemporal, soluções anestésicas locais nas quais álcool ou soluções de esterilização a frio se difundiram, hemorragia, múltiplas penetrações de agulha, agulhas farpadas e volumes excessivos de solução anestésica local depositados em uma área restrita. Agendar uma consulta para exame, prescrever a terapia com calor, enxagues com solução salina morna, analgésicos (ácido acetilsalicílico ou ibuprofeno) e, se necessário, relaxantes musculares (Diazepam). O paciente deve ser aconselhado a iniciar fisioterapia, que consiste em abrir e fechar a boca, além de fazer excursões laterais da mandíbula por 5 minutos a cada 3 a 4 horas. Lesão do tecido mole Trauma autoinfligido nos lábios e na língua, frequentemente causado pelo paciente que morde ou mastiga inadvertidamente esses tecidos enquanto ainda está anestesiado. O trauma ocorre com maior frequência em crianças menores, crianças ou adultos com deficiência mental ou física e em pacientes idosos (> 85 anos). A principal razão é que a anestesia dos tecidos moles dura significativamente mais do que a anestesia pulpar, e os pacientes geralmente são dispensados do consultório odontológico com dormência residual do tecido mole. Enxagues com solução salina morna, para ajudar a diminuir qualquer inchaço que possa aparecer, uso de vaselina ou outro lubrificante, para cobrir uma lesão no lábio e minimizar a irritação, e prescrição de analgésicos e antibióticos (se necessário). Hematoma Extravasamento de sangue em espaços extravasculares. Técnica incorreta que atinge vasos sanguíneos e realiza punção arterial ou venosa. Imediatamente deve ser feita pressão direta no local da hemorragia e compressas de gelo nas primeiras 24 horas. Posteriormente, o paciente deve ser aconselhado a tomar analgésicos ou anti-inflamatório não esteroide. No dia seguinte, o paciente deve aplicar calor úmido na área afetada por 20 minutos a cada hora. Dor na injeção Sensação desagradável relacionada a lesão real ou potencial dos tecidos durante a técnica de injeção. Técnica de injeção descuidada e uma atitude insensível, múltiplas penetrações de agulha, agulhas farpadas e depósito rápido da solução de anestésico local. Nenhum tratamento é necessário. No entanto, medidas devem ser tomadas para evitar a recorrência da dor associada à injeção de anestésicos locais. Queimadura na injeção Corresponde à sensação de queimação que ocorre durante a injeção de um anestésico local. O pH da solução depositada nos tecidos moles, a injeção rápida de anestésico local e a contaminação de tubetes de anestésico local. Como a maioria dos casos de queimação na injeção é transitória, o tratamento formal geralmente não é indicado. Nas poucas situações em que desconforto, edema ou parestesia pós-injeção se tornam evidentes,o controle do problema específico é indicado. Infecção É a penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo, nesse caso, relacionado à técnica anestésica. Contaminação da agulha antes da administração do anestésico, técnica inadequada no manuseio do equipamento de anestesia local e preparação incorreta do tecido para injeção. O tratamento imediato consiste em procedimentos para gerenciar o trismo: calor, analgésicos e relaxantes musculares e fisioterapia. Se os sinais e sintomas não responderem à terapia conservadora em 3 dias, deve ser empregada antibioticoterapia com 7 a 10 dias. Edema Inchaço dos tecidos Trauma durante a injeção, infecção, alergia, hemorragia e injeção de soluções irritantes. O manejo do edema depende da causa do trauma. Quando produzido por injeção traumática ou pela introdução de soluções irritantes, pode ser necessário prescrever analgésicos. No edema produzido por infecção, a terapia antibiótica deve ser instituída. No edema induzido pela alergia, anti- histamínicos devem ser administrados. Descamação de tecidos Descamação provida da irritação prolongada ou isquemia dos tecidos moles gengivais. Descamação epitelial: Aplicação de um anestésico tópico aos tecidos gengivais por período prolongado e sensibilidade aumentada dos tecidos ao anestésico local tópico ou injetável. Abscesso estéril: Uso de anestésico local com vasoconstritor. Geralmente, não é necessário tratamento formal. Para a dor, analgésicos como ácido acetilsalicílico ou outro medicamento anti-inflamatório não esteroide e uma pomada aplicada topicamente (pomada de triancinolona; orabase) são recomendados. Lesões intraorais pós-anestésicas Ulcerações que se desenvolvem na boca, principalmente em volta dos locais das injeções. Traumatismos nos tecidos causados por uma agulha, uma solução anestésica local, uma haste flexível ou qualquer outro instrumento (p. ex., braçadeira de borracha, peça de mão) podem ativar a forma latente da doença que estava presente nos tecidos antes da injeção. Nenhum tratamento é necessário se a dor não for grave. Soluções anestésicas tópicas (p. ex., lidocaína viscosa) podem ser aplicadas, conforme necessário, nas áreas doloridas. Fonte: Pelo próprio autor. Tabela 2 - Complicações sistêmicas em anestesia local Complicação Definição Causa/motivo da sua ocorrência Tratamento Superdosagem É definida como sinais clínicos e sintomas que resultam de um nível sanguíneo excessivamente alto de um medicamento em vários órgãos e tecidos-alvo. Biotransformação incomumente lenta do fármaco, quando o medicamento não transformado é eliminado muito lentamente do corpo pelos rins, administração de uma dose total muito grande, absorção extraordinariamente rápida do local da injeção e em casos de administração é intravascular. O tratamento de uma superdosagem de anestésico local é baseado na gravidade da reação. Na maioria dos casos, a reação é leve e transitória, exigindo pouco ou nenhum tratamento específico além do tratamento básico de emergência. Em outros casos, no entanto, a reação pode ser mais grave e duradoura, caso em que um tratamento mais agressivo é necessário. Alergia É um estado de hipersensibilidade adquirido a partir da exposição a um alergênio específico, cuja reexposição produz uma elevada capacidade de reação. Anamnese incompleta, negligencia durante a realização dos questionários de histórico médico, reações a medicações específicas, administração de fármacos potencialmente alergênicos e ação do bissulfito de sódio em alguns casos. O tratamento é baseado na taxa em que a reação aparece após o desafio antigênico. Reações psicogênicas Trata-se de uma reação funcional do sistema nervoso. Está associada ao estresse emocional, que desencadeia uma reação psicológica automática do sistema nervoso. Está associada a situações indutoras de ansiedade e medo, como situações desagradáveis e estressantes, sustos, decepções, dor, visão de sangue e dos instrumentos odontológicos, ou então, à adrenalina secretada pelo agente vasoconstritor. O paciente se recupera depois de alguns minutos em repouso, sem que haja a necessidade de tratamento. Lipotimia Trata-se da sensação de perda de dos sentidos e da força muscular, mas sem a perda da consciência e com integral conservação das funções respiratória e cardíaca. Decorrente de uma súbita diminuição do fluxo sanguíneo e oxigenação cerebral. Pode ser causada por fatores precipitantes psicogênicos: medo, ansiedade, estresse, situações desagradáveis, sustos, decepções, dor, visão de sangue e dos instrumentos odontológicos. E fatores não psicogênicos: Geralmente, o paciente com lipotimia se recupera depois de alguns minutos em repouso, sem que haja a necessidade de tratamento. hipoglicemia, excesso de temperatura, debilidade orgânica... Síncope Síncope é um sintoma definido como perda súbita e transitória da consciência secundária a hipoperfusão cerebral difusa. Como a síncope é uma evolução da Lipotimia, suas causas e motivos de ocorrência são os mesmos, visto que esta última antecede a síncope. Deve-se interromper o tratamento odontológico, colocar o paciente em posição supina com pés elevados (10 a 15°), afrouxar suas roupas, realizar manobras para manutenção das vias aéreas livres, inclinar de forma cuidadosa sua cabeça para trás e avaliar respiração e pulso. O tratamento é feito com medidas gerais (aumentar a ingestão de sal e água), medicamentos e exercícios físicos específicos. Hipotensão ortostática É a manifestação da regulação anormal da pressão arterial, em que há uma queda na pressão arterial sistólica de pelo menos 20 mmHg. Caso o organismo se encontre desidratado, caso haja problemas cardíacos que possam levar à diminuição da pressão arterial, condições da tireoide, insuficiência adrenal ou baixa de açúcar no sangue, distúrbio do sistema nervoso, gravidez e o uso de álcool. A hipotensão ortostática episódica e leve muitas vezes não requer tratamento, o paciente deve sentar- se ou deitar-se ao sentir tonturas. Anafilaxias Reação alérgica mais drástica e agudamente fatal. Anamnese incompleta, negligencia durante a realização dos questionários de histórico médico, reações a medicações específicas, administração de fármacos potencialmente alergênicos e ação do bissulfito de sódio em alguns casos. O tratamento, geralmente, é realizado com anti-histamínicos, que inibem a ação da histamina, substância responsável por reações alérgicas; ou com injeções de epinefrina (adrenalina). Methemoglobinemia Síndrome causada pelo aumento da concentração de metamoglobina no sangue. Administração da Prilocaína acima da dosagem máxima recomendada ou então a administração deste anestésico em crianças menores de 6 meses, em mulheres grávidas ou em pacientes que tomem drogas oxidantes. É necessário interromper a administração do anestésico, oferecer oxigênio (100%). O azul de metileno é descrito como um antídoto específico, este deve ser ministrado na dose de 1 a 2mg/kg, dado como 01, ml/kg de uma solução de 1% por via intravenosa por cerca de 5 a 10 minutos. Fonte: Pelo próprio autor.
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