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Livro - Economia

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Curitiba
2022
Economia
Jackson Teixeira Bittencourt
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 1_MIOLO_Teoria Econômica.indb 1 04/04/2022 10:11:0004/04/2022 10:11:00
Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Fael.
B624e Bittencourt, Jackson Teixeira
Economia / Jackson Teixeira Bittencourt. – Curitiba: Fael, 2022.
200 p.
ISBN 978-65-86557-93-0
1. Economia I. Título
CDD 330
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Direção Acadêmica Valmera Fatima Simoni Ciampi
Coordenação Editorial Angela Krainski Dallabona
Revisão Editora Coletânea
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Imagem da Capa Ser Educacional
Arte-Final Hélida Garcia Fraga
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Sumário
Carta ao Aluno | 5
1. Princípios de Economia: Escassez, Trade-offs e Custo de 
Oportunidade, Fronteira das Possibilidades de Produção, 
Problemas Econômicos e Sistemas Econômicos | 7
2. Economia de mercado: modelo microeconômico; 
demanda e seus determinantes; oferta e seus 
determinantes; equilíbrio do mercado | 27
3. Elasticidades | 45
4. Teoria da firma: produção e custos | 59
5. Concorrência e imperfeições nos mercados | 75
6. Macroeconomia | 89
7. Moeda, inflação e sistema financeiro | 105
8. Políticas macroeconômicas e comércio internacional | 125
9. Economia Colonial e os Programas de 
Industrialização Brasileira | 145
10. Economia Brasileira Contemporânea: Planos 
de Estabilização, Inserção na Globalização e os 
Entraves da Economia Brasileira | 165
Gabarito | 183
Referências | 197
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Prezado(a) aluno(a),
Prezado estudante, a atividade econômica é de fundamental 
importância para a sobrevivência humana e para o progresso de 
toda sociedade, mediante aos grandes desafios globais da atuali-
dade. Para que possamos enfrentá-los, esta obra tem o objetivo de 
apresentar os princípios de Economia de forma clara e concisa.
Vivenciamos um momento ímpar, como a pandemia da 
Covid-19, efeitos climáticos, conflitos geopolíticos, desigual-
dade e pobreza, mas vale destacar que também presenciamos um 
expressivo aumento da inovação tecnológica, como a inteligên-
cia artificial e seus efeitos positivos sobre todos nós.
Carta ao Aluno
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Teoria econômica
Dentro desta perspectiva, Economia é ciência que estuda de que 
forma as sociedades decidem empregam recursos escassos, a fim de satis-
fazer as necessidades da população; bem como de que forma o resultado 
é distribuído.
Estudar Economia é, antes de tudo, entender por que e de que forma 
tomamos determinadas atitudes em nosso cotidiano, e também como 
empresas e governos tomam decisões.
Com isso, compreender a dinâmica econômica se torna estratégico, 
independentemente da sua área de atuação.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 6_MIOLO_Teoria Econômica.indb 6 04/04/2022 10:11:0104/04/2022 10:11:01
1
Princípios de 
Economia: Escassez, 
Trade-offs e Custo 
de Oportunidade, 
Fronteira das 
Possibilidades de 
Produção, Problemas 
Econômicos e Sistemas 
Econômicos 
Uma importante pergunta a ser feita antes de estudar econo-
mia é: por que estudar economia?
A resposta seria: porque a economia é extremamente interes-
sante, uma vez que afeta tudo o que fazemos em nosso ambiente 
de trabalho, nas compras em um shopping center e na hora da 
eleição. O que é estudado na disciplina de economia nos fornece 
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 7_MIOLO_Teoria Econômica.indb 7 04/04/2022 10:11:0204/04/2022 10:11:02
Teoria econômica
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ferramentas de análise para melhor compreender o mundo que nos cerca e 
os problemas com os quais nos defrontamos diariamente.
 2 Ao decorrer da disciplina, vamos procurar responder pergun-
tas como:
 2 por que a escassez é um problema de ordem econômica?
 2 por que os preços sobem?
 2 como o governo atua sobre os problemas de ordem econômica?
 2 o que é uma “economia de mercado” e como ela determina 
os preços?
 2 qual a influência da taxa de juros na atividade produtiva?
 2 por que o desemprego vem aumentando nos últimos anos?
Enfim, o que a economia, como ciência, busca explicar?
1.1 Economia: origens e conceitos
1.1.1 Breve histórico
A palavra “economia” tem sua origem no grego, derivada de oikonomia, 
e foi empregada pela primeira vez pelo filósofo Xenofonte (440-335 a.C.), 
bem como por Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), pelo último 
mencionado, quando se referia à riqueza. “Oikos” quer dizer casa e “nomos” 
quer dizer lei, ou seja, administração da riqueza. Porém, não se observou na 
Grécia Antiga nenhuma forma de sistema econômico desenvolvido, pois a 
preocupação central daquela sociedade era, basicamente, com os estudos filo-
sóficos, éticos e políticos (PASSOS, 2010).
Foi no período do Mercantilismo (1450-1750), mas, principalmente, 
no Iluminismo (século XVIII), que o pensamento econômico surgiu através 
da administração pública, em que a função de economista era aconselhar 
aos governantes, particularmente da Espanha e de Portugal, sobre como 
aumentar a riqueza da nação. Esse período, também denominado como fase 
comercial do capitalismo, foi marcado por grandes transformações:
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Princípios de Economia: Escassez, Trade-offs e Custo de Oportunidade, Fronteira das 
Possibilidades de Produção, Problemas Econômicos e Sistemas Econômicos 
 2 intelectual – explosão artística e literária (Renascimento e Ilu-
minismo), que disseminaram para a sociedade a descoberta de 
novos fatos, novas ideias, novos conceitos etc.
 2 religiosa – o movimento revolucionário da Reforma implantada 
por Calvino (Calvinismo), dando origem à religião evangélica 
que, ao contrário da Igreja Católica (religião predominante no 
período do Feudalismo), não condenava a busca pelo “lucro”, o 
que foi essencial para o desencadear do sistema capitalista a par-
tir da “iniciativa privada”, ou seja, o desenvolvimento de negó-
cios e, consequentemente, o surgimento de grandes empresas.
 2 política – o surgimento de uma forma moderna de Estado, o 
Estado-nação, coordenador dos recursos materiais e humanos 
da nação.
 2 geográfica – novos fluxos comerciais decorrentes das grandes 
descobertas e dos limites do mundo.
 2 padrão de vida – o desejo por parte da sociedade de “bem-estar 
social”, como uma melhor alimentação, habitação mais confor-
tável, viagens etc.
 2 econômica – monetização da economia nos grandes centros 
comerciais, ou seja, início da utilização da moeda como instru-
mento de troca.
Entretanto, foi a publicação do livro “A Riqueza das Nações”, em 
1776, de Adam Smith (1723-1790), o que tornou a economia uma ciência 
ministrada nos grandes centros universitários da Europa, dando um caráter 
científico aos problemas de ordem econômica.
A economia pode ser definida como a ciência que estuda “como o 
indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos 
na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre várias pes-
soas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas” 
(VASCONCELLOS, 2004, p. 2). Mendes (2004, p. 3), ao abordar o con-
ceito de economia, destaca que “sua principal função é descobrir como 
o mundo econômico funciona. Ou seja, ela analisa o funcionamento do 
sistema econômico”.
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Teoria econômica
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Dentro desse contexto, a ciência econômica também pode ser enten-
dida, de forma sistêmica, como a ciência queestuda o capitalismo, ou 
seja, as relações de produção capitalistas, pois esse fato está diretamente 
relacionado com o surgimento da economia como uma ciência no século 
XVIII conforme relatado anteriormente.
1.2 Escassez e os problemas econômicos
1.2.1 Escassez
O problema econômico reside no fato de que os recursos disponíveis 
para a humanidade são escassos, mas as necessidades da humanidade são 
ilimitadas, o que implica em escolhas pela sociedade.
Entende-se por escassez “a situação em que os recursos são limitados 
e podem ser utilizados de diferentes maneiras, de tal modo que devemos 
sacrificar uma coisa por outra” (MENDES, 2004, p. 3). A escassez existe 
devido ao fato das necessidades humanas como alimentação, roupas, 
habitação etc. serem ilimitadas frente à disposição de recursos produtivos 
como fábricas, máquinas e equipamentos, ou seja, tais recursos são relati-
vamente insuficientes para suprir as necessidades de toda uma sociedade. 
É importante observar que escassez não é sinônimo de pobreza. Pobreza 
significa ter poucos bens e escassez significa ter mais necessidades que o 
possível para satisfazê-las.
Sendo assim, a escassez é encontrada em todos os países, indepen-
dentemente de ser rico ou pobre. Podemos afirmar que os Estados Unidos 
possuem menos problemas que a Somália, por exemplo; porém, isso não 
neutraliza o problema da escassez para os americanos. Devido ao pro-
blema da escassez, as sociedades devem efetuar uma “escolha” sobre 
como aplicar seus esforços nos recursos disponíveis frente às necessida-
des ilimitadas, surgindo, assim, o custo de oportunidade.
Para entendermos melhor a escassez, podemos utilizar os seguintes 
exemplos práticos e cotidianos:
 2 dinheiro – imagine que uma pessoa, um pai de família, recebe R$ 
1.000,00 por mês, e desse total, R$ 300,00 são dedicados às com-
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Princípios de Economia: Escassez, Trade-offs e Custo de Oportunidade, Fronteira das 
Possibilidades de Produção, Problemas Econômicos e Sistemas Econômicos 
pras no supermercado. Logo, essa pessoa deverá fazer escolhas 
sobre o que comprar e em que quantidade comprar certos produ-
tos, implicando em renunciar a outros que ela desejava adquirir.
 2 tempo – imagine que você irá dedicar oito horas de estudo todos 
os finais de semana neste semestre, afinal de contas, você é um 
universitário. Para tanto, terá de renunciar a outras atividades 
como ir ao cinema, assistir a um jogo de futebol, namorar etc.
 2 espaço – imagine que, no bairro onde você mora, uma deter-
minada área é destinada para a construção de um parque. Isso 
implica em uma redução de espaços para o desenvolvimento da 
atividade econômica, como a construção de uma indústria ou de 
um shopping center.
 2 gastos do governo – o Governo Federal anualmente elabora 
um plano orçamentário para aplicar seus recursos oriundos dos 
impostos e outras arrecadações. A aplicação desses recursos 
deve ser destinada a necessidades básicas da sociedade como 
saúde, educação e habitação, bem como a defesa nacional, como 
armas e aviões. Nem todas as necessidades serão atendidas.
É importante observar que, na atualidade, pensamos que necessita-
mos de bens como carros, computadores, geladeiras, cinemas, TV a cabo, 
cosméticos, máquina fotográfica digital etc. Ou seja, nossas necessidades 
vão além da esfera biológica de sobrevivência se renovando a cada dia. 
Dessa forma, devemos passar a interpretar as necessidades ilimitadas não 
apenas a partir da esfera biológica, mas da esfera psicológica.
As necessidades humanas analisadas a partir da esfera psicológica 
apresentam uma relação direta com a noção de “nível de padrão de vida”.
1.2.2 Problemas econômicos
Segundo Passos (2010), qualquer economia tem a necessidade de 
refletir sobre três problemas econômicos básicos: o que e quanto produzir, 
como produzir e para que produzir. Esses problemas são uma consequên-
cia da escassez dos recursos e impactam de forma significativa a estrutura 
produtiva e, consequentemente, social de uma nação.
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Teoria econômica
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a) O que e quanto produzir
A sociedade deverá decidir quais produtos deverão ser produzidos 
(carros, alimentos, casas, soja, café, bicicleta, geladeira etc.) e em que 
quantidades deverão estar disponíveis. Trata-se de uma decisão que extra-
pola a esfera puramente econômica.
b) Como produzir
A sociedade deverá decidir quais recursos técnicos serão utilizados 
na produção destes bens e se serão utilizados métodos de produção inten-
sivos em capital ou em mão de obra, por exemplo. Busca-se pela eficiên-
cia produtiva, ou seja, o menor custo por unidade produzida.
c) Para quem produzir
É necessário decidir como será distribuída a produção, já que a socie-
dade é composta por diferentes indivíduos no que diz respeito à renda. 
Praticamente toda a produção é canalizada para o mercado e irá adquirir 
quem tiver renda. Quanto mais concentrada for a renda, menor será o mer-
cado consumidor.
É importante lembrar que, se não houvesse o problema da escassez, 
essas perguntas não fariam sentido!
1.3 Sistema econômico
Sistema econômico é um complexo tecido de relações diretas e indi-
retas pelas quais as pessoas chegam a dispor de variadíssima gama de 
bens capazes de satisfazer suas múltiplas necessidades e desejos materiais. 
É dessa forma que as pessoas dividem socialmente seu trabalho, funcio-
nando de maneira integrada mediante uma corrente de trocas de produtos 
e prestação de serviços múltiplos.
Cabe ressaltar que dois sistemas econômicos procuraram resolver os 
problemas econômicos: o capitalismo e o socialismo.
As nações capitalistas procuraram resolver o que e quanto produ-
zir, como produzir e para quem produzir por meio de uma economia 
de mercado, ou seja, uma economia onde produtores e consumidores são 
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Princípios de Economia: Escassez, Trade-offs e Custo de Oportunidade, Fronteira das 
Possibilidades de Produção, Problemas Econômicos e Sistemas Econômicos 
livres para definir o que e quanto produzir (demanda e oferta). O desen-
volvimento da tecnologia, fruto de maciços investimentos em educação e 
pesquisa, propiciou um significativo avanço nos modos de produção capi-
talista, tornando sustentável o crescimento econômico (como produzir). 
Com a proliferação da indústria e de uma rede de empresas de comércio 
e serviços, o mercado de trabalho se expandiu neste sistema gerando um 
grande contingente de trabalhadores e empresários com renda (salários e 
lucros), o que propiciou a realização da produção capitalista através do 
consumo (para quem produzir).
O Socialismo procurou resolver os problemas econômicos por meio 
de uma economia planificada, em que o Estado determina o que e quanto 
produzir, como produzir e para quem produzir. Porém, foi ineficiente e 
entrou em colapso no início dos anos de 1990.
1.4 Fronteira das Possibilidades 
de Produção (FPP)
A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP) mostra as combina-
ções de produto, como computadores e carros, por exemplo, que uma eco-
nomia tem possibilidades de produzir. Uma economia pode produzir qual-
quer combinação que se encontre na fronteira ou, até mesmo, fora dela. 
Entretanto, pontos além da fronteira não são viáveis devido aos recursos 
da economia.
A fronteira de possibilidades de produção é demonstrada a partir de 
um gráfico, o qual relaciona as possibilidades de produção de dois bens em 
uma economia se todos os recursos fossem utilizados, como, por exemplo, 
para a produção de carros e computadores.
Ao atingir o limite da fronteira de possibilidade de produção, a única 
maneira de obter mais de um produto, computador, por exemplo, é obtendo 
menos do outro produto, carro, porexemplo.
Com isso, podemos observar que a fronteira de possibilidades de pro-
dução nos mostra um trade-off (situação de escolha conflitante) que as 
economias enfrentam, ou seja, um custo de oportunidade.
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Teoria econômica
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Figura 1.1 – Fronteira das Possibilidades de Produção (FPP)
Carros
Computadores
3.000
1.000
Fronteira das Possibilidades 
de Produção
Fonte: Passos (2010).
A fronteira de possibilidade de produção demonstra o trade-off entre 
a produção de diferentes bens num dado momento, pois o trade-off pode 
mudar ao longo do tempo. Se houver um avanço tecnológico na indústria 
de computadores, a economia poderá produzir mais computadores, deslo-
cando a curva da fronteira de possibilidade de produção.
Podemos entender melhor por meio de um exemplo: suponha uma 
nação que produz alimentos e/ou máquinas. Esta nação pode fazer diver-
sas escolhas, mas há um limite para todas elas. Observe os pontos A, B, C, 
D, E e F da FPP a seguir (PASSOS, 2010):
Figura 1.2 – Pontos da FPP
Alimentos
(milhões de toneladas)
0
Máquinas
(milhares)
2 4 6 8 10
E
D
C
B
F10
8
6
4
2
A
Fonte: Passos (2010).
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Princípios de Economia: Escassez, Trade-offs e Custo de Oportunidade, Fronteira das 
Possibilidades de Produção, Problemas Econômicos e Sistemas Econômicos 
Cada ponto representa uma situação em que é preciso deixar de pro-
duzir um dos bens em detrimento de outro. E, aqui, aparece um importante 
princípio da teoria econômica, o custo de oportunidade.
Situações:
 2 A: todos os fatores econômicos de produção estão alocados na 
produção de alimentos.
 2 D: todos os fatores econômicos de produção estão alocados na 
produção de máquinas.
 2 B e C: fatores econômicos de produção distribuídos na produção 
de alimentos e máquinas.
 2 A curva ABCD indica todas as possibilidades de produção de 
alimentos e máquinas nessa economia (Pleno Emprego).
 2 E: economia com capacidade ociosa ou com desemprego, ou 
seja, os fatores econômicos de produção estão subutilizados.
 2 F: fatores econômicos de produção insuficientes.
Tiramos desse modelo dois conceitos importantes: i) pleno emprego: 
em que todos os fatores econômicos de produção estão sendo utilizados 
em sua plenitude e ii) capacidade ociosa: a nação tem os recursos, mas 
está com desemprego. Por exemplo, uma indústria que tem a capacidade 
produzir 1.000 produtos por dia, mas está produzindo 700, logo, tem uma 
capacidade ociosa de 300 produtos, ou 30%.
Vale destacar que estamos tratando de uma economia no curto prazo. 
No longo prazo, os fatores econômicos de produção podem se expandir, 
alcançando o ponto F, por exemplo.
1.4.1 Custo de oportunidade
A fronteira de possibilidades de produção implica na geração de um 
custo de oportunidade. A transferência dos fatores econômicos de pro-
dução de determinado bem, X, para produzir um outro bem, Y, implica um 
custo de oportunidade, que é igual ao sacrifício de deixar de produzir 
parte do bem X para produzir mais do bem Y.
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Teoria econômica
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Mas preste bem atenção, custo de oportunidade é o valor da melhor 
alternativa que está sendo perdida ou sacrificada. Isso implica em ter que 
fazer escolhas.
Enfrentamos custo de oportunidade em diversas situações de nosso 
cotidiano: sair para comer uma pizza com os amigos ou estudar economia? 
Casar ou permanecer solteiro? Ele se repete no mundo corporativo, as 
empresas também o enfrentam em suas estratégias de tomada de decisão: 
abrir uma nova filial ou deixar o dinheiro aplicado no mercado financeiro? 
Investir em programas de treinamento de mão de obra ou comprar novos 
computadores? E o governo em políticas públicas: ampliar os programas 
de benefícios sociais ou construir novos hospitais?
1.5 Fluxo circular
O fluxo circular é uma representação esquemática (modelo) da orga-
nização de uma economia. Numa economia simplificada, as decisões são 
tomadas por famílias e empresas. As famílias e as empresas interagem no 
mercado de bens e serviços (em que as famílias são compradoras e as empre-
sas vendedoras) e no mercado de fatores de produção (em que as empresas 
são compradoras e as famílias vendedoras), conforme figura a seguir.
Figura 1.3 – Fluxo circular
Fluxo monetário
Fluxo de bens e serviços
MERCADO DE 
FATORES DE 
PRODUÇÃO
EMPRESAS
Produzem e vendem 
bens e serviços e 
contratam fatores de 
produção (trabalho)
FAMÍLIAS
Consomem bens e servi-
ços e são proprietárias e 
vendedoras de trabalho.
MERCADO 
DE BENS E 
SERVIÇOS
Fonte: Passos (2010).
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 16_MIOLO_Teoria Econômica.indb 16 04/04/2022 10:11:0204/04/2022 10:11:02
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Princípios de Economia: Escassez, Trade-offs e Custo de Oportunidade, Fronteira das 
Possibilidades de Produção, Problemas Econômicos e Sistemas Econômicos 
1.6 Sistema econômico e os setores de produção
Um sistema econômico tem como objetivo a ordem institucional do 
modo de organização da vida econômica de uma determinada sociedade.
Sistema econômico é um complexo tecido de relações diretas e indi-
retas pelas quais as pessoas chegam a dispor de variadíssima gama de 
bens capazes de satisfazer suas múltiplas necessidades e desejos materiais. 
É dessa forma que as pessoas dividem socialmente seu trabalho, funcio-
nando de maneira integrada mediante uma corrente de trocas de produtos 
e prestação de serviços múltiplos.
As atividades produtivas de uma sociedade contemporânea distri-
buem-se por inúmeras unidades produtoras (empresas). A organização dos 
fatores dentro de tais unidades, assim como a direção de suas atividades, 
cabe a pessoas ou grupos de caráter privado ou público, genericamente 
denominados organizadores da produção (empresários, governo etc.).
As unidades produtoras operantes no quadro de uma nação executam 
funções que se integram no funcionamento global do sistema. São exem-
plos de unidades produtoras: usina siderúrgica, supermercado, cinema, 
restaurante, indústria automobilística, barbearia, faculdade etc. Para efeito 
de análise e enfoque, a economia procura classificar as unidades produto-
ras de um sistema econômico através de setores, conforme a seguir.
a) Setor Primário: agricultura (lavouras), pecuária (criação de 
animais para abate como gado, suínos, aves e pesca), extração 
vegetal (produção florestal), ou seja, são os recursos naturais.
b) Setor Secundário: indústrias de extração mineral (minerais 
metálicos e não metálicos), indústrias da transformação (alimen-
tos, vestuário, calçados, mecânica, mobiliário etc., ou seja, ativi-
dades de transformação), indústria da construção civil (constru-
ções e edificações).
c) Setor Terciário – subdividido em:
Comércio – comercialização de mercadorias no atacado e no varejo.
Serviços – produto sem expressão material (educação, trans-
porte, comunicação, consultoria e assessoria, governo, diver-
são, bancos etc.)
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Teoria econômica
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No geral, observa-se uma intensa utilização do fator terra no setor 
primário, do fator capital no setor secundário, ou seja, nas indústrias, e 
do fator trabalho no setor terciário.
A partir da análise simultânea da participação relativa (valores per-
centuais em relação ao total) de cada setor de atividade econômica (pri-
mário, secundário e terciário), é possível perceber a estrutura produtiva de 
diversas economias e, consequentemente, compará-las. Além da compa-
ração, é essencial conhecer a estrutura produtiva de uma economia para 
efeito de política e planejamento econômico.
1.6.1 Classificação dos Bens de Produção
Os bens de produção são os desejos da sociedade materializadosem 
mercadorias e podem ser classificados segundo sua natureza.
a) Bens de consumo: satisfação direta das necessidades humanas, 
como alimentos, bebidas, roupas, livros, CDs etc.
b) Bens de capital: máquinas e equipamentos.
c) Bens intermediários: sofrem novas transformações antes de se 
tornarem bens de consumo ou bens de capital, como, por exem-
plo, a matéria-prima.
Os bens de produção são considerados como mercadorias tangíveis 
provenientes dos setores primário, secundário ou terciário. Já os serviços 
são considerados intangíveis e são provenientes do setor terciário.
1.6.2 Aparelho produtivo
O funcionamento das unidades produtoras (empresas) dá origem a 
dois fluxos simultâneos: o fluxo real, constituído por bens e serviços; e o 
fluxo nominal, constituído pelos rendimentos distribuídos pelo sistema.
Os detentores de rendimento, de um lado, e os ofertantes de mer-
cadoria, de outro, encontram-se no mercado, onde a produção atinge 
seu destino final.
No mercado, os preços são determinados segundo os princípios de 
oferta e demanda e são expressos em unidades monetárias (real, dólar, 
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 18_MIOLO_Teoria Econômica.indb 18 04/04/2022 10:11:0204/04/2022 10:11:02
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Princípios de Economia: Escassez, Trade-offs e Custo de Oportunidade, Fronteira das 
Possibilidades de Produção, Problemas Econômicos e Sistemas Econômicos 
euro, peso etc.), conforme a figura a seguir, onde RN = fator terra (reser-
vas naturais); T = fator trabalho (Recursos Humanos); e K = fator capital 
(máquinas e equipamentos).
Figura 1.4 – Aparelho produtivo
Tecno- T RN K logia
Mercado
ProdutoRenda
Damanda Oferta
Aparelho produtivo
Primário
Secundário
Terciário
Remuneração 
do trabalho 
(assalariados)
Rendas da 
propriedade (lucros, 
juros, etc.)
Alimentos; Vestuário; 
Habilitação; 
Seviços (educação, 
transporte, etc); 
equipamentos
Organizadores da produção
Unidades 
produtoras
Fonte: elaborada pelo autor.
1.6.3 Fatores econômicos de produção
A produção pode ser considerada a atividade econômica fundamental 
de qualquer sistema econômico. Os fatores de produção de uma determi-
nada nação são constituídos pelas reservas naturais, pelos recursos huma-
nos, pelas diferentes categorias do capital, pela disponibilidade e desen-
volvimento de novas tecnologias e pela capacidade empresarial. Logo, 
os fatores de produção podem ser denominados por: Terra, Trabalho, 
Capital, Inovação Tecnológica e Empreendedorismo.
Como os recursos são escassos, é a partir da eficiência econômica do 
emprego desses cinco fatores de produção que poderão ser bem ou mal aten-
didas as necessidades ilimitadas da coletividade, como destacado por Heil-
broner (2001, p. 17) ao mencionar que “o trabalho, a terra e o capital contra-
tados ou dispensados em uma sociedade de mercado são chamados fatores 
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Teoria econômica
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de produção, e grande parte da economia tem a ver com o modo como o 
mercado combina as contribuições essenciais desses fatores à produção”.
Entende-se por produção a atividade econômica “principal” – “fun-
damental”. Para que ocorra a produção, são necessários os recursos de 
produção ou os fatores de produção e, a partir de seu emprego, tem-se 
como resultado o padrão de atendimento das necessidades ilimitadas – 
individuais e coletivas.
a) Fator terra, ou reservas naturais: conjunto dos elementos da 
natureza utilizados no processo de produção, como solo, sub-
solo, água, hidrologia e clima, flora e fauna em geral. Como 
todos os demais fatores, as reservas naturais são escassas e pas-
síveis de exaustão (como o petróleo e a água). O próprio cresci-
mento econômico, de certa forma, acelera a exaustão das reser-
vas e vem exigindo novas formas governar, o que deu origem ao 
desenvolvimento sustentável na busca pelo equilíbrio de longo 
prazo entre crescimento econômico, disponibilidades naturais e 
desenvolvimento social. A remuneração aos proprietários desse 
fator é o aluguel.
b) Fator trabalho, ou recursos humanos: conjunto de toda a ati-
vidade humana através do esforço físico e/ou mental utilizada 
na produção de bens e serviços. Com o surgimento do sistema 
capitalista, o trabalho passou a ser utilizado em larga escala, for-
mando, assim, o mercado de trabalho, onde ocorre a compra e a 
venda de serviços de mão de obra entre empresários e trabalha-
dores. A remuneração aos proprietários desse fator é o salário.
c) Fator capital: é o conjunto de riquezas acumuladas pela socie-
dade no decorrer do tempo, abrangendo todos os bens materiais 
produzidos pela sociedade que são utilizados na produção como:
infraestrutura econômica: energia, telecomunicações, transportes.
infraestrutura social: educação, saúde, lazer, segurança.
construções: fábricas, empresas privadas e públicas, residên-
cias etc.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 20_MIOLO_Teoria Econômica.indb 20 04/04/2022 10:11:0204/04/2022 10:11:02
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Princípios de Economia: Escassez, Trade-offs e Custo de Oportunidade, Fronteira das 
Possibilidades de Produção, Problemas Econômicos e Sistemas Econômicos 
transportes: ônibus, caminhões, aeronaves, embarcações, trens.
máquinas: utilizadas nos setores primário, secundário e terciário.
d) Tecnologia: é o conjunto de conhecimentos e habilidades que 
dão sustentação ao processo de produção. A capacidade tecno-
lógica de uma nação é representada pela expressão know-how, 
ou seja, “saber fazer”. Essa capacidade deverá estar presente em 
toda a cadeia produtiva dos bens produzidos em uma nação atra-
vés do conhecimento tecnológico, que é gerado e acumulado a 
partir da Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), tendo como con-
sequência a inovação tecnológica.
e) Empreendedorismo: é importante observar que a mobiliza-
ção de todos os recursos citados pressupõe a existência de uma 
capacidade empreendedora, ou seja, de empresários e gesto-
res. Para tanto, é preciso que o empreendedor desenvolva as 
seguintes características: visão estratégica; gestão de riscos; 
espírito inovador; sensibilidade para perceber novas oportuni-
dades; desenvolvimento de projetos; capacidade de organizar o 
empreendimento. Podemos dizer que a necessidade do sistema 
econômico por pessoas capacitadas para o empreendedorismo 
criou o Curso de Administração. A remuneração aos proprietá-
rios desse fator é o lucro.
1.6.4 Sistema capitalista (breve conceito)
Uma simples, mas importante, pergunta que deve ser feita por um 
administrador ou qualquer cientista social é a seguinte: “de onde viemos?”. 
Se o administrador conseguir responder essa pergunta, com certeza terá 
subsídios para uma discussão mais avançada: “para onde estamos indo?”.
O sistema econômico capitalista tem um método próprio de autorre-
gulação, em que o governo pouco interfere nas decisões econômicas, ou 
seja, a economia é “regida” pelo mercado através das forças de demanda 
(desejo de consumir um produto) e oferta (desejo de produzir um bem 
ou serviço).
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 21_MIOLO_Teoria Econômica.indb 21 04/04/2022 10:11:0204/04/2022 10:11:02
Teoria econômica
– 22 –
Todos os fatores de produção (Terra, Trabalho, Capital, Inovação 
Tecnológica e Empreendedorismo) são de propriedade privada, oriunda 
da iniciativa privada, impulsionada pelo desejo de alcançar o “lucro” a 
partir da combinação eficiente entre tais fatores.
Mendes (2004, p. 17) faz uma ótima analogia entre os diversos siste-
mas econômicos e regimes políticos conhecidos em nossa história:
a) Socialismo – você tem duas vacas – o Estado toma uma e a dá 
a alguém;
b) Comunismo – você tem duas vacas – o Estado toma as duas e 
lhe dá o leite;
c) Fascismo – você tem duas vacas – o Estado toma as duas e lhe 
vende o leite;
d) Nazismo – você tem duas vacas – o Estado toma as duas e 
mata você;
e) Capitalismo – você tem duas vacas – você vende uma e compra 
um touro.
A ideia ao apresentar essaanalogia - de caráter humorístico - é eviden-
ciar a propriedade privada como “mola propulsora” do sistema econômico 
capitalista no que diz respeito à constituição de uma economia de mercado, 
ou seja, as atividades econômicas estão nas mãos de homens e mulheres da 
nossa sociedade que controlam livremente as possibilidades de lucros ou 
prejuízos, não sendo subordinados ao Estado ou a algum senhor.
Antes do sistema capitalista, não havia fatores de produção - a terra, o 
trabalho e o capital não eram mercadorias à venda. O trabalho, por exem-
plo, era parte de um acordo entre servo e senhor. Essas são características 
do primeiro grande sistema econômico de nossa história, o Feudalismo. 
Nesse sistema, a base de sustentação era formada por um tripé constituído 
pelo Estado Monárquico, a Igreja Católica e o senhor feudal.
Após significativas transformações históricas, o capitalismo surge 
como o desfecho revolucionário de tais transformações sendo responsável 
em tornar a sociedade “livre”, no sentido de produzir e comprar bens e 
serviços, e mais igualitária, envolvendo todos os cidadãos num grande 
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 22_MIOLO_Teoria Econômica.indb 22 04/04/2022 10:11:0204/04/2022 10:11:02
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Princípios de Economia: Escassez, Trade-offs e Custo de Oportunidade, Fronteira das 
Possibilidades de Produção, Problemas Econômicos e Sistemas Econômicos 
“projeto de vida” que possibilitasse o acesso a todos ao bem-estar social. 
Para tanto, era necessária uma economia de mercado para que, através do 
progresso e da não intervenção do Estado, fossem geradas oportunidades 
a todos. Conforme destacou Heilbroner (2001, p. 26), “o Capitalismo deu 
origem ao que chamamos de padrão de vida em ascensão – um aumento 
constante, regular e sistemático do número, da variedade e da quantidade 
de bens materiais desfrutados pelo grosso da sociedade. Nenhum processo 
semelhante jamais ocorrera antes”. Com o capitalismo, o tripé continua, 
porém com outros atores: o Estado Moderno, a Igreja anglo-saxã (poste-
riormente a religião evangélica), e o empresário capitalista.
Podemos afirmar então que o capitalismo é um sistema que propicia 
que as “necessidades ilimitadas” sejam saciadas de forma mais eficiente e, 
consequentemente, mais rápida. Não há dúvidas de que diversas socieda-
des alcançaram o bem-estar social através do capitalismo; porém, isso não 
ocorreu de forma homogênea. Há muita pobreza e desigualdade social em 
diversos países capitalistas pelo mundo, como é caso do Brasil.
Podemos sintetizar o sistema capitalista em cinco características:
i. a propriedade privada dos meios de produção (fatores de 
produção: terra, trabalho, capital, inovação tecnológica e 
empreendedorismo); dos bens e serviços de consumo (car-
ros, café, softwares, correios, passagem aérea, casas etc.) 
e do dinheiro (crédito para o consumo e para a produção);
II. o sistema de preços controla o funcionamento da economia;
III. a possibilidade de obter “lucro”;
IV. a competição como um incentivo ao desenvolvimento de 
novas tecnologias; e
V. a redução da participação do Estado na economia.
É importante refletir que, a partir do momento em que o sistema 
capitalista surgiu, a produção de mercadorias foi muito intensa, abun-
dante e diversificada, sendo necessária uma organização eficiente do 
processo de produção e, consequentemente, de distribuição das merca-
dorias através de uma administração das matérias-primas, das máquinas, 
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Teoria econômica
– 24 –
da quantidade produzida, das pessoas, dos estoques, da qualidade, do 
marketing entre outras atividades.
Atividades
1. Sobre os sistemas econômicos de produção, assinale “V” para as 
afirmações verdadeiras e “F” para as falsas.
( ) O sistema comunista procurou resolver os problemas econômi-
cos (o que e quanto, como e para quem produzir) através de uma 
economia planificada, ou seja, sob a orientação do Estado.
( ) O sistema comunista procurou resolver os problemas econômi-
cos (o que e quanto, como e para quem produzir) através de uma 
economia planificada.
( ) No sistema comunista, a propriedade dos fatores econômicos de 
produção é privada.
( ) O sistema capitalista procurou resolver os problemas econômi-
cos (o que e quanto, como e para quem produzir) através de uma 
economia planificada, ou seja, sob a orientação do Estado.
( ) O sistema capitalista procurou resolver os problemas econômi-
cos (o que e quanto, como e para quem produzir) através de uma 
economia de mercado, ou seja, sob a orientação do mercado.
2. Sobre os fatores econômicos de produção, assinale “V” para as afir-
mações verdadeiras e “F” para as falsas.
( ) O empreendedorismo tem a função de organizar e coordenar a 
atividade produtiva.
( ) O fator capital refere-se à infraestrutura criada a partir da pro-
dução capitalista, bem como das pessoas, o que hoje a literatura 
denomina capital humano.
( ) Qualquer país pode desenvolver tecnologia, independentemente 
de sua estrutura educacional.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 24_MIOLO_Teoria Econômica.indb 24 04/04/2022 10:11:0204/04/2022 10:11:02
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Princípios de Economia: Escassez, Trade-offs e Custo de Oportunidade, Fronteira das 
Possibilidades de Produção, Problemas Econômicos e Sistemas Econômicos 
( ) As nações não precisam investir em pesquisa e desenvolvimento 
(P&D), pois uma nova tecnologia pode ser adquirida a qualquer 
momento.
( ) O fator trabalho refere-se ao conjunto de toda atividade humana 
desempenhada pelas pessoas no processo produtivo de uma nação.
( ) Todos os fatores de produção são escassos.
( ) O fator trabalho refere-se ao conjunto de toda a atividade humana 
empenhada na produção de bens e serviços.
( ) O fator capital refere-se ao volume de dinheiro em circulação na 
economia.
( ) O desenvolvimento da tecnologia de uma nação depende da sua 
capacidade de gerar conhecimento através da pesquisa.
( ) A tecnologia é fruto da competição entre as empresas.
3. Estudamos que o capitalismo apresenta cinco características. Assi-
nale com “X” a alternativa correta:
( ) Propriedade privada dos meios de produção, tabelamento dos 
preços, lucro, competição, forte participação do Estado.
( ) Propriedade pública dos meios de produção, tabelamento dos 
preços, lucro, competição, forte participação do Estado.
( ) Propriedade privada dos meios de produção, sistema de preços 
controla o funcionamento da economia, lucro, competição, redu-
ção da participação do Estado.
( ) Propriedade privada dos meios de produção, sistema de preços 
controla o funcionamento da economia, lucro, competição, forte 
participação do Estado.
4. A Confeitaria Rei do Doce é especializada em bolos e tortas. A 
empresa dispõe de 5 horas por dia para se dedicar ao forno. Em 1 
hora, é possível preparar 1 bolo e 2 tortas. Com as informações do 
quadro abaixo, complete as quantidades produzidas de bolos e de 
tortas. Preencha os campos de quantidades produzidas.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 25_MIOLO_Teoria Econômica.indb 25 04/04/2022 10:11:0204/04/2022 10:11:02
Teoria econômica
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HORAS UTILIZADAS QUANTIDADE PRODUZIDA
ESCOLHA BOLOS TORTAS BOLOS TORTAS
A 5 0
B 4 1
C 3 2
D 2 3
E 1 4
F 0 5
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 26_MIOLO_Teoria Econômica.indb 26 04/04/2022 10:11:0204/04/2022 10:11:02
2
Economia de 
mercado: modelo 
microeconômico; 
demanda e seus 
determinantes; oferta 
e seus determinantes; 
equilíbrio do mercado 
Você já se questionou alguma vez sobre de onde vem os 
preços? Ou por que aquele celular dos seus sonhos é tão caro?
Uma das principais formas de compreender como os preços 
se formam é por meio dos Modelos de Demanda e Oferta e, con-
sequentemente, o equilíbrio entre essas forças.
Sim, demanda e oferta agem como forças da mesma forma 
que a gravidade age sobre os objetos. Experimente jogar uma 
caneta para o alto, ela irá cair, rolar pelo chão e parar.Ao parar, 
ou melhor, quando estiver em equilíbrio, podemos afirmar que a 
força gravitacional foi a responsável.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 27_MIOLO_Teoria Econômica.indb 27 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
Teoria econômica
– 28 –
Em muitos casos os preços, em uma economia de mercado e 
em um mercado perfeitamente competitivo, são formados pelas for-
ças entre a demanda e a oferta. O resultado desse conflito é o preço 
de equilíbrio, ou, o preço de mercado de um bem ou serviço.
Para compreender melhor como isso funciona, vamos estru-
turar essas forças em um modelo. O mundo é muito complexo e 
difuso para compreendê-lo, precisamos estruturar as ideias em 
modelos que representem a realidade de forma concisa e objetiva.
2.1 Modelo microeconômico
Modelo é uma tentativa de representar a realidade a partir de 
um instrumental matemático, como o uso de diagramas, equações e 
gráficos. Ele omite, porém, detalhes para que se possa ter uma ideia 
geral, e em nosso caso uma ideia do funcionamento do mercado.
Todos os modelos são construídos a partir de hipóteses. São 
essenciais três hipóteses para a compreensão da microeconomia e 
do funcionamento do mercado:
1ª – A alteração em uma das variáveis do modelo, como o 
nível de preços, tem um reflexo na demanda, desde que as 
demais variáveis do sistema permaneçam constantes. “cete-
ris paribus”.
2ª – Os consumidores e os produtores são racionais.
3ª – Presença de inúmeras empresas no mercado – concor-
rência.
O modelo também implica em um princípio básico: a quan-
tidade demandada varia inversamente proporcional ao movimento 
nos preços. Essa é a Lei ou o Princípio da Demanda, e implica tam-
bém em uma convenção matemática: as curvas de oferta e demanda 
como funções lineares (retas) de um sistema de coordenadas. A 
curva de demanda é negativamente inclinada e a curva de oferta é 
positivamente inclinada.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 28_MIOLO_Teoria Econômica.indb 28 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
– 29 –
Economia de mercado: modelo microeconômico; demanda e seus determinantes; 
oferta e seus determinantes; equilíbrio do mercado 
2.1.1 Representação gráfica
O filósofo René Descartes desenvolveu uma forma de aná-
lise gráfica em que as equações algébricas são representadas em 
termos de curvas geométricas: o Sistema de Coordenadas Car-
tesiano. A partir desse modelo é possível visualizar as relações 
entre, por exemplo, preço e quantidade demandada, com a utili-
zação de um sistema de coordenadas que proporciona a localiza-
ção de um determinado ponto no espaço.
O sistema cartesiano tem por base duas retas perpendicula-
res L1 (eixo das abscissas) e L2 (eixo das ordenadas) no plano. O 
ponto 0 é conhecido como origem. A reta é formada de um con-
junto de pontos a partir das atribuições de valores nos eixos x e 
y, composto por quatro quadrantes. No modelo microeconômico 
é utilizado apenas o quadrante com ambos os eixos positivos do 
sistema cartesiano, pois a oferta, a demanda e o preço são, em 
geral, valores positivos, portanto, utilizamos o I Quadrante do 
sistema de coordenadas.
Figura 2.1 – Plano cartesiano
IV Q (-/+)
L2
Y
II Q (+/-) IQ (+/+)
0 x L1
III Q (-/-)
Fonte: elaborada pelo autor.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 29_MIOLO_Teoria Econômica.indb 29 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
Teoria econômica
– 30 –
Portanto, na análise microeconômica usaremos a seguinte convenção 
para a elaboração de gráficos:
Figura 2.2 – Demanda e oferta
Q (quantidade)
P (preço)
O (oferta)
D (demanda)
Fonte: adaptada de Passos (2010).
Matematicamente, é importante efetuar duas observações em relação 
às curvas de demanda e de oferta:
1ª – A declividade de uma Curva de Demanda é, normalmente, 
negativa, pois à medida que o preço aumenta a quantidade procu-
rada diminui e vice-versa (são forças inversas).
2ª – A declividade de uma Curva de Oferta é, normalmente, posi-
tiva, pois à medida que o preço aumenta a quantidade ofertada 
aumenta e vice-versa (são forças diretas).
2.2 Funcionamento do mercado: 
demanda, oferta e equilíbrio
Podemos entender o funcionamento do mercado por meio de dois 
grandes grupos, segundo sua função: compradores e vendedores. Em con-
junto, compradores e vendedores interagem originando os mercados. Logo, 
o mercado é um grupo de vendedores e compradores que interagem entre si 
resultando na possibilidade da troca. Os mercados estão no centro da ativi-
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 30_MIOLO_Teoria Econômica.indb 30 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
– 31 –
Economia de mercado: modelo microeconômico; demanda e seus determinantes; 
oferta e seus determinantes; equilíbrio do mercado 
dade econômica, e muitas das questões e temas mais interessantes da eco-
nomia estão relacionadas com o modelo de funcionamento dos mercados.
O lado dos compradores compõe a demanda por bens e serviços e é 
composto pelos consumidores. O lado dos vendedores compõe a oferta de 
bens e serviços sendo composto pelas empresas.
Os mercados não são necessariamente pontos no espaço geográfico. 
Em alguns mercados podemos encontrar os compradores e os vendedores 
interagindo, como em lojas, em feiras etc. Em outros, como na Bolsa de 
Valores, existem intermediários que são as corretoras que efetuam as tran-
sações para compradores e vendedores. Também é importante destacar o 
mercado eletrônico, ou seja, as transações de compra e venda que aconte-
cem na Internet.
Todas essas transações são balizadas pelos preços praticados nesses 
mercados. O preço tem a função de ajustar a quantidade ofertada com a 
quantidade demandada formando o preço de equilíbrio. O preço é for-
mado conforme o nível de concorrência existente, ou seja, depende da 
estrutura de mercado (concorrência perfeita, concorrência monopolista, 
oligopólio, monopólio, oligopsônio, monopsônio, monopólio bilateral, 
cartel e truste) em que o bem ou serviço se encontra. Estudaremos essas 
estruturas mais adiante.
Pode-se dizer então que o mercado é como se fosse um instrumento 
de organização da economia.
2.2.1 Demanda
Demanda é a quantidade de um determinado bem ou serviço que o 
consumidor deseja adquirir a cada nível de preço. Perceba que demanda 
é um desejo, não uma realização, o que quer dizer que todos nós deseja-
mos inúmeros bens que ainda não possuímos – necessidades ilimitadas 
(MANKIW, 2020).
O objetivo da Teoria da Demanda é demonstrar as escolhas dos 
consumidores entre os diversos bens e serviços a partir de seu orça-
mento (rendimento).
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 31_MIOLO_Teoria Econômica.indb 31 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
Teoria econômica
– 32 –
Além do preço de um bem ou serviço e da renda dos consumido-
res, outros fatores também determinam a demanda, como os preços dos 
outros bens (substitutos e complementares), o gosto dos consumidores 
e a demografia.
2.2.1.1 Determinantes da demanda
Existem vários fatores que dão origem ao consumo de bens e servi-
ços, em alguns casos até mesmo a cor da embalagem pode determinar a 
compra de um bem.
Vamos focar em seis determinantes da demanda que são de alcance 
mais geral, ou seja, têm validade para a maioria da população de um país.
A – Preço do bem
B – Preço dos outros bens
C – Renda dos consumidores
D – Gosto e preferência dos consumidores
E – Demografia
F – Expectativas dos agentes econômicos
a) Quantidade demandada versus Preço do bem (Princípio geral)
Temos uma relação inversa entre o preço e a quantidade demandada. 
Quando o preço de um bem cai, ficando mais barato em relação aos seus 
concorrentes, os consumidores deverão aumentar o desejo em adquiri-lo. 
Quando o preço do bem sobe, os consumidores tendem a diminuir o desejo 
em adquiri-lo e demandam por outro bem concorrente (MANKIW, 2020).
Quando  Px:  Dx
e quando Px : Dx
Esta é uma hipótese testada em diversos produtos, mas apresenta a 
limitação do ceteris paribus.
Podemos construir uma curva mostrando a relação entre a demanda 
e o preço da mercadoria,denominada Curva de Demanda. Ela mostra a 
relação entre o preço da mercadoria e a quantidade desse bem que o con-
sumidor está disposto a adquirir.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 32_MIOLO_Teoria Econômica.indb 32 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
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Economia de mercado: modelo microeconômico; demanda e seus determinantes; 
oferta e seus determinantes; equilíbrio do mercado 
Figura 2.3 – Curva de Demanda
Qx
Px
D
Fonte: adaptada de Mankiw (2020).
Quadro 2.1 – Exemplo de demanda de sorvetes
Preço do sorvete Quantidade demandada (em mil unidades)
R$ 4 20
R$ 6 15
R$ 7 11
R$ 10 5
Fonte: adaptada de Mankiw (2020).
Figura 2.4 – Demonstração gráfica da curva de demanda
Qx
Px
D
10,00
7,00
6,00
4,00
5 11 15 20
Fonte: adaptada de Mankiw (2020).
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 33_MIOLO_Teoria Econômica.indb 33 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
Teoria econômica
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b) Quantidade demandada versus Preço dos outros bens
O aumento do preço de um determinado bem x poderá causar o 
aumento ou a redução da demanda do bem y. A reação depende do tipo de 
relação existente entre os bens x e y.
 Px:  Dy e  Dy – depende da relação entre os bens
Caso 1: Bens substitutos
 Px:  Dy
O aumento no preço do bem x provoca o aumento na demanda pelo 
bem y. O consumo de um (y) substitui o consumo do outro (x) – bens 
concorrentes. Exemplo: manteiga e margarina; café e chá; metrô e ônibus, 
Coca-Cola e Pepsi-Cola etc.
Caso 2: Bens complementares
 Px :  Dy
O aumento no preço do bem x provoca uma queda na demanda pelo 
bem y. Isso ocorre porque estes bens são consumidos conjuntamente. 
Exemplos: pão e margarina; camisa de colarinho e gravata, aparelho de 
DVD e DVDs, celular e operadora, lapiseira e grafite etc.
c) Quantidade demandada versus Renda dos consumidores
Em geral, existe uma relação crescente e direta entre a renda e a 
demanda de um bem. Quando a renda aumenta, a demanda do bem tam-
bém deve aumentar.
éR:  D
Figura 2.5 – Demonstração gráfica Efeito da Renda
Px
D
Px0
D’
Qx0 Qx1 Qx
Fonte: adaptada de Mankiw (2020).
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 34_MIOLO_Teoria Econômica.indb 34 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
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Economia de mercado: modelo microeconômico; demanda e seus determinantes; 
oferta e seus determinantes; equilíbrio do mercado 
Obs.: o aumento na renda provoca o deslocamento da curva de 
demanda para a direita.
Há, contudo, uma exceção para este padrão. Alguns bens deixam de 
ser adquiridos quando a renda dos consumidores aumenta.
Exceção: Bens inferiores (bens de Giffen). A quantidade deman-
dada destes bens varia inversamente proporcional à renda dos consumi-
dores. A demanda por estes bens diminui à medida que a renda aumenta.
d) Quantidade demandada versus Gosto do consumidor
A quantidade que um consumidor escolhe comprar de determinada 
mercadoria depende também de suas preferências. Se estas preferências 
mudam, a curva de demanda também deve ser alterada. Desse modo, o 
marketing, por meio de campanhas publicitárias, provoca o deslocamento 
da Curva de Demanda para a direita, pois se constitui em um incentivo 
à demanda. É importante ressaltar que o marketing cria necessidades de 
consumo nas pessoas estimulando a demanda por um produto específico.
Figura 2.6 – Demonstração gráfica Gosto do consumidor
Px
D
Px0
D’
Qx0 Qx1 Qx
Fonte: adaptada de Mankiw (2020).
e) Demografia
A demografia refere-se ao estudo quantitativo (número de pessoas) 
e qualitativo (onde vivem e como vivem) da população de um país. Con-
forme a configuração espacial dessas variáveis, organizam-se os processos 
de produção e distribuição dos bens e serviços em uma economia.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 35_MIOLO_Teoria Econômica.indb 35 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
Teoria econômica
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À medida que o número da população aumenta, a demanda por habi-
tação, saúde, alimentação, áreas de lazer, roupas etc. também aumenta, 
deslocando a curva de demanda para a direita, exatamente como os gráfi-
cos dos casos “C” e “D”.
Atualmente, a população brasileira é de aproximadamente 200 
milhões de habitantes distribuídos em mais de 5.500 municípios. A maior 
parte desta população (80%) está basicamente concentrada nas áreas urba-
nas e apresenta uma taxa de crescimento média de aproximadamente 1,4% 
ao ano, o que representa um contingente de 2,5 milhões de pessoas a mais.
Como a maior parte da população se concentra nas áreas urbanas, as 
regiões metropolitanas vêm se transformando em grandes polos de produ-
ção e consumo, sendo denominadas de metrópoles.
éPop:  D
f) Expectativa dos agentes econômicos
A expectativa dos agentes econômicos também é muito importante 
para a determinação da demanda. Imagine que diversos consumidores 
acreditam que o preço de um determinado aparelho celular irá reduzir 
dentro de alguns meses. A demanda será menor inicialmente, pois esses 
consumidores irão adiar a compra na expectativa de preços menores. E 
claro, se esses consumidores acreditarem que o preço subirá no futuro, 
anteciparão suas compras.
Mas a expectativa também pode estar relacionada à situação econô-
mica e política do país. Um cenário de crise, por exemplo, irá desaquecer 
a demanda diante da preocupação com o desemprego.
2.2.1.2 Variação da demanda versus 
Variação na quantidade demandada
É muito importante compreender a diferença entre a variação na 
demanda e a variação na quantidade demandada.
Uma variação na demanda diz respeito ao deslocamento da curva de 
demanda, provocado quando houve uma variação em um dos determi-
nantes da demanda que não seja o preço do bem ou serviço. A variação 
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 36_MIOLO_Teoria Econômica.indb 36 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
– 37 –
Economia de mercado: modelo microeconômico; demanda e seus determinantes; 
oferta e seus determinantes; equilíbrio do mercado 
na quantidade demandada diz respeito ao movimento ao longo da curva 
de demanda, como resposta ao movimento “exclusivamente” dos preços.
Com isso, os determinantes da demanda preço dos outros bens, 
gosto dos consumidores e renda promovem um deslocamento na curva 
de Demanda, ou seja, uma variação na Demanda; já o Preço do bem e 
as expectativas provocam uma variação na quantidade demandada de um 
bem ou serviço.
Perceba isso no gráfico a seguir.
Figura 2.7 – Deslocamento da curva de demanda
Px
D
Px0
D’
Qx0 Qx1 Qx
Px1 b c
a
Fonte: adaptada de Mankiw (2020).
O gráfico apresenta duas simulações, um deslocamento ao longo da 
curva de demanda, do ponto “a” ao ponto “b”, demonstrando uma varia-
ção na quantidade demandada. Já a situação do ponto “b” para o ponto 
“c”, demonstra um deslocamento da curva de demanda, ou seja, uma 
variação na demanda.
Partiremos agora para o outro lado do mercado, o lado da oferta, dos 
produtores de bens e serviços.
2.3 Oferta
Oferta é a quantidade de bem ou serviço que os produtores desejam 
produzir e vender a cada nível de preços. Perceba que, como a demanda, a 
oferta também é um desejo, um plano (MANKIW, 2020).
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 37_MIOLO_Teoria Econômica.indb 37 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
Teoria econômica
– 38 –
A lógica da oferta, entretanto, difere-se da demanda. Observe o 
Princípio da Oferta: quanto maio for o preço de um bem, mais interes-
sante se torna produzi-lo. A oferta apresenta uma relação direta entre 
quantidade e nível de preço, enquanto a demanda apresenta uma relação 
inversa (ceteris paribus).
Isso pode ser explicado por meio das margens de lucro no preço, quanto 
maior o preço maior tende a ser a margem de lucro (ceteris paribus).
Você deve estar se questionando: mas isso não faz sentido!
Este questionamento será esclarecido mais adiante, quando abordar-
mos o equilíbrio de mercado.
Figura 2.8 – Curva de oferta
Px
Qx
O
Fonte: adaptada de Mankiw (2020).
A curva de oferta tem inclinação positiva, demonstrando a relação 
positiva entre preço e quantidade.
Suponha uma sorveteria,à medida que o preço do sorvete aumenta, 
o empresário se sente estimulado em produzir mais visando mais lucro.
Quadro 2.2 – Exemplo de oferta de sorvetes
Preço do sorvete Quantidade de ofertada (em mil unidades)
R$ 5 10
R$ 8 16
R$ 10 25
Fonte: Mankiw (2020).
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 38_MIOLO_Teoria Econômica.indb 38 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
– 39 –
Economia de mercado: modelo microeconômico; demanda e seus determinantes; 
oferta e seus determinantes; equilíbrio do mercado 
Figura 2.9 – Demonstração gráfica da Curva de oferta
Px
5,00
10 25 Qx
10,00
Fonte: adaptada de Mankiw (2020).
2.3.1 Determinantes da oferta
Como a demanda, a oferta também tem seus determinantes. Vamos 
estudar seis deles.
A – Preço do bem
B – Preço dos insumos
C – Preço dos produtos substitutos
D – Número de concorrentes
E – Expectativa dos agentes econômicos
F – Inovação tecnológica
a) Preço do bem
Oferta é a quantidade de bem ou serviço que os produtores desejam 
produzir e vender a cada nível de preços, e quanto maiores os preços, 
maior será a oferta. Isso provoca um movimento ao longo da curva de 
oferta, conforme demonstra o gráfico a seguir.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 39_MIOLO_Teoria Econômica.indb 39 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
Teoria econômica
– 40 –
Figura 2.10 – Curva de oferta
Px
5,00
10 25 Qx
10,00
O
Fonte: adaptada de Mankiw (2020).
b) Preço dos insumos
O preço dos insumos, ou seja, da matéria-prima, tem expressiva 
influência na oferta de bens e serviços, a ponto de fazer deslocar a curva 
de oferta devido a uma variação no insumo. Se o preço do insumo aumen-
tar, teremos um deslocamento para a esquerda na curva de oferta, caso 
contrário, para a direita.
c) Preço dos produtos substitutos
Produtos substitutos, como na demanda, também podem afetar o 
nível de oferta. Os aparelhos celulares destruíram o mercado de máquinas 
fotográficas digitais; o mesmo vale para o CD player com a entrada da 
música digital no mercado.
d) Número de concorrentes
Quanto maior for o número de empresas em um mercado, maior será 
a concorrência. Isso promove o deslocamento para a direita da curva de 
oferta, ou seja, uma variação na oferta.
e) Expectativa dos agentes econômicos
A expectativa dos agentes econômicos também é muito importante 
para a determinação da oferta. Os produtores também observam cenários 
futuros que podem ser positivos ou negativos. Uma crise política, por 
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 40_MIOLO_Teoria Econômica.indb 40 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
– 41 –
Economia de mercado: modelo microeconômico; demanda e seus determinantes; 
oferta e seus determinantes; equilíbrio do mercado 
exemplo, que gera impacto na condução de políticas macroeconômicas 
afetam tais expectativas, deslocando a curva de oferta para a esquerda.
Mas um cenário positivo para a economia mundial tende a deslocar 
a curva de oferta para a direita, já as empresas percebem que haverá um 
aumento na demanda em grande escala.
f) Inovação tecnológica
Uma inovação tecnológica promove o aumento da capacidade produ-
tiva de uma empresa sempre que esta consegue produzir mais utilizando 
a mesma quantidade de insumos. Ou seja, ocorre o aumento na produti-
vidade de trabalhadores e/ou máquinas e equipamentos. Logo, a curva de 
oferta se desloca para a direita.
Mas uma nova arma, fruto de uma inovação, pode levar o país a um 
conflito bélico. A guerra tende a promover uma redução na oferta, deslo-
cando-a para a esquerda.
2.4 Equilíbrio do mercado
Chegou o momento de esclarecer o questionamento sobre como se 
formam os preços.
No final do século XIX e início do XX havia uma discussão entre 
os “novos” economistas: o preço era determinado pela demanda ou pela 
oferta? O grupo estava dividido até a chegada do economista inglês Alfred 
Marshall. Marshall indagou a todos sobre qual parte de uma tesoura corta 
a folha de papel, a de cima ou a de baixo? O próprio economista deu a 
resposta e acabou com a discussão: ambas as partes, disse Marshall. Ou 
seja, tanto a demanda como a oferta formam os preços.
Lembra do exemplo da gravidade? Então, aqui ocorre o mesmo, o 
conflito entre produtores e consumidores estabelece um preço de mercado, 
o preço de equilíbrio.
O preço em uma economia de mercado é determinado tanto pela 
demanda quanto pela oferta. A interseção das Curvas de Oferta e Demanda 
é chamada de Ponto de Equilíbrio, ou Preço de Equilíbrio (E).
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 41_MIOLO_Teoria Econômica.indb 41 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
Teoria econômica
– 42 –
Nesse ponto (E) a quantidade que os consumidores desejam comprar 
é exatamente igual à quantidade que os produtores desejam vender. Pode-
mos dizer que existe uma coincidência de desejos.
Para qualquer preço superior a Px0, a quantidade que os ofertantes 
desejam vender é maior que a que os consumidores desejam comprar – 
excesso de oferta. De outra parte, para qualquer preço inferior a Px0, sur-
girá um excesso de demanda.
Exemplo: equilíbrio, excesso de oferta e escassez de demanda
Quadro 2.3 – Demonstração das situações de mercado
Demanda e oferta do bem x
Preço 
(em R$) Demanda Oferta
Situação de 
demanda
Situação 
de oferta
100,00 1.300 80 Excesso Escassez
300,00 900 300 Excesso Escassez
500,00 600 600 Equilíbrio Equilíbrio
800,00 400 900 Escassez Excesso
1.000,00 200 1.200 Escassez Excesso
Fonte: Mankiw (2020).
O gráfico a seguir apresenta a situação de equilíbrio, bem como as 
áreas de excesso e escassez, tanto de demanda quanto de oferta.
Figura 2.11 – Demonstração gráfica da Escassez e do Excedente
Px
QxQx0
Px0
Dxc d
E
ba
O
Fonte: adaptada de Mankiw (2020).
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 42_MIOLO_Teoria Econômica.indb 42 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
– 43 –
Economia de mercado: modelo microeconômico; demanda e seus determinantes; 
oferta e seus determinantes; equilíbrio do mercado 
 2 Os pontos a, b, c e d, constituem os estados de escassez ou excesso.
 2 O ponto “a” demonstra uma escassez de demanda frente ao 
ponto “b”, um excesso de oferta. Motivo: o preço está acima do 
equilíbrio, é alto. Então, a distância entre esses dois pontos se 
refere ao excesso de oferta.
 2 O ponto “c” é uma escassez de oferta, frente ao ponto “d”, 
um excesso de demanda. Motivo: o preço está abaixo do equí-
librio. Logo, a distância entre esses dois pontos se refere ao 
excesso de demanda.
Perceba que na prática o preço de mercado não é apenas algo estático, 
mas sim dinâmico. Formular erroneamente o preço de mercado implica 
em fazer ajustes; mais do que isso, implica em não conseguir se sustentar 
em um mercado.
Atividades
1. Explique cada uma das hipóteses do Modelo Microeconômico uti-
lizado na análise da demanda, oferta e equilíbrio.
2. Um excesso de demanda gera uma escassez de oferta porque o 
nível de preço aumentou, e neste caso é preciso reduzir o preço 
para retornar ao equilíbrio original. Esta afirmação é Verdadeira ou 
Falsa? Justifique.
3. As afirmações a seguir referem-se à demanda de um bem ou 
serviço. Para as verdadeiras assinale com “V” e para as falsas 
com “F”.
( ) A quantidade demandada varia inversamente ao movimento 
nos preços, ou seja, à medida que o preço de um bem ou serviço 
aumenta, a quantidade demandada reduz.
( ) A curva de demanda é positivamente inclinada porque 
expressa a relação direta entre o preço de um bem e sua quan-
tidade demandada.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 43_MIOLO_Teoria Econômica.indb 43 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
Teoria econômica
– 44 –
( ) Quando um bem X tem um aumento no seu preço e possui um 
substituto próximo Y, a demanda deste substituto Y aumentará 
em função da queda na demanda do bem X.
( ) Quando um determinado bem Z é consumido em conjunto com 
outro bem W, ou seja, de forma complementar, o aumento no 
preço do bem Z ocasionará um aumento na demanda do bem 
complementar W.
( ) O Efeito Substituição pode nos demonstrar quão sensívelé a 
demanda de um bem, ou seja, tem uma relação direta com a sen-
sibilidade dos consumidores.
4. A divulgação de uma pesquisa científica sobre o consumo da 
fruta kiwi, demonstrando seus benefícios sobre o emagrecimento, 
gerou um expressivo aumento na demanda dessa fruta. Como a 
oferta é rígida no curto prazo, ou seja, não é possível aumentar a 
produção antes de, pelo menos, seis meses, o que acontece com o 
nível de preços? Demonstre essa situação graficamente.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 44_MIOLO_Teoria Econômica.indb 44 04/04/2022 10:11:0304/04/2022 10:11:03
3
Elasticidades
3.1 Elasticidade-Preço da Demanda (EPD)
Imagine a possibilidade de um novo conflito envolvendo 
países do Oriente Médio, os maiores produtores de petróleo do 
mundo, o que acarretaria um comprometimento no abastecimento 
desse produto. Vale destacar que o Brasil ainda importa parcela 
dos combustíveis consumidos internamente. Por conseguinte, 
os preços da gasolina e do diesel subiriam. É a lei da oferta e 
demanda que estudamos anteriormente agindo. Mas suponha que 
você queira saber com maior precisão o que irá acontecer, ou 
seja: quanto a demanda irá cair?
Conforme Mankiw (2020), a elasticidade-preço da demanda 
(EPD) é a resposta relativa da quantidade demandada de um bem 
às variações de seu preço. Uma alteração para mais no nível dos 
preços provoca uma alteração para menos nas quantidades pro-
curadas. Logo, são sensíveis aos preços. A elasticidade-preço da 
demanda mede o grau dessa sensibilidade.
Como disse uma vez o ex-ministro da economia Antônio Del-
fim Netto, “o órgão mais sensível do corpo humano é o bolso”!
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 45_MIOLO_Teoria Econômica.indb 45 04/04/2022 10:11:0404/04/2022 10:11:04
Teoria econômica
– 46 –
Para certos produtos, uma pequena alteração nos preços pode 
provocar uma alteração muito acentuada nas quantidades procuradas 
(bens substituíveis).
Para outros, pode ocorrer exatamente o inverso: mesmo uma altera-
ção muito acentuada nos preços não é capaz de provocar grandes modifi-
cações nas quantidades procuradas (gás de cozinha, por exemplo).
Elasticidade-preço da demanda é a relação existente entre as modifi-
cações relativas (%) observadas nas quantidades procuradas decorrentes 
de alterações relativas.
Matematicamente, a EPD é expressa por:
EPD = ∆Q∆P
∆% quantidade demandada
∆% preço
=
3.1.1 Modelo da Elasticidade-
Preço da Demanda (EPD)
Exemplo:
a) demanda elástica – redução de 30% nos preços, aumento de 
45% nas quantidades procuradas (eletrodomésticos).
b) demanda inelástica – redução de 30% nos preços, aumento de 
15% nas quantidades procuradas (refrigerantes).
c) elasticidade-preço unitária – redução de 30% nos preços, 
aumento de 30% nas quantidades procuradas.
Quando o resultado da EPD for negativo, por questões matemá-
ticas, podemos ignorar o sinal aplicando “módulo” (│ │). O módulo 
exclui o sinal negativo.
Quando a demanda é elástica, mudanças no preço têm um efeito 
forte sobre a quantidade demandada. Quando é inelástica, as mudanças de 
preço têm pouco efeito sobre a quantidade demandada.
Quando:
 2 EPD > 1: a demanda é elástica;
 2 EPD < 1: a demanda é inelástica;
 2 EPD = 1: a demanda é unitária.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 46_MIOLO_Teoria Econômica.indb 46 04/04/2022 10:11:0404/04/2022 10:11:04
– 47 –
Elasticidades
3.1.2 Fatores que influenciam o grau de EPD
a) Existência de bens substitutos: quanto melhores substitutos tiver 
um bem, maior deverá ser sua elasticidade. Efeito substituição.
Exemplo: Coca-Cola – se houver um pequeno aumento em seu preço, 
o consumidor poderá migrar para a Pepsi.
Vale destacar que, na teoria econômica, o efeito substituição se refere 
a uma substituição do produto “a” pelo produto “b” de uma mesma ativi-
dade econômica, como refrigerante, por exemplo.
No entanto, quanto ao planejamento estratégico, Michael Porter desen-
volveu um modelo de análise denominado de “Cinco Forças”, em que trata 
de substituição por produtos de diferentes atividades econômicas. Para Por-
ter (2002), a substituição é uma das Cinco Forças, mas a substituição se 
refere, como já mencionado, a diferentes segmentos de atividade econô-
mica, como trocar carro por bicicleta, refrigerante por suco etc.
b) Peso do bem no orçamento: se for pouco substituível, quanto 
menor seu peso no orçamento, menor será sua elasticidade. 
Exemplo: cafezinho do bar da esquina, sal de cozinha.
c) Essencialidade do bem: quanto mais essencial for o bem, menor 
deverá ser sua elasticidade. Exemplo: gás de cozinha.
Figura 3.1 – Representação gráfica das curvas de demanda elástica (Gráfico 1a) e 
inelástica (Gráfico 1b)
Gráfico 1a Gráfico 1b
Px Px
Qx Qx
Fonte: Mankiw (2020).
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 47_MIOLO_Teoria Econômica.indb 47 04/04/2022 10:11:0404/04/2022 10:11:04
Teoria econômica
– 48 –
No Gráfico 1a, ocorre um grande aumento na quantidade demandada 
com uma pequena alteração nos preços.
No Gráfico 1b, ocorre um pequeno aumento na quantidade deman-
dada com uma grande alteração nos preços.
3.1.3 Como Calcular a EPD
Já sabemos que EPD = ∆Q ÷ ∆P, agora, vamos verificar como é 
possível calculá-la.
Para calcular a EPD, é necessário antes calcular as variações percen-
tuais (∆%) entre preço e quantidade demandada do bem, ou seja, ∆Q e ∆P.
∆Q = x 100
Q1 – Q0
Q0
∆P = x 100
P1 – P0
P0
Qo refere-se à quantidade demandada inicial, antes de sua alteração. 
Q1 refere-se à quantidade demandada final, após sua alteração. Po refere-
-se ao preço inicial, antes de sua alteração. P1 refere-se ao preço final, 
após sua alteração. Deve-se multiplicar por 100 (x 100) para obter os valo-
res em percentuais (%). Em seguida, para calcular as variações percentu-
ais (∆%), basta dividir ∆Q por ∆P.
3.2 Método do Ponto Médio da EPD
Conforme Mankiw (2020), há uma maneira alternativa de calcular 
a elasticidade-preço da demanda, pois, se você verificar, ao calculá-la de 
um ponto A para um ponto B, perceberá que o resultado do ponto B para o 
ponto A será diferente. Isso não descarta o cálculo tradicional, ao contrá-
rio, o mais importante é o princípio da elasticidade, ou seja, o tamanho da 
sensibilidade dos consumidores.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 48_MIOLO_Teoria Econômica.indb 48 04/04/2022 10:11:0404/04/2022 10:11:04
– 49 –
Elasticidades
O método do ponto médio consiste em calcular a variação percen-
tual dividindo a variação pelo ponto médio (ou pela média) dos níveis 
inicial e final. Por exemplo: levando em consideração que R$ 5,00 é o 
ponto médio entre R$ 4,00 e R$ 6,00, a variação percentual será de 40%, 
já que (6 – 4) / 5 x 100 = 40 (Mankiw, 2019).
Logo, a fórmula para calcular o ponto médio é:
EPDpm = 
(Q1 – Q0) / (Q1 + Q0) / 2 
(P1 – P0) / (P1 + P0) / 2 
3.3 EPD e a Receita Total
Para Hubbard (2010), o conhecimento do grau de sensibilidade da 
demanda, ou seja, da elasticidade-preço da demanda, para uma empresa, 
é de vital importância, pois seu resultado afeta diretamente a sua receita 
total (RT). A receita total refere-se ao valor do preço de venda (p) multi-
plicado pela quantidade vendida (q). Portanto:
RT = p x q
Alterações no nível de preços deverão provocar alterações na receita 
total da empresa. O aumento ou queda na receita total dependerá do tipo 
de demanda (elástica ou inelástica) do produto.
3.3.1 Mudanças no Preço e seus 
Impactos na Receita Total
Na demanda elástica, um aumento no preço provoca uma queda na 
quantidade demandada numa proporção maior que o aumento no preço, 
ou seja, o ∆Q é maior que o ∆P. Logo, a receita total reduzirá.
Quando o preço reduz, ocorre um aumento na quantidade demanda 
numa proporção maior que a queda no preço, ou seja, o ∆Q é maior que o 
∆P. Logo, a receita total aumentará.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 49_MIOLO_Teoria Econômica.indb 49 04/04/2022 10:11:0404/04/2022 10:11:04
Teoria econômica
– 50 –
Na demanda inelástica, um aumento no preço provoca uma queda na 
quantidade demandada numa proporçãomenor que o aumento no preço, 
ou seja, o ∆Q é menor que o ∆P. Logo, a receita total aumentará.
Quando o preço reduz, ocorre um aumento na quantidade demandada 
numa proporção menor que a queda no preço, ou seja, o ∆Q é menor que 
o ∆P. Logo, a receita total reduzirá.
Não esqueça: a condição coeteris paribus também está presente 
nesse caso!
3.3.2 Representação Gráfica da Receita Total
A área “cinza” do gráfico, representada por Px0Qx0, refere-se ao 
volume da receita total de uma empresa.
Figura 3.2 – Receita Total
Px
D
QxQx0
Px0
RT
Fonte: Mankiw (2020).
É importante frisar que receita total não é igual a lucro. Lucro é uma 
apuração contábil após a depuração dos custos e despesas, bem como 
dos impostos. Receita total é o faturamento bruto da empresa. Isso quer 
dizer que um aumento na receita total, por exemplo, não implica em um 
aumento no lucro, e vice-versa.
Mas o importante aqui é perceber que mudanças nos preços irão alte-
rar o nível de demanda e, consequentemente, impactar na receita total da 
empresa, positiva ou negativamente.
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 50_MIOLO_Teoria Econômica.indb 50 04/04/2022 10:11:0404/04/2022 10:11:04
– 51 –
Elasticidades
Com isso, toda vez que uma empresa for ajustar seus preços ou fazer 
uma promoção de vendas, deve estar antenada para o impacto que poderá 
causar em suas receitas.
3.4 Elasticidade Cruzada Preço da Demanda
Conforme Mankiw (2020), se a mudança no preço de um bem “y” pode 
mudar sua demanda, o que acontece com a demanda do bem substituto, 
por exemplo? A resposta mais provável é que ela terá uma mudança tam-
bém. Pense em duas marcas de refrigerantes, como a Coca-Cola e a Pepsi. A 
mudança no preço da Coca-Cola poderá mudar a demanda da Pepsi.
É possível medir esse fenômeno? Sim, por meio da Elasticidade Cru-
zada Preço da Demanda (EPDc). Uma variação no preço de “y” gera uma 
mudança na demanda de “x”.
Matematicamente, a Elasticidade Cruzada Preço da Demanda é 
expressa por:
EPDC = 
∆% quantidade Demandada “x”
∆% preço “y” =
∆Qx
∆Py
3.5 Elasticidade Preço da Oferta (EPO)
Da mesma forma que a demanda, a oferta também é sensível aos 
movimentos nos preços. Logo, a elasticidade-preço da oferta é a resposta 
relativa da quantidade ofertada de um bem às variações de seu preço.
Matematicamente, a elasticidade-preço da oferta é expressa por:
EPO = ∆% quantidade Ofertada
∆% preço =
∆Q
∆P
Representação gráfica das curvas de oferta elástica (Gráfico 3a) e 
inelástica (Gráfico 3b).
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 51_MIOLO_Teoria Econômica.indb 51 04/04/2022 10:11:0404/04/2022 10:11:04
Teoria econômica
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Figura 3.3 – Oferta Elástica (a) e Oferta Inelástica (b)
Px Px
Qx Qx
Fonte: Mankiw (2020).
No Gráfico 3a, ocorre um grande aumento na quantidade ofertada 
com uma pequena alteração nos preços.
No Gráfico 3b, ocorre um pequeno aumento na quantidade ofertada 
com uma grande alteração nos preços.
3.6 Elasticidade-Renda da Demanda (ERD)
A renda também tem um forte impacto no consumo de bens e servi-
ços, ou seja, mudanças no nível de renda dos consumidores afetam suas 
preferências (HUBBARD, 2010).
Um aumento “vertical” na renda, quando um agente econômico passa 
a receber significativamente mais, promove um aumento na demanda de 
determinados bens e serviços, em especial, nos mais sofisticados e de luxo. 
Já um aumento “horizontal”, onde diversos agentes econômicos passam a 
ganhar mais, por meio do crescimento econômico, por exemplo, irá pro-
mover a expansão do consumo de diversos bens e serviços.
A elasticidade-renda da demanda (ERD) mede a sensibilidade da 
demanda a mudanças na renda, coeteris paribus.
Seu resultado pode ser ER > 0 positivo, ou ER < 0 negativo.
Matematicamente, a elasticidade-renda da demanda é expressa por:
ERD = ∆% quantidade Demandada 
∆% Renda =
∆Q
∆P
_MIOLO_Teoria Econômica.indb 52_MIOLO_Teoria Econômica.indb 52 04/04/2022 10:11:0404/04/2022 10:11:04
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Elasticidades
3.6.1 Bem Normal ER > 0 (Positiva)
Conforme Passos (2016), as relações entre renda e quantidade deman-
dada tendem a ser de natureza direta, ou seja, se aumenta a renda, aumenta 
a demanda.
Para a “maioria” dos bens e serviços, um aumento na renda provoca 
um aumento na demanda, coeteris paribus.
Roupas, tênis, computadores e celulares são um bom exemplo de bens 
normais. Eles estão presentes em nosso cotidiano e são muito influencia-
dos com um aumento ou queda no nível de renda dos agentes econômicos.
No entanto, quando a elasticidade-renda da demanda é maior que 
zero, mas menos que um (ER > 0, porém < 1), a elasticidade-renda é 
baixa, o que torna a demanda inelástica em relação à renda.
Geralmente, refere-se a bens considerados como necessidades econô-
micas e, por isso, possuem baixa elasticidade-renda. Exemplo: alimenta-
ção e educação, e até mesmo cigarros podem ser incluídos nessa categoria. 
Obviamente, perceba que isso depende do comportamento do consumidor.
Um aumento de 10% na renda provoca um aumento proporcional-
mente menor na demanda, 5%, por exemplo, logo, o resultado da elastici-
dade será 0,5 (ER > 0, porém < 1).
ER = 5% = 0,5
10%
Quando a elasticidade-renda da demanda for igual a um (ER = 1), 
temos uma elasticidade-renda unitária. A demanda por imóveis, por exem-
plo, tende a apresentar elasticidade-renda unitária (PASSOS, 2016).
ER = 10% = 1
10%
Quando a elasticidade-renda da demanda for maior que um (ER > 1), 
significa que é alta. A demanda por este bem é elástica em relação à renda.
ER = 30% = 3
10%
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Teoria econômica
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Podemos citar como exemplo os livros, videogames, automóveis, 
além dos os bens supérfluos: joias, casaco de pele, ou seja, bens de luxo, 
que possuem elasticidade-renda muito alta.
Quando a elasticidade-renda da demanda for menor que zero (ER < 0), 
significa que os bens e serviços demandados são considerados inferiores 
(bem inferior). Isso acontece quando uma elevação na renda ocasiona uma 
queda na demanda de determinados bens e serviços. Um bom exemplo é o 
pão, mas também a batata e a carne de segunda. O pão é um complemento 
alimentar de consumidores de baixa renda, pois pode estar presente em 
todas as refeições de um dia, como café da manhã, almoço e janta.
Porém, quando a renda aumenta, o consumo desses bens tende a 
reduzir, já que é possível adquirir mais e, principalmente, melhores bens. 
Logo, o resultado da elasticidade será negativo (menor que zero).
ER = -5% = - 0,5
10%
Quando a elasticidade-renda da demanda for menor ou igual a zero 
(ER = 0), denominamos de elasticidade-renda nula, ou demanda anelástica, 
ou seja, quando ocorre um aumento na renda, não há alteração na demanda.
ER = 0% = 0
10%
Isso pode ocorrer com bens e serviços cujo consumo já está saciado, 
por exemplo. Mas perceba que depende muito do comportamento dos 
consumidores, bem como do estágio de desenvolvimento de uma econo-
mia (PASSOS, 2016).
3.7 Casos especiais de elasticidade
Curva de demanda infinitamente elástica ou perfeitamente elástica.
A elasticidade é infinita: EPD = ∞
Os consumidores estão dispostos a comprar qualquer quantidade ao 
preço R$ x, mas não comprarão nada a outro preço.
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Elasticidades
Uma pequena mudança no preço provoca uma infinita mudança na 
quantidade demandada, isto é, compram tudo ou não compram nada.
Figura 3.4 – Curva de Demanda Infinitamente Elástica
EPD = ∞
Q0 Q1 Q 
Fonte: Mankiw (2020).
Curva de demanda perfeitamente inelástica.
A quantidade demandada NÃO responde às variações no preço.
Se o preço subir de P1 para P2, a quantidade demanda permanece em Q0.
Figura 3.5 – EPD = 0
P
P1
P0
Q0 Q
EPD = 0
Fonte: Passos (2016).
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Teoria econômica
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