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324841510 Livro economia pdf

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Renata Moreira Lopes 
Paulo César Machado Feitosa
Economia
Renata Moreira Lopes 
Paulo César Machado Feitosa
ECONOMIA
Belo Horizonte
Novembro de 2015
COPYRIGHT © 2015
GRUPO ĂNIMA EDUCAÇÃO
Todos os direitos reservados ao:
Grupo Ănima Educação
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610/98. Nenhuma parte deste livro, sem prévia autorização 
por escrito da detentora dos direitos, poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios 
empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravações ou quaisquer outros.
Edição
Grupo Ănima Educação
Vice Presidência
Arthur Sperandeo de Macedo
Coordenação de Produção
Gislene Garcia Nora de Oliveira
Ilustração e Capa
Alexandre de Souza Paz Monsserrate
Leonardo Antonio Aguiar
Equipe EaD
Conheça 
a Autora
Renata Moreira Lopes. Graduada em Ciências 
Econômicas pela Universidade Federal de 
Minas Gerais, graduada em Administração 
pela Pontifícia Universidade Católica de 
Minas Gerais e Mestre em Administração pela 
FEAD- MG. Atualmente é professora do Centro 
Universitário UNA. Tem experiência como 
professora em graduação, pós-graduação e 
EAD. Atua na área de Economia (Economia e 
Mercado, Microeconomia, Macroeconomia), 
da qual ministrou aulas presenciais e de EAD.
Conheça 
o Autor
Paulo César Machado Feitosa é Mestre pela 
EAESP-FGV, área de concentração Economia 
Aplicada e Graduado em Administração pela 
FACE/UFMG. Desde 1993 é Professor de Teoria 
Macroeconômica I, Economia Monetária e 
Economia Industrial no Curso de Ciências 
Econômicas da Faculdade de Ciências 
Econômicas do Centro Universitário União de 
Negócios e Administração. Já atuou como 
Professor de Teoria Macroeconômica - Curso 
de Pós-Graduação em Economia do Banco 
Central do Brasil em Belo Horizonte e PUC/
MG. Também atuou no Banco Central do Brasil 
(BCB); Secretaria de Estado da Fazenda de 
Minas Gerais; Secretaria de Planejamento e 
Coordenação Geral do Estado de Minas Gerais; 
Empresa de Processamento de Dados do Estado 
de Minas Gerais S.A.- PRODEMGE.
Prezado (a) aluno (a): 
O objetivo desse curso é apresentar o estudo da economia. Você 
aprenderá conceitos econômicos básicos, mas, ao mesmo tempo, 
essenciais para o entendimento da disciplina. 
O estudo e entendimento da economia são de grande importância para 
todo cidadão, pois se trata de uma ciência muito abrangente e que 
impacta diretamente na vida de toda uma sociedade. Compreender a 
economia é fundamental para que você possa entender o mundo no 
qual vive, além de ajudá-lo no processo de tomada de decisão na vida 
pessoal e profissional. 
Outro fator importante é que quando estuda-se a economia, você vai 
verificar uma grande ampliação no seu conhecimento de país e de 
mundo, além de entender as decisões dos governantes quanto às 
mudanças de estratégias adotadas e seus resultados na vida de cada 
cidadão. 
A Ciência Econômica estuda formas de distribuir, da melhor maneira 
possível, os recursos que são escassos para todos os indivíduos. Esse 
estudo é dividido em dois ramos: Microeconomia e Macroeconomia. 
A Microeconomia vai se dedicar ao estudo do comportamento dos 
consumidores e produtores dentro do mercado de bens e serviços. Já a 
Macroeconomia vai tratar do estudo da economia de forma global, como 
um todo. 
A partir desse material, você entenderá as forças de oferta e demanda 
que acontecem no mercado e como elas afetam os preços e as decisões 
de consumo. Aprenderá também como as empresas tomam decisões a 
partir do levantamento dos custos dos fatores produtivos, importantes 
na formação de preço de um produto.
Apresentação 
da disciplina
Compreenderá ainda que o funcionamento dos mercados competitivos 
e das outras formas de mercado contam somente com um único 
vendedor ou poucos vendedores, afetando o bem-estar econômico.
E, por fim, abordaremos o funcionamento das políticas macroeconômicas, 
como as políticas fiscal, monetária e cambial. Além disso, saberemos 
como elas interferem na inflação, no desemprego e no crescimento 
econômico de um país.
Espero que aproveite o curso e utilize seus conhecimentos a partir de 
agora, tanto no seu dia a dia, ao decidir sobre consumo e investimento, 
quanto no seu trabalho, a partir das forças que regem a economia.
UNIDADE 1 003 
Conceitos iniciais 004 
O conceito de economia e sua relação com a escassez 005
A escassez e os problemas econômicos 006
A escassez e o custo de oportunidade 008
Os fatores de produção e a fronteira de possibilidade de produção 010
Fluxos econômicos numa economia de mercado 012
Revisão 016
UNIDADE 2 018 
Oferta, demanda e mercado 019
Mercados e competição 021
Demanda 022
Oferta 026
Ofertas e demanda reunidas - equilíbrio de mercado 029
Revisão 032
 
UNIDADE 3 035 
Elasticidade da demanda da oferta 036
Elasticidade-preço da demanda 037
Fatores que interferem na elasticidade-preço da demanda: 039
A elasticidade-cruzada da demanda 042
A elasticidade-renda demanda 044
A elasticidade da oferta 045
Revisão 047
 
UNIDADE 4 049
A empresa: produção, custos e lucros 050
Empresas 051
Função de produção: curto e longo prazo 052
Custos contábeis e custos explícitos 057
Lucro econômico 057
Revisão 060
UNIDADE 5 062
Estruturas de mercado 063
Estrutura de mercado 066
As caractereisticas específicas de concorrência perfeita 073
O Monopólio 081
O Oligopólio 084
Revisão 090
UNIDADE 6 093
Principais conceitos macroeconômicos 094
A distinção Micro e Macroeconômica 098
Os fundamentos microeconômicos da Macroeconomia 101
O surgimento da Macroeconomia e o princípio da demanda efetiva 102
As principais variáveis e os problemas-chave da Macroeconomia 104
Estrutura básica do modelo macroeconômico 110
Inflação e Sistema de Metas de Inflação 112
Contabilidade Nacional – Medindo o PIB ou Avaliando o 
Nível de Atividade Econômica 115
A renda nacional 121
Despesa nacional 124
Revisão 129
 
UNIDADE 7 132
Política fiscal e monetária 133
A importância econômica (e crescente) do governo 137
Política macroeconômica: conceito, objetivos e 
principais instrumentos 141
Variáveis relacionadas à política fiscal 157
Indicadores monetários 159
Indicadores conceitos relativos ao setor externo 160
Política monetária - observações adicionais 162
Revisão 167
UNIDADE 8 171
Economia Internacional 172
Um sobrevoo sobre nosso conteúdo 172
Uma visão paronâmica pelas teorias de comércio 
internacional e sua evolução 176
O balanço de pagamentos 182
Conceito de câmbio 190
Política cambial 193
Mercado de câmbio 194
Revisão 197
REFERÊNCIAS 199
Conceitos 
iniciais
• O conceito de 
economia e sua 
relação com a 
escassez
• A escassez e 
os problemas 
econômicos
• A escassez 
e o custo de 
oportunidade
• Os fatores de 
produção e a 
fronteira de 
possibilidade 
de produção
• Fluxos 
econômicos 
numa economia 
de mercado
• Revisão
Introdução
Nesta unidade, estudaremos alguns conceitos econômicos 
essenciais para o entendimento de todo o restante do material.
Será abordado inicialmente o conceito de economia e a sua 
utilização na vida diária e profissional de todos os cidadãos. 
O estudo da economia é muito importante, pois veio para ajudar 
o indivíduo e sociedade a fazerem escolhas e decidirem a melhor 
maneira para utilizar os recursos que são escassos, de forma a 
atender as suas necessidades.
Você entenderá que na economia sempre existirá uma escolha a ser 
feita. Isso porque há diversas opções possíveis em nossa vida. E 
toda a escolha implica em uma renúncia. Por exemplo: para poder 
se dedicar ao estudo e tirar boas notas, você terá que renunciar a 
muitos convites de festas e baladas. 
Outraabordagem são os fatores utilizados na produção e como as 
empresas fazem sua melhor alocação e observam seus custos de 
forma a otimizar seus ganhos, conseguindo se manter no mercado 
de forma competitiva e lucrativa.
E, ao final, você descobrirá como funciona o mercado econômico 
e a geração de renda. Nesse processo é essencial a presença das 
famílias como consumidores e das empresas como vendedores, 
para que haja melhor distribuição dos fatores produtivos, fluxo do 
dinheiro, geração de riqueza e crescimento econômico.
ECONOMIA
unidade 1
005
Os recursos 
existentes no mundo 
são escassos e as 
necessidades e 
desejos humanos 
são ilimitados. 
O conceito de economia 
e sua relação com a 
escassez
Os recursos existentes no mundo são escassos e as necessidades 
e desejos humanos são ilimitados. Dessa forma, o indivíduo 
irá sempre deparar-se com escolhas para atender às suas 
necessidades da melhor maneira. 
Para adquirir os bens e serviços necessários para atender aos 
seus desejos, as pessoas se ocupam de atividades produtivas, são 
remuneradas e essa renda limitará o seu consumo. Dessa forma, as 
escolhas devem ser bem feitas para que o indivíduo alcance o nível 
de bem-estar material mais alto possível a partir dos recursos que 
tem disponível.
Segundo Vasconcellos (2006):
A palavra economia vem do grego oikos (casa) e 
nomos (norma, lei). Portanto, ‘administração da casa’, 
ou seja, através do estudo da economia, você vai 
entender como são distribuídos os recursos que são 
escassos de forma a atender as necessidades de 
cada indivíduo e da sociedade como um todo. Pode-
se dizer que o objeto de estudo da ciência econômica 
é a questão da escassez, ou seja, como ‘economizar’ 
recursos. (VASCONCELLOS, 2006, p. 3).
TROSTER e MOCHÓN (2006, p. 5), por sua vez, definem a 
importância do estudo da economia da seguinte forma: “A economia 
estuda a maneira como se administram os recursos escassos, 
com o objetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los para seu 
consumo entre os membros da sociedade.”
ECONOMIA
unidade 1
006
Quando os preços 
dos produtos se 
elevam e não é 
possível ter renda 
suficiente para 
arcar com os novos 
preços, é necessário 
fazer alterações no 
estilo de vida para 
adaptar-se às novas 
realidades.
FIGURA1 - Recursos escassos na economia
Fonte: http://humortadela.bol.uol.com.br/
busca?inputBuscaSite=economia. Acessado em 23-
10-2014.
Essa charge ilustra a escassez dos bens e como o indivíduo se 
adapta a esse fato. Quando os preços dos produtos se elevam e 
não é possível ter renda suficiente para arcar com os novos preços, 
é necessário fazer alterações no estilo de vida para adaptar-se às 
novas realidades.
A escassez e os 
problemas econômicos 
Como os recursos não estão disponíveis para todos, as sociedades 
se organizam para responder a três problemas econômicos que são 
essenciais:
1. O que e quanto produzir? A sociedade deverá decidir em 
que se especializar para produzir melhor e quanto deverá 
ser produzido. Ex.: O país produzirá mais soja ou mais café?
2. Como produzir? Obtenção de eficiência produtiva no que 
foi escolhido. Ex.: Qual tecnologia será envolvida nessa 
produção?
ECONOMIA
unidade 1
007
Em geral, os 
mercados levam 
à eficiência na 
utilização dos 
recursos.
3. Para quem? Decisão relacionada a quem será destinada a 
produção. Ex.: Região nordeste ou sul? Mercado externo ou 
interno?
A partir dessas decisões, haverá uma especialização da economia e 
o país produzirá em maior quantidade e com eficiência, aproveitando 
melhor os recursos que são escassos, relacionando-se com os 
países estrangeiros, fazendo troca de produtos, atendendo às 
necessidades da sociedade e buscando uma melhor distribuição de 
renda e geração de riqueza entre os indivíduos.
Os governos, muitas vezes, intervêm nessas decisões que podem 
alterar a estrutura econômica de um país e formar a sua economia 
de mercado ou simplesmente podem deixar o mercado se 
autorregular, mediante as relações existentes entre consumidores 
e produtores.
Conforme KRUGMAN (2007, p. 12), “para os economistas, os 
recursos de uma economia são usados eficientemente quando 
conseguem explorar plenamente todas as oportunidades de 
melhorar a situação de cada um, atendendo aos objetivos da 
sociedade”
Em geral, os mercados levam à eficiência na utilização dos recursos. 
Vejamos um exemplo: uma determinada indústria automobilística 
vende carros que apresentam diversos problemas mecânicos, 
fazendo com que seus donos busquem oficinas para fazerem os 
reparos nos veículos. Se esse problema não for resolvido, o que 
acontecerá com a venda de carros dessa marca? Provavelmente 
haverá uma queda brusca, pois os futuros compradores de carro 
obterão informações quanto à qualidade dos carros, o que pode 
levar ao fechamento dessa fábrica.
Por isso, podemos dizer que o próprio mercado seleciona os 
produtores que são mais eficientes e que oferecem maior bem-
estar. Quando falamos de um mercado competitivo, ou seja, um 
ECONOMIA
unidade 1
008
Todo ser humano se 
depara com escolhas 
no seu dia a dia. 
Ao entrar para a 
faculdade, você deve 
ter se deparado com 
dúvidas relacionadas 
ao curso escolhido.
mercado no qual existem muitos produtores, aqueles que não 
conseguem sobressair são excluídos.
Às vezes, quando o mercado não consegue ser eficiente para 
atender aos anseios da sociedade, os governos podem decidir por 
intervir e alterar as formas como os recursos da sociedade estão 
sendo utilizados. Por exemplo: se um shopping é construído em 
uma determinada região, gerando grandes congestionamentos 
no trânsito, podem ser construídos viadutos, ampliadas as 
ruas em torno, utilizadas saídas alternativas, reduzindo os 
congestionamentos e fazendo com que o trânsito flua de forma 
mais eficiente.
Portanto, é muito importante que a sociedade saiba identificar o 
mau funcionamento dos mercados, exigindo políticas públicas que 
sejam mais adequadas a cada situação, otimizando assim o bem-
estar dos indivíduos.
A escassez e o custo 
de oportunidade
Todo ser humano se depara com escolhas no seu dia a dia. Ao 
entrar para a faculdade, você deve ter se deparado com dúvidas 
relacionadas ao curso escolhido. Será que estou fazendo uma boa 
escolha? Vou gostar desse curso? Vou conseguir um bom emprego 
e ser bem remunerado ao final desse curso?
Esses são exemplos de dúvidas que devem ter passado pela sua 
cabeça e você deve estar se perguntando: qual é a relação que isso 
tem com o estudo da economia?
Um problema econômico é a escassez, que pode ser de renda, 
de tempo, de recursos produtivos. E essa escassez pode ser 
cada vez maior se o indivíduo tiver o desejo de adquirir uma 
ECONOMIA
unidade 1
009
Na economia, esse 
custo é chamado 
de custo de 
oportunidade, que 
é definido como 
a quantidade de 
bens ou serviços 
que devem ser 
renunciados para a 
obtenção daquele 
escolhido. 
quantidade de bens e serviços bem maior que a disponibilidade, 
de acordo com TROSTER e MÓCHON (2006). 
Ao fazer uma escolha, uma renúncia necessariamente acontecerá. 
Voltando ao exemplo da faculdade, observe que os benefícios 
que você obterá com essa escolha são inquestionáveis, como o 
enriquecimento intelectual e melhores oportunidades de emprego. 
Mas, quais são os custos relacionados a essa escolha? Você vai 
pensar no custo dos livros, transporte, alimentação, mensalidade. 
Entretanto, não estou falando somente desses custos. E o tempo 
que você passa em sala de aula e estudando em casa? Você poderia 
estar, por exemplo, trabalhando ou descansando nesseperíodo. 
Caso houvesse a possibilidade de trabalhar no horário da aula, o 
salário que você deixa de ganhar pode ser considerado como um 
custo da sua educação.
Na economia, esse custo é chamado de custo de oportunidade, 
que é definido como a quantidade de bens ou serviços que devem 
ser renunciados para a obtenção daquele escolhido. 
FIGURA 2 - Custo de oportunidade
Fonte: http://economia-a.blogspot.com.br/2012/03/o-custo-de-
oportunidade.html. Acesso em: 19/12/2014. 
ECONOMIA
unidade 1
010
E não somente 
o indivíduo, mas 
as empresas se 
deparam com 
essas escolhas 
diariamente, e vão 
gerando custo de 
oportunidade. 
A figura anterior apresenta uma decisão de escolhas: estudar 
mais um pouco ou parar e fazer um lanche. Ela não pode fazer as 
duas coisas ao mesmo tempo. Se a estudante optar por continuar 
estudando, o custo de oportunidade seria deixar de fazer o lanche e 
dessa forma, continuar com fome. Caso ela opte por fazer o lanche, 
o custo de oportunidade seria parar de estudar e assim o seu tempo 
de estudo seria reduzido. 
E não somente o indivíduo, mas as empresas se deparam com 
essas escolhas diariamente, e vão gerando custo de oportunidade. 
Uma empresa, por exemplo, ao dedicar o seu investimento em um 
determinado produto, está abrindo mão de investir em outros que 
poderiam ser produzidos.
Os fatores de produção 
e a fronteira de 
possibilidade 
de produção
Para atender às necessidades humanas, as empresas produzem 
bens e serviços e, ao fazê-lo, precisam dos chamados recursos ou 
fatores produtivos, que serão combinados ao longo do processo 
produtivo. 
De acordo com VICECONTI e NEVES (2005), os fatores de produção 
são classificados como:
1. Terra ou Recursos naturais: o que for fornecido pela 
natureza e é utilizado na produção.
2. Trabalho: o tempo e a capacidade intelectual de um 
indivíduo dedicado à atividade produtiva.
3. Capital: é o chamado estoque de capital e contempla os 
investimentos realizados em edificações, maquinário e 
ECONOMIA
unidade 1
011
instalações necessárias à produção dos bens.
Para ajudar na decisão do o que, quanto, como e para quem 
produzir, observando a questão da escassez dos recursos, 
utilizaremos o conceito de curva ou fronteira de possibilidade de 
produção.
A curva ou fronteira de possibilidade de produção demonstrará 
as opções que são oferecidas à sociedade e a necessidade de 
escolha.
Ao optar por produzir um determinado bem, uma renúncia será feita 
(custo de oportunidade).
De acordo com o quadro abaixo, podemos exemplificar a 
possibilidade de produção.
QUADRO 1 - Custo de Oportunidade
 *Unidades de trigo que não devem ser produzidas para obter-se uma unidade adicional de algodão.
 
 Fonte: TROSTER; MÓCHON, 2002, p. 15. 
Opção Algodão Trigo Custo de oportunidade*
A 0 7,5 
B 1 7,0 0,5
C 2 6,0 1,0
D 3 4,5 1,5
E 4 2,5 2,0
F 5 0,0 2,5
ECONOMIA
unidade 1
012
GRÁFICO 1 - A curva ou fronteira de possibilidade de produção 
TRIGO
ALGODÃO
A
B
C
D
E
F
7,5
7,0
6,0
4,5
2,5
1 2 3 4 5
Fonte: TROSTER; MÓCHON, 2002, p. 15.
A curva reflete as opções oferecidas à sociedade e as possíveis 
escolhas, lembrando que a maior produção de um bem implica na 
menor produção do segundo bem.
Nesse exemplo, o custo de oportunidade de uma unidade de 
algodão é o número de unidades de trigo que é preciso deixar de 
produzir para obtê-la.
Fluxos econômicos 
numa economia de 
mercado
Ao verificarmos a versão simplificada do funcionamento de 
economia de mercado, conforme VICECONTI e NEVES (2005), 
é necessário fazer a distinção de dois agentes econômicos 
fundamentais: as unidades produtivas ou empresas e as unidades 
consumidoras ou famílias.
As famílias, proprietárias do fator de produção Trabalho, utilizam 
ECONOMIA
unidade 1
013
os salários (renda originária da cessão de seu uso para empresas) 
para comprar os bens e serviços que produzidos pelas empresas, a 
fim de satisfazerem suas necessidades.
FIGURA 3 – Fluxo de bens e serviços e dos fatores produtivos e dos pagamentos monetários
 P
agam
entos monetários pelos produtos
 
 
FLUXO 
DE PRODUTOS 
Famílias
• Consomem bens e serviços 
finais produzidos pelas 
empresas
• Fornecem fatores produtivos 
para as empresas
Empresas
• Fornecem bens e serviços aos 
consumidores
• Utilizam fatores produtivos 
fornecidos pelas famílias
FLUXO MONETÁRIO
FATORES 
PRODUTIVOS
FLUXO 
MONETÁRIO
Terra, trabalho e capital
Pagamentos monetários pelos 
fatores produtivos
Fonte: TROSTER; MÓCHON, 2002, p. 46.
_____ Fluxos reais
......... Fluxos monetários
O mercado econômico funcionará somente com o funcionamento 
desse fluxo, ou seja, é essencial que haja um consumo e uma oferta 
de mão de obra por parte das famílias e de produção de bens e 
serviços e pagamento dos salários por parte das empresas. 
ECONOMIA
unidade 1
014
O que é custo de oportunidade?
20/12/2010 por RAFAEL SEABRA | EDUCAÇÃO FINANCEIRA21
http://queroficarr ico.com/blog/2010/12/20/o-que-e-custo-de-
oportunidade/ Acessado em 23-10-14
Comprar alguma coisa que queremos muito é extremamente prazeroso. 
Melhor ainda quando esse bem cabe sem sufoco no nosso orçamento. 
Existem vários perfis de compradores, desde os inconsequentes (“ah, 
vou comprar e depois vejo como vou pagar”) até aqueles que colocam na 
ponta do lápis pra saber se essa aquisição é mesmo viável. Entretanto, 
independe do perfil, 99,9% dos consumidores não levam em consideração 
o custo de oportunidade.
O propósito desse artigo é discutir sobre esse importante fator a ser 
considerado em qualquer aquisição que fizermos, até mesmo para 
escolher opções de investimentos. 
Definição
Segundo o Wikipedia:
O custo de oportunidade é um termo usado em economia para indicar 
o custo de algo em termos de uma oportunidade renunciada, ou seja, o 
custo, até mesmo social, causado pela renúncia do ente econômico, bem 
como os benefícios que poderiam ser obtidos a partir desta oportunidade 
renunciada ou, ainda, a mais alta renda gerada em alguma aplicação 
alternativa.
Em outras palavras, quando decidimos comprar um determinado bem, 
alocando assim parte do nosso capital para adquiri-lo, estamos abrindo 
mão (renunciando) de investir esse dinheiro numa aplicação financeira 
(oportunidade renunciada), deixando assim de obter o maior retorno 
financeiro possível.
Comprar alguma 
coisa que 
queremos muito 
é extremamente 
prazeroso. Melhor 
ainda quando esse 
bem cabe sem 
sufoco no nosso 
orçamento. 
ECONOMIA
unidade 1
015
Exemplos
Existe uma infinidade de exemplos para custos de oportunidade, mas 
gosto muito de utilizar a aquisição de um automóvel, por ser algo muito 
corriqueiro em nossas vidas, pois muitos adoram comprar um carro novo.
Quando você decide ir à concessionária e pagar, digamos, R$ 30 mil num 
veículo, você não está apenas imobilizando R$ 30 mil do seu patrimônio (na 
verdade, será menos que isso, pois o valor do carro cai consideravelmente 
assim que sai da loja) ou R$ 250 de combustível mensalmente ou R$ 150 
do seguro rateado em 12 meses ou todos os outros gastos para manter 
o bem. Além de tudo isso, você também está deliberadamente abrindo 
mão (renunciando) de receber aproximadamente R$ 240 mensalmente 
enquanto tiver o carro.
Ao optar por comprar o carro e renunciar a rentabilidade desse capital 
investido hipoteticamente em títulos públicos, a uma taxa líquida de 0,8% 
ao mês (R$ 30.000 * 0,008 = R$ 240,00), devemos passar a considerar 
esse custo de oportunidadedentre os gastos com o automóvel.
Nem tudo é apenas o lado financeiro…
A finalidade de calcular o custo de oportunidade dos bens mais valiosos 
que possuímos (imóvel, carro, casa de praia, entre outros) é sabermos o 
quanto estamos deixando de ganhar (financeiramente) para termos aquele 
objeto de desejo (que nos faz ganhar de outras formas).
Como o subtítulo sugere, não devemos considerar sempre o lado financeiro 
para tomar nossas decisões, mas é importante saber o que estamos 
renunciando para ter aquele bem desejado.
Feitas as contas, orçamento adequado e disposto a abrir mão dessa 
rentabilidade para adquirir o tão sonhado carro ou casa de praia? Não 
pense duas vezes! É assim que faz um consumidor consciente.
 
Fonte: SEABRA, Rafael. O que é custo de oportunidade?. 20 dez. 2010. Disponível 
em: http://queroficarrico.com/blog/2010/12/20/o-que-e-custo-de-oportunidade/>. 
Acesso em: 01 dez. 2014.
Como o subtítulo 
sugere, não devemos 
considerar sempre 
o lado financeiro 
para tomar nossas 
decisões, mas é 
importante saber 
o que estamos 
renunciando para 
ter aquele bem 
desejado.
ECONOMIA
unidade 1
016
Como os recursos 
não estão 
disponíveis para 
todos, as sociedades 
se organizam 
para responder 
a três problemas 
econômicos que são 
essenciais: o que e 
quanto, como e para 
quem produzir.
Revisão
A economia estuda como administrar os recursos disponíveis, com 
o objetivo de produzir bens diversos e distribuí-los para consumo 
entre os membros da sociedade.
A escassez não é um problema tecnológico, mas de disparidade 
entre desejos humanos e meios disponíveis. Uma vez satisfeitas as 
necessidades, surgem novos desejos.
Como os recursos não estão disponíveis para todos, as sociedades 
se organizam para responder a três problemas econômicos que são 
essenciais: o que e quanto, como e para quem produzir.
O custo de oportunidade que ocorre ao produzir um produto é ao 
que se deve renunciar em termos de outros bens que deixam de ser 
produzidos com os mesmos recursos.
Os recursos ou fatores produtivos são insumos utilizados na 
produção de um bem e são divididos em três grandes grupos: terra, 
trabalho e capital.
A fronteira de possibilidades de produção é côncava em relação 
à origem. Isso porque o custo de oportunidade aumenta conforme 
continua o processo de substituição da produção de um bem ou 
serviço pela produção de outro.
A curva ou fronteira de possibilidade de produção vai demonstrar as 
opções que são oferecidas à sociedade e à necessidade de escolha.
Por mercado, entende-se tratar de uma instituição social na qual os 
bens e serviços são trocados de maneira livre e voluntária.
O mercado econômico funciona da seguinte forma: as famílias 
(proprietárias do fator de produção Trabalho) utilizam os salários 
ECONOMIA
unidade 1
017
(renda originária da cessão de seu uso para empresas) para comprar 
os bens e serviços que essas empresas, a fim de satisfazerem suas 
necessidades.
Olá, aluno! 
Este vídeo é muito interessante, pois aborda resumidamente os conceitos 
introdutórios vistos nesta unidade. Não deixe de acessá-lo, pois trata-se 
de uma fonte complementar aos seus estudos!
ECONOMIA DESCOMPLICADA (PROGRAMA 01). Postado por: Saber mais na web. 
(05 min. 55 seg.): son. color. Port. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=lsg3UziSd54>. Acesso em: 01 dez. 2014.
Oferta, Demanda 
e Mercado
• Mercados e 
competição 
• Demanda 
• Oferta 
• Oferta e 
Demanda 
Reunidas – 
Equilíbrio de 
Mercado 
• Revisão 
Introdução
Nesta unidade, analisaremos o modelo de oferta e demanda, muito 
importante para o funcionamento da economia, pois por meio dele 
conseguimos entender o funcionamento dos mercados. Existe uma 
relação direta entre a oferta, a demanda e a alteração nos preços de 
venda dos produtos.
Supomos que você possui uma loja de eletrodomésticos e 
aumentou o seu estoque de ventiladores já pensando na demanda 
pelo produto no período do verão.
Entretanto, devido à forte seca, o calor tornou-se mais intenso 
mesmo na primavera e você já vendeu praticamente metade do 
estoque que você tinha adquirido para o verão. Você entra em 
contato com o fornecedor, mas ele informa que somente conseguirá 
fornecer mais ventiladores no mês de fevereiro do próximo ano, pois 
ele também não está conseguindo atender à demanda.
O que você pode fazer nesse momento? Continuar vendendo os 
ventiladores pelo preço inicial e aguardar até fevereiro para receber 
mais equipamentos ou aumentar o preço e conseguir obter uma 
maior lucratividade, devido à alta demanda por esse produto?
Tenho certeza que você optará por aumentar os preços, tentando 
assim garantir um maior lucro nas vendas, por causa do aumento 
excessivo da procura pelo ventilador.
É assim que ocorre na maioria das vezes quando temos excesso 
de demanda em um determinado mercado e o inverso ocorre, ou 
seja, quando a oferta é excessiva. Vamos analisar essas relações 
e entender por que os preços alteram quando falamos de um 
mercado competitivo.
Portanto, nesta unidade, você terá a oportunidade de estudar o 
conceito de oferta e o de demanda e a relação existente entre eles. 
A partir disso, constatará que esses conceitos são completamente 
aplicáveis no nosso dia a dia.
Também analisaremos outros fatores que interferem na oferta e 
na demanda, fazendo com que haja deslocamentos nas mesmas, 
demonstrando alterações nas quantidades.
E, ao final da unidade, será estudado o conceito de equilíbrio entre 
oferta e demanda e como isso afeta os preços dos produtos no 
mercado econômico.
ECONOMIA
unidade 2
021
São a oferta e a 
demanda juntas que 
fazem funcionar 
 uma economia.
Mercados e competição
Agora vamos entender o funcionamento do mercado econômico de 
acordo com a oferta e a demanda que acontece apenas no mercado 
competitivo.
São a oferta e a demanda juntas que fazem funcionar uma 
economia. E é por meio dessa interação que se determina a 
quantidade a ser produzida e o preço dos produtos.
O mercado competitivo, como será estudado mais adiante, é aquele 
no qual existe um grande número de vendedores e compradores e 
nenhum deles, individualmente, consegue exercer alguma influência 
sobre os preços.
FIGURA 4 – Mercado Competitivo
Fonte: AAFFonso. O valor do amor. 
A ilustração acima mostra, de forma cômica, como ocorre a 
concorrência no mercado competitivo.
ECONOMIA
unidade 2
022
A quantidade 
demandada irá variar 
de acordo com o seu 
preço de venda. 
Demanda
Para iniciar esse estudo, vamos verificar o comportamento dos 
compradores ou demandantes.
Conforme descrito por MANKIW (2009, p. 67), “a quantidade 
demandada de um bem qualquer é a quantidade desse bem que os 
compradores desejam e podem comprar”.
A quantidade demandada irá variar de acordo com o seu preço 
de venda. Quanto menor o preço de um produto, maior será a 
quantidade demandada e quanto maior o preço de um produto, 
menor será a quantidade demandada. Essa é a chamada lei da 
demanda. 
A lei da demanda apresenta essa relação inversa entre preço e 
quantidade, porque quando o preço de um bem aumenta, alguns 
consumidores deixarão de adquiri-los e outros irão trocá-lo por 
outro bem que esteja à altura. Ex.: se o preço do tomate subir, os 
consumidores podem simplesmente deixar de consumi-lo ou trocá-
lo por outro legume.
A curva da demanda
Conforme demonstrado na tabela abaixo, quanto maior for o preço 
de um produto, menor será a quantidade demandada. Por meio do 
gráfico, pode ser verificado que a curva de demanda é decrescente, 
pois demonstra essa relação inversa entre preçoe quantidade.
ECONOMIA
unidade 2
023
O deslocamento da 
curva de demanda 
acontecerá 
quando houver 
uma alteração 
em qualquer um 
dos fatores que 
podem influenciar 
a demanda, com 
exceção do preço. 
QUADRO 2 - Tabela de demanda
Preço de um 
DVD (R$)
Quantidade 
demandada (unid)
10 15
15 12
20 9
25 6
30 2
Fonte: LOPES, Renata Moreira (Autora). 
Preço
Quantidade
30
25
20
15
10
0 x
y
2 6 9 12 15
GRÁFICO 2 - Curva de demanda
Fonte: LOPES, Renata Moreira (Autora). 
Nesse gráfico, podemos verificar que a curva de demanda mostra 
a relação entre o preço de um bem e sua quantidade demandada. 
Podemos perceber que quando há um aumento no preço, a 
quantidade demandada é reduzida e quando há uma queda no 
preço, há um aumento na quantidade demandada.
Deslocamentos da curva de demanda
O deslocamento da curva de demanda acontecerá quando houver 
uma alteração em qualquer um dos fatores que podem influenciar a 
demanda, com exceção do preço. 
ECONOMIA
unidade 2
024
Se a demanda por 
um bem cai quando 
a renda aumenta, 
esse bem é chamado 
de bem inferior. 
Os fatores que fazem uma curva de demanda deslocar-se são:
• A renda dos consumidores: uma renda menor diminui o 
consumo e uma renda maior aumenta o consumo. Se a 
demanda por um bem aumenta quando há um aumento na 
renda, esse bem é chamado bem normal. Se a demanda por 
um bem cai quando a renda aumenta, esse bem é chamado 
de bem inferior. Um exemplo de bem inferior pode ser 
a passagem de ônibus. Se sua renda aumenta, você vai 
querer comprar um carro e deixar de andar de ônibus.
• Preço dos bens relacionados: quando há o aumento 
do preço de um bem, você pode deixar de comprá-lo e 
adquirir o seu substituto, que pode ser mais barato. Por 
exemplo, se houve um aumento na carne bovina, eu posso 
adquirir a carne suína, mais barata, no seu lugar. Quando 
há o aumento no preço de um bem, eleva a demanda de 
outro bem, esses bens podem ser classificados como 
bens substitutos. Quando o aumento do preço de um bem 
reduz a demanda de outro bem, podemos dizer que esses 
bens são complementares. Os bens complementares são, 
frequentemente, pares de bens usados em conjunto, por 
exemplo, sanduíche e maionese.
• Preferência dos consumidores: essas alterações 
podem ocorrer ao longo do tempo, seja pelas inovações 
tecnológicas ou pelas campanhas publicitárias que 
divulguem essas alterações. Se há um aumento na 
demanda de um produto, a curva se deslocará para direita. 
Se há uma redução na demanda do produto, a curva se 
deslocará para a esquerda.
• Tamanho do mercado e outros fatores: o tamanho do 
mercado está relacionado com a quantidade de pessoas 
que demandam aquele tipo de produto. Um outro fator que 
pode influenciar essa demanda é a expectativa relacionada 
à atividade econômica futura. 
ECONOMIA
unidade 2
025
Também pode-se 
supor uma alteração 
na renda, que teve o 
seu valor aumentado, 
proporcionando um 
maior consumo de 
bens pela população.
GRÁFICO 3 – Deslocamento da Curva de Demanda
$
P
Q1
D1 D
Q
Q
Fonte: Domínio Público. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=hlJEZdCRHmI. Acesso em: 
19/12/2014.
Conforme demonstrado no gráfico anterior, houve uma redução da 
quantidade demandada, mas o preço do bem se manteve o mesmo. 
Podemos supor uma queda na renda da população, o que promoveu 
uma redução na quantidade demandada dos bens em geral. 
$
P
D1 D
Q1 Q
Q
Fonte: Domínio Público. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=hlJEZdCRHmI. Acesso em: 
19/12/2014.
GRÁFICO 4 – Deslocamento da Curva de Demanda
Nesse segundo gráfico, percebemos que o deslocamento da 
curva de demanda foi para a direita, demonstrando que houve um 
aumento na quantidade demandada, mas não houve alteração nos 
preços. Também pode-se supor uma alteração na renda, que teve o 
seu valor aumentado, proporcionando um maior consumo de bens 
pela população.
ECONOMIA
unidade 2
026
Uma das grandes inovações, nos últimos anos, no mercado automotivo 
brasileiro foi a introdução dos veículos flex fuel, que permitem tanto o uso de 
gasolina quanto o de álcool como combustível no mesmo carro. Antes dessa 
inovação, o consumidor brasileiro tinha de optar entre um veículo movido 
a gasolina ou a etanol, ficando restrito à utilização de apenas um tipo de 
combustível. Nesse sentido, a introdução dos veículos flex fuel no mercado 
brasileiro aumentou o grau de substitutibilidade1 entre os dois combustíveis 
para o consumidor que adquirir um carro desse tipo. Em outras palavras, 
caso o preço da gasolina suba, o consumidor que possui um carro flex fuel 
pode optar por colocar etanol no seu tanque (configurando um movimento 
de mercado típico de bens substitutos entre si). 
Oferta
A oferta demonstra a quantidade de produtos que os produtores ou 
ofertantes disponibilizarão para o mercado. Na oferta, quanto maior 
for o preço de um produto, maior será a quantidade de produtores que 
irão ofertar aquele produto no mercado, porque os produtores querem 
aumentar os seus lucros. Quanto menor o preço de um produto, menor 
a quantidade de produtos que serão ofertados naquele mercado. 
QUADRO 3 - Quantidade ofertada de açaí
Fonte:LOPES, Renata Moreira (Autora). 
Preço do 
açaí (R$)
Quantidade 
ofertada do açaí
2,00 0
4,00 2
6,00 4
8,00 8
10,00 15
1 - O conceito de substituibilidade refere-se aos bens substitutos, que são aqueles 
que podem ser substituídos quando seus preços são aumentados.
ECONOMIA
unidade 2
027
Quanto maior 
o preço de um 
produto, maior 
será a quantidade 
ofertada. Essa é a 
Lei da Oferta.
Preço
Quantidade
 0 2 4 8 15 
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
Y
X
GRÁFICO 5 – Oferta 
Fonte: Domínio Público. Disponível em: http://
portalteses.icict.fiocruz.br/transf.php?script=thes_
chap&id=00004303&lng=pt. Acesso em: 19/12/2014. 
Quanto maior o preço do açaí, mais produtores participarão desse 
mercado e oferecerão mais produtos, pois o que eles querem é 
aumentar seus lucros. Quando o preço está baixo, vários ofertantes 
saem daquele mercado porque não querem obter um baixo lucro 
pela venda do produto, pois os custos de produção não serão 
cobertos por aquele preço.
A curva de oferta é crescente porque mostra uma relação direta 
entre preço e quantidade, ou seja, quanto maior o preço de um 
produto, maior será a quantidade ofertada. Essa é a Lei da Oferta.
Deslocamentos da curva de oferta
Os fatores que podem causar o deslocamento da curva de oferta, 
aumentando ou diminuindo a quantidade ofertada de um determinado 
produto podem ser:
• Preço dos fatores produtivos ou insumos: quando 
há uma alteração no preço dos insumos utilizados na 
produção de um bem, os custos serão modificados. Dessa 
forma, o produtor poderá produzir mais ou menos de um 
ECONOMIA
unidade 2
028
 Quando aumenta o 
preço de um insumo, 
o produtor ofertará 
menos daquele bem 
e o contrário irá 
ocorrer na redução 
do preço desse 
insumo.
determinado bem. Quando aumenta o preço de um insumo, 
o produtor ofertará menos daquele bem e o contrário irá 
ocorrer na redução do preço desse insumo.
• Tecnologia existente: inovações tecnológicas podem 
aumentar a produção de um determinado bem sem 
aumentar o custo de produção, o que levará o produtor a 
ofertar mais bens no mercado.
• Expectativas: a quantidade de produto produzido 
dependerá das expectativas em relação ao futuro da 
atividade econômica de um país. No ano da Copa de Futebol 
no Brasil, os brasileiros compraram maistelevisores, sendo 
assim, será percebido um aumento na oferta de televisores 
no mercado.
GRÁFICO 6 – Deslocamento da Curva de Oferta
$
P
8.000 10.000
Q
O O1
Fonte: Domínio Público. Disponível em: https://
www.youtube.com/user/DestroDois. Acesso em: 
11/12/2014.
O deslocamento da curva de oferta para a direita demonstra que 
houve um aumento na quantidade ofertada de produtos no mercado, 
mas o preço de venda não alterou. Por que então esse deslocamento 
ocorreu?
Supomos que foi inventado um equipamento que permite aumentar a 
produção sem impactar no custo de venda do produto. Sendo assim, 
o ofertante conseguirá disponibilizar mais bens no mercado, conforme 
demonstrado no gráfico acima. Esse é um caso de introdução de uma nova 
tecnologia.
ECONOMIA
unidade 2
029
GRÁFICO 7 – Deslocamento da Curva de Oferta
$
P
8.000 10.000
Q
O O1
Fonte: Domínio Público. Disponível em: https://www.
youtube.com/user/DestroDois. Acesso em: 11/12/2014.
Já nesse gráfico, o que ocorreu foi um deslocamento da curva de 
oferta para a esquerda, indicando que os produtores reduziram 
a oferta de um determinado bem. Isso pode ter ocorrido, por 
exemplo, devido ao custo de produção daquele bem. Vamos 
supor que o custo da matéria-prima utilizada foi aumentada, mas 
o ofertante não pode repassar esse aumento para a venda, pois 
o mercado manteve o mesmo preço. Dessa forma, ele prefere 
ofertar menor quantidade desse bem no mercado.
Oferta e Demanda 
Reunidas – Equilíbrio 
de Mercado
Após a análise, em separado, das curvas de oferta e demanda, 
vamos analisá-las em conjunto e verificar o que acontece com 
essa interação.
ECONOMIA
unidade 2
030
GRÁFICO 8 – Oferta e Demanda reunidas
Preço
Qtde
Pv
PE
Px
QE
E
O
D
y
0
Excesso de 
Oferta
Excesso de Demanda
Fonte: SANTOS, 2001.
No ponto de interseção das curvas de oferta e demanda é que 
vamos ter o chamado ponto de equilíbrio. Nesse ponto, temos o 
preço de equilíbrio (onde os planos dos ofertantes e demandantes 
se coincidem) e a quantidade de equilíbrio (onde a quantidade 
ofertada é igual à quantidade demandada). Quando o preço de 
equilíbrio é alcançado, toda a produção ofertada no mercado é 
demandada.
Entretanto, esse mercado de equilíbrio nem sempre acontece. Quando 
há uma mercadoria excedente, que não foi vendida, a concorrência 
entre os vendedores fará o preço descer. Isso ocorre quando há um 
excesso de oferta, situação na qual a quantidade ofertada é maior 
do que a quantidade demandada. Ao contrário, quando há mais 
demandantes do que mercadorias oferecidas no mercado, haverá 
uma pressão dos ofertantes para elevar os preços. Isso acontecerá 
quando há um excesso de demanda, situação na qual a quantidade 
demandada é maior do que a quantidade ofertada.
INFLAÇÃO
IBGE: refeição fora de casa pressiona inflação em 2014
Item já subiu 7,64% de janeiro a setembro, o equivalente a 0,39 ponto 
porcentual da inflação de 4,61% registrada pelo IPCA no mesmo período. 
ECONOMIA
unidade 2
031
Embora as carnes tenham sido os vilões da inflação em setembro, o 
item que mais pesou no bolso dos consumidores até agora em 2014 foi 
a refeição fora de casa, segundo dados do Índice Nacional de Preços 
ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados nesta quarta-feira, 08, pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O item já subiu 
7,64% de janeiro a setembro, o equivalente a 0,39 ponto porcentual da 
inflação de 4,61% registrada pelo IPCA no mesmo período.
“Rio e São Paulo vêm sendo pressionados muito pela refeição fora de 
casa, pelos alimentos consumidos fora de casa. E teve esse período 
de Copa, que teve um movimento muito concentrado nesses dois 
Estados e propiciou aumento”, explicou Eulina Nunes dos Santos, 
coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
Em 12 meses, a inflação do grupo Alimentação e Bebidas alcançou 
9,19% em São Paulo. No Rio de Janeiro, a alta é de 9,86%. 
Eulina explica que a demanda em alta propicia que os preços dos 
alimentos consumidos fora do domicílio aumentem acima dos custos 
dos empreendimentos de alimentação. “O desemprego está baixo, as 
pessoas estão comendo fora. Os alimentos estão subindo, mas esse 
não é o principal custo dos empreendimentos de refeição. Tem energia 
elétrica, os salários vêm subindo mais que a inflação. E a demanda 
nessa área não coloca muito limite para os aumentos que possam 
acontecer”, avaliou. 
Em setembro, o item refeição fora de casa aumentou 1,02%, uma 
contribuição de 0,05 ponto porcentual para o IPCA de 0,57% registrado 
no mês. A maior contribuição para a inflação foi decorrente da alta de 
3,17% no preço das carnes, o equivalente a 0,08 ponto porcentual.
“Os pecuaristas argumentam que os pastos ainda estão secos por 
conta da seca do início do ano, e esse período é de fato de entressafra. 
Outro fator que vem sendo atribuído é a exportação. O Brasil é o 
principal exportador de carne, e a arroba do boi vem subindo desde o 
início do ano. Os mercados (internacionais) estão muito favoráveis ao 
mercado brasileiro (de carne)”, justificou Eulina. Ela mencionou ainda 
que também pode haver influência de especulação, de produtores que 
Em 12 meses, a 
inflação do grupo 
Alimentação e 
Bebidas alcançou 
9,19% em São Paulo. 
No Rio de Janeiro, a 
alta é de 9,86%. 
ECONOMIA
unidade 2
032
não querem matar o gado para manter os preços mais altos.
Fonte: IBGE: REFEIÇÃO fora de casa pressiona inflação em 2014. In: Jornal do 
Commercio – Economia. 08 out. 2014. Disponível em: <http://jconline.ne10.uol.
com.br/canal/economia/nacional/noticia/2014/10/08/ibge-refeicao-fora-de-
casa-pressiona-inflacao-em-2014-150014.php>. Acesso em: 28 out. 2014.
Revisão
Por mercado entende-se a instituição social, onde bens e serviços 
são trocados de maneira livre e voluntária.
A demanda de determinado consumidor por um bem específico 
demonstra a relação existente entre o preço de um bem e sua 
quantidade demandada. Essa relação pode ser visualizada pela 
representação gráfica da curva decrescente de demanda, que 
apresenta a relação inversa entre preço e quantidade, comprovando 
assim a chamada lei da demanda.
A oferta reflete o desejo da quantidade de bens que o empresário 
ofertará no mercado mediante os preços relacionados. Essa 
interação pode ser visualizada na representação gráfica da curva 
crescente da oferta, que demonstra a relação direta entre preço e 
quantidade, ou seja, quanto maior o preço maior a quantidade de 
produtos ofertada pelos produtores.
O deslocamento da curva de demanda é devido a alguns fatores: renda 
dos consumidores, preço dos bens relacionados, preferências dos 
consumidores e tamanho do mercado.
As variáveis que podem levar a um deslocamento da curva de 
oferta são: preço dos fatores produtivos, tecnologias existentes e 
expectativas.
Quando a oferta se iguala à demanda, temos o ponto de equilíbrio, 
que mostra o ponto de interseção entre as duas curvas, no qual 
toda a quantidade ofertada será demandada. Se o preço oferecido 
no mercado fica acima do preço de equilíbrio, haverá excesso de 
ECONOMIA
unidade 2
033
oferta no mercado. Por outro lado, se o preço for menor que o de 
equilíbrio, haverá um excesso de demanda, ou seja, uma situação 
em que a quantidade demandada é superior à ofertada.
Lei da Oferta e da Procura (demanda e oferta) 
Por Edson Canal Girardi
Demanda é tudo aquilo que um consumidor almeja adquirir em 
determinado espaço de tempo. Temos que entender que é somente 
o desejo de adquirir certo bem, e não a consumação de tal, que seria 
caracterizado como consumo.
A demanda pode ser influenciadapor vários fatores, como:
• • O gosto do consumidor;
• • A relação entre o preço do bem - quanto maior, menor será a 
procura pelo mesmo;
• • A relação de seu preço com o preço de bens substitutos. Ex.: o 
preço da manteiga e da margarina;
• • A relação de seu preço e o poder de compra do consumidor.
Oferta é a quantidade de bens ou serviços que os produtores dos mesmos 
desejam vender em determinado espaço de tempo. Depende de algumas 
variáveis:
• • A quantidade ofertada de um bem;
• • O preço deste bem;
• • O preço dos bens concorrentes a este;
• • O custo de produção destes bens;
• • A tecnologia empregada na fabricação destes produtos.
Assim, podemos ver que quanto há o aumento do preço de um produto, 
ECONOMIA
unidade 2
034
maior é o estimulo para a fabricação deste bem. Quando a quantidade 
deste bem se normaliza no mercado, há a redução de seu preço, 
estimulando a demanda e desestimulando a vontade dos fabricantes de 
produzi-lo.
Essas forças de mercado vivem em conflito, fazendo com que o preço 
dos produtos seja regido pela oferta, que oferecerá pouco para o mesmo 
elevar-se, e pela demanda, que almejará muitos produtos para ele chegar a 
preços mais acessíveis. E esta lei econômica serve para qualquer produto. 
Como exemplo, podemos citar o vídeo-cassete, que no início da década de 
80 custava muito caro. Seu preço foi declinando com a chegada de marcas 
diferentes, e também de produtos concorrentes (como o DVD) no mercado 
– ou significa, sua oferta aumentou para uma demanda estabilizada.
Um bom exemplo que encontramos em nosso dia-a-dia é o supermercado. 
Em épocas específicas como Páscoa, Natal, etc., os produtos de época 
tendem a ficarem mais caros, pois a demanda pelos mesmos aumenta em 
uma proporção muito maior que o aumento de sua oferta.
Fonte: GIRARDI, Edson Canal. Lei da Oferta e da Procura (demanda e oferta). In: Site 
“InfoEscola”. Disponível em: <http://www.infoescola.com/economia/lei-da-oferta-e-da-
procura-demanda-e-oferta/>. Acesso em: 01 dez. 2014.
Elasticidade da 
demanda e da 
oferta
• Elasticidade-
preço da 
demanda 
• Fatores que 
interferem na 
elasticidade-
preço da 
demanda 
• A elasticidade-
cruzada da 
demanda 
• Elasticidade-
renda da 
demanda 
• A elasticidade 
da oferta
• Revisão
Introdução
Na última unidade estudada, vimos que as quantidades 
demandadas e ofertadas no mercado sofrem alterações quando 
os preços são modificados. Para os produtores é muito importante 
entender as reações do mercado frente às alterações nos preços, e 
como consequência, o impacto na sua receita de vendas. 
Para completar esse entendimento, nessa unidade vamos analisar, 
por meio de dados numéricos, qual a alteração real na quantidade 
quando os preços são alterados, ou seja, verificar como as 
quantidades demandadas e ofertadas serão sensíveis devido às 
variações nos preços.
Por exemplo, vamos supor que houve um aumento de 50% nos 
preços dos refrigerantes. Como os demandantes vão reagir a esse 
novo preço? O consumo vai diminuir? Em que magnitude? E em 
relação à oferta, vai haver uma alteração na quantidade ofertada?
Por meio do estudo do conceito de elasticidade vamos obter 
respostas numéricas que nos permitirão responder às perguntas 
formuladas.
ECONOMIA
unidade 3
037
A definição de 
elasticidade, 
de acordo com 
VASCONCELLOS 
(2010), é “a alteração 
percentual em uma 
variável, dada uma 
variação percentual 
em outra.
Elasticidade-preço 
da demanda
A definição de elasticidade, de acordo com VASCONCELLOS (2010), é 
“a alteração percentual em uma variável, dada uma variação percentual 
em outra. Elasticidade é sinônimo de sensibilidade, resposta, reação 
de uma variável, em face de mudanças em outras variáveis”. Esse 
conceito é muito aplicado na economia, como veremos a seguir. 
Vamos iniciar os estudos da elasticidade pelo lado da demanda, 
entendendo o comportamento dos demandantes mediante as 
alterações nos preços dos bens e serviços. 
MOCHÓN define a elasticidade-preço da demanda (Ep) como “a razão 
entre a variação percentual da quantidade demandada de um bem e a 
variação percentual de seu preço, mantendo-se constantes todos os 
demais fatores que afetam a quantidade demandada” (2007, p. 40).
Para calcularmos o coeficiente da elasticidade-preço da demanda, 
faremos o seguinte cálculo:
Ep = variação percentual da quantidade demandada = 
Variação percentual do preço 
Para calcular a variação percentual da quantidade demandada, 
usamos a seguinte fórmula:
ΔQ x100 
Q0
Para calcular a variação percentual do preço, usamos a seguinte 
fórmula:
ΔP x 100 
P0
ECONOMIA
unidade 3
038
O maior valor 
da elasticidade-
preço da demanda 
indica que houve 
um elevado grau 
de resposta em 
relação à quantidade 
demandada quando 
os preços foram 
alterados.
Vamos supor que um sacolão vendia o quilo da laranja a R$ 5,00 e 
conseguia dessa forma vender 100 kg de laranja. Houve uma redução 
no preço para R$ 3,00 o quilo da laranja, e a quantidade demandada 
aumentou para 180 kg. 
Calculando a elasticidade-preço da demanda: 
ΔQ x100 = 80kg x 100 = 0,80 x 100 = 80%
Q0 100kg
A quantidade demandada aumentou em 80%.
ΔP x 100 = 2 x 100 = 0,40 x 100 = 40%
P0 5 
O preço foi reduzido em 40%.
Calculando a elasticidade-preço da demanda (Ep)
Ep = variação percentual da quantidade demandada = 80% = 2
 Variação percentual do preço 40%
O que significa esse resultado? O maior valor da elasticidade-preço da 
demanda indica que houve um elevado grau de resposta em relação 
à quantidade demandada quando os preços foram alterados, ou seja, 
a demanda é mais sensível às alterações nos preços. Se acontecesse 
o contrário, quanto menor o valor da elasticidade-preço da demanda, 
menos sensível essa demanda seria às variações nos preços.
Demanda elástica: quando o resultado for maior do que 1 (Ep > 
1) significa que a demanda é elástica, ou seja, muito sensível à 
variação nos preços. Para esses bens, quando há um aumento 
no preço, a receita total de vendas do produtor irá diminuir, pois a 
quantidade vendida diminui muito mais em termos proporcionais 
do que o aumento nos preços. O inverso também ocorre, ou seja, 
ECONOMIA
unidade 3
039
E em relação aos 
bens supérfluos, se 
eles ficam caros, 
são excluídos ou 
reduzidos da cesta 
de mercado do 
consumidor.
quando há um aumento no preço, a receita total será aumentada, 
pois os demandantes consumirão muito mais do bem, em termos 
percentuais, compensando a redução do preço.
Demanda inelástica: quando o resultado for menor do que 1 (Ep < 1), 
significa que a demanda é inelástica, ou seja, pouco sensível à variação 
nos preços. Em relação à receita do produtor para esse tipo de demanda, 
ela será aumentada quando houver um aumento nos preços dos bens e 
será reduzida quando houver uma queda nos preços dos bens. 
Elasticidade unitária: quando o resultado for igual a 1 (Ep = 1), 
indica que a variação no preço provoca uma variação de mesma 
porcentagem na quantidade demandada. No caso da elasticidade 
unitária, a variação do preço levará a uma variação proporcional na 
receita obtida com a venda desses bens. 
Fatores que interferem 
na elasticidade-preço da 
demanda
Bens supérfluos ou bens necessários: quanto mais essencial 
um bem, mais inelástica tende a ser sua demanda e, ao contrário, 
quanto mais supérfluo um bem, mais elástica é a sua demanda. Isso 
ocorre porque mesmo que os bens essenciais fiquem mais caros, a 
demanda continua existindo.E em relação aos bens supérfluos, se 
eles ficam caros, são excluídos ou reduzidos da cesta de mercado 
do consumidor. Ex.: o arroz possui uma demanda mais inelástica, 
enquanto que o refrigerante possui uma demanda mais elástica.
Existência de bens substitutos: aqueles bens que possuem 
substitutos apresentam uma demanda mais elástica do que os que 
não possuem. Quando há um aumento no preço de um bem que possui 
um substituto, os demandantes fazem trocas e optam por consumir o 
seu substituto, caracterizando assim uma demanda elástica. Ex.: se o 
ECONOMIA
unidade 3
040
preço do feijão carioquinha está alto, o demandante pode fazer uma 
troca e consumir o feijão preto que possui características similares.
Período de tempo considerado: para a maioria dos bens, quanto 
maior for o período de tempo a ser considerado, mais elástica tende 
a ser a demanda por aquele bem. Isso ocorre porque a demanda vai se 
adaptando a outros tipos de bens que possuem um preço mais baixo. 
Ex.: se o preço da gasolina se eleva, a demanda por veículos vai sendo 
alterada. Inicialmente as pessoas podem continuar com seus carros, mas 
podem trocá-los por carros mais econômicos ou por transporte público.
Peso no orçamento do consumidor: produtos que são mais baratos 
tendem a possuir uma demanda mais inelástica do que aqueles que são 
mais caros. Por exemplo, se há um aumento de 50% numa bala que custa 
R$ 0,20, ela passaria a custar R$ 0,30, não levando a uma grande alteração 
na demanda, diferentemente de uma passagem aérea, que se tiver um 
aumento de 50% no seu preço, certamente reduzirá a sua demanda. 
Gráficos da elasticidade-preço 
da demanda
FIGURA 5 - Gráficos da elasticidade-preço da demanda
1. Redução 
de 40 por 
cento no 
preço
1. Redução 
de 33 por 
cento no 
preço
1. Redução 
de 20 por 
cento no 
preço
2. Origina o aumento 
de 80 por cento na 
quantidade demandada
2. Origina o aumento 
de 33 por cento na 
quantidade demandada
2. Origina o aumento 
de 10 por cento na 
quantidade demandada
a) Demanda elástica c) Demanda inelásticab) Demanda de elasticidade unitária
P P P
5 3 5A
B B B
D D D
D D D
3 2 4
0 0 0100 15 100180 20 110Q Q Q
EP = 80/100 = 80% = 2
 2/5 40%
EP = 5/15 = 33,3% = 1
 1/3 33,3%
EP = 10/100 = 10% = 0,5
 1/5 20%
A A
Fonte: MÓCHON, 2007, p. 41.
Estes gráficos demonstram a reação da quantidade demandada quando 
os preços dos bens são alterados. 
ECONOMIA
unidade 3
041
O demandante não 
está preocupado 
com o preço, ele quer 
o bem de qualquer 
forma! 
D2
E = 0
P
Q
GRAFÍCO 9 - Demanda perfeitamente inelástica
Fonte: Domínio Público. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Elasticidade_
pre%C3%A7o_da_procura. Acesso em: 19/12/2014. 
Isso ocorre quando a variação no preço não interfere em nada na 
demanda, pois a mesma permanece inalterada. O demandante não 
está preocupado com o preço, ele quer o bem de qualquer forma! 
Vamos supor que um colecionador de obras de arte vai até um leilão 
comprar o quadro de um pintor famoso. Ele vai adquirir aquele bem 
independentemente do preço a ser ofertado, ou seja, a demanda existe 
mesmo se o preço de venda for muito alto. 
Demanda infinitamente elástica
GRAFÍCO 10 - Demanda perfeitamente elástica
Fonte: Domínio Público. Disponível em: http://fateconomia2013.blogspot.com.
br/2013/03/grupo-2-introducao-elasticidade-da.html. Acesso em: 19/12/2014.
D
P
P2
P1
QQ1
Na demanda infinitamente elástica, o preço interfere muito na 
decisão de compra. O demandante somente adquire o bem ou 
serviço se o preço for aquele que ele considera justo pagar por esse 
determinado bem. Se o preço for maior do que o que ele espera, não 
existirá demanda. 
Existem dois casos extremos de elasticidade-preço da demanda, que são:
ECONOMIA
unidade 3
042
As companhias aéreas e a elasticidade da demanda
Uma aplicação no mundo real do conceito de elasticidade da demanda se 
dá no setor de transporte aéreo. 
Nem todos os clientes são iguais, pois alguns viajam a trabalho e outros 
a lazer. Então como proceder para definir os preços das passagens? 
Considerando apenas esses dois grupos, concluiremos que as companhias 
aéreas devem tentar cobrar o preço mais alto possível dos que viajam a 
negócios – um público pouco sensível ao preço, isto é, com elasticidade-
preço muito baixa e demanda mais inelástica – e ao mesmo tempo fixar, 
para o público turista, que tem uma elasticidade-preço elevada e demanda 
mais elástica, um preço baixo o suficiente para preencher ao máximo os 
assentos de cada avião. Logo, o segredo está em identificar os clientes 
com elasticidade-preço distinta e fixar preços diferentes para cada tipo de 
cliente – ou seja, seguir uma política de discriminação de preços. 
Para tanto, os descontos costumam estar condicionados à emissão 
antecipada do bilhete ou ao pernoite de fim de semana no destino – enfim, 
algo que os clientes do segmento negócio tendam a rejeitar. Além disso, 
as companhias aéreas hoje contam com sistemas muito sofisticados 
que permitem administrar os assentos disponíveis com grande agilidade 
e oferecer descontos de última hora, maximizando assim a taxa de 
ocupação dos voos. 
Fonte: MÓCHON, Francisco. Princípios de Economia. São Paulo: Pearson, 
2007, p. 46.
A elasticidade-cruzada 
da demanda
Existem bens que sofrem alteração na quantidade demandada não 
apenas devido ao preço, mas também quando há uma alteração nos 
preços dos bens relacionados, chamados de bens complementares 
e substitutos.
ECONOMIA
unidade 3
043
Esse efeito que 
será analisado na 
elasticidade-cruzada 
da demanda, ou 
pode ser positivo ou 
negativo.
Bens substitutos: são aqueles que possuem substitutos com 
características similares, portanto, quando há um aumento no preço 
de um bem, os demandantes vão optar consumir o seu substituto e 
vice-versa.
Bens complementares: são aqueles utilizados em conjunto. Quando 
há um aumento no preço de um bem, o seu complementar tem a 
sua demanda reduzida e vice-versa.
Esse efeito que será analisado na elasticidade-cruzada da demanda, 
ou pode ser positivo ou negativo.
Ecz = variação percentual da quantidade demandada do bem i
 variação percentual do preço do bem j 
Para fazer esse cálculo, verifica-se quanto a quantidade de um bem 
variou e quando houve alteração no preço de um segundo bem.
Conforme Móchon (2007, p. 47) “a elasticidade cruzada da demanda 
mede a influência de uma variação no preço de um bem sobre a 
quantidade demandada de outro.”
1) O preço do etanol aumentou 30% e a demanda por gasolina aumentou 
60%. Calculando:
Ecz = 60% = 2
 30%
Como o valor encontrado foi positivo, podemos dizer que os dois bens 
são substitutos, ou seja, quando há um aumento no preço do etanol, os 
demandantes que possuem carro flex irão aumentar a sua demanda por 
gasolina. 
Entretanto, se o resultado fosse negativo, mostraria o exemplo de bens 
ECONOMIA
unidade 3
044
Existem bens 
que têm a sua 
participação 
aumentada no 
orçamento quando 
a renda se eleva 
e outros que têm 
sua participação 
reduzida. 
complementares, pois o aumento no preço de um bem levaria à queda na 
demanda do seu complementar.
2) O aumento no preço do esmalte em 20%, leva a uma redução na 
demanda por acetona em 40%.
Ecz = -40% = -2 
 20%
Resultado negativo, demonstrando que são dois bens complementares.
Elasticidade-renda 
da demanda
A renda dos consumidores é um fator que interfere fortemente na 
demanda por bens. Geralmente, quando há um aumento na rendada população, percebemos um aumento na demanda por bens. 
Esse movimento foi percebido, por exemplo, no Brasil, a partir da 
implementação do Plano Real, que possibilitou a estabilidade 
econômica. 
Mas o que vamos analisar aqui é a mudança no perfil de consumo 
devido à alteração na renda. Existem bens que têm a sua 
participação aumentada no orçamento quando a renda se eleva e 
outros que têm sua participação reduzida. 
Segundo MÓCHON (2007, p. 47), “a elasticidade-renda da demanda 
mede o grau em que a quantidade demandada de um bem responde 
a uma variação na renda dos consumidores”.
Er = Variação percentual da quantidade demandada
 Variação percentual da renda
De acordo com o resultado obtido por meio do cálculo, podemos 
dizer se um bem é de luxo ou inferior. Um bem de luxo é aquele 
que quando há um aumento na renda, há um aumento no seu 
ECONOMIA
unidade 3
045
A elasticidade da 
oferta irá analisar de 
forma quantitativa 
a reação dos 
produtores em 
disponibilizar 
produtos no 
mercado mediante 
as alterações nos 
preços. 
consumo, e o bem inferior é aquele que quando a renda aumenta, o 
seu consumo é reduzido.
Vamos supor que um cidadão teve um aumento na sua renda em 
40%. Dessa forma, ele reduziu o consumo de viagens de ônibus em 
70% e aumentou o consumo de viagens de avião em 80% em um 
ano. Calculando a elasticidade-renda, teremos:
Er ônibus= -70% = -1,75
 40%
Er avião= 80% = 2
 40%
Para o caso da viagem de ônibus, como o resultado do cálculo foi 
negativo, podemos dizer que esse bem é inferior, ou seja, quanto 
maior for a renda, menor será o consumo de viagens de ônibus e 
vice-versa. Esse bem será classificado com bem inferior. 
Já no caso da viagem de avião, o resultado foi positivo, 
demonstrando que quanto maior a renda, maior será o consumo de 
viagens de avião. Esse bem será classificado como bem de luxo.
A elasticidade 
da oferta
Analogamente ao estudo da curva de demanda, a elasticidade da 
oferta irá analisar de forma quantitativa a reação dos produtores 
em disponibilizar produtos no mercado mediante as alterações nos 
preços. 
Podemos encontrar a elasticidade-preço da oferta, verificando 
a variação na quantidade ofertada em relação à variação que 
ocorreu no preço, além de verificar a capacidade de adaptação dos 
ECONOMIA
unidade 3
046
Outro fator que 
também interfere 
na questão da 
elasticidade é o 
período de tempo.
produtores. 
MÓCHON (2007, p. 48) define que “a elasticidade-preço da oferta 
está condicionada pela flexibilidade dos vendedores em alterar a 
quantidade que produzem desse bem”.
De acordo com o conceito informado acima, podemos afirmar 
que se o produtor possui condições de mudança na oferta, ela 
tende a ser mais elástica. Entretanto, se ele não consegue alterar 
a quantidade ofertada, podemos dizer que ela é mais inelástica. 
Um exemplo seria a existência de apartamentos de frente para o 
mar em uma pequena cidade praiana. Essa oferta seria inelástica 
a partir do momento em que não existissem mais lotes vagos para 
construção de novos imóveis. 
Outro fator que também interfere na questão da elasticidade é o 
período de tempo. No longo prazo, a oferta tende a ser mais elástica, 
pois os ofertantes podem adequar a sua produção caso tenham 
um aumento na demanda. Por exemplo, no longo prazo, é possível 
comprar equipamentos, aumentar as instalações, o que não ocorre 
no curto prazo. Por isso, podemos dizer que no curto prazo a oferta 
é mais inelástica. 
Calculando a elasticidade-preço 
da oferta
Elasticidade da oferta= Variação percentual da quantidade ofertada
 Variação percentual do preço
A oferta será elástica quando o resultado obtido na equação for 
maior do que um, pois a variação na quantidade ofertada em termos 
percentuais é maior que a variação no preço.
A oferta será inelástica quando o resultado obtido na equação 
for menor do que um, pois a variação na quantidade ofertada em 
termos percentuais é menor do que a variação no preço.
ECONOMIA
unidade 3
047
Existem dois 
casos extremos na 
elasticidade-preço 
da demanda.
Revisão
A elasticidade-preço da demanda mede o grau em que a quantidade 
demandada responde às variações no preço de mercado. A 
demanda é elástica quando o percentual de variação na quantidade 
é maior do que o percentual de variação no preço. Nesse caso, a 
receita total do produtor aumenta quando ele reduz o preço e 
diminui quando o preço é aumentado.
A demanda é inelástica quando o percentual de variação na 
quantidade é menor do que o percentual de variação no preço. 
Sendo assim, quando há um aumento no preço, a receita total do 
produtor aumenta e quando há uma redução no preço a receita 
total diminui. 
Existem dois casos extremos na elasticidade-preço da demanda. 
Temos a demanda perfeitamente inelástica, que ocorre quando 
a variação no preço não interfere em nada na demanda, pois a 
mesma permanece inalterada. E, ao contrário, temos a demanda 
infinitamente elástica, em que o preço interfere muito na decisão de 
compra.
Os fatores mais importantes que determinam se a demanda será 
mais elástica ou inelástica são: se os bens são supérfluos ou 
necessários, existência de bens substitutos, período de tempo 
considerado e peso no orçamento do consumidor.
A elasticidade-preço cruzada da demanda mede a influência de uma 
variação no preço de um bem sobre a quantidade demandada de 
outro. Quando o seu valor é positivo, tratam-se de bens substitutos 
e, quando negativo, de bens complementares.
A elasticidade-renda da demanda mede a alteração na 
quantidade demandada em relação a uma mudança na renda. 
Quando o resultado é positivo, temos o bem de luxo, e quando o 
ECONOMIA
unidade 3
048
resultado é negativo, temos o bem inferior.
A elasticidade da oferta mede a variação da quantidade 
ofertada em relação aos preços de venda. Ela também pode 
ser classificada como elástica e inelástica, de acordo com o 
percentual de variação da quantidade produzida em relação ao 
percentual de variação do preço.
ELASTICIDADE
Por meio das leis da oferta e da procura é possível apontar a direção de 
uma resposta em relação à mudança de preços – demanda cai quando o 
preço sobe, oferta aumenta quando o preço sobe, etc. – mas não o quanto 
mais os consumidores demandarão ou os produtores oferecerão.
O conceito de elasticidade é usado para medir a reação das pessoas frente 
a mudanças em variáveis econômicas. Por exemplo, para alguns bens 
os consumidores reagem bastante quando o preço sobe ou desce e para 
outros a demanda fica quase inalterada quando o preço sobe ou desce. 
No primeiro caso, se diz que a demanda é elástica e no segundo que ela é 
inelástica. Do mesmo modo, os produtores também têm suas reações e a 
oferta pode ser elástica ou inelástica.
Fonte: RIBEIRO, Wagner. Conceito elasticidade e fatores da elasticidade. 16 dez. 
2014. In: Site “Administradores.com”. Disponível em: <http://www.administradores.
com.br/artigos/negocios/conceito-elasticidade-e-fatores-da-elasticidade/36935/>. 
Acesso em: 10 nov. 2014.
A empresa: 
produção, 
custos e lucros 
• Empresas
• A função de 
produção: curto e 
longo prazo
• Custos 
contábeis e 
custos explícitos 
• Lucro 
econômico 
• Revisão 
Introdução
Você sabia que a economia é composta por milhares de empresas que 
produzem bens e serviços que usufruímos todos os dias? Temos micro, 
pequenas, médias e grandes empresas que juntas empregam milhões 
de pessoas e constituem a força de trabalho ativa do nosso país. 
A atividadeeconômica funciona por meio da produção de diversos 
bens e serviços, cujo destino final é a satisfação das necessidades 
dos indivíduos. Os homens, mediante sua capacidade de trabalho, 
são organizadores e executores da produção.
As atividades produtivas numa sociedade contemporânea realizam-
se por meio das empresas existentes no mercado, sejam privadas 
ou públicas. Isso se dá pelo uso dos fatores produtivos, como terra, 
trabalho e capital, a fim de obter os bens e serviços necessários 
para satisfazer os desejos humanos.
As empresas, como ofertantes desse mercado, observam os custos 
dos fatores envolvidos na produção de um bem, com o objetivo de 
maximizar seus lucros, otimizando assim a sua sobrevivência no 
mercado. 
Nesta unidade, vamos entender como as empresas planejam a sua 
produção, observando os custos inerentes aos insumos utilizados e as 
estratégias necessárias para reduzi-los. Além disso, ao controlarem 
os seus custos, elas podem ainda ampliar a sua margem de lucro.
ECONOMIA
unidade 4
051
As empresas 
possuem diferentes 
classificações, de 
acordo com a sua 
natureza jurídica.
Empresas
Nas sociedades modernas, as empresas são responsáveis por 
oferecer bens e serviços diversos. Segundo Tróster e Móchon 
(2002, p. 20), “a empresa é a unidade de produção básica. Contrata 
trabalho e compra fatores com o fim de fazer e vender bens e 
serviços”.
Os gestores responsáveis pelo funcionamento das empresas 
organizam a produção, incorporam novas ideias, processos 
ou atividades, tomam decisões e, para tanto, munem-se das 
informações necessárias. 
Qualquer que seja o produto ou serviço realizado pela empresa, 
o empresário diariamente precisa tomar múltiplas decisões 
sobre sua atividade produtiva. De todas essas decisões, as duas 
mais relevantes são: qual quantidade produzir e como produzir 
determinado bem, objetivando a maximização dos lucros.
Tipos de empresa conforme sua 
natureza jurídica
As empresas possuem diferentes classificações, de acordo com a 
sua natureza jurídica.
• Fundações: trata-se de um patrimônio personalizado, 
destinado ao desenvolvimento de certas atividades 
(religiosas, morais, culturais, de assistência), conforme 
previsto no ato de sua instituição.
• Associações: apresentam quadro de associados e não 
têm finalidade lucrativa; suas atividades (recreativas, 
esportivas, caritativas, assistenciais, culturais, religiosas) 
visam atender a seus associados ou terceiros.
• Sociedades: apresentam quadro de sócios e possuem 
finalidade lucrativa.
ECONOMIA
unidade 4
052
O mercado 
econômico é 
constituído por 
organizações que 
produzem bens e 
serviços para venda. 
O que são custos para as empresas?
Praticamente toda decisão implica um custo, já que ao escolher 
uma opção estamos deixando de lado muitas outras – custo de 
oportunidade. Dentro das empresas, os custos ocupam um lugar 
muito importante, pois ajudam a selecionar as melhores decisões 
para se ajustar aos objetivos das empresas, como a maximização 
dos lucros.
Mas, o que é lucro? Segundo MANKIW (2009), o montante que 
a empresa recebe pela venda da sua produção é chamado de 
receita total. O que a empresa gasta com os insumos utilizados na 
produção é chamado de custo total. O lucro é a receita total menos 
o custo total. Veja abaixo a fórmula do lucro.
L = RT – CT
A função de produção: 
curto e longo prazo
O mercado econômico é constituído por organizações que 
produzem bens e serviços para venda. Para que isso ocorra, os 
insumos passam por um processo de transformação e geram o 
produto ou o bem final, que será disponibilizado para consumo. 
Segundo VASCONCELLOS (2010), a empresa, ao escolher o seu 
processo produtivo, poderá avaliá-lo pelo ponto de vista tecnológico 
ou econômico, conforme citado abaixo.
• Eficiência técnica: processo que permite produzir maior 
quantidade de bens, utilizando a mesma quantidade de 
fatores produtivos (terra, trabalho e capital).
• Eficiência econômica: processo que permite produzir 
mais com menor custo de produção, procurando 
ECONOMIA
unidade 4
053
Função de produção 
é a relação entre 
a quantidade de 
insumos usada 
para produzir um 
bem e a quantidade 
produzida 
desse 
bem.
insumos que possuem um menor valor. 
As empresas podem obter, ao mesmo tempo, a eficiência técnica 
e a econômica. Como exemplo, podemos abordar uma empresa 
que adquiriu um equipamento que permitiu aumentar a produção, 
obtendo assim eficiência técnica. Além disso, conseguiu ainda 
reduzir o custo de matéria-prima, a partir da contratação de um 
novo fornecedor.
Para conhecermos a capacidade produtiva de qualquer empresa 
ou da economia como um todo, é necessário saber quanto 
de mercadoria será produzida com a quantidade de insumos 
disponíveis. Essa relação é chamada de função de produção. 
Função de produção é a relação entre a quantidade de insumos 
usada para produzir um bem e a quantidade produzida desse bem. 
Para entendermos esse conceito de função de produção, vamos 
analisar o funcionamento de uma fazenda produtora de soja, que 
utiliza apenas dois insumos: a terra e o trabalho. 
Vamos supor que não há como adquirir mais terra para expandir o 
espaço da produção, pois os vizinhos não têm interesse em vender 
ou arrendar seus terrenos nesse momento, além de produzirem 
outros bens. Portanto, esse será um insumo fixo, pois no curto 
prazo essa quantidade não poderá ser aumentada. Já no longo 
prazo, caso alguém queira vender o seu terreno, essa quantidade 
poderá ser aumentada.
Entretanto, a quantidade de trabalhadores poderá ser alterada, de 
acordo com a produção, porque trata-se de um insumo variável. Os 
proprietários dessa fazenda sabem que existe uma relação direta 
entre a quantidade produzida e a quantidade de trabalhadores 
contratados, ou seja, se aumentar a quantidade de trabalhadores, a 
produção aumenta, e vice-versa.
ECONOMIA
unidade 4
054
O custo total de 
uma empresa é a 
soma dos custos 
fixos mais os custos 
variáveis. Veja como 
ficará a fórmula. 
Nesse caso, a função produção será a relação existente entre a 
quantidade de trabalho e a de bens produzidos, para uma certa 
quantidade de insumo fixo. 
Produção no curto prazo
A produção no curto prazo apresenta dois tipos de custos: os custos 
variáveis, que dependem do volume da produção, e os custos fixos, 
que não dependem do volume de produção, pois incorre neles ainda 
que nada seja produzido. 
O curto prazo é um período ao longo do qual as empresas 
conseguem ajustar a produção, mudando os fatores variáveis, 
tais como trabalho e matérias-primas. No curto prazo, os fatores 
fixos, como as instalações e os equipamentos, não podem ser 
plenamente ajustados.
O custo total de uma empresa é a soma dos custos fixos mais os 
custos variáveis. Veja como ficará a fórmula. 
CT= CF + CV
O custo médio de uma empresa vai ser encontrado na divisão do 
custo total pela quantidade produzida. Observe:
cme= CT
 Q
O custo médio é importante porque informa ao produtor a média do 
que foi gasto com todos os produtos produzidos.
Custo marginal é o custo adicional ou extra, vinculado à produção 
de uma unidade adicional do produto. Podemos dizer que, por 
meio do custo marginal, o produtor saberá em quanto seu gasto 
será aumentado se ele decidir aumentar em uma unidade a sua 
produção.
ECONOMIA
unidade 4
055
O custo fixo por unidade é reduzido à medida que mais bens 
são produzidos, ou seja, esse custo fixo será rateado em maior 
quantidade de unidades produzidas. 
Para analisar a função produção, consideremos o quadro abaixo, 
verificando