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ENFERMAGEM NO PRÉ OPERATÓRIO 
 
 
1 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................... 2 
INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4 
ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO ...................................................... 7 
HUMANIZANDO O PREPARO DO CLIENTE PARA A CIRURGIA ............. 14 
PREVENINDO INFECÇÃO .......................................................................... 16 
ESVAZIAMENTO INTESTINAL .................................................................... 17 
ESVAZIAMENTO DA BEXIGA ..................................................................... 19 
PREPARO DA PELE .................................................................................... 20 
PREVENINDO COMPLICAÇÕES ANESTÉSICAS ...................................... 22 
CUIDADOS PRÉ- OPERATÓRIOS .............................................................. 24 
TRANSPORTANDO O CLIENTE ................................................................. 28 
CONCLUSÃO ............................................................................................... 30 
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 NOSSA HISTÓRIA 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criada a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas 
de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos 
culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e 
comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de 
comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de 
forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir 
uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma 
das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela 
inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
VÍDEOS DE APOIO 
 
Visando promover mais um pouco de conhecimento sobre o assunto 
de ENFERMAGEM NO PRÉ- OPERATÓRIO, foram selecionados alguns 
vídeos que deverão ser assistidos antes de inciar a leitura do conteúdo 
da apostila. 
 Vídeo 1: Enfermagem Cirúrgica - Cuidados Pré-Operatório 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=jsCnwkfyYdA > 
Sinopse: o Canal Enfermeiro Marcelo Santos, por meio do professor 
Marcelo Santos leciona acerca dos cuidados pré-operatórios. 
 
 
 Vídeo 2: Enfermagem Cirúrgica - Cuidados Pré-Operatório 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=7XAc_Ig2o58 > 
Sinopse: Usando o Princípio da Não-Maleficência, isto é, primeiro não 
prejudicar, criado por Hipócrates, o professor Pedro Bertelli, do canal Jaleko 
Acadêmicos, fala sobre o preparo pré operatório do paciente cirúrgico. 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=jsCnwkfyYdA
https://www.youtube.com/watch?v=7XAc_Ig2o58
 
 
4 
INTRODUÇÃO 
O ser humano como parte pertencente ao ambiente está suscetível a 
uma condição de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço, 
diferenciando-se dos demais seres vivos por sua habilidade de reflexão, por 
possuir a capacidade de imaginação e simbolização e conseguir unir 
presente, passado e futuro. Estas características do ser humano permitem 
sua unicidade, autenticidade e individualidade. 
Um indivíduo doente que está hospitalizado expõe uma instabilidade 
de suas necessidades humanas básicas que possui como efeito o estresse, 
sendo este mais elevado ao ser recomendado a realização de um 
procedimento cirúrgico. 
A enfermagem como ciência e profissão que trabalha de forma direta 
com seres humanos, necessita prestar assistência ao paciente em toda sua 
complexidade e para isso carece de anotações completas e objetivas em 
relação ao quadro clínico deste, dessa forma é crucial que o embasamento 
científico seja assegurado, visando a promoção da saúde e a recuperação da 
doença. 
 Desde a década de 70, o uso da Sistematização da Assistência de 
Enfermagem (SAE) tem tentado operacionalizar os cuidados de enfermagem 
no Brasil. Durante as fases operatórias, o paciente carece de uma assistência 
de enfermagem individualizada e sistematizada devido à complexidade desse 
processo. 
Os indícios do atendimento cirúrgico remontam à pré-história, no qual 
eram realizados procedimentos como ajustes de fraturas, amputações e 
trepanação craniana. Na era medieval surgiram os chamados cirurgiões-
barbeiros que praticavam sangrias, extração dentária, drenagens de 
abscessos, entre outros procedimentos que eram realizados sem noções de 
 
 
5 
higiene e utilização de anestésicos, causando assim muitos casos de 
hemorragia e óbitos. 
No fim da Idade Moderna, em Londres, surgiu a primeira sala cirúrgica 
em âmbito hospitalar. A qual era localizada no último andar do hospital, 
possibilitando o uso de luz natural e levando em conta a distância dos 
outros pacientes internados, que ao estarem afastados, não escutariam os 
gritos de dores dos pacientes operados. 
Na era Contemporânea, antes da existência da anestesia, ocorreu um 
primeiro relato na cidade de Newcastle, Inglaterra, acerca da existência de 
uma sala para observação e cuidados especiais pós-cirúrgicos, apesar destes 
serem prestados por profissionais sem qualificação, estando localizada ao 
lado das salas de operação. No ano de 1842 houve o descobrimento de 
anestésicos, tais como o óxido nitroso, éter, que possibilitavam o controle da 
dor durante a realização da cirurgia. 
Florence Nightingale, considerada percussora da Enfermagem, no ano 
de 1863, apontava a necessidade de que os pacientes submetidos à cirurgia 
fossem reunidos, com intuito de beneficiar o atendimento nas primeiras horas 
pós-operatórias. No entanto, somente em 1942, nos Estados Unidos, foi 
utilizado o termo Sala de Recuperação Pós-Anestésica - SRPA. 
Entretanto, apenas entre 1940 e 1959, a assistência de enfermagem 
aos pacientes cirúrgicos se tornou mais complexa e científica. Nas últimas 
décadas, a pesquisa na área da enfermagem cirúrgica foi aperfeiçoada, 
aspirando à melhora da qualidade da assistência tanto no preparo pré-
operatório, quanto na recuperação do paciente. 
O conceito de prática Perioperatória engloba as atividades realizadas 
durante a assistência pré, trans e pós-operatória. A fase pré-operatória tem 
início com a decisão de realização da intervenção cirúrgica e se finda no 
momento em que o paciente se encontra na mesa operatória, nesta etapa é 
 
 
6 
iniciada a fase transoperatória que termina na transferência do paciente para 
sala de recuperação pós-anestésica (RPA). 
Figura 1: Períodos Cirúrgicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO 
A Cirurgia pode ser conceituada como tratamento de doença, lesão ou 
deformidade externa e/ou interna com o objetivo de reparar, corrigir ou aliviar 
um problema físico. Esta é realizada em uma sala específica do hospital, 
ambulatório ou consultório, estes últimos casos, somente quando o 
procedimento é simples. 
 De acordo com o risco de ameaça à vida, a cirurgia pode ser de 
emergência, urgência, programada ou opcional. Por exemplo: nos casos de 
hemorragia interna, a cirurgia é sempre de caráter emergente, já que este 
quadro é extremamente grave; no abdômen agudo, o tratamento cirúrgico é 
de urgência, por requerer pronta atenção, no entanto,algumas horas podem 
ser aguardadas para melhor avaliar o paciente; as cirurgias ou eletivas, são 
aquelas que possuem data e horário marcado, por exemplo uma cesárea a 
escolha da gestante, já no caso da maioria das cirurgias plásticas constituem- 
se como opcionais, pois ficam a escolha do paciente a realização ou não do 
procedimento. 
A cirurgia também pode ser classificada conforme sua finalidade: 
diagnóstica ou exploratória, quando é realizada para se visualizar as partes 
internas e/ou realizar biópsias, como a laparotomia exploradora; curativa, 
quando é necessária a correção de alterações orgânicas, como no caso da 
apendicectomia; reparadora, quando é necessário reparar diversos 
ferimentos (enxerto de pele); reconstrutora, quando se é realizada uma 
reconstituição (cirurgias plásticas); e paliativa, quando determinado problema 
necessita ser corrigido para amenizar alguns sintomas de uma doença, na 
qual não há probabilidade de cura ( gastrostomia em um paciente com câncer 
de estômago metastático). 
As cirurgias levam a alterações estruturais e funcionais paciente, sendo 
necessário um tempo para adaptação. É habitual o tratamento cirúrgico 
 
 
8 
oferecer benefícios à qualidade de vida do indivíduo, no entanto é necessário 
entender que este, sempre gera um impacto, seja positivo ou negativo, nos 
aspectos físico, psicoemocionais e sociais. 
Com este entendimento, torna-se mais fácil a realização de uma 
comunicação interpessoal mais individualizada, assim como prestar ao 
paciente orientações mais apropriadas. Os comportamentos emocionais 
possuem ligação direta com a visão que o paciente e seus familiares 
concedem à cirurgia, sendo a ansiedade pré-operatória a mais comum. Desta 
forma, a cirurgia e os procedimentos diagnósticos tendem a gerar uma 
invasão física, emocional e psicológica, em algumas cirurgias ocorre também 
uma invasão social, gerando mudanças no estilo de vida. 
A concordância para realização de uma cirurgia, independentemente 
do temor da anestesia, da dor, da morte, do desconhecido e da alteração da 
imagem corporal, é frequentemente referente à confiança que o paciente 
coloca na equipe multiprofissional e na estrutura do hospital, por isso há uma 
necessidade de estar centrado ao tipo de relação interpessoal destinada ao 
paciente. 
O atendimento do paciente cirúrgico é realizado por uma série de 
setores comunicáveis, tais como o pronto-socorro, ambulatório, enfermaria 
clínica ou cirúrgica, centro cirúrgico (CC) e a recuperação pós-anestésica 
(RPA). Todos estes, devem possuir um objetivo global: possibilitar uma 
experiência menos traumática possível e promover uma recuperação rápida 
e segura ao cliente. 
O ambulatório ou pronto-socorro realiza a anamnese, o exame físico, a 
prescrição do tratamento clínico ou cirúrgico e os exames diagnósticos. A 
decisão pela cirurgia, muitas vezes, é tomada quando o tratamento clínico não 
surtiu o efeito desejado. O cliente pode ser internado um ou dois dias antes 
 
 
9 
da cirurgia, ou no mesmo dia, dependendo do tipo de preparo que a mesma 
requer. 
 O cliente do pronto-socorro é diretamente encaminhado ao centro 
cirúrgico, devido ao caráter, geralmente, de emergência do ato cirúrgico. O 
centro cirúrgico é o setor destinado às intervenções cirúrgicas e deve possuir 
a recuperação pós-anestésica para prestar a assistência pós-operatória 
imediata. 
Figura 2:Sufixos mais utilizados na terminologia cirúrgica 
 
 
 
10 
Em relação aos sufixos utilizados na composição da terminologia 
cirúrgica, temos os destacados na figura acima. Além destes, encontram-se 
as denominações com o nome do cirurgião que iniciou a técnica cirúrgica, 
como por exemplo Billroth, que é um tipo de cirurgia gástrica, ou ainda, o uso 
de alguns termos específicos como exérese, que diz respeito a remoção de 
um órgão ou tecido. 
O enfermeiro é o responsável pelo planejamento e pela implementação 
de intervenções de enfermagem que previnam as complicações relacionadas 
ao procedimento anestésico cirúrgico, realizando assistência ao paciente 
juntamente junto a equipe multiprofssional, decidindo o melhor 
posicionamento para o paciente no preparo operatório, favorecendo os 
processos do ato anestésico-cirúrgico. Na assistência pré-cirúrgica, a equipe 
de enfermagem possui como incumbência o preparo do paciente, 
estabelecendo e desenvolvendo diversas ações de cuidados, de acordo com 
a especificidade da cirurgia. 
O paciente cirúrgico recebe assistência da enfermagem nas fases pré, 
trans e pós-operatória. O período pré-operatório diz respeito ao momento da 
decisão cirúrgica até a transferência do cliente para a mesa cirúrgica; após 
isso inicia-se o trans e intraoperatório, que se encerra na saída do cliente do 
centro cirúrgico; iniciando o pós-operatório até a alta médica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Figura 3: Período pré-operatório 
 
O período pré-operatório como destacado na figura acima, é dividido 
em mediato e imediato: No pré-operatório mediato o cliente passa por exames 
que contribuem na validação do diagnóstico e que ajudarão na preparação 
cirúrgica, o tratamento clínico para reduzir os sintomas e os cuidados 
necessários para impedir distúrbios pós-operatórios, isto é, inclui o período a 
partir da indicação da cirurgia até o dia anterior à sua realização. 
 
 
12 
Já o período imediato compreende às 24 horas antecedentes à cirurgia 
e possui como objetivo preparar o paciente para o ato cirúrgico seguindo 
seguintes etapas: jejum, limpeza intestinal, esvaziamento vesical, preparo da 
pele e utilização de medicação pré-anestésica. 
O período pré‑operatório é o melhor momento para ocorrer o contato 
entre enfermeiro e paciente, no qual o profissional é capaz, por meio da visita 
de enfermagem, de apresentar os esclarecimentos necessários acerca do 
procedimento anestésico‑cirúrgico, promovendo um preparo emocional de 
eficácia e eficiência ao paciente, sendo as informações passadas de extrema 
importância para diminuir o grau de ansiedade do mesmo. 
O preparo pré-operatório, por meio do uso de instrumentos de 
observação e avaliação das necessidades individuais, possui como objetivo a 
identificação de alterações físicas (hipertensão arterial, presença de feridas, 
diabetes mellitus, etc..), emocionais (ansiedade, medo, condições afetadas 
com a internação, etc.) do paciente, visto que influenciam nas condições 
cirúrgicas, podendo afetar o sucesso da cirurgia ou até mesmo gerar um 
adiamento. 
No que diz respeito aos fatores físicos que podem afetar a realização 
do ato cirúrgico pode-se citar: desnutrição, obesidade, elevada idade, 
hipertensão arterial, diabetes mellitus, entre outros. Exemplificando, numa 
cirurgia de um paciente hipertenso, o cirurgião terá maior dificuldade em 
conter o sangramento, após a separação de tecidos para abordar determinado 
órgão (diérese), já em um paciente tabagista tende a ocorrer um provável 
desenvolvimento de broncopneumonia no pós-operatório., devido a um maior 
acúmulo de secreção pulmonar. 
Desse modo, por meio do ponto de vista ético e técnico, todas as 
condutas de enfermagem devem garantir o conforto, a segurança e o mínimo 
risco de infecção ao paciente; este devendo ter o esclarecimento acerca do 
 
 
13 
procedimento que será realizado, já que o simples fato de não saber o que vai 
ser feito pode deixa-lo inseguro em relação à sua saúde. 
Caso o paciente possua alguma experiência cirúrgica anterior negativa, 
cabe a equipe de enfermagem respeitar este fato instigando-o a reconhecer 
os fatos que propiciem a nova intervenção. Apesar de receber todas 
orientações e apoio pela enfermagem, o paciente pode recusar-se a passar 
pela cirurgia, revoltar-se com a equipe multiprofissional, e inclusive familiares. 
É necessário que a equipe compreenda este comportamento como 
possivelmente decorrido da ansiedade em relação ao procedimento.O 
paciente, bem como sua família possuem direito à orientação clara e precisa 
acerca do diagnóstico clínico, cirurgia indicada e provável prognóstico. 
Apenas depois do esclarecimento e do entendimento dessas informações o 
paciente ou responsável legal possuirá condições para assinar o termo de 
consentimento para a cirurgia, mais conhecido como termo de 
responsabilidade. 
FRIAS; COSTA; SAMPAIO (2010) lecionam: 
Outro ponto é a necessidade de o enfermeiro interligar os aspectos 
humanos individuais do paciente às nuances do relacionamento 
interprofissional e seus inúmeros conflitos, já que se tratou da 
assistência em uma unidade de trabalho fechada, onde diversas 
categorias atuam e possuem características e ideias diversas. O 
enfermeiro assume as atividades cotidianas de gerenciamento do 
ambiente de trabalho contemplando atividades técnicas, 
assistenciais, de ensino e pesquisa. É fundamental que ele 
desenvolva habilidades múltiplas, tanto científicas e de 
desenvolvimento da enfermagem quanto no desenvolvimento 
tecnológico, para a utilização de materiais que se modernizam 
continuamente. 
[...] para alcançar a integralidade no atendimento, é de extrema 
importância que o enfermeiro conheça o indivíduo a quem irá 
prestar assistência. FRIAS; COSTA; SAMPAIO (p.345-352, 2010) 
 
 
14 
HUMANIZANDO O PREPARO DO CLIENTE PARA A CIRURGIA 
Como o estado emocional pode interferir diretamente na evolução pós-
operatória, é necessário que o paciente encontre instruções em relação aos 
exames, a cirurgia, como será o retorno da mesma e os procedimentos do 
pós-operatório, assim como informações sobre a necessidade de sua 
colaboração. 
Com intuito de propagar uma sensação de calma e confiança, a equipe 
de enfermagem deve possuir uma relação de empatia, colocando-se na 
posição do outro, sem críticas ou julgamentos, o que muitas contribui na 
compreensão de seus medos e inseguranças, proporcionando um vínculo 
interpessoal de respeito e não de autoridade. 
Ademais, propicia certa tranquilidade, contribuindo a comunicação do 
paciente e família com o âmbito hospitalar, o que afeta beneficamente nas 
suas circunstâncias para a realização da cirurgia. Em relação ao paciente, é 
necessário destacar que a comunicação não-verbal (o olhar, a voz, a postura) 
também expõe suas necessidades, dessa forma, ao procurarmos 
compreender estes sinais maiores são as condições de entende-lo. 
Ao realizar orientações pré-operatórias, a equipe de enfermagem deve 
se atentar a questão de que as necessidades de um paciente podem ser 
diferentes das de outro. O momento mais oportuno para o paciente e sua 
família adquirem as instruções é quando manifestam curiosidade por elas, 
demonstrada na maior parte dos casos por meio de perguntas ou busca da 
atenção da equipe de enfermagem. 
Em relação à fé, a equipe de enfermagem pode disponibiliza 
assistência religiosa, desde que essa seja requerida pelo paciente ou algum 
membro familiar. Ademais, pode-se permitir que o paciente utilize figuras 
religiosas, por exemplo, presas ao lençol da maca, sem que isso prejudique 
os cuidados durante o intra ou pós-operatório. 
 
 
15 
Ainda ocorrem algumas deficiências no que diz respeito ao preparo 
físico, psicológico e espiritual do paciente realizados no pré-operatório. Dessa 
forma a enfermagem é desafiada a ofertar uma assistência de qualidade, 
planejado de acordo com a individualidade deste, buscando fazer com que o 
paciente compreenda os procedimentos realizados e os possíveis 
desconfortos que possam ocorrer, bem como esclarecendo suas dúvidas. 
O preparo físico do cliente é essencial para o sucesso do ato cirúrgico, 
também para se evitar complicações posteriores. Preveni-las demanda alguns 
cuidados de enfermagem específicos relativos ao preparo intestinal, vesical e 
da pele, assim como uma avaliação da equipe, do ambiente e do cliente para 
impedir que ocorra a prevalência de infecções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
PREVENINDO INFECÇÃO 
Frente a grande ocorrência de infecções hospitalares nos pacientes 
cirúrgicos, a equipe de enfermagem deve auxiliar na sua prevenção fazendo 
uso uniformes higienizados e unhas curtas e limpas, lavando as mãos antes 
e após todo e qualquer procedimento, respeitando as técnicas assépticas na 
execução da assistência, ofertando ambiente limpo e observando os sinais de 
infecção. A ocorrência ou não de infecção no pós-operatório está relacionada 
a vários fatores, no entanto, sobretudo da quantidade e virulência dos 
microrganismos e da capacidade de defesa do cliente. 
A utilização de esteroides, desnutrição, neoplasias com alterações 
imunológicas e clientes idosos ou crianças pequenas compreende fatores de 
risco de infecção no pós-operatório por causa da diminuição da eficiência 
imunológica. Outros fatores são: o diabetes mellitus, que prejudica o processo 
de cicatrização; o período pré-operatório prolongado, que faz com que o 
cliente entre em contato maior com a flora bacteriana hospitalar; e infecções 
no local ou fora da região cirúrgica, que podem causar contaminação da ferida 
operatória. 
 O risco de infecção cirúrgica pode ser diminuído quando tratado ou 
compensado as doenças e os agravos que favorecem o processo infeccioso, 
tais como a desnutrição, focos infecciosos, presença de feridas e outros. Do 
mesmo modo, no pré-operatório imediato alguns cuidados são realizados, 
assim como tricotomia (em caso de necessidade), lavagem intestinal, retirada 
de objetos pessoais, próteses e outros. 
 
 
 
 
 
17 
ESVAZIAMENTO INTESTINAL 
O esvaziamento intestinal no pré-operatório reduz o risco de liberação 
de conteúdo intestinal durante a cirurgia, causado como resultado da 
administração de medicamento relaxante muscular. Há desacordos em 
relação da importância desse procedimento, dependendo do paciente, da 
cirurgia e da equipe que o atende, o preparo intestinal pode ser realizado por 
meio do uso de laxantes, lavagem intestinal ou ambos. Normalmente, essa 
preparação tende a ocorrer entre 8 e 12 horas antes da cirurgia. A solução 
pode vir pronta para uso individual, no caso de enemas, ou ser preparada 
pelos profissionais de enfermagem conforme prescrição médica, no entanto 
antes de ser realizada no paciente, esta deve ser aquecida, ficando morna. 
As soluções mais prescritas são a solução fisiológica ou água com ou 
não de glicerina ou vaselina, cloreto de potássio para evitar a perda de 
potássio em lavagens frequentes, e neomicina, para destruição de 
microrganismos de natureza entérica. Em determinadas instituições, a 
solução preparada pela equipe de enfermagem é inserida em um recipiente, 
conhecido como irrigador. 
A numeração das sondas retais a serem utilizadas, deve ser adequada 
conforme a idade e sexo do paciente, sendo de 14 a 20 para crianças e 
adolescentes, de 22 a 24 para as mulheres e 24 a 26 para os homens. Se 
porventura, a sonda apresentar diâmetro maior do que o do ânus do paciente, 
ou também seja introduzida sem uso de lubrificante, poderá causar dor e 
lesões durante o procedimento. 
Os frascos com solução pronta para uso isentam da utilização da sonda 
retal, de acordo com as orientações do fabricante. O procedimento pode ser 
praticado no quarto do paciente ou em uma sala adequada, no entanto a 
equipe de enfermagem deve promover a garantia de privacidade, em qualquer 
local que seja a realização. 
 
 
18 
Antes de iniciar o procedimento, a cama deve ser forrada com 
impermeável e lençol móvel. Para facilitar a entrada e o trajeto a ser percorrido 
pelo líquido do enteroclisma, o mesmo deverá ser introduzido seguindo os 
contornos anatômicos do intestino. Dessa forma, o paciente deve ser 
colocado na posição de decúbito lateral esquerdo, com o corpo ligeiramente 
inclinado para frente e apoiado sobre o tórax, tendo sua perna direita 
flexionada e apoiada ligeiramente na esquerda (posição deSIMS). Antes de 
se introduzir a sonda, o paciente deve ser orientado a relaxar a musculatura 
anal, inspirando e prendendo a respiração. 
Caso ocorra dificuldade na introdução da sonda, deve-se investigar as 
possíveis causas, podendo ser encontradas: contração retal involuntária 
perante a introdução de um corpo estranho, medo da dor, dobra da sonda e 
outras intercorrências. Para se obter um melhor efeito do procedimento, 
recomenda-se que o cliente tente reter o líquido da lavagem por cerca de 15 
minutos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
ESVAZIAMENTO DA BEXIGA 
Recomenda-se o esvaziamento espontâneo da bexiga antes do pré-
anestésico. Em cirurgias em que a mesma necessite ser mantida vazia, ou 
naquelas de longa duração, é indispensável a utilização de sondagem vesical 
de demora, a qual geralmente é realizada no próprio Centro Cirúrgico. 
A sondagem vesical é um procedimento que tende a predispor um 
quadro de infecção de trato urinário, sendo este, geralmente assintomático, 
no entanto podendo tornar-se sintomático, com risco de bacteremia. Deste 
modo, sua realização deve ser pautada em técnicas rígidas de antissepsia, 
visando reduzir o risco de contaminação. 
HINRICHSEN et al., lecionam: 
O risco de adquirir uma infecção do trato urinário relacionada à 
cateterização depende principalmente do método e da duração da 
cateterização, além da qualidade do cateter e da susceptibilidade 
do paciente. As taxas de infecção variam em torno de 8% após uma 
única cateterização por período breve e aumentam de 5% a 8% a 
cada dia de cateterização. HINRICHSEN et al. (p. 77-84, 2009) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
PREPARO DA PELE 
O banho e a correta limpeza da região onde será realizada a incisão 
cirúrgica devem ser executados, com intuito de diminuir a probabilidade de 
contaminação. Conforme o tipo de cirurgia, pode ser necessária a realização 
de tricotomia da região, caso indicado pelo médico. 
Existem inúmeras discussões em relação ao uso da tricotomia, se ela 
aumenta ou diminui o potencial de infecção da ferida operatória. Dessa forma, 
é recomendado que sua realização seja a mais próxima possível do momento 
da cirurgia (no máximo 2 horas antes), ou no próprio centro cirúrgico, em 
menor área possível e com método o menos agressivo. Também há 
controvérsia em relação às áreas da tricotomia, que variam conforme as 
técnicas e tecnologias usadas no processo cirúrgico. 
No entanto, existem cirurgias em que a tricotomia é necessária, como 
as cranianas. Como exemplo, segue abaixo as áreas de tricotomia segundo a 
região da cirurgia: 
I- Cirurgia craniana – realizada raspagem do couro cabeludo 
total ou parcialmente, e o pescoço. Nas cirurgias de pescoço, 
são inclusos o colo e as axilas; 
II- Cirurgia torácica - raspa-se os pelos do tórax anterior e 
posterior até a cicatriz umbilical, podendo-se estender o 
processo até a axila e região inguinal; 
III- Cirurgia cardíaca - as áreas a serem raspadas são o tórax, 
metade do dorso, punhos, dobras dos cotovelos e região 
inguinal, acrescentando-se a face interna das coxas quando 
cirurgias de revascularização do miocárdio; 
IV- Cirurgia abdominal - recomenda-se a tricotomia da região 
mamária até a região pubiana anterior (posterior no caso das 
 
 
21 
cirurgias renais); nas cesáreas e cirurgia abdominal via baixa, 
raspa-se a região pubiana; 
V- Cirurgia dos membros – raspa-se o membro a ser operado, 
acrescentando-se ou não as regiões axilar e pubiana. 
Antes de iniciar a tricotomia em áreas com presença de muitos pelos, 
é recomendado apará-los com uma tesoura. Quando utilizado barbeador, 
deve-se esticar a pele e realizar a raspagem dos pelos no sentido do 
crescimento dos mesmos, tendo bastante cuidado para não ocorrer arranhões 
na pele. 
O uso de depilatórios tem sido utilizado em algumas instituições, mas 
apresenta a desvantagem de, em algumas pessoas, provocar reações 
alérgicas e deixar a pele avermelhada. Existem ainda aparelhos que ao invés 
de realizar a raspagem os pelos cortam os mesmos rentes à pele, evitando 
escoriações e diminuindo o risco de infecção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
PREVENINDO COMPLICAÇÕES ANESTÉSICAS 
A realização do jejum de 6 a 12 horas antes da cirurgia, possui como 
objetivo o impedimento de vômitos e prevenção a aspiração de resíduos 
alimentares por ocasião da anestesia. É necessário que tanto o paciente como 
seus familiares possuam conhecimento acerca desse cuidado, de forma que 
entendam o motivo e o cumpram com efetividade 
O medicamento pré-anestésico (MPA) é prescrito pelo anestesista com 
os objetivos de diminuir a ansiedade do paciente, facilitando a indução 
anestésica e a manutenção da anestesia, assim como diminuindo a dose dos 
agentes anestésicos e as secreções do trato respiratório, sempre atentando a 
precisão de investigação da existência de alergia. Na noite antecedente à 
cirurgia, com intuito de evitar a insônia do paciente, pode ser administrado um 
medicamento ansiolítico, prescrito pelo médico. 
O MPA geralmente é administrado 45 a 60 minutos antes do início da 
anestesia. Todos os cuidados pré-operatórios devem ser realizados antes de 
sua administração, pois após sua isto, o paciente permanecerá na maca de 
transporte, devido ao estado de sonolência. 
Os MPA mais comuns são os: 
 Opiáceos - que provocam analgesia e sonolência, sendo 
normalmente prescritos para clientes que apresentam dor antes 
da cirurgia. A principal substância utilizada é a Meperidina 
(Demerol); 
 Benzodiazepínicos - possuem ação ansiolítica e tranquilizante, 
assim como efeitos sedativo, miorrelaxante e anticonvulsivante. 
Os principais medicamentos são o Diazepan e o Midazolan. O 
Diazepan injetável não deve ser administrado com outros 
medicamentos devido a possibilidade de ocorrer precipitação; 
 
 
23 
 Hipnóticos - provocam sono ou sedação, porém sem ação 
analgésica, sendo os principais o Fenobarbital e o Midazolan; 
 Neurolépticos - diminuem a ansiedade, a agitação e a 
agressividade. Sendo a Clorpromazina o principal medicamento 
utilizado; 
Os medicamentos hipnóticos, neurolépticos, benzodiazepínicos e 
opiáceos, utilizados como pré-anestésicos, são de uso controlado, sendo 
necessário preservar as ampolas vazias, para futura reposição pela farmácia. 
O enfermeiro deve imprimir o mapa cirúrgico que diariamente é 
elaborado no centro-cirúrgico no qual constam as cirurgias eletivas que serão 
executadas no dia seguinte. Após conferir este documento, o enfermeiro 
realiza as orientações pré-operatórias: 
1- Informar horário previsto da cirurgia; 
2- Explicar de forma simples e lúdica qual procedimento cirúrgico será 
realizado; 
3- Explicar ao paciente quanto ao manejo para reabilitação no pós-
operatório como exercícios respiratórios, manejo da dor, deambulação 
precoce, cuidados com drenos e bolsas coletoras (quando necessário), 
cuidados com incisão cirúrgica, dentre outras; 
4- O enfermeiro deve organizar os prontuários dos pacientes que 
realizarão cirurgia com exames de imagem e laboratoriais realizados, 
pareceres e realização do check list pré-operatório; 
 
 
 
 
24 
 CUIDADOS PRÉ- OPERATÓRIOS 
A visita de enfermagem pré-operatória, representa um valioso 
instrumento para a humanização da assistência de enfermagem 
perioperatória, na qual o enfermeiro atua de forma expressiva, de modo a 
proporcionar ao paciente cirúrgico apoio emocional, atenção e orientações 
neste momento em que experimentará os mais diversos sentimentos. 
A realização das visitas de enfermagem é uma responsabilidade do 
enfermeiro, conforme consta no decreto que regulamenta a lei 7.498, do 
exercício profissional da enfermagem, em que seu décimo primeiro artigo 
determina que “a consulta e a prescrição da assistência de enfermagem é 
parte integrante do programa de enfermagem” e consiste, dentre outras 
atribuições,em incumbência privativa do enfermeiro. 
MENDES et al., lecionam: 
Na prevenção de riscos que o enfermeiro exerce seu principal 
papel, trata-se de um profissional que conhece cada paciente de 
forma individualizada e o funcionamento da organização com 
detalhes, de forma a implementar facilmente as boas práticas para 
prevenir danos (exemplo: higienização das mãos, cumprimento de 
protocolo de isolamento, execução do checklist de cirurgia segura, 
gerenciamento do uso de medicamentos, garantindo uma 
assistência de qualidade como objetivo segurança do paciente 
Tomada de decisões relativas aos riscos ou a ação, contribuem e 
evitam a redução das consequências e probabilidade de futuras 
ocorrências, alguns fatores podem contribuir para diferentes 
posicionamentos com a utilização do SAEP e Checklist de cirurgia 
segura, como conhecimento do enfermeiro e educação formal dos 
processos implementados. O cuidado de evitar erro é definido como 
capacidade de realizar uma ação planejada ou pretendida, 
aplicação correta de um plano dos processos gerenciais de 
enfermagem, podendo evitar a agir erroneamente, tanto no 
planejamento como. MENDES et al. (p.1-17, 2020) 
A sistematização da assistência de enfermagem perioperatória 
(SAEP), destacada na imagem abaixo, é um processo que possui como 
objetivos promover, manter e recuperar a saúde do paciente e de sua família. 
Abrange três fases da experiência cirúrgica o pré-operatório mediato e 
imediato, intra ou trans-operatório e pós-operatório mediato e imediato. 
 
 
25 
Figura 1: Operacionalização da Sistematização da Assistência de 
Enfermagem Perioperatória 
 
A equipe de enfermagem deve realizar os seguintes cuidados pré-
operatórios. 
1- Orientar jejum pré-operatório; 
2- Auxiliar nos cuidados de higiene-banho, realizar tricotomia (se 
necessário) e atentar a importância da higiene oral; 
3- Orientar esvaziamento vesical antes da cirurgia; 
 
 
26 
4- Orientar colocação de camisola cirúrgica e retirada de jóias, óculos, 
próteses (dentárias e outras), aparelhos auditivos e esmaltes; 
5- Administrar medicação pré-anestésica se prescrito e atentar para 
suspensão de anticoagulantes e hipoglicemiantes orais conforme prescrição 
médica. 
6- Realizar controle de sinais vitais e glicemia (nos diabéticos); 
7- Realizar preparo gastrointestinal (se necessário); 
8- Auxiliar o maqueiro do centro-cirúrgico quando o mesmo vier buscar 
o paciente na unidade. Atentar para manter a proteção lateral elevada, uso de 
lençóis e cobertores e cabeceira elevada. 
No momento de encaminhamento do cliente ao Centro Cirúrgico, deve-
se verificar e informar sobre quaisquer anormalidades em relação aos 
preparos prescritos no dia anterior, como por exemplo a manutenção do jejum, 
a realização da higiene oral e corporal e administração de medicação pré-
anestésica. 
Deve-se também, verificar e anotar os sinais vitais; vestir a roupa 
hospitalar (avental, touca e propés) no paciente, certificar-se da remoção de 
próteses dentárias (visando evitar seu deslizamento para as vias aéreas 
inferiores, durante a anestesia) e oculares (visando evitar lesões na córnea), 
joias e adornos. 
Após essa série de cuidados, o paciente deve ser colocado na maca e 
encaminhado ao Centro Cirúrgico com a documentação completa: exames e 
prontuário. O transporte do cliente é executado pelo pessoal da unidade de 
internação ou do Centro Cirúrgico, a critério da instituição. 
O transporte do paciente pode ser realizado em maca ou cadeira de 
rodas, no entanto visando a prevenção de acidentes, como quedas, 
recomenda-se que para o cliente sonolento devido à ação de medicação pré-
 
 
27 
anestésica e/ou após a cirurgia não seja transportado em cadeira de rodas. 
O centro cirúrgico deve conter um elevador privativo, gerando diminuição dos 
riscos de contaminação e infecção cirúrgica, agilizando o transporte e 
propiciando conforto, segurança e privacidade ao cliente. 
Figura 2: Recepção do Paciente no Centro Cirúrgico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
TRANSPORTANDO O CLIENTE 
O transporte intra-hospitalar é necessário para a realização de testes 
diagnósticos, tais como tomografia computadorizada, ressonância magnética 
e radiografias, para intervenções terapêuticas, como para o Centro Cirúrgico, 
ou para a internação em Unidades de Terapia Intensiva. O transporte inter-
hospitalar é executado sempre que seja necessário maiores recursos 
humanos, diagnósticos, terapêuticos e de suporte avançado de vida, estes 
que não se encontram no hospital origem. O risco ao paciente, durante o 
transporte, pode ser minimizado através de um planejamento cuidadoso, 
qualificação do pessoal responsável pelo transporte e seleção de 
equipamentos adequados. 
A maca ou cadeira de rodas deve ser forrada com lençol e colocada 
próxima à cama, facilitando a transferência do cliente e evitando quaisquer 
acidentes. Após deixá-lo confortável, o paciente deve ser coberto com lençol 
e cobertor (nos dias frios). 
Os responsáveis pelo transporte do cliente para o CC devem empurrar 
a maca ou cadeira de rodas com cuidado, e estar atentos para observar 
alguma intercorrência com o paciente, tais como, fadiga e palidez. Ademais, 
deve-se verificar se soro, sondas, drenos e outros dispositivos conectados 
estão livres de tração. É aconselhável que o paciente seja transportado de 
modo que consiga visualizar todo o seu trajeto de frente, evitando desconforto 
no mesmo. 
É interessante analisar o alinhamento correto das partes do corpo 
durante o transporte e, nos casos de pacientes com venóclise ou transfusão 
sanguínea, deve-se adaptar à maca ou à cadeira de rodas o suporte 
apropriado, posicionando corretamente o frasco de solução venosa, cateteres, 
drenos e equipamentos. 
 
 
 
29 
JÚNIOR; NUNES; BASILE-FILHO (2001), destacam: 
O número de pessoas que participarão do transporte depende da 
gravidade da doença e da complexidade e do número de 
equipamentos exigidos. Um mínimo de duas pessoas é o 
necessário, pessoas capazes de providenciar suporte de vias 
aéreas e que saibam interpretar possíveis alterações 
cardiovasculares e respiratórias que, porventura, ocorram no 
decorrer do transporte. Podem fazer parte da equipe de transporte: 
o enfermeiro, o médico, os auxiliares e técnicos de enfermagem e 
o fisioterapeuta. O médico deve acompanhar o transporte intra-
hospitalar daqueles pacientes com o estado fisiológico instável e 
que podem precisar de intervenções agudas que estão além da 
capacidade técnica do enfermeiro, sendo obrigatória a sua 
presença nas seguintes situações: 
• pacientes com via aérea artificial (intubação endotraqueal, 
Crico/traqueostomia); 
• instabilidade hemodinâmica; 
• uso de drogas vasoativas; 
• presença de monitorização invasiva, tais como o uso de cateter 
de artéria pulmonar (Swan-Ganz), pressão intracraniana (PIC), 
pressão arterial invasiva, cateter no bulbo da veia jugular. 
Alguns serviços médicos possuem uma equipe de transporte intra 
e inter-hospitalar fixa, enquanto outros não possuem equipes fixas, 
sendo formada a partir de médicos, enfermeiras e auxiliares de 
enfermagem que se encontram no período de trabalho em que vai 
ocorrer o transporte. Algumas instituições médicas possuem 
protocolos de transporte intra-hospitalar que incluem o médico em 
todos os tipos de transporte. JÚNIOR; NUNES; BASILE-FILHO (p. 
143-153, 2001) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
CONCLUSÃO 
A SAEP possibilita identificar, compreender, descrever, explicar e/ou 
prever como os pacientes irão respondem aos problemas de saúde ou aos 
processos vitais e determinam quais aspectos dessas respostas exigem uma 
intervenção profissional de enfermagem. 
O processo de enfermagem, além de beneficiar o cuidado, organiza as 
condições necessárias para que este seja realizado. No entanto, para sua 
utilização correta é crucial que os profissionais estejam propriamentecapacitados à metodologia de trabalho escolhida pela instituição em que se 
encontram. As ações educativas mobilizam a atenção dos trabalhadores de 
enfermagem fazendo com que os mesmos reflitam sobre o cuidado a ser 
prestado e participem da implementação da SAEP. 
Dessa forma, deve ser estabelecidos programas de orientação e 
capacitação continuada dos profissionais que já atuam na prática e dos que 
ainda estão por vir para a utilização da SAEP em sua plenitude e 
compreensão de que a mesma favorece uma assistência de enfermagem 
segura, individual e humanizada. 
Espera-se que a assistência de enfermagem no pré-operatório seja 
realizada de forma sistematizada, reduzindo consideravelmente o índice de 
complicações prováveis, com uma equipe de enfermagem treinada e 
habilitada, com registros corretos e adequados da assistência prestada. 
. 
 
 
 
 
31 
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