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ENFERMAGEM-EM-ORTOPEDIA-1

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1 
 
 
ENFERMAGEM EM ORTOPEDIA 
 
1 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 3 
2. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................... 5 
3. DESENVOLVIMENTO ......................................................................... 7 
Atuação profissional em serviço ambulatorial de traumato-ortopedia .. 7 
4. Centro de Atenção Especializada em Cirurgias Crânio-Maxilo-Faciais
 ......................................................................................................................... 18 
PERFIL DOS PACIENTES ATENDIDOS ........................................... 18 
Cuidados de Enfermagem: ................................................................. 20 
6. Microcirurgia Reconstrutiva ............................................................... 22 
Cuidados de Enfermagem .................................................................. 24 
Coluna e Trauma Raquemedular ........................................................... 25 
Principais patologias .......................................................................... 27 
OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM AOS DOENTES COM AFECÇÕES 
ORTOPÉDICAS E TRAUMATOLÓGICAS ....................................................... 31 
CONCEITO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA ......................... 32 
ALGUNS TESTES ESPECIAIS EM ORTOPEDIA ............................. 32 
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO NOS TRATAMENTOS DE 
TRAUMAS, E EM ORTOPEDIA ................................................................... 36 
CONCLUSÃO .................................................................................... 40 
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 42 
 
 
 
 
2 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
1. INTRODUÇÃO 
 
O trauma é uma lesão de extensão e intensidades variáveis, que pode ser 
provocada por agentes químicos, físicos e/ou psíquicos, de forma intencional ou 
acidental, instantânea, ou prolongada, produzindo perturbações somáticas ou 
psíquicas. 
Traumatologia é a ciência que estuda e trata pacientes fraturados por 
causas externas e contundentes. 
Ortopedia é a ciência interligada diretamente aos indivíduos e 
deformidades dos ossos, músculos, ligamentos, articulações, enfim, elementos 
relacionados ao corpo. 
A enfermagem tem um papel essencial junto da pessoa em situação de 
dependência, sendo a promoção do autocuidado um elemento essencial dos 
cuidados de enfermagem, principalmente em um contexto hospitalar. 
O serviço de Ortopedia de um Hospital escola no oeste catarinense visa 
atender a demanda de pacientes De forma geral, são dois tipos de atendimentos: 
os pacientes que são atendidos pela Emergência, e os pacientes que são 
atendidos de forma eletiva. Trata-se de um serviço de alta complexidade que 
conta com equipe de Médicos Ortopedistas especialistas em diferentes sub 
áreas, Enfermeiro, Técnicos de Enfermagem e Escriturários, os quais 
desenvolvem de forma coletiva o atendimento aos pacientes da região oeste do 
estado de Santa Catarina. O trabalho do técnico de enfermagem é uma das 
profissões que exige muita responsabilidade, uma vez que desenvolve ações 
supervisionadas na maioria das vezes de forma indireta e assim como outras 
profissões na saúde exige competência técnica. A demanda para o atendimento 
da enfermagem é cada vez maior e exige um quadro de enfermagem compatível 
com esta demanda. Quando o número de profissionais é inferior à demanda, o 
atendimento integral e a qualidade deste atendimento fica prejudicada. 
Nos últimos anos a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) 
vem ampliando seus campos de aula teórico-prática e de estágios 
 
4 
supervisionados, além de ser uma universidade em constante desenvolvimento, 
ela busca uma melhor formação dos acadêmicos, possibilitando o contato dos 
mesmos com diversas áreas da unidade hospitalar e de atenção básica. E é com 
esse intuito que a UDESC iniciou no semestre 2013/1 os estágios 
supervisionados no ambulatório ortopédico, o qual até então era um campo 
distante do contato acadêmico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2. MATERIAL E MÉTODOS 
 
Considerando que uma universidade tem o papel de agregar 
conhecimento ao desenvolvimento regional, buscou-se proporcionar aos 
pacientes um atendimento humanizado e seguro, ao mesmo tempo em que 
docentes e discentes buscaram agregar valor a este processo de ensino 
aprendizagem melhorando a qualidade da educação com foco ao estímulo para 
a pesquisa e envolvimento dos profissionais assistenciais. 
O desenvolvimento da prática educacional assistencial teve como cenário 
o ambulatório ortopédico do Hospital Regional do Oeste (HRO) no município de 
Chapecó/SC – Brasil. Contou com a participação ativa de pacientes em 
tratamento ortopédico eletivo e de urgência e emergência ortopédica, 
acompanhantes e profissionais de enfermagem deste setor, sendo a prática 
educacional assistencial realizada em abril e maio de 2013. 
Durante o processo de discussão de casos clínicos e no desenvolvimento 
de técnicas em atendimentos ortopédicos, seguido de orientação específica aos 
pacientes e acompanhantes, a equipe de enfermagem assistencial foi bastante 
colaborativa disponibilizando material para consulta e informando e 
demonstrando sua experiência no atendimento, sempre envolvendo os discentes 
e comprometendo-os no atendimento. A presença acadêmica no campo prático 
auxiliou no atendimento a demanda da comunidade, que em determinados 
períodos sobrecarregava a equipe assistencial, a qual auxiliava no atendimento 
pacientes realizados por até três profissionais médicos, distribuídos em salas de 
atendimentos distintas, além da sala de gesso e procedimentos. 
Todas as etapas desta prática discente foram acompanhadas por docente 
da UDESC, supervisores de estágio. 
Para o desenvolvimento deste relato, os profissionais assistenciais 
listaram os tipos de atendimentos e orientações mais frequentes no ambulatório 
 
6 
ortopédico, enquanto acadêmicos buscaram o aprofundamento teórico acerca 
dos atendimentos realizados. No final de cada período de estágio, docentes, 
discentes e profissionais se reuniam para breve discussão de casos clínicos, o 
que contribuiu significativamente para a produção de conhecimento. 
As atividades desenvolvidas pelos acadêmicos foram registradas em 
diários de campo e levadas em consideração na avaliação acadêmica desta 
prática 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
3. DESENVOLVIMENTO 
 
Atuação profissional em serviço ambulatorial de traumato-
ortopediaA equipe que atua no ambulatório é composta por um enfermeiro, três 
técnicos de enfermagem, pessoal administrativo e equipe médica. Grande parte 
dos atendimentos são derivados de agendamentos prévios seguindo um 
cronograma de atendimentos por médico, necessário gente aos diversos 
segmentos de especialidades ortopédicas e por este motivo cada profissional 
médico atende em dias e horários pré-estabelecidos. 
No primeiro dia de estágio os acadêmicos iniciaram com o 
reconhecimento do local, dos materiais, do agendamento, da atuação da equipe 
multiprofissional e do fluxo de atendimento. 
Contudo, observando o atendimento prestado por esta unidade de 
traumato-ortopedia, percebeu-se a necessidade de um olhar diferenciado, pois 
além de ser uma unidade onde predomina atendimentos por profissionais do 
sexo masculino, o que contradiz a literatura, este serviço não era aberto à 
instituições de ensino. 
A equipe do ambulatório se demonstrou bastante comprometida com o 
desenvolvimento das atividades acadêmicas e disponibilizaram tempo para 
demonstrar diferentes técnicas e condutas que os mesmos desenvolviam no 
ambulatório ortopédico. E, foram além, estimulando que cada acadêmico 
desenvolvesse habilidade prática em muitas técnicas de imobilização ortopédica. 
O ambulatório possui duas salas de espera onde na primeira os pacientes 
retiram as fichas e repassam os dados necessários para as recepcionistas de 
acordo com data previamente agendada; na segunda sala de espera, os 
pacientes são chamados por ordem de chegada (quatro ou cinco pacientes por 
vez) para aguardar o atendimento médico; quando o paciente necessita somente 
 
8 
de algum procedimento específico, há outra sala onde são realizadas 
atendimentos de urgência e emergência, remoção de gesso e outros pequenos 
atendimentos. Ainda existem três consultórios médicos (um deles utilizado 
também pelo enfermeiro da unidade para o desenvolvimento de atividades 
específicas de enfermagem), outras áreas de apoio como a copa e banheiro para 
funcionários, e a sala de procedimentos, local onde grande parte dos 
profissionais médicos atendem seus pacientes. 
Uma forma diferenciada de atendimento “coletivo”. Nesta sala de 
procedimentos estão três macas, ou seja, são chamados três pacientes por vez 
para atendimento. O médico atende um paciente por vez, sinalizando para a 
equipe de enfermagem os procedimentos necessários como: remoção de 
pontos, curativos, retirada de gesso, confecção de nova imobilização, entre 
outros. A enfermagem inicia o procedimento de acordo com a necessidade 
individual, que na presença do médico, o qual auxilia sempre que necessário, a 
enfermagem desenvolve suas atividades, fazendo com que o paciente se sinta 
acolhido. Neste momento também acontecem diversas orientações de 
enfermagem. Segue-se uma sequencia de atendimentos até que todos os 
pacientes que foram passados coletivamente para a sala de procedimentos 
tenham sido atendidos e orientados para o novo agendamento de retorno. E, 
reinicia uma nova chamada de pacientes. 
Assim, o fluxo de atendimento dos pacientes segue iniciando pela 
acolhida do paciente se inicia na recepção da unidade, onde é realizada a 
identificação e conferência da documentação de cada paciente. Na sequência, 
alguns pacientes são atendidos pela enfermagem para retirar o gesso circular, 
ala gessada ou outra imobilização para a realização de Raio-X e são 
direcionados ao setor de radiologia para o exame de imagem. No retorno, 
aguardam serem chamados para o efetivo atendimento médico. 
Muitas vezes a equipe de enfermagem faz o primeiro atendimento, como 
no caso de imobilizações, até a consulta médica. Cada profissional médico tem 
um sistema de atendimento diferenciado e a equipe de enfermagem se adapta 
a esta conduta médica. Alguns profissionais fazem o atendimento na sala de 
 
9 
procedimentos e outros preferem atender nos consultórios e encaminhar para a 
ala de procedimentos efetivamente os pacientes que tem procedimentos a serem 
realizados, como infiltração articular, retirada de pontos, curativos, imobilizações, 
etc. Contudo, percebe-se uma harmonia da equipe multiprofissional, primando 
pela humanização no atendimento, buscando desenvolver o atendimento da 
melhor forma possível, com segurança. 
Os pacientes que farão consultas de alta complexidade ou que estão 
dando sequência ao tratamento já iniciado, chegam com dia e hora marcada 
para o atendimento, enquanto os pacientes com trauma são avaliados pelo 
médico plantonista que decidirá a conduta. Quando o paciente não necessita de 
intervenção cirúrgica, os procedimentos são realizado no ambulatório 
ortopédico, como imobilizações. Quando a intervenção cirúrgica se faz 
necessária, a equipe do ambulatório faz os encaminhamentos para a internação 
e o agendamento cirúrgico. 
Quando o paciente é avaliado pelo médico ortopedista, que indica 
intervenção cirúrgica, este é adicionado a uma fila única, por especialidade 
ortopédica. Neste momento, são solicitados os exames necessários e entregues 
os documentos aos pacientes para providenciarem as autorizações de 
Autorização de Internação Hospitalar (AIH), em seu município de origem. Após 
fazer o procedimento cirúrgico estes pacientes tem um acompanhamento no 
ambulatório ortopédico, com retornos agendados de um atendimento para outro, 
até o momento da alta. A cada retorno o paciente é reavaliado e orientado acerca 
da sequencia de tratamento. 
Em casos de urgência/emergência há uma escala de médico ortopedista 
de sobre aviso. Quando os pacientes chegam a emergência com algum trauma 
e o médico plantonista solicita avaliação da Ortopedia, o médico que está no 
sobreaviso é o responsável por esta avaliação/atendimento. Nestes casos, a 
equipe de enfermagem do ambulatório ortopédico, normalmente faz uma 
avaliação inicial e confecção de imobilizações, quando necessário. Os técnicos 
de enfermagem tem grande experiência e participam das intervenções, fazendo 
as imobilizações e principalmente orientando os pacientes e seus familiares. 
 
10 
Para cada tipo de trauma existe uma imobilização mais indicada que a equipe 
de enfermagem ortopédica está sempre pronta a realizar. Sempre é avaliado o 
estado do paciente para fazer a imobilização, pois há alguns detalhes que devem 
ser observados, como lesões de pele, proeminências ósseas, limitação articular, 
entre outras. 
Como técnico de enfermagem e atuação num setor que trabalha 
diretamente com trauma em regiões anatômicas diversas, faz-se necessário ter 
conhecimento mais aprofundado da anatomia humana. O realizar de uma 
imobilização exige conhecimento geral da anatomia para no ato da imobilização 
fazer somente a imobilização da região com fratura preservando e deixando livre 
as articulações para que sejam movimentadas durante o período que o paciente 
estiver com a imobilização gessada, e durante esse processo de imobilização 
percebeu-se que a equipe realiza várias orientações. 
Foi possível acompanhar o elevado número de pacientes atendidos 
diariamente, uma variedade de lesões provocadas por inúmeros fatores de risco, 
sendo queda de própria altura, queda de escada, acidente de trabalho, acidente 
jogando bola, entre outros. Porém, voltam-se olhares ao grande número de 
pacientes atendidos no ambulatório ortopédico devido a acidentes de trânsito, 
sobretudo com moto. 
Observou-se que a equipe de enfermagem, ao receber o paciente vítima 
e acidente avalia através da palpação, amplitude de movimento e limitações. 
Observa os movimentos de flexão e extensão, questiona acerca da 
sensibilidade, força muscular e grau de mobilidade do membro afetado. 
O conhecimento anatômico permite à enfermagem distinguir o tipo de 
fratura e a região que ocorreu a fratura, quando visualizada na imagem 
radiológica, podendo ser classificada em fratura proximal, medial ou distal. 
O tratamento é aplicado de acordo com alesão seguindo a conduta 
médica. Durante a realização de estágio supervisionado, foi possível 
acompanhar o tratamento dispensado à vítima de fratura sem desvio, conhecida 
como fratura tipo galho verde. O tratamento pode ser conservador no primeiro 
 
11 
momento através do uso da tala gessada devido a fratura ocasionar edema e 
como na tala gessada é usada atadura elástica para a imobilização evita-se o 
garroteamento e necrose da região imobilizada, e posteriormente dentro de 
quinze a vinte dias o paciente retorna para a realização de nova consulta médica 
e imagens radiológicas e então nesse segundo momento a equipe assistencial 
realiza a imobilização gessada circular, que em virtude do edema ser sido 
reabsorvido, os risco são menores. Durante esse processo de imobilização que 
é rápido devido a fila de pacientes para serem atendidos, as orientações são 
breves e objetivas, como a movimentação dos membros como dedos que estão 
livres, não molhar o gesso, não apoiar o gesso para não quebrar, não utilizar 
instrumentos entre a pele e o gesso para coçar devido o risco de lesão de pele, 
não erguer peso, realizar curativos diários, e qualquer dúvida retornar antes da 
próxima consulta. 
 
Em seguida a atadura gessada é molhada em água morna e após 
aplicada na região afetada de forma circular como se estivesse passando uma 
atadura, no momento deste procedimento o gesso é moldado de forma 
anatômica ao membro. É alisado o gesso para ficar uniforme ainda durante a 
sua aplicação. Ao término do procedimento o paciente é orientado que demora 
algumas horas para a secagem completa do gesso e inspecionado quanto algum 
desconforto com o gesso e observado a perfusão/circulação na extremidade 
afetada. 
Para a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, as lesões 
leves onde o tratamento é sintomático, ocorre manutenção da imobilização até 
a melhora dos sintomas, durando entre uma e duas semanas. Já nas lesões 
completas utilizando-se a proteção articular com imobilizadores semirrígidos 
possibilitou retorno mais rápido às atividades físicas e laborativas quando 
comparada à imobilização gessada, facilitando a ocorrência de edema, dor e 
instabilidade em longo prazo. Outros tipos de imobilização funcional, como 
enfaixamento e imobilizadores elásticos possuem menores riscos de rejeição. 
 
12 
Nas fraturas com desvio, ou seja, aquela que precisa de tratamento 
cirúrgico, a equipe de enfermagem realiza a higiene do membro e imobilização 
do membro fraturado com a tala gessada, evitando assim movimentos que 
causam dor ou desconforto. Também orientam o jejum e preparo para o 
procedimento cirúrgico. 
Os fragmentos ósseos devem ser mantidos na posição e no alinhamento 
corretos até que ocorra a união entre os mesmos. A imobilização pode ser feita 
através do uso de fixadores externos como: bandagens, gessos, talas, trações, 
em três outras; já os internos podem servem como talas de imobilização interna. 
Conforme Guimarães Junior, as técnicas de imobilização são descritas no 
Quadro 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
Quadro 1- tipos de imobilização ortopédica e sua finalidade 
 
 
14 
 
 
15 
 
Com base em conhecimentos técnicos-científicos, e de acordo com a 
conduta médica no tratamento do trauma, a equipe de ortopedia orienta os 
pacientes quanto aos cuidados e deveres que o paciente precisa ter acerca dos 
curativos, talas gessadas, gesso, imobilização elástica e retornos no ambulatório 
ortopédico. 
O gesso é um material utilizado para imobilização externa rígido e 
moldado ao corpo, para tratamento de fraturas, correção de deformidades ou 
apoiar articulações. 
São necessários diversos cuidados com o gesso, entre eles destacamos 
manter, nos dias subsequentes ao trauma, o membro imobilizado elevado, o 
maior tempo possível, a fim de evitar o inchaço do membro dentro do gesso; 
movimentar os dedos, de hora em hora, enquanto acordado; apoiar o gesso em 
almofadas; manter o gesso seco e limpo; higienizar entre os dedos 
 
16 
cuidadosamente; não molhar o gesso e no caso do gesso sintético, lembrar que 
as extremidades não são impermeáveis; utilizar capas protetoras do gesso que 
vedam bem contra a água do banho; não introduzir talco ou objetos para coçar; 
não retirar o algodão, recortar ou quebrar as bordas do gesso; não pressionar ou 
colocar peso sobre o gesso; não apoiar o gesso numa mesma posição por tempo 
prolongado; em caso de imobilização de membro inferior, dependendo da 
orientação médica, pode ser necessário o uso de muletas para marcha, sem 
apoio do lado imobilizado; em caso de imobilização do membro superior pode 
ser necessário o uso de uma tipoia para o seu conforto. 
Em caso de o paciente apresentar dor constante, dormência, inchaço, 
dificuldade de mobilidade do membro, febre ou calafrio, palidez cutânea, 
manchas, odor fétido ou qualquer alterações visíveis, o mesmo deve procurar 
auxilio dos profissionais, pois podem estar ocorrendo reações, gerando 
alterações no local ou até novos traumas. 
Para as imobilização elásticas apenas usa-se malha tubular e algodão 
laminado (algodão ortopédico), exemplos são as tipoias comuns, que se usa um 
algodão de 12cm e 1,4m de malha, já as velpo, (canadense) usa-se dois algodão 
de 20cm e 2m de malha, e os oito posterior são confeccionados com 6 algodão 
de 20cm e 2,50m, essas imobilizações são para fratura de ombro, fratura de 
clavícula, e no caso de trauma de joelho, entorce, colocase jhones que são duas 
ataduras de 20cm e um algodão laminado de 15cm. 
Em relação às talas de gesso existem várias formas, as suropodálicas 
(baixas) que são colocadas nos membros inferiores, (MMII). As axilo-palmar que 
são colocadas nos membros superiores, (MMSS). O material que sempre é 
usado, são: gesso, malha tubular, algodão laminado (ortopédico) e ataduras 
crepes. 
Conforme o Instituto de Ortopedia e Fisioterapia deve-se ter certos 
cuidados com as demais imobilizações mantendo-a em boas condições, seca, 
limpa, não tentar retira-la ou utilizar objetos para reduzir prurido, sempre 
inspecionar a pele observando a presença de inchaços ou vermelhidão, verificar 
 
17 
a mobilidade, esses cuidados são de imprescindível realização e favorecem a 
melhor cicatrização do membro lesado. 
Também são orientados quanto ao uso de medicações e quanto ao 
retorno para reavaliação e para exames de imagem. O Raio X é o principal 
exame solicitado no ambulatório ortopédico, e a principal referência para o 
atendimento e acompanhamento da evolução do paciente. Todos os pacientes 
são orientados para trazer as guias autorizadas para dar sequência ao 
atendimento. 
Por fim, durante todo o estágio curricular no serviço ambulatorial de 
ortopedia foi possível acompanhar esse processo de diálogo da equipe com o 
paciente, a busca de informação se faz uso de medicação para hipertensão, 
diabetes, medicação controlada, quais as formas de uso e se tem algum tipo de 
alergia a medicações. Além disto foi possível acompanhar as orientação para 
cuidados domiciliares e o preenchimento do prontuário do paciente com registro 
do atendimento realizado pela enfermagem. 
Em uma perspectiva de continuidade de cuidados, é fundamental preparar 
o regresso a casa do paciente de modo a promover o autocuidado mesmo 
existindo limitações, prevenir a redução da sua capacidade funcional e motivá-
lo/responsabilizá-lo para o restabelecimento do seu estado de saúde e 
progressão para a independência. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
4. Centro de Atenção Especializada em Cirurgias 
Crânio-Maxilo-Faciais 
 
A cirurgia crânio-maxilo-facial é uma área de atuação médica para 
tratamento cirúrgico de deformidades congênitas e adquiridas (fraturas, sequelas 
de fraturas, tumores do esqueleto facial), bem como do desenvolvimento dos 
ossos da face. Além disso, engloba 3 especialidades médicas: cirurgia plástica, 
cirurgia decabeça e pescoço, otorrinolaringologia. Além disso, possui grande 
interface com a especialidade da odontologia. 
A atuação da enfermagem no cuidado aos pacientes submetidos a 
cirurgia crânio-maxilo-facial, requer conhecimentos técnicos e científicos 
especializados que envolvam ações visando o preparo pré-operatório, 
recuperação pós operatória, prevenção de complicações e preparo para o 
autocuidado. É necessário considerar o paciente em toda sua amplitude bio-
psico-social visando a promoção do conforto necessário à recuperação da 
saúde, valorizando a carga emocional que acompanha o paciente no pré e pós-
operatório, pois o estado emocional repercute em fatores favoráveis ou 
desfavoráveis na sua recuperação. 
 
PERFIL DOS PACIENTES ATENDIDOS 
 
Segundo Molileu as anomalias craniofaciais estão entre os defeitos 
congênitos humanos mais frequentes e demandam assistência multidisciplinar 
integral e especializada. 
O perfil de atuação do centro de cirurgia crânio-maxilo-facial é de 
portadores de anomalias congênitas do esqueleto facial; fraturas e sequelas de 
fraturas de face; cistos e tumores dos maxilares; reconstrução do esqueleto 
crânio-facial (incluindo as microcirúrgicas de mandíbula em conjunto com o 
 
19 
Centro de Microcirurgia Reconstrutiva), cranioplastias e o tratamento de 
deformidades dento-esqueléticas (cirurgia ortognática). 
 
Principais cirurgias realizadas 
 Tratamento cirúrgico para fraturas dos ossos da face (Reduções 
cruentas com osteossínteses). 
 Resseção de tumores cos maxilares (com ou sem reconstrução 
imediata através de enxertos ósseos). 
 Tratamento cirúrgico para sequelas de fraturas (refraturas, 
osteossínteses e implantes). 
 Ortognática – Tratamento de deformidades dento-faciais pela 
manipulação da mandíbula e maxila para a obtenção de uma 
relação adequada dos dentes (oclusão dentária). 
 Reconstrução microcirúrgica de mandíbula em conjunto com o 
Centro de Microcirurgia. 
As principais necessidades de intervenção de enfermagem em pacientes 
do serviço de cirurgia crânio-maxilo-facial, estão relacionadas às funções do 
sistema estomatognático que se refere a um conjunto de estruturas bucais que 
desenvolvem funções comuns, tais como sucção, mastigação, deglutição, 
fonação e respiração. 
A avaliação do paciente após a cirurgia deve levar em consideração a 
dificuldade em realizar estas funções pelo desenvolvimento frequente do edema, 
pela fixação inter-maxilar, pelos prejuízos neurais tanto a sensibilidade quanto à 
motricidade, que acometem as estruturas envolvidas em tais funções. 
A abertura bucal diminuída, associada à dificuldade de preensão do 
alimento mastigação e deglutição, favorecem a permanência de alimentos na 
cavidade oral dificultando a higienização, o que se constitui em fator 
predisponente a infecção. Deve ser feita a orientação quanto à higienização oral 
após as refeições, através de bochechos com soluções anti-sépticas. 
 
20 
É comum a redução da amplitude dos movimentos mandibulares, não 
devendo ser estimulada a abertura bucal, tratamento este muitas vezes 
desenvolvido à beira do leito pela fonoaudióloga da unidade de reabilitação. 
Torna-se fundamental a observação cuidadosa da capacidade de 
deglutição ao ofertar os alimentos, através de colher ou seringa (dieta líquida). 
Alguns autores consideram inadequado o uso de canudos nas cirurgias 
ortognáticas pela força anterior empregada. (CAMPIOTTO, 1998). 
A oclusão dentária normal ou normoclusão (perfeito relacionamento dos 
dentes superiores com os inferiores) é fundamental para correta mastigação e 
deglutição, evitando–se problemas de fala e da articulação temporo-mandibular. 
Na normoclusão, os dentes do arco inferior devem estar circunscritos pelos 
dentes do arco superior. A avaliação precoce da oclusão dentária no pós-
operatório imediato é uma ação necessária para que possamos garantir que 
ocorra a consolidação óssea na posição adequada. 
 
Cuidados de Enfermagem: 
 
Pré-operatório 
 Realizar inspeção da cavidade oral (presença de lesões, dentição, 
higiene oral e abertura bucal); 
 Orientar quanto a retirada da lente escleral, quando houver; 
 Orientar quanto a retirada da prótese dentária. 
 Trabalhar a comunicação não-verbal (determinar códigos para 
comunicação; 
 Manter a campainha ao alcance do paciente; 
 Oferecer meios para a comunicação escrita; 
 Oferecer alimentos semi-liquidos; 
 Supervisionar a aceitação da dieta 
 Inspecionar diariamente a boca quanto a lesões e inflamação; 
 
21 
 Supervisionar a realização da higienização oral; 
 Desencorajar a respiração pela boca (perda da umidade oral) 
 Orientar quanto a correta escovação e importância do uso de 
enxaguatórios; 
 Verificar estado de hidratação (mucosa oral desidratada é mais 
vulnerável a lesões) 
 Umidificar a região labial; 
 Realizar aspiração das Vias Aéreas Superiores e cavidade bucal, 
quando necessário; 
 Manter cabeceira elevada a 30°; 
 Auxiliar o paciente a posicionar-se adequadamente para alimentar-
se; 
 Supervisionar a alimentação até que não haja mais perigo de 
sufocação ou aspiração; 
 Manter o aspirador próximo a unidade do paciente 
 Manter alicate próximo a unidade do paciente (em caso de fixação 
inter-maxilar) 
 Estimular a lavagem das fossas nasais com SF0,9% após a 
retirada dos tampões; 
 Não retirar o tampão nasal. Trocar apenas o curativo secundário 
“bigode” ( em rinoplastias ); 
 Realizar crioterapia (72horas); 
 Oferecer alimentação (frios/líquidos); 
 Proteger a pele do gelo (risco de queimaduras) 
 Orientações para alta 
 Orientar o paciente e familiar quanto aos cuidados com a ingestão 
alimentar; 
 Realização de crioterapia (nas 72 horas); 
 Evitar exposição ao sol; 
 Reforçar orientações quanto a higienização oral cuidadosa; 
 
22 
 Uso correto dos medicamentos prescritos (administração e 
conservação); 
 Observação quanto aos sinais e sintomas de complicações; 
 Retorno ambulatorial. 
 
6. Microcirurgia Reconstrutiva 
 
As microcirurgia pode ser definida como um conjunto de procedimentos 
cirúrgicos aplicados na manipulação de pequenas estruturas que dependem do 
auxilio de lentes de aumento- lupas ou microscópio. Foi introduzida no Brasil na 
década de 60 por cirurgiões do Hospital das Clínicas de São Paulo que 
realizavam reimplantes de membro superior. Sua aplicação não se restringiu 
somente às amputações, estendeu-se para áreas como a ortopedia, 
neurocirurgia, urologia, cirurgia de mão, cirurgia plástica entre outras tornando-
se uma importante alternativa para o tratamento de lesões ate então insolúveis. 
Perfil dos pacientes atendidos 
O Centro de Atenção especializada em Microcirurgia Reconstrutiva 
atende os usuários vítimas de trauma de etiologia diversa que apresentem 
lesões nervosas; perdas ósseas, musculares e cutâneas extensas; amputações 
e outras. A clientela é eminentemente masculina com idade situada na faixa 
entre 20-50 anos. Cabe destacar que cerca de 30% das internações é composta 
por recém nascidos e crianças com idade entre 0-12 anos. O tempo médio de 
internação é de três dias podendo estender-se de acordo com procedimento 
realizado e a presença de fatores complicadores. 
As principais cirurgias realizadas incluem: 
Enxerto de pele, reconstrução com retalho miocutâneo, transplante com 
anastomose vascular miocutâneo e microcirurgia do plexo braquial 
(particularmente a neuroenxertia). 
O enxerto cutâneo é o segmento de pele retirado de uma área (doadora) 
e transferido para outra (receptora). É classificado de acordo com sua 
 
23 
espessura, composição, origem e dimensão sendo amplamente utilizado na 
restauração e reparação de feridas. A principal complicação é a não-integração 
seguida da distorção tecidual. 
O transplante com anastomose vascular miocutâneo é tratamento de 
escolha na reconstrução de defeitos que requeremtransposição de grandes 
quantidades de tecidos, com melhora significativa do prognóstico e redução da 
morbidade. Pode ser classificado quanto à forma, ao numero de pedículos, à 
composição, à vascularização, à localização da área doadora em relação à 
receptora e aos métodos de migração. 
O plexo braquial (figura 01) é um conjunto de nervos que partem da 
medula espinhal e se localiza no pescoço. Responsável pelos movimentos e pela 
sensibilidade do membro 
superior. Pode ser lesionado 
diretamente (p.e.: arma de 
fogo) ou por estiramento. 
Este pode ocorrer na hora do 
parto e é conhecido como 
Paralisia Obstétrica do plexo 
braquial (POPB). As lesões 
tem gravidade diferenciada 
de acordo com o trauma 
ocorrido, o que determina o 
tipo de tratamento cirúrgico. 
No INTO o tratamento 
cirúrgico mais frequente é a 
neuroenxertia - ligação dos nervos lesionados a partir de cabos nervosos 
retirados da perna. O prognóstico também está relacionado à gravidade da lesão 
e o resultado é lento podendo levar até quatro anos. A dor é constante com 
tendência a desaparecer num período de dois anos devendo ser acompanhada 
e controlada com o uso de analgésicos. 
 
 
24 
Cuidados de Enfermagem 
O enfermeiro no CAEMER é responsável pelo gerenciamento do cuidado 
prestado ao usuário desde sua internação até a alta terapêutica. Suas 
atividades/ações são realizadas de acordo com o fluxo que o usuário segue ao 
dar entrada na instituição: internação/pré-operatório, pós-operatório e alta 
terapêutica. 
A assistência ao usuário submetido à microcirurgia reconstrutiva requer 
cuidados especiais no planejamento e condutas pré e pós-operatórias que 
tangem, principalmente, à manutenção das lesões reparadas e a serem 
reparadas. 
Os cuidados pré-operatórios com lesões que serão enxertadas referem-
se à manutenção do leito da ferida e da área doadora. Os cuidados pós-
operatórios englobam utilização de curativos compressivo na região receptora e 
acolchoado na doadora, avaliação da “pega” do enxerto e manutenção das áreas 
até cicatrização e de seu cuidado posterior. 
Para reparação com retalho, os cuidados pré-operatórios incluem a 
realização de anamnese (histórico do usuário) – para detecção de fatores que 
podem ocasionar risco de anastomoses vasculares, como: tabagismo, 
hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e doenças vasculares. 
Sequencialmente procede-se ao exame físico e avaliação do membro afetado. 
As lesões devem ser tratadas de acordo com as características apresentadas 
até realização de cobertura. No pós-operatório a avaliação rigorosa da área 
receptora quanto à coloração, pulso, temperatura é indispensável para ciência 
da viabilidade do retalho, bem como a manutenção do posicionamento adequado 
no leito e o repouso. O curativo deve ser asséptico para evitar contaminação e 
infecção. O uso de analgésicos é importante ao conforto do usuário. 
A realização da anamnese no pré-operatório das cirurgias do plexo 
braquial é necessária para determinação da gravidade da lesão e do prognóstico. 
A movimentação das articulações do membro de 3 a 4 vezes ao dia, e o não uso 
de tipóia até a cirurgia são recomendadas, pois mantêm as amplitudes 
 
25 
articulares e as articulações do ombro lubrificadas. O pós-operatório na 
avaliação da ferida operatória e troca de curativos, manutenção da imobilização 
(tipóia – adultos – e Velpeau – para crianças) por três semanas, observação do 
padrão respiratório (nos casos em que há uso do nervo frênico). 
 
Coluna e Trauma Raquemedular 
 
A coluna vertebral forma uma sustentação forte, mas flexível para o 
tronco, possuindo importante papel na postura, na sustentação do peso do 
corpo, na locomoção e na proteção da medula espinhal e das raízes nervosas. 
Estende-se a partir da base do crânio através do pescoço e do tronco. As 
vértebras são estabilizadas por ligamentos que limitam os movimentos 
produzidos pelos músculos do tronco. A medula espinhal, raízes dos nervos 
espinhais e seus revestimentos, denominados meninges, estão situados dentro 
do canal vertebral, que é formado pelos forames vertebrais em vértebras 
sucessivas. Os nervos espinhais e seus ramos estão situados fora do canal 
vertebral, exceto pelos nervos meníngeos, que retomam através dos forames 
intervertebrais para inervar as meninges espinhais. 
O trauma raquemedular é o conjunto de alterações consequentes à ação 
de agentes físicos sobre a coluna vertebral e aos elementos do sistema nervoso 
contidos em seu interior. As maiorias das lesões medulares graves continuam 
sendo irreversíveis do ponto de vista funcional. Sua abordagem limita-se a 
prevenção e tratamento das complicações. 
Perfil dos pacientes atendidos 
O trauma raquemedular incide em pacientes jovens, entre 18 e 35 anos, 
majoritariamente do sexo masculino, de etiologia traumática causado por 
acidentes de transito, perfuração por arma de fogo e mergulho em águas rasas. 
 
 
 
26 
Trauma raquemedular 
A lesão medular traumática ocorre quando um evento resulta em lesão 
das estruturas medulares, interrompendo a passagem do estimulo nervoso 
através da medula. A lesão pode ser completa ou incompleta. 
A medula espinhal é organizada em segmentos ao longo de sua extensão. 
Raízes nervosas de cada segmento inervam regiões especificas do corpo, como 
descrito abaixo; 
• os segmentos da medula cervical (C1 a C8) controlam a sensibilidade o 
movimento da região cervical e dos membros superiores; 
• segmentos torácicos ((T1 a T12) controlam o tórax, abdome e parte dos 
membros superiores). 
• segmentos lombares (L1 a L5) estão relacionados com movimentos e 
sensibilidades nos membros inferiores; 
• os sacrais (S1 a S5) controlam parte dos membros inferiores, 
sensibilidade da região genital e funcionamento da bexiga e intestino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
Principais patologias 
 
Escoliose 
É quando a coluna apresenta uma curva no plano das costas. A escoliose 
pode apresentar uma curva em “C” ou uma dupla curva em “S”. A escoliose pode 
ter várias causas, porém a mais comum é a escoliose dita “idiopática”, sem causa 
definida, que se manifesta ainda na infância ou puberdade. 
 
 
Espondilolistese 
É caracterizado por um deslizamento ou deslocamento anterior ou 
posterior de uma vértebra em relação a outra. O canal medular começa a ficar 
 
28 
progressivamente mais estreito e há sempre o risco de compressão medular. 
Existem três causas básicas: falha congênita, amolecimento inflamatório de um 
ligamento da vértebra e instabilidade por trauma. 
Hérnia de disco 
Na hérnia de disco, ocorre o deslocamento do núcleo, a parte interna do 
disco intervertebral através de uma ruptura do anel fibroso, à parte externa do 
disco. O fragmento do núcleo que escapa do disco pode comprimir uma raiz 
nervosa. A hérnia de disco está relacionada a vários fatores, tais como: estrutura 
genética do indivíduo, atividade física, peso, tipo de trabalho e outros. 
 
Principal cirurgia 
Artrodese: é uma cirurgia que fixa vertebras vizinhas com uma ponte de 
osso, mantendo-as alinhadas, estáveis e fortes. São utilizados materiais de 
fixação, como parafuso de titânio ou espaçadores, para aumentar os índices de 
sucesso da fusão óssea. 
 
 
 
29 
Cuidados de Enfermagem 
A assistência de enfermagem ao paciente com lesão medular ou outras 
patologias da coluna vertebral deve ser individualizada e sistematizada, visto que 
este paciente apresenta dificuldades de adaptação a sua nova condição e de 
reintegração a sua rotina de vida pessoal, familiar e social. Durante a 
hospitalização, alguns cuidados devem ser tomados acerca do quadro clínico, 
considerando limitações da mobilidade, eliminações fisiológicas, risco 
aumentado para desenvolvimento de úlceras por pressão, características da dor 
e risco de infecção. 
Além destes cuidados, o processo de reabilitação deve ser iniciado ainda 
durantea hospitalização, visando a adaptação do paciente à sua nova condição 
e preparando os familiares e cuidadores. De acordo com MANCUSSI (1998), o 
processo de reabilitação deve focar o binômio paciente/família para assegurar a 
continuidade dos cuidados planejados e prevenir possíveis complicações. 
Assim, o enfermeiro tem um papel fundamental não só na assistência, como 
também na preparação do paciente e familiar no processo de alta hospitalar. 
 
Pré-operatório ‡ 
 Realizar exame físico ortopédico (estabilidade, mobilidade, força 
muscular, sensibilidade, circulação periférica, lesões cutâneas, 
controle esfincteriano); 
 Implantar ações de acordo com os achados no exame físico; 
 Incentivar a pratica de exercícios fisioterápicos preventivos; 
 Prevenir as ulceras por lesão; 
 Programar mudança de decúbito do paciente em bloco, 
observando suas curtos de decúbitos por áreas; 
 Pacientes em uso de tração devem ser mobilizados a cada 2 horas 
com períodos curtos de decúbitos por área; 
 Avaliar a eficácia da tração (peso adequado, posicionamento, 
relato de dor); 
 
30 
 Oferecer suporte emocional; 
 Estimular o paciente a realizar as atividades de autocuidado, para 
promover o sentimento de independência e controle da situação 
 Oferecer explicação clara e concisa sobre qualquer tratamento ou 
procedimento a ser realizado. 
 
Pós-operatório 
 Manter o paciente em Fowler (30o), de acordo com orientação 
médica. 
 Evitar flexão, inclinação lateral e rotação do tronco; 
 Mudar de decúbito em bloco, a partir do 1° dia de pós-operatório, 
respeitando a tolerância; 
 Realizar ortostase e marcha com auxilio a partir do 2° dia após a 
cirurgia, sob a supervisão do fisioterapeuta e de acordo com 
orientação medica; 
 Relatar as alterações sentidas pelo paciente durante as atividades; 
 Orientar o paciente quanto às restrições de movimentos após a 
cirurgia; 
 Trocar curativo cirúrgico e descrever seu aspecto 
 Atentar para sinais de complicações, principalmente infecção. 
 Avaliar e registrar características da dor; 
 Orientar e observar o aprendizado do paciente e cuidador quanto 
ao autocateterismo, quando necessário. 
 
 
 
31 
OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM AOS DOENTES 
COM AFECÇÕES ORTOPÉDICAS E 
TRAUMATOLÓGICAS 
 
Os cuidados de enfermagem aos doentes com afecções ortopédicas e 
traumatológicas abrangem clientes com diferentes patologias, nomeadamente 
luxação congênita de quadril, displasias do quadril, fratura do colo do fêmur, 
entre outras. Por isso, os enfermeiros, especialistas de reabilitação ou 
generalistas, que trabalham em serviços de Ortopedia e em serviços de urgência 
devem estar preparados para responder eficazmente a todas as situações com 
que se deparam. Portanto, os trabalho exposto abordará enfatizará os cuidados 
específicos de enfermagem no que se refere a patologias ortopédicas. 
Os problemas que afetam os sistemas muscular, esquelético e articular, 
congênitos ou resultantes de doenças metabólicas e degenerativas, e de 
traumas de origem intencional ou não, são um importante problema de saúde 
pública não só por atingirem uma percentagem cada vez maior da população 
incluindo jovens e adultos jovens, como também, pelos custos pessoais (dor ou 
desconforto, impossibilidade de, muitas vezes, manter os hábitos de vida, que 
podem gerar isolamento e síndromes depressivos) e sociais (aumento de 
absentismo e elevados custos em tratamentos médicos e de enfermagem) 
(GOMES, 2009). 
Os cuidados de enfermagem de reabilitação têm acompanhado as 
alterações dos cenários no campo da saúde, movendo-se dos cuidados em 
situações agudas, para uma maior intervenção nas situações crônicas de longa 
duração (MENDES, 2012). A intervenção não pode ser direcionada 
exclusivamente para a recuperação ou adequação à limitação física, mas, tem 
que se estabelecer uma abordagem integradora em que o próprio indivíduo e a 
família/cuidador sejam protagonistas no processo de reabilitação. Isto permite 
que o paciente mobilize as suas próprias energias físicas, psicológicas e sociais 
 
32 
que irá repercutir-se inevitavelmente no processo de recuperação e reintegração 
social (GOMES, 2009). 
 
CONCEITO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA 
 
Ortopedia e Traumatologia são partes muito importantes da formação 
médica, embora nem sempre reconhecidas. Em torno de 30-40% das 
ocorrências de um pronto-socorro geral são ortopédicas. Lombalgia, dor no 
ombro e trauma são as causas mais frequentes de afastamento do trabalho e 
aposentadoria por incapacidade. Muitas afecções ortopédico-traumáticas na 
criança dependem do diagnóstico correto e tratamento precoce, o que pode 
recuperar a integridade ou obrigar a uma convivência com uma penosa limitação 
física durante a vida. (GOMES, 2009). A ortopedia, como ciência, tem por 
objetivo investigar, estudar, prevenir e tratar as afecções do aparelho locomotor 
e de sustentação, excetuando o tratamento clínico das afecções miopáticas, 
neurológicas e reumáticas autoimunes. 
 
ALGUNS TESTES ESPECIAIS EM ORTOPEDIA 
 
TESTE DE GALEAZZI 
Serve para verificar se há diferença de comprimento nos membros 
inferiores. O indivíduo é colocado em decúbito dorsal, em posição simétrica, com 
os membros inferiores flexionados de modo a manter os pés juntos. Quando há 
discrepância de comprimento dos membros, os topos dos joelhos ficam em 
alturas diferentes. Teste de Galeazzi, é usado para verificar se há diferença de 
comprimento nos membros inferiores. Os joelhos são flexionados e os pés 
mantidos juntos. Se houver encurtamento de um dos membros um joelho ficará 
mais baixo, como se observa no lado esquerdo do paciente. 
 
 
33 
TESTE DE ADAMS OU TESTE DE UM MINUTO 
Serve para investigar se há escoliose, solicitando-se ao paciente que faça 
flexão do tronco, com descrito e ilustrado atrás. 
 
INTERVENÇÃO CIRÚRGICA 
Os pinos são conectados entre si com uma ou mais barras ou anéis 
(PASCCOAL, 2002). Naquelas que tenham lesão de partes moles associadas, 
bem como perdas ósseas, facilitando a realização dos curativos e pode ser 
usado como opção de tratamento nas fraturas cominutivas e segmentares em 
pacientes que precisam ser mobilizados XAVIER, 2003). Fixação interna: algum 
tipo de implante – placa de metal, haste como osteossíntese interna. A principal 
indicação da osteossíntese com placas e parafusos é a impossibilidade do uso 
Sua vantagem está na possibilidade da redução anatômica e estabilização rígida 
e imediata da fratura. As desvantagens incluem a ampla dissecção necessária 
para a colocação da (PASCCOAL, 2002). 
PRÉ-OPERATÓRIO 
 Colher uma história detalhada, incluindo o mecanismo de lesão, fazendo 
um exame completo da extremidade afetada à procura de edema, 
hematoma, crepitação, perda da função, deformidade, descoloração da 
pele, posição alterada e mobilidade anormal do membro afetado, além de 
abrasões, lacerações, atentando para a integridade do envoltório e de 
partes moles; 
 A perfusão tecidual das extremidades deve ser avaliada, assim como a 
função dos nervos. Deve-se fazer um exame neurológico, incluindo uma 
avaliação motora e sensitiva dos nervos, atentando para episódios de dor 
intensa, fraqueza ou parestesias que podem ser indicativo de isquemias 
(HEBERT & XAVIER, 2003). 
 
34 
 Avaliar estado emocional do paciente, oferecendo medidas de conforto, 
esclarecendo dúvidas, ensinando medidas preventivas de complicações 
no pós-operatório (SANTOS, 2005); 
 Checar riscos cirúrgicos e exames solicitados. Planejar, implementar e 
avaliar as e avaliar as ações assistenciais para o preparo do paciente de 
acordo com o tipo de cirurgia (TASHIRO, 2001). 
 
PÓS-OPERATÓRIO 
 Realizar exame físico pós-operatório, incluindo avaliação do membro 
operado para detectar a presença de complicadores, mantendo-o em 
posição anatômica confortável; 
 Estar atento em relação aos curativos para sinaisde sangramento, dor, 
hematomas, deiscência, alterações na perfusão periférica e edema de 
extremidade. 
 O dreno de sucção normalmente é retirado entre 24 horas a 48 horas após 
a cirurgia, como objetivo evitar possíveis hematomas que possam 
interferir no processo de cicatrização da ferida. 
 O cateterismo vesical é realizado em cirurgias longas e sempre quando 
se faz necessário a monitoração do débito urinário. Normalmente a sonda 
é retirada no primeiro dia após a cirurgia, se o paciente não apresentar 
nenhuma intercorrência (TASHIRO, 2001). 
 
TRATAMENTO DE FRATURA DE FÊMUR DISTAL E PROXIMAL 
Tratamento das fraturas decorrentes da Osteogênese Imperfeita: Doença 
genética relativamente rara, que causa fragilidade nos ossos gerando fraturas à 
manipulação relativamente simples do paciente ou mesmo espontaneamente, 
ocorrendo encurvamento dos ossos devido ao encurtamento. Devido às fraturas, 
o tratamento cirúrgico propõe o alinhamento ósseo através da colocação de uma 
 
35 
haste intramedular, diminuindo os riscos de uma nova fratura e a dor de uma 
fratura. Este tipo de procedimento é conhecido como Rodding (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE OSTEOGÊNESE, 1999). 
 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM 
Todo paciente cirúrgico, apresenta sentimento de medo e ansiedade 
relacionado à cirurgia e a ruptura com seu ambiente social e familiar, mobilizando 
respostas inesperadas, imprevistas e até mesmo com diminuição da autoestima. 
Neste momento, o trabalho inicial da enfermagem é o de apresentar a criança o 
seu novo ambiente. 
 Higiene corporal – Incentivar banho de aspersão, dentro de suas 
condições. 
 Alimentação – Orientar quanto à necessidade de ingestão de proteínas, 
fibras, legumes, carboidratos e frutas e estímulo à ingestão hídrica. 
 Eliminações vesical e intestinal – Orientar quanto ao cateterismo vesical 
intermitente, uso de supositório de glicerina (quando prescrito pelo 
médico) e massagem abdominal em sentido horário. 
 Cuidados com curativos – Orientar quanto à importância da lavagem das 
mãos antes da realização do curativo e cuidados para não contaminá-lo. 
 Mobilização – Orientar quanto à mudança de decúbito e massagem de 
conforto, utilização do colchão caixa de ovo e proteção das proeminências 
ósseas com coxins. 
 Outros – Orientar a família para que seja compreensiva e carinhosa com 
o paciente. 
 
 
36 
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO NOS TRATAMENTOS DE 
TRAUMAS, E EM ORTOPEDIA 
O enfermeiro atua durante o tratamento clínico ou cirúrgico dos pacientes, 
com trauma desenvolvendo ações de prevenção e promoção, tendo respaldo 
técnico e legal para o cuidado dos pacientes na avaliação diagnóstica, 
tratamento, reabilitação, atendimento aos familiares e de todo o gerenciamento 
do cuidado. Além disso, desenvolve ações educativas integradas com outros 
profissionais, apoia e participa da construção de legislação específica, identifica 
fatores de risco ocupacional, utilizando-se das tecnologias e da pesquisa como 
suporte essencial para gerar a base de conhecimentos que fundamenta a prática 
clínica nesta área. 
Para BULECHEK (1985), intervenção de enfermagem é a ação autônoma 
da enfermeira, baseada em regras científicas que são executadas para 
beneficiar o cliente, seguindo o caminho preconizado pelo diagnóstico de 
enfermagem com o estabelecimento de metas a serem alcançadas. Ainda 
BULECHEK & McCLOSKEY (1987) definem intervenção de enfermagem como 
uma direção no cuidar que a enfermeira realiza em favor do cliente/paciente 
durante o tratamento, sendo uma função essencial deste profissional. 
Caracterizam, ainda, a intervenção de enfermagem como um fenômeno cuja 
referência é a enfermeira, enquanto que o diagnóstico de enfermagem tem como 
referência o paciente. 
A reabilitação no trauma deve ser precoce, com o objetivo de evitar 
deficiências ou mesmo de agravar incapacidades e, se considerada como um 
processo de aprendizagem, cabe ao paciente, família e profissionais de saúde, 
compartilharem da responsabilidade pela reconstrução gradativa de uma vida 
muito diferente e, neste processo de aprendizagem os cuidados físicos serão os 
primeiros a serem aprendidos. Já o ajustamento será um contínuo por toda a 
vida. (FARO 1996). 
No caso de lesão medular, no atendimento à família do paciente com este 
tipo de lesão pós-trauma, cumpre-nos compreender que o ajustamento depende 
de uma conscientização interior, envolvendo redimensionar valores pessoais, 
 
37 
conflitos e atitudes não apenas de quem sofreu o trauma físico, mas, 
principalmente daqueles que, de uma maneira ou de outra, compõe a unidade 
de suporte da qual o lesado medular faz parte, ou seja, a família. 
O enfermeiro tem competências relacionadas ao uso de outras terapias 
além das farmacológicas para minimizar a dor dos pacientes e contribuir para a 
expectativa de restabelecimento, dentre estas terapias, destacam-se a 
musicoterapia, a massagem terapêutica, a estimulação de pensamentos que 
aliviem a dor, a aromaterapia e o posicionamento para conforto. 
A equipe de Enfermagem deve ter uma perspectiva ampla sobre as 
sensações experimentadas e relatadas pelos pacientes com dor no pós-
operatório imediato porque permanece a maior parte do tempo da internação 
prestando assistência; entretanto, relatam insatisfação com o gerenciamento da 
sua dor pela Enfermagem. 
A assistência de enfermagem em Ortopedia e os procedimentos relativos 
à imobilização ortopédica poderão ser executados por profissionais de 
Enfermagem devidamente capacitados, que será comprovada mediante 
apresentação ou registro, no Conselho Regional de Enfermagem da jurisdição a 
que pertence o profissional de Enfermagem, de certificado emitido por Instituição 
de Ensino, especialmente credenciada pelo Ministério da Educação ou 
concedido por Sociedades, Associações ou Colégios de Especialistas, da 
Enfermagem ou de outras áreas do conhecimento. 
 
RESOLUÇÃO COFEN Nº- 422, DE 4 DE ABRIL DE 2012 – DOU DE 
11.04.2012 
Normatiza a atuação dos profissionais de enfermagem nos cuidados 
ortopédicos e procedimentos de imobilização ortopédica. 
O Conselho Federal de Enfermagem – COFEN, no uso das atribuições 
que lhe são conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo 
 
38 
Regimento Interno da Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen nº 421, de 15 
de fevereiro de 2012. 
 CONSIDERANDO o disposto no artigo 11 da Lei do Exercício Profissional 
da Enfermagem, nº 7.498, de 25 de junho de 1986; 
 CONSIDERANDO o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, 
aprovado pela Resolução nº 311/2007; CONSIDERANDO que, 
historicamente, a assistência de enfermagem inclui os cuidados 
ortopédicos e os procedimentos com a imobilização ortopédica; 
 CONSIDERANDO que, na área da Enfermagem, existe a Especialização 
em Urgência e Emergência, que abrange conhecimentos e habilidades 
técnicas em Ortopedia; 
 CONSIDERANDO a Nota Técnica emitida pelo Departamento de Gestão 
da Educação na Saúde – Ministério da Saúde, em 25 de setembro de 
2008, que se contrapõe à criação da profissão de Técnico de Gesso; 
 CONSIDERANDO a revogação da Resolução Cofen nº 279/2003, que 
vedava a participação dos profissionais da Enfermagem na confecção e 
retirada de calha gessada e aparelho de gesso; 
 CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer critérios para a 
assistência de enfermagem em Ortopedia e para a execução de 
procedimentos de imobilização ortopédica; 
 CONSIDERANDO a Resolução Cofen nº 358/2009, que dispõe sobre a 
Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do 
Processo de Enfermagem em ambientes públicos ou privados, em que 
ocorre o cuidado profissional de Enfermagem e dá outras providências; 
 CONSIDERANDO a deliberação do Plenário do Cofen em sua 412ª 
Reunião Ordinária e tudo o mais que consta nos autos dos PAD Cofen nº 
571/2010 e nº 314/2011, resolve: 
 
39 
Art. 1º A assistência de enfermagem em Ortopediae os procedimentos 
relativos à imobilização ortopédica poderão ser executados por profissionais de 
Enfermagem devidamente capacitados. 
Parágrafo único. A capacitação a que se refere o caput deste artigo será 
comprovada mediante apresentação ou registro, no Conselho Regional de 
Enfermagem da jurisdição a que pertence o profissional de Enfermagem, de 
certificado emitido por Instituição de Ensino, especialmente credenciada pelo 
Ministério da Educação ou concedido por Sociedades, Associações ou Colégios 
de Especialistas, da Enfermagem ou de outras áreas do conhecimento, atendido 
o disposto nas Resoluções Cofen nº 389/2011 e 418/2011. 
Art. 2º Os cuidados e procedimentos a que se refere esta Resolução 
deverão ser executados no contexto do Processo de Enfermagem, atendendo-
se às determinações da Resolução Cofen nº 358/2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
CONCLUSÃO 
 
Em Traumato-Ortopedia os enfermeiros devem ser capazes de conduzir 
a assistência à pacientes em condições complexas, em um ambiente de cuidado 
que muda rapidamente, e o desenvolvimento consciente dos sentidos corporais 
como instrumento consciente da assistência, permite uma eficiente identificação 
dos problemas, planejamento e intervenções holísticas e com a qualidade 
necessária. 
Os cuidados de enfermagem aos doentes com afecções ortopédicas e 
traumatológicas abrangem pessoas com diferentes patologias, nomeadamente 
luxação congênita de quadril, displasias do quadril, fratura do colo do fêmur, 
entre outras. Por isso, os enfermeiros, especialistas de reabilitação ou 
generalistas, que trabalham em serviços de Ortopedia e em serviços de urgência 
devem estar preparados para responder eficazmente a todas as situações com 
que se deparam. 
O desenvolvimento de aulas teórico-práticas no ambulatório ortopédico de 
um hospital escola no oeste catarinense evidenciou a importância da equipe de 
enfermagem estar engajada à equipe médica no acolhimento do 
paciente/família, no desenvolvimento de uma assistência planejada, 
participativa, com vistas ao adequado preparo do paciente vítima de trauma 
ortopédico para o enfrentamento do período de recuperação dos agravos, que 
por vezes é um processo demorado e penoso. 
Esta prática possibilitou a socialização de experiências fomentando a 
reflexão crítica do acadêmico de enfermagem frente ao cenário de morbidades 
por causas externas. E nesta troca de vivências com os profissionais 
assistências, docentes e discentes, percebeu-se que os pacientes e familiares 
foram os principais beneficiados. 
Como facilidade na realização das aulas teórico-práticas no ambulatório 
ortopédico, podemos destacar a receptividade dos profissionais assistenciais e 
dos pacientes/familiares, sempre abertos a dialogar sobre cada caso. Por mais 
 
41 
que o estado físico e emocional de alguns pacientes estivesse afetado, a equipe 
médica e de enfermagem sempre concordaram com a participação da academia 
na prática assistencial e mostraram-se satisfeitos e motivados com a iniciativa 
da universidade em abrir campo prático nesta área onde poucos gostam de 
atuar, pela complexidade dos atendimentos realizados. 
É necessário que o enfermeiro esteja preparado para atuar de forma 
acolhedora e humanizada, possibilitando maior qualidade na atenção e 
condições para o enfrentamento do trauma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
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