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Criminalistica

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Antes de iniciar o trabalho, o perito deve reunir as pessoas que participarão do ato (seus agentes, membros do Ministério Público, indiciados, autores, testemunhas, informantes e advogados), para esclarecer que o rito não permite a interferência de qualquer pessoa que busque desqualificar o que for declarado pelos envolvidos, interrompendo-os. Contudo, a autoridade requisitante, o promotor, o magistrado, o advogado, se presentes no local, precisam se posicionar próximos do perito e do depoente, de maneira a ouvir o que falam e ver as cenas que serão montadas pela versão.
	As pessoas envolvidas no fato, objeto da perícia de reprodução, devem ser ouvidas em separado, colocando-se as demais distantes do local, em áreas que não possam ouvir ou visualizar o que se passa durante a execução dos exames. A autoridade policial deverá providenciar o isolamento completo e individual de cada um, sem qualquer tipo de comunicação externa como celulares e outros.
	Os peritos devem registrar cena por cena da realização do feito, utilizando os recursos fotográficos e de gravação em vídeo.
	Dias antes da diligência técnica, se possível, deve o perito comparecer ao local, objetivando conhecer topografia e condições.
	Na oitiva das declarações dos envolvidos, o perito deve determinar que cada um informe sua versão do fato, registrando o posicionamento e possível movimentação da pessoa, evitando interferir no seu depoimento.
	Classificação primária: arco
	Subclassificação: Plano. É o arco desprovido de quaisquer alterações em sua formação, com linhas quase retas ou levemente curvas, paralelas, que, partindo de um lado da falangeta, fazem uma pequena curvatura no centro e vão terminar do lado oposto. 
	Subclassificação: Bifurcado Interno. É aquele que apresenta em uma mesma linha uma bifurcação à direita do observador. 
	Subclassificação: Bifurcado Externo. É aquele que apresenta em uma mesma linha uma bifurcação à esquerda do observador. 
	Subclassificação: Angular. Também chamado de pirâmide, é formado por linhas mais ou menos paralelas que vão de uma extremidade a outra do datilograma e fazem uma ascensão no centro do desenho digital, com curvatura das linhas, em acentuado valor angular, chegando a se parecer com uma pirâmide ou um triângulo. 
	Classificação primária: presilha
	Subclassificação: Invadida. Possuem algumas linhas que invadem ou tendem a invadir outras linhas normais, formadora de laçada.
	Subclassificação: Dupla. Desenhos digitais em que aparecem duas presilhas distintas, com dois deltas.
	Subclassificação: Ganchosa. É a presilha cujas laçadas apresentam-se em forma de gancho, com uma inflexão oblíqua ao delta.
	Classificação primária: verticilo
	Subclassificação: Circular. É o verticilo que tem na formação do núcleo pelo menos um círculo livre.
	Subclassificação: Espiral. É o verticilo que tem na formação do núcleo, linhas que configuram uma espiral para direita ou para a esquerda.
	Subclassificação: Espiral duplo ou vorticiforme. É o verticilo que tem na formação do núcleo, linhas duplas que configuram espiral para a direita ou para a esquerda.
	Subclassificação: Ovoidal. Quando a configuração do seu núcleo tem a semelhança de uma elipse alongada; pode ser inclinada para a direita ou para a esquerda.
	Subclassificação: Sinuoso. É o verticilo que tem na formação do núcleo uma ou mais laçadas formadas por linhas sinuosas.
	CLASSIFICAÇÃO PRIMÁRIA: ARCO (A)
Descrição: o desenho datiloscópico é composto por linhas mais ou menos paralelas, que vão de uma extremidade à outra do campo digital (não possuem deltas).
	CLASSIFICAÇÃO PRIMÁRIA: PRESILHA INTERNA (I)
Descrição: o datilograma tem um delta à direita do observador, constituído de linhas que, partindo da esquerda, vão ao centro do núcleo, curvam-se e voltam ou tendem a voltar ao local de partida, formando uma ou mais laçada de perfeita inflexão.
	CLASSIFICAÇÃO PRIMÁRIA: PRESILHA EXTERNA (E)
Descrição: o datilograma tem um delta à esquerda do observador, constituído de linhas que, partindo da direita vão ao centro do núcleo, curvam-se e voltam ou tendem a voltar ao local de partida, formando uma ou mais laçada de perfeita inflexão.
	CLASSIFICAÇÃO PRIMÁRIA: VERTICILO (V)
Descrição: o datilograma é composto por dois deltas, um à esquerda e outro à direita do campo digital, tendo um núcleo de forma diversa e, pelo menos, uma linha livre e curva à frente de cada delta.
	PREFERÊNCIA ENTRE VEÍCULOS AUTOMOTORES EM CRUZAMENTO NÃO SINALIZADO
Entre os veículos automotores, podemos estabelecer a seguinte ordem de preferência:
	Veículos precedidos de batedores, respeitadas as demais normas de circulação;
	Veículos destinados a socorros de incêndio e salvamento, os de polícia e as ambulâncias, quando identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente, em conformidade com as demais regras;
	Veículos que trafegam por via em que há sinalização pare ou dê a preferência deverão dar preferência aos demais
	Veículo que manobra para entrar ou sair de fila de veículos estacionados deverá dar preferência de passagem a pedestres e outros veículos;
	Veículos transitando por fluxos que se cruzem em qualquer ângulo se aproximem de local não sinalizado terão preferência de passagem:
• Em se tratando de cruzamento em rodovia, esta terá preferência em relação aos acessos, mesmo que se encontrem do lado direito do condutor;
• No caso de interseções em círculos, quem se encontra na rotatória possui preferência;
• No caso de vias de igual categoria, ou seja, com o mesmo tipo de pavimentação e características, terá preferência de passagem o veículo em condições normais de velocidade que vier pela direita do condutor (regra da mão direita).
	PREFERÊNCIA ENTRE VEÍCULOS AUTOMOTORES EM BIFURCAÇÃO NÃO SINALIZADA
As bifurcações e os entroncamentos são tipos particulares de cruzamentos ou interseções.
	Nas bifurcações, ou interseções em “Y”, não sinalizadas, também se aplica a regra da mão direita para definir o fluxo prioritário.
	PREFERÊNCIA ENTRE VEÍCULOS AUTOMOTORES EM ENTRONCAMENTO NÃO SINALIZADO
	No entroncamento, ou interseção em “T”, não sinalizado, de vias de igual categoria, depara-se com a dificuldade de definição da preferência de passagem entre o veículo que procede do braço ou ramal e vai penetrar na via tronco, por onde trafega o veículo que vai ter o fluxo cortado.
	Por um lado, na condição de interseção ou cruzamento, ao entroncamento, em tese, também se aplicaria a regra da mão direita, que não lhe faz exceção;
	Por outro lado, no caso específico, a aplicação da regra da mão direita se contrapõe à essência natural de regras de circulação consagradas na nossa legislação, uma vez que a legislação privilegia a continuação do movimento natural, demonstrando que o condutor que pretende entrar, ou seja, cortar um fluxo de trânsito, deverá dar preferência a quem nele já se encontra.
	Desse modo, no caso em que um dos veículos inflete no entroncamento não sinalizado, a regra da mão direita é suplantada e considerando-se que o veículo que está na via ramal adentra no entroncamento realizando movimentos de conversão, enquanto que o veículo que demanda pela via tronco tem movimento retilíneo, e que o fluxo retilíneo tem prioridade sobre os de conversão, conclui-se que a preferência de passagem pertence ao veículo que demanda na via tronco.
	FASE 1: é o levantamento de dados da via, posição dos veículos e elementos relacionados com o acidente em questão.
	Percorrido todo o local onde ocorreu o acidente, após o devido isolamento, após a verificação da necessidade de requisição de perícia para o local, inicie o levantamento fazendo um croqui do local, que deve ser feito seguindo os seguintes procedimentos:
	• Anote data (com dia da semana) e hora do ocorrido, preferencialmente no formato de 24 horas. Por exemplo: 18h30min, ao invés de 06h30min da noite.
• Faça um esboço das vias, procurando ocupar a folhade levantamento de modo a abranger todo o local. Noções de proporções são fundamentais nesses esboços.
• Posicione os veículos envolvidos no croqui conforme sua posição de repouso final, dando nomes para os mesmos, como: V1- Corsa/GM e V2-Titan/Honda.
• Represente no croqui o nome das vias com suas respectivas larguras; indique o sentido (bairro ou outra via) para onde vai cada via.
• Indique o sentido de deslocamento regulamentar da via com setas demonstrando se as vias são de mão-dupla ou mão-única e as placas de sinalização, caso existam no local, e a sinalização horizontal existente.
• Represente as marcas de frenagem ou de derrapagem, as marcas de fricção, de sulcagem, o posicionamento dos fragmentos e manchas de óleo, com seus respectivos comprimentos.
• Escolha dois referenciais de medida de modo que sejam perpendiculares entre si. Use como referenciais de medida as guias (meio-fio) das vias ou construções como muros ou prédios em que se possa referenciar o local onde ocorreu o acidente.
• Faça, então, as medidas necessárias para localizar os veículos, sempre em função dos referenciais de medida adotados. No caso de veículos de médio e grande porte, faça as medidas nas angulares dos mesmos, preferencialmente use no mínimo duas angulares de cada veículo. No caso das motocicletas, motonetas, ciclomotores e também nas bicicletas faça as medidas pelo eixo das rodas das mesmas.
• Indique no seu levantamento condições do tempo: seco ou chuvoso.
• As condições da pista: plana ou inclinada (indique a direção do declive); o traçado da pista: curva ou reta; os obstáculos na via: obras sem sinalização, por exemplo; tipo de pavimentação: asfalto, concreto ou terra; condições da pista: se bem conservada ou mal conservada e a existência de acidentes topográficos tais como buracos ou taludes nas laterais.
• Jamais confie plenamente em equipamentos fotográficos analógicos ou digitais, uma vez que tanto as fotografias digitais como as comuns podem se perder. A documentação do local deve ser feita de modo que o perito não fique dependente de um dado que só se poderia ser conseguido por uma fotografia. Portanto, estando no local, faça a escrituração dos dados, ainda que isso tome tempo.
 
	FASE 2: corresponde ao levantamento de dados do veículo
	Corresponde ao levantamento de dados de cada veículo:
	• Quanto à documentação e identificação: número de placa, cor, ano/modelo, chassi, RENAVAM, tipo de veículo (vide item da classificação geral dos veículos) e proprietário.
• Quanto às condições do veículo: sistema de freios, câmbio, equipamentos de segurança (cinto de segurança, extintor de incêndio), condições de pneus, sinalização, funcionamento das lanternas, funcionamento dos faróis, funcionamento de limpadores de para-brisa, presença ou ausência de espelhos retrovisores, entre outros.
• Quanto às sedes de impacto e avarias no veículo: deve-se fazer constar, além das condições gerais do veículo, a região sede de impacto onde o veículo tenha sofrido o contato com outro veículo. Importante é a definição do sentido da aplicação da força que provocou os danos, que deve ser indicado conforme as avarias. Havendo mais de uma sede de impacto em um mesmo veículo, estas devem ser enumeradas, de modo que se conheça a sequência provável em que aconteceram. Essa definição é possível quando se observam quais os materiais (resíduos) que ficaram impregnados na sede de impacto, tais como impregnação da pintura do outro veículo marcas pneumáticas, impregnação de asfalto ou de alvenaria, por exemplo. Fragmentos de peles, sangue, pelos e tecido devem ser coletados, sendo necessária a devida documentação do setor do veículo em que foi coletado (tanto no exterior como no interior) e o respectivo envio ao Laboratório Forense para os devidos exames. O interior do veículo também deve ser averiguado. Sedes de impacto no interior do veículo, como deslocamento e quebramentos de painéis, quebramento de para-brisas, deslocamentos de bancos devem ser devidamente examinados, informando a área de impacto e a devida aplicação de força com sua direção e seu sentido.
	FASE 3
	A terceira e última fase corresponde ao levantamento de dados dos condutores e proprietários dos veículos com a respectiva oitiva das versões de cada envolvido, em que se pode verificar a versão de cada um, sendo esta fase investigativa.
	O perito de local, ao ouvir as versões de cada envolvido, deve fazê-lo no local e na presença de ambos, ainda que as versões sejam contrárias entre si. Embora seja comum o interesse das partes em se fazerem ouvidas, não devemos nos esquecer de que o estudo e a dinâmica do acidente de trânsito deve ser feito baseado nos vestígios levantados no local, servindo o relato dos envolvidos apenas como norteador do entendimento do acidente quando este se mostrar de difícil compreensão ou quando houver exiguidade de vestígios.

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