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CRIMINALÍSTICA APLICADA

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CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 1 
 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 2 
AUTORIDADES 
 
Governador do Estado do Rio de Janeiro 
Exmº Sr Wilson Witzel 
 
Secretário de Estado de Polícia Militar 
Exmº Sr Coronel PM Rogério Figueredo de Lacerda 
 
Subsecretário de Estado de Polícia Militar 
Ilmº Sr Coronel PM Márcio Pereira Basílio 
 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Ilmº Sr Coronel PM Rogério Quemento Lobasso 
 
Comandante do CFAP 31 de Voluntários 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Marcelo Andre Teixeira da Silva 
 
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandra Ferraz de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 3 
APRESENTAÇÃO 
 
Estamos vivendo a era da tecnologia, na qual a informação está cada dia 
mais latente e veloz em nossa rotina diária. Este curso tem por objetivo , formar 
e especializar os Cabos da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Para tal, 
o Curso ocorrerá na modalidade semipresencial, pois as disciplinas ocorrerão na 
modalidade EaD no ambiente virtual de aprendizagem, por intermédio da Escola 
Virtual, no Centro de Educação a Distância Cel Carlos Magno Nazaré Cerqueira 
(CEADPM) e as avaliações de forma presencial no Centro de Formação e 
Aperfeiçoamento de Praças ( CFAP 31 Vol.). 
É fundamental o seu empenho no curso, pois você terá na parte EaD 
autonomia de estudos e de horários, mas também é necessário disciplina e 
dedicação para o êxito dessa jornada, pois alcançar o sucesso depende do 
esforço coletivo e também individual, objetivando que nossos policiais sejam 
cada vez mais qualificados, bem treinados e especializados, para cumprirmos 
nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas ações. 
O bom treinamento envolve aspectos físicos e cognitivos, na era da 
informação e da tecnologia, precisamos nos aprimorar cada vez mais a fim de 
garantir uma tropa consciente, respeitosa, pautada em valores morais e 
institucionais, garantindo assim o cumprimento de suas funções com dignidade 
e excelência. 
Esperamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos adquiridos 
através deste curso e busque uma reflexão acerca de suas funções perante a 
sociedade e seus companheiros de profissão. Que seja um momento de 
repensar as práticas e fortalecer seu vínculo profissional, ampliando cada vez 
mais seus conhecimentos para lidar com as particularidades de ser um Policial 
Militar no Estado do Rio de Janeiro. 
Desejamos a todos bons estudos! 
 
Rogério Quemento Lobasso – Coronel PM 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
 
Marcelo André Teixeira da Silva – Ten Cel PM 
Comandante do CFAP 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 4 
Desenvolvedores 
Supervisão Geral EAD 
CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva 
Equipe Técnica 
SUBTEN PM Wilian Jardim de Souza 
3º SGT PM Marco Antônio José Ribeiro Júnior 
Conteudista 
CAP PM Rui de Faria Souto 
Exercícios 
CAP PM Ped. Patrícia Kalife 
2º SGT PM Elaine Xavier de Oliveira Alves de Lima 
CB PM Juliana Pereira de Carvalho 
 
Revisor Ortográfico 
CAP PM Ped. Patrícia Kalife 
2º SGT PM Elaine Xavier de Oliveira Alves de Lima 
CB PM Juliana Pereira de Carvalho 
Diagramação 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
3º SGT PM Ronie Camargo dos Santos 
CB PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
CB PM Alecsara Tognoc da Costa Abreu 
CB PM Thiago Silva Amaral 
Diagramação Interativa 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
SD PM Leonardo da Silva Ramos 
Design Instrucional 
CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva 
CB PM Bruna Alessandra da silva Braz Marques 
Vídeo e Animação 
CB PM Joyce Gaspar de Almeida 
Designer Gráfico 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
SD PM Leonardo da Silva Ramos 
Suporte ao aluno 
2º SGT PM Anderson Inacio de Oliveira 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 5 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................... 6 
DA CRIMINALÍSTICA E SEUS VESTÍGIOS ................................. 8 
LOCAL DE INFRAÇÃO PENAL .................................................. 25 
DO LOCAL DE INFRAÇÃO PENAL ............................................ 28 
EXAMES E LEVANTAMENTO TÉCNICOS PERICIAIS ................. 51 
IMPRESSÃO PAPILOSCÓPICA ................................................ 60 
IMPRESSÕES PAPILOSCÓPICAS ENCONTRADAS EM LOCAIS DE 
CRIME .................................................................................... 61 
CONCLUSÃO ........................................................................... 73 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................ 75 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 6 
INTRODUÇÃO 
 
Originalmente o termo Criminalística foi desenvolvido por Hans 
Gross como “Sistema de métodos científicos utilizados pela 
polícia e pelas investigações policiais”. Somente no 1° Congresso 
Nacional de Polícia Técnica, ocorrido em São Paulo no ano de 1947, a 
Criminalística foi definida como “disciplina que tem como objetivo o 
reconhecimento e a interpretação dos indícios materiais extrínsecos, 
relativos ao crime ou à identidade do criminoso”, Garrido (2010). 
Articulando dessa maneira, a Criminalística não como uma 
ciência, mas como a aplicação do conhecimento de diversas Ciências e 
Artes, para utilização dos métodos desenvolvidos e inerentes às 
diversas áreas para auxiliar e informar as atividades policiais e 
judiciárias de investigação criminal. 
Assim, a Criminalística é uma ciência aplicada que utiliza 
conceitos de outras ciências firmadas nos princípios da física, da 
química e da biologia, no bojo de métodos e leis próprias embasadas 
nas normas específicas constantes na legislação, principalmente a 
processual penal. Embora não 
possamos confundir o campo 
da Criminalística com o da 
Medicina Legal, e apesar de 
ambas se responsabilizarem 
pelos exames de corpo de 
delito e, apresentem 
interseção em vários 
momentos, a Medicina Legal 
tem como objetivo os exames 
de vestígios intrínsecos (na 
pessoa), relativos ao crime. 
Como defende Garrido 
(2008), durante a evolução da 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 7 
criminalística, diversas foram as denominações doutrinariamente 
impróprias dadas à Criminalística: Criminologia Científica; Ciência 
Policial; Investigação Criminal Científica; Policiologia, os quais se 
aplicam também à administração policial e aos métodos de elucidação 
geral. No entanto, o termo Criminalística é, oriundo da escola alemã, 
sendo utilizado por toda Europa, “Kriminalistik e Criminalistique”. E 
nesse sentido o próprio termo Ciência Forense não é sinônimo de 
Criminalística em toda parte do mundo. Para Gialamas, Ciência Forense 
deve ser definida como a aplicação das ciências à matéria ou problemas 
legais cíveis, penais ou mesmo administrativos. Dessa forma, a 
Criminalística seria apenas uma das matérias da Ciência Forense. 
Cabe salientar que não podemos confundir Criminalística com 
Criminologia, está última dá conta do estudo e da explicação da 
infração legal, dos meios de se lidar com os atos desviantes, a postura 
das vítimas, ou seja, o objetivo é o autor dos fatos desviantes, não 
exclusivamente criminosos e como a sociedade se relaciona com este 
fato. 
 
 
 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 8 
VAMOS VER UM POUCO DA CRIMINALÍSTICA E SEUS 
VESTÍGIOS? 
 
Começaremos por um breve Histórico da Criminalística!! 
 
Desde os maisremotos tempos, a humanidade 
tenta encontrar maneiras de esclarecer os delitos. 
Assim, há relatos que já na velha Roma, o Imperador 
César aplicara o método de “exame do local”, tendo 
determinado o exame no quarto de uma vítima que 
supostamente teria sido jogada pela janela por seu 
marido, tendo constatado na ocasião “sinais certos de 
violência”. 
Há muita controvérsia acerca do início da 
investigação forense, de maneira geral, pode-se dizer que a 
investigação científica aplicada as questões legais tiveram início na 
medicina legal. O exame de local era procedido pelo médico, que se 
restringia ao exame do cadáver, com o tempo, a necessidade de 
esclarecer a causa da morte, levou esse profissional a buscar outros 
elementos que explicassem a dinâmica dos fatos, uma vez que, na 
época a necropsia não era uma prática permitida. 
O termo criminalística foi utilizado pela primeira vez em 1893 por 
Hans Gross, jurista e magistrado, alemão, Professor de Direito penal 
da Universidade de Graz, que publicou sua obra intitulada “Criminal 
Investigation: A Pratical Handbook”. 
 
Vamos ver o Conceito de Criminalística? 
 
Criminalística, também conhecida como Ciência Forense, versa 
sobre a análise de vestígios materiais extrínsecos relativos ao local 
periciado, relacionando o modus operandi com a dinâmica descritiva, 
oferecendo fundamentação material à instrução penal. Tem por 
objetivo a interpretação dos vestígios, pela aplicação de diversas 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 9 
ciências, visando esclarecer tecnicamente os problemas criminais 
relativos à determinação da existência do delito, a sua qualificação, a 
identificação do criminoso, a legalização e a perpetuação das provas 
materiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Peritos – você conhece o conceito e a classificação? 
 
São técnicos de nível superior ou não, concursados ou não, mas 
especializados em determinadas áreas do conhecimento humano, e 
que, por designação da autoridade competente (autoridade de polícia 
ou judiciária), prestam serviços à Justiça ou a Polícia, a respeito de 
fatos, pessoas ou coisas. 
 
Classificação e Investidura 
 
Investidura é o ato pelo qual a 
autoridade pública dá posse e o perito 
assume o cargo ou encargo de realizar 
a perícia. De acordo com a investidura, 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 10 
os peritos classificam-se em oficiais, leigos ou ad hoc, louvados ou 
nomeados e assistentes técnicos. 
 
Peritos oficiais 
 
São funcionários públicos concursados para exercer a função de 
realizar perícias nas diversas áreas e atuam por requisição da 
autoridade de polícia judiciária do órgão ao qual pertencem. 
Quando a perícia for de natureza médico-legal o exame deverá, 
preferencialmente, ser realizado por 
profissional médico, também 
denominado perito médico ou 
médico legista. Quando de outra 
natureza, a responsabilidade deverá 
recair sobre profissional de curso 
superior denominado perito criminal. 
 
Peritos leigos, ad hoc 
 
Na ausência de perito oficial, ou se a instituição pública não 
dispuser de serviço próprio para o exame que se pretende realizar, o 
juiz poderá nomear duas pessoas idôneas, de nível superior para a 
realização da perícia, conforme o disposto no §1º do art. 159 do Código 
de Processo Penal. 
Art. 159 do CPP 
§1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) 
pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior 
preferencialmente na área específica, dentre as quais tiverem 
habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. 
(Redação dada ao §1º pela Lei nº 11.690, de 09 de junho de 
2008). 
 
Peritos nomeados ou louvados: Na esfera cível ou trabalhista, 
devido a diversidade de questões apreciadas, os exames normalmente 
não são efetuados por peritos oficiais, mas por especialistas nomeados 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 11 
pelo Juiz, conforme os termos do §1º do art. 156 do Código de Processo 
Civil e art. 3º da Lei nº 5.584, de 26 de junho de 1970. 
 
Art. 156 do CPC O juiz será assistido por perito quando a prova 
do fato depender de conhecimento técnico ou científico. 
§1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais 
legalmente habilitados e os órgãos técnicos e científicos 
legalmente inscritos em cadastros mantidos pelo tribunal ao qual 
o juiz está vinculado. 
 
Conhece os Assistentes Técnicos? 
 
São profissionais da confiança das partes, indicados para 
acompanhar o exame do perito oficial ou nomeado pelo juiz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Até o advento da Lei nº 11.690, de 09 de junho de 2008, a 
indicação de assistentes técnicos pelas partes ficava restrita ao 
processo civil (art. 465, §1º, I, do CPC) e trabalhista (art. 3º, parágrafo 
único, da Lei nº 5.584/70). 
 
Art. 465 do CPC 
§1º Incumbe às partes, dentro de 5 (cinco) dias, 
contados da intimação do despacho de nomeação do 
perito: 
I- Indicar o assistente técnico; 
 
Agora também no processo penal (art. 159, §§ 3º e 5º, II, do 
CPP), o Ministério Público, o assistente de acusação, o ofendido, o 
querelante e o acusado têm a faculdade de indicar assistentes técnicos. 
 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 12 
Art. 159 ... 
§3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de 
acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a 
formulação de quesitos e indicação de assistente técnico 
(acrescido pela Lei nº 11.690, de 09/06/08). 
... 
§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, 
quanto à perícia: 
... 
II- Indicar assistentes técnicos que poderão apresentar 
pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em 
audiência (acrescido pela Lei nº 11.690, de 09/06/08). 
 
Vamos aprender sobre Vestígio, evidência e indício? 
 
O vestígio é o elemento essencial para uma investigação 
objetiva, em melhor análise são todos os elementos materiais que 
encontramos em um local de crime, que podem ou não estarem 
relacionados ao evento periciado, alguns desses elementos serão 
descartados por não fazerem parte da produção delituosa em exame. 
É importante entender que o vestígio é o elemento sensível do fato, 
esse conceito deve estar bem definido tanto para os peritos como para 
todos os demais segmentos que interagem no local de crime ou que 
manuseiam algum tipo de vestígio. 
 Todos os vestígios encontrados em um local de crime, em um 
primeiro momento, são importantes e necessários para elucidar os 
fatos, no momento em que os peritos chegam à conclusão de que o 
vestígio está, de fato, relacionado ao evento periciado, ele deixará de 
ser vestígio e passará a denominar-se evidência. 
Essas duas expressões (vestígio e evidência) tecnicamente são 
usadas no âmbito da perícia, no entanto, na fase processual tais 
expressões são tratadas como indícios, conforme a definição do Código 
de Processo Penal, abaixo transcrito. 
 
Art. 239 Considera-se indício a circunstância conhecida 
e provada, que tendo relação com o fato, autorize, por 
indução, concluir-se a existência de outra ou outras 
circunstâncias. 
 
 
 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 13 
Em resumo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de vestígios 
 
Os vestígios materiais podem ser organizados segundo vários 
critérios e o quadro a seguir resume, de maneira exemplificativa e 
didática, algumas das principais classificações existentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma vez detectado o vestígio é importante cercar-se de cautela, 
a fim de certificar-sequanto a sua idoneidade, pois devemos lembrar 
que antes da chegada do perito a um local de crime, vários outros 
segmentos funcionais, socorristas, agentes de trânsito, guardas 
municipais, bombeiros, policiais militares e civis, executaram tarefas 
no local, e todo esse transitar pelo local pode comprometer a 
autenticidade do vestígio. 
Assim os peritos podem encontrar os seguintes tipos de 
vestígios no local de crime: 
a) Quanto ao modo de produção 
 
b) Quanto à percepção 
 
c) Quanto à 
durabilidade 
 
Verdadeiros 
 Forjados ou falsificados 
 Ilusórios ou falsos 
 
Visíveis 
 
Latentes 
 
Perenes 
 Persistentes 
 Fugazes 
 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 14 
 Vestígio verdadeiro: são aqueles produzidos diretamente pelos 
autores da infração, ou seja, é produto direto das ações do 
cometimento do delito em si. 
 Vestígio forjado ou falsificado: É todo elemento encontrado 
no local de crime, cujo autor teve a intenção de produzi-lo com 
o objetivo de modificar o conjunto dos elementos originais 
gerados pelo autor. Nesses casos o agente age dolosamente, 
deixando ou produzindo evidências no local, objetivando 
confundir a investigação. 
 Vestígio ilusório ou falso: É todo elemento encontrado no local 
de crime que não esteja relacionado às ações dos autores da 
infração e cuja produção não tenha ocorrido de maneira 
intencional, não há dolo. 
 Vestígios perceptíveis: são os que podem ser diretamente 
captados pelos sentidos humanos (visão, paladar, olfato e tato), 
sem o auxílio de qualquer artifício ou aparelho, como manchas 
de sangue, danos materiais evidentes, armas ou sinais de 
arrastamento. 
 Vestígios latentes: requerem a utilização de técnicas ou 
aparelhos especiais para sua observação. Nesta categoria 
podemos citar as manchas de esperma, os resíduos deixados 
pelo disparo de arma de fogo (residuografia), algumas 
impressões digitais, etc. 
 Vestígios perenes: são os vestígios que não desaparecem com 
o tempo, somente sendo destruídos por evento natural incomum 
e de grandes proporções, ou propositalmente, pela ação do 
homem. Como por exemplo, as ossadas, os danos decorrentes 
de acidentes automobilísticos, as cavidades produzidas por 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 15 
projéteis de arma de fogo em móveis ou objetos, os próprios 
projéteis e outros. 
 Vestígios persistentes: são aqueles vestígios que não 
precisam ser imediatamente analisados pelo perito, uma vez que 
permanecem inalterados por um período mais ou menos longo, 
permitindo sua apreciação tardia. São exemplos as manchas de 
sangue em tecidos, os pelos, as fibras e outros materiais. 
 Vestígios fugazes: são os que desaparecem com certa 
facilidade, exigindo uma atuação rápida na sua coleta e 
apreciação. Como exemplos, podemos citar as marcas de pneus 
e pegadas, as manchas de sangue em locais públicos, os resíduos 
decorrentes de disparos de armas de fogo, substâncias voláteis, 
etc. 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 16 
 Marcas: são vestígios tridimensionais deixados sobre uma 
superfície. Exemplos: marcas produzidas por dentes, marcas ou 
impressões produzidas por pés descalços ou por solados 
(pegadas). 
 Impressões: são desenhos planos produzidos por substâncias 
orgânicas ou não. Exemplos: impressões digitais, impressões 
palmares, impressões de luvas. 
 Marcas de arrastamento: essas marcas podem ser deixadas 
em relevos, nos solos menos rígidos ou impressas com sangue, 
líquidos orgânicos, tintas e outros materiais. As marcas de 
arrastamento são muito importantes para a perícia porque 
demonstram a intenção do agente em encobrir o crime ou 
modificar a posição de coisas ou pessoas com a intenção simular 
o fato. 
 Fragmentos de pele, unhas, cabelos e pelos: são achados 
com frequência em locais de crime, particularmente em 
homicídios e crimes sexuais, e na maioria das vezes são 
utilizados para determinação de autoria do crime. 
 Manchas de líquidos ou secreções orgânicas: são todas as 
modificações de cor, toda sujidade, toda deposição de material 
estranho, visível ou não à vista desarmada, que podem ser 
encontradas nos pisos e paredes, mobiliário, instrumentos, corpo 
e vestes do autor e da vítima, constituindo elementos de grande 
importância médico-legal e criminalística. 
As manchas encontradas nos 
locais submetidos a exames periciais são 
de interesse sob dois aspectos principais: 
a natureza da substância que as produziu 
e a forma como se apresentam. 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 17 
Veja um pouco sobre a Coleta e Apreensão de vestígios. 
 
Coleta e apreensão constituem-se em atos próprios do rito 
legal. A coleta é efetuada no local de crime, onde os elementos 
objetivos remanescentes, como por exemplo, recolhimento de 
impressão digital, amostras de manchas de sangue, de armas, 
instrumentos etc. O ato de coletar objetos no local de crime é de 
responsabilidade legal dos peritos porque, além de estarem munidos 
de fé pública, são também possuidores de competência técnica. Isso 
parece bastante razoável, uma vez que uma pessoa leiga não 
dominaria a técnica correta do proceder no caso de recolhimento de 
evidências que requerem instrumentos e metodologia própria para a 
coleta, evitando a contaminação dos vestígios pelo operador. 
As imagens a seguir ilustram procedimentos inadequados de 
coleta, onde podemos observar que os profissionais não estão com 
vestimentas adequadas para o trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A seguir podemos observar um estojo de munição sendo 
coletado corretamente, em que o perito utiliza uma pinça própria para 
o recolhimento do objeto, evitando o comprometimento das 
microestrias deixadas pelos cavados e ressaltos do cano da arma. 
Fonte: www.nis.wvu.edu/ releases/Crimehouse.htm Fonte: www.dickinson.edu/ departments/biol/courses.html 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sabemos que certos vestígios requerem cuidados especiais nas 
coletas, com a utilização de materiais e instrumentos apropriados para 
apreensão e acondicionamento. Abaixo, selecionamos alguns exemplos 
de vestígios, com a orientação correta dos cuidados a serem adotados 
por ocasião da coleta pelo perito. 
 
 Armas de fogo: cuidados para preservar impressões digitais e 
resíduos de disparo. Evitar introduzir objetos no cano da arma; 
 Cabelos, fibras e pelos: acondicionamento em envelopes 
individuais, com recolhimento usando pinças; 
 Terras e Sujidades: recolhimento com auxílio de pinças 
descontaminadas ou espátulas, com acondicionamento em 
envelopes, ou plásticos, sempre de forma individual; 
 Projeteis e estojos (munições): acondicionamento em 
envelopes, evitando-se, nas respectivas coletas, contatos com 
instrumentos metálicos; 
 Peças de roupa: após secagem natural, recolher 
individualmente, evitando-se o excesso de dobras; 
 Pintura de veículos: os fragmentos questionados, encontrados 
no local, devem ser coletados e acondicionados individualmente 
Fonte: www.noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2015/02/28 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 19 
em envelopes ou plásticos. Recolher amostras padrões com auxílio 
de uma espátula de madeira; 
 Sangue: as manchas de sangue podem ser encontradas sob a 
forma líquida (coletar em recipientes com agente anticoagulante 
ou soro fisiológico) ou em crostas (recolher dos próprios suportes, 
raspadas ou dissolvidas com soro fisiológico e transferir para 
frascos. 
A apreensão tambémé um ato legal, e é concretizado quando 
o perito transfere às mãos do requisitante da perícia as evidências 
materiais coletadas, para que no decorrer da investigação, a 
autoridade remeta o que for necessário, acompanhado de quesitação, 
para os devidos esclarecimentos, mediante a apresentação do laudo 
competente, logo compete ao solicitante da perícia o ato de arrecadar. 
A apreensão deve ser registrada adequadamente em 
documento próprio, contendo a descrição e quantidade do material 
arrecadado e entregue pelo perito à autoridade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sabe quais são os Tipos de embalagens para coleta de vestígio? 
 
O tipo de embalagem utilizada para coleta de vestígio, depende 
do material em si. A embalagem deve proteger e preservar a evidência. 
As embalagens de papel, são normalmente utilizadas para 
vários objetos, como por exemplo, roupas, utensílios e acessórios, 
fragmentos, amostras oleosas, fios de cabelo e fibras. 
 
 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 20 
Para pequenas amostras líquidas embalagens de vidro com 
fechamento rosqueado ou hermético são satisfatórios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As manchas de sangue são comumente encontradas em cenas 
de crimes, e são de grande importância para a investigação, uma vez 
que são capazes de vincular um indivíduo à autoria do ato criminoso e 
subsidiar a interpretação da dinâmica da ação delituosa. No entanto, 
faz necessária a correta coleta desse tipo de material, pois se mal 
executada pode acarretar perda dessa evidência ou o enfraquecimento 
desse tipo de prova. 
As amostras de sangue coletadas em locais de crime devem 
preferencialmente ser representativas e capazes de fornecer todas as 
informações possíveis. Devem ser recolhidas não só do corpo da vítima 
e da área principal da ação, mas também de suas áreas periféricas. 
 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 21 
 
 
 
 
 
 
As amostras podem ter origem distintas e se apresentar em 
diferentes estados físicos e condições de preservação, portanto devem 
exigir diversificadas formas de recolhimento. Lembrando que o DNA 
presente na amostra pode facilmente ser degredado, se não for 
adequadamente preservado, assim, a mostras de sangue colocadas em 
embalagens transparentes e em contato com o ar, estão propensas a 
contaminação microbiológica, com crescimento microbiano que 
prejudicaria os exames laboratoriais, tornando-se assim, sem valor de 
evidência. 
 
Cadeia de custódia dos vestígios 
 
Como já discutido até aqui a preservação e isolamento 
adequados do local de crime, visando impedir a alteração e a 
eliminação das evidências remanescentes no local, bem como o uso de 
técnicas corretas de coleta e acondicionamento dos vestígios, são 
condições essenciais para o sucesso da investigação. 
Todos os procedimentos relacionados à evidência, desde a 
coleta, o manuseio e análise, sem os devidos cuidados e sem a 
observação de condições mínimas de segurança, podem acarretar na 
falta de integridade da prova, provocando danos irrecuperáveis no 
material coletado, comprometendo a idoneidade do processo e 
prejudicando a sua rastreabilidade. Deste modo, é necessário que se 
estabeleça um controle sobre todas as fases deste processo, assim, 
tem-se adotado a Cadeia de Custódia como modelo nas mais variadas 
áreas do conhecimento. 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 22 
A cadeia de custódia é um dos elementos que estão diretamente 
relacionados com a idoneidade do vestígio, em que a primeira etapa 
do processo de custódia tem início no momento do isolamento e 
preservação do sítio de ocorrência, com a abordagem e levantamento 
do local, seguindo um fluxo de ações que visam garantir sua idoneidade 
e permitir a rastreabilidade da sequência dos fatos, com registro 
minucioso do caminho que a amostra percorreu, quem manuseou, 
como manuseou, como o vestígio foi obtido, como foi armazenado e 
porque manusearam. 
 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 23 
Podemos observar no esquema acima, que o primeiro agente 
responsável pelo encadeamento da custódia é o policial que comparece 
ao local, a quem caberá o adequado isolamento e preservação do sítio 
da ocorrência; em seguida a responsabilidade pelo fluxo da cadeia é 
do perito de local, que providenciará para que as evidências sejam 
registradas e coletadas dentro das técnicas, embalando-as 
corretamente para que não se contaminem; logo depois caberá à 
autoridade solicitante da perícia comparecer ao local, apreender o 
material, transportá-lo e guardá-lo em local próprio até a formulação 
dos quesitos quando será remetido ao instituto de criminalística, 
cuidando para que o material a ser periciado se apresente íntegro. 
Uma vez recebida a evidência para exames, a sequência dos 
registros do encadeamento da custódia deve ser respeitada, devendo 
o perito de laboratório, antes de receber o material oficialmente, 
atentar para a integridade da embalagem, verificando a existência do 
lacre. 
Note que o art. 170 do 
CPP determina que “nas 
perícias de laboratório, os 
peritos guardarão material 
suficiente para a 
eventualidade de nova 
perícia. Sempre que 
conveniente, os laudos 
serão ilustrados com provas 
fotográficas, ou 
microfotográficas, desenhos ou esquemas”. O fato de a lei exigir a 
guarda de amostra do material analisado garante ao investigado a 
possibilidade de contestação e defesa. Se a cadeia de custódia do 
material analisado não for rigorosamente controlada, ou seja, se os 
registros dos profissionais que manipularam a evidência, ou ainda, se 
as condições em que as mesmas foram acondicionadas, não forem 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 24 
adequadas, poderá representar uma falha na cadeia de custódia, o que 
enfraquecerá o laudo oficial. 
 Devemos lembrar que o Assistente Técnico foi 
criado com o advento da Lei nº 11.690, de 2008, 
que alterou o Código de Processo Penal, permitindo 
que esse profissional atuasse como fiscalizador das 
partes. Observemos as atribuições que o art. 159, em seus parágrafos 
5º e 6º, do CPP, confere ao Assistente Técnico. 
 
Art. 159 §5º Durante o curso do processo judicial, é 
permitido às partes quanto a perícia: 
I –Requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a 
prova ou para responderem a quesitos, desde que o 
mandado de intimação e os quesitos ou questões a 
serem esclarecidas sejam encaminhadas com 
antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo 
apresentar as respostas em laudo complementar; 
III- Indicar assistentes técnicos que poderão 
apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou 
ser inquiridos em audiência. 
 
§6º Havendo requerimento das partes, o material 
probatório que serviu de base à perícia será 
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que 
manterá sempre sua guarda, e na presença de perito 
oficial, para exames pelos assistentes, salvo se for 
impossível a sua conservação. 
 
 Assim, o perito assistente, ao elaborar laudo divergente ao 
apresentado pelo perito oficial, deverá analisar primeiramente a cadeia 
de custódia, certificando-se 
que todas as alterações, como 
condições de isolamento e 
preservação do local, coleta e 
acondicionamento do 
material, técnicas 
empregadas nas análises, 
foram adequadamente 
registradas e empregadas. 
 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 25 
VAMOS APRENDER SOBRE LOCAL DE INFRAÇÃO PENAL? 
Há alguns anos atrás os peritos do instituto de 
criminalística do Rio de janeiro foramsolicitados para analisar 
uma cena de crime. Chegando ao local, os profissionais encontraram a 
seguinte situação, abaixo ilustrada: 
 
• A vítima foi encontrada sentada em uma 
cadeira com a cabeça pendida para trás; 
• Em um cômodo utilizado como escritório 
em sua residência; 
• A sua frente estava a escrivaninha e a 
seguir uma grande janela, e em uma de suas 
placas de vidro havia uma perfuração de projétil de arma de fogo, 
disparado de fora para dentro; 
• Tanto na ferida de entrada do projétil na vítima (na cabeça – região 
frontal) quanto no projétil, foi verificada a presença de micropartículas 
de vidro; 
• Os peritos acharam a provável posição da 
vítima antes de ser atingida e projetaram o 
prolongamento daqueles dois pontos (cabeça 
e perfuração na janela), utilizando uma 
caneta a laser e verificaram que o primeiro 
anteparo externo era um edifício do outro lado da rua na altura do 
quarto andar; 
• Tanto a perícia quanto a polícia tinham a certeza de que a vítima foi 
morta por um atirador experiente e que tal crime foi planejado, tendo 
o criminoso agido exclusivamente com a razão; 
• Na casa onde foi apreendido um notebook, que após periciado 
descobriu-se que a vítima era sócia majoritário de uma empresa, tendo 
como sócios minoritários seus dois filhos, que administravam as duas 
filiais da empresa, uma nos Estados Unidos e a outra na China, e um 
sobrinho que era sócio gerente na matriz; 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 26 
• A perícia no notebook, mostrou que a vítima controlava as contas 
das empresas; 
• Encontraram também vários e-mails aos demais sócios cobrando 
providências sobre os baixos rendimentos; 
• A perícia encontrou uma correspondência eletrônica entre a vítima e 
seu irmão, expondo sua desconfiança de que seus filhos e seu sobrinho 
poderiam estar desviando receitas das empresas; 
• A investigação mostrou que os dois filhos tramavam a morte do pai 
e planejavam que tudo desse a impressão de que o sobrinho fora o 
mandante do crime; 
• Encontraram um e-mail encaminhado por um dos filhos ao sobrinho 
da vítima, informando que uma pessoa inventada iria até a firma para 
receber o valor de vinte e cinco mil reais, por suposta prestação de 
serviço de consultoria. 
• A intenção do autor era ligar o atirador ao recebimento do 
pagamento pelo falso suspeito, o sobrinho. 
 
O cenário acima ilustra um típico local de infração penal de 
morte violenta, que devido as suas particularidades, possui uma 
abrangência que vai além do cômodo em que a vítima foi encontrada, 
nos levará a refletir sobre os limites geográficos de um local de crime, 
bem como nos apresentará às técnicas largamente empregadas nos 
exames de perícia de local. 
 
Croqui: É um desenho feito por profissional que mostra a cena do 
crime em perspectivas apropriada e que pode ser incorporada ao laudo. 
 
Evidência: Qualquer objeto que tenha ligação com a cena do crime 
 
Local de crime: É a porção do espaço compreendida num raio que, 
tendo por origem o ponto no qual é constatado o fato, se estende de 
modo a abranger todos os lugares em que, aparentemente, necessária 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 27 
ou presumidamente, hajam sido praticados, pelo criminoso, ou 
criminosos, os atos materiais preliminares ou posteriores, à 
consumação do delito, e com este diretamente consumado. 
 
Local mediato: É a área adjacente ao local imediato. É toda a região 
espacialmente próxima ao local imediato e a ele geograficamente 
ligada, passível de conter vestígios relacionados com a perícia em 
execução. 
 
Local imediato: É aquele que contém o palco principal do crime, onde 
se concentrou a maioria dos vestígios. 
 
Local relacionado: É todo e qualquer lugar sem ligação geográfica 
direta com o local do crime e que possa conter algum vestígio ou 
informação que propicie ser relacionado ou venha a auxiliar no 
contexto do exame pericial 
 
Local interno: área compreendida em todo ambiente fechado, isto é, 
no interior de habitações de qualquer espécie. Considera-se também 
como tal terreno cercado ou murado. 
 
Local externo: Área compreendida fora das habitações. Exemplos: 
floresta, bosques, via e logradouros públicos. 
 
Local idôneo: É aquele que foi adequadamente preservado e isolado, 
em que não se alterou o estado das coisas. 
 
Local inidôneo: É aquele que não foi adequadamente preservado 
e/ou isolado, assim, um local pode ter sido isolado, porém não 
preservado. 
 
 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 28 
AGORA, VAMOS FALAR DO LOCAL DE INFRAÇÃO 
PENAL!!! 
 
Introdução 
 
Diversos órgãos de Segurança Pública podem 
estar envolvidos no atendimento em locais de crime, como, o Corpo de 
Bombeiros no resgate e salvamento da vítima, na retirada do cadáver 
preso nas ferragens, na remoção dos veículos, cadáveres ou produtos 
perigosos da via pública; da Polícia Militar no isolamento da área, no 
controle do tráfego e também no resgate da vítima; da Polícia Civil na 
investigação do acidente; da Perícia Oficial na realização da perícia de 
criminalística. 
A investigação do local do crime reúne a ciência, a lógica e a lei. 
O exame é demorado, pois envolve informações sobre as condições do 
local, localização dos vestígios e a coleta de todas as evidências de 
forma com que todas sejam preservadas. 
Por exemplo, pode ser necessário coletar sangue de uma vidraça 
e isso deve ser feito sem que o perito esbarre no vidro, visto que ali 
podem existir impressões digitais. 
É necessário que esses elementos sejam preservados na forma 
original, de modo que o laboratório, que processará estes vestígios, 
possa reconstruir o crime ou identificar o criminoso, de forma a 
constituir provas admissíveis pela justiça. 
O perito, quando chega ao local do crime, deve se certificar se 
este foi preservado, através de uma inspeção inicial da cena, 
verificando se alguém mexeu em alguma coisa antes da sua chegada. 
O perito deve conversar com os policiais visando saber se eles tocaram 
em algo. Caso isso tenha ocorrido, ele deve relatar as modificações e 
os consequentes prejuízos ao exame em seu laudo. 
Segundo Eraldo Rabelo a definição de local de crime é: 
 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 29 
Local de crime é a porção do espaço compreendida num 
raio que, tendo por origem o ponto no qual é constatado 
o fato, se estende de modo a abranger todos os lugares 
em que, aparentemente, necessária ou 
presumidamente, hajam sido praticados, pelo criminoso, 
ou criminosos, os atos materiais preliminares ou 
posteriores, à consumação do delito, e com este 
diretamente consumado. 
 
 
Este conceito nos leva a refletir que a investigação pericial ou 
policial, não deve ficar adstrita aos limites da cena do crime, sendo 
este apenas o ponto de partida para chegar aos demais pontos ou 
lugares em que possam ter ocorrido parte daquele crime ou até mesmo 
seu planejamento. Aos investigadores caberá atentar para os fatos 
prévios e posteriores à consumação do crime, incluindo desde o 
planejamento inicial até a dissimulação, destruição ou ocultação de 
vestígios após o crime, sendo o local do crime o ponto de partida para 
obtermos essas informações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Netto e Espindula, em sua obra intitulada “ Manual de 
atendimento a locais de morte violenta”, acrescenta o conceito de local 
de crime virtual ao conceito tradicional do local físico, palpável, 
material e objetivo a que tradicionalmente estamos acostumados. 
O exemplo da ocorrência relatada no início da aula nos mostra 
como atecnologia virtual vem ampliando os limites para o 
planejamento ou desdobramentos posteriores do local de crime. Vamos 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 30 
imaginar que uma pessoa planeja matar alguém, e utilizando a internet 
crie vestígios forjados que apontem a autoria do delito para uma 
terceira pessoa, utilizando por exemplo e-mails ou mensagens em 
redes sociais com declarações que, embora inverídicas, possam atribuir 
a autoria do delito ao terceiro envolvido. 
Naquele exemplo, foi observado que a cena em que estava a 
vítima foi o ponto inicial para a investigação e que o local da infração 
ultrapassava os limites físicos do local da cena do homicídio, se 
estendendo até o local de onde partiu o disparo, ao local do falso 
suspeito (o sobrinho) e dos filhos, sendo esses últimos denominados 
locais virtuais. 
 
Você sabia que os Locais de exames periciais... 
 
É todo lugar, que por ter sido palco de acontecimentos ou abrigar 
objeto de interesse à justiça Civil ou Criminal, deve ser examinado pelo 
perito e, eventualmente, pelos assistentes técnicos. 
Contudo, a investigação pericial ou policial, não deve ficar 
adstrita aos limites da cena do crime, sendo este apenas o ponto de 
partida para chegar aos demais pontos ou lugares em que possam ter 
ocorrido parte daquele crime ou até mesmo seu planejamento. 
Aos investigadores caberá atentar para os fatos prévios e 
posteriores à consumação do crime, incluindo desde o planejamento 
inicial até a dissimulação, destruição ou ocultação de vestígios após o 
crime, sendo o local do crime o ponto de partida para obtermos essas 
informações. 
 
Você sabe qual a Classificação dos locais? 
 
Os locais podem ser classificados segundo vários critérios. O 
quadro a seguir resume os principais: 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 31 
 
 
 
A classificação quanto ao local da ocorrência tem por objetivo 
determinar a natureza da área onde o mesmo ocorreu. 
 Local interno: área compreendida em todo ambiente fechado, 
isto é, no interior de habitações de qualquer espécie. Considera-
se também como tal terreno cercado ou murado. 
 Local externo: área compreendida fora das habitações. 
Exemplos: floresta, bosques, via e logradouros públicos. 
 Local imediato: é aquele que contém o palco principal do crime, 
onde se concentrou a maioria dos vestígios. Em um acidente de 
trânsito entre dois carros, é o ponto em que ocorreu o sítio de 
colisão e suas imediações, ponto em que os veículos pararam 
após o embate, por exemplo. 
 
Classificação do local de crime 
a) Quanto a natureza jurídica do fato 
b) Quanto ao local de ocorrência 
c) Quanto ao isolamento 
Homicídio 
Furto 
Acidente de tráfego 
Local de incêndio 
Local de explosão 
Interno 
Externo 
Imediato 
Mediato 
Relacionado 
Idôneo 
Inidôneo 
Virtual 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 32 
É importante ressaltar que ao analisar o local imediato, o perito 
deve descrever minuciosamente o estado das coisas, estabelecendo 
referenciais dos posicionamentos dos objetos de análise (um corpo, em 
local de homicídio; um veículo, em local de acidente de trânsito, etc.) 
em relação à referenciais imóveis existentes no local. Essa prática 
denominado amarração do local, permite que o cenário seja a 
qualquer tempo reproduzido caso haja necessidade de novas 
diligências. 
O esquema a seguir ilustra a amarração de um local de acidente 
de trânsito com vítima fatal, em que um ônibus colidiu com um carro 
de passeio em um cruzamento sinalizado vindo a arrastá-lo por mais 
de vinte metros após o sítio de colisão. Reparem que o perito realizou 
medidas das distâncias entre os veículos na posição de repouso após a 
colisão e um poste que existia no local, adotando por referencial as 
rodas das laterais direita dos veículos envolvidos. Percebam que o 
perito estabeleceu um ponto fixo existente no local e relacionou à dois 
pontos diferentes do objeto analisado, no caso as rodas do veículo, 
veremos mais adiante que existem outras metodologias para amarrar 
o local. 
 
Avenida Marechal
 Fontenele
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 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 33 
Note que no cenário ilustrado acima o local imediato é o ponto 
da via em que os veículos possivelmente colidiram (sítio de colisão), 
além do local de repouso dos veículos após a colisão, uma vez que os 
principais vestígios foram encontrados nesse ambiente. 
A descrição do local imediato deve abranger, além da precisão 
do endereço, referenciais precisos de localização, contendo 
informações sobre as condições em que o objeto de análise foi 
encontrado, se em local aberto ou fechado, se exposto à intemperes 
ou não, se iluminado por luz natural ou não, dentre outros. 
A posição em que os vestígios são encontrados em um local de 
crime é de grande relevância para se estabelecer a compatibilidade do 
objeto com a dinâmica dos fatos a ser estabelecida. Em um local de 
morte violenta, por exemplo, em que o instrumento utilizado para a 
consumação da morte seja encontrado a uma distância superior à do 
alcance da vítima, não é razoável estabelecer a dinâmica dos fatos 
como auto eliminação. Podemos imaginar ainda um local de suposta 
auto eliminação em que a arma de fogo nas mãos da vítima encontra-
se com a trava de segurança acionada, impedindo o disparo, poderá 
ser a diagnose diferencial entre homicídio e a auto eliminação. 
 Local mediato: É a área adjacente ao local imediato. É toda a 
região espacialmente próxima ao local imediato e a ele 
geograficamente ligada, passível de conter vestígios relacionados 
com a perícia em execução. 
Na ilustração do acidente de trânsito apresentada 
anteriormente, o local mediato é a porção do cenário que está além do 
sítio de ocorrência (ponto de impacto e local de repouso dos veículos), 
em que é possível encontrar vestígios relevante ao fato, nesse caso 
abrangeria basicamente a marca de frenagem deixada pelo ônibus 
antes do impacto. 
 Local relacionado: É todo e qualquer lugar sem ligação 
geográfica direta com o local do crime e que possa conter algum 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 34 
vestígio ou informação que propicie ser relacionado ou venha a 
auxiliar no contexto do exame pericial. 
O exemplo que estamos estudando não apresenta um local 
relacionado, mas imaginemos que o cenário fosse de um 
atropelamento e que o condutor do veículo atropelador tivesse se 
evadido do local com o veículo, sendo localizado dois dias depois, em 
uma cidade distando 300km do local em que se dera a ocorrência. Na 
via em que se desenrolou a ocorrência foram deixadas marcas de 
frenagem de alguns metros de comprimento, antes do provável ponto 
de impacto. 
O local relacionado seria aquele em que o automóvel foi 
encontrado posteriormente, visto que este não possuía ligação 
geográfica direta com o local em que se desenvolveu a ocorrência. 
 
A importância da preservação e Isolamento do Local de Crime 
 
A coleta e preservação adequada das evidências são aspectos 
essenciais para qualquer investigação criminal bem sucessiva, a falta 
de isolamento e respectiva preservação dos vestígios em um local de 
crime, no Brasil, é um dilema com que os peritos lidam diariamente. A 
dificuldade em preservar o estado das coisas em um local de infração 
penal pode ser atribuída a uma questão cultural, em que a população 
por curiosidade se desloca por entre os vestígios, chegandomuitas 
vezes a coletá-los, imaginando estarem contribuindo com a 
investigação, comprometendo assim, a legalidade do vestígio. 
Com a vigência da Lei nº 8.862/94 que alterou o art. 6º, inciso 
I e II, bem como o art. 169, do Decreto Lei nº 3.689/41 (Código de 
Processo Penal), a responsabilidade pelo isolamento e preservação do 
local de crime passou a ser obrigação da autoridade policial que for 
designada para atender a ocorrência, bem como dos demais 
segmentos funcionais (socorristas, investigadores, Delegados, dentre 
outros) que interagem no local. 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tais determinações legais que garantem essa nova condição 
para o local de crime estão previstos nos dispositivos a seguir, 
transcritos do Código de Processo Penal (CPP). 
 
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da 
infração penal, a autoridade policial deverá: 
I- Dirigir-se ao local, providenciando para que 
não se alterem o estado e a conservação das coisas, 
até a chegada dos peritos criminais; 
II- Apresentar os objetos que tiverem relação 
com o fato, após liberados pelos peritos criminais. 
 
Art. 169 Para o efeito de exame do local onde 
houver sido praticada a infração, a autoridade 
providenciará imediatamente para que não se 
altere o estado das coisas até a chegada dos 
peritos, que deverão instruir seus laudos com 
fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. 
Parágrafo único – Os peritos registrarão, no laudo, 
as alterações do estado das coisas e discutirão, no 
relatório, as consequências dessas alterações na 
dinâmica dos fatos. 
 
 
A dificuldade em preservar o local de crime, parece ainda mais 
grave quando a autoridade policial, agente responsável em preservar 
e isolar o local, não cumpre a sua obrigação prevista em Lei. 
Note que o parágrafo único do art. 169 do CPP, obriga ao perito 
registrar e refletir sobre as consequências técnicas da não preservação 
e isolamento do local de infração penal para a análise da cena do crime 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 36 
deixada pelo(s) infrator(es) e pela(s) vítima(s). Se as condições da 
integridade física de um local violado não forem comentadas no laudo, 
não importando se por motivo justificado ou não, fatalmente levarão 
as investigações e a justiça a erro. 
Tomemos como exemplo 
uma vítima que se sentiu mal, caiu 
sobre o passeio de pedestres, bateu 
a cabeça e veio a óbito, ao sofrer a 
intervenção de bombeiros e/ou 
paramédicos, teve seu corpo 
movimentado, os bolsos de suas 
vestes vasculhados à procura de 
documentos que o identificasse, parte de suas roupas cortadas ou 
removidas para localização de ferimentos. Se não for informado ao 
perito que chegou posteriormente ao local e este não comentar em seu 
laudo os efeitos de tal intervenção, parecerá que houve latrocínio ou 
algo parecido. 
O registro pelo perito das condições de isolamento e 
preservação do local quando feitos de maneira correta demonstrará a 
credibilidade dos vestígios materializados e consequentemente a 
confiabilidade da interpretação da prova. 
Por outro lado, um local que foi isolado e 
preservado adequadamente, garante ao perito 
estabelecer a dinâmica dos fatos de maneira 
confiável. 
Ao lado, segue imagens de um local onde 
ocorreu um disparo anômalo (acidental) de arma 
de fogo, quando o portador do armamento 
desembarcava do veículo. 
 Fonte: Manual de Atendimento a Locais de Morte Violenta 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 37 
Como o local encontrava-se preservado e 
isolado (note a faixa zebrada), o perito pode 
garantir que o veículo não teve sua posição 
alterada após o disparo e, com isso, pode 
estabelecer a trajetória do projétil, que atingiu 
primariamente a face interna da porta dianteira direita acima da 
dobradiça inferior de fixação do veículo, tendo os peritos constataram 
que a trajetória assumida pelo projétil indicava que a porta encontrava-
se com seu ângulo máximo de abertura no momento do disparo, vindo 
o projétil a transfixar a lataria e percorrer toda a extensão do vão 
existente entre a viatura e a rampa de acesso, aproximadamente 1,48 
m (um metro e quarenta e oito centímetros), até atingir a barra 
metálica da rampa de acesso. 
A falta de preservação de local ou qualquer outro corpo de delito 
tem início na conduta inadequada dos agentes de segurança que 
interagem com o local. Nesse particular, a corporação regulou os 
procedimentos a serem adotados pelos Policiais militares em local de 
infração penal, orientando-os quanto ao correto proceder em relação à 
interdição dos locais em que tenha ocorrido crime, bem como a 
preservação dos elementos objetivos de valor criminalístico (vestígios) 
neles encontrados, conforme o previsto na Nota de Instrução Nº 006, 
de 05 de outubro de 1998. 
Para entendermos a dinâmica e procedimentos a serem 
adotados para um eficaz isolamento e preservação do local de infração 
penal, é necessário conhecer alguns conceitos relativos ao exame de 
local, que passaremos a seguir a definir e classificar. 
 
Metodologia para o isolamento e preservação do 
local, vamos aprender sobre isso? 
 
Já discutimos a importância e a obrigação legal em preservar 
um local de infração, contudo a delimitação do perímetro da área a ser 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 38 
isolada não é uma tarefa muito fácil. Observamos que o sítio de 
ocorrência se estende além dos limites da área do local imediato, 
assim, o isolamento estabelecido no entorno da cena do crime deve 
ser maior do que o espaço ocupado pelos componentes da cena 
principal. 
 
 
 
 
 
 
 
Antes de isolar a área, o primeiro agente público responsável 
pelo ato deve estar ciente dos diferentes aspectos físicos e formais da 
topografia do local, sua situação e classificação em local interno e 
externo. 
Se houver vestígios ou objetos a serem inutilizados pela ação 
de intempéries (chuva, vento, umidade) tais como manchas de sangue, 
pegadas, sulcos, marcas de arrastamento de pneus, armas e outros, 
deverão ser protegidos cobrindo-se com plásticos, lonas, latas, tábuas 
ou o que houver a mão. Deve o policial cuidar para que os vestígios 
não sejam tocados ou alterados de posição a serem cobertos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disponível em http://www.aerofatos.com.br/2015_02_01_archive.html 
http://www.aerofatos.com.br/2015_02_01_archive.html 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
 39 
O isolamento e preservação de um local externo apresentam 
características que dificultam o trabalho, tendo em vista a amplitude e 
características topográficas da área. 
O agente que iniciar o isolamento do local externo deve atentar 
para que o mesmo seja o mais extenso possível, objetivando que não 
se percam evidências materiais de valor criminalísticos remanescentes. 
Esses limites podem mais tarde facilmente ser reduzidos, porém 
dificilmente poderão ser ampliados sem que tenha havido 
contaminação das áreas adjacentes nesse intervalo. 
O policial militar deverá interditar apenas 
a área que contenha vestígios, procurando tanto 
quanto possível não interromper o trânsito se for 
o caso de fato ocorrido em logradouro, adotando 
as demais providências preconizadas para o local 
de infração penal interno. 
Em locais internos, essa missão se torna mais fácil, porque a 
área se localiza “intramuros”, sendo naturalmente limitada, cabendo 
ao agente guarnecer seus acessos, lembrando que em alguns casos a 
área mediata também merece cuidados especiais. 
A primeira autoridade policial que comparecer ao local, tambémdeve se assegurar que as evidências físicas não sejam perdidas, 
contaminadas ou movidas, podendo utilizar dos mais diversos meios 
para garantir a preservação, como uso de plásticos, lonas e caixas para 
proteger da chuva, cordas e fitas refletoras para isolar, etc. 
Um dos grandes problemas em perícias em locais onde ocorrem 
crimes é o inadequado isolamento e preservação do local. Essa 
problemática abrange três fases distintas: 
 A primeira compreende o período entre a ocorrência do crime até 
a chegada do primeiro policial. Nesse período, a curiosidade de 
pessoas em verificar de perto o ocorrido causam alterações 
significativas no local pelo fato de estarem se deslocando na cena. 
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 A segunda fase compreende o período desde a chegada do 
primeiro policial até o comparecimento da autoridade de polícia 
judiciária. Esta fase apesar de menos grave que a anterior, 
apresente muitos problemas em razão da falta de cuidado dos 
agentes em adotar medidas cautelares para a preservação e 
isolamento adequado do local. 
 A terceira fase, compreende o período entre a chegada da 
autoridade de polícia judiciária até a chagada do perito, 
nessa fase ocorrem diversas falhas, em função da pouca atenção 
e da falta de atenção daquela autoridade quanto à importância 
que representa para ele um local bem preservado. 
 
 Técnicas operacionais para preservação de local do crime 
 
1) Socorrer a vítima (primeiros socorros) ou providenciar 
atendimento médico; 
2) Prender o infrator (se possível); 
3) Interditar o local; 
4) Preservar o local; 
5) Comunicar o fato ao CECOPOM, ou a sala de Operações e à DP 
da circunscrição; 
6) Arrolar testemunhas e realizar a investigação preliminar; 
7) Aguardar no local a chegada da Autoridade de Polícia Judiciária 
e da Perícia Criminal. 
 
 
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Em relação à preservação do local, deve o policial adotar as 
seguintes medidas: 
a) Não tocar ou alterar a posição dos objetos existentes no local, 
considerando que a posição dos móveis desarrumados ou 
desviados de suas posições normais e roupas de cama em 
desalinho, constituem elementos objetivos para a realização 
dos exames periciais; 
b) Não mexer nem recolher armas, estojos, projéteis, 
documentos e papéis em geral e o que mais houver, nem 
permitir que outras pessoas o façam; 
c) Se houver cadáver, permanecer em suas proximidades sem o 
tocar ou mudar de posição, não permitir também que outras 
pessoas assim procedem; 
d) Nas violações de fechaduras, não fechar ou permitir que as 
fechem com as chaves que lhes são próprias, preservando-se 
assim os eventuais vestígios; 
e) Não adentrar ao veículo, nos casos de fatos de interesse 
criminalístico envolvendo veículos, a fim de preservar as 
impressões digitais, palmares e outras, encontradas 
principalmente nos retrovisores, volante, nos vidros, no painel 
do veículo; 
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f) Nada deverá ser tocado ou retirado do interior do veículo, tais 
como armas, bolsas, carteiras, pertences pessoais da vítima, 
agendas ou quaisquer outros objetos. 
g) Não fumar ou permitir que fumem no local de infração penal, 
visto que palitos de fósforo, cinzas e pontas de cigarros, muitas 
vezes constituem elementos de valor criminalísticos e, se 
tiverem sido depositados no local após o seu isolamento, 
poderão confundir os peritos; 
h) Os aparelhos telefônicos existentes no loca, bem com as 
dependências sanitárias ou quaisquer outras, não deverão ser 
utilizadas. 
 
Agora, vamos aprender sobre Avaliação do 
isolamento 
 
Caberá ao perito quando chegar ao local 
avaliar se a amplitude da área isolada foi suficiente 
para abranger os vestígios remanescentes do crime. Este deverá 
também observar as condições de preservação do local, registrando 
todas as alterações encontradas, bem como as condições em que 
encontrou o local, como por exemplo: 
 
 Se as luzes encontravam acesas; 
 Qual a posição em que se encontrava o câmbio seletor de marchas 
do veículo; 
 Se a paleta do limpador do para-brisas estava acionada; 
 Qual a leitura do hodômetro do veículo; 
 O grau de abertura das portas e janelas, se parcialmente ou 
totalmente; 
 Se o piso se encontrava molhado; 
 Se havia deposição de material arenoso no asfalto; 
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 A disposição da mobília, observando se alguma foi movida, 
cuidando para que ninguém a recoloque em seu lugar. 
 
Essas informações são especialmente importantes para 
estabelecer a dinâmica dos fatos. 
 
Escolha de metodologia para processamento do local 
 
Antes de adentrar ao local, o perito decidirá qual a orientação 
do deslocamento que irá adotar. Existem algumas metodologias de 
pesquisa da cena do crime, aceitas como padrão. 
É importante ressaltar que ao adotar uma orientação de 
deslocamento padrão, o perito irá diminuir as chances de modificar, 
retirar ou destruir algum vestígio mais sensível. A tabela abaixo, elenca 
alguns deslocamentos padrão adotados. 
 
DESLOCAMENTOS 
Nome Quando a técnica é mais utilizada 
Espiral Áreas abertas, sem delimitações físicas (Ex.: florestas, campos, mar) 
Varredura Locais externos, podem ser utilizadas em associação com outras 
técnicas, como a orientação em quadrantes (Ex.: Ruas, quadras) 
Quadrante Em amplas áreas abertas ou fechadas, com muita concentração de 
vestígios, o quadrante pode ser maior ou menos conforme a 
concentração de vestígios 
Grade Em áreas abertas ou fechadas, com muita concentração de vestígios 
Linha Em áreas abertas com maior quantidade de analistas 
Radial Utilizado em áreas circulares 
 
 
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LEIA UM POUCO MAIS SOBRE AS CONSIDERAÇÕES!!!! 
 
Algumas considerações devem ser feitas, acerca das 
orientações estabelecidas nesses deslocamentos. Qualquer 
que seja a orientação do deslocamento, os peritos vão 
examinando a área, fotografando-a e marcando os vestígios 
encontrados. 
Note que o deslocamento em espiral pode ser feito no sentido 
horário ou anti-horário, a partir do ponto mais distante do local mais 
distante do local imediato delimitado pelo perito. 
O deslocamento em varredura, assim como o espiral, o exame 
tem sentido de fora para o local de maior concentração dos vestígios. 
A varredura pode ser dividida em duas partes, a fim de não 
ultrapassar o ponto em que está a maior concentração de vestígios, ou 
seja, duas varreduras tomando-se o sentido de fora para dentro. 
No deslocamento em quadrante, se o perito achar adequado e 
as condições permitirem, poderão ser utilizadas fitas, barbantes, 
marcação com giz ou cordas para fazer o esquadrinhamento. 
As fotos abaixo ilustram um local de explosão, em que o perito 
utilizou o deslocamento em quadrante, reparem que o perito optou por 
esquadrinhar o local com auxílio de um marcador em giz. 
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Marcação dos vestígios encontrados 
 
Ao iniciar sua marcha de deslocamento pelo cenário em análise, 
o perito deverá sinalizar a localização dos vestígios encontrados no 
caminho. Os recursos utilizados para a marcação da localização dos 
vestígios podem variar bastante, podendo ser utilizado desde 
marcadores comerciaispróprios para cena de crime até materiais 
improvisados pelo perito. 
A foto abaixo o perito utilizou um pedaço de papel adesivo para 
marcar o posicionamento da evidência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Epicentro 
Fonte: arquivo pessoal – Perito EB Cleraldo 
 
Fonte: arquivo pessoal do professor 
 
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Vamos aprender um pouco mais sobre o 
Levantamento fotográfico topográfico? 
 
Os aspectos técnicos observados na cena do crime devem ser 
documentados por meio de levantamentos fotográficos, topográficos e 
descritivos, podendo ser documentados por outros recursos tais como, 
modelagem de marcas deixadas por vestígios sólidos, filmagem, 
levantamento de impressões digitais, palmares e dentre outros. 
As fotografias da cena do crime devem ser feitas sem a 
interferência do fotógrafo ou de qualquer outra pessoa em relação ao 
posicionamento dos vestígios. Nas condições ideais o objeto deve 
permanecer em sua posição inicial e, qualquer alteração desse 
posicionamento para a fotografia dever ser registrada em campo 
próprio no laudo. 
O legislador tornou obrigatório o registro fotográfico em local de 
ocorrência com cadáver, assim preceitua o art. 164 do CPP: “Os 
cadáveres serão sempre fotografados nas posições em que forem 
encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões 
externas e vestígios deixados no local de crime”. 
As fotografias das evidências em um local de crime devem 
seguir uma metodologia que inclui três posicionamentos básicos: 
fotografia panorâmica, fotografia geral e foto em detalhe do objeto. 
A fotografia panorâmica tem por objetivo ilustrar o local onde 
ocorreu o crime, bem como a área no entorno, engloba a maior 
extensão possível do cenário. Já a fotografia geral alcança uma 
distância intermediária, objetivando estabelecer o posicionamento da 
evidência em relação à cena do crime. Por outro lado, a foto em detalhe 
do objeto mostrará como a evidência foi encontrada na cena do crime 
pelos investigadores, bem como os detalhes da evidência. 
As fotos a seguir ilustram esses três tipos de fotografias 
registradas em local de disparo acidental de arma de fogo. 
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Embora os registros fotográficos sejam frequentemente 
utilizados para documentar uma cena de crime, elas podem conferir ao 
objeto uma falsa sensação de perspectiva e muitas vezes não 
apresentam uma representação acurada das dimensões do objeto ou 
ainda sua relação espacial. 
Assim, após os registros fotográficos das evidências e do local 
em si, os peritos devem registrar o cenário através de croquis e 
diagramas, nos quais as dimensões, escalas de grandeza e distâncias 
dos objetos devem ser respeitadas, garantindo que o observador tenha 
uma visão espacial completa sem distorções. 
O perito pode escolher qualquer ângulo de visão para o registro 
topográfico da cena do crime, a seguir podemos observar que o local 
de disparo acidental ilustrado pelas fotografias anteriores é 
representado em três diferentes ângulos de visão, conforme os croquis 
abaixo. 
 
 
 
 
 
 
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VAMOS ENTENDER MAIS SOBRE EXAMES E 
LEVANTAMENTO TÉCNICOS PERICIAIS!!!! 
Em um cruzamento devidamente sinalizado, 
ocorre a colisão lateral entre um ônibus e um veículo 
de passeio, conforme o representado a seguir: 
 
 
Veículos se 
aproximando do 
cruzamento 
 
 
 
Momento da colisão 
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Veículo 1 começa a 
arrastar o veículo 2 
 
Posição final dos 
veículos após a 
colisão 
 
Reflectografia: é o método que se utiliza de raios de luz refletidos 
sobre a superfície e tem sua aplicação na revelação de imagens 
subjacentes (latentes) gravadas em substratos. 
 
Fotografias multissensoriais: registradas com utilização de recursos 
fotográficos capazes de captar radiações eletromagnética 
 
Imagens térmicas: são aquelas obtidas com o auxílio de câmera 
capaz de capturar radiação infravermelha e convertê-la para faixa 
visível do espectro luminoso, tornando possível a visão do calor gerado 
por objetos 
 
Macrofotografia: trata-se de uma técnica fotográfica utilizada para 
mostrar pequenos objetos e/ou detalhes destes, de difícil visualização 
a olho nu. 
Fotomicrografia: permite o registro de imagens ampliadas, 
resultantes do uso de lentes potentes capazes de mostrar detalhes e 
objetos não visíveis à vista desarmada. 
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Croqui: é a ilustração sem escala do local, que objetiva apenas a 
demonstração de um fato ou versão. 
 
Desenho linear: é o desenho formado apenas por linhas, como 
gráficos, diagramas ou organogramas. 
 
Rebatimento topográfico: é a ilustração rebatida do piso, do teto e 
das quatro paredes. 
 
Levantamento topográfico: é o desenho que busca representar no 
papel plano os acidentes geográficos de uma determinada área, com 
os acidentes e objetos colocados em sua superfície. 
 
Método da triangulação: são estabelecidos dois pontos fixos no 
ambiente (A, B) e a partir desses pontos são registradas as distâncias 
de duas evidências (x, y). 
 
Método da linha base: é traçada uma linha entre dois pontos fixos 
(A, B) no ambiente e são feitas medidas de distâncias das evidências 
(x, y) a partir dessa linha em um ângulo reto. 
 
Método da coordenada polar: utiliza-se de um compasso para medir 
o ângulo entre o ponto específico de uma estrutura reta, como uma 
parede por exemplo, e a evidência. 
 
VANT: Veículo Aéreo Não Tripulado. Existem diversas maneiras de 
proceder ao levantamento de local, efetuadas em conjunto ou 
separadamente, conforme a necessidade. Todas elas, entretanto, 
podem ser classificadas, de acordo com o momento de sua realização, 
como iniciais ou complementares. 
 
 
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Levantamento descritivo 
 
No levantamento descritivo do local, o perito deverá verificar as 
condições de preservação do local, 
registrando todas as alterações encontradas, 
seguindo uma metodologia que compreende 
procedimentos e etapas ordenadas de forma 
lógica, ilustrados a seguir: 
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 Produção de anotações do local: 
 
 Data e hora do início dos exames; 
 Localização exata do evento; 
 Condições atmosféricas encontradas no início dos exames. É 
importante registrar as condições encontradas pelo perito 
quando da sua chegada ao local, pois vestígios como manchas 
de sangue podem ter desaparecido em decorrência de sua 
diluição. 
 Condições de iluminação: muitas vezes os exames são realizados 
em distintas fases do dia, exigindo uma caracterização completa 
dessas condições, pois sem a iluminação natural, as condições 
de iluminação serão distintas; 
 Condições de visibilidade: não dependem tão somente das 
condições de iluminação no local, mas também da existência de 
anteparos, depressões no terreno, dentre outros, que poderiam 
dificultar a visão completa da vítima ou do autor; Condições topográficas da área: uma boa descrição deve incluir 
detalhes relativos a acidentes topográficos eventualmente 
existentes na área a ser descrita. 
 
 Completa análise das vias de acesso: 
 
 Nos locais internos, todas as vias de acesso devem ser 
verificadas (portas, janelas, portões, etc), e qualquer 
irregularidade deverá ser descrita e documentada. 
Arrombamentos, entradas forçadas, janelas abertas, devem 
merecer especial atenção. 
 Nos locais externos deve-se explicitar as formas de acesso 
disponíveis para o local, caminhos, vias, logradouros, avenidas, 
viadutos etc. 
 
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Levantamento fotográfico 
 
Fotografias em locais externos 
 
 Ilustrar vistas gerais da cena do fato, incluindo pontos de 
referência, como lotes, construções, placas, marcos, vias 
públicas etc. 
 
 Ilustrar as reais condições de isolamento do local, no momento 
exato da chegada da equipe pericial, sobretudo principalmente 
quando o local não está satisfatoriamente preservado e isolado; 
 
 Registrar posições relativas entre diferentes vestígios, adotando 
posição intermediária; 
 
 Registrar detalhes de cada vestígio encontrado (fotografias de 
detalhes). Nesse tipo de foto é aconselhável a utilização de 
escalas e placas com números ou letras que identifiquem o 
vestígio. 
 
Fotografias em locais internos 
 
 Registra obrigatoriamente todos os cômodos e ambientes; 
 
 Realizar uma sequência de fotos desde o acesso ao cômodo até 
o vestígio, respeitando a orientação do deslocamento (espiral, 
varredura, quadrante, radial, grade, linha) adotado pelo perito; 
 
 Registrar posições relativas entre diferentes vestígios, adotando 
posição intermediária; 
 
 Registrar detalhes de cada vestígio encontrado (fotografias de 
detalhes). 
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Levantamento topográfico 
 
O levantamento topográfico consiste na “amarração” dos 
vestígios. Nessa etapa, utilizando-se de trenas (que podem ser 
convencionais ou digitais), o perito deverá medir e anotar todas as 
distâncias que se fizerem necessárias. A escolha do ponto de 
amarração e do sistema a ser utilizado (triangulação, linha base, 
coordenada polar) será feito de acordo com as características do local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O levantamento topográfico deve incluir: 
 
 Dimensões obtidas durante o processo de amarração dos 
vestígios; 
 
 Medidas que forneçam a exata posição dos vestígios encontrados 
na cena. Cada objeto deverá ser localizado por duas medidas 
feitas a partir de pontos fixos, como portas, paredes, postes de 
iluminação pública etc. 
 
 Dimensões de portas, móveis e janelas, quando necessário; 
 
 Coordenadas geográficas para locais abertos (obtidos por mapas 
ou GPS). 
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Levantamento do cadáver 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exame do cadáver no local 
 
 Análise visual do cadáver sem o movimentar, descrevendo a 
posição em que o corpo foi encontrado; 
 Descrição da vítima, incluindo sexo, cor, fase cronológica 
(criança, jovem, adulto ou idoso), compleição física, 
comprimento e cor dos cabelos, cor dos olhos, uso de barba, 
bigode, cavanhaque e outros detalhes relevantes; 
 Descrever o estado e disposição das vestes e pertences da 
vítima; 
 Identificação das lesões visíveis encontradas, classificando-as 
quanto ao tipo de lesão (Incisas, Perfuroincisas, Punctórias, 
Contusas, Cortocontusas, Perfurocontusas), apontando sua 
localização com auxílio de silhuetas anatômica e medidas; 
 Identificação de possíveis sinais de luta, representados por 
lesões de defesas observadas principalmente em mãos, braços e 
antebraços; 
 Verificação de vestígios diretamente no corpo, tais como 
manchas de sangue, resíduos oriundos de disparos de armas de 
fogo e vestígios do agressor; 
 Avaliação detalhada das mãos para constatar todo tipo de 
vestígios, em especial, a presença de resíduos de disparo de 
arma de fogo; 
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 Observação e descrição de todos os fenômenos cadavéricos; 
 Observação de sinais característicos capazes de individualizar a 
pessoa, como tatuagem, as quais devem ser fotografadas, 
especialmente quando a vítima não está identificada e quando as 
condições do corpo impedem um reconhecimento direto; 
 Coleta de amostras de sangue e cabelo da vítima; 
 Confrontação dos vestígios encontrados no cadáver com aqueles 
verificados na cena do crime. 
 
Exame das vestes 
 
 Análise de todas as vestes (inclusive roupas íntimas, calçados e 
etc); 
 Descrição da disposição geral das vestes, atentando para 
detalhes como cintos desafivelados, zíperes abertos, botões fora 
de suas respectivas casas ou ocupando casas trocadas, ou 
quaisquer outras anormalidades; 
 Retirada das vestes deve ser feita de forma cuidadosa, evitando-
se a perde de algum vestígio que possa estar neste suporte. Por 
vezes, é necessário cortar as vestes, isso deve ser feito de com 
muito cuidado e, por fim deve ser registrado; 
 Identificação e registros fotográficos de orifícios, rasgos, 
descosturamentos e botões arrancados; 
 Identificação de manchas (sangue, esperma, resíduo de disparos 
de arma de fogo); 
 Descrição completa do conteúdo presente nos bolsos, 
discriminando a sua localização exata; 
 Fotografar cada veste, em suas duas faces (anterior e posterior) 
e, se necessários também internamente. 
 
 
 
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VAMOS APRENDER SOBRE IMPRESSÃO 
PAPILOSCÓPICA? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Datilograma: é a palavra que designa cada um dos desenhos digitais. 
É uma palavra híbrida, formada por 2 radicais de origem diferente, do 
grego DAKTILOS=dedos e do latim GRAMA= marca. 
Reprodução simulada: corpo de delito facultativo, complementar, 
misto, que se louva em informações subjetivas prestadas por pessoas 
envolvidas no evento a ser apurado. 
 
Papiloscopia: é o estudo das papilas dérmicas em geral existentes no 
corpo humano. 
 
Pegada: é toda marca ou impressão produzida no solo ou em outros 
suportes (portas, janelas, paredes) pelo pé calçado ou descalço. 
 
Datiloscopia: é um método de identificação policial/judiciário, 
estruturado em bases científicas e experimentais, organizados em 
sistemas precisos. 
 
Podoscopia: é a ciência que estuda a planta do pé, tendo por objetivo 
estabelecer a identidade humana através das papilas dérmicas. 
 CRIMINALISTA APLICADA – CEFC 2019 
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AGORA, VAMOS ESTUDAR IMPRESSÕES 
PAPILOSCÓPICAS ENCONTRADAS EM LOCAIS DE 
CRIME!!! 
 
Papiloscopia 
 
A papiloscopia é o estudo das papilas dérmicas em geral 
existentes no corpo humano, porém as partes que mais interessam a 
perícia são: 
 Extremidade dos dedos, ou seja, o estudo das impressões 
digitais; 
 Estudo das palmas das mãos, ou seja, impressões palmares; 
 Estudos das impressões plantar, solado dos pés. 
 
 
 
 
 
 
 
Postulados da papiloscopia 
 
a) Perenidade - Os desenhos formados pelos sistemas de linhas que 
compõem as impressões digitais, especialmente aquelas 
localizadas nas extremidades dos dedos, permanecem os mesmos 
desenhos desde o seu aparecimento, ao sexto mês de vida 
intrauterina, até a decomposição do corpo após a morte. 
Apesar dos desgastes naturais verificados em decorrência da 
passagem dos anos, bem como os provocados pelo manuseio cotidiano 
de substâncias químicas (óleos, graxas, ácidos, cimentos), que causam

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