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Benefícios da Governança Corporativa

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Benefícios da Governança Corporativa
Missão, visão e valores em prática
A gestão organizacional tem início com a definição do que a empresa é, ou seja, quais são seus princípios. Sendo assim, todas as organizações possuem uma base de características que devem ser definidas pelos gestores, sendo elas a missão, a visão e os valores, conforme o Diagrama.
Figura 1: Diagrama - Caracterização da empresa Fonte: SOBRAL; PECI, 2013. (Adaptado).
A missão é entendida como a razão de ser da empresa, isto é, o propósito de existência de uma organização. Sua definição deve ser genérica e duradoura, sendo uma grande síntese do modelo do negócio (BARNEY; HESTERLY, 2007).
A declaração de missão deve deixar clara a personalidade e a razão de existir de uma empresa, tendo como foco seu mercado de atuação e os valores que defende. É relevante definir a missão em termos de satisfazer alguma necessidade do ambiente externo, e não somente na oferta de algum produto ou serviço (BARNEY; HESTERLY, 2007). Assim, é comum que ao criar a missão de uma organização, sejam considerados ao menos alguns aspectos, como: Mercado de atuação; Produto e/ou serviço oferecido; Área de atuação; Tecnologia utilizada ou fornecida; Sustentabilidade; Preocupação com a imagem pública.
Em seguida deve ser definida a visão da empresa. Ela deve apresentar um quadro descritivo do que a organização quer ser no futuro distante. É entendida como um “sonho” que se deseja alcançar em um prazo muito longo (BARNEY; HESTERLY, 2007). São premissas da visão: (1) Aderência a fatos, ou seja, as situações “sonhadas” devem ser possíveis; (2) Equilíbrio para os stakeholders, buscando favorecer suas necessidades, se possível, a fim de conseguir comprometimento; (3) Descrição concisa e focalizada.
A definição dos valores traz à tona os princípios que regem a organização. Sendo assim, a ideia é que a empresa consiga listar valores que orientem seus funcionários e demais stakeholders a respeito de suas principais características.
GC e a garantia da longevidade da organização
A governança corporativa está sendo muito utilizada nos últimos anos pelos gestores. Sua definição consiste em entender essa ferramenta como um sistema, “apesar de terem sido primeiramente desenvolvidos para empresas, os princípios e práticas de governança também podem ser adotados e trazer benefícios para organizações não empresariais, por meio do alinhamento de interesses em busca de contribuir para o sucesso da organização e para sua longevidade” (IBGC, 2020). Para isso, existem algumas boas práticas a serem consideradas para que os gestores do negócio consigam avaliar riscos e retornos de investimentos realizados.
“As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum” (IBGC, 2020).
Dentre as boas práticas de governança, podemos citar a definição de uma hierarquia dentro da empresa, devendo ela ser bem definida conforme os preceitos aprendidos para uma boa gestão organizacional e a adoção de um conselho consultivo, que será o responsável por realizar uma troca de ideias a respeito da gestão da empresa.
Uma de suas principais funções de sua aplicação é aumentar a eficiência do negócio, fornecendo ainda maior transparência das ações realizadas na gestão organizacional para os grupos que possuem interesse na instituição.
Uma característica interessante da governança corporativa é que as organizações entram no chamado processo contínuo de valor. Esse processo é caracterizado pelo ganho progressivo de recursos para reinvestimento na empresa (ROSSETTI; ANDRADE, 2014).
 
Indicadores de benefícios
Os indicadores de benefícios relacionados à governança corporativa é um tema debatido no âmbito dos negócios e nas universidades. Em ambas as situações, o objetivo é semelhante: Estabelecer parâmetros que possibilitem criar indicadores que avaliem as práticas adotadas. Assim a medição da boa atuação de uma governança corporativa vem sendo debatida no meio acadêmico e profissional, na busca por maneiras de parametrizar a ferramenta.
Um indicador que auxilia muito na avaliação da qualidade das práticas das empresas é o IGCBRA (Índice de Governança Corporativa). Esse indicador, formatado após diversos estudos internacionais, consiste em 15 perguntas que abarcam quatro categorias:
· Transparência (disclosure);
· Conselho de administração;
· Conflitos de interesse;
· Direitos dos acionistas.
Segundo Silva (2016), a principal vantagem desse índice é a sua objetividade, já que suas perguntas são respondidas com a utilização de dados públicos. Observe o Quadro 1 para entender mais sobre o índice e suas perguntas.
 
O autor Silva (2016) nos traz a ideia de que é essencial avaliar quatro partes da organização para buscar entender melhor os benefícios trazidos pela governança, sendo eles: a transparência que a empresa consegue obter; como está estruturado o seu conselho de administração; como a organização lida com os conflitos de interesse e por fim, como são feitos os processos de entendimento dos direitos dos acionistas.
 
Alinhamento de interesses
Uma das principais vantagens da governança corporativa diz respeito a uma maior facilidade na identificação, no tratamento e na operacionalização das questões estratégicas. Quando a estrutura da empresa está adequada, ou seja, com hierarquias e funções bem definidas, maior é a facilidade e a agilidade na solução de problemas (ROSSETTI; ANDRADE, 2014).
“O papel fundamental da governança corporativa é gerar mecanismos eficientes para assegurar que as ações praticadas pela diretoria executiva estejam alinhadas com os interesses dos acionistas. Tais mecanismos envolvem uma análise dos riscos a que a empresa está sujeita, os sistemas de monitoramento e a geração de incentivos em sintonia com as estratégias delineadas pelo Conselho de Administração” (SILVA, 2016, p. 404).
De acordo com Silva (2016), para que ocorra o alinhamento de interesses entre os gestores, investidores e demais participantes, é essencial que exista:
 
· Adequada estruturação dos diversos órgãos da alta administração da empresa;
· Equilíbrio entre o tratamento das questões externas e internas da empresa;
· Capacitação e interesse para trabalhar com essas questões amplas e estratégicas;
· Interligação estruturada entre as questões estratégicas, táticas (intermediárias) e operacionais, formando um todo único;
· Metodologias e técnicas administrativas modernas e adequadamente operacionalizadas.
Dessa forma, destaca-se que a governança corporativa é benéfica para diversas partes existentes na empresa. Sendo assim, podemos destacar que para a empresa, as principais vantagens da adoção de uma boa governança estão em torno da melhoria de sua imagem institucional, uma maior procura por suas ações, com valorização das mesmas em bolsas de valores e ainda um menor custo de capital (SILVA, 2016). Ações como as destacadas até aqui trazem um maior equilíbrio nos interesses dos gestores, tais como (SILVA, 2016, p. 404):
 
· Revigora as relações entre acionistas, conselho e direção.
· Gera a criação de valor para os acionistas.
· Resolve conflitos; muitas vezes, os interesses dos gestores e de outras partes interessadas não estão em sintonia com os do conselho.
· Evita também conflitos de interesses, através de um bom monitoramento das transações com as partes relacionadas.
· Balanceia os interesses dos investidores com outros propósitos emergentes.
· Garante que o modelo de gestão e a estratégia das organizações estejam em sintonia com os desafios do mundo dos negócios.
 
“Os resultados podem ser gerados através da criação de valor, do equilíbrio dos interesses e do desenvolvimento do crescimento econômico” (SILVA, 2016, p.403).
Para seus investidores, os benefícios de adoção de boas práticas de governança corporativa estão ligados à melhoriano processo de acompanhamento e fiscalização dos negócios, a uma maior segurança dos seus direitos, com consequente diminuição do risco (SILVA, 2016).
Por fim, destaca-se que o país também possui benefícios com a adoção da governança corporativa pelas empresas. Dentre elas, podemos citar uma maior dinamização da economia, com um fortalecimento das organizações, onde elas conseguem se tornar mais competitivas.
 
Atividade extra
Independentemente de sua área de atuação é muito importante saber e entender as funções de todo administrador e gestor, para que seja possível focar na sobrevivência das organizações. Assista ao vídeo a seguir para saber mais quais são elas: https://www.youtube.com/watch?v=G5hxXNNGMfo
 
Referência Bibliográfica
ALVARES, E.; GIACOMETTI, C.; GUSSO, E. Governança Corporativa: um modelo brasileiro. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
ANDRADE, A; ROSSETI, J. P. Governança corporativa. 4a Ed. São Paulo: Atlas, 2009.
IBGC. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Disponível em: <http://www.ibgc.org.br>. Acesso em: 02 set. 2021.
OLIVEIRA, D. P. R. Governança Corporativa na prática. 1a Ed. São Paulo: Atlas, 2006.
SILVA, E.C. Governança Corporativa nas Empresas. São Paulo: Atlas, 2006.

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