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educação em saúde II parte

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EDUCAÇÃO 
EM SAÚDE II
Bruna Becker
Políticas públicas de 
educação em saúde
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar os aspectos que fundamentam a política nacional de edu-
cação em saúde.
  Descrever os eixos estratégicos que fundamentam a Política Nacional 
de Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de 
Saúde (PNEP–SUS).
  Explicar as principais metodologias e tecnologias para o fortalecimento 
do SUS.
Introdução
Como você deve imaginar, a educação em saúde é fundamental para o 
desenvolvimento de ações no contexto do SUS. As políticas relacionadas 
à qualificação do serviço de saúde e à educação da população e dos 
profissionais são ferramentas de gestão que contribuem para a melhoria 
dos indicadores de saúde e do cuidado prestado à comunidade.
Neste capítulo, você vai estudar as políticas públicas relacionadas à 
educação em saúde e conhecer algumas ferramentas utilizadas para o 
fortalecimento do SUS.
Fundamentos da política nacional
de educação em saúde
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 200, inciso III, defi ne que o SUS 
tem a competência de ordenar a formação de recursos humanos na área da 
saúde (BRASIL, 1988). Assim, as questões relacionadas à educação em saúde 
integram as ações de planejamento do Ministério da Saúde (MS). Ao longo 
dos anos, diversas políticas públicas voltadas à capacitação e à orientação dos 
usuários e comunidades têm sido executadas no território brasileiro. O modelo 
de gestão do SUS preconiza a gestão participativa e compartilhada entre as 
esferas de gestão em saúde (federal, estadual e municipal). Nesse sentido, o 
MS estabelece um processo de cooperação entre as instâncias gestoras para 
os assuntos e ações estratégicas de educação em saúde (BRASIL, 2007a).
O MS tem a responsabilidade e o compromisso de contemplar os prin-
cípios e diretrizes preconizados pelo SUS para a integralidade da atenção à 
saúde individual e coletiva. A responsabilidade constitucional do SUS é que 
estratégias como a educação em saúde se tornem importantes na lógica de 
transformação social. A educação em saúde como processo político se propõe 
a dar subsídios para o indivíduo conhecer mais sobre o cuidado em saúde, o 
que permite a sua emacipação social nesse campo da vida.
A seguir, veja as principais diretrizes operacionais que compõem a política 
de educação em saúde:
  promover ações de educação em saúde nas diversas comunidades, 
considerando as suas necessidades e as suas características específicas 
— por exemplo, comunidades quilombolas, ribeirinhas, extrativistas, 
assentadas, indígenas e outras de interesse das políticas públicas de 
governo —, com vistas à construção coletiva do conhecimento e ao 
controle social;
  utilizar metodologias ativas, participativas e problematizadoras, sempre 
respeitando os princípios etnoculturais, os atores do processo e os 
princípios e diretrizes do SUS;
  construir um perfil situacional da população-alvo a fim de identificar 
e de diagnosticar padrões demográficos, sociais, econômicos, culturais 
e epidemiológicos;
  promover processos educativos que propiciem a construção social e a 
autonomia do indivíduo em seu cuidado com a saúde;
  fomentar a participação da gestão dos serviços e das instâncias de 
controle social no planejamento e na execução de ações;
  estabelecer formas de avaliação das ações já realizadas com o objetivo 
de fortalecimento;
  incentivar a participação da comunidade no controle social para o 
fortalecimento da participação popular e das diretrizes do SUS.
Políticas públicas de educação em saúde2
Movimentos sociais como os relacionados à educação popular em saúde são fun-
damentais para que se concretize na prática aquilo que é preconizado na política. 
Um dos grandes protagonistas dos movimentos de educação popular em saúde nos 
anos 1960 foi o educador Paulo Freire, que fomentou a importância de valorizar os 
aspectos sociais e culturais de cada indivíduo nos processos educativos. O chamado 
“saber popular”, nesse contexto, é uma importante ferramenta para compreender 
melhor o indivíduo, o que é essencial para a construção de espaços de aprendizado 
em saúde mais democráticos.
Política Nacional de Educação Permanente em Saúde 
(PNEPS)
A PNEPS subsidia as ações de educação em saúde e de educação popular em 
saúde. Nesse sentido, você deve compreender as diferenças entre os conceitos 
de educação em saúde, tema deste capítulo, e educação na saúde. Veja a seguir 
(BRASIL, 2009).
  Educação em saúde: segundo o MS, a educação em saúde é o processo 
que envolve os profissionais da saúde em sua atuação, os gestores que 
apoiam as ações no âmbito da educação em saúde e a população que 
precisa ser orientada quanto ao seu autocuidado. As ações de educação 
em saúde envolvem a autonomia do indivíduo e a sua emancipação. A 
ideia é que o sujeito seja capaz de tomar as suas próprias decisões sobre 
questões de saúde e doença.
  Educação na saúde: consiste na produção e na sistematização de con-
teúdos relativos à formação e ao desenvolvimento dos profissionais de 
saúde, bem como à reorientação da formação em saúde. Nesse sentido, 
as ações de educação na saúde são destinadas à qualificação da força 
de trabalho do SUS, à formação acadêmica em saúde e à integração 
entre o ensino e os serviços.
3Políticas públicas de educação em saúde
A educação permanente em saúde é uma proposta ético-político-pedagógica 
que objetiva transformar e aprimorar a atenção à saúde, os processos de formação 
e qualificação dos profissionais e as práticas de educação na saúde. Além disso, 
busca promover ações e serviços numa perspectiva intersetorial (BRASIL, 2017a).
A PNEPS, instituída em 2004 pelo MS, permite a realização de ações formais 
de educação na saúde. Para isso, considera as diferentes situações regionais, a 
importância da superação das desigualdades e as necessidades de formação para 
o desenvolvimento do SUS (BRASIL, 2007a). A principal estratégia da PNEPS 
é, sem dúvida, o fortalecimento do SUS mediante a formação de profissionais 
que problematizem a sua atuação e valorizem as especificidades dos espaços 
nos quais atuam. A partir desse objetivo, a PNEPS busca integrar ensino, ser-
viço e comunidade e valorizar a regionalização da gestão em suas ações. Isso 
permite a criação de projetos de qualificação e o enfrentamento das principais 
necessidades e demandas do SUS em suas diversas localidades.
A Portaria de Consolidação nº 6/ 2017, enfatiza o conceito pedagógico no 
setor da educação permanente em saúde e destaca que a sua execução deve ser 
conduzida por meio da prática e do cotidiano (BRASIL, 2017b, documento 
on-line):
A Educação Permanente é aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o en-
sinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho. A educação 
permanente baseia-se na aprendizagem significativa e na possibilidade de 
transformar as práticas profissionais [...] ela acontece no cotidiano das pessoas 
e das organizações. Ela é feita a partir dos problemas enfrentados na realidade 
e leva em consideração os conhecimentos e as experiências que as pessoas 
já têm. Propõe que os processos de educação dos trabalhadores da saúde se 
façam a partir da problematização do processo de trabalho, e considera que as 
necessidades de formação e desenvolvimento dos trabalhadores sejam pautadas 
pelas necessidades de saúde das pessoas e populações. Os processos de edu-
cação permanente em saúde têm como objetivo a transformação das práticas 
profissionais e da própria organização do trabalho.
Veja alguns dos principais preceitos encontrados na PNEPS:
  pedagogia;
  ética;
  política;
  reflexão e problematização;
  ensino e serviço;
  intersetorialidade;
  redes.
Políticas públicas de educação em saúde4
Eixos estratégicos da PNEP–SUS
A Portaria nº 2.761, de 19 de novembro de 2013, instituiu a PNEP–SUS. Tal 
política reafi rma o compromisso com a universalidade,a equidade e a in-
tegralidade; sem dúvida, também enfatiza a importância da participação 
popular no SUS. Além disso, as ações estratégicas propõem uma prática 
político-pedagógica com vistas à promoção, à proteção e à recuperação da 
saúde por meio do diálogo entre a diversidade de saberes da população de 
diferentes regiões, valorizando os saberes populares e a ancestralidade, bem 
como incentivando a produção individual e coletiva de conhecimentos e a 
inserção dos indivíduos no SUS (BRASIL, 2013).
A educação em saúde está diretamente vinculada à existência de práticas 
ativas nas comunidades. Nesse sentido, a educação popular torna-se uma 
ação que reorienta a execução do trabalho realizado nos serviços de saúde, 
possibilitando a construção de uma saúde integral e adequada à realidade da 
população (BRASIL, 2007b).
O adjetivo “popular” presente na expressão “educação popular” não diz 
respeito a uma educação dirigida a uma parcela da população dita popular. 
O que está em jogo é o movimento de tornar os membros das populações 
diversas agentes ativos, em suas diferentes classes, para a construção de uma 
sociedade mais igualitária. Assim, “Na prática, a educação popular se expressa 
pelo diálogo, parte do saber e da vida dos sujeitos envolvidos nos processos 
sociais, de questionar as distâncias e hierarquias, e busca construir uma ci-
dadania crítica e transformadora [...]” (FIOCRUZ, 2014, documento on-line). 
Além disso, considere que a Política Nacional de Educação Popular em Saúde 
está amparada em eixos estratégicos (BRASIL, 2017c, documento on-line):
I – participação, controle social e gestão participativa;
II – formação, comunicação e produção de conhecimento;
III – cuidado em saúde; e
IV – intersetorialidade e diálogos multiculturais.
O primeiro eixo estratégico, que menciona a participação, o controle social 
e a gestão participativa, visa a ampliar e fortalecer o protagonismo popular, 
incentivando ações que mobilizem discussões sobre o direito à saúde, a qua-
lificação dos processos de formulação, a implementação e o controle social de 
políticas públicas de saúde. O segundo eixo objetiva ressignificar as práticas 
de formação dos trabalhadores e atores sociais na perspectiva da educação 
popular. Nesse sentido, permite o enfrentamento dos diversos desafios por 
5Políticas públicas de educação em saúde
meio da produção do conhecimento e da sistematização dos saberes nas mais 
diferentes perspectivas.
O eixo do cuidado em saúde, por sua vez, preconiza o fortalecimento de 
práticas populares em saúde. Ele permite a socialização de tecnologias em 
saúde e aprimora a sua articulação com o SUS. O último eixo estratégico, que 
engloba intersetorialidade e diálogos multiculturais, promove a visibilidade 
e o diálogo dos diferentes setores e atores com vistas ao fortalecimento de 
políticas e ações integrais (BRASIL, 2013).
Segundo a Portaria nº 2.761, de 2013, que institui a PNEP–SUS, a política é 
orientada pelo diálogo, pela amorosidade, pela problematização, pela constru-
ção compartilhada do conhecimento, pela emancipação e pelo compromisso 
com a construção de um projeto democrático e popular.
A PNEP–SUS é composta por 11 objetivos específicos, que são funda-
mentais para que ela se concretize nos serviços de saúde:
  promover o diálogo e a troca entre práticas e saberes populares e técnico-
-científicos no âmbito do SUS, aproximando os sujeitos da gestão e 
dos serviços de saúde dos movimentos sociais populares, das práticas 
populares de cuidado e das instituições formadoras;
  fortalecer a gestão participativa nos espaços do SUS;
  reconhecer e valorizar as culturas populares, especialmente as várias ex-
pressões da arte, como componentes essenciais das práticas de cuidado, 
gestão, formação e controle social e das práticas educativas em saúde;
  fortalecer os movimentos sociais populares, os coletivos de articulação 
social e as redes solidárias de cuidado e promoção da saúde na pers-
pectiva da mobilização popular em defesa do direito universal à saúde;
  incentivar o protagonismo popular no enfrentamento dos determinantes 
e condicionantes sociais de saúde;
  apoiar a sistematização, a produção de conhecimentos e o compartilha-
mento das experiências originárias do saber, da cultura e das tradições 
populares que atuam na dimensão do cuidado, da formação e da par-
ticipação popular em saúde;
  contribuir com a implementação de estratégias e ações de comunicação 
e de informação em saúde identificadas com a realidade, as linguagens 
e as culturas populares;
  contribuir para o desenvolvimento de ações intersetoriais nas políticas 
públicas referenciadas na educação popular em saúde;
  apoiar ações de educação popular na atenção primária em saúde, for-
talecendo a gestão compartilhada entre trabalhadores e comunidades, 
Políticas públicas de educação em saúde6
tendo os territórios de saúde como espaços de formulação de políticas 
públicas;
  contribuir com a educação permanente dos trabalhadores, gestores, 
conselheiros e atores dos movimentos sociais populares, incorporando 
aos seus processos os princípios e as práticas da educação popular em 
saúde;
  assegurar a participação popular no planejamento, no acompanhamento, 
no monitoramento e na avaliação das ações e estratégias para a imple-
mentação da PNEP–SUS.
As ações de educação popular em saúde realizadas nas mais diversas comunidades 
no território brasileiro são extremamente importantes para o desenvolvimento social 
e a amplicação do conhecimento da população em relação às suas condições de 
saúde. Algumas das ações são registradas em artigos científicos, cadernos e sites pelos 
profissionais e também pelas instâncias governamentais, com o intuito de divulgar 
experiências exitosas realizadas pelas equipes de saúde da família.
O MS divulgou, em 2007, o primeiro Caderno de Educação Popular e Saúde, que contém 
relatos de experiências exitosas de educação em saúde. Em 2014, foi lançado o segundo 
volume, em que é possível conhecer novas práticas realizadas pelos profissionais de 
saúde. Nos links a seguir, você pode acessar ambas as publicações.
  Volume 1: https://qrgo.page.link/qYdnp
  Volume 2: https://qrgo.page.link/p8Sib
Metodologias e tecnologias para o 
fortalecimento do SUS
A educação em saúde como processo político de âmbito nacional vinculado ao 
SUS possui um enorme potencial estratégico para promover transformações 
na realidade das comunidades, nas práticas dos profi ssionais e na formação 
da força de trabalho em saúde. Em sua execução, a educação em saúde e a 
educação popular em saúde incorporam diversos atores — gestores, profi s-
sionais de saúde, controle social, usuários, instituições de ensino, acadêmicos 
de cursos da saúde, etc. (RIO DE JANEIRO, 2018).
Além disso, no contexto da política de educação permanente em saúde, é 
importante compreender que as práticas e ações se configuram como ferra-
7Políticas públicas de educação em saúde
mentas de gestão. Por sua vez, os processos de trabalho em saúde são com-
plexos e a qualificação dos profissionais encarregados deles é fundamental 
para que se atinjam melhores resultados. Portanto, as ações de educação 
permanente extrapolam o viés pedagógico e envolvem uma reflexão muito 
maior, relacionada àquilo que se preconiza nos princípios e diretrizes do SUS 
(RIO DE JANEIRO, 2018). Nesse sentido, diversas estratégias metodológicas 
e tecnológicas são utilizadas na construção de ações de educação em saúde, 
como você vai ver a seguir.
EdPopSUS
O Curso de Aperfeiçoamento em Educação Popular em Saúde (EdPopSUS) 
é uma iniciativa do MS em parceria com a Escola Politécnica em Saúde Joa-
quim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz. As ações de educação popular 
em saúde são historicamente importantes na construção do direito à saúde. 
O EdPopSUS está fundamentado naquilo que foi proposto por Paulo Freire e 
por outros educadores, como Victor Vicent Valla. A PNEP–SUS está pautada 
na formação, na comunicação e na produçãodo conhecimento. Nesse sen-
tido, busca ressignifi car e criar práticas que “[...] oportunizem a formação de 
trabalhadores e atores sociais em saúde na perspectiva da educação popular 
[...]” (BRASIL, 2013, documento on-line).
Considerando a importância da educação popular em saúde, o EdPopSUS 
é um instrumento de apoio à política nacional. O curso é destinado a agentes 
comunitários de saúde e também a agentes de vigilância em saúde. Ele oferece 
subsídio aos trabalhadores no processo de conquista de direitos em saúde da 
população, além de contribuir para a participação social e o fortalecimento 
do SUS.
Integração entre ensino e serviço
A integração entre ensino e serviço pode ser compreendida como o processo 
de trabalho pactuado e integrado entre as instituições de ensino superior e 
os serviços de saúde municipais. Isso deve ocorrer por meio da atuação dos 
estudantes e professores dos cursos da área da saúde, juntamente aos traba-
lhadores que atuam nos serviços de saúde e na gestão. O objetivo é qualifi car 
a atenção à saúde individual e coletiva, além de qualifi car a formação pro-
Políticas públicas de educação em saúde8
fi ssional e alcançar maiores desenvolvimento e satisfação dos trabalhadores 
(ALBUQUERQUE et al., 2008).
O processo de ensino e aprendizagem que se estabelece por meio da inte-
gração entre o ensino e o serviço, ou seja, por meio da inserção dos alunos na 
atenção primária à saúde, dá origem a novas formas de organização do trabalho 
em saúde. Além disso, estimula a troca de saberes entre os atores envolvidos 
e contribui para a formação de um novo perfil profissional. Assim, melhora a 
qualidade dos serviços prestados aos usuários (BALDOINO; VERA, 2016).
De acordo com Souza e Carcereri (2011), a integração entre ensino e serviço 
compreende o eixo do processo pedagógico que integra a universidade e os 
serviços de saúde. Essa estratégia beneficia o estudante e proporciona a ele 
a oportunidade de unir os conhecimentos teóricos à prática dos serviços e 
ainda refletir sobre a sua interação junto à comunidade.
Educação a distância (EAD)
O uso da tecnologia nas ações de educação em saúde é fundamental para a 
disseminação das práticas e para a qualifi cação dos profi ssionais. O trabalho 
educativo nos contextos locais difi cultava, muitas vezes, o acesso ao conheci-
mento atualizado. Nesse sentido, a EAD se expandiu e proporciona o acesso 
à informação e à qualifi cação, principalmente no âmbito acadêmico.
As tecnologias aplicadas ao contexto da educação são ferramentas estra-
tégicas que potencializam a disseminação do conhecimento. Além disso, o 
aprendizado realizado por meio das tecnologias no contexto profissional é 
fundamental para que se alcance aquilo que é preconizado na PNEPS. Algumas 
ferramentas de tecnologia — como a Universidade Aberta do SUS (UNA–SUS), 
o Telessaúde e o Avasus — são estratégias de qualificação profissional e dos 
serviços de saúde (BRASIL, 2015).
Problematização
As ações estratégicas de educação que são articuladas na assistência trans-
formam o processo de trabalho por meio da problematização e da refl exão, 
com vistas a qualifi car a população, o serviço e o cuidado. Existem diversas 
metodologias que podem ser aplicadas nas pesquisas e nas ações de educa-
ção popular em saúde e educação permanente em saúde. Nessas áreas, se 
9Políticas públicas de educação em saúde
refl ete sobre a problematização dos processos de trabalho e o aprendizado 
da população por meio de situações cotidianas. Dessa forma, a escolha 
das metodologias de educação deve avaliar cada ação específi ca (RIO DE 
JANEIRO, 2018).
Para que as metodologias sejam desenvolvidas adequadamente, é neces-
sário problematizar as práticas de trabalho e do cotidiano da população. No 
Quadro 1, a seguir, você pode ver uma sequência de práticas que podem e 
devem ser problematizadas para que se reflita sobre os processos de trabalho 
(BRASIL, 2009).
 Fonte: Adaptado de Brasil (2009). 
Práticas Tarefas Atividades
1. Identificar problemas Ação, reflexão e 
investigação
Estudos de caso, 
trabalho de campo, 
sistematização de dados 
locais, construção 
e priorização de 
problemas
2. Ampliar o 
conhecimento
Acesso bibliográfico, 
acesso a dados, acesso 
a educação virtual e 
outras experiências
Seminário de estudos, 
estágio in loco, 
grupos de discussão, 
teleconferências e 
redes interativas
3. Desenvolver 
competências específicas 
e da equipe
Aquisição de 
competências e 
capacidades específicas
Supervisão capacitante, 
treinamentos 
focalizados, oficinas de 
elaboração de projetos
4. Buscar soluções, 
colocá-las em prática 
e avaliá-las
Coordenação 
de condutas e 
trabalho em rede
Grupos operativos de 
qualidade, oficinas 
de programação 
local, avaliação de 
processos e resultados
 Quadro 1. Práticas de trabalho 
Políticas públicas de educação em saúde10
Diálogo
Por meio do diálogo respeitoso e de uma escuta ativa, as ações de educação 
em saúde possibilitam o conhecimento dos diversos contextos sociais dos 
atores. Além disso, é possível a construção de estratégias que visam a mudar 
a realidade de saúde da população.
Amorosidade
A amorosidade permite que as ações de educação em saúde extrapolem os 
conhecimentos científi cos e valorizem os sentimentos, as trocas emocionais 
e a sensibilidade. Por meio do vínculo afetivo é que se fortalecem os laços 
e a perspectiva de que o outro possui direitos, além de uma história e de 
necessidades próprias.
Emancipação
Essa metodologia pressupõe que os diversos atores envolvidos se constituam 
como sujeitos que conhecem o seu processo de saúde e doença. A ideia é 
promover mais autonomia e conhecimento no autocuidado, contrapondo a 
noção de que o médico é o centro do processo. Além disso, a emancipação 
enfatiza a construção coletiva e o saber compartilhado.
Valorização da experiência
Essa metodologia valoriza todos os conhecimentos do indivíduo, permite maior 
interação e aprendizado entre o educador e o educando, bem como valoriza 
questões étnico-raciais. Além disso, envolve os atores em uma refl exão sig-
nifi cativa sobre aspectos relacionados à realidade (como problemas de saúde, 
renda, meio ambiente, educação, habitação). Por meio dessa refl exão, busca-se 
identifi car as causas da situação dos sujeitos, da sua realidade. Além disso, a 
valorização da experiência permite a construção de um plano de ações que 
solucionem todos ou parte dos problemas identifi cados. Por fi m, ela possibilita 
a organização de um grupo permanente para a realização de ações.
11Políticas públicas de educação em saúde
ALBUQUERQUE, V. S. et al. A integração ensino-serviço no contexto dos processos de 
mudança na formação superior dos profissionais da saúde. Revista Brasileira de Educação 
Médica, Rio de Janeiro, v. 32, n. 3, p. 356–362, 2008.
BALDOINO, A. S.; VERAS, R. M. Análise das atividades de integração ensino-serviço 
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prt2761_19_11_2013.html. Acesso em: 05 ago. 2019.
Políticas públicas de educação em saúde12
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13Políticas públicas de educação em saúde

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