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20232 A SER_ENGCIV__FUNDENGAMB

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Fundam
entos de engenharia am
biental 
GRUPO SER EDUCACIONAL
FUNDAMENTOS DE 
ENGENHARIA AMBIENTAL 
ORGANIZADORES ELIANA MENEZES DOS SANTOS ; FERNANDO PASINI.
gente criando futuro
FUNDAMENTOS DE 
ENGENHARIA AMBIENTAL 
ORGANIZADORES ELIANA MENEZES DOS SANTOS ; FERNANDO PASINI.
A área que estuda os impactos ambientais causados pela ação dos agentes 
externos e como reduzi-los é a engenharia ambiental. Neste livro, você vai 
aprender os fundamentos desse tema tão importante no estudo dessa área.
Os autores reuniram aqui os fundamentos que norteiam a atuação dos 
engenheiros em temas ligados ao meio ambiente e àqueles que deman-
dam conhecimento multidisciplinar relacionados à engenharia, biologia, 
ecologia, química, física e saúde pública. 
Com imagens, exemplos e uma linguagem clara, além de um conteúdo 
apresentado de forma didática, esta obra é essencial para os estudantes de 
vários ramos da engenharia e da ecologia e instiga a re�exão sobre diver-
sas questões que são base para o debate atual sobre sustentabilidade e 
meio ambiente.
I SBN 9786555580327
9 786555 580327 >
C
M
Y
CM
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CMY
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FUNDAMENTOS 
DE ENGENHARIA 
AMBIENTAL 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Santos, Eliana Menezes.
 Fundamentos de engenharia ambiental / Eliana Menezes dos Santos ; Fernando Pasini. 
– São Paulo: Cengage, 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555580327
 
 1. Engenharia ambiental. 2. Ecologia. 3. Engenharia civil. 4. Sustentabilidade. 5. Pasini, 
Fernando.
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Eliana Menezes dos Santos
GEngenheira Ambiental, especialista em Direito e Gestão do Meio Ambiente e MBA em Gestão Pública. 
Analista ambiental em Industria química do grupo Hypermarcas, engenheira ambiental em construção 
civil nas obras da Companhia Metropolitana de São Paulo – Metro. Tutora Presencial e online da 
Univesp e Unifesp. Professora conteudista de cursos de Educação a Distância.
Fernando Pasini
Graduado em Engenharia Ambiental e Sanitária pela Universidade Federal de Santa Maria, Especialista 
em Gestão, Licenciamento e Auditoria Ambiental pela Universidade Anhanguera e Mestre em 
Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Santa Maria.
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Engenharia e meio ambiente .....................................................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Introdução ..........................................................................................................................................11
2 Noções de meio ambiente ................................................................................................................. 14
3 Poluição ..............................................................................................................................................17
4 Resíduos .............................................................................................................................................18
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................25
UNIDADE 2 - Noções de direito ambiental ......................................................................................27
Introdução.............................................................................................................................................28
1 Introdução ao direito ambiental ........................................................................................................ 29
2 Legislação ambiental .......................................................................................................................... 32
3 Legislação ambiental: poluição .......................................................................................................... 34
4 Legislação ambiental: recursos naturais ............................................................................................ 39
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................44
UNIDADE 3 - Poluição ambiental ...................................................................................................47
Introdução.............................................................................................................................................48
1 Introdução à poluição ambiental ....................................................................................................... 49
2 Controle da poluição .......................................................................................................................... 50
3 Impactos ambientais .......................................................................................................................... 58
4 Estudo de impacto ambiental ............................................................................................................ 61
5 Licenciamento ambiental ................................................................................................................... 62
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................65
UNIDADE 4 - IInstrumentos e ferramentas de gestão ambiental.....................................................67Introdução.............................................................................................................................................68
1 Conceitos introdutórios de Gestão Ambiental .................................................................................. 69
2 O Sistema de Gestão Ambiental ........................................................................................................ 72
3 Elementos do Sistema de Gestão Ambiental ..................................................................................... 77
4 Auditorias ambientais ....................................................................................................................... 79
5 Certificações do Sistema de Gestão Ambiental .................................................................................. 81
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................84
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................85
Na unidade 1, a engenharia e meio ambiente será introduzida com temas 
relacionados às questões ambientais que fundamentam o pensamento crítico 
ambientalista, base para as legislações nacionais que tratam do tema. Os conceitos 
referentes à poluição, meio ambiente e resíduos sólidos, um dos maiores problemas da 
atualidade serão aprofundados também nesta unidade. Concluindo esta unidade, você 
será capaz de ver por outro ângulo as questões ambientais, conseguindo compreender 
a dimensão que uma intervenção tem no meio ambiente. 
A segunda unidade apresentará as noções de direito ambiental, que abordará 
os conceitos de lei, decreto, norma, portaria e instrução normativa, termos comuns a 
vários ramos do direito, inclusive o direito ambiental. Os princípios que regem o direito 
ambiental e estão pautados em diversas leis e na Carta Magna serão listados aqui, além 
das principais leis que orientam o dia a dia do profissional de meio ambiente bem como a 
fiscalização por parte dos órgãos responsáveis pelas emissões de autorizações e licenças. 
A poluição ambiental será o tema da terceira unidade e seu conteúdo vai aprofundar 
seus conhecimentos sobre a temática da poluição. Serão apresentados os temas 
relacionados à conceituação básica sobre poluição ambiental, às técnicas e instrumentos 
legais com a finalidade de promover o controle da poluição, aos impactos ambientais, às 
justificativas da necessidade de fazer estudos sobre o impacto ambiental, e como fazê-lo, 
além de explicar qual é o melhor procedimento para o licenciamento ambiental. Por fim, 
trataremos da dinâmica da poluição, da importância da realização de um estudo de impacto 
ambiental que seja condizente com a realidade e as etapas do licenciamento ambiental.
Na quarta unidade, estudaremos os instrumentos e ferramentas de gestão ambiental.
Neste ponto, trataremos dos conceitos introdutórios da gestão ambiental, das diversas 
abordagens aplicadas nas organizações e as ferramentas aplicadas aos processos 
produtivos ou prestações de serviço. Entenda ainda o funcionamento, o escopo e os 
modelos de implantação do sistema de gestão ambiental. Os diferentes modelos de 
relatório ambiental que representa uma comunicação ou divulgação de informações 
ambientais entre a empresa e seus colaboradores ou a empresa e os órgão de fiscalização 
serão abordados também, além de mostrar a diferença entre aspecto e impacto 
ambiental, sua importância para o sistema de gestão ambiental e para as certificações 
ambientais. Qual a importância das auditorias ambientais e quais seus benefícios para as 
organizações serão questões respondidas para finalizar esta unidade. 
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Engenharia e meio ambiente
Olá,
Você está na Engenharia e Meio Ambiente. Conheça aqui as questões ambientais que dão 
fundamento ao pensamento crítico ambientalista e às legislações nacionais que tratam do 
tema. Compreenda também os principais conceitos referentes à poluição, meio ambiente 
e resíduos sólidos, um dos maiores problemas da atualidade.
Bons estudos!
Introdução
11
1 INTRODUÇÃO
A sociedade atual possui um comprometimento moral e ético com o meio ambiente e com 
as futuras gerações. Isso tem ocorrido em forma de proteção, prevenção e planejamento das 
intervenções ambientais, visto que tornaram-se corriqueiras as notícias de sérios desastres 
causadores de danos ao meio ambiente nos últimos anos, sejam eles de origem natural como 
tsunamis e tornados ou em tragédias anunciadas por negligência em obras civis. E essa pressão 
social tem incorporado cada vez mais os princípios de sustentabilidade em nosso dia a dia.
O desenvolvimento econômico e tecnológico tem sofrido um avanço gritante nas últimas 
décadas e essa consciência ambiental tem nos feito refletir sobre os custos que o meio ambiente 
paga para que possamos usufruir do conforto tecnológico que nos é ofertado.
Hoje, sob diversos discursos, está na moda o diálogo sobre sustentabilidade e cuidados com 
meio ambiente, mas nem sempre foi assim, para tratar da temática ambiental é necessário muita 
cautela e entendimento de como ocorreu o avanço dessa consciência.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.1 Como tudo começou
Desde que o homem pré-histórico deixa de ser nômade e torna-se sedentário, seu estilo 
de vida e suas necessidades mudaram. Agora concentravam-se em sociedades organizadas, e 
por não poder se afastar muito do grupo buscou centralizar cada vez mais a caça, pesca, e a 
agricultura, o que acabou promovendo o agrupamento social e em decorrência disso o acumulo 
de seus resíduos orgânicos. Obviamente que a poluição citada é irrisória ao ser comparada com a 
atual situação mundial, mas é importante para introduzi-lo à problemática.
12
À proporção em que as cidades foram crescendo (sem estrutura, diga-se de passagem), a 
população e as demandas sociais aumentaram e os resíduos começaram a ser diversos, não 
sendo mais apenas de origem orgânica.
Avançando na linha do tempo a corrida pelo desenvolvimento encabeçada pela produção 
industrial em larga escala mudou completamente o estilo de vida das cidades. E em meio ao 
fervor desenvolvimentista, tardou-se à reconhecer os danos que o meio ambiente estava 
sofrendo (CALIJURI e CUNHA, 2013).
Muito em decorrência da exploração mineral e utilização de máquinas à vapor e à combustão. 
Além disso na segunda revolução industrial também houve uma expansão de indústrias diversas 
incluindo as do ramo químico, com a fabricação de aditivos, solventes, álcoois e controladores de 
pragas como inseticidas, herbicidas e fungicidas.
Dentre os controladores de pragas merece grande destaque o DDT (diclorodifeniltricloroetano) 
o qual é considerado o primeiro pesticida moderno. Ele foi desenvolvido por Paul Hermann 
Müller, que em 1948 foi agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina por tal feito. O DDT foi 
fundamental para o controle do mosquito transmissor da Malária e também para o controle de 
pragas agrícolas.
Um dos primeiros passos de expressividade em reivindicação à cuidados com o meio 
ambiente data do início da década de 1960, quando depois de presenciados alguns eventos 
críticos de degradação ambiental, grupos civis organizados reivindicaram nos Estados Unidos e na 
Europa um maior controle sobre a poluição, o que culminou na realização de fóruns educacionais 
ambientais e na criação do “Dia do Terra”, pela primeira vez comemorado em 22 de abril de 1970 
(CALIJURI e CUNHA, 2013).
Na mesma época, em 1962, a bióloga Rachel Carson, embasada em diversos estudos que 
relacionavam o uso do DDT à problemas de saúde em humanos e bioacumulação em animais 
publicou o livro “A Primavera Silenciosa”, fazendo referência à morte de aves em decorrência 
de exposição ao pesticida. O livro causou um alvoroço nos órgãos ambientais, que também já 
pesquisavam sobre o tema. No material publicado a autora ainda enfatizava a necessidadede 
proteger o meio ambiente para garantir a manutenção da saúde humana (CARSON, 2010).
De 1962 até os dias atuais, muita coisa mudou e essas mudanças começaram a se concretizar 
após algumas reuniões governamentais. Em 1972 ocorreu em Estocolmo, na Suécia, a Conferência 
das Nações Unidas que tratou sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Humano. Na 
conferência foi redigida uma declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o meio 
ambiente, a qual cita: “Defender e melhorar o meio ambiente para as atuais e futuras gerações se 
tornou uma meta fundamental para a humanidade” (ONU, 1972).
13
Ainda sobre a temática em 1987 foi lançado, pela ONU, o relatório Brundtland intitulado 
Nosso Futuro Comum, que apresenta de forma polida o conceito de desenvolvimento sustentável 
como sendo “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a 
capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” (ONU, 1987).
Nacionalmente, um passou importante foi a criação da Política Nacional do Meio Ambiente, Lei 
Federal Nº 9433 de 1981 e a incorporação do Artigo 225, na Constituição de Federal de 1988, o qual 
trata de forma específica do meio ambiente. O texto do artigo é categórico na indicação de que:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988).
Dali por diante seguiram-se os esforços para reduzir a poluição global. Foram realizados 
tratados, protocolos e acordos internacionais, como a Conferência das Nações Unidas sobre o 
Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio -1992 ou ECO -92), a Rio+5, a Rio+10 e a Rio+20, onde 
o Brasil, por sua diversidade biológica e ecossistêmica, área territorial e volume de recursos 
ambientais disponíveis, teve (e ainda tem) papel de destaque nas discussões. A figura a seguir 
remete a algumas questões tema de debate na área de ambiental.
Figura 1 - Princípios para a sustentabilidade ambiental 
Fonte: Trueffelpix, Shutterstock (2020).
#PraCegoVer: A imagem mostra um letreiro que apresenta a palavra sustentabilidade em 
destaque e, abaixo dela, estão símbolos que representam atitudes sustentáveis: sociedade, 
ambiente, economia, veículos (destaque para um ônibus), energia, redução de emissões de gás 
carbônico e reciclagem.
Como forma de nortear a instalação de empreendimentos, com potencial de causar impacto 
ao meio ambiente, o Brasil criou uma ferramenta administrativa, o licenciamento ambiental 
(CONAMA 237/1997). Para tal as primeiras diretrizes foram publicadas no início da década de 
1980, consolidando-se apenas no início dos anos de 1990. Destaca-se os estados do Rio de 
Janeiro e São Paulo como pioneiros na formulação de diretrizes próprias para o procedimento 
(GOTTI; SOUZA, 2017).
14
2 NOÇÕES DE MEIO AMBIENTE
O meio ambiente é extremamente diverso e dinâmico e caracterizá-lo não é uma tarefa fácil, 
inclusive, para que seja possível é necessário que um grupo multidisciplinar de especialistas atue 
em conjunto para criar um estudo realista do caso.
De forma grosseira podemos subdividir o meio ambiente em: Meio ambiente natural e Meio 
ambiente antrópico (ou construído). No primeiro trata-se das condições naturais, sem influência 
humana, e no segundo, os locais onde há influência direta do ser humano. Ainda, permeia por 
esses meios a diversidade ecológica e sua interação, a diversidade social e suas necessidades e 
movimentação econômica e valoração dos recursos ambientais.
2.1 Meio ambiente: energia, ecologia e diversidade
A sustentação da vida no planeta terra decorre de uma cadeia energética, iniciada pela luz 
do sol que, após ser filtrada pela camada de ozônio, irradia a superfície terrestre. As plantas 
(seres autótrofos) possuem os cloroplastos, é neles que ocorre a fotossíntese, a qual é iniciada 
e estimulada pela fase clara (decorrente da radiação solar). Como resultado da fotossíntese há a 
produção de seiva elaborada, que serve de energia para os vegetais.
Os serem vivos relacionam-se entre si, inclusive servindo um de alimento a outro, essas 
relações são caracterizadas por teias e cadeias alimentares e divididas em níveis tróficos. E é 
nelas que podemos aplicar os princípios da 2ª Lei da Termodinâmica, a qual indica haver perda de 
energia de um nível trófico ao seguinte. Portanto, nem toda energia do alimento é aproveitada 
(CALIJURI, CUNHA; MOCCELLIN, 2013).
Essas interações entre seres vivos (meio biótico) são em suma estudadas pela Ecologia, ramo 
da Biologia, a qual também às relaciona com as interações que ocorrem dos seres vivos com o 
meio ambiente (meio abiótico). Essa importante área de estudo ainda engloba os desequilíbrios 
que ocorrem devido às intervenções realizadas, introdução de poluentes ou espécies invasoras, 
tudo isso avaliando em isolado os habitats e integrando as demais populações que por ventura 
interajam por suas relações ecológicas. E para incrementar ainda mais, tudo isso corre em um 
espaço geográfico com delimitações específicas que podem ser um bioma todo ou apenas uma 
porção local isolada determinada para estudo.
Cada componente possui uma importância ecológica, os seres vivos prestam essenciais 
serviços ecossistêmicos, como polinização, degradação do material orgânico, produção de 
biomassa e matéria orgânica. Já os fatores abióticos, como a luz (ciclos claros e escuros) possibilita 
a fotossíntese e estimula diversas reações nos vegetais, nos animais (o calor do sol) promove a 
estabilização da temperatura corporal em organismos ectodérmicos (anfíbios, peixes e répteis 
que dependem do ambiente para regularem a temperatura corporal).
15
Depois de realizar essa reflexão você já está pronto para conseguir compreender a 
grandiosidade que fica subentendida no conceito de Meio Ambiente talhado pela Política 
Nacional do Meio Ambiente (PNMA, Lei nº 6938/1981) que o descreve em seu art. 3º, inciso I 
como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, 
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. 
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2.2 Meio ambiente: recursos ambientais
Quando se trata de elementos ambientais utilizados com finalidade econômica, ou que 
possam de alguma forma gerar valor em dinheiro costumamos caracterizá-lo como um Recurso 
Ambiental. A Política Nacional do Meio Ambiente descreve como recursos ambientais: “a 
atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, 
o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora”. Os quais dentro de suas características 
específicas recebem valor monetário.
Para tal valoração há manuais específicos que indicam formas de realizar um estudo 
aprofundado cientificamente embasado para indicar o quanto vale um recurso ambiental. Um 
exemplo é a publicação de Mota (1997), que traz diversos exemplos de caso onde os estudos 
foram aplicados.
2.3 O custo da água
Quanto aos recursos naturais, nacionalmente uma questão que merece destaque especial é a 
gestão da água e sua utilização para fins econômicos a qual possui diretrizes bem definidas e em 
algumas regiões do país possui cobrança pela sua utilização
16
A Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH - Lei 9433/1997) é a principal legislação que 
a rege, e esse política indica ao pé da letra: em seu Artigo 1º, Inciso II, que “a água é um recurso 
natural limitado, dotado de valor econômico”.
E devido a isso deve ser regulada a sua utilização, a fim de que todos os usuários utilizadores destes 
recursos tenham compatibilidade com a qualidade e quantidade disponível, sem comprometer a 
chamada vazão ecológica, que permite manutenção da vida aquática (Lei 9433/1997).
Nacionalmente, a outorga do direito de uso (art. 5º, Inciso III da PNRH) é o documento 
que permite que o usuário utilize um dado volume, quenem sempre é o requerido, mas o 
disponível. Alguns comitês de bacia (órgão que delibera regionalmente sobre a água de uma bacia 
hidrográfica) podem criar taxas específicas por volume de água, de acordo com as deliberações 
regionais. Ainda, a outorga pode ser reavaliada a qualquer momento e em casos de estiagem, os 
usos prioritários são o abastecimento público e a dessedentação animal (Lei nº 9.433/97).
E para poder compreender a dinâmica nacional da água, anualmente a Agência Nacional de Águas 
(ANA) lança a Conjuntura Nacional dos Recursos Hídricos. O documento publicado em 2019, referente 
ao ano de 2019, apresentou, por exemplo, o volume total de água consumida por atividade.
Figura 2 - Total de água consumida no Brasil em 2018 por atividade 
Fonte: ANA, 2019, p. 32 (Adaptada)
#PraCegoVer: A figura apresenta um infográfico que mostra o real consumo de água no Brasil ao 
longo de 2018 e dividido por atividade: irrigação (66,1%), uso animal (11,6%), termelétricas (0,3%), 
mineração (0,9%), indústria (9,5%), abastecimento urbano (9,1%) e abastecimento rural (2,5%).
FIQUE DE OLHO
A água consumida pela população é gratuita e o valor cobrado pela agência de saneamento 
é referente ao processo de captação, tratamento e distribuição.
17
Os dados levantados pela Agência Nacional de Águas têm indicado que a demanda por uso 
de água no Brasil é crescente, com aumento estimado de aproximadamente 80% no total retirado 
de água nas últimas duas décadas. Período caracterizado pelo intenso crescimento econômico 
nacional. A previsão é de que, até 2030, a retirada aumente 26% (ANA, 2019).
No ano de 2018, a irrigação foi a atividade que mais consumiu água (66,1%), seguido pela 
dessedentação animal (11,6%), utilização industrial (9,5%) e abastecimento público urbano (9,1%).
3 POLUIÇÃO
O meio ambiente é muito complexo e mesmo que não existisse o ser humano no planeta 
terra, ainda assim ele eventualmente poderia estar poluído. Ou seja, causar poluição não é um 
ofício restrito ao ser humano! Ela também ocorre naturalmente.
São tão diversos os impactos e as formas de ocorrência que por vezes torna-se até difícil 
descrevê-los. Naturalmente podemos citar: um animal morto em processo de decomposição, 
uma tempestade de areia, um vulcão em erupção, queimadas naturais, tsunamis, terremotos e 
diversos outros fenômenos que alteram as condições inicias naturais do meio. No entanto, ainda 
que estes possam causar grandes estragos, a nível global a poluição causada pelo homem é a que 
possui maior potencial de degradar o meio ambiente.
Conceitualmente não há outra forma de iniciar essa temática se não expondo o texto da 
Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6938/1981), que traz dentre suas definições o conceito 
de poluição como sendo:
Poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou 
indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Quem causa a poluição conceitualmente é chamado de poluidor, e para que assim possa ser 
chamado, o poluidor deve ser uma pessoa física ou jurídica, e que independente de ser de direito 
público ou direito privado ao ser constatado degradação ambiental será culpabilizado por tal 
(PNMA, 6938/1981).
18
Sobre a culpabilização, a PNMA traz como o VII inciso do Artigo 4º, “a imposição, ao poluidor 
e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, 
da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos”. Sendo esse um 
objetivo fundamental da lei.
4 RESÍDUOS
Uma das formas mais agressivas de poluição ambiental moderna é a disposição final 
inadequada de resíduos sólidos. Popularmente chamamos de lixo (resíduo) as sobras de um 
processo produtivo, um material inservível e ainda dito sem valor. Mas não é bem assim.
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS, 12305/2010) é a principal base legal sobre o 
tema, ela estabelece algumas definições técnicas, e é fundamental que você às conheça e saiba 
diferenciar para que não cometa equívocos em sua atuação profissional.
Dentre as definições contidas no art. 3º estão:
Uma das formas mais agressivas de poluição ambiental moderna é a disposição final inadequada 
de resíduos sólidos. Popularmente chamamos de lixo (resíduo) as sobras de um processo produtivo, 
um material inservível e ainda dito sem valor. Mas não é bem assim.
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS, 12305/2010) é a principal base legal sobre o tema, 
ela estabelece algumas definições técnicas, e é fundamental que você às conheça e saiba diferenciar 
para que não cometa equívocos em sua atuação profissional.
Dentre as definições contidas no art. 3º estão:
Uma saída muito interessante abordada na PNRS diz respeito à responsabilização sobre a 
destinação final, de forma que cita em seu artigo 3º, Inciso XVII, a responsabilidade compartilhada 
sobre os resíduos durante o ciclo de vida do produto. Agora, quem fabrica, quem importa, quem 
FIQUE DE OLHO
Em 2010 entrou em vigor a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), a Lei Federal 
nº 12.305. A criação e publicação dessa base legal está sendo essencial para que o Brasil 
possa tornar cada vez mais sustentável seus processos produtivos e o estilo de vida da 
população. Dentre os temas importantes ligado aos resíduos sólidos a PNRS indica a previsão 
de terminar com os lixões, que são uma forma inadequada de disposição final dos rejeitos 
que, gera danos imensuráveis ao meio ambiente, perdas econômicas e ao mesmo tempo 
contribui para marginalização social.
19
distribui, quem vende, quem consome e ainda quem é responsável pelo limpeza pública tem 
responsabilidade sobre os resíduos gerados em todas as etapas.
Isso é sensacional porque agora estimula uma cadeia:
• O fabricante à produção sustentável, reduzindo ao máximo os resíduos criados direto na 
fonte, utilização de materiais biodegradáveis e ecologicamente corretos;
• O importador a verificar os selos ambientais do produto, o ciclo de vida, os materiais que 
o compõem e ainda sua obsolescência;
• O distribuidor a buscar formas que reduzam as perdas no processo e que tornem mais 
eficiente o transporte;
• O vendedor a verificar a qualidade e procedência do produto, optar por materiais de 
qualidade e com selo verde;
• O consumidor terá acesso a produtos menos agressivos ao meio ambiente, com qualida-
de e de fácil destinação final; e,
• O responsável pela limpeza pública e destinação final terá produtos selecionados, poden-
do encaminhar para reciclagem um volume maior e assim aumentar a vida útil do aterro 
sanitário.
Mas é claro que tudo isso só irá ocorrer em concomitância com uma drástica mudança do 
pensamento da população, imprescindível que hajam avanços em educação ambiental, para 
criarmos uma sociedade ambientalmente engajada e consciente de suas atitudes.
Mas é claro que tudo isso só irá ocorrer em concomitância com uma drástica mudança do 
pensamento da população, imprescindível que hajam avanços em educação ambiental, para 
criarmos uma sociedade ambientalmente engajada e consciente de suas atitudes.
4.1 Tipos de resíduos
Se você olhar ao seu redor perceberá que está rodeado de materiais dos mais diversos, 
produzidos com compostos químicos e ligas metálicas diversas, o que propositalmente torna 
esses objetos de alguma forma melhores, ou quando à durabilidade, utilidade ou que seja apenas 
pela estética.
Antes de continuar a leitura, reflita:
Em quantas divisões é que eles poderiam ser separados para que fossem adequadamente 
descartados quando ao fim de sua vida útil?
Todos são resíduos domésticos?
20
Você conseguiria indicar o quanto agressivos ao meio ambiente eles serão quando 
encaminhados para disposição final?
Para efeitosde lei, o art. 13º da PNRS segrega e classifica os resíduos basicamente quanto à 
origem e à periculosidade.
Quanto à origem, são divididos em:
1 Resíduos domiciliares; 
2 Resíduos de limpeza urbana; 
3 Resíduos sólidos urbanos; 
4 Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços; 
5 Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico; 
6 Resíduos industriais; 
 7 Resíduos de serviços de saúde; 
 8 Resíduos da construção civil; 
9 Resíduos agrossilvopastoris; 
10 Resíduos de serviços de transportes;
11 Resíduos de mineração.
Nessa aula recebem atenção especial os resíduos de construção civil, com os quais você vai 
se deparar muito em sua atuação profissional, eles são definidos pela PNRS como “os gerados nas 
construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes 
da preparação e escavação de terrenos para obras civis” (BRASIL, 2010).
Já quanto à periculosidade são divididos basicamente em Resíduos perigosos que são os que 
possuem características de “inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, 
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde 
pública ou à qualidade ambiental” (BRASIL, 2010). E os não perigosos que são todos os demais.
Quanto à temática da classificação dos resíduos o Brasil dispõe da Norma Técnica 10004/2004, 
da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que apresenta de forma detalhada uma classificação 
mais robusta do que a citada pela legislação. Neste sentido, a subdivisão principal envolve 
21
resíduos de classe I (perigosos) e resíduos de classe II (não perigosos: não inertes e inertes).
Os resíduos perigosos (classe I) seguem a lógica apresentada na lei, em que possuam em sua 
composição elementos com características que o tornam potencialmente causador de risco à 
saúde e/ou ao ambiente. Já os resíduos não perigosos (classe II) são divididos em não inertes (que 
possuem como propriedade a biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água) 
e inertes (que não possuem seus componentes solubilizados em água, em concentrações que 
ultrapassem padrões de potabilidade da água, exceto quanto a cor, dureza, turbidez e sabor).
4.2 Gestão dos resíduos
A gestão dos resíduos começa na extração da matéria prima, passa pelo processo produtivo, 
distribuição, comércio, aquisição, descarte, coleta, reciclagem, e destinação final. É uma cadeia 
que envolve uma quantidade muito grande de atores. Assim, para melhorar a qualidade de vida 
e estimular a sustentabilidade, a PNRS incorporou em ser art. 9o uma prioridade que deve ser 
observada para efetivar a gestão dos resíduos:
Não geração
Refere-se a evitar que o material seja criado, de forma que se estimule design de produtos 
multifuncionais, com longa vida útil e que utilizem materiais ecológicos na fabricação. A isso 
também incorpora-se à compra consciente.
Redução
Estimula a compra consciente, sem exageros, que seja optado por produtos funcionais e 
necessários.
Reutilização
Dá um novo destino ao produto, tornando-o novamente servível. Brechós e feiras de usados 
são ótimos exemplos de formas de reaproveitamento de materiais.
Reciclagem
Reaproveita um material por meio de um processo de transformação, o vidro o plástico e 
o alumínio são ótimos exemplos de materiais que podem transformar-se em diversos outros e 
ganhar uma vida útil nova. No entanto para que isso seja possível é necessário que os resíduos 
descartados estejam separados e a medida do possível limpos, assim possuem uma maior 
viabilidade de reaproveitamento.
Tratamento dos resíduos sólidos
22
Não se aplica aos resíduos sólidos urbanos e domésticos tradicionais (exceto aos orgânicos), 
apenas segregação e disposição final adequada. No entanto, outros como os de serviços de saúde 
precisam ser tratados antes de
dispostos em aterro, um exemplo é a incineração, onde o produto passa por um tratamento 
térmico que o destrói. Mas é necessário muito cuidado, o tratamento térmico nem sempre é uma 
boa opção, pelo dificuldade em encontrar-se a estequiometria correta dos elementos a serem 
incinerados, muitos resíduos acabam apenas mudam de estado, do físico para o gasoso, ainda 
assim sendo prejudiciais à saúde. 
Disposição final ambientalmente adequada
São os rejeitos, que não possuem mais meios de ser reaproveitado. Neste caso, devem ser 
encaminhados para uma disposição final correta, que vai acontecer em um aterro sanitário, 
preparado para as características que esse rejeito apresenta.
Seguindo essa lógica, o país terá um avanço significativo na busca da redução da produção de 
resíduos e consequentemente volume de rejeitos a serem encaminhados à destinação.
4.3 Formas disposição final de rejeitos resíduos
Os rejeitos ou, então, a parcela de materiais sólidos ou semi-sólidos que não possuem 
mais formas de ser reaproveitado seve ser encaminhado para um local onde por conta de suas 
características não apresentem dano ao meio ambiente e à sociedade. A disposição final pode 
ocorrer em diferentes locais, os principais são caracterizados por Pejon, Rodrigues e Zuquette 
(2013), como apresentado a seguir:
Lixão
É a forma incorreta de disposição final, um lixão não apresenta estrutura preparada para 
evitar a contaminação que esse rejeito possa causar. O material é depositado a céu aberto, sem 
qualquer proteção ao meio ambiente e à saúde pública. Além de que não há controle dos tipos 
de resíduos dispostos nesse local.
Aterro controlado
É uma forma de aterro com menor proteção ambiental. O local é isolado, o material disposto 
é controlado, não sendo aceito qualquer tipo de rejeito, no entanto geralmente não apresenta 
impermeabilização do solo e drenagem de lixiviado e gases.
Aterro sanitário
23
É considerado um projeto de engenharia geotécnica. Antes de ser iniciado as obras é 
necessário estudo de viabilidade da área, na implantação é realizada impermeabilização da 
base e instalado sistemas de drenagem para retirada dos gases produzidos internamente e do 
efluente líquido percolado (chorume). Ainda é necessário um tratamento adequado do lixiviado 
e implantação de formas de controle da poluição, evitando que ocorram eventos adversos.
Ademais, podem ser citados outros tipos de aterros, como os industriais e de resíduos 
perigos, ou que possuam finalidade específica, mas sempre com os devidos cuidados para evitar 
problemas ambientais.
Ao final da vida útil o aterro passa a ser um passivo ambiental, uma área que continuará 
requerendo diversos cuidados, monitoramento e formas de controle ambiental para identificar 
caso ocorra um possível evento de poluição.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
24
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer o surgimento do pensamento ambientalista;
• entender a inter-relação que ocorre no meio ambiente;
• saber mais sobre os recursos ambientais;
• diferenciar os tipos de resíduos, quando à fonte e a periculosidade;
• conhecer as formas corretas de destinação e disposição final de resíduos.
PARA RESUMIR
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil 2019: 
informe anual. Brasília: ANA, 2019. Disponível em: <http://conjuntura.ana.gov.br/static/
media/conjuntura-completo.bb39ac07.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2020.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR: 14001:2015. Sistemas de 
gestão ambiental: requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm>. Acesso em: 12 fev. 2020.
_____. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm>. Acesso em: 12 
fev. 2020.
_____. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de RecursosHídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta 
o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de 
março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm>. Acesso em: 12 fev. 2020.
_____. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.
htm>. Acesso em: 12 fev. 2020.
CALIJURI, M. C. E.; CUNHA, D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e gestão, 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 
CALIJURI, M. C.; CUNHA, D. G. F; MOCCELLIN, J. Fundamentos ecológicos e ciclos natu-
rais. In: CALIJURI, M. C. E.; CUNHA, D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e 
gestão, Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 
CARSON, R. Primavera silenciosa. São Paulo: Gaia, 2010.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 237, de 19 de dezembro de 
1997. Estabelece o Sistema de Licenciamento Ambiental. Diário Oficial da União. Brasília, 
DF: MMA, CONAMA, 19 dez. 1997. Disponível em: <http://www2.mma.gov.br/port/co-
nama/res/res97/res23797.html>. Acesso em: 12 fev. 2020.
GOTTI, I. A. E.; SOUZA, A. C. O. (org.) Gestão ambiental. Londrina: Educacional, 2017.
MOTTA, R. S. Manual para valoração econômica de recursos ambientais. IPEA, MMA, 
PNUD, CNPq. Rio de Janeiro, 1997. Disponível em: <http://www.terrabrasilis.org.br/eco-
tecadigital/pdf/manual-para-valoracao-economica-de-recursos-ambientais.pdf>. Acesso 
em: 12 de fev. de 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Declaração da Conferência da ONU sobre o 
Meio Ambiente. Estocolmo, Suécia, 1972. Disponível em: <https://www.un.org/ga/sear-
ch/view_doc.asp?symbol=A/CONF.48/14/REV.1>. Acesso em: 12 de fev. de 2020.
_____. Relatório da Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento: nosso 
futuro comum, 1987. Disponível em: <https://sustainabledevelopment.un.org/content/
documents/5987our-common-future.pdf>. Acesso em: 12 de fev. de 2020.
PEJON, O. J.; RODRIGUES, V, G. S.; ZUQUETTE, L. V. Impactos ambientais sobre o solo. In: 
CALIJURI, M. C. E.; CUNHA, D. G. F (org.). Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e 
gestão, Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 
UNIDADE 2
Noções de direito ambiental
Você está na unidade Noções de Direito Ambiental. Conheça aqui os conceitos de lei, 
decreto, norma, portaria e instrução normativa, temos comuns a vários ramos do direito, 
inclusive o direito ambiental. Entenda os princípios que regem o direito ambiental e estão 
pautados em diversas leis e na Carta Magna. Princípios importante que norteia o trabalho 
do profissional de meio ambiente, diante das suas obrigações legais e responsabilidades.
Aprenda sobre algumas das principais leis que orientam o dia a dia do profissional de meio 
ambiente bem como a fiscalização por parte dos órgãos responsáveis pelas emissões de 
autorizações e licenças.
Bons estudos!
Introdução
29
1 INTRODUÇÃO AO DIREITO AMBIENTAL
O direito ambiental é um conjunto de regras, princípios, leis e normas que aborda as 
interferências humanas no meio ambiente, com o propósito de assegurar a preservação 
ambiental. Isso porque os recursos ambientais são considerados pela legislação brasileira um 
bem de uso comum do povo.
Neste sentido, atuar na área ambiental não requer apenas conhecimento técnico. É preciso 
avaliar dados confrontando-os com normas legais vigentes e, assim, tomar a decisão mais 
assertiva. O conhecimento do profissional da engenharia ambiental é parte fundamental na 
tomada de decisão diante, por exemplo, de conflitos de interesse que possam surgir mediante 
um problema ambiental.
As normas legais ou mesmo técnicas contribuem com o dia a dia do profissional, pois 
atribuem à atividade um fator comparativo ou, até mesmo, um parâmetro de atuação. Por isso, 
é importante compreender as noções gerais de Direito para dar seguimento a esse propósito.
As leis, portanto, são criadas pelo Poder Executivo de cada esfera de governo por meio 
dos representantes do povo: os vereadores, deputados e senadores. Assim, a lei consiste em 
um conjunto de regras a serem seguidas para o bem da sociedade. Os decretos, por sua vez, 
são criados apenas pelos chefes do executivo (presidente, governadores e prefeitos) e buscam 
regulamentar o que diz a lei. São nos decretos que constam os detalhes para a execução da lei, 
por exemplo.
Já as resoluções são criadas por diversas autoridades superiores, que não incluem os chefes 
do executivo. Essas pessoas são responsáveis por regulamentar um assunto de competências 
específica do departamento que a criou, como, por exemplo, as Resoluções do Conselho Nacional 
de Meio Ambiente (Conama). É importante, no entanto, que todas essas resoluções estejam em 
consonância com os preceitos estabelecidos na Constituição Federal, leis ou decretos.
As portarias são criadas pelos chefes e diretores de órgãos e tem como função instruir a 
aplicação da lei. É o caso, por exemplo, das portarias emitidas pelo Instituto Brasileiro de Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou pelo Ministério do Meio Ambiente.
Por fim, as instruções normativas são como normas complementares a uma portaria já criada.
30
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.1 Hierarquia das leis
O Direito pode ser definido como um conjunto de leis que regem a conduta de uma sociedade, 
estando este conjunto pautado em uma estrutura hierárquica que define quem é mais restritiva e qual 
é mais abrangente, definindo-se assim as leis superiores e as inferiores. Riccitelli (2007) descreve que 
o Direito é o elemento da ciência política e social que estuda, analisa, coordena e controla o 
conjunto de leis, princípios, doutrina e jurisprudência de que se vale o poder competente (o Estado) 
para atingir o bem-estar coletivo. 
A lei mais importante do país é Constituição Federal de 1988, considerada a lei maior do 
ordenamento jurídico nacional. Nenhuma lei que está abaixo dela pode contrariar os pressupostos 
que ela estabelece: pode, apenas, complementá-la ou suplementá-la. De maneira didática, as 
várias normas irão compor uma ordem similar a uma pirâmide, tendo a Constituição Federal no 
topo e as demais na sequência, como podemos observar na figura a seguir:
31
Figura 1 - Pirâmide com o ordenamento jurídico brasileiro 
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
#PraCegoVer: A imagem apresenta as leis em estrutura similar a uma pirâmide, sendo 
a Constituição Federal disposta no topo seguida das leis, decretos, resoluções e, na base, as 
portarias e instruções normativas.
A importância do conhecimento dessa hierarquia está no fato que uma lei não pode ferir 
os pressupostos estabelecidos na Constituição, com base no princípio da predominância do 
interesse, podendo ser considerada inconstitucional. É previsto no ordenamento jurídico brasileiro 
delimitações de competências entre os entes federados que a integra, essa organização político-
administrativo tem como objetivo a delimitação das ações de cada esfera, para tanto definiu-se que 
alguns temas somente a União teria competência para legislar ficando a cargo de criar as normas 
gerais e os Estado incumbidos de suplementá-la, outros temas é previsto aos Estados legislar a 
competências residuais, ou seja não estejam vedadas pela Constituição, já no caso dos Municípios 
ficaram responsáveis pelos assuntos de interesse local. Conforme previsto na Constituição: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (EC no 19/98 e EC no 69/2012) 
IV – águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão [..]
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados 
os princípios desta Constituição. (EC no 5/95)
§ 1o São reservadas aos Estados ascompetências que não lhes sejam vedadas por esta 
Constituição.
§ 2o Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás 
32
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
Art. 30. Compete aos Municípios: (EC no 53/2006)
I – Legislar sobre assuntos de interesse local;
II – Suplementar a legislação federal e a estadual no que couber (BRASIL,1988).
2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
O Direito se divide em áreas, tais como constitucional, administrativo, civil, penal, comercial, 
entre outras e o Direito ambiental faz parte dessa divisão. O termo meio ambiente possui na 
legislação ambiental brasileira duas definições e/ou divisões. O meio ambiental natural é composto 
por solo, água, ar, conforme prevê o art. 3° da Lei 6.938/81). Já o meio ambiente artificial é aquele 
construído pela humanidade, como as edificações, e está estabelecido nos arts. 182 e 183 da 
Constituição Federal de 1988.
2.1 Princípios do direito ambiental 
Os princípios são a base do ordenamento jurídico. Em todos os ramos do Direito há princípios 
que servem como alicerce das normas jurídicas. No direito ambiental não é diferente: muitos 
deles, inclusive, tiveram origem no direito ambiental internacional e, também, dos acordos e 
conferências internacionais.
Os princípios basilares mais importantes do direito ambiental são:
Princípio da precaução
Teve origem após a Conferência Eco 92, realizada no Rio de Janeiro, e trata da necessidade de 
atuar com cautela nos casos em que ainda existam dúvidas e incertezas a respeito do dano que 
determinado impacto possa causar em função do exercício de uma atividade.
Princípio da prevenção
Tem como objetivo impedir ou ao menos reduzir os danos causados por ocorrência de 
poluição, pois existe comprovações cientificas acerca do risco certo, concreto e conhecido de 
dano inerentes a certas atividades humanas.
Princípio do poluidor-pagador
Tem como objetivo internalizar as externalidades provocadas por alguma atividade empresarial, 
a fim de minimizar ou mitigar os impactos negativos dela decorrente. Esse princípio requer atenção, 
pois aqui não se tem a intenção de criar direito de poluir, apenas tem intenções preventivas do dano. 
33
Portanto, o princípio do poluidor-pagador pode ser compreendido como a obrigação de internalizar 
os custos ambientais na produção e que eles não sejam repassados a sociedade. O princípio de 
poluidor-pagador e do usuário-pagador são citados no art. 4, parágrafo 7 da Lei 6.9838/81, que 
impõe ao poluidor e ao predador a obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao 
usuário, a contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
Princípio do usuário-pagador
Impõe valor ao recurso ambiental com o intuito de usá-lo de forma racional, evitando o 
desperdício. Um bom exemplo é o pagamento pelo uso da água, por meio da emissão de outorga, 
como previsto no art. 5, parágrafo 4 da Lei 9.433/97.
Princípio do protetor-recebedor
É o inverso do princípio do poluidor-pagador e consiste no recebimento de incentivos públicos 
ou privados pelos serviços ambientais de preservação. Segundo Amado (2014), é necessária a 
criação de benefícios em favor daqueles que protegem o meio ambiente com o desiderato de 
fomentar e premiar essas iniciativas.
Princípio do desenvolvimento sustentável
Tem como objetivo integrar os aspectos econômicos, sociais e ambiental, utilizando os 
recursos sem esgotá-los de forma a garanti-los às futuras gerações.
Princípio do limite
Entende-se como o estabelecimento de padrões de emissões que deve ser imposto pelo 
Estado aos emissores, conforme previsto no art. 225, inciso I, parágrafo 5, da Constituição Federal.
Princípio da responsabilidade
Busca responsabilizar os culpados pelo dano causado, de forma a arcar com os custos de 
reparação ou compensação da degradação que provocaram no meio ambiente, conforme 
previsto no parágrafo 3º do art. 225 da Constituição Federal e no art. 14, parágrafo 1º da Lei nº 
6.938/1981, que estabelece o poluidor é obrigado, independentemente da existência de culpa, a 
indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente.
Princípio participação comunitária ou cidadã
É entendido como o direito dos indivíduos na participação da tomadas de decisão em matéria 
ambiental. Segundo Frederic (2013), as pessoas têm o direito de participar ativamente das 
decisões políticas ambientais, em decorrência do sistema democrático semidireto, uma vez que 
34
os danos ambientais são transindividuais.
Princípio da natureza pública
É o dever que o poder público tem de promover a proteção ambiental, segundo estabelecido 
no art. 225 da Constituição Federal de 1988.
3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL: POLUIÇÃO
Na Política Nacional de Meio Ambiente, o termo poluição está atrelado definido como 
a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que diretamente ou indiretamente: 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia 
em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
É importante conhecer o termo degradação da qualidade ambiental, de acordo com art. 3, 
parágrafo III da Lei 6938/81, considera-se uma alteração adversa das características do meio 
ambiente, no caso do termo poluição podemos entender como conceito mais específico e pontual.
Na ocorrência de um impacto negativo e geração de poluição o autor do feito poderá ser 
responsabilizado nas três esferas (administrativa, civil e penal) que são independentes entre si. 
Conforme estabelecido no art. 225, inciso 3, da Constituição Federal:
As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas 
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os 
FIQUE DE OLHO
O Ministério do Meio Ambiente disponibiliza em seu endereço eletrônico um painel sobre 
legislação ambiental, contendo uma relação com todas as leis, decretos, portarias, resoluções 
e instruções normativas da esfera federal. O documento pode ser acessado no link: <https://
app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiZGEyMzBkMWYtNzNiMS00ZmIyL Tg5YzgtZDk5Z WE5ODU 
4 Z D g 2 I i w i d C I 6 I j J i M j Y 2 Z m E 5 L T N m O T M t N G J i M S 0 5 O D M w L T Y z N D 
Y3NTJmMDNlNCIsImMiOjF9>.
35
danos causados (BRASIL,1988).
Portanto, na sanção administrativa poderá incorrer multa, advertência, embargo de obras 
entre outros. No caso da responsabilização civil ambiental o poluidor será obrigado a reparar 
o dano independente do fato de ainda não ter sido comprovado a culpabilidade do ato 
danoso, nesse contexto pode-se exigir a reparação do dano por qualquer dos responsáveis do 
empreendimento, caso haja mais de um, que inclui a chamada responsabilidade solidaria ou 
tríplice responsabilidade, podendo ser composta pelo empreendedor, Estado e/ou profissional 
de meio ambiente.
A responsabilidade penal, por sua vez, consiste em penalidades privativas de liberdade, 
restritiva de direitos e multa para pessoa física e para os casos de pessoa jurídica são previstos 
multa, suspensão de atividades, interdição, proibição de contratar ou obter contribuições do 
Poder Público, entre outros. Amado (2014, p.632) explica que
considerando que a atuação da pessoa jurídica ocorre por intermédio das pessoas físicas que 
a presentam, o STJ não vem acatando denúncia por crime ambiental apenas contra o ente moral, 
pois “excluindo-se da denúncia a pessoa física, torna-se inviável o prosseguimento da ação penal, tão 
somente, contra a pessoa jurídica. Não é possível que haja a responsabilização penal da pessoa jurídica 
dissociada da pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio”.
Imagine, por exemplo, uma pessoa que adquire um terreno com árvores e resolve removê-
las para a construção deuma casa. Ela tem autorização regulamentada pelo licenciamento, mas 
incorre em uma degradação amparada pela legislação, pois a documentação adquirida nos órgãos 
competentes permitiu a remoção da vegetação dentro de padrões legalmente estabelecidos, 
ausentando assim, o portador da licença a responsabilidade administrativa ou criminal de 
agente causador do impacto. Segundo Amado (2014), mesmo a poluição licenciada não exclui a 
responsabilidade civil do poluidor, na hipótese de geração de danos ambientais, pois esta não é 
sancionatória, e sim reparatória.
Nota-se que as ações humanas geram impactos em suas mais diversas atividades e que para 
tanto se faz necessário observar as legislações vigente, para reduzir os danos provocados no 
FIQUE DE OLHO
A Advocacia Geral da União (AGU) disponibiliza, em seu canal oficial no Youtube, um vídeo 
explicativo sobre responsabilidade civil por dano ambiental. O vídeo pode ser acessado no 
link: <https://www.youtube.com/watch?v=DUiBdPwWDg8>.
36
meio ambiente e atender aos padrões estabelecidos pelo poder público com vistas a capacidade 
de suporte do meio ao qual o impacto ocorrerá. Nesse sentido, o licenciamento ambiental 
é considerado um instrumento relevante para a gestão pública e o cumprimento do controle, 
fiscalização e proteção do meio ambiente.
Vamos, então, estudar algumas das leis mais importantes do direito ambiental.
3.1 Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981 
A referida legislação criou, em 1981, a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), composta 
por princípios, objetivos gerais e específicos, definições e instrumentos. Seu objetivo geral é a 
preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícia à vida. Neste sentido, 
estabeleceu, em seu conteúdo, diversos instrumentos como o estabelecimento de padrões de 
qualidade, zoneamento ambiental, Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), licenciamento, 
penalidades administrativas, cadastro técnico federal e instrumentos econômicos.
O estabelecimento de padrões de qualidade são fundamentais para garantir o cumprimento 
da lei vigente, também é indispensável para a prevenção de poluição por meio de mecanismos 
de comando e controle. De acordo com Frederic (2013, p.127) é possível a edição de padrões de 
qualidade de acordo com cada recurso natural isoladamente, a exemplo do ar.
O instrumento de padrões de qualidade, anteriormente mencionado, não contempla a 
aplicação pratica, ficando este a cargo das Resoluções Conama e Decretos suplementar de cada 
ente federativo, nos casos de situações que se exigia aspectos mais restritivos. Lembrando sempre 
da necessidade de harmonia entre as normas.
É importante destacar que a PNMA criou e regulamentou o Sistema Nacional de Meio Ambiente 
(Sisnama), composto pelo órgão superior o Conselho de governo, o órgão consultivo e deliberativo 
Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), o órgão central denominado Ministério de 
Meio Ambiente, órgão executores o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais 
Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além 
dos órgão seccionais de cada Estado e os órgãos locais municipais.
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3.2 Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 
Conhecida também como Lei de Crimes Ambientais, a normativa dispõe sobre sanções 
penais e infrações administrativas, tendo como principal objetivo a reparação do dano 
ambiental. A lei é considera um importante marco na legislação brasileira, com ela as infrações 
foram claramente definida, permitiu que a responsabilização da pessoa jurídica e quando esta 
representar um impedimento para o ressarcimento dos prejuízos causados ao meio ambiente, 
a lei traz a possibilidade da desconsideração da personalidade jurídica permitindo que o crime 
possa ser imputado as pessoas físicas responsáveis pela empresa que provou o dano. Conforme 
apresentado no art. 3 da Lei 9.605/98: 
As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme disposto 
nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou 
contratual, ou seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. 
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, 
coautoras ou participes do mesmo fato (Brasil,1998).
A norma traz as infrações elencadas em cinco diferentes categorias, crimes contra a Fauna 
do arts. 29 a 37, crimes contra a Flora do arts. 38 a 53, na seção III - Da Poluição outros Crimes 
Ambientais composto pelos arts. 54 a 61, Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio 
Cultural do arts. 62 a 65, Crimes contra a Administração Ambiental arts. 66 a 69.
É importante ressaltar que todos os artigos que compõem essa Lei são relevantes, entretanto 
o profissional de meio ambiente deve atentar-se para os artigos que constituem a seção III – 
Da Poluição e outros Crimes Ambientais, pois nesse trecho da lei estão descritos as infrações 
cometidas por ausência ou ineficiência de controles ambientais em sistemas de produção, 
tais como lançamento de residuos sólidos ou líquidos em desacordo com a legislação vigente, 
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lembrando que é nesse ambiente em que se encontrará alocado no dia a dia.
3.3 Lei 12.187, de 29 de dezembro de 2009 
Criou a Política Nacional sobre Mudanças do Clima (PNMC), composta por princípios, 
objetivos, diretrizes e instrumentos. A lei elenca os princípios da precaução, da prevenção, da 
participação cidadã, do desenvolvimento sustentável e das responsabilidades comuns.
A PNMC é diferente das demais normas do ordenamento jurídico brasileiro, pois ela representa 
uma ação voluntária do Brasil, pois este não compõem a lista de países que deverão realizar a 
redução de suas emissões de gases do efeito estufa, conforme consta no Anexo I do Acordo das 
Nações Unidas, assinado em integrantes do anexo I do Protocolo Kyoto.
3.4 Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010
Instituiu a Política Nacional de Residuos Sólidos (PNRS), composta por princípios, objetivos, 
instrumentos, diretrizes metas e ações que visam a gestão integrada e o gerenciamento do 
resíduo sólido, não se aplicando aos rejeitos radioativos por possuírem norma própria.
A lei trouxe inovação ao ordenamento jurídico brasileiro, como, por exemplo, o conteúdo do 
art. 6, parágrafo 7, que regulamenta a responsabilidade compartilhada entre poder público, setor 
empresarial e sociedade pela destinação do resíduo.
Figura 2 - Pilha de resíduos em solo 
Fonte: Nokuro, Shutterstock (2020).
#PraCegoVer: A imagem mostra uma pilha de resíduos em processo de decomposição 
descartado em um terreno, sem o devido tratamento.
Outra novidade está no art. 7, parágrafo 2, que prioriza a não geração de resíduos e, caso 
não seja possível, a redução dessa quantidade, de forma a garantir a reutilização, a reciclagem, o 
tratamento e a disposição em solo. As etapas recomendadas pela PNRS são subsidiadas por leis e 
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resoluções distintas, tais como: 
• Resolução Conama 401/2008 
descarte de pilhas e baterias;
• Resolução Conama 452/2012 
controle de importação de resíduos perigosos;
• Decreto 96.044/1988 
transporte de produtos perigosos;
• Decreto 5.940/2006
Separação e destinação de recicláveis em instituição pública;
• Resolução Conama 358/2005 
Tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde;
• Resolução 420 da Agência Nacional de Transporte Terrestre
Regulamenta transporte terrestre de produtos perigosos
4 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL: RECURSOS NATURAIS
Entende-se por recurso natural todo os elementos encontrados na natureza e são essenciais 
para sustentar a vida. As principais legislações que os envolvem são:
4.1 Lei 12.651, de 25 de maio de 2012 
O antigo Código Florestal era regido pela Lei 4.771/65 que, em 2012 foi substituído pela Lei 
12.651, considerado o atual e atual Código Florestal. É essa legislação que dispõe sobre a proteção 
da vegetação nativa, classificandoos espaços territoriais especialmente protegidos como:
Amazônia Legal;
Área de Preservação Permanente (APP);
Reserva Legal (RL);
Áreas de Uso Restrito. 
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É preciso atentar-se que as APP são faixas marginais de qualquer curso d’agua, mesmo que 
a vegetação tenha sido removida por qualquer motivo ainda será considerada APP. O Código 
Florestal delimitou em seu art. 4, parágrafo 1, a largura que mínima de vegetação para cada 
tamanho dos corpos hídricos. Os tipos de APPs são faixas marginais, áreas de entorno de nascente, 
encostas, restingas, manguezais, topos de morros entre outros.
4.2 Lei 9.433, de 8 de janeiro de 1997 
A Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), também conhecida como Lei das Águas, 
tem por objetivo assegurar a disponibilidade de água às futuras gerações, a utilização racional 
e integrada dos recursos hídricos e trabalhar na prevenção e defesa contra estiagens ou uso 
indevido do recurso natural. A lei estabelece fundamentos essenciais que contribuem para 
gerenciamento do recurso, conforme art.1 da Lei 9.433/97:
I – a água é um bem de domínio público;
II – a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III – em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a 
dessedentação de animais;
V – a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de 
Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VI – a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder 
Público, dos usuários e das comunidades (BRASIL, 1997).
O gerenciamento descentralizado expresso na PNRH permite uma melhor participação de 
todos os envolvidos no uso do corpo hídrico, essa premissa tornou a lei moderna dotada de 
conceitos de sustentabilidade e participação equilibrada, no qual os integrantes dos comitês 
e bacias hidrográficas podem atuar, mesmo com interesse distintos, escolhendo de forma 
democrática o uso mais assertivo que será dado ao recurso. 
É importante ressaltar que a gestão dos comitês é pautada nos instrumentos da própria Política 
Nacional de Recursos Hídricos, expressos no art. 5, dentre eles podemos destacar a outorga 
e a cobrança pelo uso da água. A outorga tem por objetivo assegurar o controle quantitativo 
e qualitativo dos usos da água, evitar conflitos de interesse entre os usuários do recurso e ao 
mesmo tempo garantir o direito de acesso à água.
A outorga é emitida pelo órgão gestor do recurso do estado ao qual o corpo hídrico se encontra 
localizado, nos casos que o rio pertença a mais de um estado a autorização será emitida pela 
Agencia Nacional das Águas – ANA, pois este recurso natural estará enquadrado como bem de 
domínio da União. Os usos que dependem de outorga estão elencados no art.12 da lei 9.433/97:
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derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo d’água para consumo final, 
inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;
extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo;
Lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, 
com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;
aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;
Outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um 
corpo de água. 
O instrumento denominado cobrança pelo uso da água tem por objetivo reconhecer a água 
como um bem dotado de valor econômico e dessa forma incentivar o uso racional, além de obter 
recurso financeiro a ser aplicado nos planos de recurso hídricos.
4.3 Lei 10.295, de 17 de outubro de 2001
Também conhecida como Lei de Eficiência Energética reflete uma preocupação brasileira em 
alocar recurso de forma eficiente na produção de energia. Trata-se de um instrumento normativo 
que traz a obrigatoriedade de o poder executivo estabelecer níveis máximos de consumo de 
energia ou mínimos de eficiência energética. A lei foi regulamentada primeiramente pelo Decreto 
4.059, de 19 de dezembro de 2001, e revogado pelo novo Decreto 9.864, de 27 de junho de 2019
Coube ao Decreto que regulamentou a Lei de Eficiência Energética a instituição de um Comitê 
Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética, com função deliberativa e que é composto 
por representantes do Ministério de Minas e Energia, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações 
e Comunicações, Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério 
da Economia, Agência Nacional de Energia Elétrica, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e 
Biocombustíveis e sociedade civil.
É imprescindível a gestão dos recursos energéticos do país, sendo necessário a adoção de 
medidas que possibilitem realizar o mesmo trabalho com uso menor de energia, é importante 
conhecermos as variáveis mais significativas que impactam no consumo de energia do país, para 
que ações como criação e implantação de políticas públicas e investimento de recursos possam 
ser realizadas. 
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer as noções e conceitos preliminares utilizados em vários ramos do Direito, 
tais leis, decretos, portarias e instrução normativa;
• aprender sobre a hierarquia das leis e como elas podem influenciar no cotidiano e 
no controle de padrões de qualidade, quando aplicadas de forma incorreta;
• compreender alguns dos princípios basilares do direito ambiental que são funda-
mentais para o ordenamento jurídico e orientam o dia a dia e a tomada de decisão 
do profissional de meio ambiente;
• estudar sobre a responsabilidade solidaria ou tríplice responsabilidade e sua reper-
cussão em todos os envolvidos em dano ambiental;
• compreender algumas das leis da esfera federal que norteiam a criação de leis esta-
duais ou municipais e todas devem estar em harmonia. 
PARA RESUMIR
AMADO, F. A. T. Direito ambiental: esquematizado. 5 ed. São Paulo: Método, 2014.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 25 fev. 
2020.
_____. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm>. Acesso em: 25 
fev. 2020.
_____. Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos 
Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta 
o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de 
março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm>. Acesso em: 25 fev. 2020.
_____. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e 
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá 
outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.
htm>. Acesso em: 25 fev. 2020.
_____. Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009. Institui a Política Nacional sobre 
Mudança do Clima - PNMC e dá outras providências. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12187.htm>. Acesso em: 25 fev. 
2020.
_____. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/
l12305.htm>. Acesso em: 25 fev. 2020.
_____. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação 
nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 
1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro 
de 1965,e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de 
agosto de 2001; e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em: 25 fev. 2020.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Conheça a hierarquia das leis brasileiras. 
Portal do CNJ, 2018. Disponível em: <https://www.cnj.jus.br/cnj-servico-conheca-a-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
hierarquia-das-leis-brasileiras/>. Acesso em: 25 fev. 2020.
RICCITELLI, A. Direito constitucional: teoria do estado e da Constituição. 4 ed. Barueri: 
Manole, 2007.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). Lei municipal sobre meio ambiente deve respeitar 
normas dos demais entes federados. Portal do STF, 5 mar. 2015. Disponível em: <http://
www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=286695>. Acesso em: 
25 fev. 2020.
UNIDADE 3
Poluição ambiental
Introdução
Você está na unidade Poluição Ambiental. Conheça aqui os conceitos básicos que 
envolvem a poluição ambiental e as técnicas e instrumentos legais que buscam fazer o 
controle da poluição e dos impactos ambientais. Descubra a importância dos estudos de 
impacto ambiental e como eles devem ser feitos de forma condizente com as etapas do 
licenciamento ambiental.
Bons estudos!
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1 INTRODUÇÃO À POLUIÇÃO AMBIENTAL
Você já percebeu a inter-relação que os sistemas ambientais possuem?
O meio ambiente pode ser dividido de diversas formas e uma das mais comuns é o solo, a 
água, o ar e os organismos vivos. No entanto, quando se trata de poluição ambiental, o meio é 
dinâmico e a poluição que incide sobre um ponto que, em pouco tempo, pode afetar também 
outros locais.
Como o solo é a interface entre todos os componentes, se ele sofrer com poluição e um 
composto volátil, por exemplo, logo a qualidade do ar também será afetada. O mesmo acontece 
com o curso hídrico: sempre que um poluente persistente o alcançar, outro sistema ambiental 
com características totalmente diferentes também acabará afetado.
Assim, toda a ação para que um evento de poluição não ocorra ou já tenha acontecido deve 
estar baseada em leis e normas legais que tratam especificamente da prevenção e da remediação 
da poluição. As principais são:
• Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981);
• Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/1997);
• Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010);
• Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) n° 237/1997, que trata do 
licenciamento ambiental;
• Resolução do Conama nº 420/2009, que trata da poluição do solo e gerenciamento de 
áreas contaminadas;
• Resolução do Conama nº 357/2005 e Resolução do Conama nº 430/2011, que tratam da 
qualidade da água e
• lançamento de efluentes;
• Resolução do Conama nº 149/2018, que dispõem sobre os padrões de qualidade do ar, 
dentre outras com conteúdo específico e aprofundamentos.
Um meio ambiente saudável e equilibrado é direito do cidadão brasileiro. Essa temática está 
escrita de forma expressa no art. 225 da Constituição Federal de 1988, fazendo referência ao 
direito que os cidadãos brasileiros possuem de estar e viver em um ambiente sadio e que lhes 
promova a qualidade de vida. Para isso, todos os entes são atores na promoção da preservação e 
da defesa do meio ambiente.
Mas para que essa previsão se torne possível, o país lança mão de alguns meios governamentais 
50
de regulação da poluição e dos impactos causados pelas atividades humanas, que são estudados 
mais adiante.
2 CONTROLE DA POLUIÇÃO
Segundo o art. 3º, inciso III da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), poluição é 
definida como a
degradação ambiental resultante de atividades que de forma direta ou indireta prejudique a 
saúde, a segurança, o bem-estar da população, ou que criem condições adversas às atividades sociais 
e econômicas, que afetem desfavoravelmente a biota, que prejudiquem as condições estéticas ou 
sanitárias do meio ambiente ou que lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões 
ambientais estabelecidos (BRASIL, 1981).
É, portanto, uma transgressão aos limites estabelecidos por lei. Assim, como forma de realizar 
um controle mais efetivo que eventos que possam causar poluição, a PNMA propõe alguns 
instrumentos de gestão, que estão previstos no art. 9º:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental;
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, 
voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias 
à preservação ou correção da degradação ambiental (BRASIL, 1981).
Ela também institui o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), órgão consuntivo 
e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Neste sentido, pertencem 
ao Sisnama todos os órgãos que tratam da temática ambiental, regulamentados pelo Decreto 
99.274/1990.
2.1 Princípios do direito ambiental
Os princípios de direito ambiental que norteiam as ações que dizem respeito à temática 
ambiental servem para expressar o compromisso que todos devem ter com os cuidados ao meio 
ambiente. Segundo Silva (2016), são eles:
• Princípio ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da 
pessoa humana;
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• Princípio do desenvolvimento sustentável;
• Princípio da ubiquidade ou princípio da cooperação;
• Princípio da participação ou democrático;
• Princípio da educação ambiental;
• Princípio do poluidor-pagador;
• Princípio da prevenção;
• Princípio da precaução;
• Princípio do usuário-pagador;
• Princípio da responsabilidade ou da responsabilização;
• Princípio da obrigatoriedade da intervenção estatal na defesa do meio ambiente;
• Princípio do equilíbrio resultado global;
• Princípio do limite;
• Princípio da função socioambiental da propriedade;
• Princípio da solidariedade intergeracional;
• Princípio da natureza pública da proteção ambiental.
É por meio de tais princípios que todos podem ter consciência da sua responsabilidade 
compartilhada, dos seus direitos e deveres, das sanções que serão aplicadas quando houver 
transgressão da lei e da importância que a ação governamental possui na hora de garantir a 
segurança ambiental, a sanidade do meio e a saúde pública.
Porém, nem sempre os devidos cuidados são tomados, o que acaba resultando em um crime 
ambiental. A ação humana é responsável, hoje, por interferir nos principais meios de manutenção 
da vida – o ar, a água e o solo -, promovendo a sua degradação.
Então, para dar diretrizes a casos assim foi instituída a Lei nº 9.605/1998, a chamada Lei de 
Crimes Ambientais, que trata das transgressões à lei, das multas e das formas de se recuperar o 
dano causado.
2.2 Controle da qualidade do ar
A qualidade do ar depende de diversos fatores, como, por exemplo, o volume e a carga 
poluidora das emissões locais e regionais, a localização geográfica do ponto de interesse e a 
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dinâmica atmosférica a que está submetido tal local.
Caso a dinâmica atmosférica e a geografia local não sejam favoráveis à dispersão de poluentes, 
o ponto torna-se um local de fragilidade necessitando que a gestão pública crie diretrizes mais 
restritivas às emissões, pois um volume menor de poluentes pode causar um grande problema 
local. No entanto, quando se trata de um ponto onde há boa dispersão de poluentes há 
possibilidade da gestão pública manter a vazão indicada na instância superior, sem alterações.
É importante lembrar que um poluente atmosférico não precisa necessariamente ser um 
gás, o material particulado, a fuligem, fumaça e diversas partículas em suspensão também 
são caracterizados como poluentes. A lei que trata nacionalmente da poluição atmosférica é a 
CONAMA 491 de 2018, ela indica parâmetros para os seguintes

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