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Licenciamento, Avaliação e Controle de Impactos Ambientais

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Prévia do material em texto

2013
Licenciamento, avaLiação 
e controLe de impactos 
ambientais
Prof. Luis Augusto Ebert
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof. Luis Augusto Ebert
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
333.714
E165l Ebert, Luis Augusto
 Licenciamento, avaliação e controle de impactos ambientais / 
Luis Augusto Ebert. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 187 p. : il 
 ISBN 978-85-7830- 673-1 
 Impacto ambiental. 
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 
III
apresentação
Caro acadêmico!
Se hoje em dia proteger a natureza é chique, há alguns anos não 
era assim. Fui criado em uma família tradicional, em uma pequena cidade, 
onde atirar com estilingue em passarinhos, sair para caçar, fazer trilhas em 
florestas, entre outras coisas, era algo natural. Mas algo me dizia que isso não 
era correto. E eu tinha razão. Mas quanto tempo foi necessário esperarmos 
para haver conscientização dessas questões? Na década de 70 ou 80, estas 
práticas não eram justificadas, no entanto, resultavam de uma mentalidade 
que as pessoas mais antigas carregavam, e que pareciam herdar do tempo 
dos exploradores, de que os recursos naturais são infinitos e passavam esta 
mentalidade adiante para filhos, netos e bisnetos.
 
Porém, estudos mostraram que a natureza tem limites e que eles 
podem estar mais próximos do que pensamos, devido ao crescimento 
exponencial da nossa espécie e à manutenção de uma mentalidade humana 
retrógrada. Precisamos acordar! A natureza pede socorro e vários sintomas 
tornam-se cada vez mais aparentes: secas, chuvas intensas, desmatamentos, 
queimadas, poluição dos recursos hídricos, entre tantos outros. 
Assim, todas as questões voltadas à proteção dos nossos recursos 
naturais vêm crescendo vertiginosamente. É fato que, atualmente, 
quantidades significativas de projetos têm sido adotados, por inúmeras 
empresas e organizações de diferentes setores, contribuindo para a redução 
dos danos causados ao meio ambiente. E essa tendência não se deve somente 
à imposição legal dos órgãos competentes de proteção da natureza. 
No entanto, é preciso estarmos atentos ao verdadeiro significado 
desse movimento a favor do popular desenvolvimento sustentável. Será 
mesmo que muitos dos segmentos que adotam essas medidas estão 
preocupados com a conservação dos recursos naturais, ou apenas querem 
polir sua imagem? Será que no fundo ainda mantêm aquela consciência que 
nossos avós nos passaram? Muitas vezes, por falta de ética, muitos se apoiam 
nesse modismo para transmitir uma imagem que não condiz com a política 
adotada dentro de suas corporações. E é através desse Caderno de Estudos 
que você será capaz de identificar os procedimentos corretos relacionados a 
vários aspectos que caminham alinhados à sustentabilidade. 
No conteúdo da disciplina de Licenciamento, Avaliação e Controle de 
Impactos Ambientais, nós, acadêmicos(as), tomaremos conhecimento sobre 
novas regras e trataremos de ferramentas e instrumentos de gestão ambiental 
voltados ao desenvolvimento sustentável, legislação ambiental e aos atores 
envolvidos desde o início do processo.
IV
UNI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
 Esperamos que este estudo traga informações preciosas para que no 
futuro você possa desempenhar com excelência seu papel de gestor(a) do 
meio ambiente.
Bons estudos!
Autor: Luis Augusto Ebert
V
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
VI
VII
UNIDADE 1 – POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA E O LICENCIAMENTO
 AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE MITIGAÇÃO E CONTROLE ...1
TÓPICO 1 – ASPECTOS BÁSICOS DO LICENCIAMENTO E
 DO DIREITO AMBIENTAL .........................................................................................3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL ...........................................................................................4
3 ORIGEM DO DIREITO E DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ....................................................5
4 OS TIPOS DE AMBIENTES .............................................................................................................7
5 HIERARQUIA DOS DOCUMENTOS LEGAIS ...........................................................................10
6 PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA .....................10
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................18
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................19
TÓPICO 2 – ESTABELECIMENTO DE AÇÕES PERTINENTES À
 CONSERVAÇÃO AMBIENTAL ..................................................................................21
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................21
2 ASPECTOS GERAIS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (PNMA) ..........23
3 RESPONSABILIDADES ROVENIENTES DE ACIDENTES AMBIENTAIS .........................25
4 RESPONSABILIDADE CIVIL .........................................................................................................27
5 RESPONSABILIDADE PENAL .......................................................................................................28
6 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA .............................................................................................28
7 DEFINIÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DO DANO AMBIENTAL.................................................29
8 SANÇÕES PENAIS E ADMINISTRATIVAS ORIUNDAS DE ATIVIDADES
 LESIVAS AO AMBIENTE NATURAL ............................................................................................30
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................32AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................33
TÓPICO 3 – LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO
 DA POLÍTICA AMBIENTAL .......................................................................................35
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................35
2 NOÇÕES SOBRE A AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL .............................................35
3 O CICLO DO PROJETO ....................................................................................................................36
4 IMPACTO AMBIENTAL ...................................................................................................................38
5 LICENCIAMENTO AMBIENTAL ...................................................................................................39
6 DIFERENÇA ENTRE UMA LICENÇA E O PROCESSO DE LICENCIAMENTO ................40
7 TIPOS DE LICENÇAS AMBIENTAIS E PROCESSO DE AUTORIZAÇÃO ..........................42
8 TIPOS DE LICENÇAS AMBIENTAIS ............................................................................................44
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................46
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................49
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................50
sumário
VIII
UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS PARTINDO
 DO PRINCÍPIO DA EXPLORAÇÃO SUSTENTÁVEL .......................................51
TÓPICO 1 – ORIGENS DA ECONOMIA AMBIENTAL ...............................................................53
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................53
2 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ..........................................................................................53
3 VULNERABILIDADE AMBIENTAL ..............................................................................................54
4 ECONOMIA AMBIENTAL ...............................................................................................................56
5 ECONOMIA DOS RECURSOS NATURAIS ................................................................................57
6 VALORAÇÃO DOS BENS SERVIÇOS AMBIENTAIS ..............................................................58
7 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.......................................................................................60
8 CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS ........................................................................64
9 O CONCEITO DE PEGADA ECOLÓGICA ..................................................................................65
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................68
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................69
TÓPICO 2 – AVALIAÇÃO, GESTÃO E O MEIO AMBIENTE:
 CONCEITOS E SISTEMAS ......................................................................................... 71
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................71
2 GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO: PRINCIPAIS DIFERENÇAS ................................................71
3 A GESTÃO EM UMA ABORDAGEM CONTEMPORÂNEA ...................................................76
4 TÉCNICAS DE GESTÃO ..................................................................................................................77
5 CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL .....................................................................................82
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................84
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................85
TÓPICO 3 – CONCEITO E FUNCIONAMENTO DE UM SISTEM
 DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) ..............................................................................87
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................87
2 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL .......87
3 GESTÃO AMBIENTAL EM EMPRESAS .......................................................................................88
4 O CICLO PDCA ..................................................................................................................................89
5 ESTABELECIMENTO DE UMA POLÍTICA AMBIENTAL DENTRO DA EMPRESA ........91
6 A RESPONSABILIDADE ECOLÓGICA DENTRO DA EMPRESA ........................................94
7 O CONCEITO DE ECOEFICIÊNCIA .............................................................................................96
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................100
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................101
TÓPICO 4 – GERENCIAMENTO AMBIENTAL .............................................................................103
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................103
2 GERENCIAMENTO DE CRISES AMBIENTAIS .........................................................................106
3 NORMAS DA SÉRIE ISO 14000 ......................................................................................................109
4 AUDITORIA AMBIENTAL ..............................................................................................................112
5 CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL OU ROTULAGEM AMBIENTAL ..........................................114
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................117
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................123
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................124
IX
UNIDADE 3 – AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL: CONCEITOS,
 PROCEDIMENTOS E APLICAÇÕES .....................................................................125
TÓPICO 1 – ORIGEM DA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS (AIA) .....................127
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................127
2 METODOLOGIAS PARA EXECUÇÃO DE PROJETOS AMBIENTAIS .................................128
2.1 ALGUNS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO ..........................................................129
2.2 O CICLO DO PROJETO ................................................................................................................131
3 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E RELATÓRIO DE
 IMPACTO AMBIENTAL (EIA/RIMA) ............................................................................................133
3.1 ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO (EAS)........................................................................135
3.2 ESTUDO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL (ECA) ........................................................... 136
3.3 RELATÓRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADO (RAS) .................................................................136
3.4 PLANO BÁSICO AMBIENTAL (PBA) ........................................................................................137
3.5 RESULTADO DOS ESTUDOS AMBIENTAIS - PARA QUEM DIVULGAR? ...................... 143
3.6 MODELOS E DIRETRIZES DE RELATÓRIOS AMBIENTAIS
 DE DESEMPENHO E IMPACTO ................................................................................................145
3.7 AS DIRETRIZES DA NORMA ISO 14.063 .................................................................................147
4 INSTRUÇÕES NORMATIVAS PARA CONDUÇÃO DOS
 ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL .......................................................................................147
4.1 AS MATRIZES DE IMPACTO AMBIENTAL (MATRIZ DE LEOPOLD) ...............................150
5 EXIGÊNCIAS LEGAIS DE UM ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA)......................154
5.1 EXIGÊNCIAS LEGAIS E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ..........................................................154
6 O EIA COMO INSTRUMENTO DE POLÍTICA PÚBLICA .......................................................157
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................159
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................160
TÓPICO 2 – A UTILIZAÇÃO DA ANÁLISE DE RISCOS NOS ESTUDOS
 DE IMPACTO AMBIENTAL ........................................................................................161
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................161
2 GESTÃO DE RISCOS ........................................................................................................................162
2.1 O CONCEITO DE RISCO .............................................................................................................163
2.2 AS PRINCIPAIS FASES DE UMA ANÁLISE DE RISCOS .......................................................166
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................169
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................170
TÓPICO 3 – AUDITORIA AMBIENTAL PRÉVIA E PÓS-IMPLANTAÇÃO DE OBRAS ......171
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................171
2 PROGRAMAS DE MONITORAMENTO E DOS ESTUDOS DE AUDITORIA ...................172
2.1 MONITORAMENTOS DE IMPACTO E ESTUDOS DE AUDITORIA ..................................175
2.2 MITIGAÇÃO E MONITORIZAÇÃO DE CONFORMIDADE ................................................176
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................177
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................181
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................182
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................183
X
1
UNIDADE 1
POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA E 
O LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
COMO INSTRUMENTO DE 
MITIGAÇÃO E CONTROLE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade você será capaz de:
• ter clareza sobre a origem do direito ambiental e sua aplicabilidade no que 
tange à proteção dos recursos naturais;
• entender a hierarquia dos principais documentos legais que legitimam a 
conservação ambiental, assim como um breve histórico do surgimento das 
diversas leis;
• ter o entendimento sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e o que ela 
preconiza;
• observar de que maneira os órgãos ambientais, que são responsáveis pela 
proteção dos recursos naturais, estão estruturados;
• compreender o processo de licenciamento ambiental, assim como as 
respectivas licenças de autorização.
Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles, você 
encontrará atividades que o auxiliarão na apropriação dos conhecimentos.
TÓPICO 1 – ASPECTOS BÁSICOS DO LICENCIAMENTO
 E DO DIREITO AMBIENTAL
TÓPICO 2 – ESTABELECIMENTO DE AÇÕES PERTINENTES
 À CONSERVAÇÃO AMBIENTAL
TÓPICO 3 – LICENCIAMENTO COMO INSTRUMENTO
 DE MITIGAÇÃO E CONTROLE
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ASPECTOS BÁSICOS DO LICENCIAMENTO 
E DO DIREITO AMBIENTAL
1 INTRODUÇÃO
Já faz algum tempo que as questões ambientais vêm sendo debatidas 
com frequência e, de certa maneira, viraram “moda” em diversos segmentos da 
sociedade. Desta forma, as empresas que provocam determinado impacto ao 
meio ambiente, devido à competitividade ou à busca de melhor posicionamento 
mercadológico, reconheceram a necessidade de reestruturar o gerenciamento 
dos seus negócios. Isto ocorreu principalmente pela cobrança cada vez mais forte 
da sociedade, que passou a enxergar o desrespeito com o meio ambiente, por 
parte de muitos empreendimentos, e os riscos iminentes que estas imprudências 
poderiam ocasionar às pessoas que estão nas proximidades das empresas. Assim, 
algumas regras foram impostas para a utilização dos recursos ambientais e para 
a execução de determinadas atividades. Consequentemente, empresas, marcas e 
produtos que não seguem as determinações agora impostas ficam não somente 
fora de normas regulatórias com apoio da legislação vigente, mas também estão 
em desacordo com a sociedade, refletindo negativamente sobre a sua imagem 
para a venda dos produtos comercializados.
De acordo com Araújo e Vervuurt (2005), essa percepção pública negativa 
do papel da indústria na sociedade vem provocando, também, uma crescente 
pressão sobre os órgãos oficiais de controle ambiental e legisladores, gerando a 
regulamentação de leis de controle ambiental cada vez mais complexas para o 
atendimento da legislação. Assim, as empresas têm procurado várias alternativas 
que melhorem o seu desempenho ambiental, com o objetivo de gerenciar os 
riscos tecnológicos ambientais e criar condições que revertam a percepção atual 
da população.
De maneira geral, nesta primeira unidade abordaremos questões 
relacionadas à política ambiental brasileira, além de ter noções sobre o direito 
ambiental, sua origem, legislação pertinente, hierarquia dos documentos legais e 
as responsabilidades provenientes dos acidentes ambientais. Estudaremos ainda 
a definição de dano ambiental, sanções penais e administrativas decorrentes 
das atividades lesivas ao meio ambiente, as sanções previstas na Lei de Política 
Nacional do Meio Ambiente e, por fim, o licenciamento ambiental como 
instrumento de verificação e controle dos impactos ambientais causados.
UNIDADE 1 | POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA E 
4
2 NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL
Alguns autores, como Barbieri (2007) e Araújo e Vervuurt (2005), 
sustentam que o direito, de maneira geral, assim como o sistema jurídico, têm por 
finalidade regular a preservação da vida, dar condições de existência do homem 
em sociedade, de integridade física, psíquica e social em todos os seus aspectos. 
Ou seja, a meta do direito deve ser assegurar o bem-estar do ser humano. E não 
seria diferente para o denominado “Direito Ambiental”. Porém, na busca de 
defesa e proteção de determinado recurso, por exemplo, podem surgir interesses 
conflitantes, pois nem sempre todos os atores envolvidos seguem a mesma linha 
de pensamento ou o mesmo objetivo. O que pode ser bom para um grupo pode 
ser ruim para outro, e dentro deste debate de ideias, encontrar o equilíbrio de 
interesses é o aspecto mais complicado. 
Podemos imaginar, aqui, a exploração de um determinado recursoambiental, como os peixes dos quais uma população nativa depende. Quando esse 
mesmo recurso passa a ser disputado com um grupo com interesses econômicos 
específicos, e teoricamente, com maior poder de exploração (por exemplo, maior 
capital financeiro), um conflito pode surgir. Esses peixes, que até então eram 
explorados de forma sustentável, pois o nível de captura não ultrapassava os 
limites de estoque natural da espécie, passam agora a ser explorados em níveis 
industriais, comprometendo a sustentabilidade. Essa condição tem reflexo sobre 
as pessoas que dependem deste recurso, pois este, não sendo utilizado da maneira 
correta, logo comprometerá a qualidade de vida dos nativos e, consequentemente, 
gerará conflitos entre as partes interessadas.
 A superação do conflito, entre a atividade econômica e o dano ambiental, 
deve ser orientada em uma compreensão de que o direito deve atender aos 
interesses da sociedade como um todo, e não somente de um grupo em específico. 
Neste sentido, o direito ampara a atividade produtiva, fundamentado numa 
ordem econômica capitalista, mas, antes de tudo, deve assegurar a qualidade de 
vida em sociedade com dignidade. E aqui, a discussão entre ética e justiça precisa 
ser constantemente confrontada e retomada. 
De fato, ética e direito se distinguem, embora juízos éticos possam ser 
normativos, ou seja, possam funcionar através de regras estabelecidas. Porém, no 
sistema jurídico tradicional, o ponto inicial é a constatação de que direito consiste 
em um conjunto de regras a serem respeitadas e sancionadas oficialmente, mas 
que seguem princípios e fundamentações teóricas e de experiências práticas. 
Ou seja, de nada adianta normatizarmos como deve ocorrer a exploração de um 
determinado recurso ambiental, se não soubermos como este meio funciona, 
quais são suas limitações, como as espécies se reproduzem e qual esforço de 
exploração pode ser aplicado. 
TÓPICO 1 | ASPECTOS BÁSICOS DO LICENCIAMENTO E DO DIREITO AMBIENTAL
5
Então, teoricamente, todos os tipos de instruções normativas (leiam-
se aqui, leis, portarias, decretos), que são a base do nosso sistema jurídico, são 
fundamentados em dados e informações reais, fornecidos por profissionais 
experientes e que detêm conhecimento sobre aquilo que se pretende legislar. 
Assim, essas diretrizes não são definidas apenas por sanções repressivas, mas 
levam em consideração as diversas estruturas que compõem o cenário a ser 
explorado, onde um dos pilares é, com certeza, a economia.
Já que estamos falando que essas normas não são apenas fundamentadas 
no “achismo” ou no autoritarismo, a Carta Magna, ou Constituição Federal de 
1988, (BRASIL, 2012a), estabeleceu, em seu art. 225, que a defesa do meio ambiente 
é de fundamental importância, “[...] o direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, [...] essencial à sadia qualidade de vida [...]”.
Com o exposto acima, fica claro que a harmonização entre os pilares 
econômico, social e ambiental já está prevista e regulamentada. Nas próximas 
unidades do seu Caderno de Estudos veremos, mais detalhadamente, que estes 
três pilares são a base do chamado desenvolvimento sustentável.
3 ORIGEM DO DIREITO E DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
O direito ambiental pode ser entendido como uma disciplina jurídica, 
que tem o objetivo de estabelecer normas e princípios que assegurem a proteção 
do meio ambiente, e/ou como o conjunto de normas jurídicas que disciplinam a 
exploração dos recursos naturais em todas as suas formas e com vistas à qualidade 
de vida (ARAÚJO; VERVUURT, 2005).
Para que possamos entender de forma plena a origem e a evolução do 
direito ambiental, é necessário que façamos a compreensão correta do termo 
meio ambiente. Este deriva do latim “ambi” e “entis”, significando tudo o que 
cerca ou envolve. O verbo latino ambio, ambire significa “andar em volta ou em 
torno de alguma coisa”. Na verdade, meio e ambiente podem ser entendidos 
como sinônimos, pois significam lugar, recinto ou espaço onde se desenvolvem 
as atividades humanas e a vida dos animais e vegetais. 
Essa expressão é consagrada no Brasil, na Espanha e nos demais países que 
falam o castelhano (médio ambiente). Já em Portugal utiliza-se apenas a palavra 
ambiente, da mesma forma que na Itália. No idioma francês e inglês utilizam-se 
as palavras environnement e environment, respectivamente, ambas originadas do 
francês antigo environer, que significa circunscrever, cercar ou rodear. 
Assim, o que envolve os seres vivos e as coisas, ou o que está ao seu 
redor, é o planeta Terra, com todos os seus elementos, tanto naturais, quanto 
os construídos e alterados pelo homem. Consequentemente, o meio ambiente 
significa não somente o ambiente natural (oceanos, florestas, campos e montanhas), 
mas também o artificial (cidades, ambiente rural e parques industriais)
UNIDADE 1 | POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA E 
6
IMPORTANT
E
O meio ambiente é o conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos, 
químicos, biológicos e fatores sociais susceptíveis de terem efeito direto ou indireto e 
imediato sobre os seres vivos e as atividades econômicas (ODUM, 1988).
Ainda, de acordo com normativas nacionais e com a Lei nº 6.938/81, Art. 
3, I da Política Nacional do Meio Ambiente, meio ambiente é "o conjunto de 
condições, leis, influências e interações de ordem física, química, biológica, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Encontra-se uma definição interessante no Sistema Internacional ISO 
14001, 2004 para Gestão Ambiental, que diz: “circunvizinhança em que uma 
organização opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, 
seres humanos e suas inter-relações”. E destaca: “Uma organização é responsável 
pelo meio ambiente que a cerca, devendo, portanto, respeitá-lo, agir como não 
poluente e cumprir as legislações e normas pertinentes”. 
A Constituição Federal conferiu proteção ao meio ambiente natural de 
forma mediada e imediata no seu art. 225. Neste artigo, fala em “meio ambiente 
ecologicamente equilibrado”, ao mesmo tempo em que relata todos os aspectos 
do ambiente natural.
Inúmeros diplomas infraconstitucionais tutelam o meio ambiente natural, 
onde podem ser destacados os seguintes:
• Decreto nº 24.634/34, que dispõe sobre as águas.
• Decreto-Lei nº 1.985/40, que trata das atividades de mineração.
• Lei nº 4.771/65, que trata das florestas e demais formas de vegetação.
• Lei nº 6.902/81, que define as áreas de proteção ecológica e áreas de proteção 
ambiental.
• Lei nº 6938/81, que define a Política Nacional do Meio Ambiente.
• Lei nº 7.661/88, que trata do gerenciamento costeiro.
• Lei nº 7.754/89, que trata das medidas de proteção das florestas existentes nas 
nascentes dos rios ou áreas de preservação permanente, como são conhecidas.
• Lei nº 9.985/00, que define o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da 
Natureza (SNUC).
• Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos.
TÓPICO 1 | ASPECTOS BÁSICOS DO LICENCIAMENTO E DO DIREITO AMBIENTAL
7
Como pode ser observado, o Brasil possui uma política de meio ambiente, 
amparada legalmente, que veremos em seguida, e temos ainda inúmeras leis para 
a proteção de todos os tipos e formas de ecossistemas naturais. Algumas dessas 
leis são da década de 80, no entanto, a preocupação com a proteção dos recursos 
naturais existe muito além deste período. O grande problema é que, no Brasil, 
muitas leis não são cumpridas e pouco se faz para que essas determinações sejam 
seguidas à risca.
A partir de agora, estudaremos como podemos classificar os diversos 
tipos de ambientes. Como já dito, podemos compreendê-los em ambiente natural, 
artificial, cultural e do trabalho, lembrando que o nosso foco de estudos será 
sempre o natural. No entanto, é bom termos ciência de todos, visto que, de uma 
forma ou de outra, acabam interagindo.
4 OS TIPOS DE AMBIENTES
De acordo com Odum e Sarmiento (1997), podemos distinguir basicamente 
três tipos de ambientes: (1) o ambientenatural, que são, por exemplo, as matas 
virgens ou outras regiões autossustentadas, acionadas apenas pela luz solar e 
outras forças da natureza (como precipitações, ventos, neve, entre outros), e 
que não dependem de qualquer fluxo de energia controlado diretamente pelos 
humanos, como ocorre, nos outros tipos de ambientes citados; (2) o ambiente 
artificial, constituído pelas cidades, parques industriais e corredores de 
transportes, como ferrovias, rodovias e portos; e (3) o ambiente cultural, relativo 
aos bens e costumes de uma comunidade.
O ambiente natural é o ambiente de suporte à vida. É aquela parte da 
Terra que satisfaz as necessidades fisiológicas vitais, provendo alimentos e outras 
fontes de energia, nutrientes, água e ar (ODUM e SARMIENTO, 1997). A vida 
ocorre apenas na Biosfera, estreita faixa do planeta constituída pela interação de 
três ambientes físicos: o ambiente terrestre ou litosfera, o aquático ou hidrosfera, 
e o atmosférico, que envolve os outros dois tipos de ambiente. A parte terrestre 
da biosfera é apenas a camada sólida superficial da litosfera; a da atmosfera é 
a camada rente à crosta terrestre, denominada troposfera e que alcança até 11 
km de altitude nos polos e 16 km no Equador. Assim, o meio ambiente, como 
condição de existência da vida, envolve a biosfera e estende-se muito além dos 
limites em que a vida é possível.
UNIDADE 1 | POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA E 
8
Dentro da definição de ambiente natural, podem-se destacar os conceitos de 
populações, comunidades e nichos ecológicos. Populações são o conjunto de indivíduos de 
uma mesma espécie que sobrevive amparado por condições físicas, químicas e biológicas 
específicas para sua sobrevivência. Já as comunidades podem ser entendidas como o 
conjunto de diversas populações de diferentes espécies, que compartilham determinado 
ambiente em uma condição específica. Por fim, os nichos são as condições (temperatura, 
umidade, salinidade) que uma espécie necessita para sobreviver. Poderíamos falar ainda em 
ecossistemas, que grosseiramente são o conjunto de fatores abióticos (físicos, por exemplo) 
e bióticos (vivos) que atuam simultaneamente em uma determinada região, garantindo a 
sobrevivência de todas as espécies.
ATENCAO
Os organismos e o ambiente físico são interdependentes e, portanto, 
influenciam-se mutuamente, funcionando como um todo, ou seja, tudo o que 
afeta uma espécie (por exemplo, a quantidade de comida), acaba afetando as 
demais. Aqui, podemos imaginar uma situação hipotética, em que uma espécie 
vegetal é recurso alimentar para uma espécie animal (espécie X). Se esta planta 
for afetada por um derrame de determinado produto químico, indiretamente, 
a espécie X também será afetada devido ao desaparecimento do seu recurso 
alimentar. Ainda, se considerarmos que a espécie X seja o predador de outra 
espécie, por exemplo, algum inseto (espécie Y), pode-se imaginar que a redução 
da população da espécie X, ocasionada pela falta do recurso vegetal, acarretará 
no aumento do número de indivíduos da espécie Y, agora menos susceptível à 
pressão da predação.
Este exemplo ilustra o quanto a teia da vida dos ecossistemas naturais é 
interligada e frágil, e demonstra que qualquer distúrbio, por menor que seja, pode 
gerar um tipo de “efeito borboleta” ou “efeito dominó”, onde direta ou indiretamente 
todos acabam afetados. Vale lembrar aqui de alguns tópicos mencionados acima, 
onde descrevíamos que as leis ambientais, ao serem implantadas, devem levar 
em conta as particularidades desses ambientes, e que, de preferência, devem ser 
formuladas a partir da experiência de profissionais gabaritados.
O ambiente artificial é o espaço físico transformado pela ação continuada 
do homem, com o objetivo de estabelecer relações sociais e viver em sociedade, 
sendo formado pelo meio ambiente urbano, periférico e rural. 
FONTE: Disponível em: <http://www.estig.ipbeja.pt/~ac_direito/Mineracao.pdf>.
Acesso em: 5 dez. 2012.
Já o ambiente urbano é o meio ambiente constituído pelo espaço urbano, como 
edificações e equipamentos públicos. O meio ambiente rural, por sua vez, é o espaço 
onde se desenvolvem as relações pertencentes ao campo; os ambientes rústicos. Por 
TÓPICO 1 | ASPECTOS BÁSICOS DO LICENCIAMENTO E DO DIREITO AMBIENTAL
9
Assim, o meio ambiente laboral não se restringe ao espaço interno 
da fábrica ou da empresa, mas se estende ao próprio local de moradia ou ao 
ambiente urbano. 
FONTE: Disponível em: <http://www.ufpel.edu.br/cic/2007/cd/pdf/SA/SA_00813.pdf>.
Acesso em: 5 dez. 2012.
De acordo com Araújo e Vervuurt (2005, p. 15), o meio ambiente de 
trabalho é o “[...] complexo de bens de uma empresa e de uma sociedade, objeto 
de direitos subjetivos privados e de direitos invioláveis da saúde e da integridade 
física dos trabalhadores que o frequentam.” De acordo com o mesmo autor, pode 
ser entendido ainda como sendo o:
Conjunto das condições de produção em que a força de trabalho e 
o capital se transformam em mercadorias e em lucro. Esse conjunto, 
diferente segundo os modos de produção que se sucederam na 
história, de acordo com os setores produtivos, nos interessa pela sua 
capacidade de provocar danos à saúde de quem trabalha. (ARAÚJO; 
VERVUURT, 2005, p.15).
Os principais tipos de ambientes foram conceituados, apenas para mostrar 
como o homem dividiu a sua ocupação na Terra, se é que podemos chamar assim, 
e que para cada uma destas divisões há características completamente diferentes 
e, portanto, a maneira como deve se gerenciar e entender cada uma delas também 
deve ser diferenciada. No entanto, como o foco do nosso Caderno de Estudos são 
os danos ambientais gerados a partir da exploração de um determinado recurso, 
o termo meio ambiente natural será o mais amplamente utilizado.
fim, o meio ambiente periférico deriva da expansão desordenada das metrópoles que 
empurram as populações para regiões marginais da cidade, os subúrbios. 
Dentre os dispositivos constitucionais integrantes do regime do 
meio ambiente artificial, destacamos o Decreto-Lei nº 3.365/41 (que trata da 
desapropriação por utilidade pública e interesse social), a Lei nº 4.504/64 (que trata 
de condomínio em edificações), a Lei nº 5.108/67 (que trata da política nacional de 
saneamento), a Lei nº 5.868/72 (que trata do sistema nacional de cadastro rural), 
a Lei nº 6.513/77 (que trata de áreas especiais e locais de interesse turístico), a Lei 
nº 6.766/79 (que trata do parcelamento do solo), o Decreto-Lei nº 1.413/75 (que 
trata da poluição por atividades industriais), a Lei nº 6.803/80 (que estabelece 
diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição), 
a Lei nº 7.802/89 (que trata das atividades relacionadas com agrotóxicos e afins), 
a Lei nº 8.171/91 (que dispõe sobre política agrícola), além de inúmeros outros 
dispositivos legais correlatos.
Existe ainda o meio ambiente cultural, que é constituído por bens, valores 
e tradições relevantes à comunidade, atuando diretamente na sua identidade e 
formação. Poderíamos citar ainda um quarto tipo de ambiente, o do trabalho, que 
pode ser definido como o lugar no qual se desenvolvem nossas atividades. 
UNIDADE 1 | POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA E 
10
5 HIERARQUIA DOS DOCUMENTOS LEGAIS
Agora que temos uma noção sobre a origem do direito ambiental, e também 
sobre quais meios ele norteia, precisamos entender que leis, ou que tipos de 
instruções normativas focando o meio ambiente vigoram mais, e em que situações. 
Isso se torna necessário, principalmente, porque muitas vezes, no exercício da sua 
profissão, você se deparará com leis, decretos, portarias e instruções normativas 
que regulamentam algo (por exemplo, a derrubada de espécies de árvores 
nativas) e precisará interpretar adequadamente os documentos. Ainda pode ser 
destacado aqui que muitas dessas normativas apresentam falhas ou “brechas” 
que, dependendo da situação, podem ser interpretadas equivocadamente, 
causando problemas ainda maiores aos bens ou recursosnaturais.
A Constituição Federal, em seu art. 59, trata apenas das normas existentes 
no sistema jurídico brasileiro, não mencionando a hierarquia entre elas. A 
Constituição é hierarquicamente superior às demais normas, pois o processo 
de validade destas é regulado por aquela. Abaixo da Constituição encontram-
se os demais preceitos legais, cada qual com campos diversos de atuação: leis 
complementares, leis ordinárias, decretos-leis (nos períodos em que existiram), 
medidas provisórias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções.
 
Os decretos são hierarquicamente inferiores às leis, até porque não são 
emitidos pelo Poder Legislativo, e sim pelo Poder Executivo, complementando as 
disposições legais. As Normas Internas da Administração Pública, como portarias, 
circulares, ordem de serviço, entre outras, são hierarquicamente inferiores aos 
decretos e às leis.
Por exemplo, o IBAMA (Instituto Brasileiro de Recursos Naturais 
Renováveis) publica as resoluções com as diretrizes técnicas para atendimento da 
legislação. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) elabora normas 
técnicas, que são hierarquicamente superiores às normas internacionais, pois 
levam em consideração as especificações nacionais. Apesar do envolvimento da 
sociedade, inclusive do governo, na elaboração das normas técnicas da ABNT, 
as mesmas somente serão consideradas obrigatórias se forem citadas em uma lei 
específica. Caso contrário, são de adoção voluntária. A seguir estão listadas as 
definições de cada um destes documentos.
6 PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA
AMBIENTAL BRASILEIRA
A partir de agora iremos relatar, brevemente, alguns dos principais 
instrumentos, mecanismos e leis que normatizam o uso e a exploração dos 
recursos naturais no Brasil e para quais situações foram criados. Iremos listar em 
tópicos, pois no nosso entendimento facilita a sua compreensão: 
TÓPICO 1 | ASPECTOS BÁSICOS DO LICENCIAMENTO E DO DIREITO AMBIENTAL
11
• Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA): Para que possamos entender 
como funciona o estabelecimento e o cumprimento, no que tange à tomada de 
decisão para um determinado problema ambiental, precisamos observar, de 
forma breve, como estão constituídos nossos órgãos ambientais. Iremos nos 
aprofundar mais quando entrarmos na Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 
nº 6.938/81). Porém, é preciso entender que, acima de tudo, temos o Ministério 
do Meio Ambiente (MMA), vinculado diretamente à Presidência da República, 
e que, vinculados a este ministério, temos diversos órgãos. De acordo com o art. 
6º da Lei nº 6.938, esses órgãos constituem o Sistema Nacional do Meio Ambiente 
(SISNAMA). O SISNAMA foi instituído em 31 de agosto de 1981, com a Lei nº 
6.938, regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, sendo 
constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, 
dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo poder público, responsáveis 
pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. Estão vinculados aqui, um 
órgão superior formado por pessoas que assessoram o Presidente da República 
na tomada de decisão, um órgão consultivo (para assessorar o órgão superior) 
e deliberativo (que podem sugerir leis e políticas ambientais), que no Brasil é 
conhecido como Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), assim como 
órgãos executores, que fazem com que todas as determinações ambientais sejam 
cumpridas, que no Brasil, em esfera federal, é constituído pelo Instituto Brasileiro 
de Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Recentemente foi criado o ICMBio 
(Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade), que realiza a 
gestão e fiscalização das Unidades de Conservação. Esse breve relato serve apenas 
para nos orientar em relação às atribuições de cada um desses órgãos, quando os 
mesmos são mencionados.
Sabe-se ainda que a atuação do SISNAMA se dá mediante articulação 
coordenada dos órgãos e entidades que o constituem, observado o acesso 
da opinião pública às informações relativas às agressões ao meio ambiente 
e às ações de proteção ambiental, na forma estabelecida pelo CONAMA. 
Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a regionalização das 
medidas emanadas do SISNAMA, elaborando normas e padrões supletivos e 
complementares.
FONTE: Disponível em: <http://www.direitoambiental.adv.br/ambiental.qps/Ref/PAIA-6S9TNQ>. 
Acesso em: 5 dez. 2012. 
Os órgãos seccionais prestam informações sobre os seus planos de ação 
e programas em execução, consubstanciadas em relatórios anuais, que são 
consolidados pelo Ministério do Meio Ambiente em um relatório anual sobre a 
situação do meio ambiente no país, a ser publicado e submetido à consideração 
do CONAMA em sua segunda reunião do ano subsequente (MMA, 2011).
UNIDADE 1 | POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA E 
12
• Ação Civil Pública: Promulgada pela Lei nº 7.347/85, disciplina a ação civil 
pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao 
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico 
e paisagístico e dá outras providências. Como profissionais, devemos ficar 
mais atentos ao primeiro e quinto artigo, que versam sobre o meio ambiente, 
e quem pode propor uma ação civil pública. Como está escrito, um cidadão 
comum pode acionar o Ministério Público (MP), mas fica claro aqui que uma 
organização civil (pode-se pegar como exemplo uma ONG que trata de questões 
ambientais) terá peso decisivo no que tange ao andamento da denúncia, caso 
venha a ser feita, junto ao Ministério Público.
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as 
ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:
l- ao meio ambiente.
ll- ao consumidor.
III- a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
IV- a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
V- por infração da ordem econômica e da economia popular.
VI- à ordem urbanística.
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer 
o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o 
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.
Art. 4o Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta Lei, objetivando, 
inclusive, evitar o dano ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem 
urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico.
Art. 5o Tem legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
I- o Ministério Público.
II- a Defensoria Pública.
III- a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
IV- a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista.
V- a associação que, concomitantemente:
 
a) Esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil.
b) Inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, 
ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará 
obrigatoriamente como fiscal da lei.
§ 2º Fica facultado ao poder público e a outras associações legitimadas nos 
termos deste artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
TÓPICO 1 | ASPECTOS BÁSICOS DO LICENCIAMENTO E DO DIREITO AMBIENTAL
13
§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação 
legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade 
ativa. 
§ 4° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando 
haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica 
do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido. 
§ 5° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da 
União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos 
de que cuida esta lei. 
§ 6°Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados 
compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante 
cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial. 
FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7347orig.htm>.
Acesso em: 30 nov. 2012.
• Lei de Crimes Ambientais: A Lei nº 9.605, de 12/02/1998, reordena a legislação 
ambiental brasileira, no que se refere às infrações e punições. A partir dela, a 
pessoa jurídica, autora ou coautora da infração ambiental, pode ser penalizada, 
chegando à liquidação da empresa se ela tiver sido criada ou usada para 
facilitar ou ocultar um crime ambiental. Em caso de compensação por parte do 
infrator, a pena pode ser retirada. Em algumas particularidades, essa lei pode 
ser observada, como o caso de muros e edificações pichados, maltrato a plantas 
de ornamentação, desmatamentos ilegais, entre outros.
• Exploração da Fauna Silvestre: Amparada pela Lei nº 5.197/67, classifica como 
crime o uso, a perseguição, a captura, a caça e o comércio de espécies animais 
da fauna silvestre, além de proibir a introdução de espécies exóticas. Acessando 
o site do IBAMA, outras considerações podem ser vistas.
• Exploração de Florestas: A exploração de recursos florestais está prevista 
na Lei nº 4.771/65 e determina a proteção de florestas nativas e define, como 
áreas de preservação permanente, áreas do entorno de recursos hídricos, como 
rios, lagos, nascentes, costa, entre outros. Nestes casos, o tamanho da área 
a ser protegida depende da largura do curso da água. Locais onde recursos 
florestais possam ser encontrados acima dos 1800 metros também devem estar 
intocados.
• Sistema Nacional de Unidades de Conservação: O SNUC, como é conhecido, 
pode ser considerado uma das leis mais recentes no que tange à proteção dos 
recursos naturais no Brasil, sendo instituído pela Lei nº 9.985/00, com o objetivo 
de regulamentar o que o artigo 225 da Constituição Federal já promulgava, 
sobre todos os cidadãos terem direito a um meio ambiente ecologicamente 
equilibrado. De acordo com o primeiro artigo desta lei, foram criados “critérios 
e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação”. 
UNIDADE 1 | POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA E 
14
Mas o que são Unidades de Conservação ou UCs? Como você já viu na disciplina 
específica sobre o tema, essas podem ser entendidas como espaços territoriais 
e seus recursos com características relevantes, com objetivos de conservação e 
limites definidos. Por exemplo, se sou proprietário de uma área de terra, onde 
verifico tais condições extraordinárias, posso determinar parte desta área como 
sendo de uso sustentável. Neste caso, uma RPPN, ou Reserva Particular do 
Patrimônio Natural. 
Indo mais além, o zoneamento fica definido como setores ou zonas, em 
uma unidade de conservação, com objetivos de manejo e normas específicos, 
com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os 
objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz. 
FONTE: Adaptado de: <http://www.fflorestal.sp.gov.br/media/uploads/planosmanejo/
PEIntervales/1.%20Volume%20Principal/cad%203_BASES%20LEGAIS_ZONEAMENTO_
PROGRAMAS_BIBLIOGR/pag%20693_758%20ZONEAMENTO.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2012.
Há ainda que se prestar atenção ao plano de manejo exigido para essa 
área, agora inserido dentro das normativas do SNUC. 
O plano de manejo pode ser entendido como um documento técnico 
mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de 
conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir 
o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das 
estruturas físicas necessárias à gestão da unidade.
FONTE: Adaptado de: <http://www.leandroeustaquio.com.br/materialapoio/sistema_nacional_
de_unidades_de_conservacao.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2012. 
Mas, de fato, o que compõe um plano de manejo? De maneira geral, 
pesquisadores e especialistas em diferentes áreas ambientais, como de solo, de 
fauna, de flora, recursos minerais, entre outros, fazem pesquisas e elaboram 
relatórios com dados referentes a esses recursos, e emitem pareceres para o 
órgão ambiental federal (ICMBio) sobre ações que norteiam a conservação da 
área. Como exemplo, o biólogo, especialista em ornitologia (aves), e que faz o 
levantamento da avifauna, emitirá um parecer técnico em que constará o número 
de espécies de aves registradas na região, a vulnerabilidade destas aves, quantas 
delas possuem perigo iminente de extinção ou aquelas que ainda estão com 
um status adequado de conservação, e assim por diante. Posteriormente, os 
responsáveis pela manutenção e conservação da área terão a obrigatoriedade 
de implementar as ações propostas no plano de manejo. E para o EIA/RIMA 
(Estudos de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental), que precede a 
construção de empreendimentos com potencial poluidor, seguem alguns passos 
parecidos. Como veremos em detalhes mais adiante, faz-se um levantamento 
TÓPICO 1 | ASPECTOS BÁSICOS DO LICENCIAMENTO E DO DIREITO AMBIENTAL
15
das características naturais de determinada área, como levantamento de biota, 
recursos vegetais, minerais, de água, informações socioeconômicas (EIA) e, por 
fim, um relatório com base nessas informações (RIMA) dá o parecer favorável ou 
não à instalação do empreendimento. Aqui, deve-se levar em consideração a ética 
dos profissionais envolvidos, pois recentemente, muitos escândalos, envolvendo 
a manipulação de informações relevantes, vêm se tornando cada vez mais comuns. 
Assim, como principais objetivos do SNUC, podem ser destacados os de contribuir 
para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território 
nacional e nas águas jurisdicionais; de proteger as espécies ameaçadas de extinção 
no âmbito regional e nacional; contribuir para a preservação e a restauração da 
diversidade de ecossistemas naturais; promover o desenvolvimento sustentável e 
a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza.
FONTE: Disponível em: <http://www.senado.gov.br/atividade/pronunciamento/detTexto.
asp?t=384544>. Acesso em: 5 dez. 2012.
• Política Agrícola: Definida pela Lei nº 8.171/91, coloca a proteção do meio 
ambiente como objetivo principal e define o poder público (Federação, 
Estados e Municípios) como o disciplinador e fiscalizador do uso racional dos 
solos, água e ar, fauna e flora, além de realizar zoneamentos agroecológicos 
para ordenar a ocupação de diversas atividades produtivas (inclusive a 
instalação de hidrelétricas), desenvolver programas de educação ambiental, 
fomentar a produção de mudas de espécies nativas, entre outras atividades.
FONTE: Disponível em: <http://www.guiafloripa.com.br/energia/ambiente/leis_ambientais.php>. 
Acesso em: 5 dez. 2012.
• Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH): A Lei nº 9.433/97 cria 
o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGRH), com 
o intuito de assegurar à atual e às futuras gerações, água em qualidade e 
disponibilidade suficientes, através da utilização racional e integrada, da 
prevenção e da defesa dos recursos hídricos, contra eventos hidrológicos 
críticos. Dentre os seus principais fundamentos e objetivos pode-se destacar:
CAPÍTULO II
DOS FUNDAMENTOS
Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos fundamentos:
I- a água é um bem de domínio público;
II- a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III- em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo 
humano e a dessedentação de animais;
IV- a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo 
das águas;
UNIDADE 1 | POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA E 
16
V- a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política 
Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento 
de Recursos Hídricos;
VI- a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contarcom a 
participação do poder público, dos usuários e das comunidades.
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS
Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos:
I- assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, 
em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;
II- a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte 
aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;
III- a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem 
natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.
FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm>.
Acesso em: 30 nov. 2012.
Prezado acadêmico! Foram listados acima alguns dos instrumentos e 
leis instituídos no Brasil, com a finalidade de relembrá-lo(a) sobre o que temos 
disponível e o que temos que cumprir com relação à exploração dos nossos 
recursos naturais. Sabemos que muitas dessas leis já foram vistas no Caderno 
de Direito Ambiental. No entanto, é de fundamental importância ter clareza 
no entendimento daquilo que foi dito até agora, pois essas informações são 
importantes para o processo de licenciamento ambiental, que é premissa para a o 
adequado gerenciamento ambiental dos recursos. 
Começamos relembrando algumas coisas relacionadas ao SISNAMA, 
posteriormente, à ação civil pública, às leis de crimes ambientais, de uso da fauna, 
flora, recursos hídricos e agrícolas. Muitas outras ainda existem, como políticas 
para o gerenciamento costeiro, patrimônio cultural, patrimônio genético, 
atividades nucleares, exploração mineral e assim por diante. Mas como o foco 
deste caderno não é somente a exposição dessas políticas e leis, optou-se por 
apresentar de forma simples aquelas consideradas mais úteis para o seu dia a 
dia como gestor ambiental, principalmente, por serem utilizadas nas atividades 
de licenciamento ambiental, como veremos mais adiante. Sempre é válida uma 
visita aos principais sites governamentais, como do MMA, CONAMA, IBAMA 
e ICMBio, além das fundações estaduais para consulta de novas atualizações 
nos instrumentos e leis. Lembre-se de que para cada estado, distinções com base 
naquilo definido na esfera federal podem ser feitas. Sabemos que cada estado 
possui características naturais muito diversas, com diferentes biomas e diversas 
formas de gerenciamento. Assim sendo, o que pode ser útil para a Floresta 
Amazônica pode não funcionar no Cerrado ou no Pantanal, ou ainda na Floresta 
Atlântica, um dos ecossistemas mais frágeis e ameaçados do mundo.
TÓPICO 1 | ASPECTOS BÁSICOS DO LICENCIAMENTO E DO DIREITO AMBIENTAL
17
 O Brasil possui dimensões territoriais gigantescas e diversas características 
em termos de fauna, flora, minérios, recursos hídricos e genéticos podem ser 
observadas. É um dos países mais ricos do mundo em termos de biodiversidade 
e a conservação se dá ao levarmos a sério todas as proposições normativas que já 
foram estabelecidas. Melhorar essas medidas conservacionistas nunca é demais. 
A atualização é fundamental. No entanto, para aquilo que se tem, respeitar as 
peculiaridades é de suma importância, para que a tomada de decisão em cima de 
um determinado recurso seja feita da maneira correta. 
A seguir, iremos aprofundar assuntos relacionados à Política Nacional do 
Meio Ambiente, a mais importante lei ambiental e que foi um marco decisivo 
para a proteção dos recursos naturais no nosso país. Dentre os vários aspectos 
definidos nessa lei, um dos mais importantes é o que define que o poluidor é 
obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independentemente da culpa. 
Assim, o Ministério Público, na figura do Promotor Público, pode propor ações 
de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, impondo ao infrator a 
obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados. Vale destacar ainda 
que a Lei nº 6.938/81 criou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo 
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), regulamentados em 1986, pela Resolução 
nº 001/86 do CONAMA. Essa lei foi redefinida pelo mesmo órgão em 1997, sendo 
que agora temos a Resolução nº 237/97, onde considerações positivas em relação 
ao EIA foram feitas, em relação à antiga resolução e que veremos mais adiante.
18
Neste tópico você viu:
• Aspectos sobre a origem e também a aplicabilidade do direito ambiental que 
permitem assegurar a sadia qualidade de vida para toda a sociedade.
• Os diferentes tipos de meio ambiente e de que maneira devemos compreender 
cada um deles, visto que possuem características específicas e, portanto, 
maneiras diferenciadas de regulação.
• A hierarquia dos principais documentos legais e sua importância para a 
normatização da exploração dos recursos naturais.
• Um breve histórico das leis ambientais e para quais finalidades foram criadas.
RESUMO DO TÓPICO 1
19
Para exercitar seus conhecimentos adquiridos, resolva as questões a seguir.
1 Dentre os diversos órgãos criados pelo SISNAMA, qual deles tem a 
finalidade de fiscalizar o cumprimento de determinações legais, para que 
seja assegurada a proteção dos recursos naturais?
( ) IBAMA.
( ) CONAMA.
( ) ICMBio.
( ) MMA.
2 Sabe-se que ao identificarmos um determinado problema ambiental, o 
mesmo pode ter uma abrangência municipal, estadual e/ou nacional. 
Também sabemos que o Brasil, por ter dimensões continentais, apresenta 
uma série de biomas e características ambientais diversas, o que torna a 
nossa tomada de decisão, relativa a determinado problema ambiental, 
bastante particular. Assim sendo, o que deveríamos levar em consideração, 
ou quais particularidades, para resolver um dano ambiental causado na 
Floresta Amazônica e outro na floresta de cerrado?
AUTOATIVIDADE
20
21
TÓPICO 2
ESTABELECIMENTO DE AÇÕES 
PERTINENTES À CONSERVAÇÃO 
AMBIENTAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Os problemas ambientais provocados pelos seres humanos, normalmente, 
decorrem do uso dos recursos naturais para obter bens e/ou serviços, podendo 
provocar, além do seu uso insustentável, o despejo de resíduos gerados durante 
a produção. Mas isso nem sempre gerou degradação, simplesmente pelo fato de 
que a escala de produção e exploração era completamente diferente das de hoje. 
Como destaca Barbieri (2007), populações nativas, por se sentirem parte 
integrante do meio ambiente, geralmente o utilizam com maior parcimônia. Desta 
forma, seres humanos separados dos elementos naturais podem ser entendidos 
como o fator que, atualmente, ocasiona os maiores problemas ambientais. Ainda 
que a crença de que a natureza existe para servir ao ser humano contribua para o 
aumento das degradações ambientais, certamente o aumento da escala, gerando 
níveis insustentáveis de produção, pode ser atualmente entendido como o 
principal fator dos problemas gerados ao meio ambiente.
Responsabilizar a Revolução Industrial é comum entre a maioria dos 
pesquisadores da área, e realmente é um marco importante na intensificação 
da degradação ambiental. Hoje, a maior parte das emissões ácidas, de gases do 
efeito estufa e de substâncias tóxicas, resulta das atividades industriais. Porém, 
não só o lixo gerado por indústrias vem aumentando, mas também o gerado pela 
sociedade em geral, dentro de uma consciência de consumo crescente. O uso 
de inseticidas, herbicidas, implementos agrícolas e transgênicos fez com que a 
agricultura se tornasse uma atividade extremamente danosa ao meio ambiente. 
O mesmo pode-se dizer sobre os sistemas de transportes utilizados, normalmente 
baseados no uso de derivados de petróleo, como combustíveis. Políticas públicas 
que visem ao aumento da utilização de meios de transporte mais ecológicos, 
como metrôs, bicicletas, ou mesmo o uso de biocombustíveis, ainda estão restritas 
a poucas cidades. 
Ainda dentro do contexto, podemos relacionar inúmeros problemas 
associados à destruição dos oceanos, principalmente em relação à poluição e à 
pesca. Hoje, os estoques das principais espécies de pescado comercializados estão 
à beirada extinção, visto que o esforço de captura sobre esses peixes tornou-se 
cada vez mais insustentável. Para se ter ideia, os peixes são capturados antes de 
atingirem a maturação, ou seja, quando ainda não são adultos e não contribuíram 
UNIDADE 1 | POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA E 
22
efetivamente com novos indivíduos para o ambiente. Dessa forma, os estoques de 
peixes, como são conhecidas as grandes populações de uma determinada espécie, 
não conseguem manter-se e são extintos.
 
Outros exemplos ainda podem ser citados. É só olharmos para as diversas 
repartições públicas, escritórios, comércios de maneira geral, entre outros, que 
ainda utilizam os seus recursos de maneira pouco eficiente, gerando grande 
consumo e desperdício. Em pouco tempo, todo esse panorama evoluiu para uma 
Sociedade de Risco, entendida como aquela que, em função de seu contínuo 
crescimento econômico, pode sofrer a qualquer tempo as consequências de uma 
catástrofe ambiental (CANOTILHO e LEITE, 2007). De acordo com o Relatório 
Estado do Mundo, do Instituto Akatu (2011), vivemos em um mundo em que 
produzimos mais alimentos do que jamais o fizemos, e onde os famintos nunca 
foram tantos. E há um motivo para isso.
Durante muitos anos, nosso foco foi no aumento da oferta de alimentos, 
ao mesmo tempo em que negligenciamos tanto os impactos distributivos da 
produção de alimentos, quanto seus impactos ambientais de longo prazo. 
Tivemos êxito notável no aumento do rendimento, no entanto, precisamos 
agora perceber que, mesmo tendo condições de produzir mais, não somos 
capazes de afrontar a fome, ou que necessariamente não existe uma correlação 
entre esses dois aspectos. 
FONTE: Adaptado de: <http://www.worldwatch.org.br/estado_2011.pdf>.
Acesso em: 5 dez. 2012.
E que o aumento da produtividade, aliado ao crescimento populacional 
exagerado, quase em ritmo exponencial, é extremamente danoso ao equilíbrio 
dos nossos ecossistemas naturais. Ou seja, não resolvemos o problema da fome e 
destruímos nossas fontes de recursos naturais. 
Se você acha que o problema não tem nada a ver com o licenciamento 
ambiental, saiba que é da viabilização deste instrumento que dependem as 
indústrias de agronegócios, de pecuária, entre muitas outras, e que os resíduos 
gerados por estes empreendimentos são muito poluidores. Então o problema 
não é a fome? Não! Existem evidências de que precisamos atacar o problema da 
fome global, não apenas como uma questão de produção, mas também como 
uma questão de marginalização, que aprofunda desigualdades e injustiça social. 
E tudo isto está correlacionado à proteção de recursos ambientais. Uma nação 
que tem educação e não está à beira da exclusão social sabe da importância dos 
bens ambientais, e não joga lata de cerveja ou refrigerante pela janela do carro, 
lixo nas estradas, cigarro nas matas, produtos químicos nos mananciais e rios.
TÓPICO 2 | ESTABELECIMENTO DE AÇÕES 
23
À medida que incrementamos de modo espetacular os níveis gerais de 
produção, durante a segunda metade do século XX, criamos as condições para 
um desastre ecológico de grandes proporções no século XXI.
FONTE: Disponível em: <http://www.worldwatch.org.br/estado_2011.pdf>.
Acesso em: 5 dez. 2012.
Vimos que inúmeros problemas ambientais nos cercam. No Brasil, 
na década de 80, muitos dos problemas citados já eram visíveis, o que tornou 
necessário o estabelecimento de uma política ambiental que conseguisse resolver 
muitos dos problemas encontrados, sobretudo em relação à exploração dos 
recursos ambientais. Assim, com o objetivo de preservar, melhorar e recuperar a 
qualidade ambiental, visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento 
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade 
da vida humana, foi promulgada a Lei nº 6.938/81, estabelecendo a Política 
Nacional do Meio Ambiente.
2 ASPECTOS GERAIS DA POLÍTICA NACIONAL
DO MEIO AMBIENTE (PNMA)
A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81) é uma ação 
governamental voltada para a proteção e recuperação ambiental. 
Dentre seus principais objetivos está o estabelecimento de padrões 
que tornem possível o desenvolvimento sustentável, através de instrumentos 
capazes de conferir ao meio ambiente maior proteção. As diretrizes desta 
política são elaboradas através de normas e planos destinados a orientar 
Federação, Estados e Municípios, com os princípios elencados no art. 2º desta 
mesma lei, e que veremos mais adiante. 
Adaptado de: <http://www.jurisambiente.com.br/ambiente/politicameioambiente.shtm>.
Acesso em: 5 dez. 2012.
Já em relação aos instrumentos para prevenir e coibir as infrações, como, 
por exemplo, o EIA/RIMA, estes são apresentados no art. 9º desta lei. 
Nossa intenção não é colocar a lei na íntegra, mas, sim, apresentar alguns 
dos artigos que tratam especificamente do alvo maior deste Caderno de Estudos, 
que é o licenciamento, a avaliação e o controle dos impactos ambientais. Você pode 
acessar a lei na íntegra no site <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.
htm>. Assim, seguem trechos a seguir, com destaque para os artigos 1º, 2º, 3º, 4º e 9º.
UNIDADE 1 | POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA E 
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Art 1º - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 
225 da Constituição, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins 
e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio 
Ambiente (SISNAMA) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental.
Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, 
visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos 
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
FONTE: Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>.
Acesso em: 01 dez. 2012.
Assim, com vistas ao exposto nos artigos acima, dentre os principais 
objetivos estão ações governamentais que permitam a manutenção do equilíbrio 
ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser 
necessariamente assegurado e protegido, e tendo em vista o uso coletivo. 
Além disso, objetiva a racionalização do uso do solo, do subsolo, da água 
e do ar, o planejamento e a fiscalização do uso dos recursos ambientais, a proteção 
dos ecossistemas, o controle das atividades com potencial poluidor, incentivos 
à pesquisa ambiental, recuperação de áreas degradadas e, por fim, a educação 
ambiental em todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, 
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
FONTE: Adaptado de: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>.
Acesso em 5 dez. 2012.
O art. 3º da Lei nº 6.938/81 destaca o conceito de meio ambiente, como vimos 
anteriormente neste Caderno de Estudos. O mesmo artigo trata da degradação da 
qualidade ambiental, da alteração adversa das características do meio ambiente, 
além da poluição e da degradação da qualidade ambiental, resultante de atividades 
industriais e/ou de outra natureza, que direta ou indiretamente prejudiquem 
a saúde, a segurança e o bem-estar da população. Ou ainda, atividades que 
prejudiquem as atividades sociais e econômicas, afetem desfavoravelmente a 
biota, ou as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, ultrapassando os 
padrões ambientais estabelecidos. Denomina ainda o poluidor, que representa 
a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou 
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
Alguns dos objetivos da PNMA, previstos no art. 4º da Lei nº 6.938/81, 
podem ser destacados, como, por exemplo, a compatibilização do desenvolvimento 
econômico social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do 
equilíbrio ecológico, a definição de áreas prioritárias de ação governamental 
relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, o estabelecimento de critérios e 
padrões da qualidade ambientale de normas relativas ao uso e manejo de recursos 
TÓPICO 2 | ESTABELECIMENTO DE AÇÕES 
25
ambientais. Outro aspecto de grande importância é a imposição, ao poluidor 
e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados. 
Mais adiante, verificaremos de quem são as responsabilidades provenientes 
dos acidentes ambientais, assim como tratar da responsabilidade civil, penal e 
solidária.
O art. 9º trata de alguns aspectos não menos relevantes. Neste artigo ficam 
definidos o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, o zoneamento 
ambiental e, sobretudo, a avaliação de impactos ambientais e o licenciamento 
ambiental de atividades com potencial poluidor. Estão definidos, ainda, critérios 
de Mecanismos de Produção Limpa (MDLs), ou com menor desperdício e 
resíduos gerados, para que empresas e indústrias se ajustem à nova realidade 
ambiental, assim como a criação de áreas de proteção integral. Estão listadas 
ainda as penalidades disciplinares ou compensatórias, do não cumprimento às 
regras e normativas estabelecidas para a adequada preservação ambiental.
3 RESPONSABILIDADES ROVENIENTES DE ACIDENTES 
AMBIENTAIS
Os acidentes ambientais podem acarretar, além de sanções nas esferas 
administrativas e criminais, obrigações de reparar, indenizar e compensar os danos 
causados, direta ou indiretamente, pelas empresas envolvidas. Fica, portanto, 
evidente a necessidade de se manter um programa de controle frente a todos os 
aspectos de uma determinada atividade econômica. Lembrando, mais uma vez, 
que o art. 225 da Constituição Federal de 1988 diz que todos os cidadãos têm direito 
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Vale destacar aqui que o parágrafo 
deste mesmo artigo faz referência às condutas e atividades consideradas lesivas ao 
patrimônio natural e sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, às sanções 
penais e administrativas (ARAÚJO; VERVUURT, 2005).
Essa norma constitucional iniciou as responsabilizações nas esferas 
administrativa, civil e criminal, das pessoas físicas e jurídicas, pois determinadas 
condutas podem configurar um crime ambiental ou mesmo uma contravenção 
penal, que é uma infração penal, denominada de crime menor, punidas com pena 
de prisão simples ou multa, ou ambas. Isto porque a partir da Lei nº 6.938/81, 
da Política Nacional do Meio Ambiente, como estudamos anteriormente, o 
meio ambiente passa a ser um bem difuso, ou seja, está inserido na sociedade, 
pertencendo a uma coletividade e não apenas a um indivíduo. Basta lembrarmos 
que pertencemos a um ambiente, seja lá qual for, e que interesses individuais não 
podem ser mais considerados.
Assim, quando se lida com atividades com maior risco de causar danos 
a terceiros, deve-se considerar a possibilidade de identificar possíveis causas 
de um acidente. Como veremos na Unidade 3 deste Caderno de Estudos, fazer 
previsões e mapas de risco em uma empresa deve ser rotina comum. No entanto, 
se pensarmos mais a fundo, nem mesmo a fiscalização sobre determinada conduta 
estabelecida por normas, deveria existir. Isso deveria ser parte intrínseca de cada 
UNIDADE 1 | POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA E 
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ser humano. Mais uma vez, se partirmos do princípio de que estamos inseridos 
no meio ambiente, e que cada ação individual afeta o todo e não somente aos 
outros, nos conscientizaríamos e, com certeza, faríamos a nossa parte. 
No Brasil, para qualquer dano ambiental causado, existe a chamada 
responsabilidade objetiva, que não abre exceções para os acidentes que são 
considerados potencialmente poluidores ou de risco iminente. Esta responsabilidade 
objetiva também estabelece que todo aquele que deu causa, ou cometeu um crime 
ambiental, responde por ele, bastando apenas provar o nexo causal entre a atividade 
produtiva, o dano ambiental e o envolvido. Não é mais preciso provar a culpa, e sim 
o nexo causal, que nada mais é do que a existência de relação das partes envolvidas. 
A ausência de culpa não é mais excludente de responsabilidade. A empresa até pode 
alegar que não desejava causar determinado dano, mas o tipo de responsabilidade a 
que irá responder é a “Responsabilidade Ilimitada”. Desta forma, quando atividades 
desse caráter estão em funcionamento, existe a obrigatoriedade de previsão e 
mitigação de possíveis acidentes. Situações clássicas, tradicionalmente aceitas pela 
doutrina brasileira como excludentes de punição, não são mais admitidas nos casos 
de danos ambientais.
No Brasil, para qualquer dano ambiental causado, existe a chamada 
responsabilidade objetiva, que não abre exceções para os acidentes que são considerados 
potencialmente poluidores ou de risco iminente.
ATENCAO
Atualmente, para efeitos de ressarcimento na área cível, não há mais dano 
ambiental tolerável. Não existe mais a possibilidade de uma atividade produtiva 
se excluir da responsabilidade, alegando um dano residual ou permissível. Temos 
como exemplo um motorista de caminhão, que transporta produtos químicos 
para uma empresa, cuja licença ambiental está ativa. Vamos imaginar que um 
acidente ocorra e que boa parte do material químico seja despejada em um córrego 
situado em uma área de proteção ambiental; teoricamente, o único responsável, 
em caso de acidente, seria a empresa, mas agora, até mesmo o motorista poderá 
ser responsabilizado.
A força maior ou o caso fortuito, de acordo com o Código Civil Brasileiro, é 
um acontecimento interno, irresistível e que não emana de culpa do devedor, mas 
decorre de circunstâncias ligadas à sua pessoa ou à sua empresa, e apresenta como 
principal característica a imprevisibilidade. Neste caso, não teríamos como culpar o 
motorista, de acordo com o exemplo acima citado. No entanto, a partir do momento 
em que a nova lei abandonou o conceito de culpa para os problemas ambientais, o caso 
fortuito ou de força maior também foi excluído, portanto, até mesmo um fenômeno 
natural, se for a causa, não exclui a responsabilidade por um acidente ambiental. 
TÓPICO 2 | ESTABELECIMENTO DE AÇÕES 
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Essa é a teoria do risco assumido, cujo fundamento se baseia na seguinte 
premissa: só atua em situações com risco iminente quem tem a capacidade e a 
formação para lidar com tais adversidades e assumir todos os riscos inerentes 
àquela atividade. Portanto, ou assume o risco, ou não exerce a função ou atividade.
4 RESPONSABILIDADE CIVIL
Antes de definirmos a responsabilidade civil, precisamos entender quem 
é a pessoa definida como poluidor ou infrator. De acordo com a Lei nº 6.938, o 
poluidor é a pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, responsável 
direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental. Como 
vimos anteriormente, para a nossa legislação, o caso fortuito ou de força maior 
foi abandonado e, dessa forma, as pessoas ou empresas passam a assumir o risco 
pelas atividades com potencial poluidor. Ou seja, só faz se tem capacidade para 
tal. Devem assumir os riscos, no caso de algum problema ocorrer.
Assim, podemos definir a responsabilidade civil como a obrigação de 
reparar um dano que uma pessoa causa a outra. Desta forma, para reparar o prejuízo 
sofrido por alguma das partes, podendo ser pessoa física ou jurídica e reduzindo 
ao máximo os efeitos causados por determinada agressão, a responsabilização na 
esfera civil permite a recuperação ou mitigação. Deve ficar bem claro que existe 
a obrigação e a possibilidade de contornar o dano provocado, no entanto, sabe-
se que alguns dos danos causados podem ser irrecuperáveis. Utilizemos como 
exemplo uma empresa que atua no ramo de derivados de petróleo. Em caso de 
derramamento, e dependendo das proporções, os danos causados não só à biota e 
flora, como também à sociedade na área de influência do derramamento, podem 
não ser mensuráveis, e podem levar muitos anos, às vezes séculos, para a total 
recuperação do patrimônio natural.
Para se caracterizar a responsabilidade civil é necessário ocorrer um 
dano, e o objetivo é a sua reparação ou indenização.

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