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PRÉ-VESTIBULAR INTENSIVO COLEÇÃO 300 LINGUAGENS, CÓDIGOS, CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS R1 INTENSIVO – PROPOSTOS CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 1 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . Fone: (16) 3238-6300 Av. Dr. Celso Charuri, 6391 Jardim São José – Ribeirão Preto - SP CEP 14098-510 www.coc.com.br PRÉ-VESTIBULAR INTENSIVO – COLEÇÃO 300 LIVRO DE EXERCÍCIOS PROPOSTOS R1 – vol.2 LINGUAGENS, CÓDIGOS, CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS © 2019 – Pearson Education do Brasil Vice-presidência de Educação Juliano de Melo Costa Gerência Editorial de Portfólio de Educação Básica e Ensino Superior Alexandre Ferreira Mattioli Gerência de produtos editoriais Matheus Caldeira Sisdeli Coordenação de produção editorial Felipe A. Ribeiro Coordenação editorial Luiz Fernando Duarte Controle de produção editorial Lidiane Alves Ribeiro de Almeida Autoria Filipe de Faria Dias Leite, Juliana Maria do Carmo Sassarolli, Stevan Schultz Brandão e Vanessa Mazali Fonseca Editoria responsável Fábio Geraldo Romano, Nilson dos Santos Ferreira e Péricles Macedo Polegatto Editoria de conteúdo Breno Carlos da Silva, Emerson Aguinaldo Bulgarelli, Leandra Guerin, Rafael dos Santos Ferreira, Tatiana Watanuki Lourençatto e Tiago Bessa Assistência de editoria Mariana Paulino Silva, Mariana Prudenciatto Ortelani e Paula Garbellini de Barros Rodrigues Revisão gramatical Fabiana Carla Cosenza Oliveira, Flávio Rodrigues dos Santos, Jurema Aprile e Maris Ester Aparecido de Souza Organização de originais Marisa Aparecida dos Santos e Silva Gerência de Design Cléber Figueira Carvalho Coordenação de Design Diogo Rafael da Silva Mecabô Coordenação de pesquisa e licenciamento Maiti Salla Sampaio Alves Pesquisa e licenciamento Andrea Bolanho, Rebeca Fiamozzini, Cristiane Gameiro, Heraldo Colon, Sandra Sebastião e Shirlei Sebastião Editoria de arte Juan Mariano Baldelomar Gutierrez Ilustração Diagrama Soluções Editoriais Projeto gráfico Juan Mariano Baldelomar Gutierrez e Said Tayar Segundo Capa Juan Mariano Baldelomar Gutierrez Editoração eletrônica Diagrama Soluções Editoriais Edição de conteúdo digital Cristian Zaramella PCP Adilândia Araújo Ribeiro, George Romanelli Baldim e Paulo Campos Silva Jr. Fechamento Diagrama Soluções Editoriais e Juan Mariano Baldelomar Gutierrez Todos os direitos desta publicação reservados a Pearson Education do Brasil S.A. CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN_Sumario.indd 2 15/07/2019 14:54 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS R1 INTENSIVO – PROPOSTOS CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 3 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . SU M Sum ário LPO 35 1 PÁG . 5 LPO 35 2 PÁG . 35 LPO 35 3 PÁG . 63 LIN 35 6 PÁG . 81 HIS 36 1 PÁG . 97 GEO 37 1 PÁG . 13 7 GEO 37 2 PÁG . 16 5 SOC 38 2 PÁG . 19 7 FIL 381 PÁG . 18 3 HIS 36 2 PÁG . 12 3 CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 4 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LP O Lín gu a P ort ug ue sa 35 2 35 3 35 1 Módulo 1 �������������������������������������������������������������������8 Módulo 2 �����������������������������������������������������������������10 Módulo 3 ���������������������������������������������������������������� 13 Módulo 4 �����������������������������������������������������������������16 Módulo 5 ���������������������������������������������������������������� 20 Módulo 6 ���������������������������������������������������������������� 23 Módulo 7 �����������������������������������������������������������������27 Módulo 8 �����������������������������������������������������������������31 Gabarito dos Exercícios Propostos������������������ 34 CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 5 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 35 1 6 PV 30 0- 20 -R 1 Módulo 1 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01. Insper-SP Leia o texto e responda à questão. O diminutivo que aumenta O diminutivo virou uma espécie de divisor de águas para o brasileiro. Em Portugal, onde a ambigui- dade linguística tem menor voltagem e toda conversa arrisca-se a seguir o pé da letra, as pessoas tendem a flexionar o grau do substantivo com a consciência de que pão é pão, queijo é queijo – posto que um di- minutivo serve é para diminuir e um aumentativo, para aumentar. Além-mar a ênfase é outra. Quando convém, o diminutivo funciona como aumentativo no Brasil, porque exploramos, como ninguém, o uso dos adjetivos com flexão típica do diminutivo, mas com função superlativa. [...] Disponível no nosso armazém de secos e mo- lhados que é a língua, o adjetivo superlativo fi- cou reservado para ocasiões propícias. Compara- do ao brasileiro, o português usa o recurso com imenso recato. Revista Língua, n. 1. Adaptado Segundo o texto, o diminutivo com função superlativa é uma construção tipicamente brasileira, diferentemente do que ocorre em Portugal. Identifique a alternativa que apresenta essa construção. a. Aguarde só mais um minutinho, por favor. b. Para as moças, esconder a verdade era apenas uma brincadeirinha. c. Nada melhor do que um café quentinho no meio de uma tarde fria. d. É apenas um presentinho, você merece muito mais. e. Esperava ver um jardim bonitinho e encontrou uma aula de paisagismo. 02. UFAM Leia o texto e responda à questão. Já quase não vemos as estrelas nas cidades; por isso, é indiferente ficarmos ou não com as janelas serradas. Não houvesse luz elétrica, como há cer- ca de duzentos anos, poderíamos, como privilegia- dos expectadores, ver cometas arrastando suas luminosas caldas em determinada parte do céu, em harmonioso conserto. Todos nós nos tornaría- mos expertos no assunto, graças apenas à obser- vação diária. MADEIRA, Mauro Manoel. Lições de Física. Travessia. Assinale a alternativa em que a proposta de substituição da palavra em destaque não se justifica. a. a palavra serradas deveria ser substituída por cer- radas. b. a palavra caldas deveria ser substituída por caudas. c. a palavra expertos deveria ser substituída por espertos. d. a palavra expectadores deveria ser substituída por espectadores. e. a palavra conserto deveria ser substituída por concerto. 03. UFPE Leia o texto e responda à questão. O ser humano e o uso de códigos ou sistemas semióticos O ser humano se distinguiu das demais espé- cies animais, entre outras características, pelo fato de possuir a capacidade de usar códigos elabora- dos para comunicar suas ideias, seus pensamentos, emoções etc. De todos esses códigos ou sistemas semióticos (capazes de veicular significados/senti- dos entre pessoas), o mais complexo, elaborado e difundido é a língua. Assim, a capacidade de usar uma língua é característica e caracterizadora da raça humana enquanto tal. Todos os seres huma- nos, exceto os casos de patologia, são capazes de adquirir a língua da sociedade em que nasceram, de uma forma que poderíamos chamar essa aquisi- ção de “natural”, uma vez que não exige qualquer esforço consciente ou explícito. Já a versão escrita da língua normalmente exige, para sua aquisição, um empenho explícito em uma situação formal de ensino e aprendizagem. Com o desenvolvimento de tecnologias, o ho- mem criou meios de comunicação variados e cada vez mais sofisticados. [...] No entanto, todaesta ino- vação tecnológica e todos os meios de comunicação são, na verdade, veículos e não sistemas semióticos capazes de “instruir” significados e possibilitar a tro- ca de mensagens entre pessoas. Ou seja, a língua ainda é, e provavelmente con- tinuará sendo por muito tempo, de importância fun- damental, para que a comunicação entre os homens, com todas as consequências daí advindas, se faça de maneira eficiente. Podemos, portanto, afirmar que uma educação linguística é fundamental para as pes- soas viverem bem em uma cultura que se veicula por uma língua. TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática: ensino plural. São Paulo: Cortez, 2003. Adaptado. A pretensão maior do autor, no desenvolvimento do texto, foi ressaltar a. as condições especiais que a versão escrita da língua normalmente exige para sua aquisição. Consequen- temente, faz-se necessário um empenho explícito de ensino e aprendizagem. b. a importância capital das línguas, como possibili- dade de o homem expressar seus pensamentos e emoções. Daí, a necessidade premente de uma edu- cação linguística. CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 6 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 55 1 7 PV 30 0- 20 -R 1 c. a contribuição fundamental trazida pelas inovações tecnológicas a todos os meios e recursos da comuni- cação. Logo, é mister aperfeiçoar os diferentes siste- mas semióticos. d. das culturas que são veiculadas pelos sistemas linguísticos, os únicos capazes de “instruir” signifi- cados. O conhecimento dessas culturas, portanto, é fundamental. e. o papel fundamental da comunicação linguística entre as pessoas e as consequências sociais advindas des- sa comunicação. Assim, convém que ela se realize da maneira mais correta possível. 04. ESPM-SP Leia o texto e responda à questão. Avicultura sociopolítica à parte, os lusos, a des- peito de seus questionamentos, e os demais gover- nos da Comunidade dos Países de Língua Portugue- sa, com exceção de Angola, já ratificaram o acordo ortográfico. PANSA, Karine. In: Folha de S.Paulo, 19 ago. 2014. No trecho: “Avicultura sociopolítica à parte, os lusos, a despeito de seus questionamentos, [...]”, a expressão em ne- grito pode ser substituída, sem prejuízo semântico, por a. à custa de. b. apesar de. c. à procura de. d. a respeito de. e. no âmbito de. 05. Sistema COC As regras de acentuação na língua portuguesa funda- mentam-se na posição da sílaba tônica, o que determina aplicação do acento tônico em milhares de palavras. Esse mecanismo auxilia decisivamente na correta modulação de voz, notadamente nas palavras com mais de uma sílaba. A par disso, e após a leitura do excerto a seguir, assinale a alternati- va na qual todas as palavras são paroxítonas. Os trotes universitários, muitas vezes humi- lhantes e violentos, por exemplo, ainda são pou- co discutidos e só ganham visibilidade quando os meios de comunicação veiculam cenas de barbá- rie. A literatura mostra a existência desse costume em diversos países. No Brasil, datam da criação das instituições acadêmicas. Como herança de Coimbra, os trotes em algumas instituições brasi- leiras já fizeram – e continuam a fazer – inúmeras vítimas. O primeiro registro de morte – de um alu- no da Faculdade de Direito – ocorreu em Recife, em 1831. Disponivel em: <http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/ brincadeiras_perversas.html>. Acesso em: abr. 2019. a. Universitários, barbárie, inúmeras b. Acadêmicas, violentos, inúmeras c. Vítimas, violentos, inúmeras d. Universitários, acadêmicas, humilhantes e. Violentos, universitários, barbárie 06. VUNESP Leia a charge e responda à questão. Disponível em: <www.charge.com.br>. Acesso em: abr. 2019. Um dos efeitos de humor da charge reside no fato de as personagens entenderem “roçona” e “rocinha” como a. palavras sinônimas derivadas de roça. b. aumentativo e diminutivo de roça, respectivamente. c. áreas urbanas onde se trabalha pouco. d. áreas rurais cuidadas pelo Exército. e. substantivos próprios relativos a logradouro. 07. VUNESP Leia o texto de Pedro Gonzaga e responda à questão. Reclamação A literatura é uma arte solitária. Seu labor é da mente para a página. Sua estranha fantasia é a de que alguém possa dar forma ao idioma para que outra experiência mental e individual se realize: a do leitor. Apesar de saraus e oficinas, a escrita rara- mente escapa de ser esta atividade insossa e deser- tada: sentar e escrever sozinho. E, se também são solitárias a pintura e a escultura, ambas têm a van- tagem de serem dinâmicas, físicas, performáticas, de um modo que as aproxima mais das artes cole- tivas, como a dança, a música, o teatro, o cinema. Quando fui músico, muitas vezes reclamei dos ensaios, dos shows em que o som estava péssimo, de contratantes que não entregavam o que prometiam, mas, em especial, do trabalho que a difícil democra- cia de participar de uma banda grande demandava. Quantas viagens, quantas discussões, quantas concessões. E quantas alegrias, quantas vezes olhar para o lado e cruzar com a mirada de alguém que estava ali junto contigo, numa construção maior porque erguida por mais gentes. Mais artistas de um lado, mais espectadores de outro. Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br>. Acesso em: abr. 2019. Adaptado. Em “Apesar de saraus e oficinas, a escrita raramente escapa de ser esta atividade insossa e desertada: sentar e escrever sozinho.”, a oração destacada pode ser substituída, conforme a norma-padrão da língua, por: a. A despeito de haverem saraus e oficinas. b. Se bem que promova-se saraus e oficinas. c. Ainda que aconteça saraus e oficinas. d. Embora exista saraus e oficinas. e. Mesmo que haja saraus e oficinas. CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 7 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 35 1 8 PV 30 0- 20 -R 1 08. Inaz-PA Leia o texto e responda à questão. O menino Vou fazer um apelo. É o caso de um menino de- saparecido. Ele tem 11 anos, mas parece menos; pesa 30 quilos, mas parece menos; é brasileiro, mas parece menos. É um menino normal, ou seja: subnutrido, desses milhares de meninos que não pediram pra nascer; ao contrário: nasceram pra pedir. Calado demais pra sua idade, sofrido demais pra sua idade, com idade demais pra sua idade. É, como a maioria, um desses meninos de 11 anos que ainda não tiveram infância. Parece ser menor carente, mas, se é, não sabe disso. Nunca esteve na Febem, portanto não teve tempo de aprender a ser criança-problema. Anda descalço por amor à bola. Suas roupas são de segunda mão, seus livros são de segunda mão e tem a desconfiança de que a sua própria história alguém já viveu antes. Do amor não correspondido pela professora, descobriu que viver dói. Viveu cada verso de Romeu e Julieta, sem nunca ter lido a história. Foi Dom Quixote sem precisar de Cervantes e sabe, por intuição, que o mundo pode ser um inferno ou uma badalação, dependendo se ele é visto pelo Nelson Rodrigues ou pelo Gilberto Braga. De seu, tinha uma árvore, um estilingue zero qui- lômetro e um pássaro preto que cantava no dedo e dormia em seu quarto. Tímido até a ousadia, seus silêncios grita nos cantos da casa e seus prantos eram goteiras no te- lhado de sua alma. Trajava, na ocasião em que desapareceu, uns olhos pretos muito assustados e eu não digo isso pra ser original: é que a primeira coisa que chama a atenção no menino são os grandes olhos, despro- porcionais ao tamanho do rosto. Mas usava calças curtas de caroá, suspensórios de elástico, camisa branca e um estranho boné que, embora seguro pelas orelhas, teimava em tombar pro nariz. Foi visto pela última vez com uma pipa na mão, mas é de todo improvável que a pipa o tenha em-pinado. Se bem que, sonhador de jeito que ele é, não duvido nada. Sequestrado, não foi, porque é um menino que nasceu sem resgate. Como vocês veem, é um menino comum, desses que desaparecem às dezenas todos os dias. Mas, se alguém souber de alguma notícia, me procure, por favor, porque... ou eu encontro de novo esse menino que um dia eu fui, ou eu não sei o que vai ser de mim. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/cultura/um-autorretrato- ineditode-chico-anysio-4428439#ixzz4fUBCeQKv>. Acesso em: abr. 2017. Considerando-se o fragmento “desses milhares de me- ninos que não pediram pra nascer” à luz da modalidade escrita e falada da língua, pode-se constatar o emprego da variação linguística a. regional. b. literária. c. coloquial. d. culta. e. técnica. 09. Samae-RS Leia os quadrinhos do Armandinho, de Alexandre Beck, e responda à questão. Considerando-se a representação semântica da palavra vendo no contexto da tira, é correto afirmar que ocorre a. denotação. b. conotação. c. homonímia. d. homofonia. e. sinonímia. 10. UFSC Leia o texto e responda à questão. Sotaques no papel Feitos sem pretensão científica, “dicionários” informais exploram as falas típicas de estados brasileiros Em suas viagens para casa, de Brasília ao Piauí, o jornalista Paulo José Cunha, de 57 anos, gosta de puxar uma cadeira e ouvir as histórias de dona Yara, sua mãe. Desses momentos familiares, o professor da Universidade Federal de Brasília (UnB) coletou grande parte dos verbetes e expressões tipicamente piauienses que deram origem à Grande enciclopédia internacional de piauiês. O cirurgião vascular paraibano Antonio Soares da Fonseca Jr., de 61 anos, autor do Dicionário do português nordestino, conta que primeiro escolhia aleatoriamente algum destino entre Rio Grande do Norte e Sergipe. Depois de pegar um avião de São Paulo, sentava na primeira mesa de bote- co da região e chamava o primeiro que passava para dividir uma cerveja. Aí era ligar o gravador e registrar o papo carregado de expressões, como o substantivo “lapada” (pancada), o verbo “cas- cavilhar” (procurar minuciosamente), a profissão “capagato” (técnico agrícola) e a aprendiz de in- terjeição “pronto” (“quando olhei, pronto!, tudo havia acabado”). É nesse ambiente informal de pesquisa empírica que a maioria dos dicionários regionais é concebida. Sem o peso da responsabilidade de seguir as metodologias exigidas pela academia, esses trabalhos são marcados pela despretensão e pelo bom humor. [...] De tão encantado com o falar do catarinense, o comerciante, taxista e escritor Isaque de Borba Corrêa, de 47 anos, é um autodidata em linguística. CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 8 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 55 1 9 PV 30 0- 20 -R 1 Nada parecido com o Isaque que em 1981 lançou o Dicionário do papa-siri, com expressões típicas da re- gião de Camboriú e do Vale do Itajaí. Ele conta que ti- nha vergonha de dizer que estava montando um livro naqueles moldes. Hoje, termos como “dialetologia” (estudo dos traços linguísticos dos dialetos) e “idio- tismos” (traços que mais caracterizam uma língua em relação a outras que lhe são cognatas) são rotina na vida do autor que, em 2000, lançou uma obra “mais evoluída”, segundo sua avaliação: o Dicionário catari- nense. [...] O trabalho desenvolvido pelos apaixonados por regionalismos é visto com ressalvas pelos lexi- cógrafos profissionais. Mesmo o termo “dicionário” para identificar as obras é contestado, por exemplo, pelo lexicógrafo Francisco da Silva Borba, organiza- dor do Dicionário Unesp do português contemporâneo, que reúne cerca de 60 mil verbetes. — Esses trabalhos são, na verdade, vocabulários. É o recolhimento de palavras de determinada região – explica. [...] — Eles podem, assim, induzir a erro e oficializar versões equivocadas – analisa o lexicó- grafo Francisco Filipak, autor do Dicionário sociolin- guístico do Paraná [...]. Diferentemente dos demais vocabulários regio- nais, o de Filipak é concebido como um dicionário, de fato. Após 30 anos de pesquisa, catalogação e seleção, ele reuniu os 6 mil verbetes que compõem o estudo de 400 páginas. Seguindo à risca a metodo- logia dos grandes dicionários do país, Filipak incluiu todas as designações de cada verbete, citando suas variações vocabulares típicas só daquela região. Hoje, com 83 anos, diz desconhecer outro dicionário regional que tenha se guiado pelo mesmo rigor me- todológico. [...] Mesmo sendo de autores diletantes, os dicionários regionais são valorizados pelos pes- quisadores que formulam obras consagradas. Todos constam das prateleiras das equipes que atualizam os maiores dicionários da língua. BONINO, Rachel. Língua Portuguesa, ano 2, n. 27. Adaptado. Considere as afirmações e faça a soma das corretas. 01. O uso das aspas em “dicionários” (subtítulo), “diale- tologia” e “idiotismos” serve para indicar ironia, dis- cordância da autora em relação ao valor que outros atribuem aos termos. 02. A classificação elaborada por Antonio Soares da Fon- seca Jr., além de informal, é equivocada, porque o ter- mo “lapada” seria mais bem enquadrado como verbo do que como substantivo e porque não existe uma classe dos “aprendizes de interjeição”. 04. O título Grande enciclopédia internacional de piauiês, dado ao dicionário elaborado por Paulo José Cunha, revela ao leitor a grande abrangência e seriedade do trabalho dos lexicógrafos amadores. 08. O emprego dos termos informais “boteco” e “papo”, que destoa um pouco do restante do texto, marcado pelo uso da variedade culta escrita, pode ser explica- do em parte como reflexo do próprio assunto tratado, a informalidade com que Antonio Soares da Fonseca Jr. colhe dados para seu dicionário. 16. O adjetivo “diletantes” funciona no texto como sinôni- mo de “profissionais”, uma vez que o texto aproxima o trabalho dos autores diletantes, “apaixonados por regionalismos”, ao dos lexicógrafos profissionais. 32. As expressões “de fato”, “à risca”, “grandes dicioná- rios do país” e “rigor metodológico”, assim como a informação de que o dicionário de Filipak consumiu “30 anos de pesquisa, catalogação e seleção”, ser- vem ao mesmo fim argumentativo, que é dar ao leitor uma impressão de solidez científica dessa obra. Veja o gabarito desses exercícios propostos na página 34. CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 9 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 35 1 10 PV 30 0- 20 -R 1 Nos quadrinhos, a sequência macroeconomia – microe- conomia – nanoeconomia é empregada para a. atenuar a ideia de queda do PIB. b. fortalecer a ideia de um PIB alto. c. reforçar a ideia de queda do PIB. d. sugerir a ideia de estabilidade do PIB. e. contestar a ideia de queda do PIB. 03. UNEAL Em “Ao contrário de gerações passadas, eles encontram confiança e segurança em casa e têm na família sua maior fonte de alegria.”, o termo destacado recebeu acento a. porque todos os verbos conjugados na terceira pes- soa do plural recebem acento diferencial. b. por estabelecer relação de concordância com a ex- pressão “gerações passadas”. c. por estabelecer relação de concordância com o sujeito da oração “eles”. d. por estabelecer relação de concordância com a ex- pressão “em casa”. e. por estabelecer relação de concordância com o sujeito composto “confiança e segurança”. 04. IFMT Leia o texto e responda à questão. Rotular para descartar Um dos meus assombros infantis: qual a ver- dade de cada pessoa, aquelas que me rodeavam numa casa geralmente alegre, as figuras cotidianas da família? Eu descobrira que nem sempre dizia o que pen- sava: e os demais? [...] No mais trivial comentário, por que,em lugar de olhar para o outro, a gente tem tanta facilidade em rotular, discriminando, marcando a ferro e fogo o co- lega, amigo, vizinho, amado ou amada, até mesmo o rival? [...] Não vemos gente ao nosso redor, vemos etique- tas. Difícil, assim, sentir-se acompanhado; difícil, desse jeito, amar e ser estimado. Vivemos como ilhotas sem viagens nem pontes, olhar rápido e su- perficial, o julgamento à mão como um lenço de papel. Todos sozinhos, isolados em nossas gavetas con- ceituais nada positivas. Não admira que a gente sin- ta medo; solidão; raiva; mesmo que imprecisa, nem sabemos do quê ou de quem; susto; desespero; pres- sa em criticar para não ser criticado. LUFT, Lya. Em outras palavras. Rio de Janeiro: Record, 2006. Com relação a aspectos gramaticais, considere as afirma- ções e assinale a alternativa correta. 01. FGV-SP Leia o trecho de Quincas Borba, de Machado de Assis, e responda à questão. Rubião fitava a enseada, – eram oito horas da manhã. Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas, em verdade, vos digo que pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora? Capitalista! Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Pa- lha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chi- nelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade. — Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade tem casado com Quincas Borba, apenas me daria uma espe- rança colateral. Não casou; ambos morreram, e aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia uma desgraça... O verbo cuidar foi empregado no texto (cuidaria) com a mesma acepção que na seguinte frase: a. Por ser inconsequente, não cuidava ser o projeto tão árduo. b. Apesar de ser criança, sabia se cuidar como ninguém. c. Ainda não tivera tempo de cuidar da forma de chegar lá. d. Em meio à crise, todos devem se cuidar. e. Todos os moradores cuidavam da vila com dedicação. 02. FGV-SP Leia os quadrinhos e responda à questão. Velati. Folha de S.Paulo, 24 jul. 2014. Módulo 2 EXERCÍCIOS PROPOSTOS CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 10 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 55 1 11 PV 30 0- 20 -R 1 I. No primeiro parágrafo, o uso do pretérito imperfeito do modo indicativo remete a uma situação em andamen- to no tempo passado. II. No trecho “discriminando, marcando a ferro e fogo o colega”, a escolha dos verbos e uso do gerúndio in- tensificam a ação de rotular como lenta, gradativa e profunda. III. A palavra gente é empregada, ao longo do texto, como pronome pessoal. IV. A forma verbal descobrira, segundo parágrafo, refere- -se a um passado anterior à descoberta de que trata a autora nesse trecho. a. Somente I, III e IV estão corretas. b. Somente I e II estão corretas. c. Somente I, II e III estão corretas. d. Somente I, II e IV estão corretas. e. Somente II e IV estão corretas. 05. UFTM-MG Leia o texto e responda à questão. __________________ pouco mais de uma década quase não __________ genomas completos para se- rem analisados. Hoje __________ programas e mão de obra ________ para dar conta da quantidade de sequências de DNA já depositadas em bases públicas de dados e que saem diariamente de uma nova geração de sequenciadores. Extremamente velozes, essas máquinas determinam os pares de bases do material genético, as chamadas letras químicas, a um preço milhares de vezes menor do que no início dos anos 2000, quando chegou ao fim a epo- peia de sequenciar o primeiro genoma humano. Pesquisa Fapesp, fev. 2013. Adaptado. Em conformidade com a norma-padrão da língua portu- guesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respec- tivamente, com: a. Há – havia – faltam – especializada b. A – tinham – falta – especializado c. À – haviam – faltam – especializados d. A – existiam – falta – especializada e. Há – tinha – falta – especializados Leia o texto e responda às questões 06 e 07. Ser multitarefa, uma outra dimensão do mesmo fenômeno, é visto como uma capacidade neste mo- mento histórico, uma espécie de ganho evolutivo que tornaria a pessoa mais bem adaptada à sua época. É pergunta de questionários, qualidade apre- sentada por pessoas vendendo a si mesmas, exigên- cia apontada pelos gurus do sucesso. Logo se torna- rá altamente subversivo, desorganizador, alguém ter a ousadia de afirmar: “Não, eu não sou multitarefa. Me dedico a uma coisa de cada vez.”. Han, assim como outros filósofos contemporâneos, discorda dessa ideia – ou dessa propaganda. Ou, ain- da, dessa armadilha. Para ele, a técnica temporal e de atenção multitarefa não representa nenhum progresso civilizatório. Trata-se, sim, de um retrocesso. O excesso de positividade se manifesta também como excesso de estímulos, informações e impulsos. Modifica radical- mente a estrutura e a economia da atenção. Com isso, fragmenta e destrói a atenção. A técnica da multitarefa não é uma conquista civilizatória atingida pelo humano deste tempo histórico. Ao contrário, está amplamen- te disseminada entre os animais em estado selvagem: “Um animal ocupado no exercício da mastigação da sua comida tem de ocupar-se, ao mesmo tempo, também com outras atividades. Deve cuidar para que, ao comer, ele próprio não acabe comido. Ao mesmo tempo, ele tem que vigiar sua prole e manter o olho em seu/sua parceiro/a. Na vida selvagem, o animal está obrigado a dividir sua atenção em diversas atividades. Por isso, não é capaz de aprofundamento contemplativo – nem no comer nem no copular. O animal não pode mergulhar contemplativamente no que tem diante de si, pois tem de elaborar, ao mesmo tempo, o que tem atrás de si”. A contemplação é civilizatória. E o tédio é criati- vo. Mas ambos foram eliminados pelo preenchimento ininterrupto do tempo humano por tarefas e estímu- los simultâneos. Você executa uma tarefa e atende ao celular, responde a um WhatsApp enquanto cozi- nha, come assistindo à Netflix e xingando alguém no Facebook, pergunta como foi a escola do filho che- cando o Twitter, dirige o carro postando uma foto no Instagram, faz um trabalho enquanto manda um e-mail sobre outro e assim por diante. Duas, três... várias tare- fas ao mesmo tempo. Como se isso fosse um ganho – e não uma perda monumental, uma involução. Voltamos ao modo selvagem. Nietzsche (1844- 1900), ainda na sua época, já chamava a atenção para o fato de que a vida humana finda numa hipe- ratividade mortal se dela for expulso todo elemento contemplativo: “Por falta de repouso, nossa civiliza- ção caminha para uma nova barbárie.” 06. FADESP Sobre o texto, considere as afirmações e assinale a alter- nativa correta. I. O advérbio ainda (2o parágrafo) expressa a ideia de tempo presente. II. O futuro do pretérito, no verbo tornar (1o parágrafo), marca também o distanciamento da autora em rela- ção àquilo que é afirmado. III. As palavras propaganda e armadilha (2o parágrafo) revelam a falta de adesão da autora quanto à impor- tância da técnica temporal e de atenção multitarefa. IV. O pronome você (3o parágrafo) é utilizado pela autora para estabelecer uma interlocução mais próxima com o leitor, como uma estratégia de convencimento. a. Somente I e III estão corretas. b. Somente II e III estão corretas. c. Somente III e IV estão corretas. d. Somente I, II e IV estão corretas. 07. FADESP Releia o trecho em que a autora enumera as tarefas rea- lizadas hoje: “Você executa uma tarefa e atende ao celular, responde a um WhatsApp enquanto cozinha, come assistindo à Netflix e xingando alguém no Facebook, pergunta como foi CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 11 13/07/2019 13:28É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 35 1 12 PV 30 0- 20 -R 1 a escola do filho checando o Twitter, dirige o carro postando uma foto no Instagram, faz um trabalho enquanto manda um e-mail sobre outro e assim por diante. Duas, três... várias tare- fas ao mesmo tempo.”. Quanto aos mecanismos de coesão, é correto afirmar que o a. tempo dos verbos marca uma enumeração. b. gerúndio assinala a simultaneidade de ações. c. conector enquanto expressa a ideia de conformidade. d. conector e, em suas duas ocorrências, tem valor adversativo. 08. Acafe-SC Complete as frases, empregando os verbos entre parên- teses no tempo certo e adequado ao contexto, e assinale a alternativa correta. I. Se ele __________ sim ao convite, a diretoria poderia repro- gramar o evento. (dizer) II. Quando nós __________ a próxima festa de confraterniza- ção, contrataremos seus serviços. (fazer) III. Se amanhã os perfumes não __________ nessa caixa, tere- mos que levar alguns na mala. (caber) IV. Tenho a esperança de que vocês __________ resolver esse problema melhor do que eu. (saber) a. disse-se – faremos – caberem – saibam b. disser – fizéssemos – coubessem – saibam c. dissesse – fizermos – couberem – saibam d. dizer – fazermos – cabessem – saibam 09. UNESP Leia o excerto do livro Violência urbana, de Paulo Sérgio Pinheiro e Guilherme Assis de Almeida, e responda à questão. De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem aber- tos. Evite falar com estranhos. À noite, não saia para caminhar, principalmente se estiver sozinho e seu bairro for deserto. Quando estacionar, tranque bem as portas do carro [...]. De madrugada, não pare em sinal vermelho. Se for assaltado, não reaja – entregue tudo. É provável que você já esteja exausto de ler e ouvir várias dessas recomendações. Faz tempo que a ideia de integrar uma comunidade e sentir-se confiante e seguro por ser parte de um coletivo deixou de ser um sentimento comum aos habitantes das grandes cidades brasileiras. As noções de segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo sentimento de insegurança e pelo isolamento que o medo impõe. O outro deixa de ser visto como parceiro ou parceira em potencial; o desconhecido é encarado como ameaça. O sentimento de insegurança transforma e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares de encontro, troca, comunidade, participação coletiva, as moradias e os espaços públicos transformam-se em palco do horror, do pânico e do medo. A violência urbana subverte e desvirtua a fun- ção das cidades, drena recursos públicos já escas- sos, ceifa vidas – especialmente as dos jovens e dos mais pobres –, dilacera famílias, modificando nossas existências dramaticamente para pior. De potenciais cidadãos, passamos a ser consumido- res do medo. O que fazer diante desse quadro de insegurança e pânico, denunciado diariamente pe- los jornais e alardeado pela mídia eletrônica? Qual tarefa impõe-se aos cidadãos, na democracia e no Estado de direito? O trecho “As noções de segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo sentimento de insegurança e pelo isolamento que o medo impõe.” foi construído na voz passiva. Ao se adaptar tal trecho para a voz ativa, a locução verbal “fo- ram substituídas” assume a seguinte forma: a. substitui. b. substituíram. c. substituiriam. d. substituiu. e. substituem. 10. Fuvest-SP Leia o trecho de Iracema, de José de Alencar, e responda à questão. Nasceu o dia e expirou. Já brilha na cabana de Araquém o fogo, compa- nheiro da noite. Correm lentas e silenciosas no azul do céu, as estrelas, filhas da lua, que esperam a volta da mãe ausente. Martim se embala docemente; e como a alva rede que vai e vem, sua vontade oscila de um a outro pensamento. Lá o espera a virgem loura dos castos afetos; aqui lhe sorri a virgem morena dos ardentes amores. Iracema recosta-se langue ao punho da rede; seus olhos negros e fúlgidos, ternos olhos de sabiá, buscam o estrangeiro, e lhe entram n’alma. O cristão sorri; a virgem palpita; como o saí, fascinado pela serpente, vai declinando o lascivo talhe, que se de- bruça enfim sobre o peito do guerreiro. É correto afirmar que, no texto, o narrador a. prioriza a ordem direta da frase, como se pode verificar nos dois primeiros parágrafos do texto. b. usa o verbo correr (2o parágrafo) com a mesma acepção que se verifica na frase “Travam das armas os rápidos guerreiros, e correm ao campo” (também extraída do romance Iracema). c. recorre à adjetivação de caráter objetivo para tornar a cena mais real. d. emprega, a partir do segundo parágrafo, o presente do indicativo, visando dar maior vivacidade aos fatos nar- rados, aproximando-os do leitor. e. atribui, nos trechos “aqui lhe sorri” e “lhe entram n’al- ma”, valor possessivo ao pronome lhe. Veja o gabarito desses exercícios propostos na página 34. CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 12 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 55 1 13 PV 30 0- 20 -R 1 01. UFSCar-EAD Leia o texto e responda à questão. Há alguns meses, eu me toquei de que meu filho de 4 anos ainda não conhecia a bisavó, que vai fazer 90 anos e mora no interior do Rio Grande do Sul. Não é uma viagem fácil para se fazer com crianças, mas nenhuma desculpa é suficiente para adiar esse encontro. Seguir a viagem até a casa da avó, a cer- ca de duas horas e meia de carro a partir de Porto Alegre, foi como voltar no tempo. As curvas, a sina- lização, os campos e plantações a perder de vista eram algo tão familiar para mim que senti o con- forto de estar pisando em um lugar de onde nunca saí. E provavelmente não, afinal, nossas raízes estão sempre conosco. Já no centro da cidade, o apartamento do pré- dio frio e pouco iluminado da minha avó reluziu quando os bisnetos entraram. Toda a família estava por lá, numa intensa celebração do encontro. Pri- mos e seus filhos, tios, avós, pais, esposa, uma pro- fusão de gente da família e que imediatamente nos conecta com o que é importante. Nenhuma reali- zação do trabalho é tão importante quanto isso. Pensei naquilo ao olhar para o espelho do banheiro daquele apartamento onde vivi por um tempo há quase 30 anos. Enquanto fitava meu rosto já com alguns sinais do tempo, lembrava-me de mim levantando os pés para poder alcançar o olhar no espelho. E percebi que, como diz Heráclito, um homem nunca pode- rá entrar duas vezes no mesmo rio, porque quan- do ele passar de novo por ali, o rio já não será o mesmo, assim como o homem também não será. A estrada até a casa da minha avó continua com 190 quilômetros, mas está tão mudada quanto eu. A busca da felicidade era uma naqueles anos e hoje é outra. CUNHA, Rodrigo Viera da. Disponível em: <http://vidasimples. abril.com.br>. Acesso em: abr. 2019. Adaptado. O termo isso, em destaque no segundo parágrafo, faz referência a. ao sentido de gratidão do narrador pelos anos em que viveu naquele mesmo apartamento ao lado da avó. b. à alegria do narrador em descobrir que, mesmo após trinta anos, o apartamento da avó preservava uma at- mosfera calorosa e aconchegante. c. à satisfação experimentada pelo narrador a partir da realização do trabalho, do qual depende o conforto da família. d. ao contentamento do narrador em ver que a família pros- perou financeiramente e melhorou seu status social. e. à sensação de estar conectado com algo importante, decorrente da celebração do encontro do narrador com os familiares. 02. UECE Em “Não, nunca me acontecem milagres.”, há algumas peculiaridades. Assinale a alternativa correta em relação a esse enunciado. a. O emprego do advérbio não no início do enunciado é textualmente irrelevante. Ele poderia ocupar qualquer lugar no enunciado sem quehouvesse alteração em nenhum nível do texto. b. Há nele uma dupla negativa, muito característica da língua popular, mas só na modalidade escrita. c. Reescrito, o enunciado poderia ficar assim: Não me acontecem milagres nunca. Dessa maneira, efetua-se a separação dos dois elementos negativos. Essa nova estrutura prejudica a compreensão das ideias do texto. d. Na reescritura “Não, milagres nunca me acontecem.”, o sujeito do enunciado ocupa a posição canônica, isto é, a mais usada. Essa mudança altera a expressivida- de e a impressividade da frase. 03. UFAM Assinale a frase em que o pronome pessoal está empre- gado corretamente. a. Entre eu e tu, não existe mais a antiga e sólida amizade. b. Os problemas surgidos na empresa têm de ser resolvi- dos por eu e você. c. Quando tornei a si, não percebi de imediato onde estava. d. A palestra de abertura do ano letivo era para mim proferir. e. Para mim, entrar num elevador é um martírio, pois so- fro de claustrofobia. 04. UEPG-PR Leia o texto e responda à questão. Relatório sugere que a França libere véu na escola Permitir que as alunas muçulmanas usem os véus típicos e promover o ensino de línguas árabes e afri- canas nas escolas francesas. Essas são algumas das recomendações de um relatório encomendado pelo primeiro-ministro da França, Jean-Marc Ayrault, como parte do programa de revisão das políticas públicas de integração de imigrantes. O documento sugere que o governo francês deva revisar medidas implementadas nas últimas décadas – pautadas na justificativa do en- sino laico – para integrar efetivamente sua população imigrante. Entre elas, a proibição do uso do véu e de outros elementos religiosos nas escolas. O relatório demanda ainda que a França reconheça sua dimensão e identidade árabe, reformule seu currículo de histó- ria, crie um dia especial para homenagear as culturas imigrantes e defina como crime o “assédio racial”. À imprensa, Ayrault afirmou que não há planos para der- rubar a proibição do véu e que o pedido do relatório não faz parte de suas conclusões políticas de governo. Revista Carta na Escola, fev. 2014, n. 83, Editora Confiança, Coluna Mosaico. Adaptado. Módulo 3 EXERCÍCIOS PROPOSTOS CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 13 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 35 1 14 PV 30 0- 20 -R 1 Na oração “não há planos”, o verbo haver é impessoal, portanto a oração é sem sujeito. Com relação à impessoali- dade do verbo haver, leia as afirmações e faça a somatória das corretas. 01. Em quase todos os itens do relatório, houve preocupação com o acolhimento do imigrante no território francês. 02. Parece que a população imigrante não se houve muito bem com relação às solicitações de mudança no país. 04. Em se tratando do bem-estar da população, há ma- neiras de se chegar a um consenso. 08. Há de ser analisado o relatório encomendado pelo primeiro-ministro. 16. Há muitas dúvidas quanto ao propósito de incentivar a integração dos imigrantes na França. 05. ESPM-SP Leia o texto e responda à questão. [A] vida humana é mais governada pelo acaso do que pela razão, deve ser encarada mais como um enfadonho passatempo do que como uma ocupação séria, e é mais influenciada pelo temperamento de cada um do que por princípios de ordem geral. De- vemos empenhar-nos nela com paixão e ansiedade? Não é merecedora de tanta preocupação. Deve- mos ser indiferentes a tudo o que acontece. Nossa fleuma e falta de interesse far-nos-á perder todo o prazer do jogo. Enquanto especulamos a respeito da vida, a vida já passou. E a morte, embora talvez eles a recebam de maneiras diferentes, trata do mesmo modo o tolo e o filósofo. Tentar reduzir a vida a uma regra e um método exatos é geralmente uma ocupa- ção dolorosa ou infrutífera – e não é isso mais uma prova de que superestimamos o prêmio por que lutamos? E mesmo especular tão cuidadosamente sobre ela, procurando estabelecer com rigor sua jus- ta ideia, equivaleria a superestimá-la, se para certos temperamentos esta ocupação não fosse uma das mais divertidas a que é possível dedicar a vida. HUME, David. O cético. In: Ensaios morais, políticos e literários. Vocabulário Fleuma: frieza, serenidade, impassibilidade. No trecho “E a morte, embora talvez eles a recebam de maneiras diferentes [...]”, o pronome em negrito se refere a a. vida e acaso. b. tolo e filósofo. c. fleuma e prazer. d. passatempo e ocupação. e. regra e método. Leia o texto e responda às questões 06 e 07. Tartaruga gigante de Galápagos, de mais de 150 anos, morre em zoo nos EUA A tartaruga-gigante-de-galápagos chamada Speed, o morador mais antigo do zoológico de San Diego, no estado norte-americano da Califórnia, morreu em 19 de junho de 2015. O zoológico informou que o ani- mal de mais de 150 anos foi sacrificado após passar alguns anos sofrendo de artrite. Speed chegou ao local em 1933, como parte de um programa para ajudar a preservar as tartarugas gigantes que vivem nas pro- ximidades do vulcão Cerro Azul, na Ilha Isabela, das Ilhas Galápagos. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br>. Acesso em: jun. 2015. 06. Univap-SP No título, o verbo morrer apresenta-se a. no pretérito perfeito do indicativo, por tratar-se de um fato já acontecido, mas bastante atual. b. no presente do indicativo, recurso expressivo de uso recorrente nos títulos de notícias para enfatizar seu caráter de informação imediata. c. no pretérito imperfeito do indicativo, recurso expressi- vo de uso recorrente nos títulos de notícias para enfa- tizar seu caráter de informação imediata. d. no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, o que evi- dencia um fato há muito ocorrido. e. no presente do subjuntivo, o que declara um fato eventual. 07. Univap-SP Assinale a alternativa cuja frase pode substituir, correta- mente, o trecho “[...] ajudar a preservar as tartarugas gigantes que vivem nas proximidades do vulcão Cerro Azul, na ilha Isa- bela, das Ilhas Galápagos.”. a. ... ajudar a preservar as tartarugas gigantes os quais vivem nas proximidades do vulcão Cerro Azul, na Ilha Isabela, das Ilhas Galápagos. b. ... ajudar a preservar as tartarugas gigantes cujos vi- vem nas proximidades do vulcão Cerro Azul, na Ilha Isabela, das Ilhas Galápagos. c. ... ajudar a preservar as tartarugas gigantes as quais vivem nas proximidades do vulcão Cerro Azul, na Ilha Isabela, das Ilhas Galápagos. d. ... ajudar a preservar as tartarugas gigantes cujas vi- vem nas proximidades do vulcão Cerro Azul, na Ilha Isabela, das Ilhas Galápagos. e. ... ajudar a preservar as tartarugas gigantes quantas vivem nas proximidades do vulcão Cerro Azul, na Ilha Isabela, das Ilhas Galápagos. 08. Fatec-SP Leia o texto de Jacques Fux e responda à questão. Literatura e Matemática Letras e números costumam ser vistos como sím- bolos opostos, correspondentes a sistemas de pen- samento e linguagens completamente diferentes e, muitas vezes, incomunicáveis. Essa perspectiva, no entanto, foi muitas vezes recusada pela própria litera- tura, que, em diversas ocasiões, valeu-se de elementos CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 14 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 55 1 15 PV 30 0- 20 -R 1 e pensamentos matemáticos como forma de melhor explorar sua potencialidade e de amplificar suas possi- bilidades criativas. A utilização da Matemática no campo literário se dá por meio das diversas estruturas e rigores, mas também através da apresentação, reflexão e trans- formação em matéria narrativa de problemas de or- dem lógica. Nenhuma leitura é única: o texto, por si só, não diz nada; ele só vai produzir sentido no momento em que há a recepção por parte do leitor. A Matemáticapode, também, potencializar o texto, tornando ainda mais amplo o seu campo de leituras possíveis a partir de regras ou restrições. Muitas passagens de Alice no País das Maravilhas e Alice através do espelho, de Lewis Carroll, estão repletas de enigmas e problemas que até os dias de hoje permitem aos leitores múltiplas interpreta- ções. Edgar Allan Poe é outro escritor a construir personagens que utilizam exaustivamente a lógica matemática como instrumento para a resolução dos enigmas propostos. Explorar as relações entre Literatura e Matemá- tica é resgatar o romantismo grego da possibilidade do encontro de todas as ciências. É fazer uma via- gem pelo mundo das letras e dos números, da litera- tura comparada e das ficções e romances de diver- sos autores que beberam (e continuarão bebendo) de diversas e potenciais fontes científicas, poéticas e matemáticas. Disponível em: <http://tinyurl.com/h9z7jot>. Acesso em: ago. 2016. Adaptado. No trecho “correspondentes a sistemas de pensamento e linguagens”, a palavra destacada é a. um artigo definido feminino que concorda com o subs- tantivo sistemas. b. um pronome possessivo referente ao substantivo pensamento. c. uma conjugação no presente do indicativo para o ver- bo haver. d. uma preposição regida pelo adjetivo correspondentes. e. um adjetivo para destacar o advérbio linguagens. 09. UECE Leia o texto e responda à questão. A imigrante italiana que se formou em nutrição aos 87 anos escreveu o TCC inteiro à mão Os cabelos brancos de Luísa Valencic Ficara contrastaram com a juventude dos colegas durante sua formatura. Nascida na Itália, Luísa imigrou para a América do Sul durante a Segunda Guerra Mun- dial, viveu em três países sul-americanos e se esta- beleceu em Jundiaí, no interior de São Paulo. Aos 87 anos, ela acaba de se formar em nutrição. Dona Luísa, como é conhecida, vive na cidade há 40 anos. Após o falecimento do marido e de sua irmã, ela decidiu voltar a estudar para se manter ocupada. Foi assim que surgiu a ideia de se matricular no curso de nutrição do Centro Universitário Padre Anchieta. A graduação foi concluída após seis anos de estudos, com um TCC sobre a cana-de-açúcar no Brasil. Segundo informações do Grupo Anchieta, todo o trabalho foi escrito à mão. Colegas, profes- sores e funcionários da instituição ajudaram com a parte da digitação, configuração e impressão do trabalho, para apoiar Dona Luísa. Mas a graduação não é o limite para a idosa. Ela, que também frequenta aulas de alemão, inglês e francês, já está pensando em ingressar em um curso de pós-graduação para continuar estudando, segun- do contou ao G1. Disponível em: <http://www.hypeness.com.br/2017/09/ aimigrante-italiana-que-se-formou-em-nutricaoaos-87-anos- escreveu-o-tcc-inteiro-a-mao/>. Acesso em: set. 2017. A notícia apresenta elementos coesivos que ajudam na “costura” temática do texto. A partir dessa ideia, é correto as- severar que a. o pronome sua (1o parágrafo) se relaciona à juventude. b. “todo o trabalho” (2o parágrafo) retoma graduação. c. instituição (2o parágrafo) substitui “Grupo Anchieta”. d. cidade (2o parágrafo) refere-se à Itália. 10. UEFS-BA Leia o soneto “LXXII”, de Cláudio Manuel da Costa, e res- ponda à questão. Já rompe, Nise, a matutina Aurora O negro manto, com que a noite escura, Sufocando do Sol a face pura, Tinha escondido a chama brilhadora. Que alegre, que suave, que sonora Aquela fontezinha aqui murmura! E nestes campos cheios de verdura Que avultado o prazer tanto melhora! Só minha alma em fatal melancolia, Por te não poder ver, Nise adorada, Não sabe inda que coisa é alegria; E a suavidade do prazer trocada Tanto mais aborrece a luz do dia, Quanto a sombra da noite mais lhe agrada. Na terceira estrofe, o pronome te refere-se a a. alma. b. melancolia. c. Nise. d. coisa. e. alegria. Veja o gabarito desses exercícios propostos na página 34. CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 15 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 35 1 16 PV 30 0- 20 -R 1 01. IFG-GO Observe os seguintes versos de Cora Coralina: “Meu grão, perdido por acaso, nasce e cresce na terra descuidada”. O trecho do verso que está entre vírgulas apresenta a mesma função sintática registrada em a. “Ó noite, ó minha nega acesa de letreiros”. b. “Eu sou de três jeitos: alegre, triste e mofina”. c. “Vem, morena, ouvir comigo esta cantiga”. d. “Senhor, nada valho”. e. “Ouça-me bem, amor. Preste atenção, o mundo é um moinho”. 02. IFG-GO Leia a tira da Mafalda, de Quino, e responda à questão. Disponível em: <http://www.50emais.com.br>. Acesso em: nov. 2014. No primeiro e segundo quadrinhos, verifica-se o uso re- petido da palavra que. Assinale a alternativa correta em rela- ção ao uso do primeiro que, em “As pessoas esperam que o ano que está começando seja melhor que o anterior.”. a. A palavra que introduz uma oração adverbial causal. b. A palavra que introduz uma oração adjetiva explicativa. c. A palavra que representa uma interjeição. d. A palavra que introduz uma oração subordinada subs- tantiva. e. A palavra que representa uma partícula expletiva. 03. UNESP Leia o trecho de Ópera dos mortos, de Autran Dourado, e responda à questão. A gente Honório Cota Quando o coronel João Capistrano Honório Cota mandou erguer o sobrado, tinha pouco mais de trinta anos. Mas já era homem sério de velho, reservado, cumpridor. Cuidava muito dos trajes, da sua aparência medida. O jaquetão de casimira inglesa, o colete de linho atravessado pela grossa corrente de ouro do relógio; a calça é que era como a de todos na cidade – de brim, a não ser em certas ocasiões (batizado, morte, casamento – então era parelho mesmo, por igual), mas sempre muito bem passada, o vinco perfeito. Dava gosto ver. Módulo 4 EXERCÍCIOS PROPOSTOS O passo vagaroso de quem não tem pressa – o mundo podia esperar por ele, o peito magro estu- fado, os gestos lentos, a voz pausada e grave, des- cia a rua da Igreja cumprimentando cerimoniosa- mente, nobremente, os que por ele passavam ou os que chegavam na janela muitas vezes só para vê-lo passar. No início do segundo parágrafo, por ter na frase a mes- ma função sintática que o vocábulo vagaroso com relação a passo, a oração “de quem não tem pressa” é considerada a. coordenada sindética. b. subordinada substantiva. c. subordinada adjetiva. d. coordenada assindética. e. subordinada adverbial. 04. UCPel-RS A oração destacada em “É verdade que eu, mais uma vez, errei o caminho, e por isso nos metemos numa enrascada ainda maior.” é a. subordinada substantiva subjetiva. b. subordinada substantiva objetiva direta. c. subordinada substantiva predicativa. d. subordinada adjetiva explicativa. e. subordinada adjetiva restritiva. 05. Unicastelo-SP Leia os quadrinhos e responda à questão. A personagem, ao comentar seu relacionamento amoro- so, utiliza-se de linguagem _____________ , organiza suas ideias de maneira _____________ e termina sua fala atribuindo sentido _____________ à expressão cinema catástrofe. CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 16 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 55 1 17 PV 30 0- 20 -R 1 Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva- mente, as lacunas do texto. a. formal – discrepante – não literal b. informal – atemporal – não literal c. informal – gradativa – não literal d. formal – comparativa – literal e. informal – simultânea – literal 06. Unaerp-SP Leia o texto e responda à questão. Luva para os pés Um híbrido de sapatilha e meia de borracha dá a sensação de correr descalço. E os joelhos, como é que ficam? Não é exatamente um tênis, mas uma “luva para os pés”. Assim o fabricante defineo Five- Fingers, um híbrido de sapatilha e meia de borracha adotado por um número crescente de corredores nos Estados Unidos e Europa. Como não tem amor- tecedores, o FiveFingers proporciona a sensação de correr descalço. Coisa de natureba, seu uso vai con- tra a principal corrente da medicina esportiva – e o marketing dela derivado –, segundo a qual quanto mais acolchoado for o tênis, menor é o dano para as articulações dos joelhos e dos pés. Os defensores do FiveFingers afirmam que o número de contusões se mantém inalterado desde os anos 1970, quando os primeiros tênis acolchoados chegaram ao merca- do. Para completar, sacam de um estudo australiano que mostra que os calçados esportivos mais moder- nos aumentam em até 4% o gasto de energia dos corredores. Ou seja, um atleta correndo descalço seria até mais rápido. Há atletas e atletas, claro. Em 1960, durante a Olimpíada de Roma, o etíope Abebe Bikila, considerado o maior maratonista que já exis- tiu, fez história ao bater o recorde mundial correndo descalço. Quatro anos depois, na maratona de Tó- quio, calçava tênis (Puma). De novo, bateu o recorde e ganhou o ouro. Veja, 9 set. 2009. “Não é exatamente um tênis, mas uma ‘luva para os pés’.” Assinale a alternativa que tem o mesmo valor sintático da amostra. a. Comprei os ingressos para o teatro, mas os esqueci em casa. b. Você pensa que sabe tudo, mas não sabe nada. c. O foco do ensino a distância não é a tecnologia, mas o processo de aprendizagem. d. O perigo maior era a velocidade dos carros, mas as mo- tos também eram perigosas. e. Ele preparou-se para responder, mas conteve-se. 07. IFAL Leia o texto e responda à questão. Morre Steve Jobs, fundador da Apple e revolucionário da tecnologia À frente da empresa que criou, o executivo foi o responsável pelo lançamento de aparelhos que mudaram o mundo, como o iPad, o iPhone e o Macintosh. O Estado de S. Paulo CUPERTINO – Morreu, aos 56 anos, Steve Jobs, cofundador da Apple. Ele havia renunciado à presi- dência da empresa em agosto, após 14 anos no co- mando. “Estamos profundamente entristecidos com o anúncio de que Steve Jobs morreu hoje”, informou a empresa, em um pequeno comunicado. “O brilho, paixão e energia de Steve são fontes de inúmeras inovações que enriqueceram e melhoraram todas as nossas vidas. O mundo é imensuravelmente melhor por causa de Steve.” Jobs foi responsável por lançamentos de equipa- mentos que mudaram o mundo, como o Macintosh, o iPod, o iPhone e o iPad. Ele sofreu por anos de uma forma rara de câncer pancreático e passou por um transplante de fígado. [...] Em 2004, Jobs foi submetido a uma cirurgia para tratamento de câncer no pâncreas. Cinco anos mais tarde, precisou realizar um transplante de fígado. Os dois procedimentos são complicadíssimos e de ele- vado risco para a vida do paciente. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/ negocios%20tecnologa,morre-steve-jobs-fundador-da-apple-e- revolucionario-da-tecnologia,87094,0.htm>. Acesso em: out. 2011. Fazendo-se uma análise sintática do título da notícia, “Morre Steve Jobs, fundador da Apple e revolucionário da tec- nologia”, é correto afirmar que Steve Jobs é a. objeto direto. b. sujeito simples. c. aposto. d. sujeito composto. e. objeto indireto. 08. Unaerp-SP Leia o texto e responda à questão. A ideia de que o sangue é responsável pela transmissão hereditária sempre acompanhou a humanidade. Há mais de 40 anos, sempre que te- nho oportunidade, pergunto a pessoas com pouca escolaridade: – Como você acha que os caracteres hereditários são transmitidos dos pais para os filhos? A resposta “pelo sangue” apresenta uma porcen- tagem entre 30 e 40%. Aos que respondem não saber, pergunto a seguir: – Você acha que é pelo sangue? A resposta afirmativa, então, chega a qua- se 100%. Pelo menos era assim até bem pouco tempo, porque agora, quando pergunto, a maioria das pessoas responde: – Pelo DNA. Embora as pes- soas geralmente não saibam o que é DNA e nem onde ele está, elas agora sabem que o DNA traz CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 17 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 35 1 18 PV 30 0- 20 -R 1 informações relativas à paternidade. Devido às in- formações e às discussões mantidas pela mídia, o DNA tornou-se mais conhecido, embora a expres- são “sangue do meu sangue”, quando alguns pais se referem aos filhos, continue comum. Ainda não ouvi alguém dizer: – DNA do meu DNA. Fábio de Melo Sene, Cada caso, um caso... puro acaso. De acordo com o texto, a. alguns hábitos de linguagem se mantêm, mesmo após terem sido desqualificados por alguma revisão de conceitos. b. algumas expressões são conservadas ao longo do tempo devido às constantes descobertas da ciência, que apresentam novos conceitos à sociedade. c. certas expressões comuns na linguagem popu- lar tornam-se constantemente obsoletas, sendo substituídas pelos jargões científicos, gerados a partir de nomenclaturas específicas e não mais genéricas. d. os usuários da língua esforçam-se por manter o voca- bulário típico de sua tradição cultural, ainda que no- vas nomenclaturas substituam expressões de ideias equivocadas. e. novos conceitos podem modificar hábitos linguísti- cos, mas não de uma maneira gradual, pois a partir da publicação de uma descoberta, as palavras que defi- nem esses conceitos serão outras. 09. PUCCamp-SP Leia o texto de Percival de Lima e Souto e responda à questão. Lembrando e pensando a TV Houve um tempo em que a TV – acreditem, ó jovens! – ainda não existia. Ouvia-se rádio, ia-se ao cinema. Mas um dia chegou às casas das pes- soas um aparelho com o som vivo do rádio aco- plado a vivas imagens, diferentes das do cinema, imagens chegadas de algum lugar do presente, “ao vivo”. Logo saberíamos que todas as imagens do mundo, inclusive os filmes do cinema, pode- riam estar ao nosso alcance, naquela telinha da sala. Modificaram-se os hábitos das famílias, seus horários, sua disponibilidade, seus valores. A TV chegou para reinar. A variedade da programação já indicava o amplo alcance do novo veículo: notícias, repor- tagens, musicais, desenhos animados, filmes, pro- pagandas, seriados, esportes, programas humo- rísticos, peças de teatro – tudo desfilava ali, diante dos nossos olhos, ainda no tubo comandado por grandes válvulas e com imagem em preto e bran- co. Boa parte dos primeiros aparelhos de TV ti- nham telas de 16 a 21 polegadas, acondicionadas numa enorme e pesada caixa de madeira. Havia uns três ou quatro canais, com alcance bastante limitado e programação restrita a cinco ou seis horas por dia. Mais tarde, as transmissões pas- sariam a ser via satélite e ocupariam as 24 horas do dia. Os custos da programação eram pagos pela publicidade, que tomava boa parte do tempo de transmissão. Vendia-se de tudo, de automóveis a margarina, de xaropes para tosse a apartamentos. Filmetes gravados e propagandas ao vivo sucediam- -se e misturavam-se a notícias sobre exploração espacial, enquanto documentários estrangeiros fala- vam da Revolução Russa, da II Guerra, do nazismo e do fascismo, das convicções pacifistas de Ghandi, das ideias do físico Einstein sobre a criação e a le- gitimação da ONU etc. etc. Já as incursões históri- cas propiciadas pelos filmes nos levavam ao tempo de Moisés e do Egito Antigo, ao Império Romano e ao advento do cristianismo, tudo entremeando-se ao humor de Chaplin, às caretas de Jerry Lewis e às trapalhadas das primeiras comédias nacionais do gênero chanchada. Houve também o tempo em que as famílias se agrupariam diante dos festivais da canção, torcendo por músicas de protesto, baladas românticas ou de ritmos populares “de raiz”. Enfim, a TV oferecia a um público extasiado um espetáculo variadíssimo, tudo nas poucas polegadas do apare- lho, que não tardou a incorporar outrasmedidas, ou- tros sistemas de funcionamento, projeção em cores e controle remoto. As telas de plasma, o processo digital e a interfa- ce com a informática foram dotando a TV de mui- tos outros recursos, até que, bem mais tarde, tivesse que enfrentar a concorrência de outras telas, muito menores, portáteis, disponíveis nos celulares, carre- gados de aplicativos e serviços. Apesar disso, nada indica que a curto prazo desapareçam da casa os aparelhos de TV, enriquecidos agora por incontáveis dispositivos. No plano da cultura e da educação, a televisão teve e tem papel importante. Os telecursos propi- ciam informação escolar específica nas áreas de Matemática, Física, História, Química, Língua e Literatura, fazendo as vezes da educação formal por meio de incontáveis dispositivos pedagógicos, inclusive a dramatização de conteúdos. Aqui e ali há entrevistas com artistas, políticos, pensadores e personalidades várias, atualizando ideias e pro- movendo seu debate. No campo da política, é re- levante, às vezes decisivo, o papel que a TV tem na formação da opinião pública. A ecologia conta, também, com razoável cobertura, informando, por exemplo, sobre os benefícios da reciclagem de lixo, da cultura de produtos orgânicos e da energia solar. Seja como forma de entretenimento, veículo de informação, indução aos debates e repercussão atualizada dos grandes temas de interesse social, a TV vem garantindo seu espaço junto a bilhões de pessoas no mundo todo. Por meio dela, acom- panhamos ao vivo momentos agudos da política internacional, a divulgação de um novo plano eco- nômico do governo, a escalada da violência urbana. Ao toque de uma tecla do controle remoto, você pode se transferir, aleatoriamente, do palco de um ataque terrorista para o final meloso de uma comé- dia romântica. CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 18 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 55 1 19 PV 30 0- 20 -R 1 Numa espécie de espelhamento multiplicativo e fragmentário da nossa vida e dos poderes da nossa imaginação, a TV vem acompanhando os passos da vida moderna e ditando, mesmo, alguns deles, sem dar sinal de que deixará tão cedo de nos fazer companhia. É apropriado o comentário na alternativa: a. O segmento “[...] um aparelho com o som vivo do rádio acoplado a vivas imagens [...]” exerce na frase a fun- ção de objeto direto. b. Em “Apesar disso, nada indica que a curto prazo desapareçam da casa os aparelhos de TV [...]”, o segmento destacado pode ser substituído pela ex- pressão “Em virtude disso”, sem prejuízo do senti- do original. c. Em “[...] a televisão teve e tem papel importante.”, a colocação de um travessão depois da palavra teve não afeta a correção da frase. d. Em “[...] não tardou a incorporar outras medidas, outros sistemas de funcionamento [...]”, o último segmento constitui reformulação do que se indica em destaque. e. Em “[...] sem dar sinal de que deixará tão cedo de nos fazer companhia.”, o segmento destacado exerce a função de complemento nominal. 10. Unaerp-SP Leia o texto e responda à questão. O animal soltou novamente o seu clamor aflito. Cauteloso, o vaqueiro avançou um passo. E de súbi- to em três pancadas secas, rápidas, o seu cacete de jucá zuniu; a cabra entonteou, amunhecou, e caiu em cheio por terra. Disponível em: <http://minhateca.com.br/monicamartins_sousa/ O+Quinze-Rachel+de+Queiroz,12776753.pdf>. Acesso em: dez. 2014. A análise do vocabulário e das construções linguísticas do trecho do romance O Quinze, de Rachel de Queiroz, nos pos- sibilita reconhecer que a autora utilizou a linguagem do tipo a. padrão, com vocabulário rebuscado e de difícil com- preensão. b. regionalista, cujo vocabulário é próprio de pessoas de determinada região. c. gíria, pois usa expressões modernas criadas por pessoas de determinado lugar. d. literária, com construções sintáticas inovadoras, pró- prias dos escritores e poetas. e. coloquial, pois a compreensão depende de a pessoa pertencer a determinado grupo. Veja o gabarito desses exercícios propostos na página 34. CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 19 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 35 1 20 PV 30 0- 20 -R 1 01. VUNESP Em “Não jogava as pernas para os lados nem as trazia abertas, esticava-as feito medisse os passos, quebrando os joelhos em reto.”, verifica-se que a palavra destacada é em- pregada como a. advérbio. b. verbo. c. substantivo. d. adjetivo. e. conjunção. 02. UFRN Dependendo do sentido que um contexto específico se- leciona para determinada palavra, sua classe gramatical pode variar. Assim, no trecho “Até a Alemanha estuda uma medida parecida.", a palavra destacada atua como um(a) a. artigo. b. advérbio. c. interjeição. d. preposição. Leia o texto e responda às questões 03 e 04. Rotular para descartar Um dos meus assombros infantis: qual a verdade de cada pessoa, aquelas que me rodeavam numa casa geralmente alegre, as figuras cotidianas da família? Eu descobrira que nem sempre dizia o que pen- sava: e os demais? Uma de minhas perplexidades adultas: por que nos afastamos da verdade, se é que sabemos qual a nossa verdade? Por que tantos amores, amizades e até relações no trabalho começam com fervor e de repente – ou lenta e insidiosamente – se transfor- mam em indiferença, irritação, até crueldade? Ninguém se casa, tem filho, assume um trabalho ou começa uma amizade querendo que saia tudo er- rado. Quantas vezes, porém, depois de algum tem- po, trilhamos uma estrada de desencontro? No mais trivial comentário, por que, em lugar de olhar para o outro, a gente tem tanta facilidade em ro- tular, discriminando, marcando a ferro e fogo o colega, amigo, vizinho, amado ou amada, até mesmo o rival? Humilhamos até sem pensar: “burro, arrogante, falso, preguiçoso, mentiroso, omisso, desleal, vulgar, gordo, magrela, baixinho, pigmeu, girafa, vesgo, gay.” Parece que não convivemos com pessoas: con- vivemos com imagens rotuladas pela nossa nada generosa fantasia. [...] Acordamos com raiva de tudo e todos, pelo menos com um imenso desdém pelo que nos cerca. “Sujeito metido a besta, cidadezinha sem graça, curso fraco, professor ultrapassado, aluno medíocre, emprego de quinta, cantor desafinado, empresário falido”, ou, na imprensa: “mulher, aposentado, idoso”. Módulo 5 EXERCÍCIOS PROPOSTOS [...] Não vemos gente ao nosso redor, vemos etiquetas. Difícil, assim, sentir-se acompanhado; difícil, desse jei- to, amar e ser estimado. Vivemos como ilhotas sem viagens nem pontes, olhar rápido e superficial, o julga- mento à mão como um lenço de papel. Todos sozinhos, isolados em nossas gavetas con- ceituais nada positivas. Não admira que a gente sinta medo; solidão; raiva; mesmo que imprecisa, nem sabe- mos do quê ou de quem; susto; desespero; pressa em criticar para não ser criticado. Atacamos antes que nos ataquem, como se o ou- tro fosse uma ameaça, não possiblidades de encontro e descoberta, e até alegria. Não precisávamos ser anjos, mas um pouco mais humanos, isso sim. LUFT, Lya. Em outras palavras. Rio de Janeiro: Record, 2006. 03. IFMT Sobre os elementos de coesão e construção de sentido, considere as afirmações e assinale a alternativa correta I. No primeiro parágrafo, o pronome demonstrativo aque- las estabelece um distanciamento temporal e físico entre a autora e as pessoas a que ela faz referência. II. No trecho“[...] por que nos afastamos da verdade, se é que sabemos qual a nossa verdade?”, o conectivo destacado estabelece relação de concessão. III. O elemento porém conecta os dois períodos que cons- tituem o quarto parágrafo, estabelecendo entre eles relação de adversidade. IV. No último parágrafo,o pronome demonstrativo isso sintetiza as ideias apresentadas no penúltimo e últi- mo parágrafos. Está correto o que se afirma apenas em: a. Somente I e III estão corretas. b. Somente I e II estão corretas. c. Somente III e IV estão corretas. d. Somente I e IV estão corretas. e. Somente II e III estão corretas. 04. IFMT Não ocorreria prejuízo de sentido se, no trecho “Por que tantos amores, amizades e até relações no trabalho come- çam com fervor e de repente – ou lenta e insidiosamente [...]”, a palavra destacada fosse substituída pelo sinônimo a. concomitantemente. b. gradativamente. c. repentinamente. d. exclusivamente. e. traiçoeiramente. 05. Urca-CE No trecho “[...] experimentando sucessivamente as im- pressões diferentes que as duas lhe davam [...]”, o termo des- tacado exerce a função sintática de a. sujeito. b. complemento nominal. c. objeto direto. d. vocativo. e. objeto indireto. CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 20 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 55 1 21 PV 30 0- 20 -R 1 06. IFAL Leia o texto e responda à questão. Pra mim brincar Não há nada mais gostoso do que o mim sujeito de verbo no infinitivo. Pra mim brincar. As cariocas que não sabem gramática falam assim. Todos os bra- sileiros deviam de querer falar como as cariocas que não sabem gramática. – As palavras mais feias da língua portuguesa são quiçá, alhures e miúde. BANDEIRA, Manuel. Seleta em prosa e verso. Org. Emanuel de Moraes. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. As palavras quiçá, alhures e miúde, morfologicamente, pertencem à classe gramatical a. verbo. b. substantivo. c. adjetivo. d. conjunção. e. advérbio. 07. CPS-SP Leia o texto e responda à questão. Disponível em: <http://tinyurl.com/hv2r4hp>.Acesso em: set. 2016. As palavras sete, fome e colabore, em destaque no car- taz, podem ser classificadas, correta e respectivamente, nas classes gramaticais a. artigo, substantivo e adjetivo. b. artigo, adjetivo e substantivo. c. numeral, preposição e verbo. d. numeral, advérbio e conjunção. e. numeral, substantivo e verbo. Leia o texto e responda às questões 08 e 09. O grito Quadro que fundou o Expressionismo nasceu de um ataque de pânico Edvard Munch nasceu em 1863, mesmo ano em que O piquenique no bosque, de Édouard Manet, era exposto no Salão dos Rejeitados, chamando a atenção para um movimento que nem nome tinha ainda. Era o Impressionismo, superando séculos de pintura acadêmica. Os impressionistas deixaram o realismo para a fotografia e se focaram no que ela não podia mostrar: as sensações, a parte subjetiva do que se vê. Crescendo durante essa revolução, Munch – que, aliás, também seria fotógrafo – achava a lin- guagem dos impressionistas superficial e científica, discreta demais para expressar o que sentia. E ele sentia: Munch tinha uma história familiar trágica: perdeu a mãe e uma irmã na infância, teve outra irmã que passou a vida em asilos psiquiátricos. Tornou-se artista sob forte oposição do pai, que morreria quando Munch tinha 25 anos e o deixa- ria na pobreza. O artista sempre viveu na boemia, entre bebedeiras, brigas e romances passageiros, tornando-se amigo do filósofo niilista Hans Jaeger, que acreditava que o suicídio era a forma máxima da libertação. Fruto de suas obsessões, O grito não foi seu pri- meiro quadro, mas o que o tornaria célebre. A ins- piração veio do que parece ter sido um ataque de pânico, que ele escreveu em seu diário, pouco mais de um ano antes do quadro: “Estava andando por um caminho com dois amigos – o sol estava se pon- do – quando, de repente, o sol tornou-se vermelho como o sangue. Eu parei, sentindo-me exausto, e me encostei na cerca – havia sangue e línguas de fogo sobre o fiorde negro e a cidade. Meus amigos continuaram andando, e eu fiquei lá, tremendo de ansiedade – e senti um grito infinito atravessando a natureza”. Ali nasceria um novo movimento artístico. O grito seria a pedra fundadora do Expressionismo, a principal vanguarda alemã dos anos 1910 aos 1930. 08. UECE Sobre o advérbio ali (destacado no texto), é correto afir- mar que indica a. um lugar distante da pessoa que fala. b. um lugar diferente do lugar da pessoa que fala. c. naquele ato, naquelas circunstâncias, naquela con- juntura. d. hora, aquele momento. 09. UECE Sobre o sintagma O grito, considere as afirmações e assi- nale a alternativa correta. I. No terceiro parágrafo, introduz o referente do quadro O grito. II. Esse sintagma é retomado indiretamente pelo sintag- ma “A inspiração” (terceiro parágrafo). III. O advérbio ali aponta para o sintagma O grito (a seguir, no mesmo parágrafo). a. Somente I e III estão corretas. b. Somente II e III estão corretas. c. I, II e III estão corretas. d. Somente I e II estão corretas. CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 21 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 35 1 22 PV 30 0- 20 -R 1 10. UECE O texto a seguir é um excerto retirado do primeiro pará- grafo do artigo de opinião “Com um braço só”, escrito por J. R. Guzzo, que trata da corrupção na política. Um dos aspectos menos atraentes da persona- lidade humana é a tendência de muitas pessoas de só condenar os vícios que não praticam, ou pelos quais não se sentem atraídas. Um caloteiro que não fuma, não bebe e não joga, por exemplo, é frequen- temente a voz que mais grita contra o cigarro, a be- bida e os cassinos, mas fecha a boca, os ouvidos e os olhos, como os três prudentes macaquinhos orientais, quando o assunto é honestidade no pa- gamento de dívidas pessoais. É a velha história: o mal está sempre na alma dos outros. Pode até ser verdade, infelizmente, quando se trata da política brasileira, em que continua valendo, mais do que nunca, a máxima popular do “pega um, pega geral”. Veja, 21 ago. 2013. Sobre alguns dos elementos do texto, considere as afir- mações e assinale a alternativa correta. I. Os gramáticos modernos distinguem os advérbios frá- sicos (aqueles advérbios que modificam um elemento da frase, como em “Ele correu muito.”) dos advérbios extrafrásicos (aqueles que são exteriores à frase, estão no âmbito da enunciação, como em “Ele, naturalmente, passou de primeira, não foi?”). Esse segundo grupo congrega os advérbios avaliativos, isto é, que indicam uma avaliação do enunciador acerca do conteúdo enunciado. No texto em estudo, temos um advérbio frá- sico: sempre; e um advérbio extrafrásico: infelizmente. II. Na expressão “os três prudentes macaquinhos orien- tais“, o artigo definido os confere a “três macaqui- nhos orientais” o status de informação conhecida. III. O texto, embora constitua apenas um excerto do pa- rágrafo original, apresenta a estrutura paragráfica ca- nônica: tópico frasal ou introdução, desenvolvimento e conclusão. a. Somente I e II estão corretas. b. Somente II e III estão corretas. c. I, II e III estão corretas. d. Somente II está correta. Veja o gabarito desses exercícios propostos na página 34. CO PV IN 300 91 LV R1 TA LCHT UN.indb 22 13/07/2019 13:28 É P R O IB ID A A V E N D A E R E P R O D U Ç Ã O D O M A T E R IA L S E M A U T O R IZ A Ç Ã O D A P E A R S O N . LÍ NG UA P OR TU GU ES A 55 1 23 PV 30 0- 20 -R 1 01. Insper-SP Na passagem “O assunto é tão candente que, em 2005, o deputado João Herrmann Neto [...] propôs abolir esse acento”, o termo destacado, em sentido denotativo, significa a. ardente. b. polêmico. c. urgente. d. efêmero. e. obscuro. 02. UEMA No fragmento a seguir, há ocorrência de um recurso lin- guístico que aproxima sensações de planos sensoriais dife- rentes, conhecido como sinestesia. Ele entrou no seu passo macio, sem ruído, não chegava
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