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Slides História da arquitetura Brasil I

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Prof. Dr. Mário Caldeira
UNIDADE I
História da Arquitetura
no Brasil
 Para falar da história da arquitetura no Brasil, enfrenta-se uma situação específica: o fato de 
que as arquiteturas e os espaços urbanos que aconteceram na trajetória da formação e 
consolidação desta nação não formam um percurso linear no tempo.
 Nessa rica trajetória, as abordagens históricas mais conhecidas repetem narrativas que 
geralmente privilegiam apenas as grandes obras, ou a ideia de estilos que vão se sucedendo 
ao longo do tempo, ou ainda uma associação entre a história da arquitetura e a história dos 
regimes políticos. Apesar de válidas e de explicarem uma parte consistente da história da 
arquitetura no Brasil, essas narrativas não abordam uma das principais características da 
nossa arquitetura: as permanências e retornos de arquiteturas de tempos e lugares variados.
 Por isso, o que veremos aqui é uma trajetória cronológica das 
arquiteturas que aqui surgiram ou foram aplicadas, suas 
transformações e também, quando for o caso, sua 
popularização, desaparecimento, ressurgimento 
e permanência.
Considerações sobre a historiografia da arquitetura no Brasil
 E não é de se estranhar que aconteçam essas divergências, variações e permanências na 
nossa arquitetura. A natureza miscigenada da nossa cultura, os recursos construtivos 
disponíveis entre cada região e a grande extensão territorial contribuem para uma narrativa 
histórica também diversificada e não contínua.
 Mas as narrativas tradicionais ainda são muito úteis, pois explicam certas arquiteturas, como, 
por exemplo, as de influência europeia do final do século XVIII até início do XX. Nessa linha 
histórica, temos os estilos que se sucediam ao longo do tempo, com um movimento 
substituindo total ou parcialmente o seu antecessor. Assim, temos o Barroco, o Rococó, 
o Neoclássico, o Ecletismo, o Art Déco, o Art Nouveau, a Arquitetura Moderna, 
e assim por diante.
 E é preciso lembrar das arquiteturas oficiais, determinadas pelo 
Estado, seus governantes e suas leis. Aí podemos falar em 
arquitetura colonial (determinada por Portugal a ser aplicada na 
sua então colônia), ou arquitetura imperial neoclássica 
(difundida na primeira escola de arquitetura do país, mantida 
pelo governo da época).
Considerações sobre a historiografia da arquitetura no Brasil
 Uma das principais características da história da arquitetura no Brasil é que não há uma 
progressão linear de arquiteturas, que vão se sucedendo, com uma substituindo totalmente a 
outra ao longo do tempo.
 O que há, de fato, é uma contínua sucessão de arquiteturas, técnicas construtivas e relações 
entre edificações e espaço urbano, e, nesse processo de constante renovação, algumas 
formas de construir permanecem, outras desaparecem, e algumas ressurgem.
 Um exemplo é o ressurgimento da taipa de pilão como uma forma contemporânea de 
construir, com o objetivo de fazer uma arquitetura ambientalmente mais amigável.
 Outro exemplo é a persistência de aspectos culturais que 
interferem no projeto do espaço arquitetônico, como os projetos 
de residências unifamiliares com cozinhas organizadas como 
ambiente de estar, e não apenas de armazenagem, produção 
e consumição de alimentos. São retornos e persistências como 
as citadas, entre inúmeras outras, que dão cor e vida à 
nossa arquitetura.
Persistências e retornos
 Outro exemplo de persistência são as técnicas e materiais de construção que se 
configuraram primeiro durante o período colonial e, até hoje, são muito utilizadas em 
diversas regiões do país, principalmente no Nordeste, como a taipa de mão (também 
chamada de taipa de sopapo). E há ainda aquelas persistências culturais, que demoram 
muito para desaparecer ou serem substituídas por outros hábitos que afetam a arquitetura.
Persistências e retornos
Casa construída com o tradicional 
sistema de taipa (também chamado de 
taipa de sebe, taipa de mão ou taipa de 
sopapo), localizada em Serra Talhada, 
PE. A foto é de 2005 e a construção é 
recente, como atestam as telhas 
cerâmicas.
Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/c
ommons/8/88/Serra-Talhada-Casa-de-
taipa.jpg. Acesso em: 11 mai. 2022.
 Ao contrário dos nossos países vizinhos nas Américas, não havia uma arquitetura de 
permanência realizada pelos povos indígenas, como são chamados atualmente, que 
ocupavam essa parte do território da América do Sul.
 Enquanto os Incas, Maias e Astecas faziam construções em pedra e cidades encravadas nas 
montanhas, na maior parte do território que chamamos hoje de Brasil, as construções eram 
temporárias, feitas com madeira, cipó, galhos, terra e folhas.
 Isso acontecia porque as tribos que existiam aqui antes dos europeus chegarem eram 
essencialmente nômades.
 Ou seja, não fazia parte do seu modo de vida construir 
arquiteturas permanentes. As suas residências ou eram 
temporárias (duravam pouco tempo após sua construção) ou 
até duravam vários meses, mas não eram usadas 
permanentemente. Uma das principais características dessas 
habitações é que não tinham divisões internas, e o espaço 
interno era compartilhado por mais de uma família.
A arquitetura no Brasil antes da ocupação europeia
A arquitetura no Brasil antes da ocupação europeia
Aldeia Ipatse (Parque Indígena do Xingu) – a principal comunidade dos Kuikuro. Imagem feita 
em 2007. Região Centro-oeste.
Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3e/Parque_Ind%C3%ADgena_do_Xin
gu.jpg/1200px-Parque_Ind%C3%ADgena_do_Xingu.jpg?20070806005442. Acesso em: 22 abr. 
2022.
Oca indígena fotografada em 1920, pelo 
italiano Ermanno Stradelli.
Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commo
ns/thumb/1/12/Ermanno_Stradelli_oca.png/64
0px-Ermanno_Stradelli_oca.png. Acesso em: 
22 abr. 2022.
 Para melhor organizar a imensa variedade de situações arquitetônicas e urbanas 
encontradas no território que ainda viria a se tornar o Brasil que conhecemos hoje, optou-se 
por adotar uma separação entre o mundo rural e o mundo urbano. Essa organização reflete 
as diferenças entre os modos de construir e os usos que afetam a arquitetura e as cidades.
 Desde o início da ocupação europeia, principalmente pelos portugueses, a mistura com o 
conhecimento dos moradores nativos gerou uma arquitetura com características locais. Eles 
aprenderam rapidamente que deveriam usar o conhecimento sobre aquelas terras: como 
construir para evitar o calor, como aproveitar os alimentos locais etc. No entanto, poucas 
décadas após a chegada das caravelas portuguesas, a Coroa começa a impor suas regras 
sobre a arquitetura urbana, as cidades, as edificações militares, as construções rurais, e
importa um volume imenso de espécies de plantas e animais 
exóticos, quase que ignorando totalmente o que esta terra tinha a 
oferecer. Essas medidas caracterizariam profundamente a 
formação da cultura brasileira, e muito dessa influência vigora até 
hoje.
A urbanização e as arquiteturas de influência europeia
 As primeiras construções realizadas nos três primeiros séculos após a chegada dos 
portugueses e outros povos europeus foram o resultado de uma profunda mistura de 
arquiteturas. Nessa época, era possível identificar algumas características comuns 
nessas edificações.
 O telhado tinha um desenho adequado a locais com fortes e intensas chuvas, com beirais 
largos para proteger as paredes da água. Essa técnica os portugueses trouxeram das suas 
colônias na Ásia. As paredes eram estruturais, construídas com taipa (dependendo da 
região, as técnicas da taipa variavam) ou folhas de palmeiras, como o babaçu.
 A cozinha ficava fora da casa, técnica aprendida com os nativos, para deixar o calor do lado 
de fora.
 A distribuição interna dos espaços tinha uma influência árabe, 
com uma divisão em duas partes: a de fora, com alpendres e 
cômodos de acesso externo (para receber os estranhos); e os 
cômodosinternos, onde ficavam as mulheres e crianças, 
protegidas dos olhares de fora.
A arquitetura rural entre 1500 e 1800
A arquitetura rural entre 1500 e 1800
Casa do Bandeirante, também conhecida como casa 
bandeirista, São Paulo (SP). Nesta foto, está visível um dos 
dois alpendres. O outro fica do lado oposto da construção.
Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b4
/Casa_do_Bandeirante_02.JPG/640px-
Casa_do_Bandeirante_02.JPG. Acesso em: 24 abr. 2022.
A arquitetura rural entre 1500 e 1800
Casa do sítio do Padre Inácio (século XVIII). Cotia (SP).
Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Casa_do_S%C3%A
Dtio_do_Padre_In%C3%A1cio_01.jpg. Acesso em: 24 abr. 
2022.
A arquitetura rural entre 1500 e 1800
POST, Frans (1612-1680). Engenho de Pernambuco. Século XVII. Óleo sobre 
madeira, 50 cm (altura) x 74,5 cm (largura). Acervo Artístico do Ministério das 
Relações Exteriores – Palácio Itamaraty. Brasília-DF, Brasil. 
Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/85/Frans_Post_-
_Engenho_de_Pernambuco.jpg/640px-Frans_Post_-
_Engenho_de_Pernambuco.jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
 As primeiras grandes construções realizadas algumas décadas após o início da ocupação 
portuguesa foram os engenhos de produção de açúcar. Esse sistema de produção industrial 
era composto pelo engenho de moagem da cana-de-açúcar, a casa grande (residência do 
senhor de engenho e de sua família), uma capela e as senzalas (moradias dos africanos 
trazidos como escravos para a colônia).
A arquitetura rural entre 1500 e 1800
MARCGRAF, George. Mapa de Pernambuco incluindo 
Itamaracá, 1643. Coleção Instituto Ricardo Brennand, Recife, 
Brasil. Faz parte do conjunto cartográfico produzido em 1643 
para o livro de Gaspar Barlaeu com ilustrações de Frans Post 
(1612-1680). No alto, a ilustração mostra um engenho de 
açúcar, mostrando da esquerda para a direita a senzala, a casa 
grande e o engenho onde a cana era moída.
Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/70/Ge
orge_Marcgraf_-
_Mapa_de_Pernambuco_incluindo_Itamarac%C3%A1%2C_164
3.jpg/640px-George_Marcgraf_-
_Mapa_de_Pernambuco_incluindo_Itamarac%C3%A1%2C_164
3.jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
A arquitetura urbana entre 1500 e 1800
 Na evolução da arquitetura no Brasil, é importante considerar que a relação entre as 
construções e o espaço urbano é tão forte e característica de cada tempo que é muito difícil 
explicar as inúmeras arquiteturas geradas neste país sem falar do espaço urbano e da 
relação entre edificação e lote. É o que acontece nas cidades construídas durante a 
ocupação portuguesa, como Ouro Preto. O prospecto urbano dessas cidades seguia regras 
ditadas pela Coroa portuguesa.
 A maioria das construções ocupava o lote da seguinte maneira: a edificação não tinha recuos 
laterais nem frontal, somente de fundos. Nesses fundos, ficava o quintal. O telhado é de duas 
águas com beirais, inclinado para a rua e para o quintal, resolvendo o encaminhamento das 
águas pluviais. 
A cozinha ficava nos fundos. No meio da construção, ficavam os 
cômodos sem iluminação, as alcovas. E os lotes eram, em sua 
maioria, estreitos e profundos. As fachadas deveriam seguir uma 
padronização determinada pelas posturas municipais ou pelas 
Cartas Régias (alinhamentos com as construções vizinhas, 
número e dimensões das aberturas na fachada e altura dos 
pavimentos).
A arquitetura urbana entre 1500 e 1800
Rua Conde de Bobadela, Ouro Preto (MG). Observe como 
as construções ficam renqueadas e delimitam o espaço da 
rua com as suas fachadas. O ritmo sequencial das janelas 
e portas determina a aparência do espaço, seguindo as 
regras impostas pelos portugueses.
Disponível em: https://www.google.com.br/maps/@-
20.3853747,-43.5046233,417m/data=!3m1!1e3. Acesso 
em: 11 mai. 2022.
A arquitetura urbana entre 1500 e 1800
 Nas cidades, algumas edificações não seguiam a inserção típica dentro do lote descrita 
anteriormente. É o caso de igrejas, edifícios administrativos e as casas de alguns 
comerciantes e donos de terras mais ricos. Isso pode ser visto na antiga Casa de Câmara e 
Cadeia da cidade de Mariana, Minas Gerais. Observe a inserção mais solta em relação ao 
lote, o telhado de influência asiática e a organização da fachada, com o ritmo típico das 
janelas e da escada, que seguia as normas portuguesas.
A antiga Casa de Câmara e 
Cadeia (final do século XVIII), 
Largo do Pelourinho, Mariana 
(MG).
Fonte: CALDEIRA, Mário H. C., 
1996.
 No início da ocupação portuguesa, os templos das diversas ordens religiosas ficam no litoral 
e são muito simples, limitadas pela escassez de materiais e de mão de obra qualificada.
 As principais ordens religiosas que se implantam na colônia são os Jesuítas, Franciscanos, 
Carmelitas e Beneditinos. Cada uma possui uma maneira de construir e um conjunto de 
programas arquitetônicos adequados à sua doutrina. No litoral são construídos os 
monastérios e claustros e, com o desenvolvimento econômico da cana-de-açúcar no 
Nordeste, as igrejas, abadias e demais construções religiosas ficam mais sofisticadas 
e requintadas.
 Na segunda metade do século XVIII, o Barroco se impõe. 
Nesse momento, os arquitetos e construtores portugueses e 
brasileiros produzem uma arquitetura com plantas ousadas de 
igrejas e capelas de formas ovaladas e exteriores cada vez 
mais sofisticados. Essas são as principais construções no 
interior do território porque, principalmente nas Minas Gerais, 
era proibida pela Coroa portuguesa a construção de 
monastérios e claustros religiosos nessas regiões.
A arquitetura religiosa urbana entre 1500 e 1800
 A arquitetura barroca praticada pelos construtores no Brasil possui características 
semelhantes à praticada na Europa, mas com alguns desenvolvimentos bem locais. O 
excesso decorativo, a modelação pictórica dos interiores, o uso da ilusão e desvios da 
perspectiva exata, com forte apelo aos sentidos, são fatores que podem ser encontrados nas 
igrejas barrocas brasileiras. Mas há artistas e arquitetos brasileiros, como o Aleijadinho, que 
também criam elementos e composições arquitetônicas.
A arquitetura religiosa urbana entre 1500 e 1800
Largo do Pelourinho, onde se encontra a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de 
Assis (1763-1794), projeto do mestre José Pereira dos Santos e José Pereira Arouca, e a 
Igreja Nossa Senhora do Carmo. A antiga Casa de Câmara e Cadeia faz parte da praça, 
mas não aparece na foto. Mariana, MG.
Fonte: CALDEIRA, Mário H. C., 1996.
 Aleijadinho, apelido de Antônio Francisco Lisboa 
(1738-1814), foi arquiteto, escultor, entalhador e 
carpinteiro, filho de pai português e mãe africana 
escrava, é considerado o maior artista brasileiro 
do período colonial.
A arquitetura religiosa urbana entre 1500 e 1800
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis 
da Penitência, projeto de Antônio Francisco Lisboa, o 
Aleijadinho. Construída entre 1767 e 1794, possui 
pinturas internas de Manuel da Costa Ataíde.
Fonte: ABRIL CULTURAL. Arte no Brasil. São Paulo: 
Editora Abril, 1982. p. 115.
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis da 
Penitência, Ouro Preto, MG. Plantas (pavimento superior e, 
abaixo, o pavimento térreo). A arquitetura eliminou as arestas 
vivas de canto.
Fonte: ZANINI, W. (coord.). História geral da Arte no Brasil. São 
Paulo: Instituto Walter Moreira Salles/Fundação Djalma 
Rodrigues, 1983. p. 226.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/85/SFrancisOuroPreto-CCBY.jpg
 Após o início da ocupação europeia, a Coroa portuguesa rapidamente percebeu a 
necessidade de defender aquele território do qual conseguia muitas riquezas. A única 
solução possível na época era a construção de fortes militares, erguidos principalmente no 
litoral, que era o local por onde outras nações europeias (principalmente franceses e 
holandeses) adentravamna região.
 Essa solução era mais simbólica do que efetiva, pois o litoral da então colônia portuguesa 
era muito extenso e impossível de ser defendido pela construção de fortes militares. Mesmo 
assim, dezenas de fortes foram construídos, a maioria no litoral, e alguns poucos no interior. 
Os primeiros eram paliçados com troncos de madeira e, ao longo dos séculos, à medida que 
a colônia ganhava importância para Portugal, os fortes passaram a ser construídos com uma
arquitetura militarmente mais eficiente para a época. Muitos 
desses fortes sobreviveram ao tempo e continuaram a ser 
usados durante o século XIX e alguns até o início do século XX. 
Atualmente, os remanescentes são protegidos como 
patrimônio histórico.
A arquitetura militar no período colonial
A arquitetura militar no período colonial
Forte dos Reis Magos, 1598, Natal, RN. Vista externa com a maré alta. A construção foi tombada como 
patrimônio histórico, em 1949.
Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a6/Forte_dos_Reis_Magos_%28Natal%29.JPG/12
00px-Forte_dos_Reis_Magos_%28Natal%29.JPG?20090327024748. Acesso em: 24 abr. 2022.
Forte dos Reis Magos, Natal, RN. Vista 
do pátio interno. Ao centro, o paiol.
Fonte: CALDEIRA, Mário H. C.
 Durante o século XIX, ocorre a introdução de novas formas de construir, novas tipologias e 
sistemas construtivos inimagináveis nos séculos anteriores. Essas mudanças, que começam 
a se popularizar em quase todo o país, não ocorreram de maneira uniforme ou como um 
movimento organizado. O que ocorreu naquele século pode ser explicado como uma 
progressiva substituição do que na época se considerava velho e arcaico (que era a 
arquitetura produzida durante quase 3 séculos desde a chegada dos portugueses) por uma 
sequência de novas arquiteturas.
 No entanto, é importante lembrar que mesmo antes da 
chegada da Família Real Portuguesa, em 1808, em sua colônia 
mais importante, novos ventos arquitetônicos já sopravam por 
aqui. As primeiras construções com um estilo neoclássico 
europeu são feitas em Belém, PA.
Novas arquiteturas no Brasil: o século XIX
 Giuseppe Antonio Landi (Bolonha, Itália 1713 – Belém, PA 1791) foi desenhador, gravador, 
geógrafo e astrônomo, ele veio para estas terras por conta de sua capacidade de elaborar 
mapas e levantamentos cartográficos. Ele vem para o Brasil integrando uma equipe que 
seria a responsável por demarcar os limites das colônias portuguesa e espanhola na América 
do Sul. Conhecido por aqui e em Portugal como Antônio José Landi, seu trabalho como 
arquiteto foi uma das inúmeras atividades que ele realizou em Belém, no Pará, e não era seu 
objetivo principal ao viajar a serviço da coroa portuguesa.
 Antônio Landi realizou vários projetos arquitetônicos e obras em Belém. As mais famosas 
são: o Palácio do Governo (1759/1772), a Capela de São João Batista (1769/1772), que fica 
nos fundos do palácio, e a Igreja de Sant’Ana (1762/1782). 
 A arquitetura da Igreja de Sant’Ana encontra-se entre o barroco 
italiano tardio com algumas características do neoclássico, o 
que de fato foi uma mudança considerável, ainda mais 
considerando-se que a arquitetura neoclássica só começa a ser 
praticada no país com mais intensidade após a vinda da 
Missão Francesa, em 1816.
Novas arquiteturas no Brasil: o século XIX
Novas arquiteturas no Brasil: o século XIX
Igreja de Sant’Ana, Belém, PA. Projeto de Antônio 
Landi, teve uma construção demorada por falta de 
recursos.
Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/
9/9b/Igreja_de_Santana_DSC_3454-
_%286766140695%29.jpg/1200px-
Igreja_de_Santana_DSC_3454-
_%286766140695%29.jpg?20180809214317. Acesso 
em: 22 abr. 2022.
 A transferência da Família Real Portuguesa e de grande parte de sua corte da Europa para o 
Brasil, em 1808, afetou muito a arquitetura e o urbanismo. Primeiro, a inserção de regras 
construtivas novas na cidade do Rio de Janeiro que, por vir a se tornar a capital do império 
português, deveria, na visão da aristocracia portuguesa, europeizar-se. Isso significava 
abandonar certos hábitos construtivos, como os muxarabis, gelosias e o aspecto geral de 
construções antigas. Aos poucos, o vidro plano importado (material raro até então), o uso do 
arco pleno e as reformas em construções existentes para ficarem com aparência neoclássica 
foram ocupando espaço.
 Depois, a vinda de uma Missão Francesa, em 1816, composta 
por profissionais de várias áreas, que traziam a arquitetura e o 
urbanismo do Neoclassicismo europeu. De origem e finalidade 
controversas, a Missão foi organizada por Joachim Lebreton 
(1760-1819). Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny 
(1776-1850) foi o arquiteto de origem francesa que fez parte da 
Missão, e atuou como professor na Escola Real de Belas Artes 
e como profissional.
A Missão Artística Francesa de 1816
 A Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios (1816-1822) foi o resultado da Missão. Com a 
independência do Brasil, seu nome mudou para Academia Imperial das Belas Artes (1822-
1889). Em 1826, mudou-se para a sua primeira sede construída especificamente para esse 
fim, um projeto de Grandjean de Montigny. Com a República, alterou-se para Escola de 
Belas Artes. Atualmente, seus cursos fazem parte da Universidade Federal do Rio de 
Janeiro. 
A Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro
Projeto, de Grandjean de Montigny, da primeira sede específica da Escola Real de 
Ciências, Artes e Ofícios (1826). A imagem mostra a fachada principal e, abaixo, a 
planta do pavimento térreo. Esse desenho foi feito por Jean-Baptiste Debret 
(1768-1848). Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Planta_e_Fachada_da_Academia_Imperi
al_de_Belas_Artes-Debret-1826.jpg. Acesso em: 25 abr. 2022.
 A arquitetura neoclássica espalhou-se durante o século XIX pelo país, aplicada em sedes 
administrativas do governo, palácios, bibliotecas, teatros e residências de luxo. A linguagem 
arquitetônica era muito similar àquela usada na Europa, mas havia uma diferença essencial: 
os materiais utilizados nessas construções ainda eram predominantemente os mesmos 
usados nos séculos anteriores. A exceção ocorria quando os materiais também eram 
importados, prática que se tornou comum a partir desse século.
A importação do neoclássico
Teatro da Paz, Belém, PA. Projeto 
do engenheiro e arquiteto José 
Tibúrcio Pereira de Magalhães 
(1831-1886), foi construído entre 
1869 e 1878. Na foto, vemos a 
fachada principal.
Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedi
a/commons/7/74/Teatro_da_Paz%2
81%29_%2814734366367%29.jpg. 
Acesso em: 25 abr. 2022.
 Além de Grandjean de Montigny, outros arquitetos estrangeiros que vieram para o Brasil na 
primeira metade do século XIX contribuíram para introduzir o Neoclássico nas cidades 
brasileiras. Esse estilo carregava consigo uma ideia de apagar o passado precário e arcaico, 
e colonial. Além das formas e da volumetria, o interior das construções também trazia algo 
novo. No entanto, o funcionamento das construções, baseado em mão de obra escrava, a 
maneira de se construir nos lotes urbanos e os materiais locais continuavam como uma 
herança colonial que demoraria para ser substituída.
A importação do neoclássico
Museu Imperial, Petrópolis, RJ. 
Projeto do engenheiro Julius 
Friedrich Koeler, foi construído 
entre 1845 e 1862 e servia 
originalmente como palácio de 
verão do Imperador D. Pedro II.
Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/
wiki/File:PetropolisMuseuImperia
l1-CCBYSA.jpg. Acesso em: 25 
abr. 2022.
A arquitetura produzida no período colonial em São Paulo tem como remanescentes as Casas 
Bandeiristas, sobre a qual temos o seguinte texto: “a residência instala-se em um retângulo, 
com paredes de taipa de pilão, telhado de quatro águas e coberturas com telhas de canal. 
Geralmente, fica em uma plataforma natural ou artificial, à meia encosta, nas proximidadesde 
um riacho. A planta começa por uma faixa social, fronteira, com a capela e o quarto de 
hóspede e, no meio, o alpendre. Após essa faixa, e em torno de uma sala central, os quartos 
se dispõem lateralmente”. Escolha a alternativa correta sobre o texto:
a) A simplicidade da construção deve-se à variedade de cômodos no interior da edificação.
b) A construção em taipa e telhado de madeira gerou naturalmente um alpendre.
c) A organização interna da residência reflete os hábitos dos 
moradores, exceto pela capela.
d) O alpendre é o elemento intermediário entre a área social 
(exterior) e o interior (particular).
e) O telhado em quatro águas obrigava os construtores a 
implantarem a casa à meia encosta.
Interatividade
A arquitetura produzida no período colonial em São Paulo tem como remanescentes as Casas 
Bandeiristas, sobre a qual temos o seguinte texto: “a residência instala-se em um retângulo, 
com paredes de taipa de pilão, telhado de quatro águas e coberturas com telhas de canal. 
Geralmente, fica em uma plataforma natural ou artificial, à meia encosta, nas proximidades de 
um riacho. A planta começa por uma faixa social, fronteira, com a capela e o quarto de 
hóspede e, no meio, o alpendre. Após essa faixa, e em torno de uma sala central, os quartos 
se dispõem lateralmente”. Escolha a alternativa correta sobre o texto:
a) A simplicidade da construção deve-se à variedade de cômodos no interior da edificação.
b) A construção em taipa e telhado de madeira gerou naturalmente um alpendre.
c) A organização interna da residência reflete os hábitos dos 
moradores, exceto pela capela.
d) O alpendre é o elemento intermediário entre a área social 
(exterior) e o interior (particular).
e) O telhado em quatro águas obrigava os construtores a 
implantarem a casa à meia encosta.
Resposta
 Na segunda metade do século XIX, enquanto ainda havia manifestações arquitetônicas do 
Neoclassicismo, são introduzidas novas soluções construtivas. Separamos aqui essa onda 
de transformação em duas sequências.
 A primeira sequência é um conjunto de soluções técnicas e espaciais que substitui com 
bastante vigor os resquícios da arquitetura colonial, torna-se muito popular e espalha-se por 
quase todo o Brasil. A segunda sequência é o Ecletismo propriamente dito, com todo o seu 
requinte e multiplicidade de formas e espaços, combinando influências de diversos estilos. 
Essas sequências são paralelas, não excludentes e, como já foi aqui observado, não 
substituem totalmente as arquiteturas que eram feitas no Brasil nesse período.
O ecletismo
As novidades na arquitetura no Brasil foram:
a) Platibanda (pequena mureta que esconde o telhado);
b) Calha metálica (e outros elementos metálicos também);
c) Tijolo cozido maciço (usado em todas as paredes);
d) Assoalho (com o porão alto ficou mais durável);
e) Porão alto (espaço que protege o assoalho de madeira);
f) Ventilação do porão alto, para evitar umidade;
g) Calçada.
O ecletismo
Corte esquemático s/ escala de fachada de residência com 
características arquitetônicas do século XIX.
Fonte: CALDEIRA, Mário H. C., 2022.
O ecletismo
As principais mudanças foram:
 O porão alto: solução que permitiu o uso de assoalhos de madeira no pavimento térreo, pois 
mantinha a madeira do piso longe do solo e de sua umidade e mantinha esse espaço 
ventilado. Esse espaço entre o piso e o solo gerou muitas lendas sobre seu uso. Em algumas 
edificações era um espaço bem alto usado como depósito, mas isso era uma exceção.
 A platibanda: durante os séculos anteriores, a água da chuva era encaminhada para fora da 
construção, pelos beirais com coberturas de palha ou de cerâmica. Agora, a água da chuva é 
captada por calhas metálicas e encaminhada para a rua por tubulações metálicas, e o 
telhado fica escondido atrás da platibanda.
 O uso de elementos metálicos na construção: alguns 
elementos construtivos feitos em metal (geralmente ferro 
fundido) são aplicados na construção, como calhas, 
tubulações, gradis e pequenas colunas para sustentar 
coberturas de entrada.
O ecletismo
 O jardim lateral: muitas das novas construções são feitas com um afastamento lateral em 
relação ao lote vizinho, onde se coloca um jardim e se acessa a edificação. Essa entrada fica 
em uma varanda, coberta por um pequeno telhado com estrutura metálica.
 A distribuição interna: consolidam-se os espaços destinados a receber visitas, principalmente 
nas residências mais ricas. É o que chamamos hoje de sala de estar ou sala de jantar, 
descendentes diretos do living inglês. Esse processo aumentou a diferenciação entre esses 
ambientes e os de uso íntimo e familiar. Apesar da evolução, ainda era a mão de obra de 
escravos e escravas de origem africana que fazia a casa funcionar.
 O tijolo de barro cozido: esse material consolida-se no século 
XIX como o mais comum e onipresente material construtivo do 
país, e lembra a taipa antiga, pois era usado como parede 
estrutural e vedação, e tem uma alta inércia térmica, adequada 
às condições climáticas do país. Havia também o adobe, tijolo 
de barro não cozido, material mais antigo, mas menos comum.
 A residência a seguir contém as principais características arquitetônicas inseridas na 
segunda metade do século XIX: o porão alto, a platibanda, a entrada e o jardim lateral. Mas 
boa parte da implantação ainda mantém a mesma relação entre lote e construção que se via 
nos séculos anteriores.
O ecletismo
Residência no bairro Ipiranga, São Paulo, SP.
Disponível em: https://www.google.com.br/maps/. 
Acesso em: 27 abr. 2022.
 O Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, é um dos muitos edifícios construídos de acordo com 
o Ecletismo da época. Nele se percebe a mistura de vários estilos antigos e um grande 
interesse na ornamentação interna e externa. A construção foi originalmente feita para ser 
residência da família do barão de Nova Friburgo.
O ecletismo
O Palácio do Catete foi a 
residência oficial do Presidente da 
República no Rio de Janeiro, 
quando era a capital do país. 
Projeto do arquiteto alemão Carl 
Friedrich Waehneldt, concluído em 
1866.
Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipe
dia/commons/c/cb/Palacio_do_Cat
ete.jpg. Acesso em: 27 abr. 2022.
 O estilo neocolonial no Brasil está ligado à busca de uma arte genuinamente nacional. O 
marco de lançamento do movimento foi a conferência "A Arte Tradicional no Brasil“, ditada 
em 1914, na Sociedade de Cultura Artística de São Paulo, pelo arquiteto e engenheiro 
português Ricardo Severo. Nela, Severo defende o estilo colonial brasileiro de raízes 
lusitanas como o verdadeiro estilo nacional, em contraposição ao ecletismo e o revivalismo 
da arquitetura da época que, segundo ele, eram estilos estranhos à tradição brasileira. 
Assim, o estilo neocolonial seria um movimento ao mesmo tempo tradicionalista e moderno.
 A partir desse momento, o estilo neocolonial foi muito difundido 
na arquitetura brasileira. Ricardo Severo construiu uma série de 
edifícios nesse estilo, como o ainda existente edifício da 
Faculdade de Direito de São Paulo (1939), no Largo São 
Francisco, São Paulo, SP.
A arquitetura neocolonial
 José Mariano Filho, historiador de arte e diretor da Sociedade Brasileira de Belas Artes, teve 
um papel importante no movimento, patrocinando viagens de arquitetos às cidades mineiras 
coloniais. Muitos renomados arquitetos aderiram ao neocolonial à época, como Victor 
Dubugras, Heitor de Mello, Archimedes Memória e outros. Durante a Semana de Arte 
Moderna de 1922, dedicada à busca de uma arte nacional, Georg Przyrembel apresentou 
projetos no estilo. Lucio Costa, quando jovem, também foi adepto do movimento, e projetou 
algumas casas neocoloniais.
 É importante entender que os poucos arquitetos brasileiros que 
havia na época estavam interessados em criar um estilo 
nacional e elegeram a arquitetura do período colonial como sua 
referência principal. Curiosamente,a maioria dos arquitetos de 
formação moderna, menos de duas décadas depois, também 
elegeriam essa mesma arquitetura como sua referência de 
passado arquitetônico nacional.
A arquitetura neocolonial
 A principal característica desse estilo é o seu léxico arquitetônico, formado por um amplo 
conjunto de elementos construtivos e ornamentais com um desenho baseado em releituras 
das construções do período colonial. Assim, para projetar uma arquitetura neocolonial era 
suficiente aplicar esse léxico no projeto. Mas observe que, ao olharmos um projeto nesse 
estilo, há muito pouco da linguagem construtiva antiga, aparentemente usada 
como referência.
A arquitetura neocolonial
Instituto Superior de Educação 
(1926-1930), Rio de Janeiro, 
RJ. Autores: Ângelo Bruhns e 
José Cortez. Foto feita em 
1940.
Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wi
kipedia/commons/a/ae/Instituto
_Superior_de_Educa%C3%A7
%C3%A3o_do_Rio_de_Janeir
o_%28ISERJ%29.tif. Acesso 
em: 25 abr. 2022.
 Nem todos os estilos importados da Europa, mesmo quando rapidamente absorvidos pelos 
poucos arquitetos que existiam e por alguns construtores, conseguiam alcançar muita 
popularidade. Em geral, ficavam restritos aos grandes projetos, seja pelo porte, seja porque 
foram escolhidos por uma instituição com recursos para construir. Mas o Art Déco
foi diferente.
 Esse estilo começa a ser desenvolvido na Europa, a partir de 
1910, e se populariza a partir da Exposição Internacional de 
Artes Decorativas e Industriais Modernas, que ocorreu em 
Paris, em 1925. É um dos primeiros estilos que procura 
abranger com uma mesma linguagem de projeto a arquitetura, 
o mobiliário, a decoração interna e externa, as instalações 
(como luminárias, pias etc.), chegando até o vestuário!
O Art Déco
O Art Déco
Entrada principal do edifício Saldanha Marinho, São Paulo, 
SP. Foi projetado no estilo Art Déco pelo arquiteto carioca 
Elizário da Cunha Bahiana e foi concluído em 1933.
Disponível em: https://www.google.com.br/maps. Acesso 
em: 29 abr. 2022.
 Sua linguagem baseia-se na manipulação de formas geométricas básicas, combinadas em 
ritmos e sobreposições que geram outras formas muito ricas e variadas. Esse estilo era 
usado em grandes edifícios, mas conseguiu alcançar as construções mais simples.
 Mas é nas construções maiores que se vê o Art Déco em sua plenitude de desenho e de 
acabamentos. A linguagem desse estilo foi muito usada para criar interiores com desenho 
esmerado e suntuoso. O Cristo Redentor (construído entre 1922 e 1931), que se encontra no 
Corcovado, na cidade do Rio de Janeiro, foi desenhado com esse estilo.
O Art Déco
Cristo Redentor, Rio de Janeiro, RJ 
(1922-1931). O projeto foi o resultado 
de uma equipe formada pelos 
arquitetos brasileiros Carlos Oswald e 
Heitor da Silva Costa, os franceses 
Albert Caquot e Paul Landowski e o 
romeno Gheorghe Leonida.
Disponível em: 
https://cdn.pixabay.com/photo/2020/07/
14/15/43/corcovado-
5404701_960_720.jpg. Acesso em: 15 
mai. 2022.
 O estilo artístico e arquitetônico intitulado Art Nouveau (Arte Nova, em francês) popularizou-
se entre o final do século XIX e o início do século XX, na Europa, chegando a outros países, 
incluindo o Brasil. Também era conhecido por outros nomes, dependendo do país, como 
Jugendstil (Alemanha), Stile Liberty (Itália), Estilo Floreal (Brasil) e Secessão (Áustria).
 Assim, o estilo Art Nouveau caracterizou-se como uma “arte 
total” (o Art Déco também tinha essa mesma proposta), que 
procurou envolver todos os elementos da vida cotidiana 
(arquitetura, moda, utensílios domésticos, móveis e artes 
gráficas). A resposta desse estilo à rigidez e ao tradicionalismo 
acadêmico e à baixa qualidade de design dos produtos 
industrializados da época foi feita usando formas inspiradas 
diretamente na natureza, principalmente nas formas de 
vegetais (flores, galhos e folhas). Não se tornou popular no 
Brasil, como o Art Déco e o Ecletismo.
O Art Nouveau
 Houve arquitetos que trabalharam no Brasil fazendo projetos nesse estilo, como Carlos 
Eckman (1866-1940), que projetou uma residência em São Paulo para a rica família 
Penteado. Essa edificação é conhecida por ter sido a primeira sede da Faculdade de 
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
O Art Nouveau
Salão principal da residência 
da família Penteado, 
atualmente usada como sede 
do curso de pós-graduação 
da FAU-USP, São Paulo, SP. 
Autor: Carlos Eckman.
Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/w
ikipedia/commons/b/ba/Sal%
C3%A3o_principal_%282420
9975193%29.jpg. Acesso em: 
27 abr. 2022.
A introdução de novas soluções construtivas e espaciais na arquitetura das classes médias e, 
em parte, populares das cidades brasileiras a partir da segunda metade do século XIX trouxe 
várias mudanças nas edificações. Escolha a alternativa que não contém uma solução nova e 
típica desse período:
a) O uso do porão alto para evitar o acúmulo de umidade no pavimento térreo.
b) O afastamento lateral da construção em relação ao limite do lote.
c) A introdução de janelas e portas para acessos laterais e não apenas mais na fachada 
voltada para a rua.
d) O uso de platibandas para encobrir o telhado, 
eliminando o beiral.
e) A adequação a normas de construção urbanas que permitiam 
o alinhamento da rua.
Interatividade
A introdução de novas soluções construtivas e espaciais na arquitetura das classes médias e, 
em parte, populares das cidades brasileiras a partir da segunda metade do século XIX trouxe 
várias mudanças nas edificações. Escolha a alternativa que não contém uma solução nova e 
típica desse período:
a) O uso do porão alto para evitar o acúmulo de umidade no pavimento térreo.
b) O afastamento lateral da construção em relação ao limite do lote.
c) A introdução de janelas e portas para acessos laterais e não apenas mais na fachada 
voltada para a rua.
d) O uso de platibandas para encobrir o telhado, 
eliminando o beiral.
e) A adequação a normas de construção urbanas que permitiam 
o alinhamento da rua.
Resposta
 BAZIN, G. Arquitetura religiosa barroca no Brasil. Rio de Janeiro: Record, 1983. (2 vol.)
 BRUAND, Y. Arquitetura contemporânea no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1991.
 FARTHING, S. Tudo sobre arte: os movimentos e as obras mais importantes de todos os 
tempos. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.
 MENDES, F. R.; VERISSIMO, F.; BITTAR, W. Arquitetura no Brasil: de Cabral a Dom João 
VI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2011.
 REIS FILHO, N. G. Quadro da arquitetura no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2019.
 VERISSIMO, F. S.; BITTAR, W. S. M. 500 anos da casa no Brasil: as transformações da 
arquitetura e da utilização do espaço de moradia. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.
 WEIMER, G. Arquitetura popular brasileira. São Paulo: Martins 
Fontes, 2012.
Referências
ATÉ A PRÓXIMA!

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