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Técnica Operatória – Profa.: Adelina – 22/08/23 6º semestre – Katielle R. Bernardo 1 MESA CIRÚRGICA Qualquer procedimento cirúrgico (ato cruento) básico consta 3 etapas: Diérese, hemostasia e síntese. O instrumentador irá organizar todo o material, de maneira ordenada sequencialmente, seguindo as etapas supracitadas. Isto é, todos os materiais de mesma função devem estar juntos e sequencialmente organizados na mesa de instrumentação. Materiais móveis: fios cirúrgicos, gases, algodão. Deve ser reposto quando necessário pelo instrumentador cirúrgico Especiais: Materiais de preensão (responsáveis pela tração e manipulação de tecidos), bem como afastadores que mantém as bordas da incisão afastadas, são necessários para facilitar a manipulação de tecidos e órgãos internos e profundos. Devem estar dispostos entre o material de hemostasia e síntese. DIÉRESE: afastar os tecidos Incisão, Secção, Divulsão, Punção, Diltação, Serração Definição: toda manobra para criar descontinuidade de tecidos, ou seja, permitir, o acesso do cirurgião ao leito cirúrgico. • Instrumental corte: Bisturis e Tesouras o Bisturi: realizar a incisão cirúrgica Técnica Operatória – Profa.: Adelina – 22/08/23 6º semestre – Katielle R. Bernardo 2 ▪ Características: formado por cabo e lâmina. ▪ Bisturi 10+, cabo 3 → cortes pequenos ▪ Bisturi 20+, cabo 4 → cortes profundos *Mais usados: 20, 21 e 15 Como Montar o bisturi? o Tesouras: possuem função de seccionar, dissecar, divulsionar e desbridar tecidos. Além de cortar fios e gaze. ▪ Tipos de pontas das tesouras: retas (utilizadas em superfície e corte de fios); curvas (para profundidade – maior visibilidade – preferência dos cirurgiões); agudas (cortes precisos e delicados – não usar em cavidades); e rombas (uso em cavidades). • Tesoura de mayo (reta e curva): material mais grosseiro e fortes – para tecidos grosseiros, como a aponeurose. Dissecção e divulsão → tesoura que faz uma pressão mais forte. A sua porção funcional compreende cerca da metade da tesoura. • Tesoura Metzenbaum (reta e curva): material mais delicados – usados para tecidos mais delicados. Dissecção e divulsão . Porção funcional equivale a 1/3 do comprimento da tesoura. Maior proporção entre cabo e lâmina. Técnica Operatória – Profa.: Adelina – 22/08/23 6º semestre – Katielle R. Bernardo 3 o Tanto Mayo, quanto Metzenbaum podem ser usadas para divulsão, secção e deslocamento. E Não utilizá-las para corte de fios a fim de não danificar o material. Usa-se a Spencer, em geral, com a função de retirada de pontos. Obs.: Na montagem da mesa sempre vai do mais grosseiro para o mais delicado (para ter corte para os tecidos). o *curvo sempre é mais delicado HEMOSTASIA: parada do sangramento Definição: toda manobra para conter hemorragia • Hemostasia (sempre temos pinças hemostáticas do tipo reta e curva). Além das compressas. o Pinças hemostáticas são caracterizadas por possuir preensão contínua para suprimir sangramentos. Possuem garras estriadas que se mantêm presas em cremalheiras. Elas podem ser encontradas retas ou curvas, com ou sem dentes, com estrias transversais ou longitudinais Obs.: A chanfradura interna diferencia as pinças Obs.: Organização das principais pinças hemostáticas: são organizadas em ordem crescente de tamanho, com as curvas antes das retas e a ponta voltada para o instrumentador, com curvatura voltada para a mesa. (Ordem: Hasted, Kelly, Crile, Kocher, Rochester) • Pinça Halsted (pinças “mosquito” ou “Kellynho”): são as menores, delicadas, com estrias transversais em toda sua face de preensão. Usadas em pequenos vasos, em estruturas orgânicas nobres e pinçam fios finos para sutura. Estrias transversais preenchem apenas os 2/3 distais da parte funcional (na face de preensão). Não possuem dentes. Técnica Operatória – Profa.: Adelina – 22/08/23 6º semestre – Katielle R. Bernardo 4 • Pinça Kelly: são muito utilizadas, possuem ponta fina e se diferenciam pelo fato das ranhuras internas (estrias transversais) preencherem apenas os 2/3 distais da parte funcional (na face de preensão). Não possuem dentes. Como diferenciar Kelly x Halsted? • Pinça Crile: são parecidas com a Kelly, porém as ranhuras ocupam toda a parte funcional. É uma pinça longa. Como diferenciar Kelly e Crille? Técnica Operatória – Profa.: Adelina – 22/08/23 6º semestre – Katielle R. Bernardo 5 Como diferenciar Crile e Kelly? Como diferenciar Hasted, Kelly e Crille? • Pinça Kocher: apresenta estrias transversais em toda sua face preensora e dentes na ponta. São pinças longas usadas aos pares, para pinçamento do estômago e alças intestinais, apresentando as bordas para sutura. Usada mais como instrumento de preensão. o Pinça de Kocher: curva ou reta, atualmente se utiliza mais para preensão e para tracionar o tecido firmemente, evitando que escorregue. Tração de aponeurose. o Serve para apreensão (tecidos grosseiros para tracionar) → Pinça Kocher Técnica Operatória – Profa.: Adelina – 22/08/23 6º semestre – Katielle R. Bernardo 6 • Pinça Rochester: são pinças robustas, longas, com estrias transversais em toda a sua face de preensão. SÍNTESE: conecta tecidos próximos para a posterior cicatrização (sutura) Definição: manobra que permite a aproximação tecidual e acelera o processo de cicatrização. Sendo assim, a sutura é realizada com fios cirúrgicos. É a última etapa, união das bordas. • Preensão: Pinças de dissecção. Função: Preensão – consiste em agarrar e manipular tecidos. • Tipos de pinças de dissecção: o Pinça de dissecção do tipo anatômico ou sem dente. Chamada de pinça atraumática. A pinça possui estrias no sentido transversal na sua face interna. É utilizada para preensão de vasos e paredes de vasos (tecidos delicados). o Pinça de dissecção do tipo dente de rato. Chamada de pinça traumática. Possui dente em sua ponta. Usada para manipulação de tecidos mais resistentes/grosseiros (pele e aponeurose). A Pinça Adson é utilizada em cirurgia para apreensão de tecidos moles durante os procedimentos cirúrgicos da sua clínica ou hospital. Além disso, o uso da Pinça Adson Instrumental Cirúrgico, facilita o procedimento enquanto o cirurgião manipula outros instrumentos. Técnica Operatória – Profa.: Adelina – 22/08/23 6º semestre – Katielle R. Bernardo 7 • Também se utiliza: porta agulhas, fios e agulhas • Porta agulhas: possui na sua extremidade um sulco, diferenciando-as das pinças de hemostasia, e estrias transversais. Pode ser de 2 modelos principais: o A. Porta-agulhas de Hegar: permite que sua empunhadura seja igual a de uma pinça homeostática, pois possui duas argolas na extremidade das hastes. ▪ Hegar, mais comum. Instrumento usado para segurar uma agulha enquanto é feita a sutura de tecidos em cirurgias. o B. Porta-agulhas de Mathieu: geralmente utilizado por cirurgiões-dentista, possui hastes livres, sem argolas. Ideal para suturas na superfície. ▪ Porta agulha :Mathieu. Instrumento usado para segurar uma agulha enquanto é feita a sutura de tecidos em cirurgias. ESPECIAIS (O diferencial de cada instrumento é a ponta!) • Pinça Allis: pinça pouco traumática, com maior poder de preensão por denteamento fino na superfície de contato. Pouco usada para antissepsia com gaze montada, normalmente se usa Pean ou Foerster. Quando montada com gaze, seu uso se torna mais frequente para hemostasia. o Gaze montada a tensionar tecido mais delicado – alliis (preensão mais suave, várias pontinhas exercendo pressão) Pinça Allis curta/longa Técnica Operatória – Profa.: Adelina – 22/08/23 6º semestre – Katielle R. Bernardo 8 • Pinça Mixter: pinça reta com pontasanguladas e serrilhadas – preensão. Uso em pedículos como hepático, pulmonar e renal. o Mixter- cirurgia de colicestomia. É uma pinça que tem uma maior curvatura em sua ponta de extrema utilidade no auxílio da dissecção de vasos e para passa fios para ligadura em torno deles. • Pinça Cheron: é uma das primeiras a sai, usa para pintar o paciente, tbm usado pra ginecologia, assim como a pinça foerster → Assepsia (A Pinça Cheron é indicada para higienização e antissepsia do canal vaginal e/ou de outra região corporal. Ela prende a gaze para antissepsia) Técnica Operatória – Profa.: Adelina – 22/08/23 6º semestre – Katielle R. Bernardo 9 • Pinça Foerster: a longa e reta é utilizada para preensão de gaze para antissepsia (denominada “pincel” ou “fraldinha” quando estiver com a gaze montada) em todos os procedimentos cirúrgicos. A curva é utilizada na preensão, tração e apresentação do infundíbulo da vesícula, sendo muito utilizada, portanto, em colecistectomia. • Pinça Backhaus: pinça de campo usada para prender os campos à pele, os campos entre si ou fixar objetos nos campos. o Arruma os campos depois de ter pintado – backhaus, o primeiro a sair, usa ate 4 para fxar os 4 cantos. São pinças utilizadas para fixação do campo cirúrgico Técnica Operatória – Profa.: Adelina – 22/08/23 6º semestre – Katielle R. Bernardo 10 • Afastadores: principal função dos afastadores é conferir ao cirurgião uma melhor visão do campo operatório. Isso é realizado afastando as bordas de incisão e estruturas vizinhas. Esses instrumentos possuem formas e tamanhos variados, e sua escolha depende da necessidade cirúrgica (espessura do tecido a ser operado, local, profundidade). o Farebeuf (manual/dinâmico): Possui lâminas na extremidade em forma de C e difere no tamanho, largura e curvatura das lâminas de acordo com a necessidade cirúrgica. É usado em diversas cirurgias, principalmente na pele, subcutâneo e músculos - Afastar tecidos e abrir planos, começa com um pequeno (farabeuf) e um maior depois para afastar as paredes (doyen) → manual, precisará de auxiulio. Mas tem um autoestático, que segura sozinho (são compostos de peças acopladas, que uma vez colocados e abertos, permanecem na mesma posição) o Doyen (manual/dinâmico): usado em cavidade abdominal. Possui um cabo para empunhadura e uma superfície maior para afastamento. o Afastador (autoestático) Finochietto: Uso para abrir o tórax, a afim de que se abra os espaços intercostais ou medioesternal. Técnica Operatória – Profa.: Adelina – 22/08/23 6º semestre – Katielle R. Bernardo 11 o Afastador (autoestático) Gosset: Uso para abrir Cavidade abdominal • Além disso temos a cúpula e a cuba → Substância liquidas- cúpula, cuba. Uso relativo, também pode conter instrumentais. POSIÇÃO DA EQUIPE DURANTE O ATO CIRÚRGICO Cirurgião a direita do paciente. Instrumentador do lado oposto do cirurgião, de frente ao paciente e mesa cirúrgica ao lado dele. Técnica Operatória – Profa.: Adelina – 22/08/23 6º semestre – Katielle R. Bernardo 12 Obs.: Não pode ser colocada a mesa entre o cirurgião e o instrumentador, porque pode aumentar o risco de contaminação de materiais, além de criar obstáculo entre o cirurgião e o instrumentador, afastando-os, quando na verdade devem estar próximos um do outro. Não há uma regra obrigatória para organização da mesa, mas deve-se ordenar e organizar os materiais de mesma função. Obs.: Se liga! A disposição dos materiais na mesa obedece a seguinte ordem: tipo, curvatura e tamanho. Ex. Metzembaum (curva – reta – tamanho [menor - maior]) depois Mayo. Lembrar que a curvatura é para baixo e a parte funcional voltada para o instrumentador.
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