Buscar

ARTIGO ERNANE CASSIO SOUSA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FOTOGRAFIA E SOCIEDADE[footnoteRef:1] [1: TC em formato de Artigo apresentado à Faculdade de Sabará como parte dos requisitos para aprovação na disciplina de Estágio Supervisionado III.] 
Ernane Cássio Sousa[footnoteRef:2]* [2: * Aluna do curso de administração – E-mail: ernanecassiosousa@gmail.com] 
Augusta Isabel Junqueira Fagundes[footnoteRef:3]** [3: ** Professora da disciplina Estágio Supervisionado III – E-mail: profaugusta@terra.com.br] 
RESUMO	
A fotografia como conhecemos hoje tem como marca registrada a versatilidade. Utilizada na arte, na publicidade, no jornalismo e também no registro dos nossos momentos mais especiais, o caminho percorrido pela fotografia desde o primeiro registro feito com um daguerreótipo (primeiro equipamento fotográfico da história), no século XIX, foi longo. Foi por meio da invenção de superfícies fotossensíveis que o ser humano conseguiu gravar sobre uma superfície as imagens geradas pela luz, a própria fotografia. A primeira fotografia do mundo foi feita pelo francês Joseph Nicéphore Niépce. Quando isso aconteceu, ele já sabia como projetar uma imagem dentro de uma caixa escura, mas não sabia ainda como fazer para que essa imagem ficasse lá gravada. Ele conseguiu essa façanha por meio de experimentos com produtos químicos, inventando uma placa fotossensível que gravava as imagens. Atualmente, a fotografia faz parte das nossas vidas, seja nos smartphones, nas câmeras digitais ou nas câmeras analógicas, registrando as nossas lembranças.
Palavras-chave: História, Fotografia, Imagem.
ABSTRACT
Photography as we know it today has versatility as its trademark. Used in art, advertising, journalism and also in recording our most special moments, the path taken by photography since the first record made with a daguerreotype (first photographic equipment in history), in the 19th century, has been a long one. It was through the invention of photosensitive surfaces that human beings were able to record images generated by light, photography itself, on a surface. The world's first photograph was taken by Frenchman Joseph Nicéphore Niépce. When that happened, he already knew how to project an image inside a dark box, but he still didn't know how to make that image stay recorded there. He achieved this feat through experiments with chemicals, inventing a photosensitive plate that recorded the images. Currently, photography is part of our lives, whether on smartphones, digital cameras or analogue cameras, recording our memories.
Key-words: History, Photography, Image
INTRODUÇÃO
“A fotografia não foi inventada por um único homem, ela foi inventada por Niépce, foi reinventada por Daguerre, foi inventada na Inglaterra pelo Talbot e nas Américas pelo Hercule Florence”. 
"View from the Window at Le Gras" é o nome da considerada primeira fotografia da história, tirada da janela do inventor francês Joseph Nicéphore Niepce em 1826, na cidade de Saint-Loup-de-Varennes, na França. Sua imagem resultante de um processo rudimentar foi considerado o primeiro a fixar uma imagem. Segundo pesquisadores, a fotografia pode ter levado entre 10 e 20 minutos ou mais para ser fixada. 
Louis Jacques Mandé Daguerre foi um artista e inventor Francês, considerado o autor da primeira patente do processo fotográfico em 1839, intitulado daguerreotipia. Segundo pesquisadores, sua invenção, o daguerreótipo, foi fruto de pesquisas e parceria com Joseph Nicéphore Niépce. De acordo com matéria publicada no portal Brasiliana Fotográfica, sobre o processo de fixação fotográfica, daguerreotipia: 
"Um daguerreótipo consiste em uma imagem única e positiva, formada diretamente sobre placa de cobre, revestida com prata e, em seguida, polida e sensibilizada por vapores de iodo. Depois de exposta na câmera escura, a imagem é revelada por vapores de mercúrio e fixada por uma solução salina" (BRASILIANA FOTOGRÁFICA) 
Sobre a invenção da fotografia nas Américas, não poderia deixar de mencionar Antoine Hercule Romuald Florence, um inventor, artista e naturalista francês, considerado o autor do registro fotográfico mais antigo das Américas, através da sensibilidade à luz dos sais de prata. De acordo com a matéria publicada no site do Instituto Moreira Salles, importante referência em pesquisas fotográficas: 
“Com a ajuda do farmacêutico Joaquim Correa de Mello, Florence conseguiu, em 1833, fixar em papel a imagem captada por uma câmara escura, por meio de sais de prata. Um processo próximo àquele que, sem seu conhecimento, era pesquisado na França havia alguns anos por Joseph Nicéphore Niépce e por seu sócio e sucessor, Louis Daguerre, e também por William Henri Fox Talbot na Inglaterra. Segundo o historiador Boris Kossoy, cuja pesquisa pioneira foi publicada em 1980 no livro 1833: a descoberta isolada da fotografia no Brasil, Hercule Florence usou em seus diários a palavra photographie em 1834, quatro anos antes que o químico inglês John Hershel cunhar o termo photography.” (IMS) 
Poucos brasileiros sabem da história da invenção da fotografia no Brasil. Mas de acordo com manuscritos deixados por Florence, ele mostrou-se uma pessoa consciente do preço de suas limitações geográficas ao residir no Brasil e realizar suas pesquisas na região na Vila de São Carlos, em Campinas, no interior de São Paulo, sentindo-se "um inventor no exílio". 
"Em um século em que se recompensa o talento, a Providência me trouxe a um país onde isso não importa. Sofro os horrores da miséria, e minha cabeça está plena de descobertas. Nenhuma alma me escuta, nem me compreenderia. Aqui só se dá valor ao ouro, só se ocupam de política, comércio, açúcar, café e carne humana. Sem dúvida conheço algumas almas grandes e belas, mas essas, em número muito reduzido, não têm formação na minha linguagem, e eu respeito sua ignorância" (FLORENCE). 
Segundo o pesquisador Boris Kossoy sobre a descoberta da fotografia no Brasil: 
“Existem fortes evidências que, sete anos antes do célebre comunicado da Academia de Ciências de paris, em 19 de agosto de 1839, acerca da descoberta de Louis Jacques Mande Daguerre, Florence já imprimia”, em papéis sensibilizados com sais de prata e cloreto de ouro, pela ação a luz solar, exemplares de diplomas maçônicos e rótulos para farmácia. Sua obra permaneceu na obscuridade por cerca de 140 anos, até que foi possível comprovar suas realizações precursoras que se constituem no marco inicial da investigação da fotografia no Brasil” (KOSSOY) 
Já o Inglês William Henry Fox-Talbot foi um escritor e cientista, mais um dos pioneiros da fotografia. Ele costumava usar a câmara escura para produzir desenhos e vinha pesquisando a fixação da imagem há tempos. Foi considerado o inventor do processo positivo e negativo e criou o modelo de chapas para a reprodução de cópias. 
Em 1835, Talbot realizava experimentos com pequenas câmeras, ele tinha boa formação em química e ótica e conhecia a sensibilidade da prata a luz. De acordo com relatos do documentário Maravilhas Modernas da History Channel, Talbot mergulhava o papel em uma solução salina e em nitrato de prata e expõe ao sol o papel com um objeto sobre sua superfície. Assim, ele buscava obter cópias por contato de silhuetas de folhas, objetos e outros elementos da natureza. Estes são considerados os pioneiros na história da fotografia, apresentados ao mundo como os inventores "oficiais" desta técnica ou ferramenta para fixação de imagens, se assim posso dizer. 
Mas também é possível, com a democratização dos meios de comunicação e ampla divulgação de informações, que surjam mais histórias sobre o período da invenção da fotografia e quem sabe novos atores protagonistas desta invenção sejam revelados. A fotografia no inicio da história era vista como uma concorrente das artes plásticas. 
Nascia naquela época uma espécie de conflito entre as linguagens da pintura e da fotografia, assim como hoje surgem conflitos resultantes do desenvolvimento tecnológico, como por exemplo: a diminuição ou quase extinção da fotografia analógica substituída pela imagem digital; a substituição delivros impressos pelos livros digitais, dentre outros exemplos onde a superação dos formatos e funções, ou mesmo o desuso só será mostrado com o passar do tempo. 
Por um longo período, as artes plásticas eram responsáveis pela representação do mundo. Mas com a chegada da fotografia, a arte ganha novas formas de expressão, como exemplo o surgimento do movimento impressionista no século XIX, que decide romper com as regras ou formas tradicionais da academia ou do realismo. Deste modo, a fotografia se aproxima mais da representação da realidade do que a pintura e o impressionismo sugere uma nova maneira de pintar e se expressar.
1 HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
Hoje, define-se a fotografia como desenhar com luz e contraste. Conhecer a trajetória dela é fundamental para que possamos entender como se dá o uso da luz na criação das imagens que registraram diversos momentos da nossa história. Se, atualmente, podemos sacar o smartphone do bolso e capturar uma imagem, antigamente isso não era tão fácil assim.
Fotografar era uma tarefa muito difícil. Por esse motivo, vamos embarcar em uma viagem milenar rumo ao passado. 
Embora Walter Benjamin ([1931] 1994) tenha escrito no seu famoso ensaio intitulado “Pequena história da fotografia” que foi Leonardo da Vinci um dos primeiros que descreveu os princípios da “câmera obscura” (literalmente quarto escuro), no qual era possível para os artistas estudar a realidade projetada, através das características da luz e do delineamento da perspectiva: “a luz entrando num pequeno orifício de uma parede em um quarto escuro forma na parede oposta uma imagem invertida de qualquer coisa que esteja do outro lado” (COLLIER, JR. E COLLIER, 1986, p. 7), o nosso primeiro destino será a região dos países árabes, onde Alhaken de Basora observou a formação de imagens dentro de sua tenda — graças à passagem do sol pelas frestas do tecido.
A descrição de Basora era similar ao método de observação de eclipses solares, no século X. O físico e matemático Alhaken possuía uma câmara escura, um espaço totalmente fechado com a exceção de um pequeno furo por onde entrava o feixe de luz. A imagem era reproduzida ao contrário dentro do recipiente.
 Então podemos ver que a nossa história sobre a fotografia começa com a descoberta de um feche de luz em quarto totalmente escuro onde a imagem é projetada, e em sua volta temos uma máscara negra nos revelando uma imagem. 
Foram vários os nomes envolvidos na história da fotografia, porém, um deles merece destaque: o francês Joseph Nicephore Niépce. No sótão de sua casa, depois de décadas de tentativas, ele conseguiu estagnar pela primeira vez uma imagem produzida pela ação da luz. 
Assim como as imagens eram reproduzidas por luz, vieram os grandes desafios de como permanecer com essa imagem infinita em uma lâmina. Trazendo assim a grande descoberta ao domínio público. Que viera mais tarde serem reproduzidas por meios mecânicos.
Anos mais tarde, em 1833, Niépce faleceu e não pode acompanhar o reconhecimento do seu invento e, antes, deixou suas obras sob os cuidados de Louis Jacques Mandé Daguerre.
Foi dessa união que surgiu o daguerreótipo, uma máquina fotográfica que, finalmente, podia ser fabricada e comercializada em escala. O daguerreótipo foi o primeiro processo/aparelho fotográfico a ser anunciado e comercializado ao grande público em 1839 que fixava as imagens obtidas na câmara escura numa folha de prata sobre uma placa de cobre (COLLIER, JR. E COLLIER, 1986, p.24; ANDRADE, 2002, p. 35). 
Também francês, Daguerre deu continuidade aos estudos de Niépce e foi além: teve a ideia de levar a fotografia para mais pessoas — independentemente de quem fosse. Era uma visão acima de seu tempo. Com apoio do governo francês, Daguerre disponibilizou todo o seu trabalho para a pesquisa pública. Assim, as câmeras diminuíram de tamanho de um quarto grande para uma caixa portátil de 60 centímetros com o orifício de observação substituído pelo princípio de lente de fundo.
Obviamente, dada a novidade, tratava-se de um bem que somente os mais ricos podiam adquirir. Das oito horas necessárias para a fotografia de Niépce, Daguerre reduziu para incríveis 25 ou 30 minutos.
Então começava uma nova era de como registrar os momentos, e trazendo assim, uma visão de óptica muito trabalhada, onde conseguia-se colocar uma imagem de tamanho real em uma caixa portátil. Portanto o processo de registrar os momentos eram muito caros. 
No ano de 1841, William Henry Talbot inventou um meio de fazer cópias das fotografias produzidas. Tratava-se da criação do negativo, responsável por absorver a luminosidade e estagnar a imagem — formando, desse modo, a fotografia. Por meio do negativo, tornava-se possível passar as imagens para outras folhas.
Com a redução do tempo para se obter uma fotografia e a criação da fotocópia, os pesquisadores da época voltaram suas atenções para a busca por um papel que permitisse a impressão das imagens com mais rapidez. O responsável pela descoberta foi o inglês Frederick Scott Archer, em 1848.
Ele inventou o processo de colódio úmido, composto por éter e álcool dentro de uma solução de nitrato e celulose. Com isso, Archer encontrou um meio para que a fotografia fosse revelada logo após ser feita. Mesmo assim, o desejo de Daguerre ainda não havia sido realizado: a fotografia não havia alcançado as camadas mais populares.
A fotografia passou a ser interessante por proporcionar a nossa imagem fora de um espelho, porém, esse espelho não era muito gradativo aos olhos humanos, mesmo sendo uma grande descoberta, a imagem retratada ao espelho laminado, não havia caído no gosto das pessoas.
A popularização da fotografia só veio a acontecer em 1888, pelas mãos de George Eastman. Ele possuía uma fábrica de chapas secas, a Eastman Kodak Company. Em alguns anos de pesquisa, Eastman conseguiu produzir a primeira câmera fotográfica que permitia a captura de até 100 imagens de 2,5 polegadas.
O fato é que essa câmera não possibilitava a troca do rolo fotográfico, portanto, quem desejava capturar mais imagens tinha que adquirir outro equipamento. Esse problema foi resolvido ao longo do tempo, quando as câmeras fotográficas foram diminuindo de tamanho e se tornaram portáteis.
Até então, a fotografia produzida era em preto e branco. Somente no século seguinte os irmãos Lumière, famosos pelo pioneirismo no cinema, inventaram um meio de registrar imagens coloridas com apenas um clique: os autocromos coloridos.
Apesar de eficiente, a criação deles era um tanto complexa e cara, o que inviabilizou a comercialização em larga escala. Mais uma vez, em 1935, a Kodak entra em cena e, baseada na ideia dos irmãos Lumière, lançou o Kodachromes. Assim, tornava-se possível fotografar em cores em qualquer lugar e com um preço mais popular.
Diante de tantas pesquisas, a partir das descobertas sobre a refração de imagem, tivemos grandes autores nessa história, sempre deixando um meio de como poderiam ser fixadas, em papel, essas imagens. Com o passar do tempo, as pesquisas foram ficando mais avançadas e as fotografias foram ficando cada vez mais permanentes, no papel.
Até que conseguiram sair do colódio úmido e começaram a criar as chapas de negativo, onde possibilitava a troca do rolo dentro da própria máquina, porém o mesmo ainda não era colorido.
Com o passar do tempo, surgiu o autocromos, que nos permitiam ver as cores reais da imagem, porém, sem contraste, mas deixando a fotografia com um preço mais popular. 
Entretanto, apesar do preço popular, o processo de revelação era complexo e caro. Somente 25 laboratórios no mundo eram capazes de revelar imagens coloridas. Em 1936, a empresa alemã Agna lançou um filme colorido que poderia ser mais facilmente manipulado e revelado por qualquer laboratório.
De fato, a popularização da fotografia, sonho de Daguerre, chegou somente na década de 1970. Nessa época, os custos das fotografias coloridas e em preto e branco se equipararam. Assim, as câmeras deixaram de ser um equipamento voltado somente para a elite e ficaram disponíveis para os mais diversoslares pelo globo terrestre.
Desde então, a sociedade contemporânea tem visto uma explosão na prevalência da visualidade que permeia nossas vidas diárias (DEBORD, 1992, p. 29). 
Depois de tantas pesquisas e colaboração de grandes profissionais do mundo todo, a fotografia veio ser popularizada com um custo-benefício onde todos poderiam adquirir uma máquina.
 Mesmo caindo no gosto da população, a fotografia era algo muito interessante, mas ainda seu processo de revelação era muito caro, então ter um laboratório de revelação era pra poucos, ou seja, fotografar era fácil, difícil era revelar.
As câmeras invadiram os laboratórios, estudaram os comportamentos e as culturas, profissionalizaram-se, mas também se tornaram lúdicas, brinquedos ou instrumento de pesquisa para um, cada vez maior, número de utilizadores, tornando-se doravante numa prática ao alcance de toda a sociedade. 
2 FOTOGRAFIA E SOCIEDADE
Vivemos em uma sociedade que, a cada dia, torna-se mais dinâmica por conta do desenvolvimento das telecomunicações e de outros setores econômicos. Com o processo de modernização vivido a partir do século XX, o ritmo de trabalho e das situações vivenciadas na esfera individual tornou-se ainda mais intenso. Processos como a industrialização e a urbanização, o rápido crescimento populacional, a multiplicação de novas tecnologias e meios de transporte, a explosão de uma cultura voltada ao consumo de massa e a cultura audiovisual, a saturação do capitalismo avançado e outros movimentos vivenciados na sociedade chamada “moderna” estabeleceram uma nova forma de relação entre os indivíduos e o mundo que os cerca (ALBUQUERQUE, 2003, p.67).
Em 1970, a fotografia chega a ser popularizada com seu avanço revolucionário, que por diante nunca mais parou, e a evolução dos meios de como registrar imagens (fotos) foi ficando mais moderno e acessível ao público, fazendo assim com que grandes profissionais abrissem leque para o ensino da fotografia.
Com o avanço da fotografia, foi surgindo novos meios de como registrar a cultura, os momentos solenes, festas e reuniões. Alcançando lugares até então inalcançáveis. Com a fotografia, veio também o avanço da cinematografia (videografia), que nada mais era do que fotos reproduzidas em frames por segundo.
De acordo com Berne e Levy, a visão tornou-se, evolutivamente, o sentido dominante nos primatas, levando a nossa espécie a utilizar e depender da visão como forma de comunicação. Por isso, a visão é um dos sentidos mais evoluídos em diferentes espécies, permitindo a seus indivíduos conhecer o mundo por seus fotorreceptores, que enviam impulsos elétricos ao cérebro, que, por sua vez, interpreta esses impulsos em imagens óticas, induzindo a sensação visual (DOUGLAS, 2000, p.65).
 O aprimoramento da fotografia foi tomando espaço nas redes de televisões e audiovisual, mostrando para a sociedade mundial o que estava além do alcance, então, fizeram uma revolução na fotografia baseada ao olho humano, mostrando como um ambiente com luz e com pouca luz seria visto.
Tratando-se de uma íris, as lentes fotográficas foram-se evoluindo em semelhança a um olho racional e irracional.
Algumas mudanças sociais ocorrem de modo muito rápido; por vezes, a rapidez torna difícil a compreensão dessas alterações em sua totalidade. Ao observar os espaços por onde transita, o indivíduo pode encontrar dificuldades para recordar como esses mesmos espaços se delimitavam num período histórico anterior ao que ele vive. Por esse e outros fatores, a conscientização histórica e a preservação da memória cultural tornam-se ainda mais necessárias.
O uso da fotografia pode possibilitar um elo entre a questão memorialística, o contexto histórico e as relações sociais, políticas e culturais que fizeram parte de determinada época, proporcionando uma percepção crítica e apurada das permanências e transformações ocorridas ao longo do tempo. Segundo Menezes (1996, p. 85), quando vemos a fotografia de um lugar, partimos do pressuposto imediato de que se olhamos para a imagem de uma paisagem, de uma cidade ou de uma casa, isso só pode ocorrer em virtude de que aquele lugar existe, ou existiu, e somente por essa razão pôde se colocar como objeto de fotografia, pode ser fotografado para que agora nossos olhos ali o vislumbrem e o reconheçam.
A fotografia registra lembranças do visto e não visto, nos coloca a mercê de uma sociedade transformada por uma situação revolucionária. A mesma, nos mostra quantas faces nós temos, pois ao pousar para uma foto sempre deixamos de ser quem somos (pose). 
Nesse sentido, a fotografia atua não só como manifestação artística-cultural, mas como fator preponderante de reconhecimento e análise dos espaços que vivenciamos e da realidade que nos cerca. Por ser uma linguagem não verbal, ela também contribui de forma bastante significativa em pesquisas de cunho teórico e como coadjuvante em diferentes e diversificadas descobertas científicas. Essa contribuição científica representa uma captura qualificada de informações que não poderiam ser registradas de outra forma com a mesma qualidade e intensidade (SPENCER, 1980, p.59).
Por uma visão mais profissional, a fotografia passou a registrar fatos marcantes e começou, também, a ser documentada. Onde os profissionais registravam acontecimentos históricos e catalogavam, de modo que, esses registros mais tarde seriam usados para algum tipo de comunicação ou desfecho de caso.
Por ser um elemento que permite revisão histórica de forma linear, a fotografia possui papel educativo de extrema importância, pois possibilita variadas formas de percepção e forte formação dos conteúdos que constituem a produção da subjetividade. Sendo assim, o auxílio do educador nesse processo imagético é fundamental para a observação e a análise das imagens, visto que é pelo direcionamento prévio e posterior que o aluno poderá eleger os elementos centrais que norteiam o seu olhar em relação às imagens e identificar questões que, sem o auxílio adequado da fotografia, podem passar despercebidas.
O uso da arte da fotografia é um auxílio ímpar sobre as diferentes maneiras pelas quais se pode olhar a paisagem (MYANAKI, 2003, p. 78). 
Com o crescimento da importância da fotografia chegamos a era digital, onde fotografar se tornou uma arte para todos e não para poucos. 
Fazendo com que registrar um momento seja fácil, pois, qualquer lugar que se esteja tem uma câmera digital por perto, como em um celular. 
Por meio de fotografias, pode-se realizar trabalhos comparativos e acompanhar as alterações ocorridas na paisagem. Essas comparações podem ser feitas com o auxílio de distintas representações, como desenhos, pinturas, textos descritivos e imagens fílmicas.
Diante do ato de registro fotográfico, vários aspectos são abordados, destacando-se por processo de percepção, em que a cena é definida de acordo com o ponto de vista observado pelo indivíduo a partir de seus interesses e necessidades (TRAVASSOS, 2001, p. 98).
Com todo esse avanço tecnológico para a fotografia, grandes ideias foram surgindo diante desse leque que a fotografia digital oferece, cenas urbanas virando cartão postal, apresentações e espetáculos tornando-se outdoors, etc.
Esse avanço trouxe, também, mobilidade e facilidade de expor esses momentos registrados através das redes sociais, que movimentam-se por fotografias e vídeos, as famosas selfies.
Ao utilizar a arte de fotografar no processo de ensino-aprendizagem, pode-se indicar as possibilidades de olhar o espaço geográfico e levar o aluno a desbravar o espaço além da sala de aula. Sendo assim a fotografia se mostra como ferramenta de análise e elemento auxiliar na construção do pensamento crítico.
Nesse sentido, ao se pensar, por exemplo, em tentativas de ambientação com o espaço vivido, pode-se utilizar a Educação Ambiental como norte para inserção da fotografia dentro do contexto escolar, pois, como já fora dito, a Educação Ambiental é ampla, e essa magnitude proporciona uma diversidade que pode ser revelada na fotografia, uma vez que carrega consigo particularidadeímpar no que concerne à questão do registro de paisagem. Desse modo, fazer o uso dela é algo importante no sentido de perceber peculiaridades para poder iniciar a construção de um objeto novo de estudo do meio.
O conhecimento se tornou um pouco mais fácil com a era digital, pois, imagens captadas por satélites podem ser reproduzidas para uma sala de aula, locais além do nosso conhecimento podem ser vistos através dos livros, fatos históricos podem ser reproduzidos em forma de foto projeção em um auditório. 
Por meio do conhecimento, a era digital nos trouxe uma forma muito mais fácil de ver e conhecer o mundo sem sair do lugar, pois, a cada lugar que estiver sempre terá o mundo na palma das mãos. 
A contribuição imagética é importante para perceber mudanças no tempo histórico, e com isso dar base às análises de fenômenos ocorridos nesse espaço, pautadas na sensibilidade da percepção e conscientização da sociedade para discussões socioambientais.
3 FOTOGRAFIA E SOCIEDADE NA ATUALIDADE
	Dentro da facilidade que a fotografia nos oferece, ela também nos deixa a mercê de uma sociedade medíocre e de baixo conhecimento. Quando usada para fins profissionais, seus resultados sempre serão satisfatórios, mas quando usada amadoramente, por meio de postagens, pode ser vista de vários tipos e de várias maneiras, por inúmeras pessoas, na qual, as mesmas tiram proveitos maliciosos.
	Aquele momento que seria uma lembrança, por algum ponto de vista, ele se torna pesadelo. Temos hoje uma sociedade que tem, praticamente, a vida relatada em redes sociais, através de fotografias e videografias, isso faz com que muitos se desliguem do mundo real e outros se percam nesse mundo.
	Tornar-se um individuo da atualidade hoje não é tão simples quanto pensamos, pois o momento em que registramos algo do nosso cotidiano, abrimos uma porta para qualquer um entrar, mesmo que tenha restrições.
4 METODOLOGIA
A fotografia é considerada uma arte. Uma arte que permite a reprodução, por isso a escolha pela pesquisa histórica da fotografia.
Embora não seja vista por muitos dessa forma, pelo simples fato da facilidade pela qual se é produzida, pois a fotografia é o resultado prontamente do uso da câmera fotográfica, de meios tecnológicos. No início do século XlX a arte estava intimamente ligada com o resultado de uma obra produzida através da criatividade, implicando ao artista a utilizar dos meios tradicionais, manualmente, como por exemplo, pinturas, desenhos, etc. 
O que não definia a fotografia como sendo considerada, ainda. Meio a isto, há outros que a consideram não apenas pelo resultado final e concreto, mas pela interpretação da realidade a qual é exposta ao ser analisada além de uma mera cópia de um arquivo, mas como resultado final, a imagem. 
A fotografia tem um destino duplo... Ela é filha do mundo do aparente, do instante vivido, e como tal guardará sempre algo do documento histórico ou científico sobre ele; mas ela é também filha do retângulo, um produto das belas-artes, a qual requer o preenchimento agradável ou harmonioso do espaço com manchas em preto e branco ou em cores. Nesse sentido, a fotografia terá sempre um pé no campo das artes gráficas e nunca será suscetível de escapar deste fato (KOSSOY, 2001, p.48)
A palavra FOTOGRAFIA quer dizer "desenho de luz" (foto = luz; grafia = marca, desenho, escrita). Algumas das pessoas que contribuíram para a sua descoberta e desenvolvimento se referiam a essa técnica como “lápis da natureza”, pois acreditavam que a reprodução da realidade numa imagem era um ato realizado pela própria natureza, pela luz natural das coisas reproduzidas. Essa visão da fotografia colocava o homem como alguém que de maneira alguma intervinha na composição e formação da imagem. Esta concepção fica clara quando Daguerre diz que com sua invenção ele apenas permitiu que a natureza se reproduzisse em imagem.
	Desde as primeiras décadas de sua existência a fotografia já mostrava o seu imenso potencial de uso. A produção fotográfica de unidades avulsas, de álbuns ou de coletâneas impressas abrangia um espectro ilimitado de atividades, especialmente urbanas, e que davam a medida da capacidade da fotografia em documentar eventos de natureza social ou individual, em instrumentalizar as áreas científicas, carentes de meios de acesso a fenômenos fora do alcance direto dos sentidos, as áreas administrativas, ávidas por otimizar funções organizativas e coercitivas, ou ainda em possibilitar a reprodução e divulgação maciça de qualquer tipologia de objetos.
	A história da fotografia é o resultado de pesquisas cientificas e experimentais realizadas por várias pessoas, a partir de estudos de processos da luz, fenômenos óticos e químicos. O desejo de fixar uma imagem atrelado ao conhecimento sobre a sensibilidade química é o que estimulou a existência da fotografia. Sua invenção no século XIX se deu numa época de muitas invenções e de patentes, num período de forte desenvolvimento industrial.
5 CONCLUSÃO
	Fotógrafos são livres para criar, possuem um universo infinito de possibilidades criativas quando se trata de geração de uma nova imagem. O sonho e a espiritualidade também podem fazer parte do processo fotográfico. Arrisco a dizer, que para aqueles com olhares mais viciados, tecnicamente desgastados ou cansados da rotina fotográfica, a intuição, curiosidade e necessidade de autoconhecimento são caminhos férteis para a produção fotográfica e libertação pessoal. 
No entanto, vejo que a história da fotografia na atualidade, tende a ser escrita e enfatizada de uma ótica da fotografia autoral e do olhar, muito mais do que sobre seus aspectos tecnológicos. Penso que sua nova história deva ser escrita a partir de seu potencial dialógico e educativo na sociedade. 
Acredito que o encantamento fotográfico continua sendo mágico, desde a invenção da fotografia até hoje. Seja no momento da captura ou da revelação, no ato de expor ou ler imagens. Fotógrafos e leitores seguem se transformando com a linguagem fotográfica, sejam aqueles que passaram pela fase do analógico ao digital ou mesmo a juventude que experimenta as novas tecnologias. Por fim, encerro esta reflexão acreditando que ao longo de toda sua história, a fotografia sempre teve um potencial libertador na forma como vemos e nos posicionamos diante do mundo. Nunca foi um mero adereço instrumental para fotógrafos ou fotografados. 
Então, espero que esta história aqui apresentada sirva de estímulo para refletirmos sobre os avanços e fracassos da fotografia, sobre os benefícios e prejuízos ao longo de seu desenvolvimento. Bem como, para percebermos suas potencialidades na atualidade, seja para expressão artística ou uso educativo, principalmente com a juventude em comunidades onde estas reflexões ainda não chegaram.
REFERÊNCIAS
ALVES, J. F. Schultze. Fotografia e Educação: Alguns Olhares do Saber e do Fazer. INTERCOM, 2008. Disponível em www.intercom.org.br. Acesso em: 02.nov.2022.
ANJOS, Paula de Almeida. Processos fotográficos e poéticos: utilização do princípio de reprodutibilidade técnica na fotografia a partir de Fox Talbot. In XVII Encontro de Iniciação Científica, 2012, Campinas.
BRASILIA NA FOTOGRAFIA. O que é Contemporâneo? Autor Giorgio Daguerreótipo. Disponível em: http://brasilianafotografica.bn.br/?tag=daguerreotipo. Acesso em: 02.nov.2022. 
Dicionário Histórico-Fotográfico Brasileiro - IMS. Autor Boris Kossoy
FEIRA DE CIÊNCIAS. A Câmara Escura. Disponível em: http://www.feiradeciencias.com.br/sala09/09_27.asp http://www.feiradeciencias.com.br/sala02/02_072.asp . Acesso em: 12.set.2022.
FOTOGRAFIA E TEORIA. O público Moderno e a Fotografia - Charles Baudelaire (1821-1867). Disponível em: https://fotografiaeteoria.files.wordpress.com/2015/05/atrachtenberg_p2_baudelaire.pdf. Acesso em: 10.nov.2022.
G1 – GLOBO. Primeira Fotografia da história é exposta na Alemanha http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2012/12/primeira-fotografia-da-historia-eexposta-na-alemanha.html 
G1 – GLOBO. Descoberta da Fotografia no Brasil faz 180 anos despercebidapor brasileiros. Disponível em: http://g1.globo.com/fotos/noticia/2012/08/descoberta-da-fotografia-no-brasil-faz-180- anos-despercebida-por-brasileiros.html . Acesso em: 04.nov.2022.
INSTITUTO MOREIRA SALLES. Hercule Florence. Disponível em: http://www.ims.com.br/ims/explore/artista/hercule-florence . Acesso em: 03.nov.2022.
KOSSOY, Boris. Fotografia & História. Boris Kossoy, - 2 ed.rev – São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
YOU TUBE. Documentário A História da Fotografia. Maravilhas Modernas, History Channel. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GyNa1OdJJcg&t=216s. Acesso em: 15.nov.2022
YOU TUBE. História da Fotografia - Hercule Florence, Reportagem rede Globo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BYPWsczIZjM&t=135s. Acesso em: 15.nov.2022. 
YOU TUBE. História da Fotografia UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora. Culto Circuito com o Professor Afonso Rodrigues. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BcjZhOL1qIo. Acesso em: 16.nov.2022.
YOU TUBE. Como Funciona el Daguerreotipo, Museu del Cinema Girona. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oWo9cnv3NLI&feature=youtu.be. Acesso em: 09.set.2022.
LEITE, Miriam L. Moreira; SIMSOM, Olga R. M. Von. Imagem e linguagem: reflexões de pesquisa. Texto Cera, São Paulo, série 2, n.3, p.1l7-140, 1992. 
MACHADO, Arlindo. A fotografia sob o impacto da eletrônica. In: MACHADO, Arlindo. Ensaios sobre a contemporaneidade. São Paulo: Núcleo de Linguagens Visuais da PUC/SP, 1994. 242p. 
RIBEIRO, Milton Roberto Monteiro. Linguagem fotográfica e informação. Brasília, 1991. Dissertação (Mestrado) - Departamento de Comunicação, Universidade de Brasília.

Continue navegando

Outros materiais