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Estudo de Fotografia

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
FotograFia
Prof.ª Mariane Eggert de Figueiredo
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Mariane Eggert de Figueiredo
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
F475f
 Figueiredo, Mariane Eggert de
 Fotografia. / Mariane Eggert de Figueiredo. – Indaial: UNIASSELVI, 
2020.
 236 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-191-2
 ISBN Digital 978-65-5663-192-9
 1. Fotografia - História. - Brasil. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 770
apresentação
Vivemos em meio às imagens, que consumimos, com as quais nos 
comunicamos, somos imagens. Desde os tempos mais remotos, representar 
o mundo em imagens foi um dos anseios do ser humano. A fotografia, 
escrita pela luz, é uma forma de representar o mundo e de capturá-lo para 
melhor entendê-la. Estudar fotografia é integrar um universo mágico de 
luz e sombras, de cores e formas, de sentidos. A fotografia é linguagem, 
é posicionamentos, é documentar e mostrar o indizível e o desejável. Este 
estudo aborda a fotografia em suas mais variadas formas e concepções, em 
três unidades.
Na unidade 1, “Conceito e História da Fotografia”, a partir de um 
estudo da imagem ao longo do tempo, você verá o conceito de fotografia e 
conhecerá grandes momentos da técnica, desde a criação até a atualidade. 
Assim, aprenderá sobre as primeiras tentativas de captura da realidade 
com a técnica da câmara escura. Conhecerá os primeiros desenvolvedores 
de aparelhos e materiais, as principais correntes de fotógrafos e suas 
particularidades, além de conhecer transformações de ordem ideológico-
filosóficas que a técnica introduziu nas sociedades da época.
Na unidade 2, “O Funcionamento da máquina fotográfica e o domínio 
das técnicas”, conhecerá a máquina fotográfica e suas potencialidades, bem 
como os materiais e técnicas indicados para as capturas. Adquirirá, também, 
noções de composição e enquadramento nas fases pré-captura e fotográfica, 
além de aprender sobre técnicas e processos de revelação fotográfica 
analógica. Finalmente, conhecerá os principais recursos de tratamento de 
imagens pós-captura e a construção de realidades através da fotografia 
digital.
Na unidade 3, por fim, “Aplicações da fotografia”, a partir de uma 
reflexão sobre a fotografia como linguagem e forma narrativa através da 
imagem, aprenderá sobre algumas aplicações da fotografia profissional 
e recreativa. Conhecerá as múltiplas possibilidades que se oferecem ao 
fotógrafo profissional, seja a serviço de empresas e organismos, seja 
como freelancer e trabalhando com autonomia. Finalmente, conhecerá 
as abrangências e práticas, incluindo os requisitos necessários para uma 
atuação bem-sucedida. Além disso, aprenderá sobre a fotografia publicitária 
de moda, seus percalços e possibilidades.
Desejamos ótimos estudos através desta obra!
Mariane Eggert de Figueiredo
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — CONCEITO E HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA ................................................... 1
TÓPICO 1 — DA IMAGEM À FOTOGRAFIA: PANORAMA HISTÓRICO ............................ 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 A ESSÊNCIA DA FOTOGRAFIA ..................................................................................................... 4
3 TRATADO DE ÓTICA E CÂMARA ESCURA ............................................................................ 10
4 DE NIÉPCE E DAGUERRE À DIGITALIZAÇÃO: UM PROCESSO ...................................... 14
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 19
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 20
TÓPICO 2 - TÉCNICAS E CORRENTES FOTOGRÁFICAS ....................................................... 21
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 21
2 A FOTOGRAFIA NO MUNDO E NO BRASIL ........................................................................... 22
3 GRANDES CATEGORIAS DE FOTOGRAFIA ........................................................................... 25
4 FOTÓGRAFOS QUE MARCARAM ÉPOCAS ............................................................................ 27
4.1 OS PIONEIROS ............................................................................................................................. 27
4.2 FOTÓGRAFOS DE TODOS OS TEMPOS ................................................................................ 32
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 38
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 41
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 42
TÓPICO 3 — SEMIÓTICA E FILOSOFIA DA IMAGEM: ENTRE 
PERCEPÇÃO,REPRESENTAÇÃO E EXPRESSÃO ........................................................................ 45
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................45
2 A ESSÊNCIA DA FOTOGRAFIA ................................................................................................... 46
3 A IMAGEM COMO SIGNO: PERCEPÇÃO E REPRESENTAÇÃO ........................................ 49
3.1 A IMAGEM ICÔNICA NA SEMIÓTICA DE CHARLES PEIRCE ........................................ 49
3.2 ROLAND BARTHES E O REFERENTE DA FOTOGRAFIA: “ISSO FOI” ........................... 50
4 A FOTOGRAFIA COMO 8ª ARTE: FORMA DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA E 
IDEALIZAÇÃO ..................................................................................................................................... 51
4.1 O CONCEITO DE REPRESENTAÇÃO ..................................................................................... 52
4.2 OS PARADIGMAS FOTOGRÁFICOS ...................................................................................... 54
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 63
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 64
UNIDADE 2 — O FUNCIONAMENTO DA MÁQUINA FOTOGRÁFICA
E O DOMÍNIO DAS TÉCNICAS ...................................................................................................... 66
TÓPICO 1 — A TÉCNICA DA FOTOGRAFIA: LUZ, VELOCIDADE, DIAFRAGMA, 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 68
2 OS APARELHOS FOTOGRÁFICOS – APRESENTAÇÃO ........................................................ 68
SUJEITO E COMPOSIÇÃO ................................................................................................................ 68
2.1 CONHECENDO A MÁQUINA FOTOGRÁFICA: ELEMENTOS E FUNCIONALIDADES 
PADRÃO ........................................................................................................................................ 69
2.2 TIPOS DE CÂMERAS FOTOGRÁFICAS .................................................................................. 76
2.3 ACESSÓRIOS PARA CÂMERAS BRIDGE E DSLR ................................................................. 78
3 DO ENQUADRAMENTO AO DOMÍNIO DAS TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO ............. 81
3.1 NOÇÕES DE ENQUADRAMENTO E COMPOSIÇÃO DA IMAGEM ................................ 81
3.2 POSICIONAMENTO DOS SUJEITOS ....................................................................................... 85
4 O CONTROLE DA LUZ, VELOCIDADE, DIAFRAGMA, FOCO ........................................... 93
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 97
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 98
TÓPICO 2 — TRATAMENTO DA FOTOGRAFIA: LABORATÓRIO, FOTOGRAFIA 
DIGITAL, FOTOEDIÇÃO ................................................................................................................. 100
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 100
2 FILMES, TÉCNICAS E MATERIAIS PARA REVELAÇÃO FOTOGRÁFICA .................... 100
2.1 O FILME ANALÓGICO ............................................................................................................. 100
2.2 A REVELAÇÃO DO FILME ANALÓGICO: MATERIAIS E MÉTODO ............................. 103
3 A FOTOGRAFIA DIGITAL E O TRATAMENTO DE IMAGEM ........................................... 106
3.1 INTRODUÇÃO AO CS5 ............................................................................................................ 106
3.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PHOTOSHOP ............................................................................. 107
3.3 LEITURA DE VALORES DE COR E NÍVEIS PARA NEUTRALIZAÇÃO DO TOM EM 
UMA IMAGEM .......................................................................................................................... 110
3.3.1 Luz e luminosidade na imagem fotográfica .................................................................. 110
3.4 CROMOLOGIA: O ESTUDO DAS CORES ............................................................................ 113
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 124
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 125
TÓPICO 3 — O FOTÓGRAFO E A CONSTRUÇÃO FOTOGRÁFICA ................................... 128
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 128
2 A FOTOGRAFIA DIGITAL E A CRIAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO .................................. 128
3 TRATAMENTO DE IMAGENS: ESTUDO DE EXEMPLOS ................................................... 129
3.1 A MESCLAGEM ARTÍSTICA ................................................................................................... 130
3.2 AJUSTES BÁSICOS DE LIMPEZA DA IMAGEM E MAQUIAGEM .................................. 132
3.3 APLICAR MÁSCARAS E OCULTAR CAMADAS ................................................................ 135
3.4 SER FOTÓGRAFO: MERCADO DE TRABALHO, PRÁTICAS, DEONTOLOGIA .......... 135
3.5 O MERCADO DE TRABALHO ................................................................................................ 136
3.6 PRÁTICAS DO FOTÓGRAFO .................................................................................................. 138
4 DEONTOLOGIA E ÉTICA DA PROFISSÃO ............................................................................ 140
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 143
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 145
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 146
UNIDADE 3 — APLICAÇÕES DA FOTOGRAFIA ..................................................................... 148
TÓPICO 1 — A LINGUAGEM FOTOGRÁFICA ......................................................................... 150
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 150
2 A NARRATIVA NA FOTOGRAFIA ............................................................................................ 151
2.1 COMO SE CONSTRÓI, ENTÃO, A NARRATIVA NA FOTO FIXA? ................................ 152
3 EFEITOS DAS CONSTRUÇÕES NARRATIVAS SOBRE O ESPECTADOR ...................... 154
4 A NARRATIVA DOCUMENTAL ................................................................................................. 157
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 166
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 167
TÓPICO 2 — FOTOGRAFIA E SUAS APLICAÇÕES ................................................................. 170
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 170
2 A FOTOGRAFIA COMO EXPRESSÃO ARTÍSTICA E LAZER............................................. 171
2.1 FOTOGRAFIA ARTÍSTICA: CONSIDERAÇÕES .................................................................. 171
2.2 A FOTOGRAFIA COMO PASSATEMPO E HOBBY ............................................................. 174
2.3 A FOTOGRAFIA COMO TESTEMUNHO: JORNALISMO, ÉPOCA, REALIDADES ..... 178
2.4 O QUE É FOTOJORNALISMO ................................................................................................179
2.5 POSTURAS DO FOTÓGRAFO E RISCOS INCORRIDOS .................................................... 184
2.6 FOTODOCUMENTALISMO E REALIDADES PRESERVADAS: PRÁTICAS DE 
MEMÓRIA E REGISTROS DA HISTÓRIA – A DE FAMÍLIA, A CIDADE, AS PRÁTICAS 
SOCIAIS MOSTRADAS E PRESERVADAS ............................................................................ 186
3 REGISTROS DA HISTÓRIA: ROSTOS E COSTUMES; PRÁTICAS SOCIAIS; A 
DIVERSIDADE MOSTRADA ......................................................................................................... 187
3.1 A FOTOGRAFIA DE PRECISÃO CIENTÍFICA ..................................................................... 190
3.2 UMA FERRAMENTA QUE NUNCA PAROU DE SE APRIMORAR ................................. 191
3.3 A FOTOGRAFIA PERICIAL: ENTRE TESTEMUNHO E VERDADE ................................ 194
3.4 FOTOGRAFIA E REALIDADE VIRTUAL .............................................................................. 195
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 201
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 202
TÓPICO 3 — ABRANGÊNCIA E PRÁTICAS FOTOGRÁFICAS ........................................... 204
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 204
2 SOU FOTÓGRAFO: E AGORA? .................................................................................................. 204
3 PRIMEIROS PASSOS NA ÁREA ................................................................................................. 205
3.1 O ESTÚDIO DE FOTOGRAFIA PRÓPRIO ............................................................................. 207
3.2 REDE DE RELACIONAMENTOS E DIVULGAÇÃO DOS TRABALHOS ........................ 210
3.3 A FOTOGRAFIA DE MODA E PUBLICIDADE ................................................................... 211
3.3.1 O corpo e a sua visualidade ............................................................................................. 212
3.3.2 A fotografia de moda ....................................................................................................... 215
4 PRÁTICAS MAIS COMUNS DO FOTÓGRAFO CONTEMPORÂNEO ............................. 219
4.1 EVENTOS, RECÉM-NASCIDOS, PETS, PRÁTICAS DO
COTIDIANO, CASAMENTOS ....................................................................................................... 220
4.2 OBJETOS, FOTOGRAFIA DE CULINÁRIA, PAISAGEM .................................................... 220
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 221
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 223
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 224
1
UNIDADE 1 — 
CONCEITO E HISTÓRIA DA 
FOTOGRAFIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• apreender a fotografia como evolução das representações imagéticas 
intrínsecas ao gênero humano ao longo da História;
• compreender o funcionamento da representação e fixação de imagens 
em suporte físico através da luz e materiais reagentes permitindo a 
fixação;
• conhecer o conceito de fotografia a partir das vertentes teóricas dos 
séculos XIX e XX, após o desenvolvimento da técnica por Joseph 
Nicéphore Niépce e Louis Jacques Mandé Daguerre;
• refletir sobre a natureza da fotografia como linguagem e modo de 
comunicação;
• conhecer os trabalhos de grandes nomes da fotografia.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado. 
TÓPICO 1 – DA IMAGEM À FOTOGRAFIA: PANORAMA HISTÓRICO
TÓPICO 2 – TÉCNICAS E CORRENTES FOTOGRÁFICAS
TÓPICO 3 – SEMIÓTICA E FILOSOFIA DA IMAGEM: ENTRE PERCEPÇÃO, 
REPRESENTAÇÃO E EXPRESSÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
DA IMAGEM À FOTOGRAFIA: 
PANORAMA HISTÓRICO
1 INTRODUÇÃO
A imagem povoa o inconsciente coletivo da humanidade desde os 
tempos mais remotos. Populações pré-históricas de caçadores e guerreiros, tribos 
nômades atravessando o deserto ou habitando e ilustrando cavernas com suas 
narrativas e estratégias de caça no cotidiano, eis o seu papel inicial. A capacidade 
pensante dos indivíduos passa pelo recurso à imagem: imaginar com efeito 
possui, na origem, a ideia de visão, contemplação mental.
Se para Paul Klee (1959), artista e professor da Bauhaus, uma linha é 
um ponto que se põe a passear, os pontos povoavam o imaginário do homem 
primitivo: esquisses de ações planejadas, desenhos rupestres, vestígios de 
intencionalidades, representações e concepções de mundo; as pinturas a seguir, 
numa época de representação do sagrado e embates entre iconoclastas e iconódulos 
sobre a natureza das pinturas religiosas, o sagrado a serviço da expansão religiosa 
e no Iluminismo, o olhar centrado na representação pictórica do humano: a 
imagem esteve presente ao longo dos séculos nas diversas civilizações, a ponto 
de podermos nos questionar que toda nossa concepção de mundo passa pelos 
elementos visuais com os quais nos deparamos no dia a dia.
Na sociedade contemporânea isso se confirma, ao estarmos imersos num 
universo de imagens e símbolos gráficos de toda sorte, com finalidades diversas: 
significar, mostrar, comunicar.
Iconoclastia [do gr. Eikon (ícone) + klastein (quebrar) caracteriza o movimento 
político religioso de contestação à veneração de ícones religiosos, surgido no século VIII 
no Império Bizantino. A ele opõe-se o termo Iconodulia [gr. Eikon (ícone) + dulos (serviço), 
é o serviço às imagens. 
FONTE: <https://www.dicionarioinformal.com.br/iconodulia/>. Acesso em: 1º jun. 2020.
NOTA
UNIDADE 1 — CONCEITO E HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
4
A Bauhaus foi uma escola de arte/arquitetura fundada na Alemanha em 1919 
e fechada pelo Nazismo, em 1933. Verdadeiro fenômeno, propunha linhas simples e casas 
acessíveis, com uso de concreto, vidro e aço e dando origem ao estilo industrial. 
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-20/bauhaus/>. Acesso: 
1º jun. 2020.
IMPORTANT
E
Assista ao vídeo: O diário de um artista e conheça a filosofia de Paul Klee sobre 
planos e linhas, disponível no link: https://www.jornale.com.br/single-post/2017/10/23/
Pontos-linhas-e-planos-para-um-ensino-na-arte-pr%C3%A1tica.
A obra de Roberto Casati, A descoberta da Sombra (2017), com tradução de 
Eduardo Brandão retraça vários estudos realizados sobre a apreensão das sombras ao longo 
de épocas. Nela você encontrará explicações matemáticas, o pensamento quinhentista 
sobre perspectiva, entre outras informações pertinentes para o estudo no campo da 
fotografia.
DICAS
DICAS
2 A IMAGEM COMO LINGUAGEM: ORIGENS
As pinturas rupestres são os vestígios mais antigos de que se tem 
conhecimento até os dias de hoje. Vários registros testemunham dessa época 
remota, em que o homem sapiens traçou nas paredes das cavernas seu desejo 
de comunicar: estratégias de caça, vida em grupos, objetos do cotidiano eram 
registrados na pedra. Assim protegidos, sobreviveram ao tempo até a atualidade 
como formas de representação do passado. Para Santaella e Nöth (2001, p. 15): 
“Não há imagens como representações visuais que não tenham surgido de 
imagens na mente daqueles que as produziram, do mesmo modo que não há 
imagens mentais que não tenham alguma origem no mundo concreto dos objetos 
visuais”.
TÓPICO 1 — DA IMAGEM À FOTOGRAFIA: PANORAMA HISTÓRICO
5
Os registros preservados, datandodas eras pré-históricas que testemunham 
do valor que a imagem assumia no cotidiano das povoações mais remotas, são 
abundantes e portadores de aspectos variados:
• Religiosidade: presente nos vestígios mais remotos do Neolítico pré-cerâmica. 
Um exemplo são os registros do templo de Gobekli Tepe, na Turquia, na Era 
neolítica pré-cerâmica, cerca de 7 a 8.000 a.C., conforme figura a seguir.
FIGURA 1 – CENA DE GOBEKLI TEPE
FONTE: <https://image.shutterstock.com/image-photo/beginning-time-ancient-site-gobekli-
-600w-1425122534.jpg>. Acesso em: 1º jun. 2020.
Atribuir às imagens um caráter sagrado é tão antigo quanto a 
própria humanidade. Mammi (2012, p. 122) aborda a legitimidade da arte 
em representações pictóricas nos primórdios do Cristianismo. As imagens 
arqueirótipas ou produzidas pela vontade divina, sem as mãos do artista, são de 
dois tipos: ícones (pintados por intervenção angélica) e imagens produzidas por 
contato direto com o corpo e impressão, como uma fotografia (o santo sudário, 
as relíquias).
UNIDADE 1 — CONCEITO E HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
6
Imagens arqueirótipas refere-se à técnica zen dos arqueiros orientais: resultam 
de “uma experiência direta, imediata, não filtrada pelo intelecto” (HERRIGEL, 2013, p. 5) 
A técnica Zen é excelente para a fotografia.
NOTA
• Estratégias, vida cotidiana: cenas do confronto homem-animal, e seus medos 
e anseios, representam caçadas realizadas pelo homem primitivo estão 
presentes por todo o planeta, muitas delas em excelente estado de conservação. 
Veja na figura a seguir.
FIGURA 2 – CENA DE CAÇA NA CAVERNA DE VEZÈRE
FONTE: <https://image.shutterstock.com/image-photo/vezere-valley-france-april-
-22-600w-659932630.jpg>. Acesso em: 26 jun. 2020.
Você poderá refletir sobre as pinturas rupestres e o valor representativo das imagens sobre 
os seres humanos assistindo ao filme: A caverna dos sonhos esquecidos, de Werner Herzog, 
no link: https://www.youtube.com/watch?v=NfF989-rW04.
NOTA
TÓPICO 1 — DA IMAGEM À FOTOGRAFIA: PANORAMA HISTÓRICO
7
• Comunicação: movidos pelo desejo imanente de comunicar-se, os primeiros 
homens materializaram, através do recurso à inscrição, intenções, aspectos da 
vida cotidiana, negociações etc. Na Babilônia, usava-se pedaços de madeira 
ou ossos em forma de cunha, de onde o termo “cuneiforme”, para designar 
os vestígios hieroglíficos gravados em tábuas de argila. Destas representações 
pictóricas foram aos poucos surgindo os primeiros alfabetos, pictóricos e 
rudimentares, como pode ser observado na Figura 3.
FIGURA 3 – ALFABETO PICTÓRICO EGÍPCIO SOBRE PAPIRO
FONTE: <https://image.shutterstock.com/image-illustration/old-vertical-textured-papyrus-scroll-
-600w-1092559769.jpg>. Acesso: 1º jun. 2020.
Na imagem é possível observar a representação de objetos, seres, 
atividades, caracterizando as primeiras formas de escrita representativas da 
linguagem verbal.
Sobre os suportes empregados para a inscrição de pictogramas caracterizando 
as escritas ao longo do tempo e das civilizações, ler: ROTH, Otávio. O que é papel. São 
Paulo: Editora Brasiliense, 1983.
DICAS
UNIDADE 1 — CONCEITO E HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
8
Através da imagem, os homens manifestavam um desejo de preservação, 
vínculo entre uma realidade e a posteridade. Assim, no Egito, as imagens 
desenhadas sobre tumbas revelam um papel sagrado: acreditava-se que nada 
seria pior do que ter seus desenhos raspados (CARVALHO, 2018, p. 13).
A representação imagética também serviu para ilustrar rotas primitivas 
no Oriente, fazendo nascer a cartografia. Ao ser inventado na China, o papel 
passou a servir de suporte para desenhos coloridos e significativos, por volta do 
século IV a.C. (CARVALHO, 2018, p. 13).
• Proporcionalidade geométrica: há milênios o homem vem observando o uni-
verso que o rodeia, impregnando-se de suas imagens e proporções. Dedicou à 
representação por imagens diferentes matérias ao longo dos tempos ao tornar o 
tema, desde a época clássica, objeto das ciências. O desenvolvimento de mate-
riais e técnicas, nos séculos XV e XVI, como as tintas a óleo, as telas e o cavalete 
impulsionaram o desenho e a pintura (CARVALHO, 2018. Assim, à imagem 
são associadas noções matemáticas e de proporcionalidade, que lhe conferem 
estética e qualidade ao olhar. Você com certeza já prestou atenção nas propor-
ções e simetrias dos desenhos e pinturas de Leonardo Da Vinci, como a última 
ceia, datando do século XV, conforme Figura 4. 
FIGURA 4 – REPRODUÇÃO GRÁFICA DA TELA ÚLTIMA CEIA, DE LEONARDO DA VINCI, MILÃO
FONTE: <https://img.huffingtonpost.com/asset/569e7ad32a00002c00030c94.jpe-
g?ops=1778_1000>. Acesso: 5 jan. 2020
Do ponto de vista da História, as representações através da imagem podem ser 
entendidas como o “relacionamento de uma imagem presente e de um objeto ausente” 
(CHARTIER, 2002, p. 20).
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 — DA IMAGEM À FOTOGRAFIA: PANORAMA HISTÓRICO
9
A imagem apresenta simetria e equilíbrio das proporções aplicadas ao 
espaço: 12 apóstolos, seis de cada lado, agrupados três a três, e Jesus Cristo ao 
centro. Ao fundo, três janelas, a figura sagrada diante da janela do meio. Linhas 
em perspectiva dirigem-se ao horizonte delineado ao fundo, nas paisagens 
percebidas pelas janelas. A Matemática, fascínio das elites culturais da época, 
predomina em toda a imagem.
Casati (2017), em A descoberta da Sombra, apresenta esses aspectos 
e também o modo como a sombra, a partir do sol, contribuiu a desenvolver o 
pensamento da perspectiva e sua aplicação à pintura.
Leonardo da Vinci: maior representante da pintura renascentista, também da 
escola florentina – de Florença, Itália. Considerava-se, antes de tudo, um cientista. Inovou 
com a técnica da perspectiva dando realismo ao espaço e a luz. Projetou máquinas e 
objetos voadores. Estudou as principais matérias científicas do período, dentre as quais: 
mecânica, ótica, anatomia e astronomia. Usou com maestria a técnica do sfumato, mistura 
de tons claros e escuros (CARVALHO, 2018, p. 15). 
FIGURA - DESENHO DE LEONARDO DA VINCI FEITO POR COSOMO COLOMBINI
FONTE: <https://s5.static.brasilescola.uol.com.br/img/2018/03/davinci.jpg>. Acesso em: 
26 jun. 2020.
NOTA
UNIDADE 1 — CONCEITO E HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
10
Sobre “proporcionalidade” nas imagens – desenho e pintura –, não deixe de 
ler este artigo bem elucidativo: CO39: proporcionalidade e arte em diferentes culturas, 
da Antiguidade ao Renascimento, escrito por Fátima Suely Gonçalves e Helenalda Naza-
reth. Disponível em: http://www2.fe.usp.br/~etnomat/site-antigo/anais/CO39.html.
DICAS
A partir desta jornada pela História, você pôde perceber o desejo antigo 
da humanidade em registrar para a posteridade, através da imagem, sua presença 
e sua passagem pela Terra. Cada época, assim, testemunha desse desejo, segundo 
as técnicas de que se dispunha e o desenvolvimento de tecnologias específicas 
para aperfeiçoá-lo. A seguir, veremos como este desejo levou ao desenvolvimento 
de teorias específicas no âmbito da Ótica, desde épocas muito remotas. Veja, no 
subtópico a seguir, o tratado de Ótica e a câmara obscura.
3 TRATADO DE ÓTICA E CÂMARA ESCURA
Como vimos no subtópico anterior, desde os primeiros tempos, o ser 
humano foi sensível ao universo que o cercava. Daí extraiu e aí aplicou sua 
capacidade a observar contornos, movimentos, sucessões de ações ocorridas no 
tempo, proporcionalidades. Uma sombra projetada no chão, dava-lhe as primeiras 
noções de contraste. E passou, naturalmente, a registrá-las em diferentes suportes 
para depois observá-las, entendê-las e, quem sabe, reproduzi-las. Instaurava-se, 
dessa maneira, uma relação temporal entre um objeto capturado – a cena de caça, 
a fé religiosa, um contorno de montanha ou curva de rio presentes em seu relevo 
– que configurava o seu cotidiano. Para Maya (2008, p. 106): 
Ao se deslocar durante o dia, o homem primitivo percebeu que as 
imagens situadas ao longe se alteravam com relação à luz, à sombra e à 
cor: estava sendo criada a ideia de uma fotografiaanimada, associada 
à noção de movimento. Como tela de projeção, este embrião da técnica 
fotográfica usava um ambiente familiar ao homem daqueles tempos: 
a própria terra.
A invenção da câmara escura ou obscura – as duas denominações são 
utilizadas – é atribuída ao chinês Mo Tzu, no século V a.C. Aristóteles, porém, em 
sua obra Problemas (apud HOMELAB, 2019) observa que a luz do sol, ao penetrar 
em recintos fechados através de furos provoca um efeito de inversão da imagem 
exterior, e que este efeito apresenta variações segundo o diâmetro do furo. Fala, 
então de estenótipo – de stenos (estreito) e opis (futo), em inglês pinhole (buraco 
da agulha) (HOMELAB, 2019).
11
A Figura 5 apresenta uma representação do princípio da câmara escura 
descrito anteriormente:
FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO DA CÂMARA ESCURA DE ORIFÍCIO – LEONARDO DA VINCI
FONTE: Maya (2008, p. 107)
 
Por volta do século X, o árabe Ibn Al Haitan, ou Alhakem de Basora chegou 
ao fenômeno ao observar a reflexão de raios solares para dentro de sua tenda. 
Ele teria percebido que cenas do exterior refletiam-se ao inverso na penumbra 
interior. Os alquimistas, então, aperfeiçoaram o sistema.
Câmara Escura (ou câmara escura de orifício): equipamento formado por 
uma caixa de paredes totalmente opacas, sendo que no meio de uma das faces existe um 
pequeno orifício. Ao colocar-se um objeto, de tamanho o, de frente para o orifício, a uma 
distância p, nota-se que uma imagem refletida, de tamanho i, aparece na face oposta da 
caixa, a uma distância p', mas de forma invertida. 
A primeira ilustração de uma câmara escura foi publicada por Reiner Gemma Frisius, em 
1554, no Tratado De Radio Astronomico e Geometrico Liber. 
FONTE: <https://www.sofisica.com.br/conteudos/Otica/Fundamentos/camaraescura.php>. 
Acesso: 3 nov. 2019.
NOTA
12
Compreendendo o fenômeno da propagação da luz: a luz é uma forma de 
energia eletromagnética que se propaga em raios em linha reta a partir de uma fonte. Se 
em seu caminho um destes raios atinge uma superfície irregular ou opaca, ele é refletido 
de forma difusa – em todas as direções. Colocando-se a câmara escura diante de uma 
superfície específica, alguns destes raios passarão pelo buraco estreito e chegarão a projetar, 
em uma superfície plana no interior da câmara, a imagem invertida que se encontra do 
lado de fora. Isso porque cada raio se projeta de uma forma específica, o que permite a 
projeção da cena tocada do lado de fora. 
FONTE: <https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/historia-da-fotografia-
no-brasil>. Acesso em: 1º jun. 2020.
IMPORTANT
E
Durante muito tempo, a câmara escura e as possibilidades que oferecia 
para a transcrição pictográfica, foi a ferramenta de que se serviram desbravadores, 
pesquisadores e artistas, para transpor em diferentes suportes as vistas que 
desejavam perenizar. De cidades a relevos panorâmicos, pessoas a objetos, a 
câmara escura tornou possível delinear contornos antes apenas possíveis através 
de talentos artísticos pronunciados. Porém, no Renascimento, a noção toma uma 
outra dimensão para o que diz respeito aos estudos sobre a fotografia de que nos 
ocupamos: Leonardo Da Vinci, a partir da noção científica de perspectiva que 
dá aos objetos contemplados uma nova dimensão, integra a câmara escura e seu 
poder de impressão das imagens nas superfícies. O que antes, no mundo real, 
existia sob três dimensões – altura, largura, profundidade – passa a ter existência 
no plano bidimensional – altura x largura com impressão de profundidade. A 
descoberta torna possível a reprodução mecânica das propriedades do mundo 
real tais quais o olho as observa e integra significativamente. 
Quanto aos diversos materiais e substâncias empregados, datam de 1525 
experiências realizadas com o escurecimento de sais de prata e, em 1604, o químico 
italiano Ângelo de Sala torna conhecida a técnica de oxidação de compostos de 
prata quando expostos à luz solar. Esta técnica é confirmada por farmacêuticos, 
na época (AZEVEDO, 2019). 
Em 1558, o italiano Giambattista della Porta descreve, em sua obra Magia 
Naturalis o funcionamento pormenorizado da câmara escura. A obra foi sucesso 
imediato, sendo traduzida para vários idiomas, em menos de dez anos. A partir de 
então, a técnica incorpora pesquisas e usos variados, numa tentativa de registrar e 
fixar sobre o papel as imagens captadas. 
Ainda no século XVI, a câmara escura é dotada de lentes biconvexas, 
diafragma e espelho (LOPES, 2009).
13
A figura a seguir apresenta um comparativo entre o olho humano e os 
mecanismos de representação das imagens. Veja como a técnica é similar aos 
mecanismos naturais conferindo o sentido da visão: 
FIGURA 6 – COMPARATIVO ENTRE O FUNCIONAMENTO DO OLHO HUMANO E A TÉCNICA 
DE CAPTURA DE IMAGENS
FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/instrumentosticos-150929155739-lva1-app6892/95/
instrumentos-ticos-20-638.jpg?cb=1443542580>. Acesso em: 2 jun. 2020
As primeiras câmaras obscuras eram verdadeiros compartimentos e 
os artistas ficavam dentro delas, enquanto as imagens eram projetadas sobre 
pergaminhos e/ou telas. Com o passar do tempo, perceberam que poderiam 
realizar o mesmo fenômeno servindo-se de câmaras menores e fixando as imagens 
sobre placas sobre as quais as imagens se delineavam.
Agora que você já percebeu a semelhança entre a técnica de captura de 
imagens e a percepção do olho humano, vamos abordar o domínio da fixação das 
imagens percebidos em suporte duradouro. É o que apresenta a seção a seguir: 
De Niépce e Daguerre à digitalização: um processo.
PORTA, Giambattista della. Magia naturalis: how we may see in a chambre 
things that are not – Livro XVII, Capítulo XII – Tradução para o inglês em 1658. Disponível 
no link:https://web.archive.org/web/20180414154058/http://www.mindserpent.com/Ame-
rican_History/books/Porta/jportac17.html#bk17IX.
O texto em inglês narra com precisão a experiência da câmara escura e como se torna 
possível ver no interior de um compartimento elementos que aí nunca estiveram.
DICAS
DIAFRAGMA DA IRIS
OBJETO
LENTE
FILME
ABERTURA PUPILA
OBJETO
RETINA
CRISTALINO
IRIS
14
4 DE NIÉPCE E DAGUERRE À DIGITALIZAÇÃO: UM PROCESSO
A Revolução Industrial, ocorrida na Europa entre finais do século XVIII 
e inícios do século XIX foi a máquina propulsora de inventos da mais variada 
espécie. É desse período que data a invenção da fotografia impressa como 
processo inovador de informação e conhecimento, instrumento de apoio às 
pesquisas científicas em suas mais variadas áreas, bem como forma de expressão 
artística. Destacam-se os seguintes nomes e fatos: 
• Joseph Nicephore Niépce, francês que, nos finais do século XVIII realiza 
experiências com a captação de imagens através da câmara escura sobre 
placas de papel obtido a partir de cloreto de prata. Estas imagens, porém, com 
o tempo desapareciam. Em 1826, no entanto, cobre uma placa de estanho com 
betume e a deixa exposta ao sol durante 8 horas. Após decorrido esse tempo, 
retira da placa as partes não ensolaradas com uma solução de alfazema. Surge 
o que se tornou a primeira fotografia, veja na figura a seguir.
FIGURA 7 – PRIMEIRA FOTOGRAFIA, 1826, DE JOSEPH NICEPHORE NIÉPCE
FONTE: <https://bit.ly/3mQLPgr>. Acesso em: 2 jun. 2020.
Foto (luz) + grafia (escrita) = fotografia, que significa a escrita através da luz. 
Como Niépce se serviu da luz solar, chamou sua técnica de “Heliografia”.
IMPORTANT
E
15
A partir de então, a técnica é aprimorada e surgem mais registros, tanto 
de Nicéphore Niépce, quanto de outros autores. Veja na Figura 8, outro registro 
de Isaac Briot, de 1870.
FIGURA 8 – HELIOGRAFIA DO CARDEAL GEORGES D’AMBOISE
FONTE: <https://www.musee-orsay.fr/typo3temp/zoom/tmp_b188eb8da981040e46b74c1f13fa-
5d0b.gif>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Louis Jacques Mandé Daguerre, também francês, realizava experiências com 
o processo de impressão das imagens sobre superfícies empregando materiais 
diversos, diferentemente de Niépce. Em 1821, cria o diaporama,e, em 1839, 
registra a primeira patente para um processo fotográfico: o daguerreótipo. Este 
sucesso foi obtido a partir de sua iniciativa de querer popularizar a técnica de 
fixação das imagens, projeto para o qual obteve a adesão do governo francês.
FIGURA 9 – ILUSTRAÇÃO DE UM DOS PRIMEIROS MODELOS DE CÂMERAS – SÉC. XIX
FONTE: <http://www.mnemocine.com.br/fotografia/images/daguerre_camera.jpg>. Acesso em: 
26 jun. 2020.
16
Com o daguerreótipo inventado por Daguerre, era possível fixar as imagens 
obtidas em uma câmara escura em uma folha de prata aplicada sobre uma placa de cobre. 
O daguerreótipo populariza a técnica de fixação das imagens e, rapidamente, torna-se um 
objeto de desejos por parte de toda a sociedade da época. O processo de aparição das 
imagens durava em torno de 25-30 minutos. O daguerreótipo forma uma imagem tanto 
positiva quanto negativa, pois a imagem é obtida sobre a própria placa que, além do mais, 
por não haver “revelação”, aparecia sempre invertida – como quem se olha em um espelho. 
Datam desse período os retratos de família, que passam a substituir a pintura (AZEVEDO, 
2019).
IMPORTANT
E
• John Goddard: químico inglês que, em 1840, inventa lentes de maior abertura.
• William Henry Fox Talbot: também inglês, inventa, em 1841, o calótipo, um 
meio de obter cópias das fotografias a partir de negativos que devem, em 
seguida, ser reproduzidos em positivos. Nasce a técnica da fotografia que 
permaneceu em uso até o advento da era digital. 
• Jacques Clerk Maxwell: escocês, auxiliado pelos franceses, os Irmãos Lumière 
– que mais tarde vão desenvolver a imagem movente, o cinema – obtém, em 
1861, a primeira fotografia colorida utilizando um método de imersão seca de 
brometo de prata em colódio. 
• Ducos Du Hauron, francês, desenvolve em 1877, em Agen, França, a impressão 
de três negativos com filtros de cores azul e vermelho, veja na Figura 10.
FIGURA 10 – VISTA DU BOULEVARD DU TEMPLE - DAGUERRE
FONTE: <https://fotografiatotal.com/wp-content/uploads/2013/07/Oldest-Photograph-of-a-Hu-
man.jpg>. Acesso em: 2 jun. 2020.
17
• Richard Leach Madox: médico inglês, aperfeiçoa o processo de emulsão 
seca com brometo de prata em colódio, substituindo o colódio por placas de 
gelatina (AZEVEDO, 2019).
• George Eastman: americano e fundador da Kodak, contribui à popularização 
do procedimento de captação de imagens ao desenvolver uma chapa 
fotográfica seca, o que tornava mais prático o procedimento de captura das 
imagens, que até então demandava a imersão em líquidos e uso imediato, 
antes da secagem. O método desenvolvido por Eastman utiliza películas de 
celulose em rolos. Ele também é responsável por diminuir a câmara escura, 
o que tornou a manipulação do sistema bastante acessível ao público, já que 
antes o fotógrafo era obrigado a transportar a câmara escura para os locais de 
captura da imagem.
Há uma polêmica, porém, quanto à real descoberta da técnica fotográfica por 
Niépce e Daguerre, pois, enquanto estes registravam definitivamente seus nomes como 
inventores da fotografia, no Brasil, o francês de nascimento, mas residente aqui, Hercules 
Florence, 3 anos antes dos seus conterrâneos, desenvolvia a técnica de impressão de 
imagens através da luz. 
Auxiliado pelo botanista Joaquim Corrêa de Mello, que lhe recomendou os sais de prata, 
Florence levou a termo um desejo que tinha de possibilitar às pessoas a impressão de 
imagens com recurso a alguma técnica acessível. Quando conseguem o feito, Florence e 
Mello a denominam fotografia – a escrita pela luz. A obra de Florence ganhou notoriedade 
após a publicação do livro 1833: a descoberta isolada da fotografia no Brasil, de Boris Kossoy, 
em 1980. Na obra, o autor apresenta em detalhes os trabalhos e a descoberta de Florence.
Eastman foi o precursor na fotografia da longa trajetória de miniaturização e portabilidade 
dos aparelhos, o que transformou a fotografia numa forma de expressão, comunicação, 
representação de ideias e concepções de mundo que, desde então, não cessou de se 
propagar. 
Desde aqueles tempos, então, o mundo começou a ser retratado pelo olhar atento de 
pessoas de posse, num primeiro momento, indivíduos cada vez menos especializados e 
cidadãos comuns, a seguir, até chegar às crianças e mesmo animais na atualidade. 
Em 17 de janeiro de 1840, o Jornal do Commercio publica o texto: “É preciso ter visto a 
cousa com os seus próprios olhos para se fazer ideia da rapidez e do resultado da operação. 
Em menos de nove minutos, o chafariz do Largo do Paço, a Praça do Peixe e todos os 
objetos circunstantes se achavam reproduzidos com tal fidelidade, precisão e minúcia, que 
bem se via que a cousa tinha sido feita pela mão da natureza, e quase sem a intervenção 
do artista”. 
FONTE: <https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/historia-da-fotografia-
no-brasil>. Acesso: 2 jun. 2020.
NOTA
18
A tabela a seguir apresenta uma visão das inovações na técnica da 
fotografia, do século XX até a atualidade.
TABELA 1 – EVOLUÇÃO DAS TÉCNICAS FOTOGRÁFICAS DURANTE O SÉCULO XX
FONTE: Lopes (2009, p. 18)
Como você pôde observar pela tabela, há uma evolução no desenvolvimento 
das técnicas fotográficas a partir do século XX. Da mesma maneira, uma trajetória 
longa separa as primeiras imagens registradas e o desenvolvimento das técnicas 
de percepção, primeiramente, e de fixação sobre material físico, em seguida, das 
imagens percebidas. Falar de descoberta ou invenção da fotografia significa levar 
em consideração as múltiplas descobertas progressivas que culminaram, então, 
com os dispositivos fotográficos desenvolvidos no auge da civilização científica 
dos anos mil e oitocentos.
Terminamos, então, este primeiro tópico, em que você descobriu a 
trajetória da humanidade entre a percepção das imagens e a sua reprodução 
em suporte físico, conhecido como “fotografia”. No tópico a seguir, vamos nos 
concentrar nesse fenômeno que possibilitou retratar todos os tipos de situações e 
panoramas, levando à evolução das ideias e o deleite da sociedade.
DESCOBERTA/INOVAÇÃO ANO
Autochrome 1907
Câmara 35mm 1912
Filme diapositivo 1935
Negativo colorido 1942
Polaroid 1947
Fotocélula 1963
Câmara Digital Sony 1980
Que tal assistir ao vídeo do canal Culto Circuito: uma entrevista com Afonso 
Rodrigues sobre a História da Fotografa. Disponível no link: https://www.youtube.com/
watch?v=BcjZhOL1qIo. Nele você terá estas e outras reflexões sobre as origens da fotografia 
e os impactos que a técnica causou.
DICAS
19
Neste tópico, você aprendeu que:
• A imagem acompanha a humanidade desde seus primórdios e representa um 
anseio antigo de perenidade.
• Ao penetrar por um orifício em um compartimento escuro, os raios solares 
imprimem, no interior, as imagens incidentes no exterior: este fenômeno 
ficou conhecido como “câmara escura” ou “câmara obscura” e é conhecido 
há milênios.
• A técnica foi aprimorada durante séculos, até que Niépce e Daguerre 
conseguiram fixar em suporte físico as imagens projetadas no interior da 
câmara escura: estava, então, inventada a fotografia.
• Várias técnicas aperfeiçoaram a descoberta fotográfica: heliografia, 
daguerreótipo, autocromo, filme negativo, até chegar à tecnologia digital da 
atualidade.
RESUMO DO TÓPICO 1
20
1. Considere as cinco imagens e os eventos descritos a seguir. Através 
deles, retrace o surgimento da fotografia na sociedade, apoiando-se nas 
informações fornecidas e também nos conteúdos abordados. Você pode 
escolher entre um mapa mental, um texto dissertativo, uma enumeração 
em tópicos. O essencial é que as informações importantes quanto ao 
surgimento da técnica fotográfica na sociedade da época estejam presentes.
Imagens famosas: 
I - Os telhados da vila vistos de sua casa de campo de Le Gras, na vila de Saint 
Loup de Varenne, perto de Chálon-sur-Saóne, sua cidade natal – Niépce.
II - Mesa Posta, cujo original desapareceu misteriosamente pouco tempo depois 
da exposição, ocorrida em 1890, e dele só se conhece uma reprodução,feita 
a partir de um original sobre vidro, apresentada, naquele ano, à Sociéte 
Française de Photographie.
III - Janela da biblioteca da abadia de Locock Abbey, considerada a primeira 
fotografia obtida pelo processo negativo/positivo – de William Henry Fox 
Talbot.
IV - 1840 – Chegada do daguerreótipo ao Rio de Janeiro e tomada do Largo 
do Paço. 
V- 1844 – Publicação por Talbot do: The pencil of Nature, primeira obra ilustrada 
com fotografias, editada em seis volumes com 24 talbótipos originais. 
Apresentava as explicações detalhadas dos trabalhos, estabelecendo certos 
padrões de qualidade para a imagem.
AUTOATIVIDADE
21
TÓPICO 2 UNIDADE 1
TÉCNICAS E CORRENTES 
FOTOGRÁFICAS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico serão abordadas as principais técnicas e correntes fotográficas 
que se destacaram ao longo dos tempos. Você conhecerá o processo histórico de 
surgimento da fotografia no Brasil, bem como o trabalho de alguns fotógrafos 
eminentes, cujas técnicas se destacaram na evolução da fotografia.
O contexto histórico envolvendo o surgimento da fotografia compreende 
a efervescência científico-tecnológica a que a Europa assistia desde o século 
XVIII e a Revolução Industrial: novas fontes de energia, máquinas, construções 
Acadêmico, a fim de enriquecer sua trajetória, acostume-se a consultar 
regularmente periódicos e revistas específicas dedicadas ao tema da “Fotografia”. Por 
exemplo:
• A Revista Zum, apresenta uma vasta gama de reportagens e temas diversos aliando 
fotografia, coletâneas, indicações de leituras etc. Disponível em: https://revistazum.
com.br/.
• Photomag, a revista on-line do Instituto Internacional de Fotografia, apresenta 
conceitos aprofundados de fotografia, técnicas, imagens, dicas de aplicativos etc. Possui 
artigos esclarecedores sobre técnicas e comportamentos do fotógrafo na atualidade. 
Disponível em: https://www.iif.com.br/photomag/.
• O site da Revista Fotografia Total apresenta uma lista de revistas on-line nacionais e 
internacionais (em língua inglesa, francesa e portuguesa de Portugal). Habitue-se a 
consultar as páginas e constituir o seu repertório de conhecimentos individualizados, 
segundo suas preferências. Disponível em: https://fotografiatotal.com/as-24-melhores-
revistas-de-fotografia.
Se você preferir revistas em suporte físico, temos como exemplo: Fotografe Melhor, Revista 
Fotografia ou a Revista Phox, que você, acadêmico, poderá encontrar em bancas ou acessar 
o site e assiná-las.
DICAS
22
UNIDADE 1 — CONCEITO E HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
engenhosas e transformações na sociedade dotam o homem de uma nova visão, 
de um “admirável mundo novo” em que o humano se vê capaz de dominar as 
forças naturais e as ciências para reinar soberano. 
As imagens tornadas possíveis através da técnica fotográfica contribuem 
à expansão desse pensamento. Num primeiro momento, privilegiaram os 
temas derivados das tradições pictóricas: retrato, paisagem, natureza morta. 
Até então o retrato, já praticado no Egito, na Grécia e em Roma para finalidades 
diversas e adquirindo gênero autônomo no século XVI, vigorava como símbolo 
de uma classe burguesa que se queria representada. Diversas escolas e gêneros 
desenvolvem, por técnicas diversas, retratos de membros das famílias abastadas. 
É a representação da imagem perenizada pela pintura e pelo desenho.
O desenvolvimento da fotografia levará à substituição dos retratos pin-
tados pelos retratos fotografados, que adentram os lares e setores da sociedade 
para aí fincar-se como gênero institucionalizado e vocacionado a perenizar épo-
cas. É assim que o século XX assiste a uma explosão de fotógrafos, munidos dos 
mais diversos aparatos, para eternizar sentimentos, as paisagens mutantes pela 
urbanização das metrópoles, novos hábitos de lazer e cultura numa sociedade em 
total transformação. Ao mesmo tempo, um gosto estético pronunciado tanto pela 
técnica quanto pelos objetos diante da objetiva desenvolve-se.
A fotografia torna-se testemunha de vivências, recurso de especialidades 
científicas em que tornará a compreensão dos fenômenos acessível e objetiva, ne-
cessidade social que faz conviverem os estúdios fotográficos com igrejas, pada-
rias, açougues, consultórios de médicos. Ou seja: o fotógrafo adquire um prestí-
gio social que o torna indispensável na sociedade. Neste tópico, você verá numa 
primeira seção, as grandes etapas da fotografia através do tempo e do mundo e, 
numa segunda etapa, as categorias de fotografias que marcaram épocas.
2 A FOTOGRAFIA NO MUNDO E NO BRASIL
No contexto histórico em que a fotografia se desenvolveu, as mudanças 
ocorrem sobretudo no campo das ideias: de repente, foi dada a todos, a 
Admirável Mundo Novo é um romance de ficção do escritor inglês Aldous 
Huxley, escrito em 1931 e ambientado em Londres no ano de 2540 – ou 632 d.F. (depois de 
Ford), quando a civilização do progresso é profetizada. Está entre as cem maiores obras da 
Literatura Britânica e vale a leitura: HUXLEY, Aldous. Admirável mundo novo. 22. ed. Trad. de 
Lino Vallandro e Vidal Serrano. São Paulo: Editora Globo, 2014.
DICAS
TÓPICO 2 TÉCNICAS E CORRENTES FOTOGRÁFICAS
23
possibilidade de acessarem a um universo idealizado e construído, marco de um 
instante a ser engolido pelo tempo e pertencer ao passado, mas que poderia ser 
rememorado, perenizado pela fotografia. Assim, são consequências imediatas 
dessa técnica: 
• Natureza artística: o debate sobre a natureza artística do processo ou sua 
essência meramente comercial. Há forte resistência no mundo artístico-
literário da época. Charles Baudelaire atribui à fotografia uma natureza 
diabólica (MAUAD, 1996). Como em todo desenvolvimento de uma nova 
técnica, a fotografia trouxe receio ao campo das artes e fez rediscutirem-se 
conceitos e práticas, e muitos pintores artistas acabaram migrando para o 
universo da fotografia, dentre eles, Nadar (BURMESTER, 2006).
• Imagem documental: o uso institucionalizado da imagem pessoal em 
documentos de identidade, passaporte, formulários de todo tipo, além do uso 
recreativo (FAHRI NETO, 2018). 
• Valor jurídico: a fotografia, vista como cópia fiel da realidade, tornou-se 
peça chave no campo forense – ela serve como prova pericial dos fatos em 
processos jurídicos e integra os diversos processos de legitimação pericial. 
• A fotografia como publicidade: como fator de atração e venda, os jornais 
passam a ilustrar as matérias que, até então, recebiam poucas ilustrações 
gráficas. A descoberta da técnica integra os gêneros do discurso – jornalístico, 
panfletagem etc. – e as práticas sociais.
• A memória preservada: registro das datas marcando passagens rituais 
dos processos da vida, como batizados, casamentos e morte, fixadas pelas 
fotografias. Neste aspecto, a fotografia se torna registro histórico (MAUAD, 
1996);
• O discurso reconfigurado: “a técnica fotográfica invade o imaginário popular 
e reconfigura a linguagem com frases do tipo: ‘Uma foto vale mais que 
mil palavras’, ‘Mais vale uma foto que longos discursos’, ‘Não fotografou? 
Dançou!’” (FIGUEIREDO, 2005, p. 204).
No portal Domínio Público, do governo federal, você pode consultar 
a dissertação de mestrado de Cristiano Franco Burmester (2006) e conhecer mais 
implicações da natureza da fotografia no período. Intitulada Fotografia: do analógico para 
o digital: um estudo das transformações no campo da produção de imagens fotográficas, 
está disponível para download no endereço: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/
DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=32761.
DICAS
24
UNIDADE 1 — CONCEITO E HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
• A evidência da natureza humana: porque, subitamente, as pessoas percebe-
ram a passagem inevitável do tempo e que todas coisas desaparecem, as fo-
tografias sobreviveriam para reativar a memória. O mundo adotou-a como 
prática em todas as situações do cotidiano, em formas ortodoxas exibindo a 
sua crueza – fotografias de mortos no caixão e registro testemunhal de exter-
mínios em larga escala (I Guerra Mundial).A popularização da técnica fotográfica pelo mundo deu-se, sobretudo, a 
partir de dois eventos de proporções globais e pouco relacionados ao prazer que 
a fotografia provoca.
• A crise de 1929: conhecida como “o crash do século”, iniciou com uma queda 
brutal na bolsa de Nova Iorque e levando à falência inúmeros investidores 
americanos antes de se alastrar mundo afora. Esta situação de crise que se 
seguiu, levou todo o setor econômico e produtivo a refletir sobre o futuro. 
Investimentos são feitos em cima de previsões. A aposta em bens de consumo 
atrativos incluiu as máquinas fotográficas, pois a técnica havia caído no gosto 
das classes mais elevadas. Como toda nova tecnologia atrai o público, após o 
crash americano, os aparelhos tornaram-se populares, aumentando as vendas 
e fazendo caírem os preços. Assim, em pouco tempo, a maioria das pessoas 
dispunha do seu aparelho e imortalizava aspectos da vida em sociedade.
• A guerra fria dos anos 1960 e a corrida espacial: a competição entre sovi-
éticos e americanos conduziu ao desenvolvimento de uma tecnologia foto-
gráfica permitindo a captura de imagens espaciais sem necessidade de filme 
nem de um fotógrafo atrás da câmera. Esse fato foi o embrião da tecnologia 
digital. A sonda Mariner 4, em 1965, fez as primeiras tomadas de Marte – 22 
imagens em preto e branco com 0,04 megapixels cada uma e que levaram qua-
tro dias para chegar à Terra. O primeiro passo estava dado para a expansão 
da fotografia digital pelo mundo (LEITE, 2009). Estes dois acontecimentos 
foram propulsores da popularização das técnicas fotográficas pelo mundo. 
De modo particular, a dicotomia que marcou e marca o discurso das ideias e 
a fotografia, é seu caráter de arte. Esta polêmica inicial das correntes de ideias 
europeias dos séculos XIX e XX sobre o verdadeiro estatuto da fotografia, aca-
bou resolvida pelas práticas sociais e os usos distintos reservados a fotografia. 
Na atualidade, a dicotomia encontra-se, sobretudo, no campo da fotografia 
como marco de uma realidade captada, o momento ocorrido no instante do 
declique e a fotografia resultante das múltiplas possiblidades proporcionadas 
tecnologia digital.
Pela natureza da imagem fotográfica e a abrangência mundial que 
a imagem alcançou, a fotografia foi a causa maior da mudança de paradigma 
da sociedade marcada pela escrita, linear, para uma sociedade impregnada da 
imagem e a coexistência dinâmica de fatores simultâneos (DUBOIS, 2017).
Ao Brasil, como vimos, a fotografia chega na primeira metade do século 
XIX, após introdução da técnica litográfica, trazida em 1817 pelo artista francês 
Arnaud Julien Pallère. Aqui, a técnica teve ampla aceitação entre os membros da 
TÓPICO 2 TÉCNICAS E CORRENTES FOTOGRÁFICAS
25
família real e das elites cariocas. Daí resultam retratos do príncipe regente e sua 
família em um estilo despojado, se comparado ao estilo pomposo das pinturas 
reais europeias clássicas (CHIARELLI, 2005). Torna-se, assim, testemunha de 
uma época e um estágio de transformação do país, tarefa até então reservada ao 
francês Jean-Baptiste Debret e à Academia Artística.
A seguir, veremos as grandes categorias de fotografias e os fotógrafos que 
marcaram época.
3 GRANDES CATEGORIAS DE FOTOGRAFIA
Antes de tratarmos de categorias de fotografias e seus representantes, 
convém efetuarmos uma precisão sobre dois conceitos que se referem a duas 
palavras de uso corrente: fotografia e a forma reduzida foto.
A fotografia, desde o seu surgimento, mostrou-se como forma de 
comunicação dotada de características e linguagem própria. A partir daí, foi 
empregada para finalidades diversas:
• Lazer: numa primeira fase, as pessoas afortunadas – e que dispunham dos 
meios financeiros para pagar pelos serviços de um fotógrafo – acorreram 
para se verem retratadas e registrar tudo que o pudesse ser capturado para 
Convém enfatizar que, dentre as principais categorias de fotografia encontram-
se o fotojornalismo, a fotografia de moda, a fotografia de publicidade e propaganda, 
de precisão científica e pericial, além dos usos sociais da fotografia para os quais, você, 
acadêmico, também estará preparado após esta formação: casamentos, batizados, festas e 
cerimônias em geral. Neste momento não abordaremos estas categorias de fotografia de 
maneira detalhada, já que serão aprofundadas na Unidade 3 desta obra.
IMPORTANT
E
“Foto é a imagem obtida pelo procedimento da fotografia; Fotografia é o 
procedimento técnico que permite obter a imagem de um objeto” (SOULAGES,1986, p. 26).
NOTA
26
UNIDADE 1 — CONCEITO E HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
a posteridade pela objetiva dos fotógrafos – paisagens, objetos, cenas do 
cotidiano etc. São fotógrafos deste período: Nadar, Carjat, Le Gray.
• Comunicação: uso da fotografia em cartões de visita – os foto-cartões criados 
por Disdéri (André Adolfo Eugênio) – a partir de 1850. A fotografia se 
torna acessível pelo avanço progressivo das técnicas de fixação da imagem 
permitindo várias impressões de imagens em uma mesma foto, além do 
barateamento progressivo dos custos relacionados ao processo.
• Popularização da fotografia: por volta de 1880, com a adesão do público 
em geral e o desenvolvimento de técnicas facilitando o manuseamento e a 
revelação. Quem não pudesse adquirir o aparelho e os materiais, comparecia 
ao estúdio de um fotógrafo para fazer o(s) seu(s) retrato(s), normalmente 
famílias em grandes ocasiões compareciam ou faziam comparecer o fotógrafo 
aos eventos, uma tradição que se perpetua até os dias de hoje.
• Duas fotografias: distinção da fotografia como representação e da fotografia 
como arte expressiva. Esta polêmica norteou o pensamento europeu a partir 
dos anos 1840 e durante aproximadamente um século. Grandes fotógrafos 
artísticos são: Nadar, Carjat, Le Gray, Hill, Adamson e Júlia Cameron.
• A fotografia industrial: Disdéri destaca-se como fotógrafo interessado na 
venda de seu produto e não no valor artístico da técnica. Logo, inventa um 
formato reduzido 6x9 com 8 fotos numa prancha, o que barateia o produto 
e faz aumentar as vendas. A partir daí os produtos também passam a ser 
fotografados para as vendas. Evidentemente, também poderíamos classificar 
as imagens fotográficas segundo a finalidade, o suporte, a relação que 
estabelecem com os agentes envolvidos, produtor, receptor etc. Aqui estamos 
introduzindo o assunto, que será desenvolvido nos próximos tópicos e 
unidades. A seguir, vamos abordar alguns fotógrafos cujo papel foi decisivo 
no âmbito da fotografia e/ou da sociedade em que se inscrevem.
Acadêmico, abordaremos este aspecto relacionado à fotografia no Tópico 3 
deste livro.
ESTUDOS FU
TUROS
TÓPICO 2 TÉCNICAS E CORRENTES FOTOGRÁFICAS
27
4 FOTÓGRAFOS QUE MARCARAM ÉPOCAS
Agora que você já viu como a fotografia surgiu como técnica e prática social, 
vamos olhar com mais atenção para as pessoas que contribuíram, através da ação 
e prática da fotografia, a sua expansão e aprimoramento tanto como arte quanto 
produto inserido nas práticas sociais. Assim, você verá, num primeiro momento, 
os fotógrafos e amadores da fotografia pioneiros, nos séculos XIX e inícios do 
século XX. Em seguida, alguns nomes do ramo que mais se sobressaíram na 
fotografia até os dias atuais. Evidentemente, esta abordagem é arbitrária e alguns 
fotógrafos de renome, apenas, foram selecionados. Mas o leque de profissionais 
de destaque é imenso e você, acadêmico, poderá ampliar seus conhecimentos 
sobre estilos e fotógrafos a partir de suas leituras e pesquisas pessoais. Vamos lá!
4.1 OS PIONEIROS
• Gaspar Félix Tournachon: mais conhecido como Nadar. Foi membro da 
Sociedade Francesa de Fotografia e como fosse também voltado a voar, autor 
da primeira foto aérea de Paris. Fotografou as maiores personalidades da 
época, veja na imagem a seguir. 
FIGURA 11 – NADAR. PRIMEIRA FOTO AÉREA (PARIS – 1858)
FONTE: <https://fotografiatotal.com/wp-content/uploads/2013/07/first-aerial-photo.jpg>. Aces-
so em: 2 jun. 2020.
28
UNIDADE 1 — CONCEITO E HISTÓRIADA FOTOGRAFIA
• Etienne Carjat (1828-1906): jornalista, caricaturista e fotógrafo, fundou a 
revista Le Boulevard. Ficou conhecido por seus retratos, caricaturas de pessoas 
influentes dos círculos de Paris nos fins do século XIX, seja na política, nas 
artes ou na literatura. São de sua autoria os célebres retratos de poetas, tais 
como, Arthur Rimbaud e Charles Baudelaire, veja na figura a seguir.
FIGURA 12 – CARJAT. RETRATOS DE ARTHUR RIMBAUD
FONTE: <https://www.meisterdrucke.pt/kunstwerke/500px/Etienne_Carjat_-_Portrait_of_Ar-
thur_Rimbaud_aged_17_1871_-_(MeisterDrucke-385177).jpg>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Gustave Le Gray: considerado o maior fotógrafo francês do século XIX, 
inovou na técnica e serviu de referência para muitos colegas de profissão, 
inclusive Nadar. Artista de formação, instruiu Duchamps na técnica e foi 
eleito fotógrafo oficial de Napoleão III. Suas inovações: encerar o negativo 
para obtenção de maior definição nos detalhes; desenvolvimento teórico do 
método do colódio úmido (atribuído a F. Scott Archer); dupla impressão com 
negativos – uso de uma tomada para a água e outra para o céu. 
• André Adolfo Eugênio Disdéri: iniciou na fotografia como daguerreotipista, 
mas adquiriu renome pela patente do cartão de visitas com imagem. Aderiu 
ao retrato de corte academista, gênero em que se procura revelar, através da 
imagem, características psicológicas da pessoa retratada. Veja na imagem, 
o seu autorretrato, que dá uma dimensão de como o fotógrafo concebia a 
exposição à captura pela imagem.
TÓPICO 2 TÉCNICAS E CORRENTES FOTOGRÁFICAS
29
FIGURA 14 – ANDRÉ ADOLFO-EUGÊNIO DISDÉRI. AUTORRETRATO, C. 1860. PARIS, FRANÇA. 
ACERVO DA REUNIÃO DOS MUSEUS NACIONAIS
FONTE: <https://bit.ly/343ImlW>. Acesso em: 26 jun. 2020.
• Hill & Adamsom: Davi Otávio Hill (1802-1870) fotógrafo e pintor escocês, 
usou calótipos e tornou-se famoso por seus retratos. Robert Adamson (1821-
1848), foi químico e fotógrafo associado de Hill, famoso pela produção de 
retratos. Ambos trabalharam em conjunto e ficaram conhecidos por Hill & 
Adamson, uma sociedade que produziu retratos, paisagens e documentários 
sociais da época, na Escócia (Edimburgo), veja a figura a seguir.
FIGURA 15 – HILL & ADAMSON. PESCADORAS DE NEWHAVEM
FONTE: <https://images.metmuseum.org/CRDImages/ph/original/DP352694.jpg>. Acesso em: 2 jun. 2020.
30
UNIDADE 1 — CONCEITO E HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
• Júlia Margarete Cameron (1815-1879): britânica famosa por retratar mulheres 
de destaque da época, dando um aspecto de foco suave a seus retratos. Por 
tratar a fotografia como arte e dar este aspecto nebuloso às tomadas que fazia, 
não foi devidamente reconhecida em seu tempo. Mas observe a ternura e a 
paz que se desprendem da imagem.
FIGURA 16 – RELIGIOSIDADE E ARTE EM CAMERON
FONTE: <https://4.bp.blogspot.com/-SPFmfqRUKSs/Vn_TCgnzLQI/AAAAAAAAAyg/PmDSWTM-
-gYM/s1600/Virgin%2Band%2BChild.jpg>. Acesso em: 26 jun. 2020.
• Antônio Hércules Romualdo Florence (1804-1879): francês radicado em 
Campinas, foi um dos inventores da Fotografia. Além de fotógrafo era 
desenhista e polígrafo. Tinha um interesse particular no índio. Desenvolveu 
um sistema de impressão da imagem por contato, de onde vem o termo 
“fotografia”, que quer dizer escrita pela luz. A ele é creditada a invenção 
da fotografia, três anos antes do feito por Daguerre, mas a contribuição do 
governo francês na obra deste acabou por apagar o feito de Florence.
TÓPICO 2 TÉCNICAS E CORRENTES FOTOGRÁFICAS
31
FIGURA 17 – HÉRCULES FLORENCE. AUTORRETRATO
FONTE: <https://www.cartamaior.com.br/arquivosCartaMaior/FOTO/1/hf2.jpg>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Marc Ferrez (1843-1923): não poderíamos fechar esta seção sem citar o pionei-
ro na crônica visual fotográfica do território nacional. Filho de pais franceses, 
foi o primeiro verdadeiro fotógrafo brasileiro. Entre 1864 e 1915, Ferrez per-
correu o país inteiro para registrar paisagens urbanas e rurais. Metade desta 
produção retraça o Rio de Janeiro antigo e seus moradores (ESTEVES, 2019a). 
Se hoje conhecemos imagens reais do cotidiano da época, é graças à crônica 
visual estabelecida por ele, tanto de pessoas quanto, sobretudo, paisagens e 
arquitetura da época. São dele retratos que ficaram famosos, como o de Ma-
chado de Assis e os primeiros cartões postais com vistas da capital, a Rio de 
Janeiro de então, veja na imagem a seguir.
FIGURA 18 – MARC FERREZ. PANORAMA DO RIO ANTIGO
FONTE: <http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/2578>. Acesso em: 2 jun. 2020
32
UNIDADE 1 — CONCEITO E HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
Um artigo de Juan Esteves publicado na revista Fotografe Melhor apresenta 
uma visão de conjunto do trabalho de Marc Ferrez: O fotógrafo do Império retraça a crônica 
visual do Rio de Janeiro na virada do século, um trabalho apresentado no Instituto Moreira 
Sales até julho de 2019. Também retraça as viagens do fotógrafo pelo Brasil, apresentando 
imagens e seu contexto, bem como um breve glossário de termos da época: heliografia, 
daguerreótipo, calótipo ou talbótico, colódio, estereoscopia e lanterna mágica (ESTEVES, 
2019a).
DICAS
4.2 FOTÓGRAFOS DE TODOS OS TEMPOS 
Desde a invenção da fotografia até a atualidade, o número de profissionais 
que se destacaram na técnica é imenso, tornando-se difícil selecionar os melhores 
fotógrafos, pois nos faltariam critérios objetivos para aqui fazê-lo. Porém, na 
seleção apresentada a seguir, cada fotógrafo destacou-se por um ou outro critério 
que consideramos fundamental para o seu preparo nesta trajetória de formação 
em Fotografia. Vamos lá:
• Henry Cartier-Bresson (1908-2004): francês, considerado o pai do 
fotojornalismo. Aprendeu as artes com André Lhote e o grupo cubista Section 
d’Or que se dedicava ao estudo da proporção áurea. Viajou para a África e, 
ao voltar, publicou suas fotos. Também estudou cinema e, com Jean Renoir, 
lançou Partie de Campagne. Seu trabalho é marcado pela espontaneidade, 
leveza, a vida que circula nas imagens capturadas pelo seu olho atento e 
seletivo. Teve trabalhos conjuntos com Robert Capa, David Seymour, William 
Vandivert e George Rodger, da Magnum Photos. Falar de fotografia – ou 
cinema – e não citar seu nome seria como falar de arte e não citar Da Vinci. 
Dedicou-se também à publicação de livros sobre a fotografia e à pintura, 
tendo frequentado grupos de pensadores como André Breton. Também 
estudou profundamente a linguagem da pintura, sobretudo a seção áurea, 
com André Lhote. Para Cartier-Bresson, não é o fotógrafo quem tira a foto, 
mas a foto – o instante. Praticou: a técnica do Trompe l’oeil, que faz objetos 
parecerem outros, o fotojornalismo – a foto deve comunicar o fato. São dele 
muitas das fotos famosas sobre a II Guerra Mundial e foi o primeiro a mostrar 
através da fotografia a União Soviética ao mundo. Considerava a cor própria 
da pintura e o preto e branco característico da fotografia, que, assim, põe o 
foco no conteúdo e não na forma.
TÓPICO 2 TÉCNICAS E CORRENTES FOTOGRÁFICAS
33
FIGURA 19 – CARTIER-BRESSON. DOIS CURIOSOS ESPIANDO EM BURACO EM MURO (BRUXELAS, 1932)
FONTE: <http://fotografemelhor.com.br/wp-content/uploads/2017/04/Bruxelas.-B%C3%A9lgi-
ca.-1932.-Henri-Cartier-Bresson-Magnum-Photos-1000x670.jpg>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Annie Leibovitz (1949-): fotógrafa da atualidade, renomada por suas tomadas 
de celebridades. Em 1991, retrata para a capa da revista Vanity Fair, a atriz 
Demi Moore grávida, veja a imagem disponível em: https://www.vanityfair.
com/news/2011/08/demi-moore-201108. Também é autora da célebre imagem 
de John Lennon e Yoko Ono na manhã do assassinato de John Lennon; e da 
foto de Whoopy Goldberg dentro de uma banheira cheia de leite. 
• Sebastião Salgado: (1944-): determinado a mostrar o que há de mais amplo 
e trágico na natureza humana, especializou-se no fotojornalismo integrando 
várias agências fotográficas – Sygma, Gamma, Magnum. Em suas capturas 
serviu-se unicamente da técnica do preto e branco pela forte expressividadeque 
proporciona. São dele os maiores registros de pessoas e suas tragédias em todas 
as partes do mundo. Teve trabalhos focando atividades manuais, as diversidades 
culturais, tragédias de secas e ambientais, ao mesmo tempo em que protestam 
contra a quebra de direitos e da dignidade humana. Na obra Êxodos afirma: 
Mais do que nunca sinto que a raça humana é somente uma. Há 
diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os 
sentimentos e reações das pessoas são semelhantes. Pessoas fogem 
das guerras para escapar da morte, migram para melhorar sua sorte, 
constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a situações 
extremas (SALGADO, ANO, p. 8). 
Recebeu praticamente todos os prêmios em escala mundial e, em 1994, 
fundou a sua própria agência As Imagens da Amazônia. Com a esposa Lélia 
Wanick Salgado, autora do projeto gráfico, lançou uma profusão de livros. 
Realizou parcerias com grandes nomes da Literatura e das Artes, tais como 
José Saramago e Chico Buarque, além de integrar a Academia de Belas Artes da 
França, onde reside. 
34
UNIDADE 1 — CONCEITO E HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
FIGURA 20 – SEBASTIÃO SALGADO E SUA SERRA PELADA (1996)
FONTE: <https://incrivelhistoria.com.br/sebastiao-salgado-serra-pelada/>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Ansel Easton Adams (1902-1984): adquiriu celebridade por suas imagens do 
oeste americano, sempre em preto e branco. Defendia a fotografia pura, de 
foco nítido e uso integral da faixa de imagem o que caracteriza seu estilo de 
fotógrafo de paisagens. Era defensor do meio ambiente e da natureza. A foto 
do Half Dome, no Yosemite Park lançou-o no mundo como um olhar sensível 
para a paisagem, veja a Figura 21. 
FIGURA 21 – ANSEL ADAMS. MONOLITH – THE FACE OF THE HALF DOME. YOSEMITE PARK (1927)
FONTE: <https://www.coolantarctica.com/Shop/ansel_adams/aa_monolith_lg.jpg>. Acesso em: 2 
jun. 2020
TÓPICO 2 TÉCNICAS E CORRENTES FOTOGRÁFICAS
35
• Robert Capa, nome verdadeiro Ernö Friedmann (1913-1954): É um dos maiores 
fotógrafos de guerra da história, pois considerava que devia estar próximo do 
objeto a capturar. Cobriu grandes guerras como: a Guerra Civil espanhola, a 
II Guerra Mundial, Guerra da Indochina, onde morre ao pisar numa mina. 
Juntamente com David Seymour, Henri Cartier-Bresson e George Rodger 
funda, após o final da segunda grande guerra, a agência Magnum. A esposa, 
Gerda Taro, morreu atropelada por um tanque, em 1934, enquanto cobriam a 
Guerra Civil espanhola. Tira então sua fotografia mais famosa: Morte de um 
miliciano, publicada na Time, em 1936, veja a imagem.
FIGURA 22 – ROBERT CAPA. MORTE DE UM MILICIANO (1936)
FONTE: <https://n.i.uol.com.br/ultnot/0908/19capa.jpg>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Helmuth Newton, nome verdadeiro Helmuth Neustädter (1920-2004): um 
dos maiores fotógrafos alemães, naturalizado australiano, especializado na 
fotografia de moda. Conhecido por suas imagens controversas, irreverentes 
e provocativas. Por essa razão foi amplamente criticado, mas seu trabalho 
introduziu sensualidade e glamour nas fotografias de moda. Especializou-se 
na fotografia de nus. 
Ansel Adams foi o criador do sistema de zonas, que divide a tela em diferentes 
zonas pelas quais é efetuada a distribuição dos sujeitos fotografados. Veremos este aspecto 
em nossa Unidade 2. Não deixe de ler a matéria completa em: ESTEVES, Juan. O mestre do 
P&B. Revista Fotografe Melhor, São Paulo, a. 23, ed. 275, p. 22-26, ago. 2019b.
DICAS
36
UNIDADE 1 — CONCEITO E HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
• Robert Doisneau (1912-1995): pessoa simples, era um fotógrafo de rua, 
registrando o cotidiano das pessoas, a vida em sua passagem, sem alarde. 
Influenciado por Cartier-Bresson, ficou famoso com a fotografia O Beijo do 
Hôtel de Ville, em 1950, da qual é impossível dissociá-lo. Mas seu trabalho 
foi além, incluindo a fotografia colorida, publicitária, entre outros gêneros. 
Veja na imagem a seguir o famoso beijo em Paris capturado pelas lentes de 
Doisneau:
FIGURA 23 – ROBERT DOISNEAU. LE BAISER DE L’HOTEL DE VILLE (1950)
FONTE: <https://www.azdecor.com.br/wp-content/uploads/2018/10/la-baiser-de-lHotel-de-Vil-
le-363x288.jpg>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Elliot Erwit (1928-): nasceu na França, mas elegeu os Estados Unidos da 
América como país de residência. Membro da Magnum, é conhecido por 
fotos documentais em preto e branco, bem como pela ironia e o inusitado 
nas imagens, pois integra o lúdico e a ilusão ao jogo de cenas. Uma fotografia 
de Erwit se deixa reconhecer num lance de olhos, pois apresenta identidade 
própria. Possui uma predileção por fotografar cachorros e suas relações com 
humanos, veja na imagem a seguir.
TÓPICO 2 TÉCNICAS E CORRENTES FOTOGRÁFICAS
37
FIGURA 24 – ELIOT ERWIT E O JOGO DA ILUSÃO
FONTE: < http://lounge.obviousmag.org/memorias_do_subsolo/assets_c/2014/03/c%-
C3%A3o%20homem-thumb-600x399-62115.jpg>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Walter Firmo (1937-): jornalista, professor e fotógrafo autodidata que apren-
deu apenas a teoria da luz lateral e das sombras quando jovem. A partir daí, 
registrou o cotidiano em fotos jornalísticas, buracos de rua, gentes, cenas 
espalhadas pelo Brasil, que capturava com seu olhar sensível e observador. 
Usou da fotografia em cores e, entre suas fotos mais famosas estão os retratos 
de Dona Ivone Lara, Pixinguinha e Cartola.
• Irving Penn (1917-2009): fotógrafo de moda, destacou-se pela elegância, o 
minimalismo e a simplicidade em suas tomadas. Durante décadas trabalhou 
para a revista Vogue, especializando-se nas fotos de artistas e famosos. Entre 
suas imagens de renome estão uma tomada de Gisele Bünchen e Pablo Picas-
so (Figura 25). Considerava que uma boa fotografia é aquela que transforma 
o espectador depois que a vê. Assim, suas imagens de celebridades eram sem-
pre originais e transgressoras (fotografias de nus), suspendendo o tempo.
FIGURA 25 – IRVING PENN – PABLO PICASSO
FONTE: <https://bit.ly/3j6z3rL>. Acesso em: 2 jun. 2020.
38
UNIDADE 1 — CONCEITO E HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
Evidentemente, muitos outros nomes poderiam integrar esta lista em que 
incluímos aqueles que julgamos pertinentes pela variedade de estilos e abordagens 
da imagem, oscilando entre arte e representação, numa intencionalidade 
comunicativa que apresenta a fotografia como linguagem incomparável para a 
leitura do mundo e dos seres humanos.
Chegamos, assim, ao final deste tópico. A fim de complementar o seu 
aprendizado nesta introdução à fotografia, leia o texto apresentado como leitura 
complementar e consolide os seus conhecimentos no resumo do tópico, bem 
como realizando as autoatividades a seguir.
Que tal viajar através do tempo pela fotografia? Assista ao vídeo de Guy Jones: 
1838-2019: Street Photography – A photo for every year. Acesse o endereço: https://www.
youtube.com/watch?v=X3K7NwKE7PI e observe a composição das imagens, a evolução da 
técnica fotográfica, os ângulos, efeitos etc. 
DICAS
TÓPICO 2 TÉCNICAS E CORRENTES FOTOGRÁFICAS
39
Fotografia e pós-fotografia: do controle ao descontrole
Leon Fahri Neto
I
[...] 
No início dos seus tempos, a imagem-foto não insistia, de modo algum, em 
sua pureza fotográfica. Inúmeras técnicas de transformação a encaminhavam para a 
imagem-pintura e, de volta, para a imagem-foto. 
Era, lá pelos anos 1860-1880, o novo frenesi das imagens [...]. Era a época, 
com todos os novos poderes adquiridos, da liberdade de transposição, de 
deslocamento, de transformação, de semelhanças e falsas semelhanças, 
de reprodução, de duplicação, de trucagem. [...] os fotógrafos faziam 
pseudoquadros; os pintores utilizavam as fotos como esboços. [...] amava-
se talvez menos os quadros e as placas sensíveis que as próprias imagens, 
sua migração e sua perversão, sua adulteração, sua diferença mascarada 
(FOUCAULT, 1975, p. 1575).
Com isso, percebe-se o quanto é questionável aquela parte da nossa definição 
inicial que afirma a foto como uma imagem que se fez sem o intermédio da mão 
humana. A foto pode ser uma imagem manipulada, trucada. Mesmo

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