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OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL Prof. Williams Meirelles Nesta unidade temática, você vai aprender ▪ A conhecer o tratamento contábil dado aos contratos de arrendamento. Introdução Em janeiro de 2016, o Internacional Accounting Standards Board emitiu a International Financial Reporting Standards (IFRS) 16, que trata sobre arrendamentos mercantis. Segundo a empresa de auditoria KPMG, a nova norma requer que as Companhias tragam a maioria dos seus arrendamentos para o balanço patrimonial, reconhecendo novos ativos e passivos. A empresa declarou ainda que a IFRS 16 elimina o conceito de arrendamentos operacionais e financeiros para arrendatários que existia na Internacional Accounting Standards (IAS) 17, substituindo-o por um único modelo contábil (KPMG, 2018, p. 2). No Brasil, o pronunciamento técnico que trata do assunto, o CPC 06 – Arrendamentos, foi revisado e importantes mudanças entraram em vigor desde 1º de janeiro de 2019. Apesar do desafio para implantação desse novo modelo nas companhias, o reconhecimento da maioria dos arrendamentos busca melhorar a transparência, a comparabilidade e a divulgação das atividades de arrendamento das empresas, segundo o qual os arrendatários não terão mais dois modos de contabilizar, mas, sim, apenas um e, esse único modo de contabilização indica que todos os arrendamentos sejam reconhecidos no balanço patrimonial. Operações de Arrendamento Mercantil O Pronunciamento Técnico CPC 06 (R2) – Arrendamentos, aprovado em 21 de dezembro de 2017, em seu item 9, identifica um arrendamento da seguinte maneira: “O Contrato é, ou contém, um arrendamento se ele transmite o direito de controlar o uso de ativo identificado por um período de tempo em troca de contraprestação.”. Enquanto o Pronunciamento anterior, CPC 06 (R1) definia como “um acordo pelo qual o arrendador transmite ao arrendatário em troca de um pagamento ou série de pagamentos o direito de usar um ativo por um período de tempo acordado”. Observa-se que a mudança na definição de arrendamento, está na classificação de um ativo como identificável e no direito de controlar, que anteriormente não faziam parte da definição. Para entendimento da mudança na contabilização dos arrendamentos mercantis, faz-se breve análise sobre a evolução dos pronunciamentos técnicos quanto à https://sites.google.com/ulbra.br/G000152GS001/t003?pli=1#h.48wq49sbrhgf https://sites.google.com/ulbra.br/G000152GS001/t003?pli=1#h.48wq49sbrhgf https://sites.google.com/ulbra.br/G000152GS001/t003?pli=1#h.fza8it8wafmq https://sites.google.com/ulbra.br/G000152GS001/t003?pli=1#h.fza8it8wafmq https://sites.google.com/ulbra.br/G000152GS001/t003?pli=1#h.bqzoeog8r841 https://sites.google.com/ulbra.br/G000152GS001/t003?pli=1#h.bqzoeog8r841 contabilização. No primeiro Pronunciamento Técnico sobre o tema, CPC 06 – Operações de Arrendamento Mercantil, aprovado em 3 de outubro de 2008, dividia a classificação de arrendamento mercantil em financeiro e operacional e ambos eram classificados contabilmente como despesa na arrendatária no momento do vencimento das respectivas prestações. Ativos e/ou passivos não eram registrados e, o argumento utilizado era o fato de a mesma não possuir o título de propriedade dos bens arrendados. No segundo Pronunciamento sobre o tema, o Pronunciamento Técnico CPC 06 (R1) baseado no IAS 17 do IASB que teve sua aprovação em 05 de novembro de 2010, houve mudança quanto à contabilização: [...] mudou, pois o artigo 179 da Lei 6.404/76, alterado pela Lei 11.638/07, no seu item IV menciona que devem fazer parte do ativo imobilizado “os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens”. [...]. Dessa forma, mesmo não possuindo a propriedade dos bens, os mesmos devem ser classificados no ativo quando a companhia detiver os benefícios, os riscos e o controle, o que muda substancialmente a forma de contabilização do arrendamento mercantil financeiro, que passou a ser classificado no ativo imobilizado e no passivo da arrendatária no momento da contratação da operação. Sobre a classificação de contabilização, por fim, no CPC 06 (R2) baseado na IFRS 16, estão contemplados para as arrendadoras o leasing financeiro e o leasing operacional, não existindo tal distinção para as arrendatárias. Afirmam também, sobre a classificação de arrendamento para as arrendadoras, que: O Arrendamento é classificado como financeiro se transferir substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo subjacente. O arrendamento é classificado como operacional se não transferir substancialmente todos os riscos e benefícios à propriedade do ativo subjacente. Para as arrendadoras, o tratamento sobre os arrendamentos mercantis não mudará de forma relevante, a grande mudança, conforme já esperado, passará a surtir efeito para as arrendatárias, a seguir será demonstrado as principais atualizações do CPC 06 (R2) com a normatização da IFRS 16. Na figura abaixo, demonstramos o impacto dessas mudanças no BP e DRE das Arrendatárias, lembrando que CPC (R2) está em consonância com a IFRS 16, enquanto as versões anteriores estavam de acordo com o IAS 17: https://drive.google.com/file/d/1v2z2qzBnZ44X-Tpa32XF7RHWJpZANe8C/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1v2z2qzBnZ44X-Tpa32XF7RHWJpZANe8C/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1v2z2qzBnZ44X-Tpa32XF7RHWJpZANe8C/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1v2z2qzBnZ44X-Tpa32XF7RHWJpZANe8C/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1QnzSDYlcVHgavrBooZo19ODGLnjHNAt2/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1v2z2qzBnZ44X-Tpa32XF7RHWJpZANe8C/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1v2z2qzBnZ44X-Tpa32XF7RHWJpZANe8C/view?usp=sharing Como podemos verificar, agora todos os arrendamentos passam a compor o Ativo e o Passivo das arrendatárias, enquanto no DRE o impacto é o fim das despesas com aluguel e o início da despesa com depreciação desses bens ativados. Conforme o item B13 do CPC 06 (R2), o ativo é identificado “ao ser expressamente especificado no contrato. Contudo, o ativo também pode ser identificado ao ser implicitamente especificado na ocasião em que o ativo for disponibilizado para uso pelo cliente”. Sobre o direito de controlar o uso do ativo identificado o Pronunciamento, em seu item B21, caracteriza que esse direito de controle está atrelado a: [...] o cliente é obrigado a possuir o direito de obter, substancialmente, todos os benefícios econômicos do uso do ativo durante o período de uso [...]. O cliente pode obter benefícios econômicos do uso do ativo direta ou indiretamente de diversas maneiras, tais como, pelo uso, pela posse ou pelo subarrendamento do ativo. Os benefícios econômicos do uso do ativo incluem sua produção (output) principal e subprodutos (incluindo potenciais fluxos de caixa resultantes desses itens) e outros benefícios econômicos decorrentes do uso do ativo, que poderiam ser realizados a partir de transação comercial com terceiro. O novo Pronunciamento Técnico, em seu item 5, isenta de reconhecimento os arrendamentos de curto prazo e os arrendamentos para os quais o ativo subjacente é de baixo valor. São considerados arrendamentos de curto prazo aqueles com menos de 12 meses sem opção de compra, e os arrendamentos de bens de baixo valor unitário são aqueles inferiores a US$ 5 mil (cinco mil dólares). Sobre o prazo do arrendamento, o CPC 06 (R2) em seu item 18, identifica essa característica contratual da seguinte forma: A entidade deve determinar o prazo do arrendamento como o prazo não cancelável do arrendamento, juntamente com: (a) períodos cobertos por opção de prorrogaro arrendamento, se o arrendatário estiver razoavelmente certo de exercer essa opção; e (b) Períodos cobertos por opção de rescindir o arrendamento, se o arrendatário estiver razoavelmente certo de não exercer essa opção. Quanto ao Reconhecimento de um arrendamento mercantil, o Pronunciamento Técnico CPC 06 (R2), em seu item 22, é sucinto e enfático: “Na data de início, o arrendatário deve reconhecer o ativo de direito de uso e o passivo de arrendamento”. https://drive.google.com/file/d/1QnzSDYlcVHgavrBooZo19ODGLnjHNAt2/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1QnzSDYlcVHgavrBooZo19ODGLnjHNAt2/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1QnzSDYlcVHgavrBooZo19ODGLnjHNAt2/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1QnzSDYlcVHgavrBooZo19ODGLnjHNAt2/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1QnzSDYlcVHgavrBooZo19ODGLnjHNAt2/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1QnzSDYlcVHgavrBooZo19ODGLnjHNAt2/view?usp=sharing A Mensuração dos arrendamentos mercantis, quando do início do contrato, conforme o CPC 06 (R2), deve ser da seguinte forma: a) Como ativos de direito de uso, conforme prevê o item 23 do Pronunciamento Técnico, o arrendatário deve mensurar o ativo de direito de uso ao custo. O valor de custo, por sua vez, compreende o valor da mensuração inicial do passivo do arrendamento, que será descrito a seguir; quaisquer pagamentos de arrendamento efetuados até a data de início, menos quaisquer incentivos de arrendamentos recebidos; quaisquer custos diretos iniciais incorridos pelo arrendatário; e a estimativa de custos a serem incorridos pelo arrendatário na desmontagem e remoção do ativo subjacente. b) Como passivo de arrendamento, conforme o item 26 do Pronunciamento Técnico: [...] o arrendatário deve mensurar o passivo de arrendamento ao valor presente dos pagamentos do arrendamento que não são efetuados nessa data. Os pagamentos do arrendamento devem ser descontados, utilizando a taxa de juros implícita no arrendamento, se essa taxa puder ser determinada imediatamente. Se essa taxa não puder ser determinada imediatamente, o arrendatário deve utilizar a taxa incremental sobre empréstimo do arrendatário. Mensuração dos arrendamentos mercantis, nos períodos subsequentes: a) Ativos de direito de uso deverão ser mensurados utilizando o método de custo, salvo exceções dispostas nos itens 34 e 35 do Pronunciamento Técnico. Conforme prevê o item 30 do CPC 06 (R2), para aplicação do método de custo, o arrendatário deve mensurar o ativo de direito de uso ao custo menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas acumuladas por redução ao valor recuperável, e corrigido por qualquer remensuração do passivo de arrendamento. b) Passivos de arrendamentos devem ser mensurados aumentando o valor contábil para refletir os juros sobre o passivo; reduzindo o valor contábil para refletir os pagamentos do arrendamento efetuados; e remensurando o valor contábil para refletir qualquer reavaliação ou modificações do arrendamento, estes especificados pelo CPC 06 (R2). Abaixo, resumimos o modelo de contabilização proposto para os arrendatários: Fonte: acervo pessoal do autor. Quanto à apresentação dos arrendamentos mercantis, o CPC 06 (R2) – item 47 informa que o arrendatário deve apresentar no balanço patrimonial ou divulgar nas notas explicativas, ativos de direito de uso e passivos separadamente de outros ativos ou passivos, respectivamente. Se assim não os fizer, o arrendatário deverá https://drive.google.com/file/d/1VcWE3tz4j4g1mQ88V3PEUnlO5yayQU7i/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1VcWE3tz4j4g1mQ88V3PEUnlO5yayQU7i/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1VcWE3tz4j4g1mQ88V3PEUnlO5yayQU7i/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1VcWE3tz4j4g1mQ88V3PEUnlO5yayQU7i/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1VcWE3tz4j4g1mQ88V3PEUnlO5yayQU7i/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1VcWE3tz4j4g1mQ88V3PEUnlO5yayQU7i/view?usp=sharing incluir o ativo na mesma rubrica que aquela em que os ativos subjacentes correspondentes seriam apresentados se fossem próprios e, nos dois casos – ativo e passivo, divulgar quais as rubricas que contêm esses lançamentos. Na demonstração do resultado e de outros resultados abrangentes, o arrendatário deve apresentar despesas de juros sobre o passivo de arrendamento separadamente do encargo de depreciação para o ativo de direito de uso, conforme prevê o item 49 do CPC 06 (R2). O item 50 informa que na demonstração dos fluxos de caixa, o arrendatário deverá classificar os pagamentos à vista para a parcela do principal do passivo de arrendamento dentro de atividades de financiamento, pagamentos à vista para a parcela dos juros do passivo de arrendamento e pagamentos do arrendamento de curto prazo, os de baixo valor e pagamentos variáveis de arrendamento. Quanto à última característica do arrendamento mercantil, para os arrendatários, citada no CPC 06 (R2), em seu item 51, cita que: O objetivo da divulgação é que os arrendatários divulguem informações nas notas explicativas que, juntamente com as informações fornecidas no balanço patrimonial, na demonstração do resultado e na demonstração dos fluxos de caixa, forneçam uma base para os usuários de demonstrações contábeis avaliarem o efeito que os arrendamentos têm sobre a posição financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa do arrendamento. É possível perceber, no entanto, as mudanças que surgiram nas divulgações dos Pronunciamentos Técnicos, desde o ano de 2008 até 2017, os quais foram lapidando as exigências de maneira que fossem facilmente identificados às operações de arrendamento e aprimorando os métodos de contabilização e reconhecimento, possibilitando resultados financeiros cada vez mais precisos ao usuário da informação. Infográfico https://drive.google.com/file/d/1B-5PSe9ryK2MHIJepqi0S4-717RCy_yD/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1B-5PSe9ryK2MHIJepqi0S4-717RCy_yD/view?usp=sharing https://sites.google.com/ulbra.br/G000152GS001/t003?pli=1#h.ifmb79vpc5e9 https://sites.google.com/ulbra.br/G000152GS001/t003?pli=1#h.ifmb79vpc5e9 https://drive.google.com/file/d/1B-5PSe9ryK2MHIJepqi0S4-717RCy_yD/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1B-5PSe9ryK2MHIJepqi0S4-717RCy_yD/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1B-5PSe9ryK2MHIJepqi0S4-717RCy_yD/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1B-5PSe9ryK2MHIJepqi0S4-717RCy_yD/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1B-5PSe9ryK2MHIJepqi0S4-717RCy_yD/view?usp=sharing
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