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ENADE 2013 adaptado)  A psicologia como ciência caracteriza-se pela tensão entre recortes epistemológicos e pressupostos ontológicos sobre seu objeto, criando, ao longo de sua história, uma diversidade de abordagens, tal como o cognitivismo e a psicologia fenomenológica. 
Em relação à concepção da psicologia fenomenológica como ciência, são feitas as seguintes afirmativas: 
 
I A Psicologia Fenomenológica, inspirada nas filosofias de Husserl e Heidegger, preconiza uma visão de ciência centrada na concepção de descrição precisa dos dados da experiência. 
II A Psicologia Fenomenológica é contrária à ciência e ao conhecimento científico, pois nega a possibilidade de qualquer conhecimento verdadeiro. Para ela há apenas opiniões e perspectivas; “cada cabeça, uma sentença.” 
III Para a Psicologia Fenomenológica, a experiência é irredutível a uma análise descontextualizada do mundo do existente; portanto, os métodos experimentais não são adequados. 
IV A Psicologia Fenomenológica reúne um grupo amplo e diversos de abordagens divergentes entre si, que compartilham a crença na natureza boa do indivíduo e sua capacidade inata de desenvolvimento e complexificação. 
 
Está correto somente o afirmado em
	B
	I e III. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: B.
	Leia atentamente o texto a seguir:
Segundo Feijoo (2011, p.29), Husserl propõe que, frente ao fenômeno, possamos assumir uma atitude antinatural própria à fenomenologia. A psicóloga se baseia na distinção efetuada por Edmund Husserl no livro A Ideia da Fenomenologia (1907, p.39). Diz ele que na atitude natural, “na percepção, por exemplo, está obviamente diante dos nossos olhos uma coisa; está aí no meio de outras coisas, vivas e mortas, animadas e inanimadas, portanto, no meio de um mundo que, em parte, como as coisas singulares, cai sob a percepção (...)
 
Sobre as atitudes natural e fenomenológica, é correto afirmar que
 
I a atitude natural é o modo como cotidianamente encontramos as coisas no mundo, existindo por si mesmas.
II passa-se da atitude natural para a fenomenológica quando se reconhece a necessidade de mensurar a realidade existente fora e independente do sujeito (isto é, o fenômeno).
III a atitude fenomenológica refere-se a um passo metodológico pelo qual a consciência suspende a crença na realidade em si dos objetos do mundo. É a chamada epoché. Surgem, então, os fenômenos. 
IV embora Husserl não se preocupasse com a prática psicológica, a atitude fenomenológica foi assumida pela psicologia como uma possibilidade. Tal atitude acontece na prática psicológica como esforço do psicólogo de deixar que o outro revele os significados de sua experiência tal como a experiencia.
 
Está incorreto somente o afirmado em
	A
	II.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: A.
	Leia atentamente o texto a seguir:
    
Fenomenologia diz então: αποφα?νεσθαι τα φαιν?μενα – deixar e fazer ver por si mesmo aquilo que se mostra, tal como se mostra a partir de si mesmo. É este o sentido formal da pesquisa que traz o nome de fenomenologia. Com isso, porém, não se faz outra coisa do que exprimir a máxima formulada anteriormente – ‘para as coisas mesmas’. HEIDEGGER, M. Ser e Tempo. São Paulo: Vozes, 1998, p.65.
Considere as afirmativas a seguir:
I A Fenomenologia é antes de tudo um método de acesso ao sentido de cada fenômeno. Fenomenologicamente compreendido, o fenômeno já é um modo privilegiado de encontro. 
II A fenomenologia é um acesso ingênuo ao mundo, isto é, uma busca daquilo que é imediato na aparição. 
III De um ponto de vista fenomenológico, fenômeno e manifestação são o mesmo. Ambos são o mostrar-se de algo que não se mostra, uma coisa em si.
IV A fenomenologia enquanto método é uma reaprendizagem do olhar. É o esforço incessante de apreender a linguagem das próprias coisas.
V Dizer que a fenomenologia é um método significa reconhecer que ela se pergunta pelo como, o modo de acesso privilegiado às coisas. Nesse sentido é que ela é a ciência dos fenômenos. 
 
Está correto somente o afirmado em
	D
	I, IV e V. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: D.
	Leia atentamente o texto a seguir:
Feijoo cita um trecho do relato de caso da paciente sra. K, analisada por Boss, cuja primeira análise fora motivada por sintomas histéricos e, posteriormente, sintomas ginecológicos (corrimento vaginal) e transtornos alimentares (grande oscilação de apetite e peso). Após quatro anos de análise, a paciente relata o seguinte sonho: Entra um homem, um professor, com uma aparência expressiva, inteligente. O analista o apresenta à paciente. O professor sai com ela sem dar maior importância ao analista. Vão, ambos, a uma grande festa. Ei-los na varanda contemplando a noite. Eles sabem estar unidos por todos os seus pensamentos e todos os seus sentimentos. Nenhum apetite sexual. Naturalmente, eles se casarão e conhecerão, então, a união carnal. Mas sabem esperar. Na casa, o baile terminou. Eles não conseguem parar de contemplar as estrelas. A partir daí é o céu que começa a mandar na festa. As estrelas se juntam até formar um gigantesco pinheiro de Natal. Poderosos órgãos cósmicos tocam a melodia da paz na Terra. A paciente, no seu sonho, cai, então, em sono profundo. Ela acorda tarde na manhã seguinte, porém feliz. (BOSS, 1959 apud FEIJOO, 2011, p.80)
Sobre o sonho da sra K. e o sonhar na psicoterapia daseinsanalítica (Feijoo, 2011; Evangelista, 2015), é correto afirmar que
	A
	os sonhos revelam possibilidades existenciais que uma existência singular está incapaz de se apropriar na vida desperta. Cabe ao daseinsanalista considerar com o paciente a quais fenômenos a existência do sonhador está aberta.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: A.
	Leia atentamente o seguinte texto extraído da Carta Sobre o Humanismo, de Martin Heidegger:
 
Do mesmo modo com ‘animal’, zõon [animal], já se propôs uma interpretação da ‘vida’ que repousa necessariamente sobre uma interpretação do ente como zoé [vida] e physis [energia], em meio à qual se manifesta o ser vivo. Além disto e antes de qualquer outra coisa, resta, enfim, perguntar se a essência do homem como tal, originalmente – e com isso decidindo previamente tudo – realmente se funda da dimensão da animalitas [animalidade]. Estamos nós no caminho certo para essência do homem, quando distinguimos o homem e enquanto o distinguimos, como ser vivo entre outros, da planta, do animal e de Deus? Pode-se proceder assim, pode-se situar, desta maneira, o homem em meio ao ente, como um ente entre outros. Com isso se poderá afirmar, constantemente, coisas acertadas sobre o homem. É preciso, porém, ter bem claramente presente que o homem permanece assim relegado definitivamente para o âmbito essencial da animalitas; é o que acontecerá, mesmo que não seja equiparado ao animal e se lhe atribuir uma diferença específica. (...) Um tal pôr é o modo próprio da Metafísica. Mas com isso a essência do homem é minimizada e não é pensada em sua origem. (...) A Metafísica pensa o homem a partir da animalitas; ela não pensa em direção de sua humanitas [humanidade].  HEIDEGGER, M. Conferências e Escritos Filosóficos. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, p.352, 1973.
 
Sobre a “essência” do homem para a fenomenologia-existencial, considere as afirmativas abaixo:
 
I Segundo Heidegger a essência do homem não pode ser pensada a partir da animalidade (animalitas). Com isso ele critica o conceito de animal racional, propondo que o homem deva ser pensado a partir de sua irracionalidade.
II Pensar o homem a partir da animalitas não é exclusividade da Metafísica. Nós, cotidianamente, pensamos o homem (e nós mesmos) a partir da animalitas a todo o momento em que nos compreendemos como um organismo vivo (zoé).
III A essência do homem para a Daseinsanalyse não está em sua constituição física, nem psíquica, nem social. A essência do homem é ser-aí (Dasein).
IV Conceber o homem como biopsicossocial permanece preso à interpretação“do ente como zoé [vida] e physis [energia], em meio à qual se manifesta o ser vivo.” Portanto, não nos aproxima mais da essência do humano.
 
Está incorreto somente o afirmado em
	D
	I.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: D.
	Leia atentamente o texto a seguir:
Segundo Feijoo (2011), é necessário retomar a noção de Dasein (ser-aí) delineada por Heidegger em Ser e Tempo para a elaboração de uma ‘psicologia’ fenomenológico-existencial. Uma primeira apresentação da ‘definição’ de Dasein está no §9 do livro filósofo, onde ele indica que 1) “a ‘essência’ deste ente [nós mesmos] está em ter de ser” e 2) “O ser, que está em jogo no ser deste ente, é sempre meu.” (HEIDEGGER, 1927/1998, p.78) 
 
Que nossa existência é dasein (ser-aí) significa que
 
I o ser-aí é sempre uma possibilidade de ser si-mesmo. Isso significa que a existência é as possibilidades existenciais que realiza.
II existir significa compreender ser, tanto de si mesmo quanto dos outros e das coisas. Há vários modos de ser.
III a “essência” do homem (ser-aí) configura-se a partir do primeiro momento em que surge no mundo (nascimento), tornando-se, então, “ser-no-mundo”.
IV para Heidegger, a existência não tem uma essência quididativa; isto é, Dasein é atravessado pelo Nada, que é a indeterminação ontológica enquanto tarefa de ter-que-ser. 
 
Está incorreto somente o afirmado em
	D
	III.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: D.
	Leia atentamente o texto a seguir, extraído de um livro do analista existencial norteamericano Rollo May:
 
A maioria dos que leem trabalhos referentes à análise existencial [daseinsanalyse] como manuais de técnica se desapontam. Eles não encontram métodos práticos especificamente desenvolvidos. Grande parte dos analistas existenciais não se mostra muito interessada em assuntos técnicos. O motivo principal de não estarem interessados em formular técnicas, sem nenhum constrangimento por isso, é que a análise existencial é uma forma de compreensão da existência humana, ao contrário de um sistema de ‘explicações’. MAY, R. A descoberta do Ser. Rio de Janeiro: Rocco, 1993, p.166.
Considere as afirmativas a seguir:
     
I De acordo com o texto acima a própria ideia de compreensão da existência humana é contrária aos assuntos técnicos, de modo que eles devem ser excluídos em uma daseinsanálise. 
II De acordo com o texto, a maioria dos daseinsanalistas não se debruça sobre assuntos técnicos, pois o que constitui o cerne da compreensão da existência humana não é um sistema de explicações.
III O texto não nega em momento algum a possibilidade de o daseinsanalista fazer uso de técnicas especificas. Ele apenas aponta o fato de que a preocupação primeira desses analistas é a compreensão da existência humana.
IV O texto fala do desapontamento de não encontramos dados suficientes nas obras de análise existencial, de modo que sempre permanecem dependentes de outros manuais de técnica. 
V De acordo com o texto há uma distinção importante entre uma compreensão da existência humana e um sistema de explicações, sendo que a primeira é sempre o objetivo principal dos daseinsanalistas.
 
Está correto somente o afirmado em
	A
	II, III e V.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: A.
	(ENADE 2013 adaptado)  Leia atentamente o texto a seguir:
Uma paciente de 20 anos de idade, em uma entrevista inicial, relata um quadro diagnosticado como Transtorno de Pânico Sem Agorafobia (DSM IV 300.01): “Doutora, não sei o que eu tenho... estava na minha casa sozinha. Quando fui à cozinha, comecei a sentir mal! Senti como se algo horrível fosse acontecer. Senti como se estivesse morrendo... Minhas mãos começaram a formigar. Meu coração disparou, mal conseguia respirar. Nada estava acontecendo e eu não sabia o que me acontecia. Achei que meu coração ia parar! Comecei a chorar! O médico me disse que eu não tinha nada. Me receitou um ansiolítico e me mandou para casa. Isso foi há um ano. Isso ocorreu mais de uma vez e sempre de repente! Às vezes, quando menos espero. Eu estou apavorada! Não sei o que acontece, nem quando vai acontecer! Tenho medo de enlouquecer ou de ter um ataque cardíaco! E eu sou atleta! Sei que não tem nada a ver! Nunca tive nada disso! Nunca usei drogas! E o médico me disse que minha saúde está bem. Meus pais estão bem! Minha relação com eles é boa! Tenho namorado! Agora não consigo nem ir à aula na faculdade sem ter medo! Mesmo em casa fico preocupada! O que é que eu tenho? Tem tratamento?” 
 
Considerando a terapia daseinsanalítica como referencial para compreender os quadros psicopatológicos e seu diagnóstico, são feitas as seguintes afirmativas: 
 
I A daseinsanalyse recorre à nosografia descrita no DSM IV para elaborar o diagnóstico do paciente antes de iniciar qualquer intervenção. É necessário saber qual é a psicopatologia que restringe a existência do paciente para poder orientá-lo quanto a quais possibilidades existenciais ele precisa se abrir. No caso do já diagnosticado Transtorno de Pânico Sem Agorafobia, é necessário desenvolver em conjunto com  paciente modos-de-ser menos ansiosos, promovendo tranquilidade e bem-estar à sua existência.  
II Como a paciente foi diagnosticada com Transtorno de Pânico Sem Agorafobia, o primeiro passo da terapia daseinsanalítica é ensinar a paciente a identificar e controlar os ataques de pânico.  Ela só conseguirá eliminar o Transtorno de Pânico Sem Agorafobia, recobrando domínio sobre seu existir, quando deixar de ser refém dos ataques que a acometem. 
III O diagnóstico psicopatológico é uma referência importante para o psicólogo daseinsanalítico, mas não pode ser sobreposto à observação direta do paciente nem à busca de uma compreensão conjunta com ele sobre como são para ele os acontecimentos que compõem sua existência. Nesse caso, cabe ao daseinsanalista investigar com o paciente como ele se sente, como compreende o que se passa com ele etc. 
IV Em uma perspectiva fenomenológica existencial, a classificação de quadros psicopatológicos elucida as vivências subjetivas, pois a classificação explica o sintoma e valida o relato do paciente. Assim, a descrição das vivências da paciente é objetivada. 
 
Está correto somente o afirmado em
	E
	III.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: E.
	Leia atentamente o texto a seguir:
Segundo Jardim (2015, p.69-70), por um lado, na familiaridade da queda (Verfallen) o fazer repetitivo é constitutivo e indispensável para o existir, tornando desnecessário que as atitudes sejam pensadas e percebidas a todo o momento; por outro lado, essa mesma repetição pode se tornar um aprisionamento quando restringe a possibilidade de surgimento de um novo modo de ser, isto é, de uma ação propriamente dita que abra outros caminhos para lidar com os questionamentos próprios de cada um.
Na terapia daseinsanalítica, podemos afirmar que isso implica na necessidade de 
I o terapeuta retirar o paciente da familiaridade da queda.
II não falar em ‘neurose’ na Daseinsanalyse, mas, sim, de modos repetitivos de ser. Assim o Dasein pode ter uma estrutura repetitiva, isto é, uma essência que tende a repetir. Cabe ao terapeuta descrever essa estrutura e o paciente assumi-la como sua.
III reconhecer que o sofrimento existencial está relacionado a uma queda no fazer repetitivo que fecha para novos modos de ser.
IV reconhecer que o sentido da ação clínica é resgatar a condição de agente, isto é, iniciante na própria vida, o que possibilita recuperar a liberdade para projetar-se adiante.
Está correto somente o afirmado em
	C
	III e IV.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: C.
	(5° Concurso de provas e títulos para concessão do título de especialista em psicologia hospitalar, 2013)
Virginia, 43 anos, é encaminhada para avaliação psicológica após diagnóstico de um câncer de mama e indicação de quimioterapia, que até então, se recusa a fazer. Chega muito abalada com o diagnóstico e a primeira frase que diz para a psicólogaé: “Eu não sei se devo fazer a quimioterapia. Eu tenho certeza de que eu fiz este câncer... desde que eu abortei um filho, quando tinha 25 anos eu nunca mais fui a mesma. Me tornei uma pessoa fechada, triste e com muita raiva... E eu sei e todo mundo fala, inclusive um médico com quem passei, que tristeza causa câncer”.
 
À luz da compreensão de saúde e doença na Daseinsanalyse, está correto afirmar que
	C
	o sentido do câncer de mama deve ser buscado à luz da compreensão de que doença é privação, falta. Portanto, deve ser compreendido à luz das possibilidades existenciais que se encontram limitadas.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: C.
	Leia atentamente o texto a seguir:
Em artigo sobre psicoterapia fenomenológico-existencial infantil, Feijoo (2011, p.189) afirma que em síntese, a clínica psicológica infantil com fundamentos existenciais requer primeiramente uma postura fenomenológica [...] Em segundo lugar, cabe dizer que liberdade e responsabilidade na perspectiva existencial dizem respeito ao caráter de indeterminação da existência e ao fato de que, qualquer que seja a etapa da vida, cada um tem de cuidar da própria existência. [...] E, por fim, para pensar em uma clínica fenomenológico-existencial infantil, é preciso partir da ideia de que desde o início a criança é este ente que, por se constituir pela indeterminação, exposto, jogado, lançado para fora dele, livre de determinações, é marcada pelo caráter de poder ser e ter de ser. FEIJOO, A. M. L. C. A clínica psicológica infantil em uma perspectiva existencial. Rev. abordagem Gestalt. Vl.17, n.2, 2011, p.185-192.
Tendo em vista  a fenomenologia existencial como fundamento de psicoterapia infantil, podemos afirmar que 
I a postura fenomenológica indicada pela autora exige a suspensão de concepções apriorísticas sobre o desenvolvimento infantil. Assim, o psicoterapeuta daseinsanalítico não pode comparar o comportamento da criança observado em sessão clínica com o ‘esperado’ para essa fase do desenvolvimento.
II os comportamentos da criança em sessão devem ser compreendidos à luz de seu sentido, isto é, quais são os nexos significativos e as motivações do comportamento.
III sendo toda criança indeterminada, torna-se necessário que o psicoterapeuta prepare atividades, jogos e situações para propor a ela a fim de explorar como lida com responsabilidade e liberdade existenciais.
Está incorreto somente o afirmado em
	A
	III.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: A.
	Leia o texto apresentado a seguir:
Ana procura um psicólogo. Na primeira sessão ela apresenta o que motivou sua procura. Conta que tem 42 anos, é divorciada, está morando com um homem (João) há cinco anos e percebe que este relacionamento “está por um fio”. Perto do fim da sessão, reflete: “minha mãe diz que eu sou teimosa desde a barriga dela.” Resolveu procurar finalmente um psicólogo, pois, depois da última briga, João saiu de casa e passou três dias sem dar notícias. “Ele nunca foi assim”, diz, com cara de incompreensão. Nesse período Ana se sentiu muito mal, triste; diz: “fiquei deprimida, perdi o chão. Conclui dizendo ao psicólogo: “Preciso que você me ajude a controlar minha teimosia.” 
 
A respeito da situação acima relatada, o psicólogo que a recebe é daseinsanalítico. Ele ouve a narrativa de Ana e recorre à concepção de Historiobiografia de Critelli (2012) para compreender o sentido de seu ser-histórico. Isso significa que
 
I na narrativa dessa história pessoal e na sua interpretação, é possível redescobrir os nexos através dos quais se ligam os acontecimentos da existência de Ana e o sentido de ser já realizado. 
II o sentido processo psicoterapêutico como Historiobiografia é tornar o próprio destino disponível para nossa ação e autoria.
III o método fenomenológico exige que Ana suspenda (epoché) as crenças e explicações que tem sobre sua história e seu comportamento. O psicólogo zela para que o paciente faça isso.
IV ao dizer: “minha mãe diz que eu sou teimosa desde a barriga dela,” Ana revela uma historieta, indicativa de seu perfil, seus sonhos e temperamento, que orienta seu posicionamento nas situações de sua vida.
 
Está incorreto somente o afirmado em
	E
	III.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: E.
	Leia o texto apresentado a seguir:
Adriana foi encaminhada ao psicólogo por seu endocrinologista. Ela está muito acima de seu peso ideal. Começou uma reeducação alimentar, mas considera que “come por ansiedade”, que “comida é compulsão” e que enquanto “não conseguir se controlar sua voracidade” não conseguirá emagrecer como precisa. Ela pede ao psicólogo: “Preciso que você me ajude a ter controle sobre mim.” O psicólogo que a atende é daseinsanalista e reconhece nesse pedido da paciente uma manifestação do modo-de-ser da Era da Técnica (Pompeia e Sapienza, 2011). 
A respeito da situação acima relatada, considere as afirmativas abaixo: 
 
I Assim como muitas pessoas que procuram psicoterapia, Adriana está tentando controlar algo. O psicólogo daseinsanalítico investigará com ela o sentido dessa necessidade, a fim de que ela consiga por si mesma se controlar, sem depender do psicólogo.
II Adriana espera que o terapeuta seja capaz de livrá-la de algo que a atrapalha e precisa ser extirpado de sua vida. Ela sente que precisa livrar-se de sua voracidade. O terapeuta daseinsanalista compreende liberdade como “liberdade de...”, o que significa que ele a acompanhará com a intenção de resgatar sua liberdade da voracidade.
III O psicólogo daseinsanalista não tem o poder de realizar o que Adriana pede (livrá-la da voracidade). Oferece, outrossim, a ocasião de Adriana poder se aproximar do seu existir.
IV O psicólogo daseinsanalista deve se colocar na relação terapêutica com Adriana como um parceiro na procura pela verdade de sua história (seu momento atual, o já vivido e o ainda por viver.) 
 
Está correto somente o afirmado em
	C
	III e IV. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: C.
	Leia o texto apresentado a seguir:
Edson, comerciante de 49 anos, procurou psicoterapia no começo do ano. Logo no início da primeira sessão conta que tem dúvidas quanto a permanecer casado. Considera que se casou jovem, quando não tinha tanta experiência, e que se pudesse voltar no tempo teria esperado mais para tomar essa decisão. Está casado há 30 anos e tem 3 filhos (João, 27, Edson Jr., 24 e Juliana, 16). 
Perdeu o emprego há 10 anos e começou um negócio próprio de venda de cosméticos. Mas, desde então vivencia dificuldades financeiras. Conta que a esposa, que ”tem um salário muito bom”, ajuda nas finanças. Sente que ela o cobra e critica constantemente. Não fez o curso superior de Administração que queria ter feito e isso contribui para a sua sensação de fracasso. Conta que quando permanece em casa é desleixado e às vezes nem sequer faz a barba. Conversa muito pouco com a esposa e quando o faz, frequentemente acabam discutindo. Conta que não têm relações sexuais há muitos anos.
Conta que antes de se casar saía com muitas mulheres e isso não mudou depois do casamento porque frequentemente sai com mulheres sem que a esposa saiba. Às vezes os relacionamentos extraconjugais ficam mais sérios, como o que vivencia atualmente. Está se relacionando com Joana há dois anos e sente-se cobrado por ela, que mais de uma vez ameaçou terminar o relacionamento com ele caso ele não se divorcie para ficar ela. 
Nos últimos meses, não sente mais tanto tesão por Joana, não tem suportado ficar deitado com ela por muito tempo e tem conversado com ela sobre isso. Está muito aflito neste momento também porque sua filha descobriu seu caso com Joana. Embora confiante que sua filha não contará nada à mãe, sabe que ela não concorda com a situação, pois deixou de falar com o pai desde que descobriu. Conta, por fim, que procurou a terapia, pois já teve que ir ao hospital duas vezes por sentir fortes dores no peito e ter a sensação de que ia morrer. Mas, chegando ao hospital os médicosnão diagnosticaram nenhum problema cardíaco e recomendaram a visita a um psiquiatra.
Não sabe o que fazer e sente-se impotente para agir. Veio pedir ajuda ao psicólogo para tomar uma decisão. Considera-se numa situação difícil, pois não quer magoar ninguém. Descreve-se como doente.
A respeito da situação acima relatada, sendo daseinsanalítico, o psicólogo que atende Edson
I ouve sua fala como reveladora de sua realidade. Conhecer Edson significa compreender seu modo de ser-no-mundo, isto é, sua situação enquanto modo possível de existir nesse momento.
II para conhecê-lo precisará conhecer as pessoas de sua convivência e desvelar os fenômenos referentes à sua vida conjugal. Por isso o psicólogo convidará a esposa dele para uma sessão pelo menos. 
III entende que ele está distante de si mesmo, pois se enxerga a partir das relações que vivencia. Seu bem-estar está condicionado aos relacionamentos e, para a daseinsanalyse, o dasein é singular e precisa cuidar da própria existência a partir de si mesmo, tornando-se independente. 
IV ouve suas falas sobre a esposa, a amante e a filha, como descritivas de seus modos de ser-com-os-outros. A existência é sua situação, são suas relações, pois é nessas relações que Edson é ser-no-mundo-com-os-outros e esses outros se desvelam para ele tal como ele os descreve.
Está correto somente o afirmado em
	E
	I e IV.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: E.
	Leia o texto apresentado a seguir:
Paula é uma mulher de 54 anos, casada há 36. Procura um psicólogo pois sente que seu casamento está terminando. Seu marido não a procura mais sexualmente e ela teme que ele tenha uma amante. Ela diz que tem se esforçado para recuperar a relação, como fez em outros momentos da vida do casal em que sentiu que as coisas não iam bem. Conta que na última discussão com seu marido disse a ele que ele precisava fazer terapia, mas como ele recusou, foi ela quem acabou vindo. Mas está desesperançosa, pois toda vez que tenta iniciar um diálogo ou “criar um clima romântico”, segundo ela, acabam brigando. 
 
A respeito da situação acima relatada, o psicólogo é daseisanalítico é pede a Paula que retome a última vez que isso aconteceu e descreva suas intenções. Essa intervenção está de acordo com os fundamentos da terapia daseinsanalítica descritos por Critelli (2012), pois
 
I os atos de Paula não são autossignificantes. O significado deles aparece nas relações com os outros. Pensando na especificidade da relação com seu marido, o significado das ações de Paula depende de como elas repercutem nele.
II conhecer as intenções de Paula é a chance de o psicólogo descobrir se seu marido entendeu errado o significado das ações dela.
III o psicólogo pergunta a ela suas intenções, pois estas permanecem veladas a quem age. A psicoterapia tem o objetivo de desvelar as intenções das ações dos pacientes.
IV compreender as intenções dos gestos e das ações de Paula possibilita ao psicólogo orientá-la a agir mais de acordo com suas intenções. Esse é o objetivo da psicoterapia fenomenológico-existencial: aproximar ao máximo as intenções (singulares) das ações (compartilhadas).
V as intenções vinculam Paula aos seus atos. Se seus atos perdem o vínculo com suas intenções, ela corre o risco de se perder de si mesma, absorvida pelo testemunho dos outros.
 
Está correto somente o afirmado em
	A
	I e V.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: A.
	Leia atentamente o texto a seguir:
Segundo Feijoo (2011, p. 31),  para a fenomenologia de Husserl, o psiquismo não possui nenhuma determinação prévia e nem mesmo um eu substancial. Para este filósofo a consciência é transcendente, nunca se retém em si mesma. Se vê projetada por seus próprios atos para o campo dos objetos correlatos. A concepção de “eu” de Husserl é de natureza filosófica, mas pode, com muitos cuidados, ser transportada para o contexto da prática do psicólogo.  
Tendo em vista tal concepção, podemos afirmar que uma psicologia fundamentada na fenomenologia de Husserl
  
I concebe as experiências do paciente/cliente como intencionais, isto é, considera que a motivação determina os significados experienciados.
II busca no paciente/cliente os aspectos essenciais de sua experiência, isto é, a consciência reduzida. A redução fenomenológica possibilita a descrição direta, sem hipóteses, da personalidade do paciente/cliente, pois esta (a personalidade) é o aspecto imutável que permanece para além da multiplicidade de experiências.
III compreende que os relatos do paciente/cliente referentes às coisas e aos outros ao seu redor revelam como ele os experiencia, pois a consciência é intencional.
IV assume o “eu” como um fluxo de vivências intencionais.
  
Está correto somente o afirmado em
	C
	III e IV. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: C.
	O fenomenólogo André Dartigues (1992) comenta a respeito da concepção de consciência de Husserl ao dizer que ela contém muito mais que a si própria. 
Para a fenomenologia, consciência
	C
	refere-se ao ato de consciência, que sempre visa um objeto.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: C.
	Leia atentamente o texto a seguir:
Segundo a fenomenóloga Feijoó (2011, p. 29), Husserl propõe que, frente ao fenômeno, possamos assumir uma atitude antinatural própria da fenomenologia.  A psicóloga se baseia na distinção efetuada por Edmund Husserl no livro A Ideia da Fenomenologia (1907). Nesse livro, o filósofo afirma que na atitude natural, “na percepção, por exemplo, está obviamente diante dos nossos olhos uma coisa; está aí no meio de outras coisas, vivas e mortas, animadas e inanimadas, portanto no meio de um mundo que, em parte, como as coisas singulares, cai sob a percepção...”
Sobre as atitudes natural e fenomenológica, é correto afirmar que
I a atitude natural é o modo como cotidianamente encontramos as coisas no mundo, existindo por si mesmas.
II passa-se da atitude natural para a fenomenológica quando se reconhece a necessidade de mensurar a realidade existente fora e independente do sujeito.
III a atitude fenomenológica é um passo metodológico por meio do qual a consciência suspende a crença na realidade em si dos objetos do mundo. É a chamada epoché. Surgem, então, os fenômenos.
IV embora Husserl não se preocupasse com a prática psicológica, a atitude fenomenológica foi assumida pela Psicologia como uma possibilidade. Tal atitude acontece na prática psicológica como esforço do psicólogo de deixar que o outro revele os significados de sua experiência tal como a experiencia.
V a atitude fenomenológica implica um novo modo de conceber a consciência e o Eu. A consciência é apenas uma parcela do receptáculo de estímulos externos que compõem o Eu.
Está correto somente o afirmado em
	C
	I, III e IV.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: C.
	Segundo a psicóloga fenomenológica Ida Cardinalli (2012), “na obra Ser e Tempo, o fio condutor do pensamento de Heidegger é o esclarecimento do sentido do ser como tal”. CARDINALLI, I. E. Daseinsanalyse e esquizofrenia. São Paulo: Escuta, 2012, pg. 53.
Em relação às ideias de Heidegger acerca do existir humano como Dasein, pode-se afirmar que
I o Da (aí) do Dasein (ser-aí) é a abertura essencial do existir humano, o que significa dizer que ele é esse estar aberto para perceber, compreender, entender e conhecer o que é encontrado no mundo.
II a essência do Dasein é a própria existência.
III o Dasein nunca é um objeto simplesmente presente.
IV as características que constituem o Dasein podem ser consideradas como categorias ou atributos porque a singularidade deve ser o ponto de partida para o conhecimento dos modos de ser do humano.
Está incorreto somente o afirmado em
	D
	IV. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: D.
	Leia atentamente o texto a seguir:
Critelli (2012) afirma que a intenção da Historiobiografia é descobrir a personagem que um indivíduo realiza desdobrada no tempo e nas circunstâncias dasua existência. Trata-se do desvelamento de um destino já realizado em nome de um destino em realização. É um processo que favorece aos indivíduos aquisição de lucidez e os prepara para a autoria consciente e responsável na existência.  
Podemos dizer, a partir dessas reflexões de Critelli, que a Historiobiografia nos dá pistas para a formulação de uma atitude clínica fenomenológica existencial. 
São aspectos dessa atitude:
I a importância de refletir sobre as motivações e os significados, tais como o próprio sujeito o compreende.
II a consideração pelos desdobramentos da ação, para além das intenções e dos significados percebidos pelo sujeito, investigando as repercussões de seus atos junto aos outros e ao mundo.
III o realce dado aos comportamentos do cliente, bem como à busca de novos comportamentos e sua modificação.
IV o relevo dado ao papel pedagógico do terapeuta, que compartilha reflexões sobre a condição humana com o cliente.
Está correto somente o afirmado em
	B
	I e II.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: B.
	Leia atentamente o texto a seguir:
Segundo Jardim (2015, p.69-70), por um lado, na familiaridade da queda (Verfallen) o fazer repetitivo é constitutivo e indispensável para o existir, tornando desnecessário que as atitudes sejam pensadas e percebidas a todo o momento; por outro lado, essa mesma repetição pode se tornar um aprisionamento quando restringe a possibilidade de surgimento de um novo modo de ser, isto é, de uma ação propriamente dita que abra outros caminhos para lidar com os questionamentos próprios de cada um.
Na terapia daseinsanalítica, podemos afirmar que isso implica na necessidade de 
I o terapeuta retirar o paciente da familiaridade da queda.
II não falar em ‘neurose’ na Daseinsanalyse, mas, sim, de modos repetitivos de ser. Assim o Dasein pode ter uma estrutura repetitiva, isto é, uma essência que tende a repetir. Cabe ao terapeuta descrever essa estrutura e o paciente assumi-la como sua.
III reconhecer que o sofrimento existencial está relacionado a uma queda no fazer repetitivo que fecha para novos modos de ser.
IV reconhecer que o sentido da ação clínica é resgatar a condição de agente, isto é, iniciante na própria vida, o que possibilita recuperar a liberdade para projetar-se adiante.
Está correto somente o afirmado em
	C
	III e IV.
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: C.
Módulo 8: Processos psicoterapêuticos daseinsanalíticos
Aspectos da psicoterapia fenomenológico-existencial
A existência infantil e a psicoterapia fenomenológico-existencial a ela correspondente  
  
Bibliografia básica:  FEIJOÓ, A. M. (2011) “3.3.2. A clínica psicológica na tonalidade do temor.” A Existência para além do Sujeito. Pp. 155 - 195.
Bibliografia complementar: POMPEIA, J. & SAPIENZA, B. (2013) “Uma caracterização da psicoterapia”. Na Presença do Sentido, pg.153-170.
 
 
Aspectos da psicoterapia fenomenológico-existencial
 
A psicóloga Ana Maria Feijoo (2011) delimita pontos fundamentais para uma psicologia fenomenológico-existencial. A condição existenciária descrita por Heidegger em Ser e tempo e a concepção da “realidade” como desvelamento (aletheia) são o núcleo desta psicoterapia.
O existenciário ser-para-a-morte indica a radical finitude da existência, ou seja, que está singular e insubstituivelmente entregue à tarefa de ser (ou seja, “realizar sua existência”) e que seu desdobrar-se é temporal. Por mais que cotidianamente submeta a tutela da existência ao “a gente”, tal submissão nunca é total; é, outrossim, ilusória, pois a tutela da existência cabe unicamente a cada um.
Sendo fenomenológica, a psicologia clínica na perspectiva fenomenológico-existencial compromete-se com o exercício hermenêutico nos atendimentos psicológicos, buscando o desvelamento dos sentidos das vivências ônticas do paciente/cliente. Ou seja, não há um modelo psicológico, nem ideal de saúde ou doença ‘psicológica’, pois cada existência é sua própria medida.
Este compromisso da clínica fenomenológico-existencial considera que as experiências de sofrimentos são articuladas com a restrição do poder-ser do homem, portanto a realização da existência é aproximar-se do seu ser-próprio. Assim, a prática clínica nesta abordagem está comprometida com a desconstrução das identificações restritivas. Essa desconstrução não é apenas teórico-cognitiva, pois, para que possa se dar, exige uma tonalidade afetiva que rompa as determinações (‘identidades’) cotidianas: angústia (dissolução dos nexos significativos) ou tédio (falta de sentido).
A compreensão é entendida enquanto ação na clínica fenomenológica, pois compreender possibilita esclarecer o modo de ser-no-mundo dos pacientes. O esclarecimento contribui para que o paciente possa se tornar responsável por suas escolhas, ou seja, assumindo sua condição de poder-ser.
A psicoterapia fenomenológico-existencial não está comprometida em tratar, adequar ou fazer com que o paciente se adapte ao mundo, mas, sim, oferecer espaço para que o cuidado pela própria existência possa ser assumido pelo paciente. Por esse motivo, Pompeia & Sapienza (2013) a definem como “procura, via poiesis, pela verdade que liberta para a dedicação ao sentido.” (p.169)
            Poiesis é o termo grego, origem da palavra poesia. Significa pro-dução, isto é, realização de algo que antes não existia, condução de algo possível ao aberto do mundo. Poiesis está associado a techné, que é a ação que propicia o surgimento de algo. Poiesis é uma modalidade de discurso: a fala poiética. Nesse modo de discurso, algo se apresenta e pode ser abarcado, compreendido, compartilhado. O discurso poiético está no polo oposto do discurso lógico, persuasivo.
            Para compreendermos ‘liberdade’, precisamos desdobrá-la em ‘liberdade de...’ e ‘liberdade para...’ O senso comum entende liberdade como ausência de solicitações (liberdade de...). Em geral, quando alguém procura terapia está querendo se livrar de algo que oprime e restringe. Mas a terapia age na direção da liberdade para ouvir, compreender e poder (obedecer, de ob-audire) lidar com as solicitações do existir.
            Na concepção latina, verdade vem do étimo veritas, que significa a correspondência entre a ideia (conceito) e o objeto. Ao longo da história filosófica ocidental, a correspondência é garantida pelo método, que deve seguir as regras lógicas de demonstração. Assim, a verdade (veritas) é demonstrável. Mas, veritas é a tradução latina para o termo grego aletheia, que significa des-velamento, des-ocultação. Heidegger (1927/1998) resgata o sentido original de verdade como o mostrar-se algo. Esta verdade (aletheia) é reconhecida, compreendida, pois se refere ao como algo se mostra para mim.
            Sentido é aquilo que na “hora em que falta, todos nós sabemos de que se trata.” (Pompeia, 2010, p.164) Sendo fundamentalmente possibilidade, o ser-no-mundo só existe enquanto encontra a significância das coisas, dos outros e de si mesmo, à luz dos projetos nos quais está lançado. É a dedicação ao projeto de sentido (que Pompeia chama de ‘sonhos’) que está comprometida quando a existência está restrita. Por isso, a psicoterapia daseinsanalítica visa resgatar a possibilidade de escutar o que o existir solicita (sentido) para poder ser.
 
Atividades Recomendadas
 
1. Leia os textos indicados.
2. Localize nos casos clínicos da bibliografia as intervenções realizadas pelo psicólogo e justifique cada uma das posturas dele considerando os objetivos da terapia fenomenológico-existencial.
3. Responda: qual é o papel do paciente na psicoterapia? E do psicólogo?
4. Acompanhe o exercício abaixo:
 
Pompeia & Sapienza (2013) definem a psicoterapia daseinsanalítica da seguinte forma:
 
Terapia é a procura, via poiesis, pela verdade que liberta para a dedicação ao sentido. (p.169)
Considere as afirmações abaixo sobre os significados desses conceitos e indique a alternativa correta:
 
I – Procura significa que a psicoterapia age na direção da cura, isto é, da libertação daquiloque gera sofrimento.
II – Poiesis é a raiz etimológica de Poesia, que significa que o psicólogo fenomenológico existencial precisa recorrer a estudos literários (principalmente poesias, que sintetizam experiências) para dialogar com o paciente.
III – Na psicoterapia fenomenológica existencial a verdade que se busca é a aletheia, que significa o recordar algo que se mostra para mim e, nesses mostrar-se, faz sentido.
IV – Sentido significa ‘significação’ e ‘direção’. Assim, é o fundamento do projetar-se do ser-aí ao futuro possível, isto é, nas possibilidades existenciais porvindouras.
V – A vida sem sentido é uma vida vazia. A psicoterapia daseinsanalítica possibilita a busca pelo sentido singular da existência do paciente.
 
Estão corretas apenas as afirmações:
 
A) I, II e III.
B) II, III e IV.
C) II, IV e V.
D) I, III e V.
E) II, IV e V.
 
Se você leu atentamente o texto acima e a bibliografia indicada, pode identificar que as afirmações I e II apresentam definições erradas dos conceitos usados por Pompeia (2010) para caracterizar a psicoterapia daseinsanalítica. Pro-cura significa estar a favor da condição essencial do Dasein, que é ser cuidado. Poiesis significa produção, permitindo que emerja algo que antes era uma possibilidade. As demais afirmações apresentam corretamente os conceitos que definem a psicoterapia daseinsnalítica. Portanto, a alternativa correta é C.
 
 
Psicoterapia infantil fenomenológica existencial
 
Bibliografia básica: FEIJOÓ, A. M. “3.1. Considerações acerca da criança e a clínica psicológica infantil.” A Existência para além do Sujeito, pp. 90 – 107
 
            Para compreender o atendimento psicoterapêutico fenomenológico-existencial com crianças é necessário que deixemos de lado as “teorias tradicionais acerca do desenvolvimento, da personalidade, da aprendizagem da criança,” (Feijoo, pp. 91) que postulam a chegada de um bebê ao mundo como um ser autocentrado e/ou encapsulado. Ou seja, é necessário realizar uma epoché de pressupostos já presentes no nosso entendimento científico e/ou do senso comum.
Para a fenomenologia-existencial o ser-aí da criança já se constitui como um Dasein. O nascimento biológico do ser humano delimita a inauguração da existência e, portanto, da condição de estar lançado no mundo. Assim, o ser-aí da criança é entendido enquanto um ente com caráter indeterminado, lançado no mundo tendo de ser.
Para aprofundar a compreensão do ser-aí da criança é necessário retomar a noção de intencionalidade proposta por Husserl. Nela a consciência é considerada em sua imanência, ou seja, se realiza enquanto uma ação de dirigir-se a... e constitui a cooriginalidade de homem e mundo. Todo ato é tido como intencional, incluindo os atos de sugar, chorar e dormir do bebê que podem ser, equivocadamente, entendidos enquanto reflexos. Com isso, afastamo-nos das determinações biológicas ou sociais e aproximamo-nos da ideia que o mundo oferece possibilidades para a criança ser do seu modo. O ser-aí do bebê é marcado pela quietude, calor, alimentação e estado de sono. Porém, o ato de assustar-se com algum barulho já evidencia a articulação do bebê com o espaço, pois é um modo de responder ao que lhe solicita na abertura de mundo que ela é. O sentido desse gesto acontece no ser-no-mundo-com-outros, tal como descrito por Critelli em Historiobiografia (2012)
Por fim, temos que considerar que a responsabilidade e liberdade são dimensões constitutivas do ser-aí para a psicologia fenomenológico-existencial, porém, na vida das crianças, tais dimensões estão sob tutela temporária dos adultos responsáveis por elas. Esta peculiaridade do modo de ser da criança estabelece objetivos claros para o atendimento psicológico infantil, pois a psicoterapia, neste contexto, deve oferecer espaço para que a criança possa preencher com seus significados e experimentar na sessão sua responsabilidade para ser, sendo acompanhada no desenrolar do processo. Desse modo, a criança pode experimentar as dimensões ontológicas e cuidar de si.
Neste sentido, o atendimento psicológico infantil não deve ser confundido com psicodiagnóstico ou trabalho pedagógico como reforço escolar. O psicólogo não deve ocupar o lugar dos pais ou da escola que assumem a tutela temporária das responsabilidades da criança, pois esta ainda não pode assumi-las por completo.
 
Atividades recomendadas
 
1. Leia os textos indicados.
2. Outras abordagens psicológicas enfatizam a importância do sentido para a existência humana. Pesquise que abordagens são essas e como tematizam a questão do sentido.
 
3. Acompanhe o exercício abaixo
 
Marília chega ao consultório, por pedido da escola, em busca de atendimento psicológico para seu filho de 8 anos com a seguinte fala: "A escola reclama que o meu filho não consegue se concentrar nas tarefas da escola, não consegue ficar sentado na sala de aula e atrapalha os coleguinhas. Disseram que ele sofre de TDAH. Em casa ele também é muito levado, bagunceiro e tem o sono muito agitado. Não sei mais o que fazer, estou desesperada, já tentei de tudo, por isso eu vim aqui. Para a senhora me falar o que devo fazer.”
 
Diante desse relato, há diferentes possibilidades de conduta do psicólogo. Escolha a(s) fala(s) que se refere(m) a uma postura de um psicólogo de orientação Fenomenológico-Existencial.
 
I – "Este tipo de manifestação aponta para o como o seu filho lida com o desejo do outro. Então, é importante considerarmos as relações estabelecidas entre as pessoas que compõem a família.”
II – "Hoje em dia é muito comum crianças sofrerem de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Mas a senhora não precisa se preocupar, pois existem diversos estudos que comprovam o alto índice de sucesso para tratamentos desses casos.”
III – “Marília, para eu compreender o que se passa com o seu filho, não adianta eu me debruçar em um diagnóstico fechado, mas preciso que você me descreva detalhadamente como seu filho é para podermos nos aproximar do sentido que essa patologia tem na vida dele.”
IV – “Marília, estou percebendo a sua aflição e gostaria que você me contasse um pouco mais sobre como se sente, pode ser? Depois marcamos uma sessão para seu filho.”
 
Estão corretas somente as falas:
A) I.
B) I e IV.
C) III.
D) II, III e IV
E) IV.
 
Se você leu os textos e compreendeu o manejo clínico nesta abordagem com crianças, foi capaz de identificar que as falas I, II e III estão incorretas. A primeira fala está comprometida a encontrar a causa da doença e não a compreender como os sintomas são vivenciados pelo filho de Marília. A segunda fala busca tranquilizar Marília, oferecendo uma solução, com alto índice de sucesso, para a situação. A terceira convida Marília a falar sobre seu filho para que o psicólogo possa compreendê-lo. Porém, a revelação dos sentidos vividos só pode se dar por ele mesmo. A alternativa correta, portanto, é E, pois o psicólogo oferece escuta e acolhimento à mãe e se disponibiliza a encontrar com seu filho.
 
4. Estude a bibliografia indicada e realize os exercícios deste módulo. Se persistirem as dúvidas, procure um(a) professor(a) desta disciplina para esclarecimentos.

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