Buscar

Saúde mental e Atenção Psicossocial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Saúde Mental e Atenção Psicossocial
TEMA 01 – LOUCURA, SOCIEDADE E REFORMA PSIQUIÁTRICA	2
MÓDULO 01	2
VERIFICANDO O APRENDIZADO	3
MÓDULO 02	4
VERIFICANDO O APRENDIZADO	6
TEMA 02 – A REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)	7
MÓDULO 01	7
VERIFICANDO O APRENDIZADO	8
MÓDULO 02	9
VERIFICANDO O APRENDIZADO	10
MÓDULO 03	11
VERIFICANDO O APRENDIZADO	13
MÓDULO 04	14
VERIFICANDO O APRENDIZADO	16
TEMA 03 – CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS MENTAIS E O CUIDADO INTEGRAL	17
MÓDULO 01	17
VERIFICANDO O APRENDIZADO	20
MÓDULO 02	21
VERIFICANDO O APRENDIZADO	25
MÓDULO 03	26
VERIFICANDO O APRENDIZADO	30
MÓDULO 04	31
VERIFICANDO O APRENDIZADO	32
TEMA 04 – (CRÉDITO DIGITAL) VÍNCULO E SAÚDE MENTAL: AS REDES VIVAS QUE FAZEM A ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ACONTECER	33
MÓDULO 01	33
VERIFICANDO O APRENDIZADO	34
MÓDULO 02	35
VERIFICANDO O APRENDIZADO	37
MÓDULO 03	37
VERIFICANDO O APRENDIZADO	39
MÓDULO 04	40
VERIFICANDO O APRENDIZADO	42
TEMA 05 – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM SAÚDE MENTAL	43
MÓDULO 01	43
VERIFICANDO O APRENDIZADO	44
MÓDULO 02	45
VERIFICANDO O APRENDIZADO	46
AVALIAÇÕES	48
1º AVALIANDO O APRENDIZADO – 0,5	48
2º AVALIANDO O APRENDIZADO – 0,5	50
AVALIAÇÃO 01	52
TEMA 01 – LOUCURA, SOCIEDADE E REFORMA PSIQUIÁTRICA
MÓDULO 01
· A loucura como questão social:
· Diversas sociedades, em diferentes momentos históricos, trataram de formas distintas a questão da loucura, associando-a a atributos ora positivos, ora negativos
· Positivos - liberdade, à criatividade artística, à genialidade intelectual, à pura diferença, à diferença radical, à verdade, à sabedoria do destino, à alegria, à adivinhação
· Negativos - possessões demoníacas, à bruxaria, ao descontrole, à irresponsabilidade, à agressividade, à violência, à periculosidade, à criminalidade, à preguiça, à improdutividade, à incompetência, à desrazão, à alienação mental
· A loucura sempre existiu, mas a doença mental é um conceito recente.
· O conceito de dispositivos de Foucault:
· Esse processo de patologização só foi possível devido a mudanças que ocorreram na sociedade ocidental e à constituição de uma série de dispositivos de captura e de apropriação do fenômeno da loucura que datam do final do século XVII e início do XVIII.
· Um dispositivo, para Foucault, traduz-se como um conjunto dominante e estratégico que comporta discursos, instituições, arranjos arquitetônicos, decisões regulamentares, leis, etc, em um dado momento histórico, tem por função responder a determinadas questões sociais de seu tempo. 
· No que se refere ao momento em que a loucura passa a ser vista como um problema social a ser tratado, um dos principais elementos deste dispositivo será a constituição e o desenvolvimento da medicina mental como campo de saber teórico e prático
· Arranjo arquitetônico seria aquilo que Foucault chamou de instituições disciplinares, neste caso representado pelo manicômio, baseadas num sistema jurídico calcado na segurança social e na reclusão.
· Dispositivo de captura da loucura
· Institucionalização da loucura – manicômios e hospitais psiquiátricos
· O que conhecemos como loucura hoje diz respeito às forças que se apoderaram dessa experiência ao longo da história, como é o caso da constituição do saber-poder médico
· Analogia com a questão da infância
· Antigamente, a loucura circulava livremente
· Depois, começou a segregação
· Nau dos loucos
· Os hospitais exerciam a simples função de hospedaria, depósito de gente para onde se encaminhava todo tipo de excluídos da ordem social
· As mudanças na organização social do trabalho, tornaram menores os limites de tolerância à loucura
· Revolução industrial
· O uso da força a fim de reprimir a chamada vagabundagem, a mendicância e a ociosidade.
· Os marginalizados eram recolhidos nos Hospitais gerais
· O hospital, que antes exercia a função de caridade, vai ganhando cada vez mais a função de controle social
· A instituição hospitalar vai se configurando em uma espécie de instituição “semijurídica” que visa ao estabelecimento da lei, da ordem e da moralidade burguesa
· Revolução Francesa – médicos adentram o contexto hospitalar
· Reorganização dos hospitais – liberação dos pobres e marginalizados, exceto os internados psiquiátricos
· Tratamento inspirado na medicina galênica (desequilíbrio dos quatro humores do corpo)
· Sangria, purgação, etc
· O poder sobre os hospitais passa totalmente para os médicos
· Fhilippe Pinel – o fundador da psiquiatria
· O gesto de Pinel - ter libertado os loucos das correntes, humanizando o hospital.
· Uma prisão mais sutil
· A loucura como alienação mental - seu tratamento deveria se basear no afastamento do louco do mundo exterior. Isolamento.
· Fundou os primeiros hospitais psiquiátricos
· As pessoas consideradas alienadas eram então compreendidas como representando um risco para a sociedade e para si mesmas.
· Os loucos não são mais enclausurados por caridade ou repressão, mas por um imperativo terapêutico – segurança
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) Segundo Foucault (1972), a associação entre loucura e doença mental é um fenômeno que:
A) Sempre existiu, porém de diferentes formas.
B) Resiste aos discursos da modernidade.
C) Surge no final do século XVII e início do XVIII.
D) Surge com a Igreja na Idade Média.
E) Possui realidade empírica.
2) Em História da Loucura na Idade Clássica, Foucault afirma que, antes de ser dominada pelo discurso científico da modernidade no fim do século XVII e início do XVIII, a loucura podia ser vista, dentre outras coisas, como:
A) Uma psicopatologia.
B) Uma doença genética.
C) Uma manifestação do inconsciente.
D) Uma alteridade pura.
E) Uma esquizofrenia paranoide.
MÓDULO 02
· Pressupostos da crítica ao modelo psiquiátrico tradicional:
· Reforma psiquiátrica:
· Crítica ao modelo positivista de ciência que chancelava essas práticas asilares, ou seja, que as legitimava em seu saber-poder
· O que é normalidade e anormalidade? Quem define isso?
· Não adianta acabar com os manicômios se esses locais permanecerem dentro de nós.
· Reforma psiquiátrica ao redor do mundo
· Século XX - Colônias de alienados - cidades para onde familiares enviavam seus loucos a fim de serem tratados pelo trabalho no campo
· Juliano Moreira
· Comunidades terapêuticas (Inglaterra - Maxwell Jones)
· Destituir a hierarquização e a verticalização dos papéis sociais
· Democratizar as relações e viabilizar a expressão livre dos sentimentos
· Psicoterapia Institucional (França - François Tosquelles)
· Recuperar o potencial terapêutico do hospital
· Movimento de gestão autônoma entre pacientes e técnicos
· Transversalidade, que propunha o confronto de papéis, ou seja, uma mistura dos papéis profissionais e institucionais
· Questionar a hierarquia
· No fim dos anos 1950 e início dos 1960, surgem outras duas importantes experiências reformadoras:
· Psiquiatria de Setor - continuidade ao tratamento fora do hospital, após a alta
· Centros de Saúde Mental (CSM) - regionalização da assistência psiquiátrica
· Equipe multiprofissional
· Psiquiatria Preventiva - tornar o hospital obsoleto a partir de medidas preventivas
· Todos aqueles indivíduos que apresentavam algum tipo de desadaptação social passaram a ser recolhidos pela ordem psiquiátrica
· Medicalização do campo social
· Deixou como legado conceitos importantes, como a noção de cuidado comunitário e de saúde mental
· A Antipsiquiatria e a Psiquiatria Democrática
· Antipsiquiatria (Ronald Laing e David Cooper) - Sua crítica ao modelo psiquiátrico não se restringia aos modelos de tratamento, mas sobretudo aos paradigmas teóricos adotados pela Psiquiatria
· Primeira crítica ao saber médico-psiquiátrico
· A doença mental deveria ser pensada como uma certa experiência do sujeito articulada ao meio social, e não como uma entidade em estado puro
· Psiquiatria Democrática (Franco Basaglia) - Para Basaglia, é esse dispositivo, ou esse “aparato manicomial”, que legitima um lugar de isolamento, segregação, e patologização das experiências humanas, e apenas com sua desconstrução seria possível construir um novo lugar social para a loucura.
· Principalreferência para o processo de Reforma Psiquiátrica brasileira nas décadas de 1980 e 1990, iniciado na cidade de Santos, no estado de São Paulo.
· Surgimento dos serviços substitutivos
· Reforma psiquiátrica brasileira
· Tem seu início em meados da década de 1970
· Movimento sanitário - mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, a saúde coletiva, a equidade na oferta dos serviços
· Combate contra as práticas verticalizadas (autoritárias)
· Superação do modelo asilar no pós-guerra
· Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) - denunciar a violência dos manicômios e a mercantilização da loucura pelo setor privado
· Surgimento do primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do Brasil, em Santos (SP), em 1987
· Primeiros Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS)
· São criados também cooperativas, residências terapêuticas para os egressos do hospital, clubes, centros de convivência e associações
· Lei da Reforma Psiquiátrica - regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no País - Paulo Delgado (PT-MG)
· Diretrizes de saúde - Princípios básicos da universalidade, da integralidade, da equidade e do controle social
· Constituição Federal e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), que incorpora diversas demandas do movimento sanitário
· Programa De volta pra casa (Lei nº 10.708), destinado a oferecer ajuda financeira para que egressos de longa data do sistema manicomial possam viver em comunidade.
· A Portaria nº MS 106/00, que cria os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) no âmbito do SUS, é publicada
· Modelo de atenção comunitária – referência no cuidado passa a ser o CAPS e não os manicômios
· CAPS - fortalecimento dos laços familiares e comunitários
· O cuidado é realizado prioritariamente em espaços coletivos, como grupos, assembleias, oficinas e reuniões diárias.
· Olhando os sujeitos em sua singularidade, sua história, sua cultura e sua vida cotidiana
· Os serviços de atenção à saúde mental precisam ser um lugar de produção de sociabilidade e de vida
· Dentre esses dispositivos, podemos citar Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Residências Terapêuticas (SRTs), Centros de Convivência e Cultura, Unidades de Acolhimento (UAs), leitos de atenção integral em Hospitais Gerais, ambulatórios de saúde e de saúde mental, atenção Hospitalar de Urgência e Emergência.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) Quando falamos em Reforma Psiquiátrica, estamos nos referindo a iniciativas que visam interferir no paradigma tradicional de atenção à saúde mental. De acordo com o que vimos em nosso conteúdo, uma das primeiras tentativas de superar o modelo manicomial foram as:
A) Comunidades alternativas.
B) Colônias de alienados.
C) Casas de correção.
D) Colônias de caridade.
E) Comissões de humanização.
2) O movimento da luta antimanicomial, inserido no contexto da Reforma Psiquiátrica brasileira e sua Rede de Atenção Psicossocial, tem como principal utopia:
A) A humanização do hospital psiquiátrico.
B) A reforma do manicômio.
C) A democratização dos hospitais psiquiátricos.
D) A substituição do tratamento manicomial.
E) A descentralização da gestão hospitalar.
TEMA 02 – A REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
MÓDULO 01
· Marcos normativos importantes na saúde mental:
· Mudanças históricas no tratamento das pessoas com transtorno mental
· Em seu início, a psiquiatria utilizava um “tratamento moral” para tentar resolver as doenças mentais, sendo ele aplicado com o paciente internado
· Castigos e rigidez disciplinar
· Institucionalização do louco
· Reforma psiquiátrica
· Modificação do tratamento, atividades em grupo dentro dos hospitais psiquiátricos
· Franco Basaglia – Psiquiatria Democrática (Itália)
· Utilização de medicações que permitiam eliminar as contenções físicas.
· Reeducação teórica e humana dos profissionais.
· Restabelecimento de vínculos com o exterior.
· Destruição de barreiras físicas.
· Abertura das portas.
· A reforma psiquiátrica pode ser entendida como o movimento de tornar mais humanizado o tratamento das pessoas com transtorno mental, reinserindo-as na sociedade e acabando com o tratamento fechado em manicômios
· O início da reforma psiquiátrica no Brasil
· Holocausto brasileiro – situações insalubres nos manicômios brasileiros
· Deflagração de uma greve pelos trabalhadores da saúde mental devido às condições precárias de trabalho
· O movimento seguiu por meio da presença em Congressos de Saúde Mental em âmbito nacional e na incorporação de seus militantes no serviço público
· Reforma sanitária e surgimento do SUS
· Centros de Atenção Psicossocial
· Lei nº 10.216 – Lei da Reforma Psiquiátrica
· Diminuir progressivamente os leitos em hospitais psiquiátricos.
· Investir em dispositivos que tratassem fora dos manicômios.
· Impedir a internação feita de forma arbitrária.
· Os direitos e a proteção dessas pessoas são assegurados sem qualquer forma de discriminação.
· Direito de ser tratado com humanidade e respeito, e de acordo com suas necessidades, pelo que o sistema de saúde tenha melhor a oferecer.
· Direito de ser tratado visando unicamente ao benefício de sua saúde, tendo como objetivo alcançar sua melhora por meio da reinserção do paciente na família, no trabalho e na comunidade.
· Direito a esclarecimento médico relacionado a assuntos pertinentes à internação involuntária.
· Direito de ser informado ao máximo em relação à sua doença e a seu tratamento.
· Direito de que seu tratamento se dê por meios minimamente invasivos tanto em ambiente terapêutico quanto em serviços comunitários.
· As pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não poderão ser realizadas sem o consentimento expresso do paciente ou de seu representante legal.
· Portaria nº 148 e o serviço hospitalar de referência para atenção a pessoas com sofrimento mental
· Esses leitos são chamados de serviço hospitalar de referência para atenção a pessoas com sofrimento mental e necessidades decorrentes do uso de crack e outras drogas.
· Esse serviço deverá ser utilizado em casos de risco para o paciente ou outras pessoas no seu entorno até que a situação seja estabilizada e se torne possível continuar o acompanhamento pelos outros dispositivos
· Integração à RAPS
· Os serviços hospitalares de internação funcionam 24 horas por dia e 7 dias por semana
· As internações devem ser de curta duração. 
· Certas demandas clínicas podem exigir um atendimento em unidades hospitalares mais complexas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) Existem diferenças marcantes no tratamento das pessoas com transtornos mentais antes e depois da reforma psiquiátrica. Com a luta antimanicomial, houve uma ruptura com o que se entendia como tratamento dos pacientes psiquiátricos. Uma mudança principal ocorrida após essa reforma foi o surgimento de
A) medicamentos mais eficazes.
B) tratamento mais humanizado.
C) exames mais avançados para o diagnóstico.
D) reinserção social.
E) maior comunicação dentro dos hospitais psiquiátricos.
2) Uma das legislações mais importantes da reforma psiquiátrica no Brasil é a Lei nº 10.216. Ela surgiu com o intuito de garantir uma mudança na forma com que as pessoas com transtornos mentais vinham sendo tratadas nos últimos dois séculos. Podemos afirmar que o objetivo dessa legislação é
A) acabar com os leitos em hospitais psiquiátricos até uma data determinada.
B) estipular que as internações devem ser debatidas com o paciente.
C) criar residências nas quais os internos dos manicômios pudessem viver após a alta.
D) garantir tratamento humanizado ao paciente e informações sobre a sua doença.
E) permitir o uso de ferramentas tecnológicas mais avançadas de diagnóstico.
MÓDULO 02
· Projeto terapêutico singular, a atuação interdisciplinar e família como protagonista no cuidado:
· Projeto terapêutico singular (PTS)
· É o plano de trabalho com uma pessoa que faz tratamento na saúde mental
· Se constitui de uma série de ações que, construída em conjunto com o usuário, tem como finalidade a melhoria de sua qualidade de vida nas diferentes esferasda vida: física, mental e social.
· A pessoa com transtorno mental historicamente era uma excluída da sociedade, sofrendo um enorme preconceito. Vai ser necessário, portanto, todo um trabalho de inclusão social para mudar esse cenário.
· Ações que compõem o PTS:
· Inclusão em atividades no CAPS, como convivência e oficinas (de esporte, de música, expressiva ou de geração de renda).
· Atendimento psicoterápico individual ou em grupo.
· Realização de visitas domiciliares (VD) para avaliação do entorno e do contexto social no qual o paciente está inserido.
· Atendimento aos familiares do paciente em reuniões de família ou em consultas específicas.
· Auxílio para obtenção de benefícios governamentais, como benefício de prestação continuada, Minha Casa, Minha Vida ou auxílio-doença.
· Inserção do usuário em atividades no próprio bairro ou nas proximidades para vinculá-lo à sua comunidade e ao suporte que ela pode oferecer.
· Ações em conjunto com a atenção primária ou a rede de assistência.
· Deve ser feita uma avaliação periódica do PTS.
· Atuação interdisciplinar
· O ser humano precisa ser visto como alguém constituído de diferentes dimensões (biológica, psicológica, social e histórica). Seu tratamento, assim, tem de levar em conta todas essas esferas.
· O trabalho nos CAPS é realizado por uma equipe multidisciplinar na qual nenhuma especialidade possui qualquer tipo de protagonismo ou superioridade hierárquica
· O atendimento à pessoa com transtorno mental deve ser realizado de forma integral, isto é, não fragmentada
· O acompanhamento em um CAPS tem de ocorrer em parceria com as famílias
· É importante entender como a família vê esse membro, que sofre com todas as implicações de um transtorno mental, o qual, em muitos casos, é incapacitante
· Diminuindo os fatores que podem levar a um conflito intrafamiliar e incentivando a participação de todos no tratamento
· É recomendado que o acompanhamento dos familiares do usuário seja feito por um funcionário diferente daquele que acompanha o próprio usuário
· No momento que chamamos de “crise”, a situação se desestabiliza. Resultado: pode haver alterações capazes de representar um risco para a própria pessoa ou para os outros.
· Desinstitucionalização
· “Desconstrução” da ideia tradicional de que os transtornos mentais devem ser tratados somente com a internação nos hospitais psiquiátricos
· Tendência manicomial
· É por isso que utilizamos o termo “transtorno” no lugar de “doença
· Conceito de redução de danos
· Ao atender um dependente químico, não se utiliza a abstinência (ou a interrupção do uso de substâncias psicoativas) como critério de inclusão e continuidade no tratamento
· O objetivo é diminuir os prejuízos que ele causa à vida da pessoa, e não a eliminação completa das alterações
· Ao trabalhar em rede, entende-se que não existe um centro ou um elemento de destaque em importância. Todos as pessoas envolvidas no cuidado são essenciais
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) O projeto terapêutico singular (PTS) deve ser elaborado com o paciente e ser constituído de diversas atividades, as quais, por sua vez,
A) visam estabilizar seu quadro de alteração psíquica.
B) devem ser realizadas dentro dos centros de atenção psicossocial.
C) tem como objetivo atender às diferentes demandas que ele apresenta.
D) buscam cuidar da sua saúde.
E) são pensadas pela equipe do CAPS e comunicadas ao paciente.
2) É muito comum que a família chegue ao serviço de saúde mental antes do paciente. Muitas vezes, ela comparece ao local queixando-se do comportamento dele e demandando alguma solução imediata. Qual é o papel da equipe no acolhimento desses familiares nesse momento?
A) Informar que logo será ministrada uma medicação que fará o paciente melhorar esses comportamentos alterados.
B) Colocar essa família em uma atividade para que essas queixas trazidas sejam resolvidas.
C) Encaminhar os familiares aos serviços da assistência social nos quais suas demandas serão mais bem atendidas.
D) Escutar o sofrimento dessa família e explicar que o auxílio deles é essencial para o tratamento ser mais eficiente.
E) Explicar que é preciso atender o paciente antes de tirar qualquer conclusão, pois a visão deles pode ser tendenciosa.
MÓDULO 03
· Centro de atenção psicossocial (caps), atenção psicossocial e atenção básica:
· Características dos centros de atenção psicossocial
· Precisam ser espaços aonde os usuários do serviço também vão para conviver com outros e exercer sua cidadania.
· Devem ser acolhedores e não reprimir a singularidade dos usuários
· Tipos de CAPS:
· CAPS I – cidades entre 15.000 e 70.000 habitantes
· Atendem a toda a demanda de saúde mental desses municípios
· CAPS II - cidades entre 70.000 e 150.000 habitantes
· CAPSi – atendimento infantojuvenil
· CAPS-ad – atende a população que sofre com o uso de álcool ou outras drogas
· CAPS III – cidades com mais de 150.000 habitantes
· CAPS ad III
· Podem funcionar 24 horas por dia, ter vagas para acolhimento noturno e atender a todas as faixas etárias.
· Os profissionais que atuam no CAPSi vão precisar conhecer a fundo o Estatuto da Criança e do Adolescente e as principais psicopatologias da infância. Por outro lado, quem trabalha em um CAPSad tem de conhecer amplamente o universo da dependência química e das substâncias psicoativas
· Estrutura física:
· Espaços de convívio social.
· Áreas para atividades dos mais diversos tipos (chamadas de “oficinas”).
· Refeitório para os pacientes que precisam passar o dia lá.
· Sanitários e salas para atendimentos.
· A equipe não deverá ficar restrita ao CAPS se quiser atender a todas as demandas do usuário. É preciso, em suma, atuar com toda a RAPS, os serviços de assistência social, a rede de educação e quaisquer outras instituições que possam auxiliar na melhoria da saúde mental e da qualidade de vida da pessoa atendida
· Atenção psicossocial
· A causa desse sofrimento muitas vezes é consequência da exclusão social que a pessoa com transtorno mental sofre em nossa sociedade
· A atenção psicossocial deve levar em conta todo o entorno e o contexto no qual o paciente está inserido
· O trabalho da atenção psicossocial não deve ficar restrito a espaço do CAPS
· Além da clínica
· A atenção psicossocial precisa encontrar o delicado equilíbrio entre dar suporte sem retirar a possibilidade de escolha do sujeito.
· É preciso observar atentamente que existe o perigo de tornar o espaço interno dos CAPS excludente e manicomial.
· É necessário ir além da produção de saúde ao se acompanhar o paciente na saúde mental. Tendo isso em vista, a reinserção social e a atividade como cidadão devem ser estimuladas e auxiliadas.
· Deve-se abandonar, então, o modelo de consultas individuais e agendadas, dando prioridade a ações e atividades coletivas no CAPS
· Matriciamento
· Realizar o acompanhamento dos pacientes da saúde mental com a atenção básica (ou a primária) presente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS)
· Trabalho em conjunto feito pelos CAPS e pelas UBS
· A atenção em saúde é dividida em três níveis: primário, secundário e terciário. O nível primário, também denominado atenção básica, é composto pelas UBS
· A atenção primária realiza o acompanhamento básico de todos os moradores de dada região. Trata-se de um acompanhamento de saúde descentralizado que visa à prevenção e ao acompanhamento de doenças muito comuns
· Esse trabalho é realizado pelos agentes comunitários de saúde (ACS), que são profissionais de nível médio
· Os agentes de saúde devem ser capacitados e instrumentalizados pela equipe de saúde mental para lidar com demandas mais simples e avaliações iniciais
· O matriciamento tem como objetivo evitar uma comunicação “precária e irregular” feita por intermédio de encaminhamentos sem muita efetividade
· Internação
· A Lei nº 10.216 define que a internação só será utilizada quando o tratamento extra-hospitalar não for suficiente para evitar riscos para o próprio paciente ou para terceiros
· Na internação, a assistência integral à pessoa ainda precisa ser garantida, incluindo serviços médicos, psicológicose do serviço social, além de outros.
· Tipos de internação:
· Voluntária - O paciente aceita a decisão de ser internado e pode sair quando desejar.
· Involuntária - O paciente recusa a indicação. Nesse caso, ela deve ser notificada ao Ministério Público em até 72 horas.
· Compulsória - Ela é determinada pela Justiça.
· A alta da internação não depende apenas da estabilização do quadro do transtorno mental, pois ela também tem de ser planejada para que os fatores que possam ter agravado o quadro sejam revertidos
· Deve haver também uma abordagem com a família do paciente internado para que sejam dadas “orientações sobre o diagnóstico, o programa de tratamento, a alta hospitalar e a continuidade do tratamento em outros pontos de atenção da rede de atenção psicossocial”
· Dar informação ao paciente e família.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) Os principais serviços da saúde mental pública são os centros de atenção psicossocial. Esses centros contam com uma equipe multidisciplinar para o acompanhamento dos usuários do serviço. Os profissionais que a compõem devem
A) atuar de forma isolada, cada um utilizando as técnicas de sua especialidade profissional.
B) acompanhar o usuário, centralizando seus atendimentos no serviço para vinculá-lo ao CAPS.
C) trabalhar com toda a rede de saúde e de assistência conforme as necessidades do usuário.
D) atender segundo uma agenda de marcações de atendimento, deixando a critério do paciente o contato com o serviço.
E) acompanhar o paciente quando ele estiver estabilizado, pois o indivíduo em crise deverá ser atendido nos hospitais.
2) Conhecido como matriciamento, o acompanhamento de pessoas com transtornos mentais realizado por agentes comunitários de saúde, com o suporte dado pelas equipes de saúde mental dos CAPS, é essencial no cuidado desses pacientes, pois:
A) permite dividir a responsabilidade pelo paciente.
B) possibilita que o paciente possa ser visto de forma mais frequente.
C) realiza o tratamento de forma mais próxima do local onde o paciente reside.
D) dispensa os profissionais do CAPS de atender aos casos mais urgentes.
E) auxilia a equipe do CAPS a dar conta de todos os pacientes.
MÓDULO 04
· Serviço residencial terapêutico (SRT):
· Criação dos SRT
· Não basta tirar as pessoas do aprisionamento dos manicômios para desfazer esses efeitos da institucionalização.
· Características das instituições totais
· Os horários são rigorosamente estabelecidos.
· Há constantemente vigilância e risco de punição.
· O contato é restrito com o mundo externo.
· Os internos não possuem informações nem poder sobre as decisões que lhes afetam.
· Perde-se a concepção de si mesmo e de suas crenças – mortificação e desculturamento
· Deve ser feita uma reabilitação psicossocial assistida do paciente hospitalizado por longa data ou em “situação de grave dependência institucional”
· Desde os anos 1990, já existiam algumas iniciativas denominadas “pensões protegidas” ou “lares abrigados”, uma espécie de protótipo dos serviços residenciais terapêuticos
· Pacientes não conseguiam ser reinseridos em suas famílias ou não tinham as condições de manter por si só uma residência
· Legislação
· Foi publicada no ano 2000 pela Portaria GM nº 106
· Estipula que as residências terapêuticas devem ser casas, preferencialmente inseridas na comunidade, com o objetivo de acolher os “egressos de internações psiquiátricas de longa permanência, que não possuam suporte social e laços familiares”
· Seu objetivo é a reabilitação psicossocial, graças a uma reintegração social
· Trabalho, alfabetização, comunidade, autonomia
· Os serviços residenciais terapêuticos devem ser de natureza pública, mesmo que eles sejam não governamentais
· Para ajudar a reabilitação de quem saía das internações longas em manicômios, foi estipulado ainda um auxílio financeiro
· Lei nº 10.708, De volta para casa, que prevê um auxílio reabilitação de caráter indenizatório para pessoas com transtornos mentais egressos de internações de longa permanência (por pelo menos dois anos ininterruptos)
· Características e importância dos SRTs
· As residências terapêuticas devem se situar fora de hospitais
· Sua estrutura física precisa ser compatível com o máximo de 8 usuários, com 3 por dormitório
· Tem de ser mobiliado como qualquer casa confortável e contar com a garantia de três refeições diárias
· Cada um deve estar referenciado a um serviço de saúde, que será o responsável por realizar o acompanhamento especializado em saúde mental dos moradores
· Portaria nº 3.090, de 2011, diferencia os SRTs em tipo I e tipo II:
· Tipo I - Comporta até oito moradores que não possuem outra característica além de pessoas com transtorno mental em processo de desinstitucionalização.
· Tipo II - Tem como público pessoas com “acentuado nível de dependência, especialmente em função do seu comprometimento físico, que necessitam de cuidados permanentes específicos. 
· Pode comportar até 10 moradores e conta com uma equipe: 5 cuidadores e um técnico de enfermagem”.
· A inserção de ex-internos na sociedade, além de cumprir um direito humano violado com sua exclusão em um manicômio, também serve para descontruir a ideia da loucura como perigosa
· Por conta da convivência com os outros moradores e os acordos que vão se estabelecer entre eles, pode-se trabalhar questões de sociabilidade necessárias para a reabilitação psicossocial.
· A vida em liberdade não é somente um tratamento mais eficaz: ela também representa uma restituição do direito de todo ser humano.
· Desafios enfrentados pelos SRTs
· Muitos proprietários resistem em alugar sua casa para nela se estabelecer um SRT devido ao preconceito contra as pessoas com transtorno mental
· Falta de capacitação dos profissionais que devem acompanhar de perto os moradores, que são os mais prejudicados pelos anos de internação. 
· Esses funcionários precisam ser treinados no “novo referencial ético e clínico” da saúde mental
· Dificuldade da gestão
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) Os serviços residenciais terapêuticos cumprem um papel fundamental na reforma psiquiátrica e na desinstitucionalização dos ex-internos dos manicômios. Eles, afinal, permitem que
A) os usuários dos serviços mentais recebam um cuidado especializado, indo além das atividades presentes nos CAPS.
B) após a saída dos hospitais psiquiátricos, os pacientes com laços familiares rompidos possam ter um local onde morar.
C) o paciente possa passar um tempo em outra moradia no caso de conflito com a família com a qual ele reside.
D) os ex-internos possam ter uma convivência agradável entre si, podendo trocar experiências sobre o processo de saída dos hospitais psiquiátricos.
E) o Estado faça uma reparação aos ex-internos, investindo em uma moradia de qualidade.
2) Existe uma ambiguidade na nomenclatura dos serviços residenciais terapêuticos (SRTs): eles, afinal, seriam serviços ou residências? Quanto a essa questão, podemos afirmar que o aspecto principal de um SRT é seu caráter
A) de serviço, pois são estruturas mantidas pelos governos municipais que prestam um serviço à população.
B) terapêutico, porque são espaços de tratamento do transtorno mental apresentado por seus residentes.
C) de residência, já que servem aos ex-internos dos manicômios como suas moradias e não podem perder essa especificidade.
D) de serviço, uma vez que contam com uma equipe especializada em saúde mental que deve realizar o trabalho de ressocialização.
E) terapêutico, pois devem estar voltadas a todo tempo para a ideia de melhorar a saúde mental de seus moradores.
TEMA 03 – CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS MENTAIS E O CUIDADO INTEGRAL
MÓDULO 01
· Avaliação do estado mental:
· Durante esta fase, já se estabelece uma comunicação terapêutica, que é a base dos cuidados em saúde mental.
· Quando a avaliação do estado mental é iniciada, para elaboração de um planejamento assistencial, algumas condições de normalidade e anormalidade precisam ser levadas em consideração.
· Nessa compreensão sobre normalidade, é fundamental que o profissional se atente à complexidade desse conceitopara não cair em reducionismos e preconceitos.
· O propósito da avaliação do estado mental é oferecer subsídios necessários para o cuidado em saúde mental e para a construção do Projeto Terapêutico Singular (PTS)
· A partir dos dados coletados é possível:
· Identificar os sinais e os sintomas.
· Descartar as alterações orgânicas.
· Compreender como a pessoa em sofrimento psíquico se percebe e se sente nessa condição.
· Orientações para o início e desenvolvimento da entrevista:
· É recomendado que o exame do estado mental seja cercado de cuidados como:
· Apresentar-se, demostrando-se acolhedor e profissional (falar seu cargo e profissão)
· Falar menos, utilizando expressões simples, e ouvir mais, pois escutar o paciente é a prioridade na entrevista.
· Abordar o paciente pelo nome e respeitar sua privacidade.
· Ficar atento às expressões verbais e não verbais durante o processo comunicativo.
· Atentar para o conteúdo da comunicação verbal, pois a incoerência entre a comunicação verbal e a não verbal pode ser um sinal de alteração no estado mental.
· Procurar um equilíbrio na observação objetiva e no uso da experiência clínica para fazer as inferências pertinentes.
· Coletar informações relevantes como dados de identificação, história familiar, histórico psicossocial e motivos que o levou a procurar o serviço.
· Entrevistas excessivamente prolixas e a realização de muitas anotações durante a entrevista podem atrapalhar o processo de avaliação e comunicação.
· Etapas do exame psíquico:
· Aparência geral - higiene, a vestimenta e as condições físicas, a expressão facial, a postura
· Nesse momento, o profissional deve descrever de forma clara no prontuário o que reparou, para que outras pessoas que não conhecem o paciente consigam ter a ideia clara da aparência dele
· Realizar o levantamento de hipóteses e cuidados iniciais
· Consciência - deve ser analisado se o paciente está ciente de si mesmo e do ambiente, se está acordado, vígil e desperto
· Obnubilação, estupor, coma
· Perguntas sobre o que sujeito sabe de si, do tempo, do espaço e dos objetos ao seu redor.
· Fazer perguntas sobre o nome completo do paciente, o número do seu celular, o ano em que estamos, o nome do presidente e pedir para movimentar uma parte específica do corpo são muito úteis
· Orientação - complexo de funções psíquicas, a partir do qual temos consciência de cada etapa de nossa situação real e de vida
· O profissional deve fazer perguntas sobre o tempo, o espaço e sobre aspectos da identidade pessoal do próprio paciente
· Desorientação temporal, espacial e autopsíquica.
· Para investigar a orientação do paciente, inicie com perguntas simples e, depois, faça perguntas mais complexas
· Qual é o seu nome completo?
· Onde fica a sua casa?
· Onde estamos?
· Em que mês estamos?
· Qual é a data do seu aniversário?
· Atenção - Quando alterada, o paciente pode estar com hipervigilância ou hipovigilância
· Memória - observa-se a capacidade de registrar, fixar, manter, relembrar e reconhecer situações, pessoas, objetos e fatos ocorridos
· Tipos de memória:
· Memória imediata - Registro e reprodução de informações em poucos segundos.
· Memória de curto prazo - Fatos recentes vividos.
· Memória de longo prazo - Lembranças de fatos remotos.
· As principais alterações da memória são:
· Amnésia - Incapacidade de evocar experiências passadas.
· Hipermnésia - Aumento da capacidade de evocar com riqueza de detalhes.
· Hipertrofia da memória - Intensa capacidade de fixação como forma de compensar o déficit intelectual.
· Criptomnésia - Não reconhecimento das situações vivenciadas, as quais são encaradas como algo novo.
· Confabulações - Lacunas de memórias que são preenchidas com fantasias.
· Afetividade - são analisadas modalidades da vivência afetiva das pessoas, como emoções, humor e sentimentos.
· Euforia, embotamento afetivo, labilidade afetiva, apatia, anedonia, ambivalência afetiva, depressão, ansiedade, fobias e pânico
· Buscamos saber se tais respostas são coerentes e proporcionais com a situação desencadeante.
· Psicomotricidade - vontade e disposição para agir, já que pensamos e agimos de maneira automática, sem refletir
· Hipobulia - Dificuldade de realizar ações.
· Negativismos - Resistência automática às solicitações.
· Excitação psicomotora - Agitação motora.
· Inibição psicomotora - Diminuição motora.
· Acatisia - Incapacidade de permanecer sentado.
· Tiques - Movimentos irregulares.
· Maneirismos e estereotipias - Repetições mecânicas e automáticas de um ato motor complexo.
· Agressividade - Pode ser heteroagressivo.
· Compulsão - Rituais que a pessoa reconhece como indesejáveis, porém, ela não consegue evitar.
· Catatonia - Permanecer com comportamento inexpressivo que pode ser rompido com rompantes de agressividade.
· Sensopercepção - são analisadas a sensação e a percepção. 
· A sensação é um fenômeno psíquico decorrente de um estímulo.
· Já a percepção é a maneira como tomamos conhecimento de um estímulo sensorial.
· Tipos mais comuns:
· Ilusão - Percepção deformada da realidade
· Alucinação - Percepção real de algo que não produziu um estímulo sensorial – pode ser auditiva, olfativa, gustativa, visual e tátil.
· Pensamento - analisado a partir da fala e do comportamento do paciente. 
· Nessa análise, serão observados o curso do pensamento (observar a velocidade do pensamento), a forma do pensamento (observar se há coerência no pensamento) e o conteúdo de pensamento
· Delírios mais comuns (deias falsas acreditadas pela pessoa como reais):
· delírios de perseguição ou persecutório;
· delírios de referência;
· delírios de influência;
· delírios de ciúmes;
· delírios de grandeza;
· delírios místicos;
· delírios de culpa e autoacusação.
· Linguagem - Pode ser verbal ou não verbal e representa o meio de comunicação entre as pessoas
· Logorreia – aumento do fluxo e do volume da linguagem
· Bradilalia - diminuição do fluxo e do volume da linguagem, expressão lenta
· Mutismo – negativismo verbal
· Ecolalia – repetição das últimas palavras ou sílabas da pergunta
· Verbigeração e mussitação – repetição sem sentido de sons, sílabas ou palavras, em volume baixo, murmurado e monótono
· Juízo crítico - trata-se do julgamento a respeito de si mesmo e de sua condição psíquica.
· Inteligência - o profissional deve avaliar o nível ou a capacidade de aprendizagem formal, levando em consideração os aspectos culturais e sociais
· Durante essa etapa da avaliação, o entrevistador deve identificar se há sinais de retardo mental leve, moderado ou grave.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) O exame psíquico, ou exame do estado mental atual, requer a observação sistemática do comportamento do paciente, sendo um desafio para os profissionais a execução dessa etapa fundamental. São etapas obrigatórias que devem ser avaliadas:
1. Aparência 2. Pensamento 3. Humor e afeto 4. Felicidade e amizade
De acordo com o exposto, assinale a alternativa correta.
A) Somente constam no exame de estado mental: processos de pensamento, humor e felicidade e amizade.
B) Somente constam no exame de estado mental: aparência, pensamento, humor e afeto e felicidade e amizade.
C) Somente constam no exame de estado mental: aparência, humor e afeto e felicidade e amizade.
D) Somente constam no exame de estado mental: aparência, pensamento, humor e afeto.
E) Somente constam no exame de estado mental: aparência, pensamento e felicidade e amizade.
2) Uma jovem de 23 anos é levada à UPA de sua cidade por sua mãe. Ao ser entrevistada pelo profissional de plantão, informou que tem ouvido vozes que dizem que ela é a herdeira de uma grande fortuna e que pertence a uma família de reis e rainhas de um país que somente ela e sua família conhecem. Ela afirma que em breve será a pessoa mais importante do mundo, basta apenas que o sol e a lua acendam ao mesmo tempo. Diante dessa fala, o profissional que atendeu à jovem pode considerar que a paciente possui alterações em quais etapas do exame psíquico?
A) Linguagem e pensamento.
B) Pensamento e sensopercepção.
C) Afeto e sensopercepção.
D)Linguagem e afeto.
E) Afeto e pensamento.
MÓDULO 02
· Transtornos de humor ou transtornos afetivos:
· Tristeza e alegria são humores que fazem parte da vida de todos
· Tristeza - Resposta natural à perda, ao luto, à derrota, à desilusão ou aos traumas.
· Alegria - Resposta natural às situações agradáveis, aos ganhos, às vitórias e aos nascimentos.
· Os transtornos depressivos:
· São alterações emocionalmente graves, que persistem e que podem variar de intensidade leve ou grave, provocando dificuldades na vida trabalhista, social e familiar, além de alterações de ordem cognitiva, neurovegetativa e na psicomotricidade
· Trabalha-se com três possíveis causas para o desenvolvimento do transtorno de humor depressivo:
· Causa biológica ou genética - ligada às influências ambientais e químicas no cérebro da pessoa
· Os neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina, são responsáveis pela regulação do humor e estão entrelaçados ao sistema humano de resposta ao estresse.
· Causa psicológica - possui, pelo menos, três abordagens distintas para explicar a origem do rebaixamento do humor:
· Psicodinâmica - A experiencia de vida e o desenvolvimento da personalidade serão determinantes para o desenvolvimento da depressão.
· Cognitivo-comportamental - Os pensamentos, as imagens e o sistema de crenças internas afetariam o comportamento da pessoa.
· Existencial - O sujeito apresenta dificuldades na busca de significado para a sua vida.
· Eventos estressores da vida - estão diretamente ligados a perdas pessoais, maus-tratos físicos e/ou sexuais, são fatores que aumentam a probabilidade de depressão
· Principais sintomas (CID):
· perda do prazer e do interesse;
· humor deprimido; energia reduzida;
· cansaço acentuado depois de esforço leve;
· sono perturbado;
· culpa ou diminuição da autoconfiança;
· fadiga;
· diminuição da libido;
· diminuição, agitação ou lentificação da fala;
· alteração do apetite;
· dificuldade de concentração;
· pensamentos ou atos suicidas.
· Os transtornos depressivos apresentam três níveis: leve, moderado e grave:
· Depressão leve:
· Os sintomas são identificados como os típicos do pesar normal, e as alterações cognitivas são a preocupação com a perda, ambivalência e tendência a culpar os outros. 
· As alterações comportamentais são marcadas pelas crises de choro, regressão, agitação e inquietação. 
· As alterações de ordem fisiológicas são o da anorexia ou aumento da ingestão de alimentos, dor torácica, insônia ou hipersonia e cefaleia
· Depressão moderada:
· Os sintomas associados na esfera cognitiva são retardo do pensamento, dificuldade de concentrar-se, e pensamentos obsessivos e repetitivos. 
· Na alteração comportamental, os movimentos físicos ficam mais lentos, a postura fica largada, a fala mais lenta e o isolamento social é marcante, além de o paciente apresentar condições precárias de higiene. 
· No aspecto fisiológico, as alterações são de anorexia ou aumento do consumo de alimentos, dores abdominais, fadiga, amenorreia, insônia ou hipersonia e diminuição da libido
· Depressão grave:
· Os principais sintomas de ordem afetiva são de total sentimento de desespero, impotência e menos-valia, sentimentos de vazio, apatia, solidão, tristeza e total incapacidade de sentir prazer. 
· Na esfera fisiológica, os sintomas são de lentificação geral de todo o corpo, constipação intestinal, retenção urinária, amenorreia, perda significativa de peso e diminuição da libido.
· Nesse tipo de transtorno ainda podem ocorrer sintomas psicóticos, como delírios e alucinações.
· Transtorno depressivo recorrente:
· É caracterizado por episódios repetidos de depressão com períodos de recaída e remissão, sendo considerado um tipo de depressão crônica.
· Distimia:
· Condição mais comum na infância ou na adolescência, sendo vista como parte integrante do processo de desenvolvimento da personalidade. Para ser considerada um transtorno crônico, seus sintomas devem estar presentes de forma ininterrupta por no mínimo dois anos.
· Uso de psicofármacos nos transtornos do humor
· Os pacientes que recebem tratamento medicamentoso com antidepressivos apresentam melhora dos sintomas de até 50%, e essa redução pode chegar a 85% quando o uso de medicamento é associado à terapia.
· Os principais psicofármacos envolvidos no cuidado às pessoas com transtornos depressivos:
· Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)
· Inibição seletiva e potente da recaptação de serotonina, também conhecida como inibição do transportador de serotonina (SERT). 
· Essa inibição promove primeiramente um aumento da concentração da serotonina na região somatodendrítica do neurônio, e não na terminação axônica. 
· Nesse caso, os principais fármacos utilizados são: Fluoxetina, Sertralina, Paroxetina, Citalopram, Escitalopram e Fluvoxamina.
· Inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina (IRSN)
· Promovem a inibição da serotonina, assim como a inibição do transportador de noradrenalina em menor grau. 
· São os principais fármacos utilizados: Venlafaxina, Desvenlafaxina, Duloxetina.
· Inibidores da recaptação de noradrenalina e dopamina (IRND)
· Inibem a recaptação da noradrenalina e da dopamina pelo transportador de dopamina. 
· O principal fármaco utilizado é a Bupropiona.
· Antidepressivos tricíclicos (ADT)
· Bloqueiam as bombas de recaptação de noradrenalina ou simultaneamente de noradrenalina e serotonina. 
· Alguns são mais seletivos para a noradrenalina, e outros, para a serotonina. A maioria, no entanto, inibe em certo grau tanto a recaptação de serotonina quanto a de noradrenalina. 
· Além disso, promovem inibição de receptores colinérgicos, histamínicos, α-adrenérgicos e dos canais de sódio sensíveis à voltagem. 
· Os principais fármacos utilizados são: Clomipramina, Imipramina, Amitriptilina, Nortriptilina.
· Inibidores da monoamina oxidase (MAO)
· Essas enzimas são responsáveis pela degradação das principais monoaminas relacionadas à depressão (serotonina, noradrenalina e dopamina). Sua inibição promove o aumento dos níveis desses neurotransmissores no cérebro. 
· Os principais fármacos utilizados são: Selegilina, Fenelzina, Tranilcipromina.
· Transtorno bipolar:
· É caracterizado por alternância de episódios de depressão e mania (euforia/expansividade); dessa forma, não se trata de ficar alegre e triste, calmo e irritado em poucos minutos
· Tipos:
· Transtorno bipolar tipo I - Há ocorrência de episódios maníacos com ou sem episódio depressivo maior.
· Transtorno bipolar tipo II - Há pelo menos um episódio depressivo, com episódio de hipomania (não necessariamente mania).
· São sintomas maníacos humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável, autoestima inflada ou mania de grandeza, necessidade de sono reduzida, necessidade excessiva de falar, fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados
· Medicamentos:
· Estabilizador do humor Carbonato de lítio:
· Um íon que possui como mecanismo de ação locais de transdução de sinais e receptores de neurotransmissores. 
· Apesar de proporcionar uma ótima resposta terapêutica, esse psicofármaco apresenta uma janela terapêutica apertada, sendo necessário o acompanhamento rotineiro da dosagem séria no organismo do usuário, pois uma dosagem alta pode provocar efeitos tóxicos graves
· Outros fármacos que são utilizados no tratamento do transtorno bipolar são: ácido valproico, carbamazepina e lamotrigina.
· Transtornos de ansiedade:
· Há diversos tipos de transtornos de ansiedade, os quais são classificados de acordo com a sintomatologia específica:
· Fobia específica – temor acentuado causado pela presença ou previsão de um objeto específico
· Fobia social (ansiedade social) – temor acentuado de situações sociais ou desempenho. Medo de agir de forma humilhante. Existe esquiva.
· Transtorno do pânico – ataques de pânico com sofrimento psíquico e físico, medo de perder o controle e de morrer
· Agorafobia (ansiedade em situações como estar em ambiente fechado, ambiente aberto, multidões, em transporte público etc.) – Medode situações ou lugares que causam sensação de aprisionamento e impotência
· Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) – preocupação excessiva por seis meses ou mais sobre diversas áreas da vida e atividades diárias
· Transtorno de estresse pós-traumático – se manifesta em decorrência de um evento traumático, o trauma é revivido e se esquiva de situações potencialmente ativadoras da resposta
· Transtorno obsessivo compulsivo (TOC) – obsessões (pensamentos intrusivos) e compulsões (comportamentos que quando iniciados são difíceis de parar, repetitivos)
· Medicamentos:
· Antidepressivos
· Benzodiazepínicos - medicamentos que resultam em ações sobre o Sistema Nervoso Central (SNC).
· Seus efeitos são: sedação, hipnose, redução da ansiedade, relaxamento muscular, amnésia e atividade anticonvulsivante
· Alta capacidade de produzir dependência e abstinência em quem faz uso contínuo e prolongado
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) Até há pouco tempo, o transtorno afetivo bipolar era denominado de psicose maníaco-depressiva. Esse nome foi abandonado porque esse transtorno não apresenta necessariamente sintomas psicóticos. O início desse transtorno se dá por volta dos 20 a 30 anos de idade, mas pode começar mesmo após os 70 anos. Sobre o transtorno bipolar, marque a alternativa correta:
A) O início sempre será pela fase depressiva da doença.
B) Pacientes portadores de esquizofrenia apresentam maior possibilidade de desenvolver a doença.
C) O carbonato de lítio é a medicação de primeira escolha para o tratamento dessa patologia.
D) O portador de TBH apresenta como sintomas fuga da realidade, confusão mental, delírios e alucinações.
E) É uma doença incurável que, mesmo sendo tratada, impossibilita o portador de exercer suas habilidades sociais.
2) Um paciente apresenta pensamentos/ideias que lhe impõem rituais repetitivos como forma de exorcizar as ideias. De acordo com as Diretrizes Diagnósticas da CID-11 (Classificação Internacional das Doenças), essa é uma característica clínica do transtorno
A) de somatização.
B) obsessivo compulsivo.
C) doloroso somatomorfo persistente.
D) hipocondríaco.
E) dissociativo.
MÓDULO 03
· Transtornos psicóticos:
· A psicose implica a perda do contato com a realidade. Esse estado pode ser entendido como uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas) que está associada a uma série de transtornos psiquiátricos diferentes
· Psicose x esquizofrenia
· Psicose e a esquizofrenia são sinônimas. 
· A esquizofrenia apresenta sintomas psicóticos, porém vale destacar que a psicose não está limitada apenas à esquizofrenia
· A psicose pode ser dividida em:
· Psicose orgânica - Pode ser induzida por uso de drogas, alterações clínicas e delírio.
· Psicose não orgânica - Está associada aos transtornos de humor e à esquizofrenia.
· Esquizofrenia – prevalência e fatores causais:
· É um transtorno que se caracteriza por alucinações, discurso desordenado, comportamento desorganizado ou catatônico ou sintomas negativos que perduram por cerca de seis meses ou mais, com pelo menos um mês de delírios.
· Transtorno crônico, com curso que abrange três fases:
· Fase prodrômica
· Fase ativa
· Fase residual
· O transtorno esquizofrênico é dividido em três grupos de fatores:
· Ambientais estressantes - Relação pai-filho caracterizada por ansiedade intensa, comunicação com duplo vínculo, sistema familiar fechado, limites pouco claros, interação familiar deficiente
· Genéticos - A probabilidade de filhos esquizofrênicos é maior se um dos pais for esquizofrênico.
· Bioquímicos - Os sintomas da esquizofrenia resultam de desequilíbrios de substâncias neuroquímicas no cérebro, como a dopamina, serotonina e noradrenalina.
· Sintomas de esquizofrenia
· Sintomas positivos - são caracterizados por delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamento desorganizado e agitação
· Sintomas negativos - são o embotamento afetivo, alogia, pobreza do discurso, retraimento social apático, anedonia e avolição
· Sintomas cognitivos - consistem em prejuízos da atenção e do processamento de informações
· Manifestação dos sintomas:
· Comprometimento da fluência verbal - Capacidade de produção de fala espontânea.
· Problemas com a aprendizagem sequencial - De uma lista de itens ou de uma série de eventos.
· Vigilância prejudicada das funções executivas - Dificuldades para manter e focar a atenção e a concentração, dificuldades para estabelecer prioridades e dificuldades na modulação do comportamento com base em pistas sociais.
· Prognóstico:
· Fatores que melhoram o prognóstico:
· início tardio e de forma aguda;
· predomínio dos sintomas positivos sobre os negativos especialmente durante a fase aguda; 
· bom sistema de apoio familiar e social.
· Fatores que pioram o prognóstico:
· início precoce e insidioso;
· isolamento social;
· autismo;
· sintomas negativos (déficits de comportamento);
· história familiar de esquizofrenia; e
· episódios de reagudização sintomatológica.
· Tipos da esquizofrenia:
· Esquizofrenia simples - Surge de forma insidiosa e progressiva com excentricidade do comportamento, incapacidade de responder às exigências sociais e queda no desempenho global
· Esquizofrenia paranoide - Tipo mais comum e que melhor responde ao tratamento. Observa-se a predominância de delírios e alucinações.
· Esquizofrenia hebefrênica - Caracteriza-se pelo início precoce (antes dos 20 anos) e por alterações em nível de concentração, pouca coerência de pensamento, pobreza de raciocínio, discurso infantil e cheio de divagações. Risos imotivados, etc
· Esquizofrenia catatônica - É o tipo menos frequente. Caracteriza-se por transtornos psicomotores que dificultam ou impedem a locomoção. Falta de fala
· Esquizofrenia indiferenciada - Caracteriza-se por transtornos psicóticos que preenchem os critérios do diagnóstico de esquizofrenia, porém, não apresentam características marcantes
· Esquizofrenia residual - Estágio crônico no desenvolvimento de um transtorno esquizofrênico, no qual houve uma progressão clara de um estágio inicial para um estágio mais tardio, caracterizado por sintomas negativos de longa duração
· Uso de psicofármacos no tratamento de psicoses:
· Antipsicóticos - diminuem ou cessam os sintomas psicóticos, o impulso agressivo e de agitação psicomotora:
· Antipsicóticos típicos - possuem a capacidade de bloquear os receptores de dopamina em todo o cérebro. 
· Essa ação demonstrou ser responsável não apenas pela sua eficácia, mas também pela maioria dos efeitos colaterais indesejáveis
· As ações terapêuticas dos antipsicóticos convencionais devem-se ao bloqueio de dopamina especificamente na via mesolímbica, envolvida nos sintomas positivos da esquizofrenia. 
· São exemplos de antipsicóticos típicos: haloperidol; flufenazina; clorpromazina, levomepromazina, tioridazina, sulpirida, zuclopentixol, pipotiazina.
· Antipsicóticos atípicos - atuam ao estabilizar a neurotransmissão dopaminérgica em um estado entre o antagonismo silencioso e a estimulação completa (ação agonista), atuando como agonistas parciais dos receptores de dopamina. 
· São exemplos de antipsicóticos atípicos: clozapina, olanzapina, risperidona, ziprazidona, aripiprazol, quetiapina.
· Transtornos de personalidade:
· A personalidade pode se expressar como uma estrutura que caracteriza a forma como o sujeito encara a realidade psicofísica e interage com o meio, manifestando-se por meio do comportamento
· Os transtornos de personalidade são distúrbios graves do comportamento, envolvendo todas as áreas de atuação da pessoa e resultando em considerável ruptura pessoal e social
· As principais características do transtorno de personalidade são:
· atitudes e condutas marcadamente desarmônicas, envolvendo todas as áreas de funcionamento (trabalho, família e sociedade);
· padrão anormal de comportamento (constante e de longa duração); comportamento inflexível;
· baixa tolerância ao estresse;
· negação dos comportamentos desajustados; com isso, raramente o portador busca tratamento apesar de os problemas sociais ou ocupacionais e as manifestações aparecem na infânciaou adolescência e permanecerem na vida adulta.
· Conjunto de fatores associados
· Fatores de desenvolvimento - No que se refere aos fatores de desenvolvimento, observa-se a incapacidade de desenvolvimento da autonomia, com uma figura materna percebida de forma ambivalente
· Fatores biológicos ou genéticos - Já quanto aos fatores biológicos ou genéticos, a maioria dos estudos aponta a questão da predisposição familiar.
· Fatores socioculturais - Por último, tem-se a etiologia dos fatores socioculturais, na qual o isolamento social pode resultar da adoção de normas, comportamentos e sistemas de valores que diferem da cultura da maioria.
· Classificação dos transtornos de personalidade (DSM):
· Grupo A - Comportamentos descritos com estranhos ou excêntricos.
· Transtorno de personalidade esquizoide – afastamento de contatos sociais e afetivos, introvertido, frieza emocional, não tem interesse em relacionamentos.
· Transtorno de personalidade esquizotípico – excentricidade, ilusões, isolamento social e afeto inadequado
· Transtorno de personalidade paranoide – sensibilidade excessiva a rejeições, suspeita injustificada, inveja patológica, hipervigilância
· Grupo B - Comportamentos descritos como dramáticos, impulsivos, emocionais ou erráticos.
· Transtorno de personalidade antissocial – violação e desrespeito aos direitos e sentimentos de outras pessoas, ausência de culpa, baixa tolerância à frustração, baixa empatia
· Transtorno de personalidade borderline (limítrofe) – limite entre neurose e psicose, instabilidade emocional, sentimento de vazio, comportamento compulsivo, atos destrutivos a si e aos outros
· Transtorno de personalidade histriônica – querer ser o centro das atenções, sedutor, provocativo, discurso e teatralidade, sugestionável.
· Transtorno de personalidade narcisista – poder, sucesso, admiração, considera os outros inferiores, baixa empatia, inveja e arrogância
· Grupo C - Comportamentos descritos como ansiosos ou medrosos.
· Transtorno de personalidade dependente – baixa autoconfiança, passividade, falta de perseverança, dificuldade em tomar decisões, medo de abandono.
· Transtorno de personalidade evitativa – evitação por medo de crítica ou rejeição, inadequação, sente-se socialmente incapaz, mas deseja se relacionar.
· Transtorno de personalidade anancástico (tpoc) – perfeccionismo, meticulosidade, teimosia, rigidez, cautela e controle.
· No aspecto farmacológico, os transtornos de personalidade são tratados com psicoterapia além de neurolépticos, antidepressivos, antimaníacos e ansiolíticos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) A esquizofrenia que se caracteriza pela presença de atitudes bizarras, afeto pueril, com início ainda na adolescência, é a
A) hebefrênica.
B) paranoide.
C) catatônica.
D) residual.
E) simples.
2) É um distúrbio grave do comportamento, envolvendo todas as áreas de atuação da pessoa, resultando em considerável ruptura pessoal e social. O transtorno de personalidade, que tem como característica a desconfiança generalizada e imotivada, manifestada por ciúme, inveja, irritabilidade e hostilidade, é conhecido como
A) transtorno esquizoide.
B) transtorno antissocial.
C) transtorno esquizotípico.
D) transtorno limítrofe.
E) transtorno paranoide.
MÓDULO 04
· Fatores socioculturais e epidemiologia dos transtornos dismórficos corporais:
· Os portadores de TDC apresentam um comportamento perceptivo “distorcido” em relação à imagem corporal e uma preocupação com uma “anomalia imaginária” na aparência ou exagerada em relação a uma imperfeição corporal identificada.
· O nível de distorção da autopercepção pode variar de baixo, quando a pessoa se reconhece como “não atrativa” ou “inadequada”, podendo aparecer níveis mais extremos, nos quais a pessoa se autopercebe como “um monstro”, gerando enorme prejuízo e sofrimento
· Muitos pacientes buscam os consultórios de cirurgia plástica, em vez de procurar tratamento com psiquiatras ou psicólogos, pois acreditam estar lidando com um defeito corporal, e não como um transtorno mental.
· Características do TDC:
· O transtorno pode se manifestar, incialmente, na infância e na adolescência, pois é o momento em que se está mais suscetível às mudanças na aparência
· É possível que alguns pacientes com TDC tenham sintomas obsessivos-compulsivos que não revelam, pois se sentem envergonhados
· Grande parte das pessoas com TDC apresentam alterações da sensopercepção, como sensações táteis
· Manifestação do chamado espectro do transtorno obsessivo compulsivo
· O DSM-5 estabelece quatro critérios de diagnósticos para que o TDC seja caracterizado:
· O indivíduo preocupa-se com um defeito na aparência física e, se uma anomalia mínima é identificada, tem preocupação marcadamente excessiva com ela.
· Durante o curso da doença, o indivíduo realiza comportamentos repetitivos (por exemplo, verificações no espelho) ou atos mentais em resposta aos problemas de aparência
· A preocupação deve causar estresse significativo ou prejuízo na vida social, ocupacional ou outras áreas do funcionamento.
· As queixas não podem ser caracterizadas como outro transtorno mental, tais como a anorexia nervosa.
· Os principais sinais e sintomas desse tipo de transtorno são:
· preocupação excessiva com determinadas partes do corpo;
· dificuldade para se concentrar em outras coisas do dia a dia;
· baixa autoestima;
· constante averiguação de si mesmo no espelho ou fuga do espelho; e
· tendência a evitar a vida social ou atividades em que a parte considerada com defeito possa ficar exposta.
· Especificações no TDC e psicofarmacologia:
· A dismorfia muscular é uma variação do TDC e se caracteriza pela preocupação em relação à estrutura corporal, a qual é considerada como muito inferior ou insuficiente
· Outras especificações importantes no diagnóstico são relativas ao nível de insight. Em outras palavras, é importante destacar o quão ciente a pessoa se encontra sobre a não veracidade das crenças que tem sobre a sua imagem corporal.
· Muitos pacientes com TDC acreditam serem julgados pelos outros, apresentando delírios de referência
· Podem apresentar relação com os transtornos alimentares, principalmente a anorexia nervosa, em que a pessoa possui também dificuldade para se relacionar com outras pessoas
· A anorexia nervosa é caracterizada por declínio da ingestão de alimentos, manutenção da perda de peso e alterações nas funções vitais, como: hipotensão bradicardia, taquicardia, baixa temperatura corporal, alterações nos exames laboratoriais, além de um alto risco de suicídio.
· Medicamentos:
· É indicado o uso de inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS)
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) Transtorno que é caracterizado por um comportamento perceptivo distorcido em relação à imagem corporal é o
A) transtorno de pensamento.
B) transtorno de personalidade.
C) transtorno dismórfico corporal.
D) transtorno de humor.
E) transtorno de ansiedade.
2) Transtorno mental de ordem alimentar que comumente é confundido com o transtorno dismórfico corporal é chamado de
A) bulimia nervosa.
B) anorexia nervosa.
C) obesidade.
D) melancolia.
E) depressão.
TEMA 04 – (CRÉDITO DIGITAL) VÍNCULO E SAÚDE MENTAL: AS REDES VIVAS QUE FAZEM A ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ACONTECER
MÓDULO 01
· Desinstitucionalização
· Os principais pontos de avanço desde o início da Reforma Psiquiátrica no Brasil são:
· Lei n° 10.216 - Reforça a importância da proteção e dos direitos das pessoas com transtornos mentais e também redireciona o modelo assistencial em Saúde Mental.
· Portaria nº 336 - Estabelece diretrizes para o funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
· Programa de Volta Para Casa - Traz incentivo financeiro a egressos de longas internações, criado pelo Ministério da Saúde por meio da Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003.
· Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) - Implantação da rede de Atenção Psicossocial (RAPS) pela Portaria GM/MS nº 3088, de 23 de dezembro de 2011, republicada em 21 de maio de 2013.
· Principais mudanças:
· Tivemos um grande aumento do número de CAPS, que passarama ocupar o lugar de ordenadores da rede de Saúde Mental como serviço substitutivo e não complementar ao hospital psiquiátrico.
· Presenciamos a instituição das Unidades de Acolhimento (UA) e das Unidades de Acolhimento Infantojuvenil (UAI), com foco em pessoas que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas e estão em situação de vulnerabilidade social.
· Vimos ganhar força a estratégia de desinstitucionalização com o crescimento dos Serviços Residenciais Terapêuticos e o matriciamento da Saúde Mental na Atenção Básica, instrumentalizando os profissionais de saúde para atuação de acordo com o que preconiza a Reforma Psiquiátrica, a fim de promover atendimento e acolhimento no território.
· Para desinstitucionalizar, é necessário:
· Moradia
· Renda
· Trabalho
· Alimentação
· Lazer
· Acesso às necessidades humanas básicas
· O Serviço Residencial Terapêutico (SRT) e o território:
· São importantes para muitos usuários de Saúde Mental, pois funcionam como moradia aos que não possuem suporte social para sair do hospital psiquiátrico e viver na comunidade.
· Na residência terapêutica, o objetivo é contribuir com o “ato de morar”.
· Nas residências terapêuticas não se faz tratamento, pois essa atribuição é dos CAPS, Atenção Básica, entre outros serviços
· Conjunto de leis e portarias que embasa as residências terapêuticas:
· Lei nº 10.216/2001 - dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em Saúde Mental.
· Lei nº 10.708/2003 - Institui o Programa de Volta para Casa, que é o auxílio-reabilitação para pacientes egressos de internações psiquiátricas.
· Portarias GM nº 52 e 53/2004, do Ministério da Saúde - regulam a redução progressiva de leitos psiquiátricos e dos leitos já existentes.
· Portaria nº 106/2000, do Ministério da Saúde - traz os Serviços Residenciais Terapêuticos do SUS para egressos de longas internações.
· Portaria nº 1.220/2000 - regulamenta a Portaria 106/2000, para cadastro e financiamento no SIA/SUS.
· Tipos de SRT:
· SRT I - é destinada a moradores mais estáveis e com mais autonomia.
· SRT II - conta com o acompanhamento presencial de cuidadores 24 horas por dia, uma vez que seus moradores apresentam mais necessidade de cuidados.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) Em relação à desinstitucionalização, marque a opção correta:
A) Desinstitucionalizar é sinônimo de desospitalizar.
B) A principal estratégia de desinstitucionalização é o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
C) O Serviço Residencial Terapêutico é uma estratégia primordial para a desinstitucionalização acontecer.
D) O Serviço Residencial Terapêutico é mais complexo que a Residência Terapêutica.
E) O CAPS pode substituir o trabalho realizado no Serviço Residencial Terapêutico.
2) O Serviço Residencial Terapêutico (SRT) tem importantes características, marque a opção incorreta:
A) Pode ser dividido em SRT 1 e SRT 2.
B) O SRT 1 acolhe moradores com mais possibilidades de autonomia.
C) O SRT 2 acolhe moradores com mais dificuldades de autonomia.
D) O SRT 3 é somente para moradores que são egressos de mais de 40 anos de internação.
E) O SRT não tem função de tratamento e sim de moradia.
MÓDULO 02
· Experiências de cuidado nos serviços de atenção psicossocial:
· Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) 
· É responsável por uma série de ações e serviços para um cuidado pautado na liberdade, buscando articulação e alinhamento entre seus componentes.
· Componentes:
· 1 - Atenção Básica em Saúde
· Formada pelos seguintes pontos de atenção: Unidade Básica de Saúde; Equipes de Atenção Básica para populações específicas: Equipe de Consultório na Rua e Equipe de apoio aos serviços do componente Atenção Residencial de Caráter Transitório; Centros de Convivência.
· 2 - Atenção Psicossocial Especializada
· Formada pelos seguintes pontos de atenção: Centros de Atenção Psicossocial nas suas diferentes modalidades.
· 3 - Atenção de Urgência e Emergência
· Formada pelos seguintes pontos de atenção: SAMU 192; Sala de Estabilização; UPA 24 horas; Portas Hospitalares de Atenção à Urgência/Pronto-Socorro; Unidades Básicas de Saúde, entre outros.
· 4 - Atenção Residencial de Caráter Transitório
· Formada pelos seguintes pontos de atenção: Unidade de Recolhimento; Serviços de Atenção em Regime Residencial.
· 5 - Atenção Hospitalar
· Formada pelos seguintes pontos de atenção: Enfermaria Especializada em Hospital Geral; Serviço Hospitalar de Referência para Atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
· 6 - Estratégias de Desinstitucionalização
· Formadas pelo seguinte ponto de atenção: Serviços Residenciais Terapêuticos.
· 7 - Reabilitação Psicossocial
· Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011.
· Nenhum profissional pode cuidar sozinho de pessoas em sofrimento psíquico com ideação suicida, é preciso um trabalho intersetorial, envolvendo múltiplos atores e serviços!
· Os CAPS e as Clínicas da Família são serviços que acolhem crises diariamente
· O acolhimento inicial é importante para a construção do vínculo e para o acompanhamento, porque ele pode produzir marcas positivas ou negativas.
· É importante que sejam feitas articulações com escolas, associações da comunidade do entorno, serviços que não sejam somente da área da Saúde
· Promoção e prevenção
· Tentativa de suicídio: sinais, sintomas, contexto de vida
· Ideação suicida - Significa que a pessoa produz pensamentos que podem se tornar planos para colocar fim à própria vida.
· Comportamento suicida - Significa que a pessoa pode, de fato, cometer o suicídio ou colocar em prática uma ação para conseguir a própria morte.
· Automutilação – pode ou não ser com o fim de morrer
· Sinais nos quais devemos prestar atenção quando tratamos do tema Saúde Mental:
· Autoflagelação
· Muitas falas podem servir de alerta
· Nem sempre quem tenta o suicídio tem depressão
· Às vezes, num ato de desespero, a pessoa toma uma atitude impulsiva e comete ou tenta o suicídio
· Outros sinais, sintomas e situações merecem atenção, mas sempre devem ser analisados no contexto de vida de cada sujeito: pessimismo, apatia, ansiedade permanente, insônia, tentativa de suicídio anterior, isolamento social, uso abusivo de álcool e outras drogas, etc
· Grupos de maior risco:
· A menor busca pelo apoio de serviços de saúde por parte dos homens parece ter forte influência no agravamento do quadro.
· Um número significativamente alto de adolescentes apresenta comportamento e/ou ideação suicida
· Mudanças corporais, afloramento da sexualidade, fim da infância, estímulo ao consumismo e redes sociais
· Idosos:
· Perdas financeiras;
· Funções corporais diminuídas;
· Autonomia prejudicada;
· Sensação de dependência dos familiares e cuidadores;
· Perda de entes queridos e relações construídas ao longo da vida.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) Existem muitas concepções equivocadas em relação ao suicídio. Marque a opção que traz uma questão incorreta em relação ao tema:
A) O suicídio é um ato que pressupõe um período significativo de silêncio, pois quem tem ideação suicida não avisa sobre seus pensamentos.
B) As mulheres apresentam mais tentativas de suicídio, porém os homens conseguem consumar o suicídio com mais frequência.
C) A automutilação nem sempre configura uma tentativa de suicídio.
D) Existe um número significativo de suicídio entre os idosos.
E) Alguns casos de suicídio não são associados à depressão.
2) Muitos serviços e ações de saúde são importantes no enfrentamento e na prevenção do suicídio. Marque a opção correta em relação à rede envolvida nesse cuidado:
A) O foco de cuidado deve ser centrado em hospitais, para evitar circulação da pessoa com risco de suicídio.
B) A Atenção Básica não tem autonomia para acompanhar os casos de tentativa de suicídio no território.
C) O CAPS é o único serviço territorial responsável pelo acolhimento à crise que diz respeito ao suicídio.
D) Todos os dispositivos da RAPS precisam estar envolvidos no cuidado direcionado para as pessoascom risco ou tentativa de suicídio.
E) A UPA é o principal serviço de cuidado direcionado às pessoas com tentativa de suicídio.
MÓDULO 03
· Infância e adolescência e fatores de sofrimento psíquico
· Tanto na infância quanto na adolescência existe maior vulnerabilidade a diversos tipos de violência: violência sexual, violência física, negligência, exploração, entre tantas outras que provocam adoecimento de crianças e adolescentes expostos por muito tempo em espaços que deveriam ser seguros, como a escola, a casa e a comunidade em que vivem.
· É muito importante que as pessoas ao redor observem mudanças no comportamento e ofereçam atenção a essa criança. Frequentemente, ela manifesta seu sofrimento nas brincadeiras ou quando deixa de brincar.
· Outros tantos fatores também podem desencadear sofrimento e adoecimento psíquico:
· Síndromes depressivas;
· Transtornos de ansiedade;
· Uso abusivo de álcool e outras drogas;
· Comportamento violento;
· Isolamento social.
· É extremamente delicado diagnosticar crianças e adolescentes na área da Saúde Mental, pois o diagnóstico pode facilmente se transformar em um rótulo ou uma sentença.
· Centro De Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSI)
· A promulgação da Lei nº 10.216 - direitos e proteção das pessoas com transtornos mentais e do redirecionamento da assistência em Saúde Mental
· Portaria nº 336 - definiu os tipos de CAPS e seu funcionamento
· O Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi) - é um serviço voltado para crianças e adolescentes, preferencialmente para municípios com população acima de 200.000 habitantes
· Aspectos que precisam estar presentes no serviço:
· Constituir-se em serviço ambulatorial de atenção diária destinado a crianças e adolescentes com transtornos mentais.
· Possuir capacidade técnica para desempenhar o papel de regulador da porta de entrada da rede assistencial no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial, definido na Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS), de acordo com a determinação do gestor local.
· Responsabilizar-se, sob coordenação do gestor local, pela organização da demanda e da rede de cuidados em Saúde Mental de crianças e adolescentes no âmbito do seu território.
· Coordenar, por delegação do gestor local, as atividades de supervisão de unidades de atendimento psiquiátrico a crianças e adolescentes no âmbito do seu território.
· Supervisionar e capacitar as equipes de Atenção Básica, serviços e programas de Saúde Mental no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial, na atenção à infância e adolescência.
· Realizar, e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam medicamentos essenciais para a área de Saúde Mental regulamentados pela Portaria/GM/MS nº 1077, de 24 de agosto de 1999, e medicamentos excepcionais, regulamentados pela Portaria/SAS/MS nº 341, de 22 de agosto de 2001, em sua área assistencial.
· Funcionar de 8:00 às 18:00 horas, em dois turnos, durante os cinco dias úteis da semana, podendo comportar um terceiro turno que funcione até às 21:00 horas (Portaria nº 336, de 19 de fevereiro de 2002).
· Atividades realizadas no CAPSi:
· Atendimento individual; atendimento medicamentoso; oficinas terapêuticas; atendimento em grupos; atendimento familiar; refeições diárias; vista domiciliar; atividades que buscam a integração da criança e do adolescente nas escolas, na comunidade, na família e em outras questões de aspecto social; trabalho intersetorial, principalmente com escolas e demais serviços de educação, assistência social e justiça.
· Profissionais:
· Atendimento de 15 crianças e/ou adolescentes por turno, tendo como limite máximo 25 pacientes/dia
· 1 médico psiquiatra ou neurologista ou pediatra com formação em Saúde Mental;
· 1 enfermeiro;
· 4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico;
· 5 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) O CAPSi é muito mais que um serviço, é uma estratégia para ampliação do olhar e do cuidado para crianças e adolescentes em sofrimento e adoecimento psíquico. Sobre o CAPSi, marque a opção incorreta:
A) O CAPSi tem seu funcionamento detalhado na Portaria nº 336, de 19 de setembro de 2002.
B) O CAPSi permite somente a presença do médico pediatra, sem possibilidade de médico psiquiatra.
C) O CAPSi é um serviço territorial, que deve ser independente de qualquer estrutura hospitalar.
D) O CAPSi tem como uma de suas atividades a visita domiciliar.
E) No CAPSi é possível ter acesso a tratamento medicamentoso.
2) Muitas crianças e muitos adolescentes adoecem psiquicamente, mas existe grande dificuldade de identificar o momento em que é necessário tratamento. Marque a opção incorreta em relação à Saúde Mental Infantojuvenil:
A) Muitas crianças que estão em sofrimento psíquico tornam-se agressivas como forma de expressar seus sentimentos.
B) Muitos adolescentes recorrem ao uso abusivo de álcool e outras drogas para lidar com o sofrimento psíquico.
C) É comum que a violência contra crianças ocorra nas ruas, sendo pouco recorrente em ambientes que a criança frequenta, como casa e escola.
D) A vulnerabilidade social e econômica influencia fortemente no adoecimento psíquico de crianças e adolescentes.
E) As questões da sexualidade e mudanças corporais podem ser fatores desafiadores para os adolescentes.
MÓDULO 04
· As formas de tratamento e/ou enfrentamento de problemas no campo de álcool e outras drogas:
· O sujeito que faz uso abusivo de álcool e outras drogas sofre grande preconceito na sociedade de uma forma geral, muitas vezes é julgado de uma perspectiva moral, considerado criminoso ou avaliado como doente.
· As formas de tratamento e/ou enfrentamento de problemas no campo de álcool e outras drogas têm ocorrido por intermédio de:
· Abstinência - É consenso entre os estudiosos da área que a abstinência como ponto de partida de tratamento é uma tentativa fracassada
· Repressão
· Redução de danos - aposta na autonomia do sujeito e não em sua tutela
· Anos 80 - as ações de saúde na lógica da Redução de Danos voltaram-se para a distribuição de seringas individuais e descartáveis, junto a cartilhas de orientação sobre o HIV.
· Na Holanda e na Inglaterra, a Redução de Danos ganhou força na década de 1980 e é considerada a alternativa mais eficaz no cuidado em relação ao uso abusivo de álcool e outras drogas do que os modelos de repressão, violência e abstinência.
· No Brasil, a lógica da política de Redução de Danos nasceu mais sanitarista e higienista, com o objetivo de diminuir o número de pessoas infectadas por HIV e hepatite.
· A discussão sobre Redução de Danos começou a ganhar força no Brasil na década de 1990 e passou a ser entendida como estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) - Política de Atenção Integral a Usuários de Álcool e Outras Drogas
· O Decreto nº 9.761 de 11 de abril de 2019, retirou a Redução de Danos como frente principal de cuidados, o que aumentou as dificuldades para a questão do cuidado nesse campo.
· Essa estratégia acolhe a liberdade dos sujeitos, como já mencionamos, respeitando seus direitos e sua cidadania. Seu objetivo é conseguir a inclusão social e também romper com o estigma ligado à pessoa que faz uso
· Um importante componente da equipe é o redutor de danos, que normalmente vive próximo do território ou circula com frequência na região, o que contribui muito para a confiança dos usuários daquela área.
· Algumas das ações tomadas pelo programa de redução de danos são:
· Troca de materiais
· Orientações e informações
· Testagem de HIV
· Terapias de substituição
· Kits de redução de danos
· Contribuição para o acesso aos serviços de saúde e assistência social
· Consultório na Rua e Unidade de Acolhimento (UA):
· As equipes do Consultório na Rua atuam de maneira itinerante e diretamente no local que a população

Outros materiais