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Apostila de Saúde Mental

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SAÚDE MENTAL 
 
 
 
Saúde Mental 
 
O que é saúde? 
A saúde é silenciosa, geralmente não a percebemos em sua plenitude; 
na maior parte das vezes apenas a identificamos quando adoecemos. É uma 
experiência de vida, vivenciada no intimo do corpo individual. Ouvir o próprio 
corpo é uma boa estratégia para assegurar a saúde com qualidade, pois não 
existe um limite preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de 
reciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na qual os 
mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, água, ar, clima, 
habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares e sociais) podem causar 
doenças. Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, 
pelos determinantes biológicos, psicológicos e sociais. Tal constatação nos 
remete à reflexão de que o processo saúde-doença-adoecimento ocorre de 
maneira desigual entre os indivíduos, as classes e os povos, recebendo 
influência direta do local que os seres ocupam na sociedade. 
 O considerado normal em um indivíduo pode não ser em outro; não há 
rigidez no processo. Dessa maneira, podemos deduzir que o ser humano 
precisa conhecer-se, necessita saber avaliar as transformações sofridas por 
seu corpo e identificar os sinais expressos por ele. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde: saúde é um estado de 
completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de 
doenças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quais fatores influenciam a Saúde? 
A OMS hoje reconhece que os seguintes fatores podem ter efeito até maior 
em nosso estado do que o acesso e uso do serviço de assistência médica: 
 
- Renda, status social e educação; quanto mais altos, mais saudável 
- Ambiente físico: água potável, ar puro, ambiente de trabalho sadio, casa segura e 
comunidade bem planejada 
- Rede de apoio social, incluindo família, amigos e comunidade 
- Genética, que influencia a expectativa de vida e o risco de desenvolvimento de 
determinadas doenças 
- Gênero: homens e mulheres enfrentam riscos de saúde diferentes em diferentes 
fases da vida 
- Comportamento pessoal e habilidade de enfrentar dificuldades, além de fumo, 
consomem de bebidas alcoólicas, hábitos alimentares, atividade física e forma de 
lidar com o estresse. 
 
 
O que é doença? 
A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições 
fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a 
dor, o prazer, enfim os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo 
que adoece. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contexto Histórico 
Com o passar dos anos, as mudanças nas sociedades levaram à 
necessidade de uma ampliação do entendimento sobre saúde: é quando após 
a II Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) cria a 
Organização Mundial de Saúde (OMS), composta por técnicos de vários 
países, com o objetivo de estudar e sugerir alternativas para melhorar a saúde 
mundial. 
Entre 6 e 12 de setembro de 1978, a OMS e a Fundação das Nações 
Unidas para a Infância (UNICEF) promoveram em Alma-Ata, ex-União 
Soviética uma Conferência Internacional sobre cuidados primários de saúde. 
Nesta conferência a OMS desenvolveu o conceito de saúde, sendo assim 
divulgado na carta de princípios de 7 de abril de 1948 (desde então o Dia 
Mundial da Saúde), implicando o reconhecimento do direito à saúde e da 
obrigação do Estado na promoção e proteção da saúde, diz que: 
“Saúde – estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não 
simplesmente à ausência de doença ou enfermidade – é um direito 
fundamental, e que a consecução do mais alto nível de saúde é a mais 
importante meta social mundial, cuja realização requer a ação de muitos outros 
setores sociais e econômicos, além do setor saúde” (OMS, 1976). 
Esta conferência ressaltou o íntimo inter-relacionamento e 
independência da saúde com o desenvolvimento econômico e social, sendo a 
primeira causa e consequência da progressiva melhoria das condições e da 
qualidade de vida. A chave do plano da Conferência de Alma-Ata está na 
prevenção, no desenvolvimento social e nos cuidados de saúde. Já no Brasil, 
em 1986, foi desenvolvida a VII Conferência Nacional de Saúde, na qual foram 
discutidos os temas: saúde como direito; reformulação do Sistema Nacional de 
Saúde (SUS) e financiamento setorial. Nesta conferência adotou-se o seguinte 
conceito sobre saúde: 
“... em seu sentido mais abrangente, a saúde é resultante das condições 
de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, 
emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de 
Doença
Dor
Morte Sofrimento
Incapacidades
saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social 
da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida” 
(BRASIL, 1986). 
Processo Saúde- Doença 
O Processo Saúde-Doença está diretamente atrelado à forma como o 
ser humano, no decorrer de sua existência, foi se apropriando da natureza para 
transformá-la, buscando o atendimento às suas necessidades. 
Fica claro que tal processo representa o conjunto de relações e variáveis 
que produz e condiciona o estado de saúde e doença de uma população, que 
se modifica nos diversos momentos históricos e do desenvolvimento científico 
da humanidade. Portanto, não é um conceito abstrato. 
Em síntese, pode-se dizer, em termos de sua determinação causal, que 
o processo saúde-doença representa o conjunto de relações e variáveis que 
produzem e condicionam o estado de saúde e doença de uma população, que 
variam em diversos momentos históricos e do desenvolvimento científico da 
humanidade. 
 
 O que é Saúde Mental? 
A Organização Mundial 
de Saúde afirma que não existe 
definição "oficial" de saúde 
mental. Diferenças culturais, 
julgamentos subjetivos, e teorias 
relacionadas concorrentes 
afetam o modo como a "saúde 
mental" é definida. Saúde 
mental é um termo usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva 
ou emocional. A saúde Mental pode incluir a capacidade de um indivíduo de 
apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as atividades e os esforços para 
atingir a resiliência psicológica. Admite-se, entretanto, que o conceito de 
Saúde Mental é mais amplo que a ausência de transtornos mentais" 
Também podemos dizer que Saúde Mental é o equilíbrio emocional 
entre o patrimônio interno e as exigências ou vivências externas. É a 
capacidade de administrar a própria vida e as suas emoções dentro de um 
amplo espectro de variações sem, contudo, perder o valor do real e do 
precioso. É ser capaz de ser sujeito de suas próprias ações sem perder a 
noção de tempo e espaço. É buscar viver a vida na sua plenitude máxima, 
respeitando o legal e o outro. 
Os seguintes itens foram identificados como critérios de saúde mental: 
 
1. Atitudes positivas em relação a si próprio 
2. Crescimento, desenvolvimento e auto-realização 
3. Integração e resposta emocional 
4. Autonomia e autodeterminação 
5. Percepção apurada da realidade 
6. Domínio ambiental e competência social; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que é Doença Mental? 
Pode ser entendida como uma variação mórbida do normal, variação 
esta capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social, 
ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com quem convive. 
É difícil definir um conceito universal de doença mental, devido aos 
fatores culturais que influenciam esta definição. Um comportamento que é 
considerado “normal “ou “anormal” é definido pelas normas culturais ou sociais 
do indivíduo. 
A doença Mental é caracterizada como respostas desajustadas a fatores 
de estresse do ambiente interno ou externo, evidenciadas por pensamentos, 
sentimentos e comportamentos que não são congruentes com as normas 
locais e culturais e interferem no funcionamento social, ocupacional e/ou físico 
do indivíduo. 
Transtornos mentais são alterações do funcionamento da mente que 
prejudicam o desempenho da pessoa na vidafamiliar, na vida social, na vida 
pessoal, no trabalho, nos estudos, na compreensão de si e dos outros, na 
possibilidade de autocrítica, na tolerância aos problemas e na possibilidade de 
ter prazer na vida em geral. 
Resiliência: Capacidade 
que um indivíduo ou uma 
população apresenta, após 
momento de adversidade, 
conseguindo se adaptar ou 
evoluir positivamente 
frente à situação. 
 
O Dia Mundial da Saúde 
Mental é comemorado em 10 
de Outubro. Foi instituído em 
1992 pela Federação Mundial 
de Saúde Mental. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/10_de_Outubro
https://pt.wikipedia.org/wiki/10_de_Outubro
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Federa%C3%A7%C3%A3o_Mundial_de_Sa%C3%BAde_Mental&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Federa%C3%A7%C3%A3o_Mundial_de_Sa%C3%BAde_Mental&action=edit&redlink=1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sofrimento Psíquico X Doença mental 
Há situações em que há sofrimento psicológico sem que este possa ser 
definido como uma doença ou transtorno mental no sentido clássico. 
Sofrimento psíquico e doença mental podem ser tomados como 
processos qualitativamente distintos. Para a classificação das doenças mentais 
leva-se em consideração “a presença de alterações, desintegração no 
funcionamento psíquico e a duração dessas alterações.” 
Todas as pessoas podem apresentar sinais de sofrimento psíquico em 
alguma fase da vida. Sofrimento psíquico diz respeito a um conjunto de mal-
estares que se caracteriza pela “dificuldade do sujeito em operar planos e 
definir sentidos para a vida, aliada a sentimento de impotência e vazio”. 
Já a doença mental revela o fracasso das tentativas de entender, 
superar, evitar ou tornar suportáveis os sofrimentos psíquicos, radicalizando o 
processo de alienação e fazendo o sujeito viver tensões sem expectativa de 
solução ou abolir os pólos de tensão entre parte/todo, essência/aparência, 
indivíduo/sociedade, consciência. 
Os transtornos mentais são tratados, de uma maneira geral, como uma 
associação de meios psicoterápicos e 
medicamentos (psicofármacos). 
 Algumas condições não requerem 
o uso de medicamentos e são tratados 
apenas por meios psicológicos. 
 
Os transtornos mentais, em geral 
resultam da soma de muitos fatores 
como: 
• Alterações no funcionamento do cérebro; 
• Fatores genéticos; 
• Fatores da própria personalidade do indivíduo; 
• Ação de um grande número de estresses; 
• Agressões de ordem física e psicológica; 
• Perdas, decepções, frustrações e sofrimentos físicos e psíquicos que 
perturbam o equilíbrio emocional; 
 
 
 
 
 
 
Historia da Loucura 
 A loucura pode ser considerada uma experiência social, já que é 
encarada de diferentes formas, tanto por grupos sociais como foi no decorrer 
da história. Na Grécia Antiga, a loucura era considerada uma manifestação 
divina. Os loucos eram vistos como profetas, porque falavam coisas que o 
homem comum não entendia. Outros achavam que eles tinham excesso de 
paixão, sentimento. Circulavam, nessa época, livremente pela cidade. 
 Já na Era Medieval, a Igreja tinha o saber e o poder, uma vez que 
era a intermediária entre Deus e o homem. Nos mosteiros era armazenado 
tudo o que se produzia de conhecimento. O louco era visto como uma 
associação demoníaca, um ser maligno. Se o louco fizesse a confissão de que 
era bruxo, poderia ser exorcizado ou punido. Ele era submetido à ordem 
religiosa. Caso o louco fosse rico, poderia comprar a Santa Inquisição e era 
considerado apenas „‟excêntrico‟‟. A loucura era encarada, nessa época, como 
uma heresia. Os loucos eram os heréticos. 
 No Renascimento, o homem é o centro de tudo. Dentre tantas 
características desse período, destacam-se: a arte, retratando a anatomia 
humana, as grandes navegações e, com o surgimento de sistemas de trocas, 
comércio, dinheiro e burgos (burguesia). Sendo assim, os lugares deveriam 
estar limpos e para isso seria necessário excluir aqueles que não participam do 
mercado de trabalho, tais como: mendigos, velhos, prostitutas, leprosos, 
sifilíticos e loucos. Foi instalado um verdadeiro “projeto de limpeza‟‟ das 
cidades. A “Nau dos loucos‟‟ foi à embarcação que levavam essas pessoas 
rejeitadas pela sociedade para serem deportadas para fora das cidades. 
 Com o início da sociedade industrial, as cidades, cada vez maiores, 
encheram-se de pessoas que não encontravam lugar nesta nova ordem social. 
Multiplicam-se nas ruas os desocupados, os mendigos e os vagabundos – os 
loucos dentre eles. Foram tomadas medidas repressivas para resolver esse 
problema - estas pessoas eram sumariamente internadas nas casas de 
A maioria das doenças mentais é influenciada por uma 
combinação de fatores biológicos, psicológicos e sócio 
culturais. 
 
correção e de trabalho e nos hospitais gerais. Tais instituições, não se 
propunham a ter função curativa – limitando-se à punição do pecado da 
ociosidade. Nesses locais, o louco não era percebido como doente, e sim como 
um dentre vários personagens que haviam abandonado o caminho da Razão e 
do Bem. 
 
 
 
 
Simbolizada na Europa pela Revolução Francesa, surgiu uma nova 
reestruturação do espaço social. Formalmente, não era mais permitido o 
encarceramento arbitrário de nenhum cidadão com a exceção dos loucos. 
Entendia-se que os loucos não podiam circular no espaço social como os 
outros cidadãos devido a sua alta periculosidade. Com o objetivo de curá-los, 
passaram a ser internados em instituições destinadas especificamente a eles: 
nasceu o manicômio. 
Philippe Pinel 
Influenciado pelas ideias do Iluminismo e da 
Revolução Francesa, Philippe Pinel (1745-1826) foi 
pioneiro no tratamento de doentes mentais e um dos 
precursores da psiquiatria moderna. Formado em 
medicina pela Universidade de Tolouse (França), 
dirigiu os hospitais de Bicêtre e Salpêtrière. Na sua 
Biografia consta que se interessou por essa área 
depois que um amigo tomado de loucura, fugiu para 
uma floresta, tendo sido devorado por lobos. Da 
observação dos seus próprios pacientes, em 1801, 
publicou seu Tratado Medico-Filosófico sobre a 
Alienação Mental, em que defende a doença mental 
como resultado de uma exposição excessiva a situações de estresse e, 
também, a danos hereditários capazes de provocar alterações patológicas no 
cérebro. 
 
Com base nisso, Pinel baniu tratamentos antigos, tais como sangrias, 
vômitos induzidos, purgações e ventosas, substituindo-as por tratamento digno 
e respeitoso, que inclui terapias ocupacionais. Dentro dessa linha, foi um dos 
primeiros a libertar os pacientes dos manicômios e das correntes, propiciando-
lhes liberdade de momentos por si só terapêutica. 
 
Consideradas avançadas para a época, as teorias de Pinel nem sempre 
foram aceitas integralmente. Mesmo depois da publicação de seus estudos, era 
comum encontrar instituições que tratavam os loucos como criminosos ou 
endemoniados. E que não dispensavam os tratamentos físicos. Nestes 
Os primeiros Hospitais Psiquiátricos se tornaram depósitos de 
marginalizados – excluídos e enclausurados, não eram considerados 
cidadãos. 
tratamentos buscava-se dar um "choque" no paciente, fazer com que passasse 
por uma sensação intensa, que o tirasse de seu estado de alienação. Eram 
frequentes, além das práticas descritas, os isolamentos em quartos escuros, 
banhos de água fria, uso de aparelhos que faziam com que o paciente 
rodopiasse em macas ou durante horas até que perdesse a consciência. 
 
Pinel assim foi pioneiro em separar pacientes dos criminosos e colocá-
los sob cuidados médicos 
Pinel estabeleceu os fundamentos da clínica psiquiátrica a partir do 
método clínico. Segundo Pinel, as alienações mentais seriam devidas a 
distúrbio funcional do sistema nervoso central, as lesões poderiam ou não 
existir, seria apenas contingente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O nascimento da psiquiatria surgiu com a reclusão dos loucos nos 
manicômios: inicia-se o trabalho de descrição e de agrupamentodos diferentes 
tipos dos sintomas e a denominação dos diversos tipos de transtorno psíquico 
que fundamentam a psiquiatria moderna. É importante ressaltar que não houve 
qualquer avanço em termos de terapêutica: os ditos doentes mentais passaram 
a permanecer toda a sua vida dentro dos hospitais psiquiátricos. 
No início do século XX, os manicômios cresceram enormemente em 
número e se tornaram cada vez mais repressivos. O isolamento, o abandono, 
os maus-tratos, as péssimas condições de alimentação e de hospedagem, 
agravaram-se progressivamente. Ao final da II Guerra Mundial, era sub-
humana a situação dos hospitais psiquiátricos. Surgiram os primeiros 
movimentos de Reforma Psiquiátrica 
 
A Reforma Psiquiátrica no Brasil 
 
O processo de Reforma Psiquiátrica 
 
O início do processo de Reforma 
Psiquiátrica no Brasil é contemporâneo da 
eclosão do “movimento sanitário”, nos anos 
70, em favor da mudança dos modelos de 
atenção e gestão nas práticas de saúde, 
defesa da saúde coletiva, equidade na 
oferta dos serviços, e protagonismo dos 
trabalhadores e usuários dos serviços de 
saúde nos processos de gestão e produção de tecnologias de cuidado. 
O tratamento nos manicômios, defendido por Pinel, baseia-
se principalmente na reeducação dos alienados, no respeito às normas 
e no desencorajamento das condutas inconvenientes. Para Pinel, a 
função disciplinadora do médico e do manicômio deve ser exercida 
com firmeza, porém com gentileza. Isso denota o caráter 
essencialmente moral com o qual a loucura passa a ser revestida. 
Embora contemporâneo da Reforma Sanitária, o processo de Reforma 
Psiquiátrica brasileira tem uma história própria, inscrita num contexto 
internacional de mudanças pela superação da violência asilar. Fundado, ao 
final dos anos 70, na crise do modelo de assistência centrado no hospital 
psiquiátrico, por um lado, e na eclosão, por outro, dos esforços dos 
movimentos sociais pelos direitos dos pacientes psiquiátricos, o processo da 
Reforma Psiquiátrica brasileira é maior do que a sanção de novas leis e 
normas e maior do que o conjunto de mudanças nas políticas governamentais 
e nos serviços de saúde. 
A Reforma Psiquiátrica é processo político e social complexo, composto 
de atores, instituições e forças de diferentes origens, e que incide em territórios 
diversos, nos governos federal, estadual e municipal, nas universidades, no 
mercado dos serviços de saúde, nos conselhos profissionais, nas associações 
de pessoas com transtornos mentais e de seus familiares, nos movimentos 
sociais, e nos territórios do imaginário social e da opinião pública. 
Compreendida como um conjunto de transformações de práticas, saberes, 
valores culturais e sociais, é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços 
e das relações interpessoais que o processo da Reforma Psiquiátrica avança, 
marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios. 
 
Crítica ao modelo Hospitalocêntrico 
 
O ano de 1978 costuma ser 
identificado como o de início efetivo do 
movimento social pelos direitos dos 
pacientes psiquiátricos em nosso país. O 
Movimento dos Trabalhadores em Saúde 
Mental (MTSM), movimento plural formado 
por trabalhadores integrantes do movimento 
sanitário, associações de familiares, 
sindicalistas, membros de associações de 
profissionais e pessoas com longo histórico de internações psiquiátricas, surge 
neste ano. É sobretudo este Movimento, através de variados campos de luta, 
que passa a protagonizar e a construir a partir deste período a denúncia da 
violência dos manicômios, da mercantilização da loucura, da hegemonia de 
uma rede privada de assistência e a construir coletivamente uma crítica ao 
chamado saber psiquiátrico e ao modelo hospitalocêntrico na assistência às 
pessoas com transtornos mentais. A experiência italiana de 
desinstitucionalização em psiquiatria e sua crítica radical ao manicômio é 
inspiradora, e revela a possibilidade de ruptura com os antigos paradigmas, 
como, por exemplo, na Colônia Juliano Moreira, enorme asilo com mais de 
2.000 internos no início dos anos 80, no Rio de Janeiro. Passam a surgir as 
primeiras propostas e ações para a reorientação da assistência. O II Congresso 
Nacional do MTSM (Bauru, SP), em 1987, adota o lema “Por uma sociedade 
sem manicômios”. Neste mesmo ano, é realizada a I Conferência Nacional de 
Saúde Mental (Rio de Janeiro). 
Neste período, são de especial importância o surgimento do primeiro 
CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) no Brasil, na cidade de São Paulo, em 
1987, e o início de um processo de intervenção, em 1989 da Secretaria 
Municipal de Saúde de Santos (SP) em um hospital psiquiátrico, a Casa de 
Saúde Anchieta, local de maus-tratos e mortes de pacientes. É esta 
intervenção, com repercussão nacional, que demonstrou de forma inequívoca a 
possibilidade de construção de uma rede de cuidados efetivamente substitutiva 
ao hospital psiquiátrico. Neste período, são implantados no município de 
Santos Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) que funcionam 24 horas, são 
criadas cooperativas, residências para os egressos do hospital e associações. 
A experiência do município de Santos passa a ser um marco no processo de 
Reforma Psiquiátrica brasileira. Trata-se da primeira demonstração, com 
grande repercussão, de que a Reforma Psiquiátrica, não sendo apenas uma 
retórica, era possível e exequível 
Também no ano de 1989, dá entrada no Congresso Nacional o Projeto 
de Lei do deputado Paulo Delgado (PT/MG), que propõe a regulamentação dos 
direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos 
manicômios no país. É o início das lutas do movimento da Reforma Psiquiátrica 
nos campos legislativo e normativo. Com a Constituição de 1988, é criado o 
SUS – Sistema Único de Saúde, formado pela articulação entre as gestões 
federal, estadual e municipal, sob o poder de controle social, exercido através 
dos “Conselhos Comunitários de Saúde”. 
 
Inicio da implantação da rede extra-hospitalar 
 
 A partir do ano de 1992, os movimentos sociais, inspirados pelo Projeto 
de Lei Paulo Delgado, conseguem aprovar em vários estados brasileiros as 
primeiras leis que determinam a substituição progressiva dos leitos 
psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental. É a partir 
deste período que a política do Ministério da Saúde para a saúde mental, 
acompanhando as diretrizes em construção da Reforma Psiquiátrica, começa a 
ganhar contornos mais definidos. É na década de 90, marcada pelo 
compromisso firmado pelo Brasil na assinatura da Declaração de Caracas e 
pela realização da II Conferência Nacional de Saúde Mental, que passam a 
entrar em vigor no país as primeiras normas federais regulamentando a 
implantação de serviços de atenção diária, fundadas nas experiências dos 
primeiros CAPS, NAPS e Hospitais-dia, e as primeiras normas para 
fiscalização e classificação dos hospitais psiquiátricos. 
Neste período, o processo de expansão dos CAPS e NAPS é 
descontínuo. As novas normatizações do Ministério da Saúde de 1992, embora 
regulamentassem os novos serviços de atenção diária, não instituíam uma 
linha específica de financiamento para os CAPS e NAPS. Do mesmo modo, as 
normas para fiscalização e classificação dos hospitais psiquiátricos não 
previam mecanismos sistemáticos para a redução de leitos. Ao final deste 
período, o país tem em funcionamento 208 CAPS, mas cerca de 93% dos 
recursos do Ministério da Saúde para a Saúde Mental ainda são destinados 
aos hospitais psiquiátricos. 
 
 
QUAIS AS METAS DA REFORMA 
PSIQUIÁTRICA? 
 
• Proibir a construção de novos 
hospitais psiquiátricos ou a 
ampliação dos existentes; 
• Desativar progressivamente os 
leitos existentes; 
• Implantar serviços extra-
hospitalares com atenção 
multiprofissional 
• Inserir leitos e unidades 
psiquiátricas em Hospitais Gerais; 
• Resgatar a cidadania e promover 
a reabilitaçãosocial; 
• Integrar a saúde mental a outros 
programas de saúde 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA REFORMA 
PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA : 
 
• Reorientação do modelo 
assistencial 
• Mudança na maneira de cuidar 
• Mudança na clínica (clínica de 
atenção psicossocial, clínica 
ampliada) 
• Mudança na gestão (gestão 
participativa, com o protagonismo 
dos usuários) 
• Mudança cultural (representações 
sociais sobre a loucura e sobre o 
cuidado) 
 
 
 
A Reforma Psiquiátrica depois da lei Nacional 
 
É somente no ano de 2001, após 12 anos de tramitação no Congresso 
Nacional, que a Lei Paulo Delgado é sancionada no país. A aprovação, no 
entanto, é de um substitutivo do Projeto de Lei original, que traz modificações 
importantes no texto normativo. Assim, a Lei Federal 10.216 redireciona a 
assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em 
serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das 
pessoas com transtornos mentais, mas não institui mecanismos claros para a 
progressiva extinção dos manicômios. Ainda assim, a promulgação da lei 
10.216 impõe novo impulso e novo ritmo para o processo de Reforma 
Psiquiátrica no Brasil. É no contexto da promulgação da lei 10.216 e da 
realização da III Conferência Nacional de Saúde Mental, que a política de 
saúde mental do governo federal, alinhada com as diretrizes da Reforma 
Psiquiátrica, passa a consolidar-se, ganhando maior sustentação e visibilidade. 
Linhas específicas de financiamento são criadas pelo Ministério da 
Saúde para os serviços abertos e substitutivos ao hospital psiquiátrico e novos 
mecanismos são criados para a fiscalização, gestão e redução programada de 
leitos psiquiátricos no país. A partir deste ponto, a rede de atenção diária à 
saúde mental experimenta uma importante expansão, passando a alcançar 
regiões de grande tradição hospitalar, onde a assistência comunitária em 
saúde mental era praticamente inexistente. 
A lei nº 10.216 elenca uma série de direitos da pessoa com transtorno 
mental,destacando-se: 
 
I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, conforme às 
suas necessidades. 
II - ser tratada com humanidade e respeito, visando alcançar sua 
recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade. 
III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração. 
IV - ter garantia de sigilo nas informações prestada 
V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a 
necessidade ou não de sua hospitalização involuntária. 
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e 
de seu tratamento. 
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos 
possíveis. 
IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde 
mental. 
 
Esta lei em seu art.6º,considera os seguintes tipos de internação: 
 
I -internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário 
II -internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário 
e a pedido de terceiro 
III -internação compulsória: aquela determinada pela Justiça 
 
Art. 8º 
§ 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas 
horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico 
do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo 
procedimento ser adotado quando da respectiva alta. 
§ 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do 
familiar, ou responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista 
responsável pelo tratamento. 
§ 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a 
oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, 
incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, 
de lazer, e outros. 
§ 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em 
instituições com características asilares. 
 
Art. 10. 
Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e falecimento 
serão comunicados pela direção do estabelecimento de saúde mental aos 
familiares, ou ao representante legal do paciente, bem como à autoridade 
sanitária responsável, no prazo máximo de vinte e quatro horas da data da 
ocorrência. 
 
QUAIS OS NOVOS SERVIÇOS EM SAÚDE MENTAL SUBSTITUTOS AOS 
HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS? 
• Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) 
• Serviços Residenciais terapêuticos 
• Leitos em hospitalares gerais 
• Programa de Volta para a Casa 
• Consultório na Rua 
• Centros de Convivência 
 
QUAIS OS OBJETIVOS NOS NOVOS SERVIÇOS EM SAÚDE MENTAL? 
 Integração/articulação entre serviço e comunidade (a família é parte 
integrante da comunidade) 
 Diminuir as dificuldades enfrentadas pela família na convivência com o 
transtorno mental 
 Reduzir os riscos de recaída dos usuários 
 Prestar informação clara e precisa sobre a doença 
 Ensinar habilidades de manejo e amenização dos sintomas 
 Ser um ponto de apoio dos familiares 
 
 
DESAFIOS DA REFORMA PSIQUIÁTRICA 
• Desenvolvimento desigual das ações propostas pela Reforma 
Psiquiátrica nas diferentes regiões brasileiras, mas já fica evidente um 
modelo de atenção centrado cada vez menos no hospital psiquiátrico. 
• Os serviços substitutivos cresceram na última década, apesar de ainda 
serem insuficientes para atenderem à demanda existente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) 
 
 
O que é um CAPS? 
 
É um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com 
transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja 
severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de 
cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. O objetivo 
dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, 
realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo 
acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços 
familiares e comunitários. É um serviço de atendimento de saúde mental criado 
para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos. 
 
Os CAPS visam: 
 
• prestar atendimento em regime de atenção diária; 
• gerenciar os projetos terapêuticos oferecendo cuidado clínico eficiente e 
personalizado; 
• promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que 
envolvam educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando estratégias 
conjuntas de enfrentamento dos problemas. Os CAPS também têm a 
responsabilidade de organizar a rede de serviços de saúde mental de seu 
território; 
• dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica 
• regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental de sua 
área; 
• coordenar junto com o gestor local as atividades de supervisão de unidades 
hospitalares psiquiátricas que atuem no seu território; 
• manter atualizada a listagem dos pacientes de sua região que utilizam 
medicamentos para a saúde mental. 
Os CAPS devem contar com espaço próprio e adequadamente 
preparado para atender à sua demanda específica, sendo capazes de oferecer 
um ambiente estruturado. Deverão contar, no mínimo, com os seguintes 
recursos físicos: 
 
• consultórios para atividades individuais (consultas, entrevistas, terapias); 
• salas para atividades grupais; 
• espaço de convivência; 
 • oficinas; 
• refeitório (o CAPS deve ter capacidade para oferecer refeições de acordo com 
o tempo de permanência de cada paciente na unidade); 
• sanitários; 
• área externa para oficinas, recreação e esportes. 
 
As práticas realizadas nos CAPS se caracterizam por ocorrerem em 
ambiente aberto, acolhedor e inserido na cidade, no bairro. Os projetos desses 
serviços, muitas vezes, ultrapassam a própria estrutura física, em busca da 
rede de suporte social, potencializadora de suas ações, preocupando-se com o 
sujeito e sua singularidade,sua história, sua cultura e sua vida cotidiana. 
 
Quem pode ser atendido no CAPS? 
As pessoas atendidas nos CAPS são aquelas que apresentam intenso 
sofrimento psíquico, que lhes impossibilita de viver e realizar seus projetos de 
vida. São, preferencialmente, pessoas com transtornos mentais severos e/ou 
persistentes, ou seja, pessoas com grave comprometimento psíquico, incluindo 
os transtornos relacionados às substâncias psicoativas (álcool e outras drogas) 
e também crianças e adolescentes com transtornos mentais. Os usuários dos 
CAPS podem ter tido uma longa história de internações psiquiátricas, podem 
nunca ter sido internados ou podem já ter sido atendidos em outros serviços de 
saúde (ambulatório, hospital-dia, consultórios etc.). O importante é que essas 
pessoas saibam que podem ser atendidas e saibam o que são e o que fazem 
os CAPS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quais os tipos de CAPS? 
Os CAPS podem constituir-se em diversas modalidades: 
 Capacidade de atendimento 
 Complexidade do atendimento 
 Tamanho da comunidade que deve atender 
 Clientela atendida 
 
Existem diferentes tipos de CAPS: 
 CAPS I 
 CAPS II 
 CAPS III 
 CAPSi 
 CAPSad. 
 CAPSad III 
 
 
Cada usuário de CAPS deve ter um projeto terapêutico individual, isto é, um 
conjunto de atendimentos que respeite a sua particularidade, que personalize o 
atendimento de cada pessoa na unidade e fora dela e proponha atividades durante a 
permanência diária no serviço, segundo suas necessidades. A depender do projeto 
terapêutico do usuário do serviço, o CAPS poderá oferecer, conforme as 
determinações da Portaria GM 336/02: 
• Atendimento Intensivo: trata-se de atendimento diário, oferecido quando a pessoa 
se encontra com grave sofrimento psíquico, em situação de crise ou dificuldades 
intensas no convívio social e familiar, precisando de atenção contínua. Esse 
atendimento pode ser domiciliar, se necessário; 
• Atendimento Semi-Intensivo: nessa modalidade de atendimento, o usuário pode ser 
atendido até 12 dias no mês. Essa modalidade é oferecida quando o sofrimento e a 
desestruturação psíquica da pessoa diminuíram, melhorando as possibilidades de 
relacionamento, mas a pessoa ainda necessita de atenção direta da equipe para se 
estruturar e recuperar sua autonomia. Esse atendimento pode ser domiciliar, se 
necessário; 
 • Atendimento Não-Intensivo: oferecido quando a pessoa não precisa de suporte 
contínuo da equipe para viver em seu território e realizar suas atividades na família 
e/ou no trabalho, podendo ser atendido até três dias no mês. Esse atendimento 
também pode ser domiciliar. 
CAPS I 
• São de menor porte 
• Têm equipe mínima de 9 profissionais (médio e superior) 
• Clientela: adultos com transtornos mentais severos e persistentes, 
porém estáveis. 
• Têm capacidade para o acompanhamento de cerca de 240 pessoas por 
mês. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPS II 
• São serviços de médio porte 
• A clientela típica destes serviços é de adultos com transtornos mentais 
severos e persistentes. 
• Capacidade para o acompanhamento de cerca de 360 pessoas por mês. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPS III 
• Serviços de maior porte da rede CAPS 
• Clientela: adultos com transtornos mentais severos e persistentes (instáveis) 
• De maior complexidade, funcionam durante 24 horas em todos os dias da 
semana e em feriados. 
• Capacidade para realizar o acompanhamento de cerca de 450 pessoas por 
mês. 
• No máximo cinco leitos, quando necessário, realiza acolhimento noturno 
(internações curtas, de algumas horas a no máximo 7 dias). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPS i 
 
 
• Especializados no atendimento 
diário de crianças e 
adolescentes com transtornos 
mentais e os que fazem uso de 
álcool e outras drogas. 
• Têm capacidade para realizar o 
acompanhamento de cerca de 180 
crianças e adolescentes por mês 
 
Em geral, as atividades desenvolvidas nos CAPSi são as mesmas 
oferecidas nos CAPS, como atendimento individual, atendimento grupal, 
atendimento familiar, visitas domiciliares, atividades de inserção social, oficinas 
terapêuticas, atividades socioculturais e esportivas, atividades externas. Elas 
devem ser dirigidas para a faixa etária a quem se destina atender. Assim, por 
exemplo, as atividades de inserção social devem privilegiar aquelas 
relacionadas à escola. 
 
 
 
CAPS ad 
• Atendimento diário de pacientes com 
transtornos decorrentes do uso e 
dependência de álcool e outras drogas. 
• Funcionam durante os cinco dias úteis 
da semana, e têm capacidade para cerca 
de 240 pessoas por mês. 
Atividades: 
• Atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, 
entre outros) 
• Atendimentos em grupo ou oficinas terapêuticas 
• Visitas domiciliares 
• Tratamento para a desintoxicação ambulatorial de pacientes que 
necessitem desse tipo de cuidados e que não demandem por atenção 
clínica hospitalar. 
- Política de Redução de Danos 
 
CAPS AD III (PORTARIA Nº 130, DE 26 DE 
JANEIRO DE 2012) 
• Novo componente da Rede de Atenção 
Psicossocial 
• Serviço destinado ao cuidado de 
pessoas que fazem uso de álcool e 
outras drogas; 
• Funciona 24 horas, nos 7 dias da 
semana, inclusive finais de semana e feriados. 
• Poderá se destinar a atender adultos ou crianças e adolescentes 
• Indicar o Hospital Geral de referência para o CAPS III regional, aos 
usuários que apresentem quadros de abstinência, intoxicação aguda ou 
outros agravos clínicos relacionados ao consumo de álcool, crack e 
outras drogas. 
• Funcionar de forma articulada com a Rede de Atenção às Urgências e 
emergências, em especial junto ao SAMU. 
• Ofertar cuidados às família de usuários, 
• Regular o acesso aos leitos de acolhimento noturno, com base em 
critérios clínicos: em especial desintoxicação, e/ou em critérios 
psicossociais, necessidade de observação, repouso e proteção, manejo 
de conflito. 
• Produzir, em conjunto com o usuário e seus familiares, um Projeto 
Terapêutico Singular que acompanhe o usuário nos contextos 
cotidianos, promovendo e ampliando as possibilidades de vida e 
mediando suas relações sociais 
 
Quais atividades são realizadas no CAPS ad III? 
 Atendimento individual, atendimento psicoterápico e de orientação, 
 Oferta de medicação assistida e dispensada; 
 Atendimento em grupos para psicoterapia, atividades de suporte social, 
 Oficinas terapêuticas executadas por profissional; 
 Visitas e atendimentos domiciliares 
 Atendimento à família, individual e em grupo; 
 Atividades de reabilitação psicossocial, tais como: construção da 
autonomia, alfabetização ou reinserção escolar, acesso à vida cultural, 
autocuidado, manejo de medicação, inclusão pelo trabalho 
 Fornecimento de refeição diária aos pacientes assistidos 
 
A permanência de um mesmo paciente no acolhimento noturno do CAPS 
AD III fica limitada a 14 dias, no período de 30 (trinta) dias. Caso seja 
necessária permanência no acolhimento noturno por período superior a 14 
(catorze) dias, o usuário será encaminhado a uma Unidade de Acolhimento. 
 
Quais pessoas trabalham no CAPS? 
Os profissionais que trabalham nos CAPS possuem diversas formações 
e integram uma equipe multiprofissional. É um grupo de diferentes técnicos de 
nível superior e de nível médio. Os profissionais de nível superior são: 
enfermeiros, médicos, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, 
pedagogos, professores de educação física ou outros necessários para as 
atividades oferecidas nos CAPS. Os profissionais de nível médio podem ser: 
técnicos e/ou auxiliares de enfermagem, técnicos administrativos, educadores 
e artesãos. Os CAPS contam ainda com equipes de limpeza e de cozinha. 
Todos os CAPS devem obedecer à exigência da diversidade profissional e 
cada tipo de CAPS (CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi e CAPSad) tem suas 
próprias características quantoaos tipos e à quantidade de profissionais. 
Tipos de profissionais que trabalham nos CAPS – Equipes mínimas 
 
CAPS I 
• 1 médico psiquiatra ou médico com formação em saúde mental 
• 1 enfermeiro 
• 3 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, 
assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário 
ao projeto terapêutico 
• 4 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico 
administrativo, técnico educacional e artesão 
 
CAPS II 
• 1 médico psiquiatra 
• 1 enfermeiro com formação em saúde mental 
• 4 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, 
assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo, professor de educação física ou 
outro profissional necessário ao projeto terapêutico 
• 6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico 
administrativo, técnico educacional e artesão 
 
CAPS III 
• 2 médicos psiquiatras 
• 1 enfermeiro com formação em saúde mental 
• 5 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, 
assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário 
de nível superior 
• 8 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico 
administrativo, técnico educacional e artesão 
 
CAPSi 
• 1 médico psiquiatra, ou neurologista ou pediatra com formação em saúde mental 
• 1 enfermeiro 
• 4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: 
psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, 
pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico 
• 5 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico 
administrativo, técnico educacional e artesão 
 
CAPSad 
• 1 médico psiquiatra 
• 1 enfermeiro com formação em saúde mental 
• 1 médico clínico, responsável pela triagem, avaliação e acompanhamento das 
intercorrências clínicas 
• 4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: 
psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro 
profissional necessário ao projeto terapêutico 
 • 6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico 
administrativo, técnico educacional e artesão 
 
 
Serviço Residencial Terapêutico (SRT) 
O Serviço Residencial 
Terapêutico (SRT) – ou 
residência terapêutica ou 
simplesmente "moradia" – 
são casas localizadas no 
espaço urbano, constituídas 
para responder às 
necessidades de moradia de 
pessoas portadoras de 
transtornos mentais graves, 
institucionalizadas ou não. 
O número de usuários pode variar desde 1 indivíduo até um pequeno 
grupo de no máximo 8 pessoas, que deverão contar sempre com suporte 
profissional sensível às demandas e necessidades de cada um. 
O suporte de caráter interdisciplinar (seja o CAPS de referência, seja 
uma equipe da atenção básica, sejam outros profissionais) deverá considerar a 
singularidade de cada um dos moradores, e não apenas projetos e ações 
baseadas no coletivo de moradores. O acompanhamento a um morador deve 
prosseguir, mesmo que ele mude de endereço ou eventualmente seja 
hospitalizado. 
O processo de reabilitação psicossocial deve buscar de modo especial a 
inserção do usuário na rede de serviços, organizações e relações sociais da 
comunidade. Ou seja, a inserção em um SRT é o início de longo processo de 
reabilitação que deverá buscar a progressiva inclusão social do morador. 
 
Programa “De Volta para Casa” 
Este programa atende ao 
disposto na Lei n° 10.216, de 
06.04.2001, que trata da 
proteção e dos direitos das 
pessoas portadoras de 
transtornos mentais. Além disso, 
redireciona o modelo 
assistencial em saúde mental, 
conforme Artigo 5° da referida 
Lei, que determina que os 
pacientes há longo tempo 
hospitalizados, ou para os quais 
se caracterize situação de grave dependência institucional, sejam objeto de 
política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida. O 
objetivo é a INCLUSÃO SOCIAL de pacientes e a mudança do modelo 
assistencial em saúde mental, com ampliação do atendimento extra-hospitalar 
e comunitário. 
 
 
Qual a importância? 
O programa irá atender a um segmento da população brasileira 
praticamente desprovida de meios de amparo social e dos benefícios 
assegurados na legislação. 
O auxilio reabilitação psicossocial 
O pagamento mensal do auxílio é realizado diretamente ao próprio 
beneficiário, no valor de R$ 320,00, por um período de um ano, podendo ser 
renovado caso ainda o necessite para seu processo de reabilitação 
psicossocial, de acordo com avaliação de equipe de saúde local que o 
acompanha. 
Quem pode se beneficiar? 
Pessoas acometidas de transtornos mentais tiveram longo período de 
internação psiquiátrica (igual ou superior a dois anos) em hospitais cadastrados 
no SUS, quando a situação clínica não requer a permanência em ambiente 
hospitalar e pessoas inseridas em moradias como os serviços residenciais 
terapêuticos. 
Condições para inclusão do beneficiário no programa 
Será necessário que a pessoa esteja de alta hospitalar e morando em 
residência terapêutica, ou com suas famílias ou formas alternativas de moradia; 
Paciente esteja sendo acompanhado por um CAPS (Centros de Atenção 
Psicossocial) ou outro serviço de saúde mental. 
Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais 
A Política Nacional de Saúde Mental preconiza que a internação, quando 
se fizer necessária, nas situações de agravamento, ocorra preferencialmente 
nos Hospitais Gerais. 
O descredenciamento de Hospitais Psiquiátricos do SUS, vem ocorrendo 
gradativamente, em parceria com Estados e Municípios, para implantação da 
rede substitutiva. A internação deve ser de curta duração até a estabilidade 
clínica. 
Principais sintomas que levam a internação nas Unidades Psiquiátricas 
em Hospitais Gerais 
• Agitação ou agressividade 
• Transtornos ansiosos 
• Tentativa de suicídio 
• Alcoolismo 
• Transtornos do humor severos 
 
 
QUAIS AS VANTAGENS 
DAS UPHG? 
 
 
QUAIS AS DESVANTAGENS 
DAS UPHG? 
 
 
• Diminuição do estigma da doença 
mental 
• Mais recursos diagnósticos por ter 
contato com outras clínicas e 
recursos terapêuticos 
• Diminuição da exclusão social, 
evitando isolamento. 
• Menor tempo de internação 
• Reinserção social mais fácil 
 
 
• Arquitetura que impossibilita 
acesso livre 
• Falta de atividades sócio 
terapêuticas 
• Falta de estrutura e de equipe 
capacitada para recebimento de 
clientes em casos agudos 
• UPHG exclui paciente mais 
graves 
 
 
Consultório na Rua 
PORTARIA Nº 122 DE 25 DE JANEIRO 
2011 
As equipes dos Consultórios na rua 
(eCR) integram o componente de atenção 
básica da Rede de Atenção Psicossocial e 
desenvolvem ações de Atenção Básica, 
devendo seguir os fundamentos e as diretrizes definidos na Politica Nacional 
de Atenção Básica. 
As eCR são multiprofissionais e lidam com os diferentes problemas e 
necessidades de saúde da população em situação de rua. As atividades 
incluirão a busca ativa e o cuidado aos usuários de álcool, crack e outras 
drogas. 
As eCR desempenharão suas atividades in loco, de forma itinerante, 
desenvolvendo ações compartilhadas e integradas às Unidades Básicas de 
Saúde (UBS) e, quando necessário, também com as equipes dos Centros de 
Atenção Psicossocial (CAPS), dos serviços de Urgência e Emergência e de 
outros pontos de atenção, de acordo com a necessidade do usuário. 
As eCR poderão ser compostas pelos seguintes profissionais de saúde: 
I - enfermeiro; 
II - psicólogo; 
III - assistente social; 
IV - terapeuta ocupacional; 
V - médico; 
VI - agente social; 
VII - técnico ou auxiliar de enfermagem; e 
VIII - técnico em saúde bucal. 
• Consultório de Rua -
Equipe itinerante com 
foco no atendimento a 
Saúde Mental
Saúde 
Mental
• Proposta de Estratégia
de Saúde da Família com
equipes específicaspara
atenção integral à Saúde
da população em
situação de rua.
ESF sem 
domicilio
• Consultório na Rua
Equipe itinerante para
Atenção Integral à Saúde
da população em Situação
de Rua
Atenção 
Básica
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
; 
Centro de Convivência e Cultura 
Os Centros de Convivência e Cultura são dispositivos públicos 
componentes da rede de atenção substitutiva em saúde mental, onde são 
oferecidos às pessoas com transtornos mentais espaços de sociabilidade, 
produção e intervenção na cidade. Através da construção de espaços de 
convívio e sustentação das diferenças na comunidade e em variados espaços 
da cidade, facilitam a construção de laços sociais e inclusão da pessoa com 
transtornos mentais. 
A clientela dos Centros de Convivência e Cultura é composta, sobretudo, 
de pessoas com transtornos mentais severos e persistentes. As oficinas e 
atividades coletivas são o eixo dos Centros de Convivência e Cultura, 
facilitando o convívio, a troca e a construção de laços sociais. 
A exposição, troca ou venda dos produtos produzidos nas oficinas é 
eventual e poderá ser estimulada, ocupando espaços comerciais ou culturais 
relevantes na comunidade e na cidade. 
As equipes dos Centros de Convivência e Cultura são integradas por 
oficineiros, artistas plásticos, músicos, atores, artesãos, auxiliares 
administrativos e de limpeza. A gerência do serviço poderá estar a cargo de 
profissional de nível superior do campo da saúde. A equipe mínima do Centro 
de Convivência e Cultura deverá estar assim constituída: 1 gerente e 3 
oficineiros (nível médio e superior). 
 
 
 
 
 
A articulação dos Centros de Convivência e Cultura com os Centros de 
Atenção Psicossocial (CAPS), Centros de Saúde, Serviços Residenciais 
Terapêuticos, Programa de Saúde da Família e outros dispositivos de saúde, 
da rede de assistência social, e de outros campos como os do trabalho, cultura 
e educação, é fundamental para a reinserção social dos usuários e para o 
fortalecimento dos laços comunitários; 
Os Centros de Convivência e Cultura não poderão dispensar medicação 
ou prestar atendimento individual ou em grupo (psiquiátrico ou 
psicoterápico). Os Centros de Convivência não são equipamentos 
assistenciais, mas espaços de articulação com a vida cotidiana; 
Pessoas com transtornos mentais decorrentes do uso de álcool e outras 
drogas, em tratamento na rede substitutiva, também poderão ser acolhidas 
pelos Centros de Convivência e Cultura. 
Os Centros de Convivência e Cultura devem ser estimulados a realizar 
parcerias com associações, órgãos públicos, fundações, ONG, empresas ou 
outras entidades, para captação de recursos financeiros ou equipamentos, 
realização de oficinas, troca de informações ou saberes, entre outras ações; 
Os Centros de Convivência e Cultura são equipamentos estratégicos 
para a inclusão social das pessoas com transtornos mentais, sendo 
recomendados para os municípios com mais de 200.000 habitantes. 
Hospitais- Dia (HD) 
Serviços de internação parcial oferecem uma gama tão variada de 
possibilidades que se chegou a sugerir que o único ponto em comum seria o 
período de internação: sempre parcial. Desde que surgiram, os hospitais-dia 
(HD) têm despertado polêmicas quanto à possibilidade de vir a substituir os 
hospitais psiquiátricos quanto à eficiência para reabilitar pacientes crônicos, 
suas indicações, contraindicações etc 
Embora os HD existam no Brasil desde a década de 60, foi apenas 
desde 1992 que passaram a figurar oficialmente entre as possibilidades de 
atendimento em saúde mental, sendo então estabelecidas diretrizes para o 
credenciamento dos serviços e o ressarcimento das internações por meio de 
portaria do Ministério da Saúde. O estímulo proporcionado por tal fato pode ser 
verificado no expressivo aumento no número de leitos em HD: de 330 leitos, 
em 1995, para 2.013, em 1999, segundo dados do Ministério da Saúde. Não 
há, contudo, informações sobre a população atendida nesses “leitos-dia” ou 
mesmo sobre suas condições de funcionamento. Os poucos dados disponíveis 
são o resultado de levantamentos retrospectivos em prontuários, com todas as 
limitações que decorrem desse procedimento. 
O Hospital-Dia representa um recurso intermediário entre a internação e 
o ambulatório, que desenvolve programas de atenção de cuidados intensivos 
por equipe multiprofissional, visando substituir a internação integral. A proposta 
técnica deve abranger um conjunto diversificado de atividades desenvolvidas em até 5 
dias da semana (de 2ª feira a 6ª feira), com uma carga horária de 8 horas diárias para 
cada paciente. 
O hospital-dia deve situar-se em área específica, independente da 
estrutura hospitalar, contando com salas para trabalho em grupo, sala de 
refeições, área externa para atividades ao ar livre e leitos para repouso 
eventual. Recomenda-se que o serviço de hospital-dia seja regionalizado, 
atendendo a uma população de uma área geográfica definida, facilitando o 
acesso do paciente à unidade assistencial. Deverá estar integrada a uma rede 
descentralizada e hierarquizada de cuidados de saúde mental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PSICOPATOLOGIAS 
 
A Psicopatologia é definida como 
um ramo da ciência que trata da 
natureza essencial do transtorno 
mental- suas causas as mudanças 
estruturais e funcionais associadas a ela 
e suas formas de manifestação. Em um 
conceito mais amplo pode ser definido 
com um conjunto de conhecimentos 
referentes ao adoecimento mental do 
ser humano. 
Ao se estudar e praticar a 
psicopatologia, não se julga moralmente 
aquilo e se estuda; busca-se apenas 
observar, identificar e compreender os 
diversos elementos do transtorno 
mental. Ou seja, a Psicopatologia como ciência dos transtornos mentais requer 
um debate cientifico e público constante de todos os seus postulados, noções e 
verdades encontradas. 
 
[...] diante de uma obra de arte, experimentamos uma verdade 
inacessível por qualquer outra via; é isso o que constitui o significado filosófico 
da arte. Da mesma forma que a experiência da filosofia, também a experiência 
da arte incita a consciência cientifica a reconhecer seus limites. 
 
 
 
 
Transtornos do Pensamento 
Esquizofrenia 
É uma doença mental que se caracteriza por uma desorganização ampla 
dos processos mentais. É um quadro complexo apresentando sinais e sintomas 
na área do pensamento, percepção e emoções, causando marcados prejuízos 
ocupacionais, na vida de relações interpessoais e familiares. 
Nesse quadro a pessoa perde o sentido de realidade ficando incapaz de 
distinguir a experiência real da imaginária. Essa doença se manifesta em crises 
agudas com sintomatologia intensa, intercaladas com períodos de remissão, 
quando há um abrandamento de sintomas, restando alguns deles em menor 
intensidade. 
É uma doença do cérebro com manifestações psíquicas, que começa no 
final da adolescência ou início da idade adulta antes dos 40 anos. O curso 
desta doença é sempre crônico com marcada tendência à deterioração da 
personalidade do indivíduo. 
“Sempre resta algo que transcende a psicopatologia e mesmo a ciência, 
permanecendo no domínio do mistério.” 
 Até hoje não se conhece nenhum fator específico causador da 
Esquizofrenia. Há, no entanto, evidências de que seria decorrente de uma 
combinação de fatores biológicos, genéticos e ambientais que contribuiriam em 
diferentes graus para o aparecimento e desenvolvimento da doença. Sabe-se 
que filhos de indivíduos esquizofrênicos têm uma chance de aproximadamente 
10% de desenvolver a doença, enquanto na população geral o risco de 
desenvolver a doença é de aproximadamente 1%. 
Os quadros de esquizofrenia podem variar de paciente para paciente, 
sendo uma combinação em diferentes graus dos sintomas abaixo: „ 
 Delírios: o indivíduo crê em ideias falsas, irracionais ou sem lógica. Em geral 
são temas de perseguição, grandeza ou místicos. 
 
 Alucinações: O paciente percebe estímulos que em realidade nãoexistem, 
como ouvir vozes ou pensamentos, enxergar pessoas ou vultos, podendo ser 
bastante assustador para o paciente. 
 
 Discurso e pensamento desorganizado: O paciente esquizofrênico fala de 
maneira ilógica e desconexa, demonstrando uma incapacidade de organizar o 
pensamento em uma sequência lógica. 
 
 Expressão das emoções: O paciente esquizofrênico tem um "afeto inadequado 
ou embotado", ou seja, uma dificuldade de demonstrar a emoção que está 
sentindo. Não consegue demonstrar se está alegre ou triste, por exemplo, 
tendo dificuldade de modular o afeto de acordo com o contexto, mostrando-se 
indiferente a diversas situações do cotidiano. 
 
 Alterações de comportamento: Os pacientes podem ser impulsivos, agitados 
ou retraídos, muitas vezes apresentando risco de suicídio ou agressão, além 
de exposição moral como, por exemplo, falar sozinho em voz alta ou andar 
sem roupa em público. 
 
Tipos de Alucinações 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alucinações auditivas 
Como as mais frequentes, podem 
aparecer sob forma de sons 
inespecíficos, tais como chiados, 
zumbidos, ruídos de sinos, roncos, 
assobios, ou vozes. Normalmente, a 
alucinação auditiva é recebida pelo 
paciente com muita ansiedade e 
contrariedade pois, na maioria das vezes, 
o conteúdo de tais vozes é desabonador, 
acusatório, infame e caluniador. Quando 
elas ditam antecipadamente as atitudes 
do paciente falamos em sonorização do 
pensamento, como se ele pensasse em 
voz alta ou como se alguma voz 
estivesse permanentemente comentando 
todos seus atos. 
 
 
 
 
São percepções visuais, como vimos, de 
objetos que não existem, tão claras e 
intensas que dificilmente são removíveis 
pela argumentação lógica. Mesmo o 
paciente referindo ter visto apenas vultos, 
tais vultos são muito fielmente 
 
 
 Alucinações visuais 
percebidos, portanto são reais para a 
pessoa que os percebe. O objeto 
alucinado pode não ter uma forma 
específica: clarões, chamas, raios, vultos, 
sombras, etc, ou têm formas definidas, 
tais como pessoas, monstros, demônios, 
animais, santos, anjos, bruxas. 
 
 
 
 
 
Alucinações táteis 
 O paciente sente-se picado por 
pequenos animais, insetos esquisitos, 
vermes que caminham sobre a pele, 
pancadas, alfinetadas, queimaduras, 
estranhos carrapatos que penetraram em 
algum orifício fisiológico, etc. Não são 
raros os casos de alucinação tátil que se 
caracteriza pela sensação de ter-se as 
pernas puxadas à noite ou 
estrangulamento, sufocação ou opressão 
antes de conciliar o sono. 
 
 
 
Alucinações olfativas e gustativas 
Normalmente, as Alucinações Olfativas e 
Gustativas estão associadas e são raras. 
Estados delirantes cujo tema diz respeito 
à putrefação, o gosto e os odores podem 
ser muito desagradáveis e são 
percebidos, como é típico de todas 
alucinações, sem que exista o objeto 
correspondente ao gosto e ao cheiro. 
 
 
Tipos de Delírios 
Existem cinco tipos principais de transtornos delirantes persistentes, muitos dos 
quais já têm termos consagrados até no uso leigo ou vulgar: 
 
 
 
 
 
 Delírio erotomaníaco 
Neste caso o delírio habitualmente se 
refere ao amor romântico idealizado e a 
união espiritual, mais do que a atração 
sexual. Acreditam, frequentemente, ser 
amados por pessoa do sexo oposto que 
ocupa uma posição de superioridade 
(ídolos, artistas, autoridades, etc.) mas, 
pode também ser uma pessoa normal e 
estranha. 
 Neste subtipo a pessoa é convencida, 
 
 
 
 Delírio de grandeza 
pelo seu delírio, possuir algum grau de 
parentesco ou ligação com 
personalidades importantes ou, quando 
não, possuir algum grande e 
irreconhecível talento especial, alguma 
descoberta importante ou algum dom 
magistral. Outras vezes acha-se 
possuidor de grande fortuna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Delírio de ciúme 
Neste tipo a pessoa está convencida, 
sem motivo justo ou evidente, da 
infidelidade de sua esposa ou amante. 
Pequenos pedaços de "evidência", como 
roupas desarranjadas ou manchas nos 
lençóis podem ser coletados e utilizados 
para justificar o delírio. O paciente pode 
tomar medidas extremas para evitar que 
o companheiro(a) proporcione a 
infidelidade imaginada, como por 
exemplo, exigindo uma permanência no 
lar de forma tirana ou obrigando que 
nunca saia de casa desacompanhado(a). 
 
 
 
Delírio persecutório 
É o tipo mais comum entre os paranoicos 
ou delirantes crônicos. O delírio costuma 
envolver a crença de estar sendo vítima 
de conspiração, traição, espionagem, 
perseguição, envenenamento ou 
intoxicação com drogas ou estar sendo 
alvo de comentários maliciosos. 
 
 
 
Delírio somático 
Os mais comuns dizem respeito à 
convicção de que a pessoa emite odores 
fétidos de sua pele, boca, reto ou vagina, 
de que a pessoa está infestada por 
insetos na pele ou dentro dela, 
esdrúxulos parasitas internos, 
deformações de certas partes do corpo 
ou órgãos que não funcionam. 
 
Tratamento 
 As medicações antipsicóticas ou neurolépticos são o tratamento de 
escolha para a esquizofrenia. Elas atuam diminuindo os sintomas (alucinações 
e delírios), procurando restabelecer o contato do paciente com a realidade; 
entretanto, não restabelecem completamente o paciente. As medicações 
antipsicóticas controlam as crises e ajudam a evitar uma evolução mais 
desfavorável da doença. Em geral, as drogas antipsicóticas apresentam efeitos 
colaterais que podem ser bem controlados. 
Em crises especialmente graves, ou em que não houve resposta às 
medicações, pode se fazer uso da eletroconvulsoterapia (ECT). Esse método é 
bastante seguro e eficaz para melhora dos sintomas, sendo realizado com 
anestesia. Uma outra possibilidade é usar antipsicóticos mais modernos 
chamados de atípicos ou de última geração. As abordagens psicosociais, como 
acompanhamento psicoterápico, terapia ocupacional e familiar são também 
muito importantes para diminuir as recaídas e promover o ajustamento social 
dos portadores da doença. 
 
Cuidados de Enfermagem 
- Estimular e se necessário, auxiliar o 
paciente na realização das atividades de 
autocuidado (banho, vestimentas e 
higiene intima). 
- Falar com o cliente em seu tom de voz 
habitual e não infantilizar a mensagem 
- Falar calmamente e fornecer maior tempo para que o outro responda. 
- Estimular a participação em atividades de grupo, respeitando as condições do 
paciente. 
- Valorizar os esforços para mudanças de comportamento, estimulando o 
fortalecimento da autoestima. 
- Incentivar a verbalização de dúvidas e sentimentos. 
- Monitorar a administração de medicamentos. 
-Observar indícios verbais e não verbais de delírios e alucinações. 
 
Transtornos do Humor 
Transtorno Bipolar 
O transtorno afetivo bipolar é 
um desarranjo do humor por um 
longo período de tempo, que ocorre de forma contínua, grave e pode progredir 
com características psicóticas. Tal doença está relacionada com grandes taxas 
de morbidade e danos fisiológicos, não possuindo cura e gerando grandes 
prejuízos na vida do paciente. Portanto diminuindo a qualidade e a 
funcionalidade da mesma. 
Os danos na inferência de estados mentais expostos por bipolares, 
demonstram comprometer de maneira significativa as suas capacidades de se 
relacionarem de uma forma saudável com a família, empregadores e outras 
pessoas de sua convivência, o que gera tensão e agravo da morbidade de sua 
condição decorrente do aumento de recaídas e recidivas de episódios de 
humor. 
Estudos demonstram que cerca de 1% da população mundial sofre com 
transtorno afetivo bipolar. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) 
presume-se que o transtorno afetivo bipolar está entre os maiores transtornos 
que incapacitam. Pesquisas feitas no Brasil indicam que cerca de 18% da 
população pode vir a ter algum transtorno afetivo em algum períododa vida. 
Estima-se que 5% da população brasileira apresenta quadro de depressão. Os 
estudos da epidemiologia do transtorno afetivo bipolar indicam que a 
dominância da doença é igual entre mulheres e homens. 
 Os episódios são caracterizados por mania, hipomania, depressão. 
 Pode haver oscilações de humor, bruscas ou não. 
 
 
 
 
Caracterizando os Episódios 
 
 
 
 
Episódios Depressivos 
 
 
Humor deprimido, tristeza profunda, 
apatia, desinteresse pelas atividades 
que antes davam prazer, isolamento 
social, alterações do sono e do 
apetite, redução significativa da libido, 
dificuldade de concentração, cansaço, 
sentimentos recorrentes de 
inutilidade, culpa excessiva, 
frustração e falta de sentido para a 
vida, esquecimentos, ideias suicidas. 
 
 
Estado de euforia exuberante, com 
TB tipo I: Ocorrência de episódios maníacos (sintomas de mania) e 
depressivos; 
TB tipo II: Ocorrência de episódios hipomaníacos e depressivos; 
 
 
 
Episódios Maníacos 
valorização da autoestima e da 
autoconfiança, pouca necessidade de 
sono, agitação psicomotora, descontrole 
ao coordenar as ideias, desvio da 
atenção, compulsão para falar, aumento 
da libido, irritabilidade e impaciência 
crescentes, comportamento agressivo, 
mania de grandeza. em casos mais 
graves, delírios e alucinações. 
 
 
 
Episódios Hipomaníacos 
 
Os sintomas são semelhantes aos da 
mania, porém bem mais leves e com 
menor repercussão sobre as atividades e 
relacionamentos do paciente, que se 
mostra mais eufórico, mais falante, 
sociável e ativo do que o habitual. Em 
geral, a crise é breve, dura apenas uns 
poucos dias. 
 
 
 
 
Tratamento: 
 Fármacos estabilizadores do humor: lítio, anticonvulsivantes, antidepressivos. 
 Terapias complementares: cognitivo-comportamental, psicossociais. 
 Programa e acompanhamento dirigido a pessoa com TB, à sua família, amigos. 
 
Cuidados de Enfermagem 
- Estimular e se necessário, auxiliar o paciente 
na realização das atividades de autocuidado 
(banho, vestimentas e higiene intima). 
- Falar com o cliente em um tom de voz mais 
baixo, porém audível. 
- Falar calmamente em frases curtas e simples 
- Encorajar o reconhecimento de comportamentos manipuladores 
- Ser consistente na abordagem 
-Estabelecer regras de grupo que desencorajem o comportamento inadequado 
- Incentivar o autocontrole do cliente 
- Avaliar a ideação suicida quanto aos fatores e risco, planos e possibilidade de 
execução. 
- Instruir sobre a importância da adesão ao tratamento medicamentoso com 
suas finalidades ações terapêuticas e possíveis efeitos colaterais. 
 
Transtornos de Ansiedade 
Ansiedade normal versus Ansiedade patológica 
A ansiedade é uma sensação comum a qualquer ser humano. O 
sentimento presente é único, difuso, vago, desagradável e complexo pelas 
inúmeras alterações fisiológicas presentes e faz parte do cotidiano. A 
ansiedade, diferentemente do medo, é gerada por um evento novo e 
desconhecido do individuo. 
As respostas fisiológicas são moduladas no sistema nervoso autônomo, 
com dois tipos de respostas: as simpáticas e as parassimpáticas. A reação 
simpática prepara o corpo com uma reação de luta ou fuga. Ao perceber a 
ameaça, há uma liberação de epinefrina e a respiração torna-se mais profunda, 
o coração bate mais rapidamente e a pressão arterial sobe, o sangue é 
drenado do estomago e intestinos e direcionado ao coração ao sistema 
nervoso central e aos músculos. Altos níveis de ansiedade afetam a 
coordenação, os movimentos involuntários e a capacidade de resposta. As 
respostas parassimpáticas são de conservação. 
Para a ansiedade ser considerada patológica, deve-se avaliar a 
intensidade, a duração, a frequência e o prejuízo gerado na vida da pessoa. 
 
É patológico quando: 
 
 A resposta e muito desproporcional em relação ao risco e a gravidade da 
ameaça. 
 A resposta continua além da existência de um perigo ou ameaça potencial. 
 O funcionamento intelectual, social ou ocupacional e alterado. 
 O indivíduo apresenta um efeito psicossomático (ex. colite, dermatite) 
 
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) 
A prevalência varia de 3 a 8%. Cerca de 50% 
dos portadores de transtornos de ansiedade 
generalizada possuem comorbidade psiquiátrica. A 
relação de mulheres para homens é de 2 para 1 e o 
Para cada 1000 indivíduos 
cerca de 1 a 3 são afetados 
pelo Transtorno de Pânico. 
inicio da sintomatologia se dá geralmente aos 20 anos. 
O portador apresenta intensa ansiedade, com interferência em diversos 
aspectos da vida, tremores, inquietação, falta de ar, palpitações, queixas 
abdominais, sudorese excessiva e humor irritadiço. 
O transtorno de ansiedade generalizada surge quando a preocupação 
excessiva com o cotidiano é a característica central. A preocupação invade 
diversos aspectos da vida do individuo, como saúde, filhos, futuro, finanças 
pessoais, trabalho, entre outros. 
A doença tem curso crônico e remissão espontânea em 
aproximadamente um terço dos portadores, com elevada comorbidade com 
outros transtornos mentais. 
 Sintomas mais comuns: Instabilidade, medo, sudorese, boca seca, insônia, 
falta de atenção. 
 Trata-se de um tipo de ansiedade persistente, que mantém-se ao longo de um 
mês, por exemplo. 
 Preocupação crônica, irreal, excessiva em relação aos eventos e problemas do 
dia-a-dia. 
 
Transtorno de Pânico 
O Transtorno do Pânico 
(TP) é uma entidade clínica 
recente e era antigamente 
chamada de neurastenia 
cardiocirculatória, embora a 
primeira descrição 
sintomatológica tenha sido feita 
por Freud, que a classificou 
como neurose ansiosa. 
No distúrbio que de flagra a "crise de pânico" o agente externo 
frequentemente encontra-se ausente e a ameaça está dentro do próprio 
paciente (endógena). Ambas as desordens vêm acompanhadas de grande 
estímulo do sistema nervoso autônomo caracterizados por boca seca, 
aceleração dos batimentos cardíacos, palpitações, palidez, sudorese e falta de 
ar. Este conjunto de manifestações qualifica o que se denomina "reação de 
alarme" adaptando o organismo às situações de fuga, luta ou perigo iminente. 
Esses achados constituem os elementos básicos para que se 
cogite na possibilidade de estarmos diante de um paciente 
portador de TP. 
A grande maioria dos pacientes, devido a 
predominância dos sintomas ligados ao aparelho 
cardiovascular, são atendidos em prontos-socorros 
cardiológicos por clínicos e/ou cardiologistas e 
medicados com fármacos que não são capazes de 
bloquear as "crises ou ataques de pânico". A medida as crises se sucedem, 
sem que os pacientes observem melhora, os leva a insegurança e ao 
desespero. São realizados inúmeros exames sem se chegar a uma conclusão 
diagnóstica sendo os sintomas atribuídos a situações genéricas como estafa, 
nervosismo, fraqueza ou com frases do tipo: "o (a) Sr.(a) não tem nada". 
O diagnóstico baseia-se nos seguintes critérios segundo o Manual de 
Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais (DSM-IV) da Associação 
Psiquiátrica Americana: Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Critérios 
para o Ataque de Pânico: Um curto período de intenso medo ou desconforto 
em que 4 ou mais dos seguintes sintomas aparecem abruptamente e alcançam 
o pico em cerca de 10 minutos. 
 Sudorese 
 Palpitações e taquicardia, tremores ou abalos 
 Sensação de falta de ar ou de sufocamento 
 Sensação de asfixia 
 Náusea ou desconforto abdominal 
 Sensação de instabilidade, vertigem, tontura ou desmaio 
 Sensação de irrealidade (desrealização) ou despersonalização (estar distante 
de si mesmo) 
 Medo de morrer 
 Medo de perder o controle da situação ou enlouquecer 
 Parestesias (sensação de anestesia ou formigamento) 
 Calafrios ou ondas de calor 
 
Pelo menos um dos ataques ter sido seguido por 1 mês ou mais de uma ou 
mais das seguintes condições: 
 Medo persistente de ter novo ataque 
 Preocupação acerca das implicações do ataqueou suas consequências 
(isto é, perda de controle, ter um ataque cardíaco, ficar maluco) 
 Uma significativa alteração do comportamento relacionada aos ataques 
 
 
Agorafobia 
A agorafobia é o comportamento 
de evitar lugares ou situações onde o 
escape seria difícil ou embaraçoso caso 
se tenha uma crise de pânico ou algum 
mal estar. 
Características: 
 A relação entre a agorafobia e o pânico é muito próxima. Existe 
transtorno do pânico sem agorafobia, mas a agorafobia sem pânico é rara, 
havendo até mesmo quem afirme que não existe agora fobia isoladamente. De 
1/3 a 1/2 dos pacientes com pânico apresentam agorafobia. As crises de 
pânico são bastante desagradáveis, mas não afetam o ritmo de vida como a 
agorafobia faz: torna os pacientes dependentes de outras pessoas para sair de 
casa e fazer as coisas mais elementares como comprar um pão na padaria. 
Toda essa dificuldade sempre é superada pela companhia de alguém: 
às vezes basta uma criança como companhia para o agorafóbico sentir-se 
tranquilo. Por causa da necessidade de companhia, a agorafobia interfere na 
dinâmica da família. Há pacientes que não toleram ficar sozinhos em casa, 
precisando ou exigindo a presença de alguém. Este tipo de problema provoca 
irritação nos parentes que quando não conhecem o problema passam a 
hostilizar ou ridicularizar o paciente que sofre com sua ansiedade e com a 
incompreensão. Quando o tratamento não é feito ou não é conhecido, o 
paciente realmente depende da presença de outras pessoas, e surge com isso 
um sentimento de culpa por estar interferindo na vida dos outros e ao mesmo 
vmtempo uma inconformidade com essa situação incontrolável é 
incompreensível para o próprio paciente. A impossibilidade de solucionar o 
problema leva o paciente a pensar em suicídio e a desenvolver um quadro 
depressivo. 
 
Transtorno Obsessivo-compulsivo 
O transtorno obsessivo-
compulsivo (TOC) caracteriza-se 
pela presença de pensamentos, 
impulsos ou imagens recorrentes e 
persistentes (obsessões), 
acompanhados de comportamentos 
ou atos mentais repetitivos 
(compulsões), realizados com o 
intuito de diminuir o desconforto que 
acompanha as obsessões. É uma 
doença mental grave, que acomete 
principalmente indivíduos jovens ao 
final da adolescência, embora 
muitas vezes os primeiros sintomas 
se manifestem na infância. Seu 
curso geralmente é crônico e, se 
não tratado, mantém-se por toda a 
vida, raramente desaparecendo por 
completo. 
 Uma das características do TOC é a diversidade dos seus sintomas. 
 
 Os sintomas do TOC envolvem: 
 
-Alterações do comportamento (rituais ou compulsões, repetições, -evitações), 
-Dos pensamentos (preocupações excessivas, dúvidas, pensamentos de 
conteúdo impróprio ou “ruim”, obsessões) e 
-Das emoções (medo, desconforto, aflição, culpa, depressão). 
 
 
 
Transtorno do estresse pós-traumático 
O transtorno de estresse pós-traumático 
pode ser entendido como a perturbação 
psíquica decorrente e relacionada a um evento 
fortemente ameaçador ao próprio paciente ou 
sendo este apenas testemunha da tragédia. O 
Ciclo 
do TOC
ANSIEDADE
COMPULSÃO
ALIVIO
OBSESSÃO
 
OBSESSÃO COMPULSÃO 
 
IDEIAS COMPORTAMENTO CONSCIENTE 
INTRUSIVA RECORRENTE 
REPETITIVA ATOS ESTEREOTIPADOS 
 
 
 ANSIEDADE ALIVIO DOS PENSAMENTOS 
transtorno consiste num tipo de recordação que é melhor definido como 
revivescência pois é muito mais forte que uma simples recordação. Na 
revivescência além de recordar as imagens o paciente sente como se estivesse 
vivendo novamente a tragédia com todo o sofrimento que ela causou 
originalmente. O transtorno então é a recorrência do sofrimento original de um 
trauma, que além do próprio sofrimento é desencadeante também de 
alterações neurofisiológicas e mentais. 
 Para o diagnóstico é 
essencial que a pessoa tenha 
experimentado ou testemunhado 
um evento traumatizante ou 
gravemente ameaçador. Quando 
esse evento ocorre é necessário 
também que a pessoa tenha 
apresentado uma resposta 
marcante de medo, desesperança 
ou horror imediatamente após o 
evento traumático. 
Depois isso o indivíduo deve 
passar a ter recordações vivas, intrusivas (involuntárias e abruptas) do evento, 
incluindo a recordação do que pensou, sentiu ou percebeu enquanto vivia o 
evento traumático. Podem ocorrer pesadelos baseados no tema. Sentir como 
se o evento fosse acontecer de novo, chegando a comportar-se como se 
estivesse de fato vivendo de novo o evento traumático. 
Nesses eventos é possível que o paciente tenha flashbacks ou 
alucinações com as imagens do evento traumático. As situações que lembram 
o evento causam intenso sofrimento e são evitadas. Ter de expor-se 
novamente ao local pode ser insuportável para o paciente. Por isso o paciente 
passa a evitar os assuntos que lembrem o evento, como também as conversas, 
pessoas, objetos e sensações, tudo que se relacione ao trauma. 
A recordação dos aspectos essenciais do trauma pode também ser 
apagada da memória. A pessoa pode afastar-se do convívio social e outras 
atividades mesmo que não relacionadas ao evento. Pode passar a sentir-se 
diferente das outras pessoas. Pode passar a ter dificuldade de sentir 
determinadas emoções, como se houvesse um embotamento geral dos afetos. 
Pode passar a encarar as coisas com uma perspectiva de futuro mais restrita, 
passando a viver como se fosse morrer dentro de poucos anos, sem que exista 
nenhum motivo para isso. 
 Desenvolve-se semanas após o evento, mas pode vir a ocorrer anos depois 
(mais raro) tendo sintomatologia intensificada em períodos de estresse. 
 
Fobia Social 
A fobia social é um tipo de situações sociais seja normal, as pessoas 
com fobia social têm tanta ansiedade que chegam a evitar situações sociais ou 
as suportam com angústia. Aproximadamente 13% das pessoas apresentam 
fobia social em algum momento de suas vidas. Esse transtorno atinge 
aproximadamente 9% das mulheres e 7% dos homens anualmente. 
Algumas pessoas são tímidas por natureza e demonstram timidez 
precocemente em suas vidas, que pode evoluir para fobia social 
posteriormente. Outras pessoas apresentam ansiedade em situações sociais 
pela primeira vez na puberdade. 
Pessoas com fobia social se preocupam com o fato de que suas ações 
sejam vistas como inadequadas. Em geral, elas temem que sua ansiedade se 
torne óbvia, pois acreditam que podem transpirar em excesso, apresentar rubor 
facial, vomitar, tremer ou gaguejar. Elas também acreditam que podem perder 
sua sequência de pensamento ou não ser capazes de encontrar as palavras 
para se expressarem. 
 
 
 
 
 
 
Algumas fobias sociais estão ligadas a situações de desempenho 
específicas, de modo que a ansiedade ocorre apenas quando as pessoas 
devem realizar alguma atividade em público. A mesma atividade desenvolvida 
em âmbito privado não provoca ansiedade. As situações que normalmente 
desencadeiam ansiedade em pessoas com fobia social incluem as seguintes: 
 Falar em público 
 Atuar publicamente, como ler em uma igreja ou tocar um instrumento 
musical 
 Comer na companhia de outras pessoas 
 Conhecer novas pessoas 
 Ter uma conversa 
 Assinar um documento diante de testemunhas 
 Usar um banheiro público 
 
Transtornos fóbicos específicos 
 
As fobias específicas são o tipo mais comum de transtornos de 
ansiedade. As pessoas que têm uma fobia específica evitam as situações ou 
os objetos específicos que desencadeiam sua ansiedade ou medo, ou os 
suportam sob intensa angústia, o que algumas vezes resulta em ataque de 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/ansiedade-e-transtornos-relacionados-ao-estresse/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-os-transtornos-de-ansiedade

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