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ECONOMIA POLÍTICA APLICADA

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ECONOMIA POLÍTICA APLICADA
AULA 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Rodolfo dos Santos Silva
Conforme SAES e SAES (2013) e SANDRONI (2007) a principal exportação inglesa, no século XVI era a produção de tecidos de lã, porém, a sua produção de tecidos de algodão, dada a pouca tecnologia, era pequena e pouco competitiva em relação a qualidade dos tecidos importados da China e da Índia.
Com algumas manobras políticas e imposições e proibições, como as do Tratado de Methuen, assinado em 1703 e revogado somente em 1842 (Tratado de Panos e Vinhos), a Inglaterra conseguiu impor ao mundo português os seus tecidos. Ela também reprimiu a produção de tecidos na Ásia para garantir mercados aos seus produtos, e com isso, em pouco tempo os tecidos ingleses passaram a ter grande demanda no total das exportações.
As inovações no processo de produção dos tecidos ingleses como a lançadeira Kay nas máquinas de fiação, inventada em 1733, deu grande impulso à produção. Mas, foi a máquina de fiar water frame de Arkwright, patenteada em 1769, que possibilitou o grande salto na indústria de tecidos inglesa. Essa máquina era movida à energia hidráulica e por isso, muitas das fábricas foram se instalar próximas as fontes de energia, ou seja, beiras de rios e corredeiras. As invenções e patentes surgiam em muito pouco tempo, em 1770, foi patenteada por James Hargreaves a máquina de fiar ou a spinning Jenny. Alguns anos mais tarde, Cartwright, inventa o tear mecânico que vai intensificar o processo de produção, com grande utilização a partir do início do Século XIX.
A invenção da máquina a vapor de movimentos circulatórios, de James Watt, em 1781, impôs outro ritmo à produção e foi empregada em muitos processos, inclusive na indústria do ferro. Com a indústria do ferro e das máquinas a vapor, foi possível implantar na Inglaterra a produção de máquinas para fazer outras máquinas, ou seja, a produção de bens de capital e, com a utilização do carvão, essa produção proporcionou o avanço para a chamada Grande Revolução Industrial.
Se por um lado, a inovação tecnológica, com a introdução de tantas alterações no processo de produção trouxe benefícios e ampliou o lucro dos donos dos meios da infraestrutura e do capital, por outro, trouxe sérias consequências para os pequenos tecelões e oficinas de artesãos que viram declinar os preços dos seus produtos e seus fregueses sumirem diante da brutal concorrência desigual do capital manufatureiro e industrial, levando ao fechamento de inúmeras oficinas de diferentes setores da economia. Outro grande problema social, foi o aumento populacional na Grã-Bretanha, que conforme SANDRONI (2007) “passou de 7 para 20 milhões entre 1750 e 1850, o que ampliou a oferta de mão de obra e o mercado consumidor”. Nessa época, o desemprego passou a ser um dos principais problemas sociais das cidades britânicas.
Com a introdução dos teares mecânicos no processo de produção, muita mão de obra foi dispensada, causando reações diversas entre os trabalhadores. Uma delas foi o Movimento Ludista, ou Movimento dos Quebradores de Máquinas, puxado por Nedd Ludd, um operário inglês, que ao ser demitido de uma fábrica, devido a introdução de um tear mecânico, começou a quebrá-lo a marteladas. Outros operários também passaram a invadir fábricas e quebrar todo tipo de máquinas que encontravam durante os anos de 1811 até meados de 1812, quando o movimento teve seu fim anunciado após o estabelecimento de uma Lei que condenava à pena de morte e deportação qualquer pessoa que quebrasse máquinas.
A acumulação de riquezas por parte da burguesia lhes trouxe a possibilidade de enviar seus filhos para estudar em instituições religiosas, onde até então, somente sacerdotes e a nobreza tinham acesso ao conhecimento disponível nas grandes bibliotecas religiosas. A partir do saber sistematizado e elaborado durante muitos séculos, começam a surgir teorias que iniciam um processo de justificativa dos ideais burgueses, frente à existência e manutenção da nobreza. Tais teorias passam a pregar o fim dos reinos, tendo como objetivo a liberdade para o lucro. A essa corrente de pensamento burguês dá-se o nome de Liberalismo.
O Liberalismo inaugura a Escola Clássica da Economia. Essa escola surge como uma reação frente ao Mercantilismo e também como forma de se contrapor às ideias fisiocratas. Nela, aproveitando-se da principal bandeira da Fisiocracia, a noção de ordem natural, a partir do laissez faire, laissez passer, Adam Smith (1723-1790) contribuiu para o desenvolvimento da sociedade capitalista, escrevendo um livro chamado “A Riqueza das Nações: investigação sobre a sua natureza e causas”.
O Liberalismo Econômico vai ser a base teórica de sustentação do modo de produção capitalista. Em 1720, a Inglaterra tinha aproximadamente 1,5 milhão de pobres, um número assustador se fosse levado em conta que a população total de todo o mundo, era de apenas 12 ou 13 milhões. Naquela época, escreve Smith “era comum uma mãe por 20 filhos no mundo e sobrarem apenas dois vivos” tal era o índice de mortalidade infantil. Os ideais liberais influenciaram toda a Europa, principalmente a burguesia francesa, que por sua vez, convenceram a população da França derrubar a monarquia do poder. Com o lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade, os revolucionários (jacobinos e girondinos) se uniram para tomar a Bastilha e impor uma derrota à monarquia francesa. Para administrar o país, a burguesia (girondinos) se uniu aos jacobinos (representantes dos intelectuais, camponeses, pequenos artesãos, parcela do proletariado e dos pobres) para garantir a governabilidade do país. Depois de muitos desentendimentos e desencontros, prevaleceram os interesses da burguesia francesa.
TEMA 2 – ADAM SMITH E O LIBERALISMO ECONÔMICO
Adam Smith (1723-1790) era um professor renomado da Universidade de Glasgow, onde lecionava a disciplina de Filosofia Moral, que abrangia diversos conteúdos desde a Teologia até a Economia Política. Longe de viver em uma Inglaterra de luxo e riqueza, as exceções estavam nas elites que moravam em castelos, o país percebido por Smith era um antro de pobreza e miséria com requintes de degradação e crueldade. Nascido em Kirkcaldy, na Escócia, em 1723. Em 1759, escreveu um livro que provocou furor dentre os filósofos, o “A Teoria dos Sentimentos Morais”. No livro questiona sobre como um ser humano egoísta podia pregar a moral e a ética. De acordo com ele isso só seria possível se o indivíduo se colocasse no lugar de uma terceira pessoa. Objetivando contribuir para o desenvolvimento da sociedade capitalista, Adam Smith escreveu em 1776, um livro chamado “A Riqueza das Nações: investigação sobre a sua natureza e causas”. A partir dele, o liberalismo econômico se tornaria a base teórica de sustentação do modo de produção capitalista.
Observando a forma com que trabalhavam os artesãos de uma determinada manufatura, Smith elaborou uma teoria justificando a necessidade de mudanças na forma de produção. Ele propôs que o trabalho executado por um artesão na confecção de um determinado produto fosse realizado apenas parcialmente, e não por completo. Assim, cada artesão realizaria apenas uma parte dessa confecção, que seria complementada com o trabalho de outros artesãos. Dessa forma, o sistema capitalista não precisaria de um artesão especializado, mas sim, de um trabalhador que dominasse a parte que lhe cabia em cada processo de produção. O argumento principal para implantação da divisão de tarefas era proporcionar a mais destreza aos trabalhadores e agilizar o processo de produção.
Isso estabeleceu a divisão social do trabalho, que barateou o custo da mão de obra e acelerou o processo de produção e acumulação de riquezas nas mãos dos proprietários das fábricas. Além disso, Smith admitia que a introdução de máquinas e equipamentos na produção favorecia a divisão do trabalho.
“Como os processos manuais são subdivididos em grande número de operações cada vez mais simples, também se torna mais fácil reproduzir essas operações simplificadas em um mecanismo.” (SAES e SAES: 2013,p. 150).
Outra grande contribuição apresentada por Adam Smith é a mão invisível, que segundo ele, promove o capitalismo comercial como “o sistema da perfeita liberdade”. Por meio dela ocorre a autorregulação do mercado, ou seja, aqueles que cobram preços majorados acabarão por perder os seus consumidores, aqueles que não pagam bons salários acabarão por perder seus operários para os que pagam melhor.
Para Smith, o mercado é seu próprio guardião, ou seja, sempre existirá uma reação quando algum produtor ou comerciante não seguir o destino da livre concorrência e das normas estabelecidas por ela. Quando tais normas não forem seguidas, o destino é a ruína econômica. A mão invisível proporciona o favorecimento da tendência inata do ser humano em buscar a satisfação de suas necessidades e esse egoísmo acarreta ganhos para toda a sociedade. De acordo com o autor, o dinheiro gasto com a produção de todos os bens e serviços é o mesmo que a sociedade utilizará para comprar os mesmos bens e serviços ofertados pelas fábricas. Ou seja, todo recurso utilizado no mercado retorna para a empresa, já que, por meio do pagamento, a empresa remunera os trabalhadores, que por sua vez, compram as mercadorias ofertadas pelas empresas. Assim, se cada indivíduo maximizar os seus ganhos por meio do trabalho, também aumentará, sem perceber, os ganhos de toda a sociedade.
Para Smith, os trabalhadores, como qualquer outra mercadoria, podem ser produzidos de acordo com a demanda. Se os salários são altos, o número de trabalhadores se multiplica até o número em que os valores de mercado voltem a cair pelo excesso de oferta. Quando caem os salários, os trabalhadores também param de ter filhos e a classe trabalhadora diminui. Dessa forma, a mão de obra também é regida pelas leis de autorregularão do mercado, o que tornaria desnecessário a intervenção do Estado nesse processo. Para Smith, o Estado deve se limitar em atender apenas as necessidades de segurança da sociedade contra qualquer ameaça externa, ou seja, ele deve atuar onde a iniciativa privada não tem interesse e jamais deve intervir nas leis de mercado.
TEMA 3 – DAVID RICARDO E A TEORIA DO VALOR DO TRABALHO
Com a Revolução Francesa (1789) e a invenção do tear mecânico (1792), o capitalismo deu um salto e se efetivou enquanto modo de produção, assim como o debate sobre o desenvolvimento econômico. Porém, a miséria e a pobreza continuavam onipresentes. Nesse período, na Inglaterra, surgiu um dos mais importantes teóricos da economia clássica: David Ricardo (1722-1823). Esse lorde inglês previu o crescimento da economia com vários degraus e com diferentes classes sociais. Em sua teoria, nem todos alcançariam a riqueza. Para ele, alguns avançavam alguns degraus e paravam, outros chegavam ao topo da sociedade e alguns caiam novamente. Para deixar perplexos os defensores do liberalismo, David Ricardo afirmou que quem sustenta a sociedade não consegue chegar ao topo dela e, aqueles que se mantém no topo, nada fazem para merecer ocupá-lo.
David Ricardo percebeu que a Inglaterra estava dividida em duas grandes classes que disputavam o poder: os proprietários de terras e os industriais. Os grandes proprietários de terras e produtores da maior parte dos alimentos da Grã-Bretanha viam com maus olhos a ascensão dos novos ricos, os grandes industriais, que reclamavam dos preços dos alimentos e dos aluguéis. Pense que isso ocorreu em uma Inglaterra tida como uma das maiores exportadoras de grãos do Continente. Enquanto os preços disparavam no campo e os lucros aumentavam para os produtores de alimentos, nas cidades a população tinha dificuldades para comprar alimentos, devido aos baixos salários recebidos. Quando os alimentos se tornaram escassos, os comerciantes da cidade começaram a importar trigo para garantir o abastecimento da população o que desagradou imensamente a aristocracia agrária.
O grande negócio dos proprietários de terras iria sucumbir se não fosse a aprovação da Lei dos Cereais por parte do parlamento britânico, que estabeleceu a cobrança de uma sobretaxa sobre o trigo importado, o que fez elevar ainda mais o preço do pão, provocando uma reação imediata dos grandes industriais e comerciantes que eram contrários a tais aumentos.
Para David Ricardo, todos os custos se reduziam aos custos do trabalho, por isso ele entendia mais o lado dos industriais e comerciantes, já que os altos preços dos alimentos os forçavam a pagar salários mais altos para manter os trabalhadores. Sobre isso, Ricardo percebeu que se não houvesse mudanças a única classe que ganharia com isso seria a dos grandes produtores rurais e latifundiários. E em 1815, escreveu que os interesses dessa classe eram divergentes de todas as demais classes existentes. Ou seja, entrou na guerra.
As ideias de David Ricardo dominaram a economia clássica por mais de meio século. Esse lorde inglês, muito jovem assumiu um cargo na Bolsa de Valores de Londres onde desempenhou uma brilhante carreira. Pouco tempo depois, escreveu o seu primeiro livro: “O Preço Elevado dos Lingotes de Ouro: uma prova da depreciação das notas de banco” (1810), mas foi com a obra: “Princípios de Economia, Política e Tributação” (1817) que ele deu uma enorme contribuição à teoria do valor e da distribuição no mundo capitalista.
Quer saber como? Apesar de viver em uma economia predominantemente agrícola, David Ricardo construiu um modelo teórico buscando explicar as leis que regulam a distribuição do produto entre as diferentes classes da sociedade e estabeleceu o trabalho como fator determinante do valor das mercadorias. Naquela época, o cultivo das terras mais férteis e próximas aos centros de comercialização alcançava lucros extraordinários em relação às distantes e de menor fertilidade, isso porque a renda da terra era cobrada em relação às terras mais férteis. Como a produtividade agrícola nas terras de baixa fertilidade é menor, os produtores só tinham como ganhar elevando os preços dos produtos agrícolas. Assim, as terras mais férteis tinham maiores lucros porque conseguiam produzir com menores custos. Para esta questão, Ricardo propôs manter os lucros da terra menos fértil nos mesmos níveis do lucro de cultivo das terras mais férteis, havendo assim um equilíbrio entre eles, e na economia.
Ricardo formulou ainda, as Teoria das Vantagens Comparativas ou Lei dos Custos Comparativos, que demonstrava que as vantagens do comércio entre os países estariam na importação de produtos, nos casos em que o custo das produções internas fosse mais elevado do que as ofertas no exterior. Para tanto, o comércio entre os países dependeria desses fatores de produção. Essa lei, ainda hoje, constitui uma parte importante da Teoria do Comércio Internacional. Além disso, David Ricardo proporcionou a base teórica para o surgimento de outras duas importantes escolas econômicas antagônicas: a Escola Marxista e a Escola Neoclássica.
TEMA 4 – MALTHUS, SAY E MILL: CONTRIBUIÇÕES À ECONOMIA POLÍTICA E SOCIAL
Thomas Malthus (1766-1834)
Em 1798, foi publicado por Thomas Robert Mathus, o seu livro mais conhecido, intitulado “Um Ensaio sobre o Princípio da População e como ele afeta o Futuro e o Desenvolvimento da Sociedade”. O livro provocou uma revolução no pensamento romântico inglês, já que se imaginavam que ele refletia um universo harmonioso e um futuro brilhante para as pessoas, mas ao invés disso, o livro apresentava uma perspectiva de um futuro sombrio e cheio de calamidades. Conforme Malthus, no futuro não haveria sustentação para um crescimento tão grande da população, que dobrava a cada 25 anos. Isso levaria a humanidade a beira de um precipício que culminaria em seu fim.
Assim, os seres humanos seriam levados a grandes batalhas por alimentos, cujo estoque seria reduzido devido a sua limitada produção. De acordo com HEILBRONER (1992) “numa desconcertante manifestação intelectual, Malthus apagou todas as esperanças de uma época orientada para autossatisfação e com uma confortável visão de progresso”
Malthus foi odiado por muitos, dado a sua defesa intransigentedas pestes como forma de controle da população, assim como era contrário a qualquer tipo de auxílio aos mais pobres e a favor do fim dos casamentos precoces. Ele defendeu o fim de qualquer ajuda aos mais pobres temendo que isso pudesse os levar a ter mais filhos. Percebendo que a sociedade se dirigia a um futuro sombrio, apontados pelos seus estudos, esse clérigo inglês afirmava que a culpa de todos os males era a fertilidade humana. Para ele, as guerras eram necessárias para evitar que aumentasse ainda mais o número de pessoas. Quando escreveu o seu segundo livro “Princípios de Economia Política”, em 1820, Malthus expôs uma ideia totalmente divergente daquilo que estava sendo posto por Jean Baptiste (1767-1832), que para toda oferta havia procura, e a Lei de Say, que afirma haver superprodução.
Suas ideias vão ser fervorosamente combatidas pelo seu amigo David Ricardo e por outros teóricos da época. Mas para Malthus, haveria superprodução, somente se houvesse a oferta de muitos produtos e poucos compradores, o que para ele era dado como certo, tendo em vista o aumento dos preços e o alto nível de desemprego. Como possuía uma argumentação frágil na defesa de suas ideias, as que prevaleceram foram as de Say e de Ricardo. Só 100 anos mais tarde, no Livro “Teoria Geral do Emprego, do juro e da moeda”, Keynes (18883-1946) retornará as ideias de Malthus e desenvolverá o princípio da demanda efetiva.
Jean Baptiste Say (1767-1832)
Jean Baptiste Say (1767-1832), foi um industrial e economista francês que afirmou que a economia política representa o conhecimento sobre como se forma a riqueza e como ela é distribuída e apropriada pela sociedade e pelo Estado.
Say foi um dos maiores defensores das ideias de Adam Smith e seu principal propagador. Em 1803, escreveu sua principal obra: “Tratado de Economia Política”, onde desenvolveu uma teoria que ficou conhecida como Leis de Mercado de Say. De acordo com essa teoria a produção criaria sua própria demanda. É também atribuída a Say a teoria dos três fatores de produção: terra, trabalho e capital. Foi um grande estudioso do mundo dos negócios, desenvolvendo uma teoria que estabelecia as funções e o papel a ser desempenhado pelos empresários na sociedade.
John Stuart Mill (1806 – 1873)
Para John Stuart Mill (1806-1873), em seu livro: “Princípios de Economia Política com algumas de suas Aplicações à Filosofia Social”, publicado em 1848, delineia a Economia Política como sendo o conhecimento sobre a formação da riqueza e como ela é distribuída e apropriada pela sociedade e pelo Estado. Para esse autor, a economia estuda como se constitui historicamente a diversidade entre a riqueza e a pobreza e a razão pela qual ela é apropriada no presente e como poderá ocorrer essa apropriação no futuro, bem como as leis que as regulam. Inspirado por seu pai James Mill (1773-1836), outro grande economista, Mill buscou fundamentar as suas teses nas teorias desenvolvidas por David Ricardo e Thomas Malthus, em que questionava a posição de Adam Smith sobre a não intervenção do Estado na economia e defendia a tributação da renda.
Esse intelectual inglês, também afirmou que a falta de concorrência levava ao aumento nos preços ao perceber que grandes empresas passavam a ter o domínio sobre a oferta de determinado bem ou serviço. Alertou para o perigo dessa falta de concorrência para alguns setores da economia, inclusive no mercado de trabalho, em que alguns trabalhadores poderiam ser muito melhor remunerados do que outros, dados a sua qualificação profissional. Entendia como necessária a organização dos trabalhadores em sindicatos e o direito à greve. Em sua publicação de 1869, “A Sujeição das Mulheres”, defendeu o direito das mulheres ao voto. Seus livros tornaram-se leitura fundamentais para o conhecimento de economia e política a partir de meados do século XIX.
TROCANDO IDEIAS
Diante dos assuntos abordados nesta rota, dentre eles a pobreza e o aumento da população, problematize sobre essa relação e descreva como alguns dos economistas políticos estudados reagiriam às políticas sociais existentes atualmente.
NA PRÁTICA
Vamos a alguns exercícios práticos? Clique nas opções corretas.
1. Com o desenvolvimento do mercantilismo e o surgimento das cidades e da infraestrutura criada para ligar uma cidade a outra, a burguesia europeia acumulou riquezas com o comércio proporcionando a implantação de manufaturas. As cidades de grande comércio, onde estavam estabelecidas as manufaturas e viviam os grandes comerciantes, foi denominada de:
a. Pólis
b. Burgos
c. Comunidade
d. Metrópole
e. Metápoles
2. O economista político que afirmou que a falta de concorrência levava ao aumento nos preços ao perceber que grandes empresas passavam a ter o domínio sobre a oferta de determinado bem ou serviço e que também alertou para o perigo dessa falta de concorrência para alguns setores da economia, inclusive no mercado de trabalho, foi:
2. Adam Smith
2. David Ricardo
2. Jean Baptiste Say
2. John Stuart Mill
2. Thomas Malthus
Confira as respostas no material online.
SÍNTESE
A Economia Política representa o conhecimento acumulado de muitos pesquisadores e estudiosos do assunto. Neste texto, foi possível conhecer a contribuição de alguns dos mais importantes economistas da Escola Clássica como Adam Smith (1723-1790) que escreveu em 1776, um livro chamado “A Riqueza das Nações: investigação sobre a sua natureza e causas” que foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo e a propagação do liberalismo como teoria econômica.
Você também aprendeu sobre David Ricardo (1722-1823), um dos principais economistas do Século XIX. Esse lorde inglês percebeu que seu país estava dividido em duas grandes classes que disputavam o poder, a classe dos grandes proprietários de terras, produtores rurais e latifundiários e a dos novos ricos, grandes industriais e comerciantes. As ideias de David Ricardo dominaram a economia clássica por mais de meio século. Você também estudou sobre Thomas Malthus (1766-1834), um dos mais polêmicos economistas do Século XIX, dado a sua principal obra “Um Ensaio sobre o Princípio da População e como ele Afeta o Futuro e o Desenvolvimento da Sociedade”, publicado em 1798.
Entendeu que Jean Baptiste Say (1767-1832), criou a teoria que ficou conhecida como Leis de Mercado de Say, na qual afirma que a produção cria a sua própria demanda. E ainda, observou que John Stuart Mill (1806-1873) em seu livro: “Princípios de Economia Política com algumas de suas Aplicações à Filosofia Social”, publicado em 1848, delineia a Economia Política como sendo o conhecimento sobre a formação da riqueza e como ela é distribuída e apropriada pela sociedade e pelo Estado.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Carlos Roberto Vieira. História do Pensamento Econômico: uma abordagem introdutória. São Paulo: Atlas, 2006.
FRANCO JUNIOR, Hilário e CHACON, Pulo Pan. História Econômica Geral. São Paulo: Atlas, 1992.
GALBRAITH, John Kenneth. O Pensamento Econômico em Perspectiva. São Paulo: Edusp, 1989.
HEILBRONER, Robert. A História do Pensamento Econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
HUNT, E. K. e SHERMAN, HOWARD, J. Sherman. História do Pensamento Econômico. Petrópolis: Vozes, 1977.
HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
MAGALHÃES FILHO, Francisco de B. B. História Econômica. São Paulo: Saraiva, 1987.
MALTHUS, Thomas Robert. Princípios de Economia Política e Considerações sobre sua Aplicação Prática. Ensaio sobre a população. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
MARX, Karl. Manuscritos Econômicos-Filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004.
MILL, John Stuart. Princípios de Economia Política: com algumas de suas aplicações à filosofia social. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
SAES, Flávio Azevedo Marques de. SAES, Alexandre Macchione. História Econômica Geral. São Paulo: Saraiva, 2013.
SANDRONI, Paulo. Dicionário de Economia do Século XXI. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2007.
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. Coleção: Os economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1996.VASCONCELLOS, Marco A. S. e GARCIA, Manuel E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 2014.

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