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PB-David-Ricardo

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PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABÉIS E ATUARIAIS 
 
 
 
 NOME: Cesar Assis Amorim 
 RA 00210709 
 TURMA: MC1 
 
 
 
 
 
 
PESQUISA BIOGRÁFICA DAVID RICARDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
2 
 
 
 SUMÁRIO 
1 Introdução ..............................................................................................................................3 
2 Breve biografia ......................................................................................................................4 
3 Contexto histórico .................................................................................................................5 
4 Círculos intelectuais ..............................................................................................................6 
5 Teorias e ideias ......................................................................................................................7 
6 Principais obras ...................................................................................................................10 
7 Críticas, debates e tensões do personagem .......................................................................11 
8 Conclusão .............................................................................................................................12 
Referências bibliográficas .....................................................................................................13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 Introdução 
 David Ricardo foi um economista britânico do início do século XIX, ele foi um dos 
fundadores da teoria econômica moderna. É considerado juntamente com Adam Smith, um dos 
principais teóricos e fundadores da Economia Clássica. Ricardo tinha uma visão oposta 
ao protecionismo econômico, que era praticado na Inglaterra de seu tempo. Ricardo defendia a 
ideia de que o comércio era uma das principais fontes para o enriquecimento e o 
desenvolvimento de uma nação. Como homem fortemente vinculado a seu tempo, buscava 
apresentar soluções para os problemas de sua época. 
 Neste trabalho será evidenciado o pensamento desenvolvido por David Ricardo, desde 
o início de sua construção teórica e sua influência e impactos que seu estudo causou na 
Economia. Para isso, foi averiguado aspectos da vida do autor, suas influências no tempo em 
que vivia, o contexto histórico em que viveu, bem como suas principais ideias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.suapesquisa.com/o_que_e/protecionismo.htm
4 
 
 
2 Breve biografia 
 David Ricardo nasceu em Londres, no dia 18 de abril de 1772, filho de um comerciante 
de origem judaica que havia emigrado da Holanda. Ricardo se desenvolveu no mundo dos 
negócios, tornou-se operador da bolsa de valores londrina e, ainda jovem, já possuía uma 
considerável fortuna, além de mover-se com familiaridade no mundo dos negócios e das 
finanças do capitalismo de sua época. 
 Em sua maturidade, chegou a se eleger representante na Câmara dos Comuns britânica, 
para poder influenciar nos rumos da política econômica de seu país. As soluções que apresen- 
tou sob a forma de contribuições teóricas, dentre as quais o livro Os Princípios, é o exemplo 
mais importante, serviram para modelar a forma como se conduziriam os estudos em economia 
até a atualidade. 
 Ricardo morre aos 51 anos, em decorrência de uma infecção que se espalhou para o 
seu cérebro. Deixando três filhos: Osman Ricardo e David Ricardo, ambos políticos liberais. O 
seu terceiro filho, Mortimer Ricardo, se tornou Deputy Lieutenant de Oxfordshire, um título 
dado a delegados que representam o monarca em situações cerimoniais em condados. 
 Seu corpo encontra-se na igreja de São Nicolas em Wiltshire. Ao morrer, em 1823, a 
fortuna de Ricardo era estipulada entre £675.000 e £775.000, algo em torno de 80 a 92 milhões 
de libras esterlinas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wiltshire
https://pt.wikipedia.org/wiki/Libra_esterlina
5 
 
 
3 Contexto histórico 
 David Ricardo viveu em grande parte de sua vida durante o século XVIII que ficou 
conhecido como o Século das Luzes, pois as ideias iluministas promovidas na Europa por 
filósofos se espalharam por muitos países e inspiraram revoluções como a Revolução 
Francesa em 1789. Na história foi o último século da Idade Moderna. E o primeiro da Idade 
Contemporânea. 
 A Inglaterra acabava de completar o processo de cercamento no campo (os enclousu- 
res), com a expulsão dos camponeses das antigas terras comunais e sua migração em massa 
para os centros urbanos, à procura de trabalho, em duras condições e ganhando o necessário 
para subsistir. Ainda havia o desenvolvimento da Primeira Revolução Industrial, um processo 
combinado de avanço tecnológico e de transformações sociais que tornava autônoma a 
produção industrial, transformando em proletários os antigos artesãos. 
 O tear mecânico, a tecnologia a vapor, as estradas de ferro e o avanço da mineração e 
da siderurgia permitiram centralizar a produção das manufaturas, reunindo nas primeiras 
fábricas modernas os produtores antes dispersos e mudando radicalmente o equilíbrio entre 
campo e cidade na Inglaterra. 
 O novo ciclo econômico, na nova fase do capitalismo inglês, fez aparecer de tempos 
em tempos crises comerciais, reduzindo a lucratividade dos empresários e trazendo consigo o 
aumento do desemprego; assim piorando mais ainda as condições das populações urbanas. Em 
decorrência das transformações nos modos de vida, produziu-se muitas revoltas e agitação 
social entre os trabalhadores ingleses. Um dos grandes temas em debate na época de Ricardo 
era a miséria e o aumento da mortalidade entre classes trabalhadoras da Inglaterra. 
 Observando as ideias em circulação na época de Ricardo, esta foi marcada pelos 
acontecimentos que resultaram da Revolução Francesa de 1789. Os conceitos de Igualdade, 
Liberdade e Fraternidade, lema do movimento francês, tinha-se estabelecido na mentalidade 
das elites europeias. A extensão e a igualdade dos direitos políticos e civis eram vistas agora 
pelas elites como condição fundamental para a organização da vida social. O liberalismo 
político, sob a forma de democracias constitucionais e parlamentares, era a forma de 
organização social mais adequada ao regime de livre concorrência que tinha se inaugurado com 
o capitalismo industrial. Ricardo aprofundou-se nestas fontes e tornou-se ele mesmo um dos 
maiores defensores do liberalismo, no campo da política e no campo da economia. 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Europa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Moderna
https://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Contempor%C3%A2nea
https://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Contempor%C3%A2nea
6 
 
 
4 Círculos intelectuais 
 No ano de 1799 Ricardo teve o primeiro contato com o pensamento de Adam Smith 
através da leitura de A Riqueza das Nações, tendo se impressionado com o livro. Logo depois 
deste acontecimento começou estudar os temas econômicos com mais intensidade, desenvol-
vendo uma percepção teórica para os problemas que já vivenciara de maneira mais aguçada. 
 Para Malthus, importante economista e que debateria com Ricardo em outras questões, 
divergindo quase sempre, mas ambos desfrutavam de uma grande amizade, a causa da infla- 
ção estava na elevação dos preços dos cereais,devida à ocorrência de guerras que prejudicavam 
o abastecimento. 
 A argumentação lógica de Ricardo, ainda que não tenha convencido seus opositores, 
reforçou a importância do autor e o colocou em contato estreito com importantes economistas 
de sua época, como James Mill e Malthus, que o incentivaram a escrever uma obra que reunisse 
o seu pensamento econômico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
5 Teorias e ideias 
 Ricardo mudou o rumo da discussão sobre questões de economia monetária, ao 
apontar que a causa do aumento dos preços residia no excesso de emissões de notas pelo 
Tesouro inglês. Para restabelecer a paridade, o melhor a ser feito era recolher o excesso de 
papel-moeda, na mesma proporção da elevação de preços. Formulava assim Ricardo uma das 
primeiras versões da Teoria Quantitativa da Moeda, segundo a qual o nível geral de preços 
guarda uma proporcionalidade com a quantidade de bens e serviços ligada na economia e com 
a quantidade de moeda em circulação, segundo os hábitos de pagamentos da comunidade. 
 Ricardo afirmava que com o padrão-ouro, a estabilidade monetária e os fluxos de 
capitais entre os países, poderiam ser regulados sem a intervenção dos governos nacionais, se 
fossem deixados operando pelas forças do livre mercado. O regime de padrão-ouro mostrou-se 
eficiente e serviu de base para os sistemas monetários europeus até a Primeira Guerra Mun- 
dial. 
 Era demonstrado em um ensaio escrito em 1815, que a proteção aos produtores 
nacionais de cerais menos eficientes, fazia aumentar a proporção da renda da terra e dos salários 
em relação aos lucros. Pois estando maiores que em relação aos preços dos demais bens, 
acomodaria os preços maiores dos bens na conhecida cesta básica. 
 A transferência de renda dos setores dinâmicos para os menos eficientes fazia diminuir 
a intensidade da acumulação e do crescimento da economia. O esquema de Ricardo utilizava-
se da produção agrícola porque existiam, segundo ele, características especiais que levavam a 
determinação e a distribuição nos outros setores. Os salários eram fixados pelo nível mínimo 
necessário para garantir a subsistência dos trabalhadores. 
 Ricardo adotava a teoria malthusiana, que segundo ela, o salário apontava para a 
subsistência, caso houvesse um aumento, induziria ao aparecimento de um número maior de 
trabalhadores, pelo aumento do número de filhos dos operários, que através da concorrência, o 
nível dos salários baixaria novamente até a subsistência. Um nível abaixo da subsistência faria 
os salários retornarem ao patamar natural, pela escassez de trabalhadores que seria causada. 
 Para Ricardo, a renda da terra devia-se à escassez de terras e à diferenciação das 
produtividades entre elas. Em uma situação hipotética, todas as terras cultivadas teriam a 
mesma produtividade, não haveria, uma renda diferenciada na terra. Os lucros seriam o resto 
do produto após o abatimento dos custos. Em uma situação real, a pressão populacional exige 
a ocupação de terras menos férteis para a produção crescente de alimentos. Por exemplo se as 
terras ocupadas tivessem uma mesma fertilidade e a pressão populacional exigisse o cultivo de 
uma nova porção de terras com qualidade inferior; a produção nesta terra de qualidade inferior, 
8 
 
 
exibirá um produto líquido menor, assim, determinará uma taxa de lucro inferior. Como o 
sistema opera em condições de livre concorrência, esta nova taxa de juros será imposta ao resto 
do sistema. Nas terras de qualidade superior, aparecerá um resíduo que será a renda da terra. 
 Ficava então determinado para Ricardo o esquema de distribuição e de determinação 
da taxa de lucros e do potencial de acumulação. Num esquema de livre concorrência, a distribui- 
ção entre retorno do capital e pagamentos aos proprietários de terras se dava de acordo com a 
ocupação das terras. No máximo, a ocupação das terras menos férteis, chegaria à situação em 
que o produto líquido extraído da terra de menor fertilidade seria suficiente apenas para cobrir 
a parcela de custos ou o pagamento da subsistência dos trabalhadores. A taxa de lucro estaria 
então reduzida ao mínimo e o sistema entraria em estagnação, gerando apenas o suficiente para 
repor o desgaste do capital no processo produtivo. Este era o chamado estado estacionário que 
Ricardo, via como produto inevitável da expansão do sistema. 
 Poderiam ocorrer fatos que adiassem a chegada ao estado estacionário como as 
inovações tecnológicas na agricultura, fazendo aumentar a produtividade em todas as terras e 
barateando a parcela destinada à reprodução da classe trabalhadora. Como também o caso do 
comércio internacional, que poderia evitar o efeito da ocupação das terras menos férteis com a 
compra pelo país de produtos com maior produtividade no exterior, evitando-se assim a rebaixa 
geral na taxa de lucros. 
 Ricardo era um defensor do liberalismo no comércio internacional. Para o autor, as 
trocas entre os países eram um mecanismo muito bom para inserir ânimo nos sistemas 
econômicos. Em sua visão, as trocas internacionais seriam melhores mesmo em uma situação 
em que um país tivesse maior produtividade que o outro na produção de todas as mercadorias. 
Assim, o comércio internacional em condições de livre concorrência faria os países 
especializarem-se na produção dos bens em que tinham maiores vantagens comparativas, e 
aumentaria o potencial de acumulação em ambos. 
 A teoria das Vantagens Comparativas de Ricardo foi a base para a construção de toda 
uma vertente de teorias de comércio internacional que dominou por muito tempo o debate 
econômico. O esquema lógico ricardiano concebia um peso para a defesa de um sistema de 
comércio mundial ancorado no padrão-ouro e no livre-cambismo. 
 O sistema do padrão-ouro recebeu um abalo após a Primeira Guerra Mundial, mas a 
teoria das vantagens comparativas ainda tinha força entre os economistas na entrada dos anos 
50, quando se iniciava a fase de rápida industrialização nos países em desenvolvimento. Foi 
com ela que dialogaram com os defensores da industrialização latino-americana, quando se 
tratava de demonstrar que seus países precisavam industrializar-se. 
9 
 
 
 Na linha de pensamento de Smith, Ricardo defendia a teoria do valor-trabalho, 
segundo a qual o valor de todas as mercadorias é determinado pela quantidade de trabalho 
incorporada nelas. O trabalho é a contribuição social do homem sobre a natureza e, assim, a 
única fonte real do valor. É o trabalho, que diz o quanto uma mercadoria vale em comparação 
com as outras. Não é a utilidade, segundo Ricardo, porque este atributo deve existir em toda 
mercadoria, e a escassez também não pode ser o fator, pelo fato de que só é importante para 
definir o preço de alguns bens raros. Para mercadorias produzidas industrialmente, não existirá 
escassez, desde que se arque com os custos de produzi-las. 
 Restava a Ricardo resolver questões da teoria do valor-trabalho que não tinham sido 
apontadas por Adam Smith. A primeira era sobre à incorporação de trabalhos de diferentes 
qualificações e diferentes intensidades, tendo que ser reduzidos a um mesmo parâmetro de 
valor. Ricardo apontou para esta questão a engenhosa solução do trabalho incorporado, segun- 
do a qual o capital, como máquinas e equipamentos, nada mais é do que um somatório de 
trabalhos passados, e que o trabalho qualificado pode ser reduzido a um múltiplo do trabalho 
simples, se considerarmos que em sua formação entra o trabalho próprio e de outros. 
 A segunda questão, era sobre à determinação dos preços relativos a partir do esquema 
do valor-trabalho. Ricardo respondia a essa questão com a ideia de que poderia haver uma 
mercadoria média que manteria seu valor, ainda que se alterasse o valordos salários. Na média, 
o sistema manteria inalterada a divisão entre salários e lucros pelo princípio da concorrência. 
Essas respostas, introduziram na teoria uma circularidade: os valores como determinantes da 
taxa de lucro e os valores como dependentes da taxa de lucro. 
 Uma última questão ainda enfrentada por Ricardo ligada à sua teoria do valor-trabalho 
foi a questão da determinação de um nível de preços absoluto, a partir de uma mercadoria que 
contivesse uma medida de valor invariável, capaz de ser um parâmetro para todas as demais. 
Ricardo apontou o ouro como esta mercadoria, mesmo sabendo que a solução não era ideal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
6 Principais obras 
 Quarenta e um anos separam o lançamento de A riqueza das nações da publicação dos 
Princípios de economia política e tributação. Nesse meio tempo, não surgiu sequer uma única 
obra de relevância, apesar dos inúmeros panfletos e periódicos tratarem de temas relacionados 
à economia política. 
 Foi necessário um período de cerca de onze anos desde sua leitura de A Riqueza das 
Nações até que como escritor de economia, publica-se um ensaio cujo título era: O preço do 
ouro: uma prova da depreciação do papel moeda, no periódico Morning Chronicle. Nele, 
Ricardo tratou de aspectos de política monetária. Adotando uma visão quantitativista, atribuía 
a inflação da época ao descontrole das emissões de moeda, contrapondo-se à tese então 
dominante, segundo a qual o problema se devia ao aumento dos preços dos cereais. 
 No seu ponto de vista, havia uma desproporção entre o produto da economia e seu 
equivalente em moeda. Em pleno período das guerras napoleônicas, a emissão de moeda havia 
sido a alternativa à sustentação do estado. 
 A primeira participação de Ricardo no mundo intelectual causou um impacto que lhe 
rendeu, da parte dos críticos, o rótulo de bullionista. Isto porque, para a obtenção da estabilidade 
do nível geral de preços, sua recomendação era um retorno ao padrão-ouro. Ricardo acreditava 
que a estabilidade da moeda e dos fluxos de capitais estariam seguros pela autonomia do regime 
cambial metálico, antes da interferência dos governos. Seus adversários não aceitavam a ideia 
de que havia excessiva emissão de moeda. Para eles, a inflação era originada internamente no 
sistema, nos elevados gastos públicos e na queda das exportações. 
 O resultado de seu primeiro ensaio lhe garantiu um lugar de destaque no circuito dos 
debates econômicos da época. A partir disso, passou a escrever diversos artigos importantes. 
Um deles foi seu Ensaio sobre a influência do baixo preço do trigo sobre os lucros do capital, 
mostrando as inconveniências das restrições à importação, de 1815. O problema tratado no 
Ensaio, eram as consequências do protecionismo promovido pelas Leis dos Cereais para o lucro 
e a acumulação. Nele, Ricardo mostrava como a proteção ao produto agrícola nacional, menos 
eficiente, provocaria um aumento dos salários (para se manter a subsistência do trabalhador) e 
a queda da taxa de lucro. No final de tudo, as leis promoveriam, uma transferência de riqueza 
das classes capitalistas para a classe de senhores de terras. Em consequência, cada vez menor 
seria a proporção do produto social que se destinaria ao investimento, provocando uma contínua 
e crescente desaceleração das taxas de crescimento econômico, culminando com a total 
estagnação econômica. 
11 
 
 
 A primeira edição de sua obra máxima foi em 1817, Princípios de economia política 
e tributação, nasceu do debate sobre as Leis dos Cereais e do incentivo de James Mill. O sucesso 
foi instantâneo, o livro ainda foi reeditado duas vezes. Nele, é abordada uma ampla gama de 
temas, dentre os quais: política monetária, teoria dos lucros e da renda da terra, teoria do valor 
e da distribuição, teoria do comércio internacional. Algo que torna evidente o poder da análise 
de Ricardo é o fato de que, mesmo após quase dois séculos da primeira edição de seus 
Princípios, muitas de suas ideias ainda continuam vivas no meio acadêmico e no debate 
econômico, de modo geral. 
 
7 Críticas, debates e tensões do personagem 
 A primeira participação de David Ricardo no debate público foi dez anos depois de 
sua leitura de A Riqueza das Nações, em 1809, o debate era sobre a possibilidade de converter-
se qualquer libra emitida pelo governo britânico em ouro, quando se desejasse. Esta conversibi- 
lidade, o pilar do padrão-ouro, estava suspensa desde 1797 em função da desvalorização das 
notas em relação à cotação do ouro. Ricardo colocou-se desde o primeiro momento como 
defensor da volta da conversibilidade, argumentando que o deslizamento do valor da moeda 
provocava quebra de confiança nos contratos e favorecia os devedores em detrimento dos 
credores. 
 David Ricardo entrou em uma discussão sobre as “Corn Laws”, leis inglesas que 
taxavam os cereais importados abaixo de determinado nível de preços. O objetivo destas leis 
era proteger os produtores domésticos de cereais da concorrência externa, fazendo, com que os 
preços de produtos da subsistência dos trabalhadores ingleses ficassem mais caros. O resultado 
dos debates foi a redação de sua obra Os Princípios. 
 No prefácio de Princípios, Ricardo aponta qual era o problema central da economia 
política: “determinar as leis que regem a distribuição do produto total da terra entre as três 
classes, o proprietário da terra, o dono do capital necessário para seu cultivo e os trabalhado- 
res, que entram com o trabalho para o cultivo da terra”. É observado nesse ponto que o problema 
central de Ricardo é diferente se comparado ao de Adam Smith em A Riqueza das Nações. Para 
Smith, a questão central era investigar as causas do crescimento das nações, que era a origem 
dos estímulos à acumulação de capital. Para Ricardo, a acumulação era um problema simples, 
já que era determinada pela manutenção das taxas de lucros em determinados níveis, garantindo 
a reinversão. O problema principal era a distribuição do produto total entre as três categorias. 
Os lucros eram vistos como resíduos, formados após o abatimento dos custos de produção e da 
renda da terra. 
12 
 
 
8 Conclusão 
 Essa pesquisa biográfica possibilita a percepção do destaque de David Ricardo como 
personagem singular e influenciador na economia. Sendo influenciado pela sua época, bem 
como seus contatos com outros autores de seu tempo. O autor concebe a teoria econômica 
características singulares e inovadoras. Em sua principal obra “Os Princípios de Economia 
Política e Tributação” o autor dedica-se a diferentes assuntos, mas estes foram construídos ao 
longo de experiencias vividas pelo autor, além de claro sua interação na vida política de sua 
época. Assim sendo, este estudo teve o objetivo abordar os principais acontecimentos da 
carreira do autor, suas principais teorias, o momento histórico em que viveu, os debates nos 
quais esteve envolvido, as críticas as quais foi sujeito, os pensadores pelos quais foi influen- 
ciado e seu legado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
Referências bibliográficas 
Ricardo, David. PRINCÍPIOS DE ECONOMIA POLÍTICA E TRIBUTAÇÃO. Coleção Os 
Economistas. Editora Nova Cultural. 
Ricardo, David. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/David_Ricardo>. Acesso em: 20 
maio.2020. 
Ricardo, David. Disponível em <https://www.suapesquisa.com/quemfoi/david_ricardo.htm> . 
Acesso em: 20 maio.2020. 
NOTAS SOBRE A ECONOMIA RICARDIANA. Disponível em : 
<https://revistas.pucsp.br/index.php/pensamentorealidade/article/view/8462> Acesso em: 26 
maio.2020. 
Século XVIII. Disponível em: 
<https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIII> Acesso em :31 maio .2020. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/David_Ricardo
https://www.suapesquisa.com/quemfoi/david_ricardo.htmhttps://revistas.pucsp.br/index.php/pensamentorealidade/article/view/8462
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIII

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