Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
VOLUME 1 NOTAS DE AULA AMPLITUDE E FREQUENCIA RUIDO = SOM QUE NÃO É AGRADEVAEL E INDESEJOSO E RUIDO CONTINUO, INTERMITENTE E DE IMPACTO NIS – NIVEL DE INTENSIDADE SONORA NPS – NIVEL DE PRESSÃO SONORA NWS – NIVEL DE POTENCIA SONORA EFEITO DOS RUIDOS TEM VÁIOS PAIR – PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUIDA PAIRO - PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUIDO OCUPACIONAL definimos como ruído. O efeito do ruído sobre o indivíduo não depende somente de suas propriedades físicas, mas também do modo como o indivíduo o percebe, sendo esta percepção subjetiva (GERGES, 2000).É considerado um fenômeno físico que indica uma mistura de sons, cujas frequências não seguem uma regra precisa. Pode se apresentar nas seguintes formas: • Ruído contínuo: permanece “estável”, com variações máximas de 3 dB durante um longo período (superior a 15 minutos). Por exemplo, o ruído oriundo de máquinas em operação contínua. • Ruído intermitente: ruído com variações, maiores que 3 dB, em períodos curtos (menores que 15 minutos). Por exemplo: ruído oriundo de máquinas que operam em ciclos repetitivos ao longo do dia.• Ruído de impacto: apresenta picos com duração menor que 1 segundo a intervalos superiores a 1 segundo. Por exemplo, uma prensa que realiza menos de 30 prensagens por minuto (SALIBA, 2018). O ruído possui limite de tolerância, que é a intensidade máxima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral. CURVAS ISOAUDIVEIS A audição humana tem sensações diferentes conforme a frequência do som. Considerando este princípio, foram traçadas as curvas isoaudíveis, ou curvas de igual audibilidade ao ouvido humano, a partir da resposta produzida por determinado NPS em relação a uma frequência padrão de 1.000Hz. A unidade é o fon, que equivale ao decibel a 1.000Hz. (SALIBA, 2018). 12 Perda de Audição A exposição a altos níveis de ruído, por períodos de tempo prolongado, pode levar o indivíduo à perda de audição. A perda auditiva é configurada pela redução da sensibilidade de audição que ocorre devido aos danos causados às células da cóclea (GERGES, 2000). Audiometria A perda auditiva pode ser mensurada através de um exame denominado audiometria. Neste exame são medidos os limiares auditivos do indivíduo em várias frequências. Quando a perda auditiva é menor que 25,0 dB(A), entende-se que ela está dentro da normalidade. Perdas auditivas entre 30,0 a 35,0 dB(A) são consideradas pequenas, sobretudo, se ocorrerem em uma frequência específica. Já as perdas maiores que 35,0 a 40,0 dB(A) são consideradas significativas, devendo-se considerar, inclusive, outras causas isoladas ou associadas à exposição ao ruído (SALIBA, 2018). Trauma Acústico Sons de curta duração e alta intensidade podem causar o trauma acústico. Este é configurado pela perda auditiva imediata, severa e permanente (SALIBA, 2018). Outras Considerações sobre a PAIR O trabalhador portador de PAIR não deve ser excluído do trabalho em função de seu quadro audiométrico. Sua capacidade laboral poderá ser reconhecida, desde que considerando outros fatores, tais como: • A idade do trabalhador; • O histórico clínico e ocupacional do trabalhador; • Os resultados dos exames médicos audiológicos; • O tempo de exposição pregressa e atual do trabalhador a níveis de pressão sonora elevados; • A demanda auditiva da atividade; • A exposição não ocupacional a níveis de pressão sonora elevados; • A exposição a agentes ototóxicos (substâncias químicas que podem causar dano no sistema auditivo); • A capacitação do trabalhador; • Os programas de segurança que o trabalhador estará incluído. 18 VOLUME 2 Ruído Contínuo e Intermitente Considera-se ruído contínuo aquele cuja variação de nível de pressão sonora varia ± 3dB durante um período longo de observação (maior que 15 minutos). O ruído intermitente possui variação igual ou maior que ± 3dB em curtos intervalos de tempo (menor que 15 minutos) e superior a 0,2 segundos (SALIBA, 2018). Do ponto de vista ocupacional, não há diferenciação entre o ruído contínuo e o ruído intermitente. Portanto, considera- -se ruído contínuo ou intermitente o ruído que não é de impacto (BRASIL, 1978). Diz o anexo 1 da NR-15: Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação de Limites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto. 7. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente. Ruído de Impacto Considera-se ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a um segundo, a intervalos superiores a um segundo (BRASIL, 1978). Diz o anexo 2 da NR-15: As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB (LINEAR), medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130 dB(C), medidos no circuito de resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e iminente. NR-9: Programa de Prevenção de Riscos ambientais (PPRA) A Norma Regulamentadora 9 (NR-9) estabelece a obrigatoriedade de criar e implementar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) com o objetivo de proteger a saúde e a integridade dos trabalhadores, através da identificação, avaliação e controle de riscos ambientais no ambiente de trabalho. O PPRA deve seguir as seguintes etapas: Antecipação e reconhecimento dos riscos: Nesta fase, é feita uma análise detalhada do ambiente de trabalho para identificar riscos presentes ou potenciais. Isso inclui a identificação das fontes geradoras, trajetórias e meios de propagação dos agentes no ambiente, o número de trabalhadores expostos, a caracterização das atividades e exposições, além de consultar dados existentes que indiquem possíveis danos à saúde dos trabalhadores e descrever medidas de controle já em vigor. Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle: O responsável pelo PPRA define as ações necessárias para avaliar e controlar os riscos, priorizando medidas para eliminar ou neutralizar esses riscos. Avaliação dos riscos e exposição dos trabalhadores: Realiza-se a avaliação da exposição dos trabalhadores aos riscos, usando ferramentas adequadas. Para riscos como o ruído, pode ser necessária uma avaliação quantitativa para verificar a exposição dos trabalhadores e apoiar a definição das medidas de controle. Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia: Se os riscos exigirem medidas de controle, esta etapa é onde essas medidas são implementadas e sua eficácia é avaliada. Isso é particularmente importante quando se trata de riscos como ruído excessivo. Monitoramento da exposição aos riscos: Após a implementação das medidas de controle, é necessário monitorar novamente a exposição dos trabalhadores para garantir que os riscos estejam sob controle. Registro e divulgação dos dados: Deve ser mantido um registro estruturado de todas as etapas do PPRA, servindo como um histórico técnico e administrativo. Esses registros devem ser mantidos por no mínimo 20 anos e estar disponíveis para trabalhadores interessados, seus representantes e autoridades competentes. Em resumo, a NR-9 estabelece um processo sistemático para identificar, avaliar e controlar os riscos ambientais nos locais de trabalho, visando à proteção da saúde e segurança dos trabalhadores e à documentação adequada de todas as etapas do programa. NR-7: Programa de Controle Médico de saúde Ocupacional (PCMSO) A NR-7 é uma norma regulamentadora que estabelece a obrigatoriedade de criar e implementar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) nas empresas, com o objetivo de promover e preservara saúde dos trabalhadores. O PCMSO tem foco na prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce de problemas de saúde relacionados ao trabalho, incluindo aqueles de natureza subclínica, além de identificar casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. O PCMSO inclui a realização de diferentes exames médicos, tais como admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional. Esses exames abrangem a avaliação clínica, que envolve a coleta de informações sobre a ocupação do trabalhador e exames físicos e mentais, bem como exames complementares que são realizados de acordo com os requisitos específicos da NR-7 e seus anexos. Em casos onde há evidência de exposição do trabalhador a níveis elevados de ruído, conforme identificado no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), o PCMSO deve seguir os requisitos do Quadro I do Anexo II, que estabelece as diretrizes e parâmetros mínimos para a avaliação e acompanhamento da audição em trabalhadores expostos a altos níveis de pressão sonora. Isso significa que esses trabalhadores devem realizar exames audiológicos de referência e acompanhamento para avaliar a saúde auditiva ao longo do tempo de exposição ao risco. Esses exames incluem anamnese clínico-ocupacional, exame otológico, audiometria de acordo com as normas técnicas e outros exames audiológicos complementares, conforme determinado pelo médico responsável. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA A legislação previdenciária, regulada pelo Decreto 3.048/99, oferece benefícios e serviços aos segurados do sistema previdenciário, incluindo aposentadoria por invalidez, por idade, por tempo de contribuição, especial, auxílio-doença, salário-família, salário-maternidade e auxílio- acidente. Atualmente, um trabalhador comum pode se aposentar após 35 anos de contribuição (homens) ou 30 anos (mulheres). No caso de trabalhadores expostos a altos níveis de ruído, a aposentadoria especial é concedida após 25 anos de trabalho, dependendo da intensidade do ruído ao longo do período: Acima de 80 decibéis até 05/03/1997; Acima de 90 decibéis de 06/03/1997 até 18/11/2003; Acima de 85 decibéis a partir de 19/11/2003. O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) não é suficiente para anular a aposentadoria especial por exposição ao ruído, conforme entendimento do Poder Judiciário, pois não elimina os efeitos prejudiciais à saúde causados pelo ruído. Portanto, a aposentadoria especial é devida mesmo com o uso de EPI, desde que as condições de ruído se enquadrem nos critérios estabelecidos pela legislação previdenciária. LTCAT O Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho (LTCAT) desempenha um papel essencial na concessão da aposentadoria especial, pois é necessário comprovar: Tempo de trabalho contínuo. Exposição do trabalhador a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou sua combinação, como no caso de exposição permanente a níveis elevados de ruído. A comprovação da exposição a agentes nocivos é feita por meio de um formulário emitido pela empresa ou seu representante legal, baseado em um laudo técnico elaborado por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. Este laudo deve conter informações sobre a eficácia de tecnologias de proteção coletiva ou individual e deve seguir as normas do Ministério do Trabalho e Emprego, bem como os procedimentos estabelecidos pelo INSS. Empresas que não mantêm um LTCAT atualizado, que não reflete as condições reais de exposição ao risco dos trabalhadores, ou que emitem documentos que não condizem com o laudo estão sujeitas a penalidades previstas na legislação. Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) A empresa é responsável por criar e manter atualizado o perfil profissiográfico do trabalhador, que contém informações sobre suas atividades durante o período de trabalho. Este documento deve ser fornecido ao trabalhador em até trinta dias após o término do contrato de trabalho. O não cumprimento dessa obrigação sujeita a empresa a sanções previstas na legislação. O perfil profissiográfico é um registro que segue um modelo definido pelo INSS e inclui detalhes como os resultados de avaliações ambientais, nomes dos responsáveis pela monitorização biológica e ambiental, resultados dessa monitorização e informações administrativas relacionadas. Além disso, o PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário) possui uma seção específica, a Seção 15, que trata da exposição a fatores de risco, como o ruído. Nessa seção, devem ser preenchidos detalhes como o período de exposição, o tipo de fator de risco, sua intensidade ou concentração (medido em dB, no caso de ruído), a técnica de avaliação utilizada, se Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) é eficaz (sim ou não), se Equipamento de Proteção Individual (EPI) é eficaz (sim ou não), e o Certificado de Aprovação (CA) do EPI utilizado, se aplicável. Programa de Conservação Auditiva (PCA) A Ordem de Serviço INSS/DAF/DSS nº 608, de 05/08/1998, aprova a norma técnica para lidar com a perda auditiva neurossensorial devido à exposição contínua a níveis elevados de pressão sonora no ambiente de trabalho. Seu anexo II estabelece as diretrizes para o Programa de Conservação Auditiva (PCA), que se baseia nos princípios do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) para o risco físico relacionado ao ruído. De acordo com essa ordem de serviço, um PCA eficaz deve incluir: Monitorização da exposição ao ruído elevado para avaliar a exposição dos trabalhadores, determinar se afeta a comunicação e percepção auditiva, priorizar medidas de controle, identificar participantes do programa e avaliar a eficácia das ações. Controles de engenharia e administrativos para reduzir a exposição, como modificações de equipamentos e mudanças nas operações. Monitorização audiométrica para acompanhar a saúde auditiva dos trabalhadores, identificar alterações e encaminhar para avaliação médica quando necessário. Indicação de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como protetores auriculares adequados. Educação e motivação dos trabalhadores sobre os efeitos do ruído, interpretação dos resultados dos exames auditivos, medidas de proteção e participação em programas de treinamento e informação. Conservação de registros de audiometrias, avaliações ambientais e medidas de proteção por 30 anos, disponíveis para trabalhadores e autoridades. Avaliação regular da eficácia do PCA, incluindo a revisão dos componentes do programa, análise dos dados auditivos, e consideração da opinião dos trabalhadores. O eSocial e a Simplificação da Prestação de Informações Trabalhistas e Previdenciárias O Decreto nº 8.373/14 instituiu o eSocial, um sistema que permite que os empregadores comuniquem, de forma unificada, informações sobre os trabalhadores ao governo. Isso inclui dados de várias obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas, como GFIP, CAGED, RAIS, CAT, entre outros. O eSocial simplifica a prestação de informações, reduzindo a burocracia ao eliminar a necessidade de preenchimento e entrega de formulários e declarações individuais para cada órgão. O eSocial é uma colaboração entre órgãos governamentais, incluindo a Receita Federal, Caixa Econômica Federal, INSS e Ministério do Trabalho. Ele abrange informações sobre ambientes de trabalho, equipamentos de proteção, acidentes de trabalho, monitoramento da saúde dos trabalhadores, condições ambientais de trabalho, treinamentos e capacitações. A integração e coerência entre programas de saúde e segurança do trabalho são cruciais, pois os dados são cruzados e compartilhados por meio do eSocial. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL O Artigo 225 da Constituição Federal garante o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) e a legislação federal, como a Lei nº 6.938/81 e o Decreto nº 99.274/90,regulamentam a Política Nacional do Meio Ambiente. O CONAMA também emitiu a Resolução nº 001/1990, que estabelece critérios para a emissão de ruídos decorrentes de diversas atividades, e a Resolução nº 002/1990, que cria o Programa Nacional de Educação e Controle de Poluição Sonora. As normas técnicas nº 10.151 e 10.152 da ABNT abordam a avaliação de ruído em áreas habitadas e os níveis de ruído para conforto acústico, respectivamente. Municípios podem realizar o controle de atividades ruidosas, especialmente quando há reclamações da população. Na esfera municipal, a cidade de São Paulo implementou o Programa Silêncio Urbano (PSIU) para fiscalizar e combater a poluição sonora em estabelecimentos comerciais, instituições de ensino, templos religiosos, entre outros, exceto residências e obras. A Lei 16.402/16 e o Decreto nº 57.443/16 estabelecem parâmetros de incomodidade para ruído, vibração, radiação, odores, gases e material particulado, com proibição de emissão de ruídos acima dos limites determinados pela legislação, prevalecendo a mais restritiva. A avaliação de ruído em São Paulo segue a legislação e as normas técnicas, incluindo normas específicas para aeronaves em aeroportos. VOLUME III EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO DE RUÍDO Um sistema básico de medição de ruído inclui um microfone, pré-amplificadores, circuitos de compensação ou filtros de frequências/bandas, um amplificador, um detector RMS e um sistema de saída. O microfone é responsável por captar a pressão acústica e convertê-la em um sinal elétrico, protegido contra interferências do vento com um protetor de espuma de células abertas. O sinal elétrico passa pelos circuitos de compensação e filtros, resultando em uma resposta de saída rápida ou lenta, seja analógica ou digital. Além disso, os equipamentos de medição devem aderir a normas e especificações internacionais de fabricação. (GERGES, 2000) Medidores de Nível de Pressão Sonora Os medidores de níveis de pressão sonora, também chamados de decibelímetros ou sonômetros, são usados para medir o NPS instantâneo. Eles podem ser simples, fornecendo apenas o nível global em dB(A), ou mais avançados, com recursos para leitura em várias escalas, como dB linear (A, B, C ou D), dB impulso, dB pico, entre outras. Além disso, atualmente, existem aplicativos para smartphones que podem realizar essa medição, sendo capazes de proporcionar resultados semelhantes aos medidores digitais, como mostrado na Figura 2. (GERGES, 2000; SALIBA, 2018) Analisadores de Frequência: São acessórios que podem ser adicionados aos medidores de nível de pressão sonora para obter informações sobre o espectro sonoro, ou seja, o nível de pressão sonora em diferentes frequências. A análise da frequência do ruído é importante para a seleção de materiais isolantes e o cálculo da atenuação de protetores auditivos. Dosímetros: São dispositivos usados para medir a dose de ruído ou o efeito combinado de ruído durante a jornada de trabalho, especialmente quando o ruído é variável. Existem vários modelos de dosímetros no mercado, que também fornecem outros parâmetros relevantes na avaliação do ruído. Eles podem registrar dados com histogramas para análise posterior. Calibradores: Equipamentos usados para calibrar medidores de ruído antes e após cada medição. Isso é feito usando uma fonte padrão que emite som a uma frequência de 1.000Hz e a intensidade emitida pelo calibrador pode ser de 94dB, 114dB ou outro valor específico. A calibração é essencial para garantir a precisão das medições. Se o equipamento mostrar valores diferentes do calibrador durante a calibração, ele pode ser ajustado. Após a medição, o calibrador é novamente conectado ao equipamento para verificar se houve variação entre a calibração inicial e final, sendo uma variação de ±1dB considerada aceitável, caso contrário, a medição deve ser descartada. Certificação dos Equipamentos A certificação dos medidores de ruído e calibradores é essencial e deve ser realizada regularmente em laboratórios especializados. De acordo com a norma NBR-10151/00, essa certificação deve ser feita pela Rede Brasileira de Calibração (RBC) do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) e precisa ser renovada a cada dois anos, no mínimo (SALIBA, 2018). No entanto, em casos que possam comprometer a integridade dos equipamentos, como quedas ou manutenções, a calibração e certificação podem ocorrer em intervalos menores, geralmente a cada ano ou de acordo com a necessidade. Parâmetros da Avaliação de Ruído A avaliação de ruído envolve a distinção entre ruído contínuo e intermitente. O ruído contínuo varia dentro de ± 3dB ao longo de um período longo (maior que 15 minutos), enquanto o intermitente possui variação igual ou maior que ± 3dB em intervalos curtos (menor que 15 minutos) e superior a 0,2 segundos. Do ponto de vista ocupacional, não há diferença entre eles, sendo ambos considerados como ruído não de impacto. O ruído de impacto, por outro lado, tem picos de energia acústica com duração inferior a um segundo e intervalos superiores a um segundo. Para avaliar os níveis de ruído contínuo, intermitente ou de impacto, é necessário calcular a dose equivalente de ruído ou efeitos combinados. Isso é feito somando as frações de tempo de exposição a diferentes níveis de ruído, levando em conta os limites permitidos definidos nas regulamentações. Se a dose equivalente exceder 100%, o limite de tolerância terá sido ultrapassado. Esse cálculo é importante para caracterizar a exposição ao ruído com base em parâmetros pré-estabelecidos, como fator de duplicação de dose, critério de referência e nível limiar de integração. VOLUME IV Norma de Higiene Ocupacional 01 (NHO-01) A Norma de Higiene Ocupacional 01 (NHO-01) é uma norma técnica desenvolvida pela Fundacentro, órgão de pesquisa do Ministério do Trabalho no Brasil, com o propósito de estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional ao ruído que pode resultar em risco potencial de surdez ocupacional. Ela se aplica a situações de exposição a ruídos contínuos, intermitentes ou de impacto, mas não se destina a avaliar as condições de conforto acústico. A norma estabelece que a avaliação do ruído deve ser realizada de maneira a abranger todos os trabalhadores incluídos no estudo. No entanto, é possível agrupar os trabalhadores em grupos homogêneos, ou seja, aqueles que estão expostos às mesmas condições de trabalho. Avaliar um representante de um grupo homogêneo é considerado suficiente para avaliar todo o grupo. Se houver dúvidas sobre a redução do número de trabalhadores a serem avaliados, a norma recomenda avaliar todos os trabalhadores expostos. As medições devem ser representativas das condições reais de exposição, levando em conta todas as condições operacionais e ambientais habituais que afetam os trabalhadores em suas funções. O período de amostragem deve ser escolhido de modo a representar a jornada de trabalho, considerando ciclos repetitivos e variações de ruído. Se um trabalhador executar duas ou mais rotinas independentes de trabalho durante a jornada, a avaliação pode ser realizada separadamente em cada rotina, e depois os resultados podem ser usados para calcular a exposição diária. Em casos de dúvida sobre a redução do tempo de amostragem, a avaliação deve cobrir toda a jornada de trabalho. Os procedimentos de avaliação não devem interferir nas medições, e condições não rotineiras ou eventuais devem ser avaliadas e interpretadas separadamente. Além disso, informações administrativas que confirmem as condições observadas no local de trabalho devem ser obtidas. Um exemplo prático é dado na norma: Se uma fábrica tem dois galpões, cada um com cinco prensas, e em cada prensa trabalham três prensistas,a estratégia de avaliação depende de vários fatores, como se as prensas são iguais ou diferentes, se as condições nos galpões são iguais ou diferentes, e assim por diante. O número de medições necessárias varia de acordo com essas condições, mas a norma fornece diretrizes para determinar a abordagem adequada. Em resumo, a NHO-01 estabelece diretrizes e procedimentos para avaliar a exposição ocupacional ao ruído, levando em consideração vários fatores, como as características do ambiente de trabalho e as atividades dos trabalhadores, a fim de proteger a saúde auditiva dos trabalhadores. Relatório de Medição A NHO-01 recomenda que no relatório técnico sejam abordados no mínimo: • Introdução, incluindo objetivos do trabalho, justificativa e datas ou períodos em que foram desenvolvidas as avaliações; • Critério de avaliação adotado; • Instrumental utilizado; • Descrição das condições de exposição avaliadas; • Dados obtidos; • Interpretação dos resultados. O relatório de medição deve possibilitar a compreensão, por leitor qualificado, do trabalho desenvolvido, além de documentar a avaliação (BRASIL, 2001). Não há um modelo de relatório padrão. Estes podem ser desenvolvidos em forma de texto corrido ou em formato de tabela. Segue um modelo para ilustrar o exposto: Avaliação de Ruído para Caracterização da Insalubridade Normas de Insalubridade: A insalubridade devido à exposição ao ruído físico é regulamentada nos Anexos 1 e 2 da NR-15. Os limites de tolerância variam de acordo com o tempo de exposição e o tipo de ruído. Dose e Lavg: A insalubridade é caracterizada quando a dose ou o Lavg (nível médio ponderado no tempo) ultrapassam os limites de tolerância e quando o trabalhador não utiliza equipamentos de proteção. Medição de Ruído: A medição pode ser realizada com um medidor de nível de pressão sonora ou um audiodosímetro, sendo este último mais preciso. Configuração dos Equipamentos: A configuração dos equipamentos depende do tipo de ruído (contínuo, intermitente ou de impacto). Documentos de Segurança: Em uma avaliação pericial, o perito solicita documentos de segurança da empresa, como PPRA, LTCAT e relatórios de avaliação de ruído. Reconhecimento da Exposição: Se a empresa reconhece a exposição acima dos limites de tolerância, a medição de ruído não é necessária, e o documento da empresa pode ser usado como prova. Medições Necessárias: Quando a empresa informa exposição abaixo do limite de tolerância ou não possui documentos de segurança, e há uma fonte significativa de ruído, o perito deve realizar medições. Laudo Pericial: Após a perícia, o perito elabora um laudo pericial que descreve as condições verificadas, os métodos utilizados e os resultados encontrados em conformidade com a legislação. Conclusões do Laudo: O laudo pericial inclui informações sobre o histórico do trabalho do reclamante, local e atividades avaliadas, documentos fornecidos pela empresa, resultados das medições de ruído, conformidade com critérios normativos e a conclusão sobre a caracterização da insalubridade. Quesitos Complementares: Após o protocolo do laudo pericial, as partes podem apresentar quesitos complementares, que o perito também deve responder. Avaliação do Juiz: O juiz não é obrigado a aceitar o laudo pericial e pode designar uma nova perícia se o laudo for inadequado ou insuficiente. Este resumo fornece uma visão geral do processo de avaliação de ruído para determinar a insalubridade no ambiente de trabalho Avaliação de Ruído para Fins de Aposentadoria Especial O INSS emitiu a Instrução Normativa nº 45 de 2010 para abordar as diferenças no fator de duplicação de dose entre a NR-15 (q=5) e a NHO-01 (q=3) relacionadas à exposição ao ruído. Essa instrução estabeleceu critérios para aposentadoria especial com base nos níveis de pressão sonora. Basicamente, a exposição ocupacional ao ruído se qualifica para aposentadoria especial se os níveis de pressão sonora excederem 80 dB(A) antes de 05/03/1997 Avaliação de Ruído para Conforto da Comunidade e Perturbação do Sossego Público Para atender às regulamentações ambientais brasileiras em relação à poluição sonora, é necessário avaliar o ruído de acordo com as normas técnicas nº 10.151 e 10.152 da ABNT. A NBR 10151 estabelece condições para avaliar a aceitabilidade do ruído em comunidades, fornecendo um método de medição de ruído, correções para características especiais do ruído e comparações com critérios considerando vários fatores. As medições devem ser realizadas fora dos limites da propriedade que contém a fonte de ruído, mas podem ser ajustadas de acordo com as reclamações dos moradores. A norma abrange medições em ambientes internos ou externos, conforme exigido. Dependendo das características do ruído, os valores medidos podem ser corrigidos para refletir melhor a situação. Por exemplo, ruídos contínuos ou intermitentes não são corrigidos, enquanto ruídos de impacto são ajustados adicionando 5 dB(A) ao valor máximo medido. Ruídos com componentes tonais também têm seus próprios métodos de cálculo. As medições não devem ocorrer em condições climáticas adversas e devem ser representativas da situação em questão. Os valores medidos devem ser arredondados para o inteiro mais próximo. Os horários limites para o período diurno e noturno podem ser determinados pelas autoridades, mas o período noturno não deve começar após as 22h e não deve terminar antes das 7h, a menos que seja um domingo ou feriado, caso em que o término pode ser às 9h. O relatório de avaliação deve incluir informações sobre os equipamentos de medição utilizados, sua calibração, detalhes da localização das medições, horários e duração das medições, valores de pressão sonora corrigidos, níveis de ruído ambiente, critérios de avaliação aplicados e referência à norma. Avaliação de Ruído para Fins de Conforto e Incômodo A Norma Regulamentadora 17 (NR-17) aborda a ergonomia no ambiente de trabalho. O item 17.5.2 da NR-17 recomenda que locais de trabalho que envolvam atividades que exijam concentração mental constante, como salas de controle, laboratórios, escritórios, entre outros, devem atender a condições de conforto, incluindo níveis de ruído de acordo com a NBR 10152, uma norma brasileira registrada no INMETRO. Para atividades que não se correlacionem diretamente com a NBR 10152, o nível de ruído aceitável para conforto deve ser de até 65 dB(A), com a curva de avaliação de ruído (NC) não superior a 60 dB. A NBR 10152 estabelece níveis de ruído compatíveis com o conforto acústico em diversos tipos de ambientes. A medição de ruído deve seguir as diretrizes da NBR 10151. Para determinar o conforto acústico no local de trabalho, os níveis de ruído em diferentes frequências e bandas de oitava devem ser medidos e comparados com os valores de conforto (dB(A)) e as curvas de avaliação de ruído (NC) conforme uma tabela específica. Valores dentro da faixa inferior (dB(A)) indicam níveis de ruído confortáveis, enquanto os valores dentro da faixa superior (NC) são considerados aceitáveis para a finalidade. Níveis de ruído superiores aos estabelecidos na tabela são considerados desconfortáveis, mas não necessariamente representam risco à saúde. Os resultados da avaliação de ruído devem ser documentados em um relatório, que pode incluir medidas coletivas, administrativas ou no trabalhador que contribuem para manter níveis de conforto no local avaliado. VOLUME V Medidas de Controle om se propaga em ondas esféricas a partir de sua fonte, mas essa propagação pode ser dificultada por obstáculos no caminho ou pela não uniformidade do meio, como ventos e gradientes de temperatura. A NR-9, que trata do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), estabelece uma hierarquia de medidas de proteção coletiva a serem adotadas no ambiente de trabalho:Medidas que eliminam ou reduzem a utilização ou formação de agentes prejudiciais à saúde. Medidas que previnem a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho. Medidas que reduzem os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho. Se for comprovado que não é tecnicamente viável adotar medidas de proteção coletiva, ou se essas medidas não forem suficientes, estiverem em fase de estudo, planejamento, implantação, ou forem complementares ou emergenciais, devem ser adotadas outras medidas, seguindo esta hierarquia: Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho. Utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI). Portanto, a hierarquia de controle começa atuando na fonte dos riscos, depois na trajetória e, por último, no trabalhador. É importante também acompanhar a implantação das medidas de controle com o treinamento dos trabalhadores e a avaliação de sua eficácia. (Referências: Gerges, 2000; Saliba, 2018; Brasil, 1978). Controle na Fonte É a medida mais indicada no controle de ruído, vez que elimina ou reduz os níveis de ruído emitidos no ambiente. O momento mais apropriado é no planejamento das instalações, onde pode-se optar por adquirir equipamentos menos ruidosos e sistematizar o layout da forma mais conveniente (SALIBA, 2018). Uma vez que a instalação já existe, o controle na fonte pode ser feito através de outras medidas, como por exemplo: • Substituição de equipamentos por outros menos ruidosos; • Manutenção preventiva nos equipamentos; • Lubrificação periódica das partes e componentes dos equipamentos; • Reduzir impactos, quando estes existirem e forem possíveis; Medidas de Controle do Ruído • Programar as operações de modo que o mínimo de equipamentos permaneça ligados simultaneamente; • Entre outras (SALIBA, 2018). Controle na Trajetória Quando o controle na fonte não é possível, deve-se estudar a possibilidade de medidas de controle na trajetória de propagação do som. Neste caso, a intensidade do ruído produzida é a mesma, porém, é atenuada através de absorção ou isolamento (SALIBA, 2018). A absorção ocorre quando o som encontra uma superfície composta de materiais porosos ou fibrosos. Os coeficientes de absorção dos materiais variam conforme a frequência do som. Já o isolamento consiste em evitar a transmissão do som de um ambiente para outro, fazendo o uso de materiais isolantes (SALIBA, 2018) No caso do isolamento, é possível se isolar a fonte, por exemplo, na construção de uma barreira entre a fonte de ruído e o meio para evitar a propagação do som. Também épossível isolar o receptor, quando se impõe uma barreira entre a fonte e o indivíduo expostoao ruído, por exemplo, na implantação de cabines em equipamentos (SALIBA, 2018). Controle no Trabalhador Não sendo possível o controle na fonte e na trajetória, deve-se adotar medidas no trabalhador,que contemplam medidas administrativas para reduzir sua exposição ou o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Quanto às medidas administrativas, a limitação do tempo de exposição do trabalhador consiste em reduzir o tempo de exposição aos níveis de ruído elevados. Isso pode ser feito, por exemplo, através de rodízio entre os trabalhadores. Para o sucesso dessas medidas,um estudo sistemático do tempo das tarefas, métodos de trabalho, monitoramento e ruído etc., deve ser cuidadosamente realizado (SALIBA, 2018). Já o controle do ruído feito pelo uso de EPI deve considerar alguns fatores, tais como: • Seleção do EPI; • Fator de atenuação; • Uso efetivo durante a exposição; • Vida útil e periodicidade de troca (SALIBA, 2018). Norma Regulamentadora 6 (NR-6) A Norma Regulamentadora 6 (NR-6) estabelece critérios para o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) aos trabalhadores, com o objetivo de proteger sua segurança e saúde no trabalho. EPI refere-se a dispositivos individuais usados pelos trabalhadores para proteção contra riscos no ambiente de trabalho. Aqui estão os principais pontos da NR-6 A definição de EPI: A NR-6 define EPI como qualquer dispositivo ou produto de uso individual destinado a proteger o trabalhador contra riscos que possam ameaçar sua segurança e saúde no trabalho. Certificado de Aprovação (CA): Equipamentos de proteção individual, seja fabricados nacionalmente ou importados, só podem ser vendidos ou utilizados se possuírem um Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo órgão nacional competente em segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. Obrigatoriedade de fornecimento: As empresas têm a obrigação de fornecer gratuitamente EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes situações: a) Quando medidas de proteção coletiva não oferecem proteção completa contra riscos de acidentes ou doenças no trabalho. b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estão sendo implementadas. c) Em situações de emergência. Recomendação do EPI: O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), em consulta à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e aos trabalhadores, é responsável por recomendar ao empregador o EPI adequado para atividades específicas. Em empresas sem SESMT, o empregador deve selecionar o EPI adequado com a orientação de um profissional qualificado, ouvindo a CIPA ou, se não houver, um representante designado pelos trabalhadores. Responsabilidades do empregador: O empregador deve adquirir os EPI adequados, exigir seu uso, fornecer apenas EPI aprovado, orientar e treinar os trabalhadores sobre seu uso adequado, substituí-los quando danificados, responsabilizar-se pela higienização e manutenção, relatar irregularidades ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e manter registros do fornecimento de EPI aos trabalhadores. Responsabilidades do empregado: O empregado deve usar o EPI conforme a finalidade a que se destina, responsabilizar-se por sua guarda e conservação, comunicar ao empregador qualquer alteração que torne o EPI impróprio para uso e cumprir as determinações do empregador quanto ao uso adequado. EPI para proteção auditiva: O Anexo I da NR-6 lista os EPI para proteção auditiva, incluindo protetores auditivos circum-auriculares, de inserção e semiauriculares, destinados a proteger o sistema auditivo contra níveis de pressão sonora acima dos limites estabelecidos na NR-15, anexos n.º 1 e 2. Essa norma visa garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores, assegurando que eles tenham acesso a EPI adequados para proteção contra riscos específicos no ambiente de trabalho. Protetores Auditivos Os protetores auditivos são dispositivos de proteção individual que evitam a exposição do sistema auditivo ao som excessivo. Existem três tipos principais de protetores auditivos: Protetores Circum-Auriculares (Concha): Também chamados de protetores tipo concha, consistem em um arco plástico conectado a duas conchas plásticas revestidas internamente por espuma que se posicionam sobre as orelhas. Podem ser usados de forma simples sobre a cabeça ou acoplados a capacetes. São fáceis de limpar, protegem tanto o canal auditivo quanto a orelha e oferecem alta atenuação. No entanto, podem ser volumosos, dificultando o armazenamento e restringindo movimentos da cabeça, especialmente com cabelos longos, barba ou óculos Protetores Semiauriculares: Também conhecidos como protetores tipo capa, consistem em uma haste plástica resistente com plugues de espuma substituíveis em suas extremidades, que se acomodam na entrada do canal auditivo sem penetrá-lo. Podem ser usados com a haste atrás da cabeça ou debaixo do queixo, permitindo o uso com outros EPIs. São de fácil asseio, pois basta substituir os plugues, mas podem ser desconfortáveis durante longos períodos de uso, pois pressionam a entrada do canal auditivo. Protetores de Inserção (Plugue): Existemdois tipos de protetores auriculares de inserção: pré- moldados, com três flanges flexíveis de diferentes tamanhos, e moldáveis, feitos de espuma que se adapta ao canal auditivo do usuário. São compatíveis com outros EPIs, fáceis de transportar e armazenar, não restringem os movimentos e podem ser usados por pessoas com cabelos longos, barba, etc. No entanto, podem se deslocar com movimentos como fala e mastigação, são pequenos e podem ser perdidos facilmente, além de serem mais difíceis de limpar. Devem ser usados apenas em canais auditivos saudáveis, pois podem transmitir infecções se trocados entre ouvidos. A eficácia depende da correta colocação. A escolha entre esses tipos de protetores auditivos depende de fatores como conforto, facilidade de uso, ambiente de trabalho e preferências pessoais. A atenuação, que representa a capacidade de reduzir os níveis de ruído captados pelo ouvido, é medida através de ensaios em laboratórios especializados. Existem dois métodos de ensaio: o método longo, que analisa a atenuação em diferentes bandas de frequência, e o método simplificado, que calcula a atenuação total com base no Nível de Redução de Ruído subject fit (NRRsf), um valor único. Se dois protetores auditivos forem usados simultaneamente, a atenuação estimada é o maior NRRsf + 6dB, embora seja aconselhável medir a atenuação em laboratório quando se utiliza dupla proteção. VALIDADE DO PROTETOR AUDITIVO Este texto discute a validade e vida útil dos protetores auditivos, bem como problemas comuns na utilização desses dispositivos e o registro de fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) de acordo com a NR-6 (Norma Regulamentadora 6). Validade do Protetor Auditivo: A validade do protetor auditivo é determinada pelo fabricante e é contada a partir da data de fabricação. No exemplo citado, um protetor de inserção de silicone da 3M do Brasil pode ser estocado por até 3 anos após a data de fabricação, desde que seja mantido em condições adequadas. Vida Útil do Protetor: Não há uma legislação que estipule a vida útil de um protetor auricular, pois isso depende de vários fatores, como o cuidado do usuário e as condições ambientais do local de trabalho. Um estudo mencionado sugere que um protetor tipo concha pode durar até um ano, enquanto um protetor de inserção de silicone pode durar até seis meses. Problemas na Utilização dos Protetores Auriculares: Além da atenuação, vários fatores devem ser considerados na escolha e uso dos protetores auditivos, incluindo higiene, desconforto inicial, efeitos na comunicação verbal, influência na localização direcional, sinalização de alarme e custos. É importante que os protetores sejam substituídos quando estiverem deteriorados ou sujos. Registro de Fornecimento: De acordo com a NR-6, o empregador deve registrar o fornecimento de EPI aos trabalhadores. Isso pode ser feito por meio de livros, fichas ou sistemas eletrônicos. O registro deve conter informações como nome e função do trabalhador, setor de trabalho, data de entrega do EPI, modelo e certificado de aprovação do EPI, data de devolução do EPI anterior (se aplicável) e a assinatura do trabalhador (se necessário). O texto enfatiza a importância de garantir que os protetores auditivos sejam usados corretamente, considerando não apenas a atenuação do ruído, mas também outros fatores que afetam o conforto e a segurança dos trabalhadores. Além disso, destaca a necessidade de registro e controle adequados do fornecimento de EPIs, como os protetores auditivos, para garantir a segurança dos trabalhadores em ambientes ruidosos.
Compartilhar