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1 RUÍDO E VIBRAÇÃO 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3 LEGISLAÇÃO SOBRE HIGIENE OCUPACIONAL ............................................ 4 RUÍDO ................................................................................................................ 5 NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXOS 1 E 2 ............................... 13 NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL – NHO 01........................................... 16 PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA – PCA ..................................... 16 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS E COLETIVOS ..................................................................................................... 19 VIBRAÇÕES .................................................................................................... 22 NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXO Nº 8 ................................... 27 NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL – NHO 09 E 10 .................................. 28 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DEPROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA 29 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 31 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO A diversidade dos processos de produção, os mais variados agentes presentes nos ambientes laborais e os diferentes tipos de equipamentos levam aos riscos ambientais/ocupacionais que diferem entre si em características como intensidade, duração e espectro, não só entre as indústrias, mas também dentro de uma mesma indústria. A exposição aos riscos ocupacionais pode trazer perda na qualidade de desempenho do trabalho do empregado, que resulta, inclusive, no comprometimento da sua qualidade de vida e saúde, incluindo-se os acometimentos por adoecimentos e acidentes de trabalho. Várias são as situações em que o trabalhador não percebe a evolução de sua doença relacionada ao trabalho, vindo a perder a eficiência no rendimento laboral, com casos em que ocorrem os aumentos sintomáticos de absenteísmo e, até mesmo, afastamentos temporários, chegando ao extremo de afastamentos por invalidez em pessoas relativamente jovens. Esse é um ônus caro que pode ser evitado com o monitoramento da saúde do empregado, através do conhecimento dos riscos ambientais locais e buscando-se ações de bloqueio para os riscos cujas ocorrências forem comprovadamente acima dos limites permissíveis. Os riscos físicos expõem uma troca de energia surpreendente entre o organismo e o ambiente, mas, se a quantia for excedente ao que o organismo pode resistir, as doenças podem aparecer. 4 LEGISLAÇÃO SOBRE HIGIENE OCUPACIONAL Definição e histórico Conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Higiene Ocupacional-HO, é a ciência e a arte dedicada a antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientes, existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, visando à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores. (FANTAZZINI E OUTRO,2007). Doenças industriais são conhecidas desde Hipócrates (Grécia antiga aproximadamente ano 400 AC). Até há evidências mostrando que as doenças ocupacionais foram reconhecidas pelos antigos egípcios. Com o tempo, as ligações entre a ocupação e os problemas de saúde aumentaram e as associações se fortaleceram. Em paralelo a isto, técnicas foram desenvolvidas para avaliar e controlar os riscos. Os primeiros estudos sobre a saúde dos trabalhadores datam do século XVI, mas o principal marco ocorreu em 1700 com a publicação da obra De morbis artificum, de Bernardino Ramazzini. Desde então, os estudos evoluíram, principalmente após a Revolução Industrial, quando surgiram as primeiras leis trabalhistas visando proteger o trabalhador de acidentes e possíveis doenças ocupacionais em suas relações de trabalho (PACHECO JÚNIOR, (1995). Em consequência da evolução das operações industriais e das técnicas de trabalho os conhecimentos avançam significativamente e a legislação dos diversos países, torna-se mais rigorosa. Isto propicia uma redução relativa da incidência dos acidentes do trabalho e dos casos de doenças ocupacionais, mas as ocorrências acidentárias, dificilmente deixarão de existir e têm causado, ao longo dos anos, transtornos a saúde dos trabalhadores e às instituições. Os custos dos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais são de tal monta que, afora os prejuízos aos trabalhadores também afetam, sobretudo, a saúde financeira das empresas e dos cofres públicos. Por isso, empresas, governantes, os próprios trabalhadores e vários segmentos sociais comprometem-se cada vez mais em definir meios que reduzam e previnam as ocorrências indesejáveis à segurança e higiene do trabalho, bem como a eliminação de seus efeitos. 5 RUÍDO Todos os dias acontecem várias situações que envolvem som ou ruído, mas nunca percebemos ou paramos para decifrar o que está acontecendo. E esse é o problema quando o assunto é ruído no ambiente de trabalho, onde, hoje em dia, passamos a maior parte do nosso tempo. Segundo Russo, Toise e Pereira (1984), o ruído é uma superposição de vários movimentos vibratórios, com frequências e intensidades diferentes. Seus componentes não são harmônicos entre si, comportando-se como um todo único. Geralmente, a sensação auditiva subjetiva provocada por ele é desagradável e perturbadora, principalmente quando se apresenta intenso e inesperado. Leal (2008, S.P) relata que os riscos físicos se caracterizam por: a) Exigirem um meio de transmissão (em geral o ar) para propagarem sua nocividade. b) Agirem mesmo sobre pessoas que não têm contato direto com a fonte do risco. c) Em geral ocasiona lesões crônicas, mediatas. Com isso podemos ter uma noção do quanto o ruído é um problema na vida dos empregados e dos empregadores, porque ele não prejudica apenas quem está operando a máquina ou outro equipamento, pois, por ser o meio de transmissão o ar, o ambiente todo apresenta o ruído, afetando todos os empregados que estão lá. Conceitos gerais relacionados ao ruído Existem algumas explicações que precisam ser entendidas para que fique mais fácil compreender o ruído. Som: é uma vibração que se dissemina através do ar em forma de ondas e é compreendida pelo ouvido humano. O som é confortável aos nossos ouvidos. Dependendo da frequência e da intensidade, ele pode ser relativamente danoso. Ruído: é uma vibração que se dissemina através do ar em forma deondas e é compreendida pelo ouvido humano. Ao contrário do som, o ruído é insuportável aos nossos ouvidos. 6 Dependendo da frequência e da intensidade, ele pode ser relativamente danoso. Frequência: é a quantia de ondas de um som difuso no período de 1 segundo. Os sons agudos são considerados os de alta frequência, já os sons graves são considerados os de baixa frequência. Nossos ouvidos são mais vulneráveis em algumas frequências do que em outras. A forma de medida da frequência é o Hertz (Hz). Intensidade: é a ação ou pressão que o som desempenha em nossos ouvidos. É chamado como altura ou volume. Podemos diferenciar os sons de alta e baixa intensidade da seguinte forma: um sítio onde só existe a tranquilidade do mato e nada mais tem sons de baixa intensidade, enquanto uma fábrica onde tem máquinas ruidosas tem sons de alta intensidade. Então, conhecendo a diferença, conseguimos entender que quanto maior os valores da intensidade, mais o ruído torna-se uma ameaça para o empregado. A forma de medida da intensidade é o decibel (dB). Outros limites de Ruído Na Europa, a Diretiva 2003/10/CE, de agentes físicos (ruído) também coloca deveres dos empregadores em cada país da seguinte forma: _ O empregador é obrigado a avaliar os riscos associados à exposição ao ruído. _ Proteger os funcionários da exposição ao ruído por: _ Eliminar e controlar os riscos associados ao ruído _ Fornecer proteção auditiva adequada _ Fornecer informações adequadas, instrução e treinamento a funcionários sobre os riscos, medidas de controle, proteção auditiva e práticas de trabalho seguras. _ Fornecer vigilância em saúde (verificações auditivas) para os empregados que estão em risco. _ Realizar manutenção de equipamentos, em especial em qualquer equipamento que seja fornecido para controlar o ruído. _ Rever a avaliação de risco e as ações apropriadas regularmente (normalmente pelo menos a cada dois anos) (ALVINO et al., 2009). 7 Os regulamentos especificam os valores-limite e os valores de exposição que desencadeiam a ação, conforme segue: _ Os valores de exposição inferiores que desencadeiam a ação: a exposição diária ou semanal pessoal ao ruído de 80dB (ponderada pela frequência A) e pressão acústica de pico de 135 dB (ponderada pela frequência C). _ Os valores de exposição superiores que desencadeiam a ação: a exposição diária ou semanal pessoal ao ruído de 85 dB (ponderada pela frequência A) e pressão acústica de pico de 137 dB (ponderada pela frequência C). _ Valores-limite de exposição: a exposição diária ou semanal de pessoal ao ruído de 87dB (ponderada pela frequência A) e pressão de acústica de pico de 140 dB (ponderada pela frequência C). Limites de ruído se tornaram mais rigorosos durante as últimas duas décadas. Na Europa, o limite de 85 dB (A) Lep,d é usado, enquanto que um limite de 90 dB (A) é especificado no Canadá. Nos EUA um conjunto mais complexo de critérios é utilizado, que correlaciona dose com nível de pressão sonora e tempo. Isto é conhecido como um conceito duplicação de 5 dB e é largamente desacreditada fora dos EUA. Do ponto de vista prático, o padrão adotado em uma empresa, ou nacionalmente, e até que ponto esse padrão é alcançado por medidas de controle de engenharia, depende de uma interpretação do banco de dados de avaliação de risco, e depois sobre o que é considerado “razoavelmente possível” de ser implementado. Um estudo da legislação de diferentes países constatou que a maioria utiliza o parâmetro de 85 dB(A) ou 90 dB(A), para o critério normatizado para um período de 8 horas de exposição nas atividades ruidosas. O mesmo levantamento faz referência para que num futuro próximo, nenhum país adote como nível de critério, valores inferiores a 85 dB(A), em função de razões socioeconômicos (INTERNATIONAL INSTITUTE OF NOISE CONTROL ENGINEERING, 1997). Normas e legislações que fazem recomendações sobre o problema do ruído em ambientes de trabalho estabelecem limites baseados em relações entre exposição ocupacional a determinado nível de pressão sonora e os benefícios que o individuo e a sociedade auferem do 8 trabalho realizado nessas condições. Deverá ser avaliado critérios levando em consideração fatores médicos, legais, sociológicos e econômicos (BISTAFA, 2011). Conceito de som e ruído Entende-se por ruído um agente contaminante de tipo físico; é um som indesejável e, desta forma, incômodo. É definido como o som ou grupo de sons de tal amplitude que pode ocasionar adoecimentos ou interferência no processo de comunicação. Quanto à diferença entre som e ruído, sabe-se que o primeiro pode ser quantificado, enquanto que o segundo é considerado um fenômeno subjetivo. De modo objetivo, é considerado todo sinal acústico aperiódico, originado da superposição de vários movimentos de vibração com diferentes frequências, as quais não apresentam relação entre si, de modo subjetivo é considerada toda sensação de desagrado, desconforto e/ou de intolerância decorrente de uma exposição sonora. (MESQUITA et al., (2013). Som é conceituado com ondas mecânicas longitudinais que podem se difundir em meio liquido, gasoso ou sólido. Considera-se mecânicas em função da necessidade de meio de propagação e longitudinais em virtude das partículas responsáveis por sua propagação oscilar no sentido paralelo em direção a sua transmissão.(MAIA,2002). Nas frentes de serviço, o som com elevação excessiva do nível de pressão sonora é bastante para danificar a audição, sendo indesejável pelas pessoas, motivo pelo qual é considerado como ruído (OSHA, 2013). Os colaboradores nas atividades industriais, no lazer ou mesmo enquanto estiverem em suas residências com o chorar de uma criança considera-se tudo isso como ruído. Entretanto o diferencial entre som e ruído está apenas na percepção subjetiva das pessoas, em função de pertencer a um mesmo fenômeno físico (PORTELA, 2008). Em resumo, ruído é uma sensação sonora desagradável, pode ser mensurado, não desejado ou inútil e Som é uma variação de pressão sonora capaz de sensibilizar os ouvidos. 9 Doenças e sintomas que o ruído causa no organismo O ruído, sem que notem, causa uma série de problemas à saúde. Brito (1999, p. 16) deixa claro em seu estudo sobre o assunto: O corpo humano começa a responder aos ruídos a partir de 85 dB. Essa reação ao ruído leva nosso organismo a ter diferentes respostas, como: dilatação da pupila; aumento da produção de hormônios da tireoide; aumento de batimento cardíaco; contração dos vasos sanguíneos; aumento da produção de adrenalina; baixo rendimento no trabalho; ansiedade; tensão; irritabilidade; insônia; alteração nos ciclos menstruais; impotência; nervosismo; baixa concentração; cansaço; aumento da pressão sanguínea; acidentes e outros. Os efeitos do ruído são inúmeros, mas existe um facilmente demonstrável, que é a interferência com a comunicação oral. Esta acontece principalmente nas frequências de 500, 1000 e 2000 Hz, as denominadas bandas de oitava. Quando existe um som que possui níveis semelhantes aos da voz humana, e este é emitido nas frequências da voz, ocorre uma espécie de “mascaramento” que pode dificultar a comunicação oral, propiciando, assim, um aumento do número de acidentes de trabalho. A vulnerabilidade da orelha humana à ação do ruído pode desencadear uma perda auditiva. Quando ocorre uma lesão auditiva neurossensorial, surge a possibilidade de vários outros sintomas, entre eles: · Zumbidos. · Dificuldade no entendimento da fala. · Outros (algiacusia; sensação de plenitude auricular; dificuldade de localização da fonte sonora). Na audição, os efeitos podem ser: Perda Auditiva Temporária (TTS) – ocorre quando o indivíduo é exposto a ruído intenso mesmo que por pouco tempo, e fazcom que o limiar auditivo sofra alteração. Essa redução é temporária, e a audição volta ao normal após um período de repouso auditivo. Trauma Acústico – é considerado como uma perda auditiva repentina, quando ocorre uma única exposição de ruído de impacto como explosões, produzindo lesões irreversíveis na cóclea, pois os níveis sonoros excedem os limites fisiológicos dessa estrutura. 10 Perda Auditiva Permanente (PAIR) – é decorrente da exposição a ruídos de alta intensidade por longos períodos. É também irreversível, pois há destruição de células auditivas. A PAIR pode acarretar dificuldades para perceber sons agudos, como telefone, campainhas, relógio e outros. Rapidamente a lesão também começa a comprometer as frequências das áreas de conversação, afetando, assim, o reconhecimento da fala. O ruído não demonstra que está chegando à vida das pessoas, por isso precisa ser tratado com muita cautela. Avaliação do ruído Conforme Saliba (2013, p. 205), a avaliação do ruído pode ser feita com os seguintes objetivos: Avaliação Ocupacional: Esse tipo de controle visa constatar os possíveis riscos de dano auditivo e seu controle. Avaliação do ruído para caracterização da insalubridade: A perícia visando à possível caracterização da insalubridade tem como base legal a NR 15, Anexos 1 e 2, e na maioria das vezes é realizada em perícias judiciais. Avaliação para fins de aposentadoria especial: Essa avaliação é realizada para fins de comprovação junto ao INSS da exposição a níveis de ruído prejudiciais à saúde. O critério utilizado são as normas da NR 15, ACGIH, e da Previdência Social (Decreto nº 3.048/99). Avaliação para fins de conforto: O critério utilizado nessa avaliação está regulamentado na NR 17 da Portaria nº 3.214/78 e nas normas da ABNT, em especial, NBR 10152, que serão mais detalhadas no capítulo VII – Ergonomia. Avaliação da perturbação do sossego público: Nessa avaliação, a regulamentação em legislação municipal, estadual ou federal e as normas técnicas pertinentes encontram-se, em especial, nas normas da NBR 10151 e 10152 da ABNT, que sugerimos aos leitores que fossem consultadas. 11 Processos para caracterização de exposição ao ruído Para ser constatada a exposição ao ruído de um trabalhador, precisa ser realizado o levantamento do ambiente de trabalho englobando a função do trabalhador, o que ele faz durante sua jornada de trabalho, quais são as máquinas e os equipamentos que ele opera, quais são os EPIs que ele utiliza, entre outras informações necessárias. Depois de realizado o levantamento de informações, são efetuadas as medições em cada operador ou em cada grupo homogêneo, que é um grupo de trabalhadores que realiza a mesma atividade. Após as medições concluídas, são expostos os resultados e é averiguado o que precisa ser feito para melhorar o ambiente de trabalho e quais são os tipos de EPI que o operador terá que utilizar caso o ruído passe do seu limite de tolerância estabelecido pela NR 15. Instrumentos para avaliação do ruído Os homens são capazes de detectar de onde vêm as ondas sonoras e distingui-las, mas com o aumento repentino de barulho em todos os lugares não é possível fazer afirmações precisas sobre um determinado som. Foi justamente pensando nisso que o mercado de aparelhos de medidas e precisão passaram a oferecer aparelhos, cuja função é medir a intensidade do som, como o decibelímetro e o dosímetro de ruído (SANCHES, 2012). O decibelímetro dá o resultado do nível de pressão sonora na hora em seu leitor digital. Esse aparelho é o mais utilizado para comprovar a existência do som no ambiente de trabalho. 12 O dosímetro de ruído é colocado no cinto ou no cós da calça do trabalhador, e próximo ao seu ouvido fica o microfone conectado a um cabo que leva as informações até o dosímetro. Esse aparelho pode ser utilizado em diversos trabalhadores em um dia, contando que as medições realizadas em cada trabalhador seja o suficiente de informações necessárias do seu dia de trabalho. Lembrando que a calibração de todos os aparelhos de medição é importante e as aferições precisam ser realizadas periodicamente. Essas aferições, depois de realizadas, devem ser certificadas pelo fabricante, assistência técnica autorizada ou laboratórios credenciados para esse objetivo. 13 NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXOS 1 E 2 A Norma Regulamentadora nº 15, em seus anexos 1 e 2, traz os limites de tolerância para os ruídos contínuos ou intermitentes e de impacto. Anexo 1 Veja o que diz a Norma Regulamentadora nº 15 (2014) sobre o ruído contínuo ou intermitente: 1) Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação de Limites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto. 14 2) Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação "A" e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. 3) Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância fixados no Quadro deste anexo. 4) Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será considerada a máxima exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado. 5) Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. 6) Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a soma das seguintes frações: C1 + C2 + C3 + Cn T1 T2 T3 Tn Exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância. Na equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico, e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível, segundo o quadro deste anexo. 7) As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente. 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 15 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Anexo 2 O anexo 2 da Norma Regulamentadora nº 15 (2014) trata sobre o ruído de impacto: 1) Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo. 2) Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor de nível de pressão sonora operando no circuito linear e circuito de resposta para impacto. As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo. 3) Em caso de não se dispor de medidor do nível de pressão sonora com circuito de resposta para impacto, será válida a leitura feita no circuito de resposta rápida (FAST) e circuito de compensação "C". Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB(C). 4) As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB(LINEAR), medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130 dB(C), medidos no circuito de resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e iminente. O grau de insalubridade afixado para os ruídos contínuos ou intermitentese de impacto é de 20%. 16 NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL – NHO 01 A NHO 01 tem por objetivo estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional ao ruído, que implique risco potencial de surdez ocupacional. Ela se aplica à exposição ocupacional a ruído contínuo ou intermitente e a ruído de impacto, em quaisquer situações de trabalho, contudo não está voltada para a caracterização das condições de conforto acústico (FUNDACENTRO, 2001). Vamos ver o que diz a Norma de Higiene Ocupacional NHO 01 (FUNDACENTRO, 2001) referente aos ruídos contínuos, intermitentes e de impacto: Ruído contínuo ou intermitente: todo e qualquer ruído que não está classificado como ruído de impacto ou impulsivo. PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA – PCA O programa de Proteção Auditiva traz benefício a quem é portador de perda auditiva ou não. Tem como objetivo prevenir as perdas auditivas e até estabilizar as perdas já acentuadas em decorrência da exposição ocupacional ao ruído (NETO, 2014). O ponto inicial do PCA é a inspeção no ambiente de trabalho, verificando cada função e analisando cada posto de trabalho, identificando onde possa existir o ruído. Na fase de avaliação ocupacional do ruído será feita uma avaliação sistemática e repetitiva dos níveis de ruído, definindo a dose e o LEQ em cada posto de trabalho (grupo homogêneo da exposição) (SALIBA, 2013). Conforme Saliba (2013, p. 463), vamos entender agora como proceder nos casos de cada dose: Dose > 0,5 < 1,0 Nesse caso, a NR 9 exige “Nível de Ação”. Segundo o subitem, esse nível representa o valor acima do qual devem ser iniciadas as ações preventivas, de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a ruído ultrapassem os limites. As ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação ao trabalhador e o controle médico. 17 Dose > 1,0 Nesse caso, devem-se, prioritariamente, estudar medidas de controle na fonte e na trajetória. Se essas medidas forem suficientes para reduzir a intensidade do ruído abaixo do limite (dose < 0,50), devem-se apenas monitorar os riscos periodicamente. Se essas medidas não forem suficientes para reduzir a dose a < 1, devem- se adotar medidas de controle no homem, tais como limitação do tempo de exposição e o uso de EPIs. No caso dos EPIs, após a seleção deve-se calcular sua atenuação, conforme explicado anteriormente. Caso sua atenuação reduza a intensidade abaixo do Limite de Tolerância, deve ser implantado o seu uso. O treinamento para o uso correto, Ruído de impacto ou impulsivo: ruído que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo. A orelha humana está constituída conforme descrição a seguir: A orelha externa, ou seja, a parte que podemos ver recebe as ondas de pressão e as transmite ao longo do canal auditivo até uma membrana – tímpano, que está situada dentro do crânio para proteção. O tímpano vibra em resposta às ondas de pressão sonora e essa vibração é transmitida através dos 3 pequenos ossos do ouvido médio do martelo, bigorna e estribo para outra membrana, a janela oval do ouvido interno. O ouvido médio também contém a trompa de Eustáquio, que oferece uma abertura para a garganta e assim mantém a orelha média à pressão atmosférica. 18 Esta equalização de pressão é necessária porque o tímpano é necessário para responder às rápidas e pequenas flutuações na pressão, e não à pressão absoluta. A janela oval, por sua vez, passa as vibrações para a cóclea, um órgão em forma de caracol que contém líquido e cerca de 25.000 células receptivas (terminações nervosas). As vibrações geram ondas de pressão no líquido da cóclea, e estas estimulam as terminações nervosas que transmitem sinais elétricos correspondentes ao cérebro. Cada célula receptiva responde a um tom e, portanto, é capaz de analisar e separar uma mistura de sinais de entrada em seus componentes de frequência individual. Esta facilidade permite que o ouvido humano identifique notas individuais entre a saraivada de sons. Som Audível Duas das principais características do som são a frequência e intensidade. O número de ondas de pressão / vibrações por segundo é conhecido como a frequência, e é expresso na unidade Hertz (Hz), quanto mais flutuações por segundo maior a altura do som. A faixa de frequência do ouvido humano é normalmente citada como sendo entre 20 Hz e 20.000 Hz (20 KHz). A nota dó na música está em aproximadamente 260 Hz (as opiniões de músicos variam entre 255-278 Hz), e dobrando, a frequência aumenta o tom uma oitava, então a oitava acima de dó (260 Hz) tem uma frequência de 520 Hz. Por intensidade (I) entendemos a amplitude (tamanho) das ondas de pressão e é definida como a quantidade média de energia que passa através de uma unidade de área na unidade de tempo e é expressa em watts por metro quadrado (Wm2). Torna-se muito complicado citar os níveis de ruído em medidas de pressão sonora (Pa) ou intensidade (Watts/metro2), pois os números são muito difíceis de controlar. 19 Portanto, está citado com um nível de referência (neste caso, o limiar de audição) e usado como uma escala logarítmica para o resultado, e um número muito mais gerenciável pode ser produzido. Este é o chamado decibel, que é um décimo de um Bel. O decibel (dB) não tem dimensões, como tal; é apenas uma unidade de comparação disposta em uma escala logarítmica, de modo que o aumento do número corresponde a uma multiplicação de intensidade. O volume de ruído é uma função tanto da intensidade quanto da frequência. SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS E COLETIVOS Chegamos ao final do estudo sobre o ruído. A seleção dos equipamentos e medidas de controle deve ser feita conforme os resultados obtidos e o que melhor encaixa. As medidas de controle do ruído podem ser consideradas basicamente de 3 (três) maneiras distintas: na fonte, na trajetória e no homem. As medidas na fonte e na trajetória deverão ser prioritárias, quando viáveis tecnicamente (SALIBA, 2013). Vamos verificar, agora, os Equipamentos de Proteção Individual e os Equipamentos de Proteção Coletivos para eliminação ou neutralização do ruído. Equipamentos de Proteção Individual – EPI Os profissionais de segurança no trabalho e empregadores devem entender que o controle no homem, que é a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), é a última saída que deve ser tomada. Os EPIs podem servir de complemento para as medidas adotadas na fonte e na trajetória, e também quando essas adotadas não forem o bastante para reparar o problema. 20 Deve-se ressaltar que a simples utilização do EPI não implica a eliminação de o risco do trabalhador vir a sofrer diminuição da capacidade auditiva. Os protetores auriculares, para serem eficazes, deverão ser usados de forma correta e obedecer aos requisitos mínimos de qualidade representada pela capacidade de atenuação, que deverá ser devidamente testada por órgão competente. O uso constante do protetor é importante para garantir a eficácia da proteção (SALIBA, 2013). Equipamentos de Proteção Coletivos – EPC Os EPCs, ou medidas de controle, são mais eficientes do que os EPIs e também não geram tantos transtornos ao trabalhador. Medidas de controle na fonte Saliba (2013, p. 206) relata que são várias as medidas de controle na fonte que podem ser adotadas a fim de evitar que o ruído faça parte do dia a dia do trabalhador: - Substituir equipamento por outro mais silencioso; - Balancear e equilibrar partes móveis; - Lubrificar eficazmente rolamentos, mancais etc.; - Reduzir impactos, na medida do possível; - Alterar o processo; - Programar as operações, de forma que permaneça o menornúmero de máquinas funcionando simultaneamente; - Aplicar material de modo a atenuar as vibrações; - Regular os motores; - Reapertar as estruturas; 21 - Substituir engrenagens metálicas por outras de plástico ou celeron. Medidas de controle na trajetória Quando as medidas de controle na fonte foram estudadas, mas chega-se à conclusão de que não será viável, entra-se no processo de verificação de medidas de controle no meio. Vamos entender melhor o processo de medidas de controle na trajetória que Saliba (2013, p. 207) demonstra: - Evitar a propagação – por meio de isolamento. - Conseguir um máximo de perdas energéticas por absorção. O isolamento acústico pode ser feito das seguintes formas: 1 – Evitando que o som se propague a partir da fonte; 2 – Evitando que o som chegue ao receptor. Isolar a fonte: Significa a construção de barreira que separe a causa do ruído do meio que o rodeia, para evitar que esse som se propague. Isolar o receptor: Construção de barreiras que separem a causa e o meio do indivíduo exposto ao ruído. Deve-se ressaltar que a simples utilização do EPI não implica a eliminação de o risco do trabalhador vir a sofrer diminuição da capacidade auditiva. Os protetores auriculares, para serem eficazes, deverão ser usados de forma correta e obedecer aos requisitos mínimos de qualidade representada pela capacidade de atenuação, que deverá ser devidamente testada por órgão competente. O uso constante do protetor é importante para garantir a eficácia da proteção (SALIBA, 2013). 22 VIBRAÇÕES A vibração no meio industrial é bem comum e seu acompanhamento deve ser levado em conta, assim como qualquer outro agente. As consequências que ele gera na saúde humana são significativas, sendo essencial avaliação e monitoramento. A vibração é um deslocamento oscilatório de um corpo em razão de forças desequilibradas de elementos rotativos e movimentos intermitentes de uma máquina ou equipamento. É representado um movimento oscilatório e periódico caso o corpo vibre, abrangendo deslocamento em um determinado tempo. Vamos entender dois tipos de vibrações ocupacionais que são muito presentes nos ambientes industriais: vibração de corpo inteiro e vibração localizada ou de mão e braço. • Vibração ocupacional de corpo inteiro: Essas vibrações são passadas ao corpo em uma totalidade, frequentemente por meio da superfície de sustentação, como os pés, costas, nádegas de um indivíduo assentado. Normalmente, ocorrem em trabalho com máquinas pesadas: tratores, caminhões, ônibus, aeronaves, máquinas de terraplanagem, grandes compressores, máquinas industriais. • Vibração ocupacional localizada ou de mão e braço: Essas vibrações abrangem certas partes do corpo, em especial mãos e braços. Normalmente, ocorrem em operações com ferramentas manuais vibratórios: marteletes, britadores, rebitadeiras, compactadores, politrizes, motosserras, lixadeiras, peneiras vibratórias, furadeiras (HABRA, 2015, p. 5). Os materiais mais utilizados para fazer o isolamento acústico são cortiça e lã de vidro, que são absorventes de som. Esses materiais devem ser utilizados para envolver as barreiras isolantes de som. Percebem como vários dos tipos de medidas de controle são os EPCs que auxiliam a empresa a não terem gastos com os EPIs, e não ter o desgaste dos profissionais de segurança no trabalho e lideranças na imposição ao seu uso faz toda a diferença? Sempre devemos ter em mente que os EPCs e as medidas de controle precisam estar sempre em primeiro lugar. Só salvo quando estes saem muito 23 caro financeiramente ou deem muito trabalho para a sua instalação, aí sim, entra o uso do EPI. Doenças e sintomas que a vibração de corpo inteiro causa no organismo Um indivíduo exposto à vibração de corpo inteiro pode apresentar vários problemas de saúde físicos definitivos ou também alterações no sistema nervoso. A região espinhal, o sistema circulatório e urológico e o sistema nervoso central são afetados se o trabalhador tem exposição frequente à vibração. Sintomas de alteração constantemente ocorrem ao longo da exposição ou após, que são insônia, dor de cabeça, tremores e cansaço, mas após um período de descanso os sintomas devem desaparecer. De acordo com Saliba (2013, p. 214), os efeitos constatados em grupos sujeitos a circunstâncias rigorosas de vibração foram os seguintes: “Problemas na região dorsal e lombar, gastrointestinais, sistema reprodutivo, desordens no sistema visual, problemas nos discos intervertebrais, degeneração na coluna vertebral”. Doenças e sintomas que a vibração localizada ou de mão e braço causam no organismo Os efeitos predominantes da exposição à vibração nas mãos e braços podem ser de ordem neurológica, osteoarticular, muscular e vascular. O desenvolvimento da doença nas suas múltiplas fases em decorrência da exposição diária, em vários meses, pode ser notado por meio da apresentação demonstrada a seguir por Saliba (2013, p. 224): - Formigamento ou adormecimento leve e intermitente, ou ambos, são frequentemente ignorados pelo paciente porque não interferem no trabalho ou em outras atividades. São os primeiros sintomas da síndrome. - Mais tarde, o paciente pode experimentar ataques de branqueamento de dedos, confinados primeiramente às pontas; entretanto, com a continuidade da exposição, os ataques podem se estender à base do dedo. - O frio frequente provoca os ataques, mas há outros fatores envolvidos com o mecanismo de disparo, como a temperatura central do corpo, a taxa 24 metabólica, o tônus vascular (especialmente cedo, pela manhã) e o estado emocional. - Os ataques de branqueamento geralmente duram de 15 a 60 minutos, mas, nos casos avançados, podem durar uma ou duas horas. A recuperação se inicia com um rubor, uma hiperemia reativa, especialmente vista na palma da mão, avançando do pulso para os dedos. - Nos casos avançados, devido aos repetidos ataques isquêmicos, o tato e a sensibilidade à temperatura ficam comprometidos. Há perda de destreza e incapacidade para a realização de trabalhos minuciosos. - Prosseguindo a exposição, o número de ataques de branqueamento se reduz, sendo substituído por uma aparência cianótica dos dedos. - Finalmente, pequenas áreas de necrose da pele aparecem na ponta dos dedos (acrocianose). Processo para caracterização de exposição à vibração No passado, até poucos anos atrás, a avaliação de vibração no corpo humano era pouco realizada, visto que, normalmente, quando se está num ambiente com vibrações elevadas, o nível de pressão sonora é bastante elevado. A avaliação da atividade por meio da dosimetria de ruído já caracterizava a atividade como insalubre (HABRA, 2015). Para os dois tipos de vibração existentes, temos os instrumentos de medição, que fazem os levantamentos de valores que precisamos para obter os valores a indicar se existe mesmo a exposição à vibração ou não. Deve ser feita uma antecipação de quais máquinas ou ferramentas que o operador usa; quais são suas atividades; quanto tempo o trabalhador fica exposto em cada procedimento que executa; verificar qual o tempo das pausas que ele faz e o tempo de exposição integral diário. Depois de fazer o levantamento, deve ser instalado o instrumento de medição no trabalhador para evitar a influência do trabalho rotineiro do operador. É importante ressaltar que o trabalhador precisa estar ciente do que esse aparelho mede, o porquê que ele vai ser controlado e a importância de ele executar suas atividades normalmente, como faz todos os dias para evitar que a 25 medição não tenha problemas e que seja realmente como o trabalhador está exposto. Quando as medições forem encerradas, os valores da medição serão comparados aos limites deexposição que são indicados na NR 15 em seu anexo nº 8, que será estudado logo abaixo. Instrumentos para avaliação da vibração Para que a medição seja realizada dentro do solicitado pelas Normas NHO 09 e NHO 10, devem ser analisados os procedimentos de medição e tudo o que está relacionado aos aparelhos conforme essas Normas, pois a NR 15, no seu anexo nº 8, deixa claro que todos os procedimentos técnicos devem ser acompanhados nas normas da FUNDACENTRO. A seguir, vamos conhecer quais são os equipamentos de medição para cada tipo de vibração: A NHO 10 (FUNDACENTRO, 2013) deixa claro que: Os medidores a serem utilizados na avaliação da exposição ocupacional à vibração em mãos e braços devem atender aos requisitos constantes da Norma ISO 8041 (2005) ou de suas futuras revisões e complementações e estarem ajustados de forma a atender aos seguintes parâmetros: - circuito de ponderação para mãos e braços (Wh); - MEDIDOR DE VIBRAÇÃO ACOPLADO AO ACELERÔMETRO DE MÃO E BRAÇO diz que: Os medidores a serem utilizados na avaliação da exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro devem ser integradores, atender aos requisitos constantes da Norma ISO 8041 (2005) ou de suas futuras revisões e complementações e estar ajustados de forma a atender aos seguintes parâmetros: - circuitos de ponderação para corpo inteiro; • Wk para o eixo “z”; • Wd para os eixos “x” e “y”; - fator de multiplicação “fj” em função do eixo considerado; • fx = 1,4; • fy = 1,4; • fz = 1,0; - medição em rms. 26 - fator de multiplicação em função do eixo considerado: f j = 1,0 para os eixos “x”, “y” e “z”; - medição em rms. A NHO 09 (FUNDACENTRO, 2013) diz que: Os medidores a serem utilizados na avaliação da exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro devem ser integradores, atender aos requisitos constantes da Norma ISO 8041 (2005) ou de suas futuras revisões e complementações e estar ajustados de forma a atender aos seguintes parâmetros: - circuitos de ponderação para corpo inteiro; • Wk para o eixo “z”; • Wd para os eixos “x” e “y”; - fator de multiplicação “fj” em função do eixo considerado; • fx = 1,4; • fy = 1,4; • fz = 1,0; - medição em rms. 27 NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXO Nº 8 A Norma Regulamentadora nº 15 (2014), no seu anexo nº 8, referente a vibrações, diz que deve: Estabelecer critérios para caracterização da condição de trabalho insalubre decorrente da exposição às Vibrações de Mãos e Braços (VMB) e Vibrações de Corpo Inteiro (VCI). Os procedimentos técnicos para a avaliação quantitativa das VCI e VMB são os estabelecidos nas Normas de Higiene Ocupacional da FUNDACENTRO. Caracterização e classificação da insalubridade Caracteriza-se a condição insalubre caso seja superado o limite de exposição ocupacional diária a VMB correspondente a um valor de aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 5 m/s2. Caracteriza-se a condição insalubre caso sejam superados quaisquer dos limites de exposição ocupacional diária a VCI: a) valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 1,1 m/s2; b) valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 21,0 m/s1,75. Para fins de caracterização da condição insalubre, o empregador deve comprovar a avaliação dos dois parâmetros acima descritos. As situações de exposição a VMB e VCI superiores aos limites de exposição ocupacional são caracterizadas como insalubres em grau médio. A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição, abrangendo aspectos organizacionais e ambientais que envolvam o trabalhador no exercício de suas funções. 28 A caracterização da exposição deve ser objeto de laudo técnico que contemple, no mínimo, os seguintes itens: a) Objetivo e datas em que foram desenvolvidos os procedimentos; b) Descrição e resultado da avaliação preliminar da exposição, realizada de acordo com o item 3 do Anexo 1 da NR-9 do MTE; c) Metodologia e critérios empregados, inclusas a caracterização da exposição e representatividade da amostragem; d) Instrumentais utilizados, bem como o registro dos certificados de calibração; e) Dados obtidos e respectiva interpretação; f) Circunstâncias específicas que envolveram a avaliação; g) Descrição das medidas preventivas e corretivas eventualmente existentes e indicação das necessárias, bem como a comprovação de sua eficácia; h) Conclusão. O grau de insalubridade para vibração, conforme inspeção em local de trabalho, tem o percentual de 20%. NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL – NHO 09 E 10 Vamos verificar, agora, o que dizem as Normas de Higiene Ocupacional (NHO) da FUNDACENTRO sobre as vibrações. Norma de Higiene Ocupacional – NHO 09: avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro Esta norma técnica tem por objetivo estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro (VCI), que impliquem possibilidade de ocorrência de problemas diversos à saúde do trabalhador, entre os quais aqueles relacionados à coluna vertebral (FUNDACENTRO, 2013). Norma de Higiene Ocupacional – NHO 10: avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços Esta norma técnica tem por objetivo estabelecer critérios e procedimentos para avaliação da exposição ocupacional a vibrações 29 em mãos e braços que implique risco à saúde do trabalhador, entre os quais a ocorrência da síndrome da vibração em mãos e braços (SVMB) (FUNDACENTRO, 2013). SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DEPROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA Chegamos, agora, ao ponto de escolher as melhores maneiras e opções de proteger o trabalhador em suas atividades que são expostas à vibração. Vejamos a seguir algumas opções para auxiliar o trabalhador em sua jornada. Equipamento de Proteção Individual – EPI O EPI mais conhecido e mais utilizado para vibração é a luva antivibração, mas devemos lembrar que só o uso da luva não é indicado, pois ela auxiliará na diminuição do impacto do equipamento transmitido à mão. É importante ressaltar que a vibração acaba deixando o trabalhador exposto a outros riscos, que deverão ser analisados e levantados os tipos de EPI, como o ruído e a poeira. Equipamento de Proteção Coletiva – EPC Saliba (2013, p. 230) selecionou algumas medidas de controle que são eficientes no combate à vibração: Medidas de controle para vibrações de corpo inteiro: - assentos com suspensão a ar; - cabines com suspensão; - calibração adequada do pneu; - utilização de bancos com descanso para os braços, apoio lombar e ajuste do assento e do apoio das costas; - limitação do tempo de exposição; - implantação de programa de supervisão médica. Medidas de controle para vibrações de mão e braço: - usar ferramentas com características antivibratórias; - utilizar luvas antivibração; 30 - executar práticas adequadas de trabalho que permitam manter as mãos e o corpo do trabalhador aquecidos bem como minimizar o acoplamento mecânico entre o trabalhador e a ferramenta vibratória; - limitar o tempo de exposição; - implantar programa de supervisão médica. Entre outras medidas de prevenção, podemos sempre colocar em pauta os treinamentos com os operadores, sua conscientização sobre os riscos que estão expostos, quais os problemas que podem causar à sua saúde e também à implantação de sinalizações de segurança. 31 REFERÊNCIAS AGÊNCIA EUROPEIA PARA A SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. Noise. Disponível em: . Acesso em: 27 fev. 2013. AGÊNCIA EUROPEIA PARA A SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. Perspectivas 1: novos riscos emergentes para segurança e saúde no trabalho. Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2009. 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