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aula 9

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Disciplina: Prática IV
Aula 9: Crimes contra a administração ambiental
Apresentação
Nesta aula esclareceremos o bem jurídico tutelado nos crimes contra a administração
ambiental previstos do artigo 66 ao artigo 69-A da Lei 9.605/98.
Em seguida, estudaremos os elementos do tipo, ou seja, elementos objetivos,
normativos e subjetivos, reconhecendo os sujeitos do delito (sujeito ativo e sujeito
passivo) e identificando o momento consumativo e a possibilidade ou não da
tentativa.
Objetivos
Esclarecer os elementos do tipo;
Reconhecer os sujeitos do delito;
Identificar o momento consumativo e a possibilidade ou não da tentativa.
Crime contra administração
ambiental
Os crimes contra a administração ambiental estão previstos nos arts. 66 a 69-
A da Lei 9.605/98
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm> .
Prado (2012), afirma que:

A Administração Pública ambiental tem
atribuições/poderes de gestão racional
(conservação/prevenção/fomento) e de proteção dos
interesses públicos, gerais e coletivos. Para o
cumprimento de tal escopo, necessita operar em
âmbitos específicos de controle, fiscalização e
repressão, integrando como potestade administrativa
sancionadora o direito de punir (poder de polícia).
Diante do importante papel da administração pública na preservação e
proteção do bem ambiental, o legislador criou seção própria na lei de crimes
ambientais para os delitos contra a administração ambiental.
Figuras típicas nos crimes contra a
administração ambiental previstas
na Lei de Crimes Ambientais
Bem jurídico tutelado — A lei protege o meio ambiente.
Falsidade – art. 66

Fazer o funcionário público afirmação falsa ou
enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou
dados técnico-científicos em procedimentos de
autorização ou de licenciamento ambiental:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
O crime somente pode ser praticado por funcionário público, logo trata-se de
crime próprio.
O sujeito passivo de tal delito é a coletividade e mediatamente é o Estado.
O objeto material do crime é a administração ambiental.
O momento consumativo do delito com a prática do ato descrito no tipo
penal. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode
ser fracionado.
⇩
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão
condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm> ).
Ê
JURISPRUDÊNCIA COMENTADA
RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 17.553 - STJ
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL.
CRIME CONTRA O MEIO AMBIENTE. INQUÉRITO POLICIAL.
TRANCAMENTO. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA NÃO EVIDENCIADA DE
PLANO. ANÁLISE SOBRE A MATERIALIDADE DOS DELITOS QUE NÃO
PODE SER FEITA NA VIA ELEITA. PRECEDENTES DO STJ. 
 
1. A concessão de todas as licenças ambientais necessárias ao
empreendimento imobiliário não afasta a justa causa para a ação penal
de crime contra o meio ambiente ou de outra natureza, quando, na
realidade, o que se investiga no procedimento inquisitório é a
regularidade da emissão das indigitadas licenças. 
 
2. O reconhecimento que não houve envolvimento dos representantes
da empresa imobiliária com os funcionários públicos estaduais e
municipais que expediram os alvarás irregulares, demandaria,
essencialmente, revolvimento do conjunto fático-probatório, impossível
na via estreita do habeas corpus. 
 
3. Ressalte-se, por fim, que o recorrente não possui o direito de impedir
que as autoridades competentes apurem e investiguem a eventual
existência de crimes, seja qual for a sua natureza, mormente se, como
ocorre na hipótese, teve seu indiciamento afastado, momentaneamente,
pelo Poder Judiciário, quando do julgamento do writ originário. 
 
4. Recurso desprovido.
Concessão de licença irregular – art. 67

Conceder o funcionário público licença, autorização ou
permissão em desacordo com as normas ambientais,
para as atividades, obras ou serviços cuja realização
depende de ato autorizativo do Poder Público: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três
meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.
O crime somente pode ser praticado por funcionário público, logo trata-se de
crime próprio.
O sujeito passivo de tal delito é a coletividade e mediatamente é o Estado.
O objeto material do delito é a regularidade dos processos de licença,
autorização ou permissão ambiental.
O momento consumativo ocorre com a concessão da licença, autorização
ou permissão em desacordo com as normas ambientais. A tentativa é
perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão
condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95).
JURISPRUDÊNCIA COMENTADA
RECURSO CRIMINAL EM SENTIDO ESTRITO Nº 2007.71.00.012897-0/RS -
TRF 4

PENAL. PROCESSUAL PENAL. RSE. AMBIENTAL. LEI Nº
9.605/98, ARTIGO 67. LICENÇA AMBIENTAL.
CONCESSÃO INDEVIDA. SERVIDOR PÚBLICO. CPP,
ARTIGO 516. TIPICIDADE SUBJETIVA. DOLO OU CULPA.
INDÍCIOS. DENÚNCIA. REJEIÇÃO LIMINAR.
IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO IN DUBIO PRO
SOCIETATE. 
 
1. O ato de conceder o servidor público licença
ambiental em desacordo com as normas ambientais
vigentes pode, em tese, refletir malferimento ao artigo
67 da Lei nº 9.605/98. Esse tipo, de natureza formal,
ao eleger como elementos normativos licença,
autorização ou permissão, indica não ser conditio para
a consumação, o caráter provisório ou definitivo do ato
concessivo. 
 
2. A rejeição liminar da denúncia encontra amparo
quando incontroverso não refletir a conduta fato
criminoso, estar evidenciada a ilegitimidade da parte,
ou, ainda, estar extinta a punibilidade. Materialidade e
indícios de autoria autorizam, neste momento, o
prosseguimento da persecução criminal. 
 
3. Debate sobre dolo ou culpa é tema reservado à
instrução (CPP, artigo 43). O artigo 41 do CPP é
orientado pelo princípio in dubio pro societate. 
 
4. Recurso ministerial provido, denúncia recebida.
Omissão de dever legal – art. 68

Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de
fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse
ambiental: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três
meses a um ano, sem prejuízo da multa.
O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime
comum.
O sujeito passivo de tal delito é a coletividade e mediatamente é o Poder
Público.
O objeto material do delito é a obrigação interesse ambiental.
O momento consumativo ocorre com a simples omissão, trata-se de crime
omissivo próprio. A tentativa não é inadmissível.
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão
condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95).
O Parágrafo Único do art. 68 prevê a modalidade culposa. Como se trata de
crime omissivo, a única possibilidade de inobservância do dever objetivo de
cuidado é pela negligência. Não cabe tentativa de delito culposo e, como a
pena máxima é de 1 (um) ano, a competência para o processo e julgamento é
do Juizado Especial Criminal.
JURISPRUDÊNCIA COMENTADA
RECURSO ESPECIAL Nº 1.032.651 - SC - STJ

RECURSO ESPECIAL. PENAL. CRIME CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL. ART. 68 DA LEI N.º
9.605/98. CRIME COMUM QUE PODE SER PRATICADO
POR QUALQUER PESSOA INCUMBIDA DO DEVER LEGAL
OU CONTRATUAL DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO DE
RELEVANTE INTERESSE AMBIENTAL. DENÚNCIA QUE
DESCREVE, SATISFATORIAMENTE, AS CONDUTAS, EM
TESE, DELITUOSAS. RECURSO PROVIDO. 
 
1. O delito previsto no art. 68 da Lei dos Crimes
Ambientais, isto é, "deixar, aquele que tiver o dever
legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de
relevante interesse ambiental", está inserido no rol dos
crimes contra a administração pública ambiental,
classificando-se como crime omissivo impróprio em que
o agente deixa de praticar o ato, contrariando o dever
de fazê-lo para evitar o resultado lesivo ao meio
ambiente. 
2. Com relação ao sujeitoativo, verifica-se que a
melhor exegese conduz no sentido de que o crime pode
ser praticado por qualquer pessoa incumbida desse
dever legal ou contratual, não sendo exigido, como
fizeram as instâncias ordinárias, tratar-se de
funcionário público. 
3. Recurso especial provido para determinar o
recebimento da exordial acusatória, nos termos do
verbete sumular n.º 709 do Supremo Tribunal Federal.
JURISPRUDÊNCIA COMENTADA
RECURSO CRIMINAL EM SENTIDO ESTRITO Nº 0004346-
42.2006.404.7208/SC - TRF 4
PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. CRIME AMBIENTAL. ARTIGO
68 DA LEI Nº 9.605/97. TRANSAÇÃO PENAL. DESCUMPRIMENTO.
EFEITOS. 
 
A previsão constitucional de reparação do meio ambiente degradado (CF,
artigo 225, §§ 2º e 3º) não significa que toda a reparação possua o
caráter de "obrigação de relevante interesse ambiental". Interpretação
nesse sentido conduziria à conclusão de que o descumprimento da
obrigação de reparar o dano ambiental, por dever legal ou contratual,
estaria invariavelmente enquadrada no crime previsto no artigo 68 da
Lei nº 9.605/97, independente de sua relevância. 
Para imputar ao acusado a prática do crime previsto no artigo 68 da Lei
9.605/98, em face do não cumprimento de obrigação constante no
termo de audiência de "transação penal", a peça acusatória deve indicar
as razões pelas quais considera "de relevante interesse ambiental" a
obrigação assumida pelo recorrido junto ao IBAMA. 
A sanção pelo descumprimento das obrigações assumidas na transação
penal é a revogação da transação e o prosseguimento do processo
criminal. Incabível a pretensão de que o descumprimento de obrigações
dessa natureza seja tratado como crime, ainda quando a obrigação diga
respeito a encaminhamento e cumprimento de Projeto de Recuperação
de Área Degradada - PRAD, sob pena, inclusive, de bis in idem reflexo.
Impedir fiscalização – art. 69
Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões
ambientais: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime
comum.
O sujeito passivo de tal delito é a coletividade e mediatamente é o Poder
Público.
O objeto material do delito é a ação fiscalizatória do Estado.
O momento consumativo ocorre com a simples ação de obstar ou dificultar
a ação fiscalizadora. A tentativa para parte da doutrina é perfeitamente
possível, já para outra parte da doutrina é inadmissível.
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão
condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95).
JURISPRUDÊNCIA COMENTADA
HABEAS CORPUS Nº 2007.04.00.009258-2/RS - TRF 4
HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL.
ARTIGO 69 DA LEI 9.605/98. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL.
AUSÊNCIA DE DOLO. ORDEM CONCEDIDA. 
 
1. O habeas corpus não se presta ao exame do conjunto fático
probatório, o que não implica em dizer que a prova pré-constituída fique
ao desabrigo da avaliação objetiva do julgador acerca da ocorrência do
constrangimento ilegal que se pretende combalir. Entendimento diverso
enseja a invalidação da cláusula constitucional (artigo 5º, inciso LXVIII)
protetiva da liberdade de ir e vir do indivíduo. 
2. Conquanto detenha a função de gerente de compra de perecíveis da
pessoa jurídica, verifica-se que a notificação destinada à apresentação
da declaração de estoque, referente à Piracema 2004/2005 não contém
a assinatura do paciente, não se podendo imputar a este o
descumprimento da norma ambiental. 
3. Se, tão logo recebida a advertência, restou providenciada a resposta
ao órgão ambiental, com a apresentação de notas fiscais
correspondentes a todo pescado de toda a rede, no período de 24 de
maio de 2004 até 24 de janeiro de 2005. E, relativamente às
notificações para apresentação de declaração de estoque da piracema, a
pessoa jurídica consignou não haver estoque do produto (fls.32/33),
impõe-se o reconhecimento de que não se tem presente na espécie o
imprescindível dolo consistente na obstaculização ou impedimento da
atividade fiscalizatória estatal. 
4. Aplicabilidade do princípio da intervenção mínima, assentado no
pressuposto de que o Direito Penal somente deve intervir na vida social
em ocasiões estritamente necessárias, atuando como ultima ratio do
ordenamento jurídico. Desta forma, se alguma reprovabilidade existe na
conduta do paciente, certo é que tal questão deve ser resolvida no
âmbito administrativo. 
5. Ordem concedida.
Falsidade e laudo, estudo ou relatório
ambiental – art. 69-A

Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão
florestal ou qualquer outro procedimento
administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental
total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por
omissão: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 1° Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
§ 2° A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em
decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou
enganosa.
Esse crime foi incluído pela Lei n. 11.284, de 02 de março de 2006, que
dispõe sobre a gestão de florestas públicas para a produção sustentável e dá
outras providências.
O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime
comum.
O sujeito passivo de tal delito é a coletividade e mediatamente é o Poder
Público.
O objeto material do delito é o órgão fiscalizador ambiental.
O momento consumativo ocorre com a simples elaboração ou apresentação
do estudo, laudo ou relatório ambiental. A tentativa é perfeitamente possível,
uma vez que o iter criminis pode ser fracionado, porém somente na
modalidade dolosa.
Tendo em vista que a pena mínima é de 3 (três) anos, não cabe suspensão
condicional do processo.
§ 1º do art. 69
A prevê a modalidade culposa. Não cabe tentativa de delito culposo e como a
pena mínima é de 1 (um) ano cabe suspensão condicional do processo.
§ 2º do art. 69
A dispõe sobre hipótese de causa de aumento de pena.
Atividade
1 - Leia a notícia Operação Erythrina investiga crimes contra a
administração ambiental em Sapucaia do Sul.
“Na manhã desta sexta-feira (12), a Polícia Civil, por meio da Delegacia
Especializada de Proteção e Defesa do Meio Ambiente (DEMA/DEIC)
deflagrou a Operação Erythrina em combate aos crimes contra a
administração ambiental no âmbito da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente de Sapucaia do Sul. Foram cumpridos 11 mandados judiciais,
sendo apreendidos processos de licenciamento ambiental e documentos
relacionados aos licenciamentos ambientais questionados.
Segundo a delegada Marina Goltz, a investigação teve início em setembro
de 2016 a partir de denúncias de irregularidades envolvendo
licenciamentos ambientais concedidos pela Secretaria Municipal do Meio
Ambiente do Município, sendo corroborada em novembro com o
recebimento de Requisição do Ministério Público para a instauração de
investigação dos fatos.
Conforme o diretor de Investigações do DEIC, delegado Sander Cajal, a
concessão das licenças ambientais para construção de um loteamento
residencial com 141 unidades para cerca de 564 habitantes em uma área
de 79.000m² ocorreram em desacordo com as normas ambientais,
englobando afirmação falsa ou enganosa, omissão de verdade e
sonegação de informações e dados técnico-científicos em procedimentos
de licenciamento ambiental. Foram apresentados, no licenciamento,
laudos e relatórios ambientais parcialmente enganosos”.
Qual delito contra a administração ambiental os funcionários públicos
cometeram na caso acima?
2 - Analise a Jurisprudência e comente:
HABEAS CORPUS Nº 84.498 - MT (2007/0131144-9) - STJ
EMENTA HABEAS CORPUS PREVENTIVO. CRIME AMBIENTAL. ART. 68 DA
LEI 6.905/98. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. PRESCRIÇÃO.
SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO, NOS AUTOS,
DO NÃO OFERECIMENTO DA DENÚNCIA. CRIME PRÓPRIO NÃO
EXCLUSIVO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO. OFENSA AO PRINCÍPIO DA
ANTERIORIDADE. CONDUTA QUE SE AMOLDARIA AO TIPO PREVISTO NO
ART. 50-A DA REFERIDA LEI, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI
11.284/06.AUSÊNCIA DE LESÃO EFETIVA AO MEIO AMBIENTE:
QUESTÕES QUE DEMANDAM INCURSÃO NO ACERVO FÁTICO-
PROBATÓRIO DA CAUSA. IMPROPRIEDADE DO MANDAMUS. ORDEM
DENEGADA.
1. Não há como acolher a preliminar de prescrição, porquanto o writ não
está instruído com informação que confirme a assertiva de não
oferecimento da denúncia, bem como do enquadramento típico definitivo
dado à conduta do paciente pelo representante do MPF.
2. De qualquer forma, a questão não foi submetida à apreciação do
Tribunal a quo, sendo defesa a análise do tema por esta Corte, sob pena
de indevida supressão de instância, mormente em face da ausência de
comprovação das alegações da impetração.
3. Da leitura do tipo legal em questão, denota-se que, apesar de se
tratar de crime próprio, a posição de sujeito ativo não é exclusiva do
funcionário público, pois o delito pode ser cometido por todo aquele que
tiver o dever legal ou contratual de cumprir obrigação de relevante
interesse ambiental.
4. O trancamento de Ação Penal por meio de Habeas Corpus , conquanto
possível, é medida de todo excepcional, somente admitida nas hipóteses
em que se mostrar evidente, de plano, a ausência de justa causa, a
inexistência de elementos indiciários demonstrativos da autoria e da
materialidade do delito ou, ainda, a presença de alguma causa
excludente de punibilidade, circunstâncias que não se verificam na
hipótese em análise.
5. O mandamus não admite digressões sobre eventual erro na tipificação
da conduta do paciente, a menos que tal erro se mostre perceptível sem
a necessidade de exame aprofundado do quadro fático da causa, o que
não é o caso dos autos; assim, compete à defesa, no decorrer da Ação
Penal, demonstrar que aquela se subsume ao artigo 50-A da Lei de
Crimes Ambientes com a redação dada pela Lei 11.284/06, para fins de
aplicação do princípio da anterioridade penal e consequente declaração
de atipicidade da conduta. Documento: 787133 - Inteiro Teor do Acórdão
- Site certificado - DJe: 30/06/2008 Página 1 de 11 Superior Tribunal de
Justiça.
6. A conduta do art. 68 da Lei 9.605/98 não exige resultado naturalístico
para a sua consumação, ou seja, não necessita de ser respaldada pela
efetiva lesão ao meio ambiente, razão pela qual desimporta, a priori,
qualquer assertiva de ausência de prejuízo concreto, bem como o fato de
o paciente ter pago a multa imposta pelo IBAMA.
7. Parecer do MPF pela denegação da ordem.
8. Ordem denegada.
3 - No que concerne ao crime do art. 67 da Lei 9.605/98 "Conceder o
funcionário público licença, autorização ou permissão em desacordo com
as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja
realização depende de ato autorizativo do Poder Público" é correto
afirmar que:
 a) Trata-se de crime comum, pois não necessita de condição especial
do sujeito ativo.
 b) Trata-se de crime próprio, uma vez que necessita de condição
especial do sujeito ativo.
 c) Trata-se de crime próprio, pois é necessária condição especial do
sujeito passivo.
 d) Trata-se de crime comum, uma vez que necessita de condição
especial do sujeito passivo.
 e) Trata-se de crime próprio, pois somente pode ser cometido de forma
culposa.
4 - O delito do art. 68 da Lei 9.605/98 "Deixar, aquele que tiver o dever
legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante
interesse ambiental" é crime:
 a) Omissivo próprio e cabe tentativa.
 b) Omissivo impróprio e cabe tentativa.
 c) Omissivo próprio e não cabe tentativa.
 d) Omissivo impróprio e não cabe tentativa.
 e) Omissivo próprio e omissivo impróprio.
5 - Na infração penal do art. 69-A da Lei 9.605/98 "Elaborar ou
apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro
procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total
ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão", quando há
dano significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da
informação falsa, incompleta ou enganosa a pena é aumentada de:
 a) 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços).
 b) 1/4 (um quarto) a 2/3 (dois terços).
 c) 1/3 (um terço) a 1/6 (um sexto).
 d) 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços).
 e) 1/3 (um terço) a 3/5 (três quintos).
6 - No que concerne a classificação doutrinária dos crimes a infração
penal prevista no art. 67 da Lei 9.605/98 "Conceder o funcionário público
licença, autorização ou permissão em desacordo com as normas
ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização
depende de ato autorizativo do Poder Público" é crime quanto ao sujeito
ativo:
 a) Comum.
 b) Preterdoloso.
 c) Próprio.
 d) Comissivo.
 e) Vago.
7 - Qual a consequência jurídica do funcionário público que faz afirmação
falsa em procedimento de licenciamento ambiental?
 a) Comete contravenção penal.
 b) Trata-se de fato atípico.
 c) É causa de diminuição de pena.
 d) É causa de aumento de pena.
 e) Comete crime ambiental.
8 - Assinale o crime contra a administração ambiental.
 a) Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada
ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização
do órgão competente.
 b) Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de
questões ambientais.
 c) Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares
interditados por órgão competente.
 d) Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer
parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços
potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos
ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e
regulamentares pertinentes.
 e) Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente
protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu
valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural,
religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da
autoridade competente ou em desacordo com a concedida.
Referências
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 17. ed. São Paulo: Saraiva, Vol. 4, 2017.
DELMANTO, Roberto. Leis Penais Especiais Comentadas. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.
PRADO, Luiz Regis. Direito Penal do Ambiente. 4. ed. São Paulo: RT, 2012.
Próximos Passos
• Crimes com reflexos ambientais no Código Penal e em leis extravagantes.
Explore mais
• Leia a jurispridência dos tribunais.
STJ. AÇÃO PENAL Nº 561 - MS (2009/0020676-4)
<https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?
componente=ITA&sequencial=933611&num_registro=200900206764&data
=20100422&formato=PDF> . Acesso em: 21 ago. 2018.
STJ. HABEAS CORPUS Nº 54.211 - MT (2006/0028612-9)
<https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?
componente=ITA&sequencial=720535&num_registro=200600286129&data
=20071022&formato=PDF> . Acesso em: 21 ago. 2018.
STJ. RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 17.553 - SP (2005/0054330-9)
<https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?
componente=ITA&sequencial=603530&num_registro=200500543309&data
=20060320&formato=PDF> . Acesso em: 21 ago. 2018.

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