Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profa. Dra. Maristela Tsujita MATERIAL COMPLEMENTAR Hematologia Clínica Hematopoese. Objetivo A hematopoese compreende os processos de proliferação, diferenciação e maturação das células sanguíneas. Ocorre a partir de precursor celular comum e indiferenciado: célula hematopoética pluripotente (UFC – unidade formadora de colônia, stem-cell ou célula-tronco). Hematopoese Figura – Diferenciação sequencial das células pluripotentes. Fonte: RODRIGUES, A. B.; OLIVEIRA, P. P. Hemoterapia e Hematologia – Conceitos essenciais para a assistência. Editora Rideel, p. 6, 2017. Diferenciação Autorrenovação Célula-tronco CFU-Bas/Mas CFU-Eos Mastócitos e Basófilos Eosinófilos Neutrófilos Monócitos Megacariócitos e Plaquetas Eritrócitos CFU-GM CFU-Meg CFU-E Fase fetal: Saco vitelino: primeiros dias de vida até o segundo mês. Baço e fígado: segundo ao sexto mês. Medula óssea: a partir de seis a sete meses de vida fetal até a vida adulta. Origem das células do sangue Figura – Hematopoese. Fonte: adaptado de: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/63/Hematopoesis_EN.svg Saco vitelino Idade em anosNascimento(Meses) Fase fetal Pré-natal Pós-natal Medula óssea Fígado Baço Tíbia Costelas Esterno Vértebras e pelve Linfonodos Fêmur 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 20 30 40 50 60 70 0% 20% 40% 60% 80% 100% C e lu la ri d a d e ( % ) Ocorre na medula óssea dos ossos chatos e garante a produção de cerca de 1012 células sanguíneas/kg de peso corporal. Hormônios, citocinas, fatores de crescimento e pelas células estromais, constituindo um microambiente indutor. Quais são as características do microambiente? Hematopoese na fase adulta Composto pelas células-tronco hematopoéticas e mesenquimais. Mesenquimais: originam osteoblastos, adipócitos e fibroblastos. Hematopoéticas: originam eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Matriz extracelular (MEC). Nichos de células-tronco. Microambiente hematopoético Figura – Nicho hematopoético. Fonte: adaptado de: GRASSEL, S. Influence of cellular microenvironment and paracrine signals on chondrogenic differentiation. Frontiers in Bioscience, v. 12, n. 12, p. 4946, 2007. Fêmur Nicho vascular Vasos sinusoidais E p íf is e D iá fi s e Medula óssea Nicho endosteal Célula-tronco hematopoética Mesenquimal Fibroblasto Osteoclasto Osteoblasto ativo Osteoblasto em repouso Adipócito Matriz extracelular Hierarquia da hematopoese Figura – Hierarquia da hematopoese. Célula-tronco pluripotente hematopoética (CPTH). Fonte: autoria própria. Pluripotentes Multipotentes Precursoras (Blastos) Figura – Hematopoese normal. Fonte: adaptado de: BORDIN, J. O.; JÚNIOR, D. M. L.; COVAS, D. T. 1. ed. Tratado de Hemoterapia. Fundamentos e prática. Atheneu, 2018, p. 6. Células maduras Células em maturação CTPH Células comprometidas Células progenitoras Progenitor mieloide Célula-tronco pluripotente Progenitor linfoide Megacarioblasto Proeritroblasto Eritroblasto basofílico Eritroblasto policromático Megacariócito Eritroblasto ortocromático Plaquetas Hemácias Basófilo Eosinófilo Neutrófilo Monócito Linfócito B Linfócito T Célula NK Célula dendrítica Mieloblasto Monoblasto Promielócito Metamielócito Mielócito Promonócito Plaquetopoese. Eritropoese. Granulopoese. Monopoese. Linfopoese. Hematopoese Eritropoetina (EPO). Stem cell factor (SCF). Fator estimulador de colônia granulo-monocítica (GM-CSF). IL-2, IL-3, IL-6, IL-7, IL-11. Trombopoetina (TPO). Nutrientes: ferro, vitamina B12, aminoácidos. Fatores controladores da hematopoese Características da eritropoese Figura – Eritropoese. Fonte: http://medcell.med.yale.edu/systems_cell_biology/haematopoiesis_l ab/images/erythropoiesis_labels.jpg Proeritroblasto Eritroblasto basófilo Eritroblasto policromático Eritroblasto ortocromático ReticulócitoHemácia Figura – Estágios da maturação eritroide. Fonte: autoria própria. LINHAGEM ERITROIDE 1 Stem Cell 2 CFU-E 4 Proeritroblastos 8 Eritroblastos basófilos 16 Eritroblastos policromáticos 16 Eritroblastos ortocromáticos 16 Reticulócitos 16 Hemácias A célula mais jovem tem núcleo único que se condensa e se transforma em lóbulos. Características da granulopoese Mieloblasto Promielócito Mielócito MielócitoMetamielócitoBastoneteSegmentado Figura – Granulopoese. Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Bruce- Bunnell/publication/8074608/figure/fig1/AS:601635168460812@1520452410310/Morpholo gical-characteristics-during-neutrophil-granulocytic-differentiation-Shown-are.png Sobre o processo de hematopoese, assinale a alternativa correta: a) Nos adultos ocorre até os 18 anos de idade. b) Durante a eritropoese, o eritroblasto ortocromático deixa a medula óssea e termina a maturação no sangue periférico. c) Mediante uma infecção bacteriana, a maturação da série granulocítica ocorre mais rapidamente. d) Mielócitos e metamielócitos são encontrados no sangue periférico em condições fisiológicas. e) Osteoblastos e osteoclastos não estão presentes na medula óssea. Interatividade Sobre o processo de hematopoese, assinale a alternativa correta: a) Nos adultos ocorre até os 18 anos de idade. b) Durante a eritropoese, o eritroblasto ortocromático deixa a medula óssea e termina a maturação no sangue periférico. c) Mediante uma infecção bacteriana, a maturação da série granulocítica ocorre mais rapidamente. d) Mielócitos e metamielócitos são encontrados no sangue periférico em condições fisiológicas. e) Osteoblastos e osteoclastos não estão presentes na medula óssea. Resposta Exames para diagnóstico de anemias. Objetivo Condição em que se detecta diminuição de hemoglobina abaixo dos valores de referência, considerando-se gênero, idade, altitude e condição fisiológica (por exemplo, na gestação) (WHO, 1994). É uma síndrome clínica com quadro laboratorial caracterizado pela diminuição da concentração de hemoglobina e comumente do hematócrito (Ht). Homens < 13 g/dL Mulheres < 12 g/dL Crianças de 5 a 14 anos < 12 g/dL Gestantes e crianças de 6 meses a 59 meses < 11 g/dL Anemias Hemograma; Contagem de reticulócitos; Ferro sérico, ferritina, TIBC; Eletroforese de hemoglobina; Vitamina B12 e ácido fólico; Mielograma; Dosagem de bilirrubina. Exames Eritrograma: He, Hb, Ht, índices hematimétricos (HCM, VCM e CHCM), RDW. Presença de alterações qualitativas. Leucograma: neutrófilos hipersegmentados. Plaquetograma: trombocitose na anemia ferropriva. Hemograma Figura – neutrófilo hipersegmentado. Fonte: https://saude.culturamix.com/blog/wp- content/gallery/anemia-megaloblastica- patogenia-1/Anemia-Megalobl%C3%A1stica- Patogenia-1.jpg Figura – hemácia mordida. Fonte: https://pncq.org.br/uploads/2015/qualin ews/edicaoSET/HEMATOSCOPIA_Fle ury.pdf Avaliar a capacidade de produção de hemácias da medula óssea. Diferenciar as anemias: Diminuição da produção de hemácias x aumento da destruição ou perda excessiva. Monitorar a resposta da medula óssea e a volta de sua função normal após quimioterapia, transplante de medula óssea ou tratamento de anemias. Contagem de reticulócitos A hemostasia do ferro é regulada principalmente pela absorção e não pela excreção. O ferro é transportado no sangue pela transferrina. Os íons férricos são dissociados da transferrina e são reduzidos a íons ferrosos. A diminuição do ferro sérico pode ser observada: Gestantes, crianças e idosos. Menstruação abundante, hemorragias gastrointestinais e parasitoses. O aumento de ferro sérico pode ser observado: Transfusões repetidas, hemocromatose idiopática e talassemias. Ferro sérico Representa as reservas de ferro presentes no organismo humano. Ela torna o ferro disponível para atuar nas reações metabólicas. É uma proteína de fase aguda, alteraçõesnos níveis de ferritina também podem ser vistos em processos inflamatórios, infecciosos e de caráter maligno. Mundialmente é a 2ª anemia mais comum. Início: os eritrócitos são normocíticos e com o tempo se tornam microcíticos. A questão principal é que a eritropoiese é limitada pelo sequestro inadequado de ferro. Ferritina Total iron binding capacity. Capacidade total de ligação do ferro. A quantidade de transferrina disponível para transportar o ferro se reflete nas medidas da capacidade total de transporte desse metal, da capacidade não saturada de transporte e na saturação da transferrina. A quantidade de transferrina no sangue depende da função hepática e do estado nutricional da pessoa. Aumentada: na deficiência de ferro. Diminuída: transfusões repetidas, hemocromatose idiopática e talassemia. TIBC Figura – Saturação da transferrina. Fonte: adaptado de: https://healthmattersio.files.wor dpress.com/2018/05/uibc- explained.png?w=780 Transferrina Ferro sérico ligado à transferrina Transferrina não ligada ao ferro sérico FeFe FeFe Permite identificar os diferentes tipos de hemoglobina que podem ser encontrados no sangue. Algumas mutações genéticas podem levar à produção de hemoglobinas anormais. Eletroforese de hemoglobina Figura – Equipamento para eletroforese. Fonte: https://kasvi.com.br/wp- content/uploads/2016/03/chamada.jpg Figura – Eletroforese de hemoglobina. Fonte: https://ingoh.com.br/wp- content/uploads/2020/06/imagem04-768x472.jpg Amostra Migração A F S A2 AA AS SS S-TAL SC SD Aplicação - 1 2 3 4 5 6 + Essenciais para a síntese de DNA e para a maturação celular. A deficiência de qualquer uma dessas duas vitaminas pode ocasionar macrocitose e anemia megaloblástica. A deficiência de vitamina B12 também pode causar diversos graus de neuropatia, com formigamento e insensibilidade das mãos e dos pés. A deficiência de folato no início da gravidez pode aumentar o risco de defeitos do tubo neural no feto, como espinha bífida. Vitamina B12 e ácido fólico Utilizado no diagnóstico das doenças do sistema hematopoiético: as citopenias (anemia, leucopenia e trombocitopenia). Avaliar a presença e a quantidade de precursores eritroides na medula óssea. Anemia aplásica: perda dos precursores dos eritrócitos, hipoplasia ou aplasia da medula óssea e citopenia de duas ou mais linhagens celulares (eritrócitos, leucócitos e/ou plaquetas). Anemia megaloblástica: eritropoiese ineficaz, eritrócitos megaloblásticos. Podem ocorrer ainda metamielócitos gigantes e bastões. Mielograma Figura – Mielograma de paciente com anemia megaloblástica. Fonte: https://saude.culturamix.com/blog/wp- content/gallery/anemia-megaloblastica-patogenia- 3/Anemia-Megalobl%C3%A1stica-Patogenia-3.jpg É o principal produto resultante do metabolismo do heme da hemoglobina. Aproximadamente 70% da bilirrubina existente no organismo provêm da destruição dos eritrócitos e das hemácias senescentes, cerca de 15% de fontes hepáticas e o restante é proveniente da destruição de hemácias com defeitos. Nas anemias hemolíticas ocorre uma destruição dos glóbulos vermelhos e encurtamento da vida média deles. Defeitos na membrana, enzimáticos e hemoglobinopatias: aumento de BI. Dosagem de bilirrubina Qual é o exame que permite avaliar se a medula óssea está hipoproliferativa ou hiperproliferativa? a) Ferro sérico. b) Reticulócitos. c) Eletroforese de hemoglobina. d) Ferritina. e) Dosagem de vitamina B12. Interatividade Qual é o exame que permite avaliar se a medula óssea está hipoproliferativa ou hiperproliferativa? a) Ferro sérico. b) Reticulócitos. c) Eletroforese de hemoglobina. d) Ferritina. e) Dosagem de vitamina B12. Resposta Anemias hereditárias: falciforme e talassemias. Objetivo Elas são um grupo heterogêneo de herança recessiva que podem originar defeitos qualitativos ou quantitativos na síntese da hemoglobina. Os principais distúrbios são as doenças falciformes e as talassemias. Causadas por mutações que diminuem a produção e o tempo de vida das hemácias. Hemoglobinopatias Mutação na 6ª posição no gene da globina β, levando à formação de uma hemoglobina anômala, a HbS, que sofre uma polimerização em baixas concentrações de oxigênio. O polímero de HbS danifica o eritrócito, diminuindo sua vida útil (hemólise). Anemia falciforme Figuras – Mecanismo da anemia falciforme. Fonte: adaptado de: https://ingoh.com.br/wp- content/uploads/2020/06/imagem03- 768x456.jpg Figura – Mutação na Anemia Falciforme. Fonte: adaptado de: https://br.pinterest.com/pin/643944446689488233/ Hemácias falciformes Vaso-obstrução Hemácias normais Vaso sanguíneoOxigênio Temperatura Desoxi-Hb S ph Hb S Polimerização Microcirculação Desidratação celular Viscosidade Deformabilidade Hemólise Icterícia Anemia Vaso-oclusão Infarto-necrose Disfunção de órgãos nobres Crises dolorosas DNA RNA Proteína Proteína normal Proteína mutante G A G C T C G A G NORMAL Célula falciforme MUTAÇÃO G T G C A C G U G Na anemia falciforme, a pessoa herda dois genes anormais de hemoglobina. Caso tenha herdado o gene de apenas um dos pais (HbAS), não terá a doença, será apenas um portador assintomático e poderá passar esse gene aos filhos. Anemia falciforme Figura – A genética da anemia falciforme. Casal com traço falciforme. Fonte: autoria própria. Pai HbAS Mãe HbAS Filho Hb AA 25% Filho Hb AS 50% Filho Hb SS 25% O gene da hemoglobina S também pode, por exemplo, ser combinado com o gene da talassemia beta (Hemoglobina Sβ) ou com a hemoglobina C (Hemoglobina SC), que também levam às formas de doenças falciformes, só que geralmente mais leves. Pacientes com anemia falciforme clássica (HbSS) costumam ter sintomas que começam na infância e se apresentam de forma intermitente: cansaço, palidez, icterícia e crises de dores intensas. Anemia falciforme Complicações: anemia hemolítica crônica: necessidade de transfusão, risco de sobrecarga de ferro e aloimunização. Eventos trombóticos agudos, que podem ser potencialmente letais, como crises vaso- oclusivas e síndrome torácica aguda, acidente vascular encefálico (AVE), retinopatia, insuficiência renal crônica, entre outros. Anemia falciforme Teste do pezinho: detecção da HbS. Eletroforese de hemoglobina. Hemograma: VCM, HCM. Drepanócitos e eritroblastos frequentes. Reticulócitos, bilirrubinas e LDH. Diagnóstico Figura – Drepanócitos e corpúsculos de Howell Jolly. Fonte: https://d3043uog1ad1l6.cloudfront.net/uploads/2020/05/wesley-2-1.png Também conhecidas como anemia do Mediterrâneo. Os principais tipos são: alfa e beta, que podem manifestar-se nas seguintes formas: menor, intermediária e maior. As talassemias são patologias que ocorrem pela deficiência parcial ou total de cadeias globínicas alfa ou beta. Talassemias Assintomático. Grau leve de anemia. Anemia intensa, hepatoesplenomegalia, atraso no crescimento e desenvolvimento. Alterações ósseas. Sinais e sintomas Diminuição da hemoglobina, diminuição do VCM e contagem de reticulócitos elevada. Alterações no hemograma Na talassemia alfa, os genes alfa não produzem cadeias globínicas alfa, mas os genes beta produzem a cadeia beta. Haverá cadeia beta em excesso que fica livre: unidas em tetrâmeros e formação da hemoglobina H (Hb H). Há formas clínicas distintas de talassemias alfa: portador silencioso; traço alfa talassemia; doença da hemoglobina; hidropsia fetal. α-talassemia Portador silencioso (α-/αα): o indivíduo herda um gene defeituoso de um dos pais, mas não apresenta sintomas e não necessita de tratamento. Traço alfa talassemia (α-/α- ou --/αα): dois genes defeituosos, as manifestações clínicas, quando presentes, são palidez e cansaço e o hemograma apresenta alterações leves. Doença da hemoglobina H (α-/αα): três genes defeituosos, que resultam em anemia e necessidade de tratamento. A hemoglobina geralmente está entre 8 e 10 g/dL, e HCM e VCM diminuídos. Hidropsia fetal (--/--): é incompatível com a vida e o feto vai a óbito. Formas clínicas distintas de α-talassemia Figura – Tipos de lesões que causam talassemia alfa. Fonte: adaptado de: http://www.talassemias.com.br/imagensnovotal/img03.jpg αα/αα (normal) α-/αα α-/α- --/αα Talassemias alfa mínimas ou menor α-/-- Doença de Hb H --/-- Hidropsia fetal Coloração com azul cresil brilhante. Eletroforese de hemoglobina. Achados importantes na doença de Hb H Figura – Precipitados intraeritrocitários de Hb H em sangue de portador do traço alfa talassêmico, incubado a 37 °C com azul de cresil brilhante por 60 minutos. Fonte: http://www.talassemias.com.br/imagensnovotal/img06.jpg Figura – Eletroforese de hemoglobinas em gel de agarose alcalina. O caso nº 4 é específico de doença de Hb H, com concentrações de 20% dessa hemoglobina, 79% de Hb A e 1% de Hb A2. Fonte: http://www.talassemias.com.br/imagensnovotal/img07.jpg + H A S X C/A2 1 2 3 4 5 6 É o tipo mais frequente no Brasil e no mundo. Beta zero (β0): não há síntese de cadeias globínicas. Beta mais (β+): ainda ocorre síntese de cadeia beta. Consequentemente, há acúmulo de cadeias do tipo alfa que se precipitam, danificam a membrana das hemácias e destroem essas células prematuramente, causando a anemia. As hemácias defeituosas são sequestradas pelo baço, o que resulta em esplenomegalia, anemia hemolítica com elevação da bilirrubina indireta. β-talassemia Aumento da função do baço: contribui para a destruição de leucócitos e plaquetas. Quadros de infecções e sangramentos, principalmente sangramento nasal. Aumento de Hb fetal. Estímulo para a produção de EPO: aumento da eritropoese. Lesões ósseas, verifica-se deformidades da face, maxilar e crânio e baixa estatura dos pacientes. β-talassemia Figura – Hipertrofia gengival, ponte nasal achatada e hepatoesplenomegalia. Fonte: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/42998/1/2019_art_iafreire.pdf Talassemia menor (ou traço talassêmico): anemia leve, sem necessidade de tratamento. A Hb fetal pode estar normal ou discretamente aumentada. Talassemia intermediária: mais comum. Tipo β+ (β+/β+) – os pacientes apresentam um quadro clínico mais brando do que os pacientes com talassemia beta maior e não dependem de transfusão sanguínea. Talassemia maior: anemia de Cooley. O paciente com beta talassemia maior pode ser homozigoto para cadeia globínica do tipo β+ ou do tipo β0, ou, em casos raros, pode ser duplo heterozigoto β+β0. Anemia grave, cardiopatias, emagrecimento, febre, elevação de ácido úrico. As transfusões sanguíneas são necessárias periodicamente. Tipos de β-talassemia A anemia falciforme é uma doença genética que se caracteriza: a) Pela presença de hemácias com acúmulo de HbF. b) Pela produção de HbH. c) Pela vaso-oclusão causada pelos drepanócitos. d) Pelo aumento na oxigenação dos tecidos. e) Pelo aumento na produção de HbA. Interatividade A anemia falciforme é uma doença genética que se caracteriza: a) Pela presença de hemácias com acúmulo de HbF. b) Pela produção de HbH. c) Pela vaso-oclusão causada pelos drepanócitos. d) Pelo aumento na oxigenação dos tecidos. e) Pelo aumento na produção de HbA. Resposta Transplante de medula óssea (TMO). Objetivo É o procedimento terapêutico no qual é realizada a infusão venosa de CTH, com a finalidade de restabelecer a hematopoese e as funções imunológicas dos pacientes transplantados. É indicado para o tratamento do paciente com leucemia, linfoma, mieloma múltiplo, aplasia de medula, imunodeficiência, entre outros. A indicação do paciente para o TMO depende de vários fatores, incluindo a idade do paciente, a existência de um doador compatível e o estágio da doença. TMO Sangue periférico: coletado por aférese após o paciente ter recebido G-CSF durante cinco dias. As células migram para o sangue periférico e são coletadas com o auxílio de um equipamento de aférese. Medula óssea: punções das cristas ilíacas. A MO é encaminhada para o banco de sangue onde será processada e preparada para ser infundida no receptor. Geralmente não há necessidade de congelamento das células. Sangue de cordão umbilical: após o nascimento do bebê, o sangue da placenta é removido através das veias do cordão umbilical. Fontes de CTH Figura – Placenta e bolsa contendo sangue do cordão: procedimento aumenta chances de quem não tem doador – Foto: MEJC. Fonte: https://wp.info.ufrn.br/admin/portal- ufrn/wp-content/uploads/sites/3/2019/07/Sem- t%C3%ADtulo.jpg Autólogo: quando se utilizam CTH oriundas da medula óssea ou do sangue periférico após mobilização do próprio indivíduo. Singênico: quando o doador é um irmão gêmeo univitelino. Alogênico: quando o doador é um irmão HLA (Antígeno Leucocitário Humano) idêntico, parcialmente idêntico ou outro indivíduo não aparentado, também HLA idêntico – doador dos bancos de medula óssea. Tipos de TMO Figura – TMO autólogo e alogênico. Fonte: http://www.fhb.df.gov.br/wp- content/uploads/joomla/1368ba1ab6ed38bb1f26f36673739d54_2210.jpg A medula vem do próprio paciente. A medula vem de um doador. Autogênico (autólogo) Alogênico É indicado para doenças que não se originam diretamente na medula óssea (por exemplo: os linfomas) ou quando a doença regrediu e o paciente está em remissão. As células da medula ou do sangue do próprio paciente são coletadas e congeladas. Após quimioterapia ou radioterapia de alta dose, as células são infundidas. TMO autólogo Figura – TMO autólogo. Fonte: https://www.apcl.pt/ficheiros/dinamicos/multimedia/imagem/conteudos- areas/doencas-do- sangue/transplante_celulas/__fmhidden__6af6583967a3f436b5682e9b3d8e269c/a fa4b88fb2dfe3f38468373d55a8bf11.jpg Sangue Máquina de aférese Células estaminais Cria um novo sistema imune para o paciente. As células imunes transplantadas (chamadas de enxerto) destroem as células estranhas, o que é denominado “efeito enxerto versus leucemia”. TMO alogênico Figura – TMO alogênico. Fontes: https://www.abrale.org.br/wp- content/uploads/2020/05/Transplante_de_medula_ossea_alogenico_LMA.jpg www.câncer.gov Células-tronco são coletadas do doador Paciente recebe tratamento quimioterápico para destruir as células doentes Paciente recebe as células-tronco do doador Sangue Células- tronco Doador Máquina de aférese Quimioterapia Etapas do TMO Figura – Etapas do transplante de medula óssea. Fonte: autoria própria MOBILIZAÇÃO MONITORIZAÇÃO COLETA DE CÉLULAS-TRONCO CRIOPRESERVAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO CONDICIONAMENTO INFUSÃO PEGA O doador ou o paciente recebe o crescimento que estimula a produção de CTH (CD34+) na MO e migração para o sangue periférico. Em condições normais, o sangue periférico apresenta menos de 0,5% de células CD34 positivas, por isso a necessidade de estímulo para a produção de mais células na medula óssea. Mobilização G-CSF Figura – Mecanismo de ação do G-CSF. Fonte: adaptado de: https://media.springernature.com/original/ springer- static/image/chp%3A10.1007%2F978-3- 0348-0218- 5_24/MediaObjects/217218_1_En_24_Fi g1_HTML.gif Figura – Paciente recebe G-CSF. Fonte: https://encrypted- tbn0.gstatic.com/imag es?q=tbn:ANd9GcSrh IbI9IjZV5w6sSBVRkN wWQFVuZnIMZar2g& usqp=CAU G-CSF Expressão CXCR4 Mobilização de CTH G-CSF Ativação do neutrófilo VLA-4 C-kitCD62 CD44 SDF-1 mRNA SDF-1 HA PSGL KL VCAM-1 SDF-1 osteoblasto NE,CG, MMP-9 osteoblasto Matriz extracelular Monitorização: uma amostra de sangue periférico é coletada para contagem de células CD34 positivas. Quando o paciente apresenta no mínimo 10 células CD34 positivas/mm3, as coletasse iniciam. Às vezes, uma única coleta é suficiente para se atingir o número de células pretendido pelo clínico. Pode ocorrer também desse número não ser atingido e então uma nova mobilização será necessária. Essa contagem é feita por citometria de fluxo. Monitorização Figura – CytoFLEX LX N3-V5-B3-Y5-R3-I2 (6 lasers). Fonte: https://www.mybeckman.com.br/flow-cytometry/instruments/cytoflex-lx/c00445 Coleta de células-tronco: aférese ou diretamente da MO (depende do tipo de TMO). No caso do doador: a punção é feita em veia do braço e, no caso do paciente, o acesso é por meio do cateter. Coleta das CTH Figura – Coleta de CTH. Fonte: https://www.douradosagora.com.br/media/images/5611/79339//5 bb1fc00f189106f2127b3b53755404d14469859cb213.jpeg Criopreservação de células-tronco: as células coletadas são processadas e congeladas em várias bolsas para posterior infusão. Quando o transplante é alogênico, essa etapa geralmente não é necessária. Criopreservação Figura – Criopreservação de CTH. Fonte: http://celulastronco.criobanco.com.br/img/banco-celulas- tronco.jpg Condicionamento: o receptor é tratado com altas doses de quimioterapia para destruição de células doentes. Infusão: as células-tronco são descongeladas à beira do leito e infundidas no receptor por meio de um cateter. A infusão leva cerca de 1 a 2 horas e é importante a monitorização clínica do paciente. Infusão As CTH infundidas no sangue periférico apresentam a propriedade de migração para a medula óssea (homing) e após cerca de 10 a 15 dias reestabelecem a hematopoese. O dia da pega é identificado pela contagem acima de 500 leucócitos/mm3 no sangue periférico, quando a medula óssea nova passa a produzir novos elementos sanguíneos. Pega Figura – Dia do transplante e pega. Fonte: https://ameo.org.br/wp-content/uploads/2016/11/dia-zero.jpg - 4 - 3 - 2 - 1 1 2 3 4 5 6 Dia Zero D + Dia Zero = dia do transplante A Pega começa a partir do D15 Sobre os transplantes de medula óssea, assinale a alternativa correta: a) No transplante autólogo, a medula óssea é retirada de um doador previamente selecionado. b) O doador alogênico é selecionado por testes de toxicidade. c) No transplante autólogo, as células-tronco periféricas são retiradas do próprio paciente, criopreservadas e reinfundidas após o regime de condicionamento. d) O transplante com células do cordão umbilical está em desuso. e) Na fase de monitoramento, a medula óssea do paciente é coletada com a finalidade de se verificar a existência de células malignas resistentes à quimioterapia. Interatividade Sobre os transplantes de medula óssea, assinale a alternativa correta: a) No transplante autólogo, a medula óssea é retirada de um doador previamente selecionado. b) O doador alogênico é selecionado por testes de toxicidade. c) No transplante autólogo, as células-tronco periféricas são retiradas do próprio paciente, criopreservadas e reinfundidas após o regime de condicionamento. d) O transplante com células do cordão umbilical está em desuso. e) Na fase de monitoramento, a medula óssea do paciente é coletada com a finalidade de se verificar a existência de células malignas resistentes à quimioterapia. Resposta BIRBRAIR, A.; FRENETTE, P. S. Niche heterogeneity in the bone marrow: cellular complexity of the HSC niche in the BM. Annals of the New York Academy of Sciences, v. 1370, n. 1, p. 82-96, abr. 2016. Manual de Diagnóstico e Tratamento de Doença Falciformes. Brasília: Anvisa, 2001. Manual de Hemoterapia da Colsan. Nova edição escrita por profissionais da Colsan Associação Beneficente de Coleta de Sangue, p. 13, 2019. Disponível em: https://www.colsan.org.br/site/wp-content/uploads/2020/01/manual_hemo_7ed.pdf. MARTINS, Mílton Arruda. Clínica Médica, v. 3. Doenças Hematológicas, Oncologia, Doenças Renais. Barueri: Manole, 2016. OLIVEIRA, R. A. G. Hemograma: como fazer e interpretar. 2. ed. São Paulo: Editora LMP, 2007. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar