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APG 22 - Ora saco vazio

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APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
 
1 
 APG 22 – Ora saco vazio... 
1) REVISAR A HEMATOPOESE 
→ O processo que os elementos figurados do sangue se 
desenvolvem é chamado de hemopoese, eritropoese ou 
hematopoese. 
→ Na vida intra-uterina, a hematopoese ocorre primeiramente 
no saco vitelino do embrião e, depois, no fígado, no baço, no 
timo e nos linfonodos do feto. 
→ Nos últimos 3 meses de gravidez, a medula óssea vermelha 
torna-se o principal local da formação das células sanguíneas, 
e continua sendo a fonte delas depois do nascimento e ao 
longo da vida. 
▪ A medula óssea vermelha é um tecido conjuntivo 
bastante vascularizado que está localizado nos espaços 
microscópicos entre as trabéculas do tecido ósseo 
esponjoso. 
▪ É encontrada principalmente nos ossos do esqueleto 
axial, nos cíngulos dos MMSS e MMII e nas epífises 
proximais do úmero e do fêmur. 
▪ Uma quantidade muito pouca (0,05-0,1%) das células da 
medula óssea vermelha são chamadas de células-tronco 
pluripotentes, que são derivadas do mesênquima. Essas 
células são capazes de se diferenciar em várias células. 
 
▪ Nos RN, toda a medula óssea é vermelha, com o 
envelhecimento do indivíduo, a velocidade de formação de 
células sanguíneas diminui, e a medula óssea vermelha é 
substituída pela amarela, formada principalmente por 
células gordurosas. 
→ Afim de formar as células sanguíneas, as células-tronco 
pluripotentes produzem mais dois tipos de células-tronco: 
mieloides e linfoides. 
▪ As células-tronco mieloides começam o seu 
desenvolvimento na medula óssea vermelha e dão origem 
a hemácias, plaquetas, monócitos, neutrófilos, 
eosinófilos, basófilos e mastócitos. 
▪ As células-tronco linfoides, que dão origem aos linfócitos, 
começam o seu desenvolvimento na medula óssea 
vermelha, porém o completam nos tecidos linfáticos e 
também originam as células natural killer (NK). 
→ Durante a hematopoese, algumas das células-tronco mieloides 
se diferenciam em células progenitoras, em que elas não são 
mais capazes de se reproduzir e estão comprometidas a dar 
origem a elementos mais específicos do sangue. Dessa forma, 
algumas células progenitoras são conhecidas como unidades 
formadoras de colônia (UFC). 
▪ Depois da designação UFC vem a abreviação que indica os 
elementos maduros no sangue que vão produzir: UFCE 
produz eritrócitos (hemácias), UFCMeg produz 
megacariócitos, a fonte das plaquetas, e UFCGM produz 
granulócitos (sobretudo neutrófilos) e monócitos. 
→ Na geração seguinte, as células são chamadas de células 
precursoras, também conhecidas como blastos. Depois de 
várias divisões, elas se desenvolvem nos elementos figurados 
do sangue propriamente dito. 
▪ ERITROPOESE: consiste na produção de hemácias, 
começa na medula óssea vermelha com uma célula 
precursora chamada PROERITROBLASTO, que se divide 
várias vezes produzindo células que começam a 
sintetizar hemoglobina. Por fim, perto do final da 
sequência de desenvolvimento o núcleo é ejetado e se 
torna um RETICULÓCITO, que retém algumas 
mitocôndrias, ribossomos e retículos endoplasmático. Os 
reticulócitos se tornam hemácias maduras no período de 
1 a 2 dias depois da sua liberação da medula óssea 
vermelha. 
→ Vários hormônios chamados de fatores de crescimento 
hematopoiéticos regulam a diferenciação e a proliferação de 
células progenitoras específicas: 
▪ ERITROPOETINA (EPO): Aumenta o número de células 
precursoras de hemácias. É produzida principalmente 
 APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
 
2 
por células que se encontram entre os túbulos renais 
(células intersticiais peritubulares). Em caso de 
insuficiência renal, a liberação de EPO fica mais lenta e a 
produção de hemácias inadequada, o que leva à diminuição 
do hematócrito e da capacidade de levar oxigênio aos 
tecidos corporais. 
▪ TROMBOPOETINA (TPO): É um hormônio produzido pelo 
fígado que estimula a formação de plaquetas a partir dos 
megacariócitos. 
▪ CITOCINAS: Estimulam a proliferação de células 
progenitoras na medula óssea vermelha e regulam as 
atividades de células envolvidas nas defesas inespecíficas 
(fagócitos) e respostas imunes (células B e T). 
▪ FATORES ESTIMULANTES DE COLÔNIA (FEC) E AS 
INTERLEUCINAS (IL): São importantes famílias de citocinas 
que estimulam a formação de leucócitos. 
➢ HEMÁCIAS 
→ As hemácias ou eritrócitos contêm a proteína carreadora de 
oxigênio HEMOGLOBINA, que consiste em um pigmento que 
confere ao sangue sua cor vermelha. 
→ As hemácias são muito especializadas na sua função de 
transportar oxigênio, visto que hemácias maduras não 
possuem núcleo, todo seu espaço interno fica disponível para 
o transporte de oxigênio. 
→ Elas não possuem mitocôndrias e geram ATP de forma 
anaeróbica (sem oxigênio), então, elas não utilizam o oxigênio 
que transportam. 
→ Até mesmo o formato bicôncavo da hemácia facilita sua 
função, pois possui uma área de superfície muito maior para 
a difusão de moléculas de gás para dentro e para fora da 
hemácia do que uma esfera ou um cubo. 
→ Uma molécula de hemoglobina consiste em uma proteína 
chamada GLOBINA, composta por 4 cadeias polipeptídicas 
(duas cadeias alfa e duas beta), e um pigmento não proteico 
anular chamado HEME, que está ligado a cada uma das 4 
cadeias, e no centro de cada anel heme, encontra-se Fe²+, 
que pode se combinar com oxigênio. 
→ As hemácias vivem aproximadamente 120 dias devido ao 
desgaste que suas membranas plasmáticas sofrem ao 
atravessar os capilares sanguíneos. As hemácias rompidas 
são removidas da circulação e destruídas por macrófagos 
fagocíticos presentes no baço e no fígado e os produtos da 
sua degradação são reciclados e usados em vários processos 
metabólicos, inclusive formação de novas hemácias. 
 
2) ENTENDER FISIOPATOLOGIA, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, 
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS ANEMIAS CARENCIAIS E 
HEMOLÍTICAS 
→ O termo anemia significa redução da taxa de hemoglobina 
abaixo de um valor entre 13-15 g/dl. Esse valor médio varia 
com o sexo, podendo ser menor na mulher, especialmente na 
gestante. 
→ As anemias são causadas por vários fatores e são 
classificadas segundo 2 critérios: 
✓ MORFOLÓGICO: não dá ideia da causa da anemia, mas sim 
do aspecto morfológico dos eritrócitos presentes na 
circulação. 
▪ Macrocíticas: caracterizadas pela presença de hemácias 
de grande volume e geralmente hipercrômicas (coloração 
maior que o normal). Como exemplo, podem ser as 
anemias megaloblásticas (deficiência de B12 ou ácido 
fólico). 
▪ Microcíticas: tem predomínio de hemácias de pequeno 
volume e pobres em hemoglobina ou hiporcrômicas. Como 
exemplo, tem-se as anemias ferroprivas. 
▪ Normocíticas: são geralmente normocrômicas. Estão 
incluídas neste grupo as anemias hemolíticas e as aplasias 
medulares ou anemia aplástica. 
✓ FISIOPATOLÓGICO 
❖ ANEMIAS CARENCIAIS 
➢ ANEMIA FERROPRIVA 
❖ ETIOPATOGENIA 
→ Incide preferencialmente nas mulheres em idade fértil e em 
crianças, sendo mais rara nos homens. 
→ Na anemia ferropriva há um balanço negativo de ferro, ou 
seja, a ingestão deste elemento é menor do que a necessidade 
do organismo. 
 APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
 
3 
→ O ferro é armazenado na forma de ferritina e de 
hemossiderina, nas mulheres a reserva de ferro é inferior à 
dos homens, por isso a maior incidência no sexo feminino. 
→ Quando as hemácias entram em processo de senescência 
(chegam ao final de sobrevida) e são degradadas, o ferro é 
liberado e reutilizado na produção de novas hemácias. Não 
obstante a eficiência desse processo, pequenas quantidades 
de ferro são perdidas nas fezes e precisam ser repostaspor meio da dieta. 
→ O processo de crescimento de uma criança impõe exigências 
adicionais sobre o organismo, sendo assim, o volume de sangue 
aumenta, elevando as necessidades de ferro. As 
necessidades de ferro são proporcionalmente mais altas na 
primeira infância (3 a 24 meses) do que em qualquer outra 
idade, embora também sejam maiores por toda a infância e 
adolescência. 
→ Na infância, as duas principais causas de anemia ferropriva 
são baixos níveis de ferro ao nascimento devido a uma 
deficiência materna e uma dieta que consiste principalmente 
em leite, que é pobre em ferro absorvível. 
→ A maior parte do ferro é derivada da carne e, quando não 
existe disponibilidade desse alimento, como no caso de 
populações menos favorecidas, ou por não ser um 
componente alimentar, como para os vegetarianos, pode 
ocorrer uma deficiência de ferro. 
→ A deficiência se dá por mecanismo diversos: 
✓ Aumento da necessidade; 
✓ Perda crônica de sangue: 
▪ Perdas menstruais: mioma, fibroma uterino. Além 
disso, nas gestantes, o desenvolvimento fetal 
aumenta a demanda por ferro para eritropoese. 
▪ Perdas digestivas: úlceras, câncer gastrointestinal, 
varizes esofágicas, parasitas (ancilostomíase), 
hemorróidas, divertículos; 
▪ Perdas cutâneas: doenças descamativas de evolução 
crônica levam à perda de ferro pela pele; 
✓ Má absorção do ferro da dieta: gastrectomia, 
esteatorréia, trânsito intestinal rápido. 
✓ Dieta deficiente de ferro; 
✓ Outro mecanismo etiopatogênico da anemia ferropriva é 
a presença da bactéria Helicobacter pylori na mucosa 
gástrica, uma vez que ela necessita do ferro para 
crescer, portanto, ela concorre com o organismo. 
❖ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
→ Os primeiros sintomas da ferropenia estão relacionados com 
a falta de oxigenação normal dos tecidos, especialmente 
cérebro e coração. 
→ Para compensar o déficit de oxigênio tecidual, o coração passa 
a trabalhar em ritmo mais acelerado, sobrevindo taquicardia. 
→ Além disso, dispneia, palidez cutaneomucosa, tonturas, 
anorexia e de alterações tróficas da pele e anexos podem 
ocorrer dependendo da gravidade do quadro. 
→ Outras manifestações clínicas podem incluir a alotriofagia 
(Síndrome de Pica = ingerir substâncias sem valor nutricional 
como terra, argila, gelo, papel), coiloníquia (deformidade em 
formato de colher das unhas dos dedos das mãos), língua lisa, 
feridas nos cantos da boca e disfagia intensa (Síndrome de 
Plummer-Vinson). 
 
 
❖ DIAGNÓSTICO 
→ O diagnóstico é fundamentado no estudo da série vermelha 
do sangue. 
→ Caracteriza-se pela diminuição da taxa de hemoglobina e do 
hematócrito, podendo o número dos eritrócitos estar normal, 
pouco ou muito diminuído. 
→ A dosagem de ferro sérico é sempre baixa. A transferrina 
(proteína plasmática transportadora 
de ferro) saturada de ferro é baixa 
e a ferritina (reserva de ferro) 
também estará diminuída. 
→ Existe uma quantidade menor de hemácias, ocorre 
poiquilocitose (formato irregular) e anisocitose (tamanho 
irregular), e estas são microcíticas e hipocrômicas. 
→ Os testes laboratoriais indicam menores valores de CHCM 
(hemoglobina/hematócrito) e VCM<80 (Volume Corpuscular 
Médio = um índice hematimétrico presente no hemograma e 
indica o tamanho médio das hemácias, as células vermelhas do 
sangue). 
→ A reação de Perls mostra redução ou ausência de grãos de 
hemossiderina no material de medula óssea aspirada. 
 APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
 
4 
❖ TRATAMENTO 
→ O tratamento baseia-se em: 
✓ Eliminar possíveis causas que sejam responsáveis pelo 
roubo de ferro no paciente já citadas anteriormente; 
✓ Uso de sais de ferro, de preferência por via oral. 
▪ Recomenda-se os seguintes sais ferrosos: sulfato (mais 
utilizado = 120 a 180 mg de ferro elementa/dia), 
gluconato, succinato ou fumarato, que repõe as reservas 
de ferro. 
▪ O tratamento visa normalizar a concentração da 
hemoglobina e a reposição de estoques de ferro. Pode 
durar até 6 meses a depender da doença de base. 
➢ ANEMIA MEGALOBLÁSTICA 
→ As anemias megaloblásticas são causadas pelo 
comprometimento na síntese de DNA, que resulta em 
hemácias aumentadas de tamanho (VCM > 100 fℓ), devido à 
maturação e divisão deficientes (macrocíticas). 
→ A deficiência de vitamina B12 e ácido fólico (folato) são as 
condições mais comumente associadas a casos de anemia 
megaloblástica. 
✓ DEFICIÊNCIA DE B12 
→ Esta vitamina, também conhecida como cobalamina, funciona 
como cofator para duas reações importantes no organismo 
de seres humanos. 
→ É essencial para a síntese do DNA e para a maturação 
nuclear, que conduz à maturação e divisão normal das 
hemácias. 
→ Cerca de 5-20% dos adultos mais velhos apresentam 
deficiência de B12 devido a má absorção. 
→ Quando a quantidade de 
vitamina B12 não é 
suficiente, as hemácias 
produzidas são 
anormalmente grandes devido ao EXCESSO DE CRESCIMENTO 
CITOPLASMÁTICO E PRODUÇÃO DE PROTEÍNAS ESTRUTURAIS. 
→ Os fatores de risco incluem: 
▪ Uso prolongado de fármacos como inibidores da bomba 
de prótons (omeprazol, pantoprazol, rebeprazol); 
▪ Doenças gastrointestinais; 
▪ Cirurgias como gastrectomia ou by-pass gástrico; 
▪ Parasitoses. 
 
 
❖ ETIOPATOGENIA 
→ A vitamina B12 é encontrada em todos os alimentos de origem 
animal, sendo assim, a deficiência alimentar é rara e 
geralmente é encontrada apenas em vegetarianos estritos, 
que evitam todos os produtos lácteos, carne e peixe. 
→ A deficiência de vitamina B12 se desenvolve lentamente, já 
que as reservas orgânicas suprem as necessidades diárias 
por de 1mg por vários anos. 
→ Absorção da B12: Depois de liberada da proteína animal, a 
vitamina se liga a um fator intrínseco, uma proteína secretada 
pelas células parietais gástricas. 
▪ O complexo fator intrínseco–vitamina B12 protege a 
molécula de vitamina contra a digestão por enzimas 
intestinais. 
▪ O complexo viaja até o íleo, onde se liga a receptores de 
membrana nas células epiteliais. A vitamina B12 então se 
separa do fator 
intrínseco e é 
transportada através 
da membrana para a 
circulação. 
▪ Na corrente sanguínea, 
ela se liga à proteína 
transportadora, a 
transcobalamina II, que 
transporta a vitamina B12 até os locais de 
armazenamento e os tecidos. Qualquer defeito nessa via 
é capaz de causar uma deficiência. 
→ A anemia perniciosa é uma forma específica de anemia 
megaloblástica causada por gastrite atrófica e incapacidade 
de produção de fator intrínseco, e obviamente absorção de 
B12. Acredita-se que ela seja resultado de uma destruição da 
mucosa gástricas mediada imunologicamente (autoimune). 
❖ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
→ A perda de hemácias resulta em um quadro entre moderado 
e grave de anemia (cansaço, palidez acentuada, língua lisa) e 
icterícia. 
→ As alterações neurológicas que acompanham a doença são 
causadas por desarranjos na metilação da proteína mielina, 
sendo assim, causa parestesia simétrica dos pés e dedos, 
perda da sensação vibratória e de propriocepção, bem como 
eventual ataxia espástica. 
 APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
 
5 
→ E em casos mais avançados, a função cerebral pode ser 
alterada (confusão mental, demência, etc). 
❖ DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 
→ O diagnóstico de deficiência de vitamina B12 é estabelecido 
quando se verifica um nível sérico anormalmente baixo de 
vitamina B12. 
→ Observa-se, ao exame de sangue, presença de oligocitemia 
(diminuição de glóbulos vermelhos), baixa da hemoglobina e 
macrocitose. 
→ O VCM é elevado, uma vez que as células são maiores do que 
o normal, e o valor de CHCM é normal. 
→ O diagnóstico de anemia perniciosa, como causa da deficiência, 
é geralmente feito pela detecção de anticorpos contraas 
células parietais e contra o fator intrínseco. 
→ O tratamento baseia-se em uso de injeções intramusculares 
de vitamina B12 sob forma de cianocobalamina ou de 
hidroxicobalamina, sprays nasais ou doses orais altas para 
reverter a anemia e melhorar as alterações neurológicas. 
✓ DEFICIÊNCIA DE FOLATO 
→ O ácido fólico também é necessário para a síntese de DNA e 
a maturação das hemácias, sua deficiência produz o mesmo 
tipo de alterações megalobláticas ocorridas na anemia por 
falta de B12, esse tipo é mais frequente do que a por 
deficiência de B12. 
→ Ocorre também em situações de má-absorção, dieta 
deficiente ou aumento da demanda de folatos na alimentação. 
❖ ETIOPATOGENIA 
→ O ácido fólico é encontrado em vegetais (folhas verdes), 
frutas e carnes em quantidades suficientes para manter a 
eritropoese normal durante alguns meses, mesmo que a 
ingestão seja deficiente nesse período, uma vez que existe 
um deposito de ácido fólico no fígado. 
→ Os folatos são absorvidos na parte proximal do intestino 
delgado (jejuno), que contém células de mucosa rica em 
enzimas que transformam poliglutamatos em monoglutamatos 
que são reduzidos e a seguir metilados, de forma que no 
plasma aparece o metiltetraidrofolato-monoglutamato 
(CH3H4PteGlu1). 
→ Esse composto é armazenado no fígado, mas a maior parte 
vai para os tecidos. O folato armazenado pode ser cedido ao 
intestino pela via biliar, o que mantém o nível de folato nesse 
ponto (ciclo êntero-hepático). 
→ O álcool etílico suprime a absorção de ácido fólico e 
compromete a recirculação êntero-hepática, portanto, 
etilistas crônicos correm maior risco para desenvolver essa 
anemia. 
→ A deficiência de folatos é frequentemente também naquelas 
condições em que o indivíduo os consome em excesso, 
entrando num balanço negativo destes. Isso ocorre na 
gestação e em anemias hemolíticas, nas quais há aumento de 
proliferação (reacional) da séria eritroblástica. 
→ A gestação aumenta a necessidade de ácido fólico em 5 a 
10x. Existe uma associação entre a deficiência de ácido fólico 
e defeitos do tubo neural, como espinha bífida, anencefalia, 
no feto em crescimento. 
→ O quadro clínico costuma ser semelhante ao da anemia 
perniciosa, mas quase nunca há sintomatologia neurológica. 
❖ DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 
→ O diagnóstico baseia-se na dosagem da B12 e do ácido fólico 
no sangue. 
→ A anemia é de tipo macrocítico, encontrando-se 
megaloblastos em esfregaços de medula óssea e megalócitos 
no sangue periférico. 
→ O tratamento consiste na administração de ácido fólico por 
via oral, na dose de 1 mg/dia, durante algumas semanas, com 
acompanhamento de exames. 
→ Todas as mulheres em idade fértil com parceiros sexuais do 
sexo masculino são aconselhadas a ingerir 0,4 mg de ácido 
fólico para manter níveis séricos adequados para evitar 
defeitos do tubo neural na sua progênie. 
❖ ANEMIAS HEMOLÍTICAS 
→ A anemia hemolítica caracteriza-se por: 
✓ Destruição prematura das hemácias; 
✓ Retenção orgânica de ferro e outros produtos da degradação 
da hemoglobina; 
✓ Aumento na eritropoiese. 
→ Quase todos os tipos de anemia hemolítica se distinguem pela 
existência de hemácias normocíticas e normocrômicas. Devido 
à redução de vida útil da hemácia, a medula óssea geralmente 
se torna hiperativa, resultando no aumento do número de 
reticulócitos na circulação sanguínea. 
→ A degradação das hemácias pode ocorrer dentro ou fora do 
compartimento vascular. 
→ A hemólise intravascular é menos comum e ocorre como 
resultado da fixação do complemento em reações 
 APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
 
6 
transfusionais, dano mecânico ou fatores tóxicos. É 
caracterizada por hemoglobinemia, hemoglobinúria, icterícia e 
hemossiderinúria. 
→ A hemólise extravascular ocorre quando as hemácias perdem 
parte da capacidade de deformação, o que dificulta sua 
passagem através dos sinusoides do baço. As manifestações 
incluem anemia e icterícia. 
→ Outra classificação de anemia hemolítica se baseia na causa: 
✓ Intrínseca: incluem defeitos da membrana das hemácias, 
diversas hemoglobinopatias e deficiência enzimática 
hereditária. Dois tipos principais de hemoglobinopatias 
podem causar a lise das hemácias: 
▪ Substituição anormal de um aminoácido na molécula 
de hemoglobina (anemia falciforme); 
▪ Falhas na síntese de uma das cadeias polipeptídicas 
que formam a porção globina da molécula de 
hemoglobina (talassemia). 
✓ Extrínseca ou adquirida: são causadas por agentes 
externos às hemácias, como medicamentos, toxinas 
bacterianas e outras, anticorpos e traumatismo físico. 
Todos esses fatores podem causar a destruição 
prematura e acelerada de hemácias, e não devem ser 
tratados da mesma maneira. 
→ Grupo de anemias hemolíticas hereditárias: esferocitose 
hereditária, anemia falciforme e talassemia. 
➢ ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA 
→ É transmitida principalmente de forma autossômica 
dominantes, mas em alguns casos, a doença tem caráter 
recessivo, e é a doença hereditária mais comum na membrana 
das hemácias. 
❖ ETIOPATOGENIA 
→ O defeito básico dos eritrócitos está na estrutura anormal da 
membrana eritrocitária. 
→ A doença é causada por mutações que ocorrem nos genes 
das proteínas de membrana espectrina, anquirina, proteína 
4.2 ou banda 3, que conduzem a uma perda gradual da 
superfície da membrana. 
→ A perda relativa de membrana em relação ao citoplasma faz 
com que a célula perca sua bicama lipídica do citoesqueleto. As 
hemácias assumem uma forma esférica e não conseguem 
atravessar facilmente o baço, daí o aspecto característico de 
cordões ingurgitados de sangue e sinusóides vazios 
observados em cortes de baços de portadores de 
esferocitose congênita. 
❖ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO 
→ Pode apresentar em qualquer idade, desde os primeiros 
meses de vida à velhice. A icterícia será acentuada se houver 
Síndrome de Gilbert juntamente com a anemia. 
→ A esplenomegalia ocorre na maioria dos pacientes, e também 
cálculos biliares de bilirrubina. 
→ Essa anemia deve ser diferenciada de outras formas de 
anemia hemolítica constitucional e dos vários tipos de anemias 
hemolíticas adquiridas. A história clínica dos pacientes é 
importante para que se possa conduzir o raciocínio clinico. 
❖ TRATAMENTO 
→ Como o baço é o local de destruição dos esferócitos, a 
esplenectomia é a medida terapêutica de escolha. 
→ É recomendada para adolescentes e adultos, procurando 
evitá-la ou adiá-la o máximo possível nas crianças < 5 anos. A 
remoção do boço implica a retirada de um órgão linfóide 
importante, que funciona como filtro para agentes 
patogênicos, como bactérias capsuladas (pneumococos). 
➢ ANEMIA FALCIFORME 
→ A anemia falciforme é uma doença hereditária em que ocorre 
a produção de hemoglobina anormal (hemoglobina S = HbS) que 
conduz a um estado crônico de anemia hemolítica, dor e 
falência de órgãos. 
→ O gene HbS é transmitido por herança recessiva e pode se 
manifestar como traço de células falciformes (heterozigoto 
com um gene HbS) ou anemia falciforme (com dois genes 
homozigotos HbS). 
❖ ETIOPATOGENIA 
→ A estrutura anormal de HbS resulta de uma mutação pontual 
na cadeia β da Hb, com 
substituição anormal de 
um único aminoácido, a 
valina, pelo ácido glutâmico. 
→ No indivíduo homozigoto 
com anemia falciforme, a 
HbS causa afoiçamento 
quando desoxigenada ou 
em baixa tensão de 
oxigênio. 
→ A Hb desoxigenada vai 
formar agregados que 
sofrem polimerização no citoplasma e formam um gel 
semissólido, que altera a forma e capacidade de deformação 
 APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
 
7 
da célula, que pode retornar à sua forma normal pela 
oxigenação dos pulmões. 
→ No entanto,depois de 
repetidas 
desoxigenações, as 
células tornam-se 
permanentemente 
falciformes. 
→ O indivíduo com traço falciforme, ou seja, que tem menos HbS, 
apresenta pouca tendência de desenvolver células 
falciformes e é praticamente assintomática. 
→ As hemácias em foice são mais rígidas e tendem a ficar 
estagnadas em órgãos em que a circulação é lenta, podendo 
causar duas grandes consequências: 
✓ Anemia hemolítica crônica: a destruição prematura das 
células devido à membrana rígida e indeformável ocorre 
no baço, causando hemólise e anemia pela diminuição do 
número de hemácias. 
✓ Oclusão dos vasos sanguíneos: é um processo complexo 
que envolve uma interação entre células falciformes, 
células endoteliais, leucócitos, plaquetas e outras 
proteínas do plasma. 
→ Os fatores associados ao processo de afoiçamento e oclusão 
vascular (trombose) incluem frio, estresse, esforço físico, 
infecção e condições que provoquem hipoxia, desidratação 
(aumenta a concentração de Hb e contribui para a 
polimerização) ou acidose (reduz a afinidade da Hb pelo O2, 
resultando em maior quantidade de Hb desoxigenada). 
❖ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
→ Pacientes homozigotos para o gene HbS sofrem de: 
✓ Anemia hemolítica grave; 
✓ Hiperbilirrubinemia crônica: proveniente da degradação 
dos produtos da Hb muitas vezes leva a icterícia e à 
produção de cálculos de pigmentos na vesícula biliar. 
✓ Crises vasoclusivas: é responsável pela maioria das 
complicações graves. Um episodio de dor aguda resulta 
de uma oclusao vascular e da hipoxia e pode ocorrer 
subitamente em quase qualquer parte do organismo. 
▪ Normalmente, a obstrução por células falciformes 
acontece no abdômen, tórax, ossos e articulações, sendo 
que muitas áreas podem ser afetadas simultaneamente. 
▪ Pode ocorrer infartos causados pela lentidão do fluxo 
sanguíneos, que tem como consequência lesões crônicas 
do fígado, baço, rins, coração, retina e outros órgãos. 
▪ A síndrome torácica 
aguda é caracterizada 
por dor torácica súbita, 
febre, tosse, taquipneia, 
folego curto e dores 
generalizadas. Esta 
síndrome está ligada à 
infecção por bactérias 
e à embolia pulmonar, 
principalmente, e pode 
levar ao óbito. 
▪ Ataque isquêmico 
transitório (AIT) ou 
hemorragia cerebral 
pode preceder um 
acidente vascular ou 
encefálico (AVE) e aproximadamente 25% das pessoas 
com doença falciforme desenvolvem complicações 
neurológicas. 
→ Além disso, tem-se: úlceras nas pernas, crises de hemólise 
aguda (anemia e icterícia), crise de insuficiência renal, 
insuficiência gonodal e hipodesenvolvimento dos caracteres 
sexuais secundários. 
→ A HbF (Hb fetal = predomina no nascimento, e seus níveis 
decaem até os 6 primeiros meses vida) inibe a polimerização 
da HbS, evitando a falcização dos eritrócitos, as crises 
dolorosas, a anemia hemolítica e melhorando a clínica do 
paciente. 
❖ DIAGNÓSTICO 
→ O diagnóstico laboratorial 
baseia-se nos achados do 
hemograma, que mostra a 
presença de anemia de tipo 
hemolítico, na prova de 
falcização dos eritrócitos e 
na eletroforese de Hb, que revela a variante HbS. O 
diagnóstico precoce é feito na triagem neonatal com a 
realização do Teste do Pezinho, como é conhecido o exame 
eletroforese de hemoglobina. Ele é gratuito e obrigatório por 
lei que seja feito em todas as instituições de saúde do Brasil. 
→ O hemograma pode revelar aumento de leucócitos e de 
plaquetas, dependendo da presença de infecção. 
 
 
 APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
 
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❖ TRATAMENTO 
→ Atualmente, não existe cura conhecida para a anemia 
falciforme, portanto, as estratégias de tratamento devem se 
concentrar na prevenção de episódios de afoiçamento, 
manejo de sintomas e tratamento das complicações. 
→ Ou seja, o tratamento rotineiro e básico das síndromes 
falciformes tem sido puramente de suporte, e baseia-se na 
hidratação, no combate a dor e na oxigenoterapia. 
→ Obviamente, o paciente é aconselhado a evitar situações que 
precipitam episódios de afoiçamento das hemácias, como 
infecções, exposição ao frio, esforço físico intenso, acidose e 
desidratação, já citado anteriormente. 
→ As infecções devem ser tratadas de maneira agressiva e 
podem ser necessárias transfusões de sangue em um 
episódio de crise ou cronicamente realizadas em casos graves 
da doença. 
→ Para as crianças, recomenda-se manter em dia o calendário 
de vacinação, incluindo vacina contra H. influenzae e contra 
hepatite B, uma vez que durante os 3 primeiros de vida elas 
correm maior risco para o desenvolvimento de septicemia. 
→ A hidroxiureia é um fármaco citotóxico utilizado para evitar 
complicações da anemia falciforme e é recomendado como 
tratamento padrão para todos os portadores dessa condição. 
Ele viabiliza a síntese de uma quantidade maior de HbF e menor 
de HbS, reduzindo o afoiçamento, melhorando o quadro clínico. 
Porém, é desconhecido os efeitos a longo prazo do 
medicamento. 
➢ TALASSEMIAS 
→ São um grupo de distúrbios hereditários que envolvem a 
síntese de Hb e conduzem a uma redução na síntese das 
cadeias α ou β-globina da HbA. 
→ As β-talassemias são causadas por deficiência na síntese 
da cadeia β e as α-talassemias por síntese deficiente da 
cadeia α. 
→ O defeito é herdado como um traço mendeliano. O paciente 
pode ser: 
✓ Heterozigoto para o traço: apresenta uma forma leve da 
doença 
✓ Homozigoto: apresenta a forma mais grave. 
→ Há dois fatores que contribuem para a anemia que se 
desenvolve nos casos de talassemia: baixa Hb intracelular 
(hipocromia) devido à diminuição da síntese da cadeia afetada 
(anemia hipocrômica e microcítica), juntamente com a 
produção e acumulação contínua da cadeia de globina não 
afetada, interfete na maturação de hemácias normais e 
contribui com as alterações de membrana que conduzem a 
hemólise e anemia. 
✓ β-TALASSEMIAS 
→ Esse tipo é o resultado de várias mutações pontuais no gene 
daβ-globina, e como já discutido, causa um defeito na síntese 
da cadeia β. 
→ O excesso de cadeias αsofre 
desnaturação, formando 
precipitados (corpúsculos de 
Heinz) nos precursores de 
hemácias na medula óssea. 
→ Esses corpúsculos prejudicam a síntese de DNA e provocam 
danos à membrana das hemácias. 
→ Assim, quando afeta os precursores das hemácias eles são 
destruídos na medula óssea, e os que escapam da destruição 
medular estão em maior risco de destruição no baço. 
→ As manifestações clínicas são baseadas na gravidade da 
anemia, como dito anteriormente, baseado no gene 
heterozigoto (leve) ou homozigoto (anemia grave, dependente 
de transfusão de sangue e que se torna evidente entre 6 e 
9 meses de idade, quando troca de HbF para HbA). 
▪ Nos casos graves, o quadro anêmico acentuado produzido 
por hematopoiese ineficaz e hemólise conduz a um 
aumento na secreção de eritropoetina e hiperplasia da 
medula óssea e de sítios extramedulares de 
hematopoiese. 
▪ Com isso, a massa crescente de medula eritropoética 
invade o córtex ósseo prejudicando o crescimento ósseo 
e produzindo outras anormalidades 
ósseas. 
• Adelgaçamento do córtex 
ósseo, com formação de osso 
novo no maxilar e ossos frontais 
da face; 
• Os ossos longos costelas e 
vertebras tornam-se vulneráveis a fraturas por 
conta da osteoporose ou osteopenia; 
• Esplenomegalia e hepatomegalia provêm de 
hematopoiese extramedular e aumento da 
destruição de hemácias. 
 APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
 
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→ A sobrecarga de ferro é uma das principais complicações, já 
que se acumulam pelo aumento da absorção dietética e por 
transfusões repetidas. Se depositam no miocárdio, fígado e 
órgãos endócrinos, induzindo lesões nos mesmos. 
→ Se a transfusão de sangue não for iniciadano começo da vida, 
ocasiona um grave retardo de crescimento em crianças com 
a doença. 
→ O transplante de células-tronco potencialmente representa a 
cura para indivíduos de baixo risco, em particular em pessoas 
mais jovens e sem complicações resultantes da doença ou do 
tratamento, e tem mostrado excelentes resultados. 
✓ α-TALASSEMIAS 
→ A causa é a deleção do gene que resulta em defeitos na 
síntese da cadeia α, que é controlada por 2 pares ou 4 
genes. 
→ A α-talassemia mostra grande variação na gravidade dos 
casos, que está relacionada com o numero de deleções de 
genes. Portadores silenciosos 
✓ Deleção de 1 único gene de α-globina: são assintomáticos 
✓ Com supressão de 2 genes: têm o traço para α-talassemia 
e apresentam quadros leves de anemia hemolítica. 
✓ Deleção de 3 dos 4 genes da cadeia α: leva à formação de 
agregados instáveis de cadeia α, chamados hemoglobina H 
(HbH), sendo a forma clínica mais importante. 
▪ As cadeias β são mais solúveis que as cadeias α , 
portanto, sua acumulação é menos tóxica para as 
hemácias. 
▪ A maioria das pessoas com HbH apresenta anemia 
hemolítica crônica moderada e pode necessitar de uma 
transfusão de sangue quando tem febre, enfermidade 
ou fazem uso de determinados fármacos. 
✓ 4 genes de α-globina suprimidos: é a forma mais grave de 
αtalassemia, a condição é conhecida como síndrome de 
hidropisia fetal, que resulta em morte no útero ou logo após 
o nascimento. 
▪ Esse tipo de defeito resulta na síntese de uma molécula 
de Hb Bart, que é formada exclusivamente a partir de 
cadeias de HbF. 
▪ As moléculas de Hb Bart têm alta afinidade com o O2, 
mas não são capazes de liberar o gás nos tecidos. 
❖ DIAGNÓSTICO 
→ No hemograma, há anemia microcítica e hipocrômica. As 
hemácias têm formas e tamanhos muito variados (aniso e 
poiquilocitose). Podem ser encontrados os corpúsculos de 
Heinz. É típica a presença de hemácias em algo, de pontuação 
basófila e de corpúsculos de Howell-Jolly, além de certa 
porcentagem de eritroblastos circulantes. 
→ Na eletroforese de Hb, ocorrem diminuição da HbA e aumento 
variável de HbA2 e HbF. Eventualmente, pode estar presente 
uma Hb estruturalmente anormal associada ao distúrbio 
talassêmico. 
→ Mielograma: revela hiperplasia da série eritroblástica com 
hipoplasia relativa da série granulocítica. O parênquima 
medular é rico em células hemopoéticas, principalmente os 
precursores eritroblásticos, que mostram sinais de 
eritropoiese ineficiente, significando perda ou morte de 
grande numero de eritroblastos que permanecem na medula 
óssea, sem atingir a completa maturação. 
→ Dosagens de ferro, bilirrubinas, haptoglobinas, ferritina e 
urobilinogênio fecal e urinário: revelam alterações 
características de anemia hemolítica. Há aumento da 
saturação da transferrina. A dosagem de ferro sérico e da 
ferritina colaboram no diagnóstico diferencial entre 
talassemia e anemia ferropênica. 
❖ TRATAMENTO 
→ As formas leves de talassemia não requerem tratamento, 
devendo-se evitar o uso de ferro para impedir o seu acúmulo 
no fígado, miocárdio, etc. Pacientes heterozigóticos devem 
procurar aconselhamento genético, importante para prevenir 
o nascimento de descendentes homozigóticos. 
→ Nos casos de talassemia intermédia devem receber o menor 
número possível de transfusões para evitar a sobrecarga de 
ferro. No entanto, a supressão da hematopoese anormal por 
transfusão periódica de eritrócitos pode ser valiosa em 
pacientes gravemente afetados. 
→ Nos casos de talassemia grave, transfusão sanguínea 
esplenectomia em caso de esplenomegalia, transplante de 
células-tronco alogênicas e luspatercepte (uma proteína de 
fusão recombinante injetável que inibe a sinalização da via 
beta do fator de crescimento transformador) para 
talassemia beta dependente de transfusão. 
REFERÊNCIAS 
• TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: 
Minha Biblioteca, (14ª edição). Grupo GEN, 2016. 
• NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2021. 
• Lorenzi TF. Manual de hematologia: propedêutica e clínica. 4. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 710 p.

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