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RELATÓRIO DE LAUDO TÉCNICO - ANÁLISES PATOLÓGICAS E SOLUÇÕES CABÍVEIS PARA A RECUPERAÇÃO DO TRECHO ESTUDADO

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FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS 
FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE TEÓFILO OTONI 
CURSO: ENGENHARIA CIVIL 
TEÓFILO OTONI – MG 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
PEDRO HENRIQUE DE SOUZA MOURÃO 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE LAUDO TÉCNICO 
 
 
 
 
ANÁLISES PATOLÓGICAS E SOLUÇÕES CABÍVEIS PARA A RECUPERAÇÃO DO 
TRECHO ESTUDADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PEDRO HENRIQUE DE SOUZA MOURÃO 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE LAUDO TÉCNICO 
 
 
 
 
 
ANÁLISES PATOLÓGICAS E SOLUÇÕES CABÍVEIS PARA A RECUPERAÇÃO DO 
TRECHO ESTUDADO 
 
 
Rodovia: BR-116/MG 
Trecho: Catuji/MG 
Segmento: Km 196 – Km 198 
Extensão: 2 Km 
 
 
 
SUPERVISÃO: Prof. Paulo Henrique Vieira de Carvalho 
COORDENAÇÃO: Prof. Paulo Henrique Vieira de Carvalho 
FISCALIZAÇÃO: Prof. Paulo Henrique Vieira de Carvalho 
ELABORAÇÃO: Pedro Henrique de Souza Mourão 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4 
2 - OBJETIVO ........................................................................................................................... 4 
3 - METODOLOGIA ................................................................................................................. 5 
3.1 - Identificação do Trecho .................................................................................................. 5 
3.2 - Dados Topográficos e Geográficos ................................................................................ 5 
3.3 - Dados Hidrológicos e Pluviométricos ............................................................................ 7 
4 - PATOLOGIAS .................................................................................................................... 11 
5 - RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS ..................................................................................... 13 
6 - ALEGAÇÕES FINAIS ....................................................................................................... 13 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 13 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
 
Quando se debate a respeito da reabilitação de pavimento, é necessário destacar as 
causas e consequências geradas pelas patologias na via. Logo, a implantação de metodologias 
precisas e essenciais possuem a capacidade para fundamentar os agentes causadores e as 
possíveis soluções para o segmento. 
O primeiro fator que deve ser analisado em relação a situação em questão é a 
implantação de metodologias de reconhecimento da área. Entende-se, com isso, que a utilização 
de técnicas precisas fomenta na direção de um planejamento estratégico para tomada de 
decisões, onde a equipe irá apresentar as análises e os resultados do presente estudo. 
A identificação dos defeitos gerados na obra é de suma importância para o interesse 
coletivo, devendo transmitir e auxiliar na recuperação do empreendimento para a conservação 
da via e a segurança dos usuários. Pode-se verificar um exemplo disso o grande aumento de 
acidentes causados por irregularidades nas estradas, necessitando informar aos interessados a 
melhor maneira de conduzir para a solução do problema. 
 Além disso, deve ser inserido em todo planejamento a preservação dos recursos naturais 
que serão afetados. Nota-se que vivemos em uma sociedade onde a proteção ao meio ambiente 
nem sempre é uma prioridade para os interesses individuais, a falta de conhecimento dos 
impactos gerados pelas atitudes incorretas para a tomada de decisão poderá afetar no 
comprometimento de toda a estrutura ou até com a vida humana e selvagem. 
 Assim, a necessidade apontada inicialmente se mostra ainda mais premente, em virtude 
de buscar os responsáveis pelo desgaste da rodovia e os efeitos causados por essa consequência. 
Utilizando esse raciocínio, será possível reparar todos os defeitos, buscando uma concordância 
entre o custo beneficio para todos os envolvidos. 
 
 
2. OBJETIVO 
 
Implementar um planejamento estratégico para localizar e solucionar as falhas 
decorrentes das patologias do pavimento, promovendo a segurança e a qualidade para os 
usuários. O plano de levantamento técnico irá descrever as causas, indicando e auxiliando para 
as possíveis soluções do problema encontrado. 
Com o efetivo desenvolvimento do projeto, será possível prever os problemas futuros 
que o segmento apresenta, prevenindo os riscos e maiores gastos na manutenção do pavimento. 
 Vale ressaltar que apesar de não presenciarmos a execução da obra, foi considerado 
apenas o seu uso, porém grande parte dos resultados que foram obtidos pelos estudos 
patológicos estão relacionados em erros do processo de execução. 
 Métodos implantados: 
• Identificação do trecho afetado; 
• Levantamento de dados: 
▪ Topográficos; 
▪ Geológicos; 
▪ Climáticos; 
▪ Hidrológicos; 
▪ Sociais; 
• Listagem das patologias e possíveis soluções. 
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3. METODOLOGIA 
 
3.1 Identificação do Trecho 
 
O presente local analisado está localizado na Rodovia Federal BR 116/MG, próximo à 
cidade de Catuji/MG, entre os Km 196 e 198. 
O trecho em questão é um pavimento flexível com revestimento betuminoso, asfáltico, 
com faixa dupla e acostamento, localizado em uma zona de corte. 
Esse tipo de segmento apresenta menor coesão entre as camadas, formando na superfície 
uma depressão localizada de profundidade considerável, necessitando de maiores cuidados 
especiais ao nível do leito da estrada. Quando as patologias nesse tipo de via manifestam, 
podem ser classificados como defeitos, degradações ou deformações. 
 
Figura 01 – Vista em satélite do trecho entre os Km 196 e 198 da BR 116/MG 
 
Fonte: Google Maps, adaptada, 2019. 
 
 
3.2 Dados Topográficos e Geográficos 
 
O relevo é caracterizado por apresentar irregularidades de alguma superfície, deste 
modo, pode ser considerado como uma forte influência na climatologia de uma região 
geográfica, além de direcionar o escoamento superficial das águas e delimitarem as bacias 
hidrográficas. O Estado de Minas Gerais é conhecido como a “Terra das Alterosas”, devido a 
topografia do terreno, o seu relevo é acentuado e manifesta notável diversidade morfológica, 
formando vales, planaltos e áreas serranas. 
 O solo integra a faixa superficial da crosta terrestre que indica elevadas variações em 
função do material original, intemperismo e atuação da fauna e da flora, definindo o perfil dos 
solos. As características pertencentes a textura, estrutura, profundidade e teor de matéria 
orgânica, estão associadas com a capacidade do acúmulo de água nos solos. 
 
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Figura 02 - Altimetria do Estado de Minas Gerais 
 
Fonte: Guimarães et al. (2009). Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, EMBRAPA. 2010. 
 
Figura 03 - Unidades de relevo de Minas Gerais 
 
Fonte: Adaptado de IBGE 1993 e Valadão et al. (2008). Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, EMBRAPA. 
2010. 
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A cobertura vegetal de Minas Gerais possui uma variedade de biomas, sendo os 
principais: cerrado, rupestres de altitude, floresta atlântica e caatinga, tendo o cerrado como a 
principal tipologia vegetal. 
 
Figura 04 – Vegetação do Estado de Minas Gerais 
 
Fonte: IGA - Instituto de Geociências Aplicadas, 2012. 
 
 
3.3 Dados Hidrológicos e Pluviométricos 
 
O levantamento destes dados tem como objetivo identificar o comportamento do 
escoamento superficial da região, esse fenômeno é afetado pelas condições climáticas e pelas 
características inerentes aos solos, tais como: declividade, área de captação, tipo de solo, 
permeabilidade, cobertura vegetal, teor de umidade, profundidade e capacidade de retenção de 
água. Geralmente, o escoamento superficial dos recursos hídricos apresenta como as principais 
causas de erosão dos solos, e enormes danos socias, econômicos e ambientais, como a 
deterioraçãode rodovias, perda da fertilidade dos solos, assoreamento dos rios, inundações, 
enchentes, desmoronamentos e outros fatores. 
Outro dado que deve ser analisado são os índices pluviométricos, eles são de suma 
importância para a busca de soluções referentes à falta ou ao excesso das chuvas, bem como 
para a definição das melhores alternativas de uso dos recursos hídricos em prol da comunidade. 
 
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Figura 05 – Levantamento da Geodiversidade - Isoietas médias mensais dos períodos de 1977 a 2006 
 
Fonte: Projeto Atlas Pluviométrico do Brasil - Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral. 
Adaptada, 2019. 
8
 
 
Figura 06 – Levantamento da Geodiversidade - Isoietas totais trimestrais dos meses de novembro, dezembro e 
janeiro dos períodos de 1977 a 2006 
 
Fonte: Projeto Atlas Pluviométrico do Brasil - Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral. 
Adaptada, 2019. 
 
Figura 07 – Levantamento da Geodiversidade - Isoietas totais trimestrais dos meses de dezembro, janeiro e 
fevereiro dos períodos de 1977 a 2006 
 
Fonte: Projeto Atlas Pluviométrico do Brasil - Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral. 
Adaptada, 2019. 
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Figura 08 – Levantamento da Geodiversidade - Isoietas anuais médias dos períodos de 1977 a 2006 
 
Fonte: Projeto Atlas Pluviométrico do Brasil - Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral. 
Adaptada, 2019. 
 
Figura 09 – Legenda para os mapas das figuras 3, 4 e 5 
 
Fonte: Projeto Atlas Pluviométrico do Brasil - Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral. 
Adaptada, 2019. 
 
 
 
 
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4. PATOLOGIAS 
 
Trinca “Pele de Crocodilo”: Agrupamento de trincas capilares interconectadas, apresentando 
uma forma geral de malha ou grelha superficial composta de fragmentos em sentidos variados. 
Esse fato sinaliza o fim da vida útil do revestimento e pode ser originado devido a: reincidência 
de cargas no tráfego, tensões de tração, intemperes, envelhecimento do ligante, perda da 
flexibilidade, má compactação, elevada rigidez, recalques diferenciais, entre outros. Ver foto 1. 
 
Foto 01 - Detalhe do trecho entre os Km 196 e 198 da BR 116/MG 
 
Fonte: Autor desconhecido 
 
Desintegração (Desagregação): Perda gradativa dos elementos do revestimento, gerando a 
exposição dos agregados e possíveis depressões na pista. Entre os diversos agentes causadores, 
temos: má qualidade dos materiais, tensões tangenciais elevadas e a ligação deficiente entre os 
materiais. 
 
Remendo: Pode ser conceituado como um preenchimento de camada para reparar os locais do 
pavimento que perderam determinada parcela do seu elemento original, assentando em seu 
lugar um material semelhante ou divergente. Geralmente, esse procedimento implica na 
funcionalidade da via e no desconforto para os usuários, além de apresentar maior 
vulnerabilidade a deterioração, logo, o remendo pode ser classificado como uma imperfeição. 
É possível observar na foto 2 a presença de remendo, possivelmente foi utilizada para tapar a 
desintegração de materiais do revestimento. 
 
Fissuras Longitudinais: São fendas capilares no revestimento asfáltico que ainda não 
despertam falhas funcionais e nem estruturais da pista. Apresentam como principais origens a 
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imprecisa dosagem do asfalto, excesso de finos no revestimento, compactação demasiada ou 
em momento inapropriado. 
 
Foto 02 - Detalhe do trecho entre os Km 196 e 198 da BR 116/MG 
 
Fonte: Autor desconhecido 
 
Foto 03 - Detalhe do trecho entre os Km 196 e 198 da BR 116/MG 
 
Fonte: Autor desconhecido 
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5. RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS 
 
Como visto no capítulo 4, as patologias encontradas no pavimento apresentam riscos a 
vida útil de todo o trecho, bem como a segurança dos usuários que dela utilizam. Com base nos 
dados e resultados da pesquisa de campo, foi sugerido as seguintes recomendações: 
• Melhoria das características superficiais e estruturais do pavimento, utilizando a 
fresagem ou a reposição do trecho degradado; 
• Reparação localizada da estrada em zonas com fissuração e desagregação da 
superfície; 
• Selagem de fissuras; 
• Aplicação de geogrelha de fibra de vidro, deste modo será possível impedir a 
reflexão de fendas em zonas fresadas; 
• Tratamento superficial em microaglomeramento betuminoso a frio simples; 
• Reavaliação da vazão da drenagem inserida na via, comparando com o projeto 
inicial afim de descobrir eventuais falhas referentes ao escoamento superficial; 
• Regularização do acostamento inexistente, bem como a implantação da drenagem 
do lado direito da pista, sentido Teófilo Otoni/MG. Ver foto 1 e 2; 
• Reestruturação da via afetada, efetuando todo o procedimento de construção do 
trecho. 
 
 
6. ALEGAÇÕES FINAIS 
 
Este estudo apresentou a existência de uma variedade considerável de patologias, sendo 
que, uma visita de campo e a vista do projeto original iriam apresentar soluções mais concretas 
e objetivas, sinalizando possíveis causas de falhas de projeto ou execução. 
Foram definidos vários defeitos no trecho da rodovia, entretanto, a reparação da via 
deverá atender ao orçamento do ente federado responsável, bem como a durabilidade da pista, 
promovendo conforto e qualidade para os usurários. 
 
 
7. REFERÊNCIAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e 
documentação - Referências - Elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 
 
______. NBR 6024 Informação e documentação - Numeração progressiva das seções de um 
documento escrito - Apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 
 
______. NBR 10520: Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação. 
Rio de Janeiro, 2002. 
 
______. NBR 6034: Informação e documentação ± Índice ± Apresentação. Rio de Janeiro, 
2004. 
 
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______. NBR 6027: Informação e documentação — Sumário — Apresentação. Rio de Janeiro, 
2012. 
 
______. NBR 6028: Informação e documentação - Resumo - Apresentação. Rio de Janeiro, 
2003. 
 
______. NBR 10719: Informação e documentação — Relatório técnico e/ou científico — 
Apresentação. Rio de Janeiro, 2011. 
 
______. NBR 13572: Perícias de engenharia na construção civil. Rio de Janeiro, 1996. 
 
BERNUCCI, L. B.; MOTTA, L. M.; CERATTI, J. A. P.; SOARES, J. B.. Pavimentação 
Asfáltica: Formação Básica para Engenheiros. 1. ed. Rio de Janeiro, RJ. 2006. 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 
Senado Federal, 1988. 
DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte. DNIT 005/2003 – TER: 
Defeitos nos pavimentos flexíveis e semi-rígidos – Terminologia. Rio de Janeiro, 2003. 
 
______. DNIT IPR/720: Manual de restauração de pavimentos asfálticos. Rio de Janeiro, 2006. 
 
CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Mapas e Publicações: Atlas Pluviométrico do Brasil. 
Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/publique/Hidrologia/Mapas-e-Publicacoes/Atlas-
Pluviometrico-do-Brasil-1351.html>. Acesso em: 16 de setembro de 2019. 
 
GUIMARÃES, Daniel. et al. Índices Pluviométricos em Minas Gerais. Boletim de Pesquisa 
e Desenvolvimento, EMBRAPA. 2010 
 
IGA - Instituto de Geociências Aplicadas. Vegetação. Estado de Minas Gerais. Outubro de 
2012. Disponível em: < https://www.mg.gov.br/conteudo/conheca-minas/geografia/clima-
vegetacao-e-relevo>. Acesso em: 16 de setembro de 2019. 
 
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