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Engenharia Elétrica, 10º sem. Faculdade Pitágoras-Londrina Prof. Maurício G. Ballarotti 1 Nesta seção do curso, serão apresentados procedimentos práticos de solução de interferência eletromagnética envolvendo as principais perturbações eletromagnéticas e as situações mais comuns. 2 As três Maneiras de Previnir a Interferência 1. Suprimir a emissão na fonte 2. Fazer o acoplamento o mais ineficiente possível 3. Fazer o receptor o menos suscetível (mais imune) possível 3 Soluções de Compatibilidade relativas a: 1. Harmônicas e inter-harmônicas 2. Variações bruscas de tensão e interrupções breves 3. Desequilíbrio de tensão 4. Perturbações transitórias, tensões e correntes de choque 5. Transmissão de sinais pela rede 6. Descargas eletrostáticas (DES) 7. Cabos e percurso 8. Bandejas 9. Massa e terra 10. Descarga atmosférica 11. Percursos de massas 12. Gaiola de Faraday e Invólucro (Soluções no livro do Ara: p. 79-145) 4 1-6. Soluções para as diversas perturbações Base: livro Ara (p. 82-89). 5 7. Cabos e percurso Ideia básica: evitar que os cabos dos circuitos sensíveis captem as PEMs de outros cabos ou do ambiente. Tipos de cabos em termos de finalidade: Potência (correntes elevadas) Controle (comando) Sinais Analógicos Digitais 6 Tipos de cabos em termos de proteção 7 3. Par torcido blindado (STP) Combinação dos efeitos Aplicações sensíveis 4. Fibra ótica Insensível às PEMs! Uso crescente 5. Compostos especiais Condutor + Isolação (PVC, XLPE ou EPR) + Composto EMC (elastômero com pó de ferrite) Muito eficiente f > 100 MHz Aeronaves, militares, nucleares Blindagem do cabo 8 Cablagem e conexões Quadros, invólucros, etc.: Condutores ao longo das paredes metálicas Cabos de alta e baixa potência fazendo percursos o mais separados possível Conectores e tomadas Analógicos de um lado, digitais de outro Fios do par contíguos Fios livres (fios não ocupados de um cabo) Emitir/receber PEMs Via de regra: ligá-los à massa equipotencial Exceções principais: Cabo de sinal de baixo nível (amplitude) ou BF: usar capacitor entreposto Quando há diferença de potencial significativa (terras distintos/distantes): capacitor + para-raios em paralelo entrepostos 9 Outras situações de cablagem Fio de entrada e fio de retorno Distantes: formação de malha Mantê-los vizinhos Par trançado resolve naturalmente o problema Alimentação por ponto comum Vários equipamentos conectados entre si porém ligados em pontos distantes da instalação Sujeito à formação de malhas Ideal: ligá-los no mesmo ponto (tomada) 10 8. Eletrocalhas (bandejas) Cabos sensíveis não blindados com cabos de potência: preferência a ficar fora da eletrocalha Fora da eletrocalha: Cabos não blindados (sensíveis) distantes de outros cabos: d ~ 30 cm Quando inevitável, o cruzamento de: Cabos sensíveis Eletrocalhas não metálicas Deve ser feito em ângulo reto (90 graus) Sobra de cabo de potência: dispor em ziguezague compactado 11 9. Massa e Terra Condutor de Proteção (Protective Earthing, PE) Massa Elétrica Massa Funcional Massa de Acompanhamento Rede de Massas Funcionais Rede de Terra Objetivos comuns: 1. Proteger as pessoas 2. Criar ligações equipotenciais, reduzindo ao mínimo correntes parasitas circulantes nas massas e partes metálicas de uma edificação 3. Evitar a formação de malhas significativas 12 10. Aterramento e Percursos de massas Base: livro do Ara (p. 110-115). 13 11. Descarga Atmosférica PEM muito intensa, perturbadora e frequente. SPDA: protege somente a integridade física da edificação ou sistema. Efeitos que exigem outras soluções: Elevação do potencial do aterramento Irradiação de campo EM Livro do Ara (p. 107-110) 14 FIGURA – Espectro de radiação típico de um relâmpago normalizado para uma largura de banda de 1 kHz e para uma distância de 10 km. Nota-se o pico entre 1 e 10 kHz. FONTE: adaptado de Uman e Krider (1982). 12. Gaiola de Faraday e Invólucro Base: Livro do Ara (p. 116-124). 15 Frequências e Comprimentos de onda 16 13. Isoladores de Perturbações Eletromagnéticas Transformadores de isolamento Um transformador comum: filtra PEM em modo comum de baixa frequência (AF por efeito capacitivo) Existem trafos com enrolamentos separados e com blindagem aterrada (simples ou tripla) tanto para sinal quanto para potência. Conversão opto-elétrica para comunição de sinais: Tecnologias mais comuns: Baseado em um optoacoplador: diodo emissor e fototransistor (infravermelho) Comunicação por fibra ótica Vulnerabilidade: as PEMs podem afetar somente os conversores de sinal e não o trecho ótico. 17 http://www.feelt.ufu.br/pastas/Metrologia/aterramento. pdf 18 14. Proteção contra Sobretensão 1.Centelhadores de ar 2.Diodos de proteção 3.Varistores 4.Dispositivos Protetores contra Surtos de tensão (DPS) 5.Para-raios de alta e baixa tensões 19 Dispositivo de dois ou três eletrodos internalizados em um tubo de cerâmica ou de vidro separados por uma distância predeterminada. Dois tipos básicos: A gás A ar (fechados ou abertos) Vantagens: Grande capacidade de dissipação de energia Corrente de fuga desprezível Desvantagens: Lento tempo de resposta (~µs) Corrente residual do surto ou de segmento Se usado isoladamente, pode disparar proteção do circuito ou proteção diferencial devido a corrente de fuga. 20 Protetores contra Sobretensão Centelhador Ou diodo Zener : Trabalham na região reversa de polarização do diodo Parâmetros: Vantagens: Rápido tempo de resposta (~ ps) Corrente de fuga desprezível Desvantagem: Pequena capacidade de dissipação de energia 21 Protetores contra Sobretensão Diodo de proteção Resistência não lineares, onde a elevação da tensão reduz a resistência Curvas e coeficiente Vantagens: Rápido tempo de resposta (~ns) Grande capacidade de dissipação de energia Baixo custo Desvantagem: Corrente de fuga aumenta a cada surto 22 Protetores contra Sobretensão Varistor Conhecido também por “para-raio eletrônico” ou “modulo protetor” Em geral, um DPS é constituído por: 1. Um varistor (SiC ou ZnO) 2. E um dos seguintes componentes: Centelhador (Gás ou ar) Diodo de proteção Filtro Dois centelhadores de dielétricos diferentes em série (chamado “para-raio de expulsão”) Classes: Classe I: sujeitos a descargas atmosféricas diretas Classe II: sujeitos a descargas atmosféricas provenientes da rede de instalação (distribuição 1ª ou 2ª) expostas às descargas diretas ou indiretas Classe III: sujeitos a riscos desprezíveis quanto às descargas atmosféricas 23 Protetores contra Sobretensão Dispositivos Protetores contra Surto de tensão (DPS) Prescrições sobre a utilização de dispositivos contra sobretensões 1. Os dispositivos devem ser dispostos de forma segura para as pessoas e equipamentos do ambiente 2. Especificados de modo a não atuar em tensões iguais ou inferiores à tensão mais elevada da instalação em operação normal 3. Seleção dos dispositivos observando os parâmetros: 1. Tensão nominal da instalação 2. Nível de isolamento da instalação 3. Maneira de ligação do dispositivo 4. Valor máximo da energia dissipada 4. O terminal de terra do dispositivo deve estar ligado por uma das seguintes maneiras: 1. A rede de terra 2. A um eletrodo de aterramento independente 24 Protetores contra Sobretensão Para-raios de alta e baixa tensões Instalados nos terminais de alimentação das unidades consumidoras Entrada da instalação a proteger, recebendo o surto primeiro Capacidade de condução de transientes de grandeenergia ao terra Para-raios de alta tensão: sistemas de transmissão e distribuição Partes: Centelhador série + Mola de compressão + Blocos cerâmicos (SiC/ZnO) + Desligador automático + Protetor contra sobrepressão Para-raios de baixa tensão: sistema de baixa tensão (secundário de trafos de distrib., redes aéreas de baixa, ponto de entrega da unid. consumidora) ZnO ou SiC + Centelhador (série ou paralelo) 25 1. Filtros Passivos ou Ativos a) Passa-baixo b) Passa-alto c) Passa-banda d) Para-banda 2. Filtros harmônicos (passivos ou ativos) 3. Ferrites (aumenta a indutância para frequências mais altas 26 15. Filtro: Proteção contra componentes de frequência específicos Referências bibliográficas (biblioteca) KOWYOURNDJIAN, Ara. Compatibilidade eletromagnética. Editora: Artliber, Coleção MM Editora, 1998. KODALI, V. P. Engineering electromagnetic compatibility: principles, measurements, technologies and computer models. New York: IEEE Press, 2001. PAUL, C. R. Introduction to Electromagnetic Compatibility. Second Edition. New Jersey: John Wiley, 2006. 27
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