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RESPONSABILIDADE SOCIAL 
 
 
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Responsabilidade Social 
A responsabilidade social é quando empresas, de forma voluntária, adotam posturas, comportamentos 
e ações que promovam o bem-estar dos seus públicos interno e externo. É uma prática voluntária pois 
não deve ser confundida exclusivamente por ações compulsórias impostas pelo governo ou por quais-
quer incentivos externos (como fiscais, por exemplo). O conceito, nessa visão, envolve o beneficio da 
coletividade, seja ela relativa ao público interno (funcionários, acionistas, etc) ou atores externos (co-
munidade, parceiros, meio ambiente, etc.). 
Com o passar do tempo, tal concepção originou algumas variantes ou nuances. Assim, conceitos novos 
– muitas vezes complementares, distintos ou redundantes – são usados para definir responsabilidade 
social, entre eles Responsabilidade Social Corporativa (RSC), Responsabilidade Social Empresa-
rial (RSE) e Responsabilidade Social Ambiental (RSA). 
A chamada RSC é, na maioria dos casos, conceito usado na literatura especializada sobretudo para 
empresas, principalmente de grande porte, com preocupações sociais voltadas ao seu ambiente de 
negócios ou ao seu quadro de funcionários. O conceito de RSE, ainda que muitos vejam como sinônimo 
de RSC, tende a envolver um espectro mais amplo de beneficiários (stakeholders), envolvendo aí a 
qualidade de vida e bem estar do público interno da empresa, mas também a redução de impactos 
negativos de sua atividade na comunidade e meio ambiente. Na maioria das vezes tais ações são 
acompanhadas pela adoção de uma mudança comportamental e de gestão que envolve maior trans-
parência, ética e valores na relação com seus parceiros. 
Por fim, o conceito de Responsabilidade Social Ambiental (RSA), talvez mais atual e abrangente, ilustra 
não apenas o compromisso de empresas com pessoas e valores humanos, mas também preocupações 
genuínas com o meio ambiente. Independentemente de que linha ou conceituação utilizar, fica evidente 
que empresas variam bastante – o que muitas vezes é natural e reflete sua vocação como negócio – 
na prioridade a ser dada a questões socioambientais, às vezes focando em certos públicos em detri-
mento de outras ações sociais igualmente relevantes. 
Críticas Em Relação Ao Papel Das Empresas Na Responsabilidade Social 
É importante frisar que o conceito não deve ser confundido com filantropia ou simples assistência so-
cial. Aqui, na lógica do “é melhor ensinar a pescar, do que dar o peixe”, entende-se responsabilidade 
social como um processo contínuo e de melhoria da empresa na sua relação com seus funcionários, 
comunidades e parceiros. Não há viés assistencialista uma vez que há uma lógica embutida de desen-
volvimento sustentável e crescimento responsável. A maior parte das empresas que adotam postura 
socialmente responsáveis auferem um crescimento mais sustentável, ganhos de imagem e visibilidade 
e são menos propícias a litígios ou problemas judiciais. 
Apesar disso, não são poucos os críticos ou céticos desse movimento, que ganhou força principalmente 
nos anos 70 e 80 após uma série de escândalos de imagem e uma sucessão de problemas corporativos 
num ambiente de capitalismo predatório e desumanizado. Um dos maiores críticos a esse engajamento 
crescente das empresas em causas sociais foi o economista Milton Friedman o qual sempre defendeu 
que o propósito de qualquer empresa é a “maximização do lucro” e geração de empregos, não devendo 
portanto substituir atribuições do Estado. 
Se é bem verdade que o conceito foi excessivamente explorado em campanhas publicitárias ou em 
projetos de questionável impacto social, é fato que as empresas ainda necessitam aprimorar sua rela-
ção com a sociedade de maneira a promover um desenvolvimento baseado na ideia do “triple bottom 
line”, ou seja, calcado em um tripé que envolve o meio ambiente, a economia e o social. 
Certificações Socioambientais 
No intuito de estimular a responsabilidade social empresarial, uma série de instrumentos de certificação 
foram criadas nos últimos anos. O apelo relacionado a esses selos ou certificados é de fácil compre-
ensão. Num mundo cada vez mais competitivo, empresas vêm vantagens comparativas em adquirir 
certificações que atestem sua boa prática empresarial. A pressão por produtos e serviços socialmente 
corretos faz com que empresas adotem processos de reformulação interna para se adequarem às nor-
mas impostas pelas entidades certificadoras. Entre algumas das certificações mais cobiçadas atual-
mente enumeramos as seguintes: 
RESPONSABILIDADE SOCIAL 
 
 
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Selo Empresa Amiga da Criança: Selo criado pela Fundação Abrinq para empresas que não utilizem 
mão-de-obra infantil e contribuam para a melhoria das condições de vida de crianças e adolescentes. 
ISO 14000: O ISO 14000 é apenas mais uma das certificações criadas pela International Organization 
for Standardization (ISO). O ISO 14000, parente do ISO 9000, dá destaque às ações ambientais da 
empresa merecedora da certificação. 
AA1000: O AA1000 foi criada em 1996 pelo Institute of Social and Ethical Accountability. Esta certifica-
ção de cunho social enfoca principalmente a relação da empresa com seus diversos parceiros, ou 
“stakeholders”. Uma de suas principais características é o caráter evolutivo já que é uma avaliação 
regular (anual). 
SA8000: A “Social Accountability 8000” é uma das normas internacionais mais conhecidas. Criada em 
1997 pelo Council on Economic Priorities Accreditation Agency (CEPAA), o SA8000 enfoca, primordi-
almente, relações trabalhistas e visa assegurar que não existam ações antissociais ao longo da cadeia 
produtiva, como trabalho infantil, trabalho escravo ou discriminação. 
ABNT-ISO 26000: No dia 1º de novembro de 2010, foi publicada a Norma Internacional ISO 26000 – 
Diretrizes sobre Responsabilidade Social, cujo lançamento foi em Genebra, Suíça. No Brasil, no dia 8 
de dezembro de 2010, a versão em português da norma, a ABNT NBR ISO 26000, foi lançada em São 
Paulo. A norma é de grande utilidade a empresas interessadas em adotar programas de RSE uma vez 
que oferece orientações relacionadas a sete princípios norteadores de responsabilidade social: 
“Accountability”: Ato de responsabilizar-se pelas consequências de suas ações e decisões, respon-
dendo pelos seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente, prestando contas aos 
órgãos de governança e demais partes interessadas declarando os seus erros e as medidas cabíveis 
para remediá-los. 
Transparência: Fornecer às partes interessadas de forma acessível, clara, compreensível e em prazos 
adequados todas as informações sobre os fatos que possam afetá-las. 
Comportamento ético: Agir de modo aceito como correto pela sociedade – com base nos valores da 
honestidade, equidade e integridade, perante as pessoas e a natureza – e de forma consistente com 
as normas internacionais de comportamento. 
Respeito pelos interesses das partes interessadas (stakeholders): Ouvir, considerar e responder aos 
interesses das pessoas ou grupos que tenham um interesses nas atividades da organização ou por ela 
possam ser afetados. 
Respeito pelo Estado de Direito: O ponto de partida mínimo da responsabilidade social é cumprir inte-
gralmente as leis do local onde está operando. 
Respeito pelas Normas Internacionais de Comportamento: Adotar prescrições de tratados e acordos 
internacionais favoráveis à responsabilidade social, mesmo que não que não haja obrigação legal. 
Direito aos humanos: Reconhecer a importância e a universalidade dos direitos humanos, cuidando 
para que as atividades da organização não os agridam direta ou indiretamente, zelando pelo ambiente 
econômico, social e natural que requerem. 
No cenário mundial contemporâneo percebe-se o processar de inúmeras transformações de ordem 
econômica, política, social e cultural que, por sua vez, se adaptam aos novos modelos de relações 
entre instituições e mercados, organizações e sociedade.No âmbito das atuais tendências de relacio-
namento, verifica-se a aproximação dos interesses das organizações e os da sociedade resultar em 
esforços múltiplos para o cumprimento de objetivos compartilhados. 
Sendo assim os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram início nos Estados 
Unidos, na década de 50, e na Europa, nos anos 60.[1] As primeiras manifestações sobre este tema 
surgiram, no início do século, em trabalhos de Charles Eliot (1906), Arthur Hakley (1907) e John Clarck 
(1916). No entanto, tais manifestações não receberam apoio, pois foram consideradas de cunho soci-
alista. Foi somente em 1953, nos Estados Unidos, com o livro Social Responsabilities of the Business-
man, de Howard Bowen, que o tema recebeu atenção e ganhou espaço. 
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Na década de 70, surgiram associações de profissionais interessados em estudar o tema: American 
Accouting Association e American Institute of Certified Public Accountants. É a partir daí que a respon-
sabilidade social deixa de ser uma simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo. A 
responsabilidade social revela-se então um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das 
empresas. 
Segundo o Livro Verde da Comissão Europeia (2001), a responsabilidade social é um conceito se-
gundo o qual, as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa 
e para um ambiente mais limpo. 
Com base nesse pressuposto, a gestão das empresas não pode, e/ou não deve, ser norteada apenas 
para o cumprimento de interesses dos proprietários das mesmas, mas também pelos de outros deten-
tores de interesses como, por exemplo, os trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os forne-
cedores, as autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em geral. 
Afirma Carlos Cabral-Cardoso (2002) que o conceito de responsabilidade social deve ser entendido a 
dois níveis. O nível interno relaciona-se com os trabalhadores e, mais genericamente, a todas as partes 
interessadas afetadas pela empresa e que, por seu turno, podem influenciar no alcance de seus resul-
tados. 
O nível externo tem em conta as consequências das ações de uma organização sobre os seus compo-
nentes externos, nomeadamente, o ambiente, os seus parceiros de negócio e meio envolvente. Fatores 
que originaram o conceito a RSE São diversos os fatores que deram origem à necessidade de se 
observar uma responsabilidade acrescida das organizações. 
Num contexto da globalização e de mutação industrial em larga escala, emergiram novas preocupações 
e expectativas dos cidadãos, dos consumidores, das autoridades públicas e dos investidores. 
Os indivíduos e as instituições, como consumidores e/ou como investidores, adotam, progressivamente 
critérios sociais nas suas decisões (ex: os consumidores recorrem aos rótulos sociais e ecológicos para 
tomarem decisões de compra de produtos). 
Os danos causados ao ambiente pelas atividades econômicas, (ex: marés negras, fugas radioativas) 
tem gerado preocupações crescentes entre os cidadãos e diversas entidades coletivas, pressionando 
as empresas para a observância de requisitos ambientais e exigindo a entidades reguladoras, legisla-
tivas e governamentais a produção de quadros legais apropriados e a vigilância da sua aplicação. 
Os meios de comunicação social e as modernas tecnologias da informação e da comunicação têm 
sujeitado a atividade empresarial e econômica a uma maior transparência. Daqui tem resultado um 
conhecimento mais rápido e mais profundo das ações empresariais – tanto as socialmente irresponsá-
veis (nefastas) como as que representam bons exemplos (e que, por isso, são passíveis de imitação) 
– com consequências notáveis na reputação e na imagem das empresas. 
Face ao atual contexto econômico débil, muitas empresas começaram a implementar e a desenvolver 
a sua responsabilidade social, oferecendo os seus produtos ou serviços a classes mais carenciadas. 
Potenciam o seu aumento de notoriedade empresarial ao contribuírem na ajuda social, conceito muito 
em voga e por outro lado, desta forma publicitam gratuitamente. 
Responsabilidade Social diz respeito ao cumprimento dos deveres e obrigações dos indivíduos e em-
presas para com a sociedade em geral. 
Existem várias outras definições para o termo responsabilidade. Podemos citar, entre elas, as seguin-
tes: 
Alguns sociólogos entendem como sendo responsabilidade social a forma de retribuir a alguém, por 
algo alcançado ou permitido, modificando hábitos e costumes ou perfil do sujeito ou local que recebe o 
impacto. 
Podemos citar um exemplo: A implantação de uma fábrica em uma determinada localidade, cujo espaço 
era utilizado pelos moradores como pasto para seus animais, ocasionando perda desse acesso, exi-
gindo a criação de novas forma de alcançar o que estava posto e estabelecendo um novo cenário para 
o local. 
RESPONSABILIDADE SOCIAL 
 
 
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Como compensar aos nativos e a natureza por essa "invasão"? Aplica-se no caso atos contínuos que 
possam de uma forma adequada compatibilizar a perda dos antigos moradores com meios compensa-
tórios de forma a evitar o máximo mudanças bruscas. 
Observe-se que há outras interpretações. 
Um outro exemplo: 
Uma empresa que patrocina um time de futebol ou vôlei que supostamente tem condições de se manter 
sozinho é responsabilidade social? 
Sim, desde que a relevância do fato de determinada empresa efetuar tal patrocínio tenha relevância 
social e seja de amplo aspecto de aplicação. Tornando mais fácil ao acesso da educação, esporte, 
cultura, entre outros a comunidade local envolvida. 
Responsabilidade Social Corporativa 
É o conjunto amplo de ações que beneficiam a sociedade e as corporações que são tomadas pelas 
empresas, levando em consideração a economia, educação, meio ambiente, saúde, transporte, mora-
dia, atividade locais e governo, essas ações otimizam ou criam programas sociais,trazendo benefício 
mútuo entre a empresa e a comunidade, melhorando a qualidade de vida dos funcionários, quanto da 
sua atuação da empresa e da própria população. 
Responsabilidade Social Empresarial é a forma de gestão ética e transparente que tem a organização 
com suas partes interessadas, de modo a minimizar seus impactos negativos no meio ambiente e na 
comunidade. Ser ético e transparente quer dizer conhecer e considerar suas partes interessadas obje-
tivando um canal de diálogo. 
Uma organização voltada para o desenvolvimento sustentável ela planeia nos seus negócios um hori-
zonte multidimensional, que engloba e assegura os direitos civis, políticos, econômicos, sociais, cultu-
rais e ambientais, na medida em que todos fazem parte de um sistema de obtenção de uma economia 
solidária. 
Visões De Responsabilidade Social 
De acordo com Melo Neto e Froes (2001), a melhor maneira de analisar o conceito de responsabilidade 
social empresarial é identificando as diversas visões existentes, apresentadas a seguir: 
A responsabilidade social como atitude e comportamento empresarial ético e responsável: É dever e 
compromisso da organização assumir uma postura transparente, responsável e ética em suas relações 
com os seus diversos públicos (governo, clientes, fornecedores, comunidade, etc.) 
A responsabilidade social como um conjunto de valores: Não incorpora apenas conceitos éticos, mas 
uma série de outros conceitos que lhe proporciona sustentabilidade, como por exemplo, autoestima 
dos funcionários, desenvolvimento social e outros. 
A responsabilidade social como postura estratégica empresarial: A busca da responsabilidade social é 
vista como uma ação social estratégica que gera retorno positivo aos negócios, ou seja, os resultados 
são medidos através do faturamento, vendas e market share. A responsabilidade social como estraté-
gia de relacionamento: Voltado na melhoria de qualidade do relacionamento com seus diversos públi-
cos-alvo, a responsabilidade social é usadacomo estratégia de marketing de relacionamento, especi-
almente com clientes, fornecedores e distribuidores. 
A responsabilidade social como estratégia de marketing institucional: O foco está na melhoria da ima-
gem institucional da empresa. São os ganhos institucionais da condição de empresa-cidadã que justi-
ficam os investimentos em ações sociais encetadas pela empresa. 
A responsabilidade social como estratégia de valorização das ações da empresa (agregação de valor): 
Para Georgete Pereira, “a reputação de uma empresa e o valor de suas ações no mercado andam 
juntos” (CECATO, 2000 apud MELO NETO E FROES, 2001, p.40). Uma pesquisa feita por esta orga-
nização identificou que 70% do valor de mercado de uma empresa depende de seus resultados finan-
ceiros. Os outros 30% dependem da sua reputação no mercado. 
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A responsabilidade social como estratégia de recursos humanos: As ações são focadas nos colabora-
dores e nos seus dependentes, com o objetivo de satisfazê-los e consequentemente reter seus princi-
pais talentos e aumentar a produtividade. 
A responsabilidade social como estratégia de valorização de produtos/serviços: O objetivo não é ape-
nas comprovar a qualidade dos produtos/serviços da empresa, mas também proporciona-lhes o status 
de “socialmente corretos”. 
A responsabilidade social como estratégia de inserção na comunidade: A empresa busca aprimorar 
suas relações com a comunidade e a sociedade e também a definição de novas formas de continuar 
nela inserida. A responsabilidade social como estratégia social de desenvolvimento na comunidade: A 
responsabilidade social é vista como uma estratégia para o desenvolvimento social da comunidade. 
Dessa forma, a organização passa a assumir papel de agente do desenvolvimento local, junto com 
outras entidades comunitárias e o próprio governo. 
A responsabilidade social como promotora da cidadania individual e coletiva: A empresa, mediante 
suas ações, ajuda seus colaboradores a se a tornarem verdadeiros cidadãos e contribui para a promo-
ção da cidadania na sociedade e na comunidade. 
A responsabilidade social como exercício de consciência ecológica: A responsabilidade social é vista 
como responsabilidade ambiental. A empresa investe em programas de educação e preservação do 
meio ambiente, e consequentemente, torna-se uma difusora de valores e práticas ambientalistas. A 
responsabilidade social como exercício de capacitação profissional: Neste caso, o exercício de respon-
sabilidade social se dá com a capacitação profissional dos membros da comunidade e empregados da 
empresa. 
A responsabilidade social como estratégia de integração social: Esse conceito parte do pressuposto de 
que o maior desafio histórico da nossa sociedade atual é o de criar condições para que se atinja a 
efetiva inclusão social no país. 
Responsabilidade Social tem um conceito amplo, com muitos significados e sinônimos, cidadania cor-
porativa, desenvolvimento sustentável, crescimento sustentável, sustentabilidade, capitalismo susten-
tável, filantropia empresarial, marketing social e ativismo social empresarial. Todos estes desfechos 
referem-se em geral ao conjunto de ações estabelecidas por empresas em relação a sociedade que 
transitam a esfera direta da sua atividade econômica ( Joana Garcia,2004). 
A responsabilidade social de uma empresa melhora a sua comunicação com a sociedade por uma 
simples razão: a partir do momento em que a empresa está convencida do seu papel social e se orienta 
para a melhoria contínua dessa sociedade, este esforço resulta apenas num constante fortalecimento, 
que aumenta e reforça o seu conceito junto dessa mesma sociedade. 
Percebe-se então que inúmeras são as interpretações e definições de Responsabilidade Social Em-
presarial, e que cada empresa acaba atuando de uma forma perante si e a sociedade. 
Em geral, não há um significado preciso de responsabilidade social, surgindo assim, conhecimentos 
teóricos com diferentes conceituações – responsabilidade social como obrigação social (Friedman, 
1970); responsabilidade social como aprovação social (Davis e Blomstrom, 1975) e responsabilidade 
social como abordagem sistêmica dos stakeholders (Zadek, 1998). 
Críticas, Debates E Preocupações 
Os críticos da RSE (Responsabilidade Social Empresarial), debatem com os seus defensores uma série 
de preocupações relacionadas com o seu âmbito. Inclui entre outras a relação da RSE como propósito 
fundamental e a natureza dos motivos de negócios, bem como a questionabilidade dos motivos para a 
prática de RSE, incluindo as preocupações sobre falsidade e hipocrisia. 
Atualmente a temática Responsabilidade Social e as suas implicações é muito comentada. Mas o que 
é Responsabilidade Social em sua essência? O que compreende em um todo? O que levou ao seu 
aparecimento? Qual a importância RSE, hoje, para as empresas e a sociedade? Qual é o papel da 
RSE nas empresas ? Qual é a responsabilidade das empresas defronte dos problemas sociais e am-
bientais que a sociedade encara? 
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Natureza Do Negócio 
Milton Friedman e outros têm argumentado que objetivo da empresa é maximizar o retorno aos seus 
acionistas, e que já que só as pessoas podem ter responsabilidade social, as empresas são responsá-
veis apenas perante os seus acionistas e não para a sociedade como um todo. Apesar de aceitar que 
as empresas devem obedecer às leis dos países em que atuam, eles afirmam que as empresas não 
têm outra obrigação para a sociedade. 
Algumas pessoas percebem que a RSE é incongruente com a própria natureza e finalidade do negócio, 
e de facto um obstáculo ao comércio livre. Aqueles que afirmam que a RSE é incompatível com o 
capitalismo, mas em favor do neoliberalismo argumentam que as melhorias na saúde, longevidade e / 
ou de mortalidade infantil foram criadas pelo crescimento econômico atribuído à livre iniciativa. 
Os críticos desse argumento entendem que o neoliberalismo se opõe ao bem-estar da sociedade e é 
um obstáculo à liberdade humana. Eles afirmam que o tipo de capitalismo praticado em muitos países 
em desenvolvimento é uma forma de imperialismo econômico e cultural, destacando que esses países 
normalmente têm menos proteção do trabalho e, portanto, os seus cidadãos estão em maior risco de 
exploração por empresas multinacionais. 
Entre estes dois pólos existe uma grande variedade de posições. Muitas tradições religiosas e culturais 
sustentam que a economia existe para servir os seres humanos, pelo que todas as entidades econô-
micas têm uma obrigação para a sociedade. 
Além disso, muitos defensores da RSE apontam as potencialidades para melhorar significativamente, 
a longo prazo, a rentabilidade das empresas, pois reduz os riscos e ineficiências, oferecendo uma série 
de vantagens, tais como a reputação da marca e maior envolvimento dos colaboradores. 
Estudiosos inferem que as empresas que investem no social e acompanham a moda tanto mercadoló-
gica quanto legal, estão alterando seus próprios conceitos, pois evoluem a qualidade de vida dos seus 
funcionários, da colectividade e, como resultado, tem maior produtividade e aceitação social. 
Alguns críticos acreditam que os programas de RSE são realizadas por empresas para distrair o público 
de questões éticas decorrentes de suas operações centrais. Eles argumentam que algumas empresas 
começam programas de RSE para o benefício comercial que beneficiam com o aumento da sua repu-
tação com o público ou com o governo. Eles sugerem que as empresas que existem apenas para 
maximizar os lucros são incapazes de defender os interesses da sociedade como um todo. 
Críticos preocupados com a hipocrisia e falsidade corporativa geralmente sugerem que uma regulação, 
aplicação e fiscalização internacionais, ao invés de medidas voluntárias, é que são necessárias para 
garantir que as empresas se comportem de forma socialmente responsável. 
Outros, como PatriciaWerhane, argumentam que a RSE deve ser considerado mais como uma res-
ponsabilidade corporativa moral, e limitar o alcance da RSE, centrando-se mais sobre os impactos 
diretos da organização, visto através de uma perspectiva de sistemas para identificar as partes interes-
sadas. 
Luiz Ramos, um dos maiores especialistas brasileiros em Segurança, Meio Ambiente e Responsabili-
dade Social, que atualmente vem desenvolvendo um amplo trabalho de preparação de empresas vi-
sando certifica-las em diferentes Normas Auditáveis, atuando em cidades como São Paulo, Curitiba, 
Rio de Janeiro, Porto Alegre e outras, escreveu em artigo publicado recentemente que “emparedados, 
canalizados, esgotados (em todos os sentidos que esta palavra permite), ainda assim os rios resistem”. 
Busco nesta frase do excelente autor uma forma de mostrar a importância de reciclar os conhecimen-
tos, aprimorando os conceitos de Cultura Organizacional (resistência; luta; domínio!) para a implemen-
tação da Responsabilidade Social não como um modismo, mas como uma bandeira inquestionável. 
Como um valor presente e irremovível! No artigo “Corporate Social Responsibility” (CARROLL, 1999), 
demonstrou que na literatura, o conceito de responsabilidade social é o mesmo no passado e no pre-
sente; o que mudou são as questões encaradas pelas empresas e as práticas de responsabilidade 
social, principalmente porque a sociedade mudou e as empresas mudaram, e, consequentemente, as 
relações entre a sociedade e as empresas. 
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As organizações que implementam a RSE beneficiam da proteção e fortalecimento da imagem da 
marca e da sua reputação, favorecendo a imagem da organização, pois a credibilidade passa a ser 
uma importante vantagem, um diferencial competitivo no mundo globalizado. 
A responsabilidade Social Empresarial gera a atração de investidores, uma vez que muitos investidores 
individuais e institucionais percebem que o retorno é garantido nas empresas socialmente responsáveis 
e a dedução fiscal, onde as empresas podem abater nos impostos, o valor utilizado em atividades 
sociais. 
O Consumo Ético 
O aumento da popularidade do consumo ético nas últimas duas décadas pode estar ligada à ascensão 
da RSE. Os consumidores estão cada vez mais conscientes das implicações ambientais e sociais das 
suas decisões de consumo do dia-a-dia e, portanto, começam a tomar decisões de compra em que é 
fator decisório as suas preocupações ambientais e éticas. No entanto, esta prática está longe de ser 
coerente ou universal. 
Segundo alguns estudiosos a ética é um fator importante na garantia da competitividade das empresas. 
A Responsabilidade Social é a ética que vêm movimentando um grande número de organizações, caso 
que deve servir de reflexão, pois, mostra ser o caminho a percorrer para a sustentabilidade, para o 
êxito empresarial e a edificação de uma sociedade mais desenvolvida e justa. 
A Globalização E As Forças De Mercado 
Responsabilidade Social Empresarial é um dos novos fenômenos de mercado proveniente da globali-
zação da economia. Ao longo dos ciclos históricos, tivemos a empresa orientada sucessivamente para 
o produto, para o mercado e depois para o cliente. Agora a empresa encontra-se orientada para o 
social. 
Conforme as empresas procuram crescer através da globalização, elas têm encontrado novos desafios 
que impõem limites ao seu crescimento e lucros potenciais. As regulamentações dos governos, as 
tarifas, as restrições e normas ambientais diferentes do que constitui a "exploração do trabalho" são 
problemas que podem custar milhões de euros às organizações. 
Algumas questões éticas são vistas simplesmente como um estorvo caro, enquanto algumas empresas 
utilizam metodologias RSE como uma táctica estratégica para obter apoio público para a sua presença 
nos mercados globais, ajudando-as a sustentar uma vantagem competitiva usando suas contribuições 
sociais para proporcionar um nível subconsciente de publicidade. 
(Fry, Keim, Meiners 1986,) A concorrência global coloca uma grande pressão sobre as empresas mul-
tinacionais para analisar não só as suas próprias práticas de trabalho, mas os de toda a sua cadeia, a 
partir de uma perspectiva de RSE. 
A responsabilidade social é um conceito amplo, relativo a empresas que além de manterem o seu ne-
gócio, se preocupam com o desenvolvimento social de todas as pessoas ou coisas envolvidas em sua 
cadeia de produção como comunidade, consumidores, meio ambiente, governo, etc. 
Esse conceito, disseminado a partir da década de 1990, no decorrer dos tempos tem sido distorcido 
em benefício de pequenos grupos para ganharem vantagem competitiva. Esse tema só começou a ser 
discutido na primeira década do século XX por Charles Eliot, John Clarck e Arthur Hakley, apesar de 
não ter evoluído, pois as ideias desses pensadores eram consideradas de caráter socialista. 
Foi nos Estados Unidos, em 1953 com o livro Social Responsabilities of the Businessman, escrito 
por Howard Bowen que o conceito começou a se expandir e já na década de 70 surgem instituições 
famosas dos EUA para aprofundar o estudo sobre o tema. 
Quando falamos de responsabilidade social, já associamos às empresas que ajudam instituições ca-
rentes com doações, desenvolvem projetos que ajudem as pessoas necessitadas. Mas o conceito é 
muito mais amplo do que isso. Não é somente doar materiais e recursos financeiros que uma pessoa 
estará exercendo a sua responsabilidade social. 
RESPONSABILIDADE SOCIAL 
 
 
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A empresa, antes de mais nada, deve de maneira ética e transparente, defender acima de tudo os 
valores e princípios da sociedade, além de criar estratégias e projetos responsáveis que atenda a todos 
os setores que está relacionada (público interno e externo). 
As doações feitas pelas empresas à instituições são ações sociais consideradas filantrópicas (ajudar, 
dar assistência). Muitas dessas ações são esporádicas, causando uma ruptura na comunidade, já que 
a empresa não dá continuidade ao processo. Ex.: A campanha do agasalho no inverno. 
Em responsabilidade social, a empresa deve buscar de forma estratégica, soluções para atender as 
necessidades sociais para que tanto o lucro da empresa, quanto o bem estar da sociedade e a satisfa-
ção do cliente sejam atendidos, ou seja, tanto sociedade, quanto empresa se comprometem gerando 
um relacionamento sólido e repleto de benefícios e desenvolvimento da sociedade. 
Com as mudanças sociais e tecnológicas ocorrendo no mundo, essa nova forma de pensar, adotada 
por algumas empresas, tornam-se o seu diferencial e ela se torna mais competitiva frente aos seus 
concorrentes. 
Esse novo conceito reforça os princípios éticos, culturais, econômicos e a transparência nas relações 
sociais e se torna uma nova forma de gestão empresarial que envolve o desenvolvimento sustentá-
vel com a utilização do lixo reciclável, a redução na emissão de poluentes e o uso de energias renová-
veis, como a substituição da energia elétrica por aquecedor solar. 
No Conselho Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, realizado em 1998, na Holanda, esse con-
ceito foi abordado e inserido na pauta como fundamental para o desenvolvimento econômico dos paí-
ses em harmonia com a qualidade de vida da sociedade como um todo. Uma forma de responsabilidade 
socioambiental, sem comprometer um futuros das próximas gerações, é o pensar de modo sustentável. 
Para contribuir então de forma efetiva, uma empresa deve pensar em práticas de Governança Corpo-
rativa. De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, é um sistema pelo qual as 
organizações são geridas, monitoradas e incentivadas no relacionamento entre todos os níveis empre-
sariais para garantir o seu desenvolvimento e preservar os seus princípios. 
Para tanto, são essenciais a busca de princípios como transparência (disponibilizar a informação certa 
a todas as partes interessadas), equidade (tratar a todos de formajusta), prestação de contas (se res-
ponsabilizar por seus atos e omissões), responsabilidade corporativa (os líderes devem zelar pela sus-
tentabilidade incorporando-a nas operações e nos negócios). 
Veja algumas práticas de responsabilidade socioambiental: 
1. Cuidar e respeitar o meio ambiente; 
2. Planejar ações que incentive o desenvolvimento sustentável; 
3. Exercer os princípios de governança corporativa, tanto dentro, quanto fora da empresa; 
4. Fazer parcerias com entidades não governamentais, ou seja, criar redes responsáveis; 
5. Realização de projetos voluntários ou doações de recursos para a comunidade. Essa ação é cha-
mada de Investimento Social Privado. 
No Brasil, a preocupação com a responsabilidade social surgiu na década de 60 a partir de vários 
movimentos empresariais de incentivo à pratica de ações sociais. 
Assim, surgiram a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE) em São Paulo; a Fundação 
Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES); o Instituto Brasileira de Análises Sociais e 
Econômicas (IBASE); Grupo Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), o Instituto Ethos de Empresas 
e Responsabilidade Social, dentre outros. 
Este último, foi uma das principais instituições a promover e incentivar o pensamento responsável den-
tro das empresas, criando práticas e políticas relacionada aos negócios e trabalhando em conjunto com 
a sociedade. 
RESPONSABILIDADE SOCIAL 
 
 
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A partir daí, várias empresas começaram a criar suas fundações e institutos. Inicialmente, essas práti-
cas foram vistas com maus olhos, uma forma de marketing empresarial apenas para autopromoção. 
Depois, o conceito foi ajustado, e muitas delas criaram seus projetos e ações e a responsabilidade 
social passou a gerar um retorno não somente em dinheiro para a empresa, mas um lucro social. 
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