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Aula_5_Governanca de TI e Compliance_13_09_2021_pre_aula_pre_aula_pre_aula

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PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DIGITAL E COMPLIANCE 
 
MÓDULO GOVERNANÇA DE T.I. E COMPLIANCE 
 
1. Material pré-aula 
 
a. Tema 
 
Governança, Ética e Compliance – Parte 02 
 
b. Noções Gerais 
 
Governança corporativa, telecomunicações e compliance: uma 
visão prática. 
 
Quando aplicado ao contexto das telecomunicações, o objetivo da 
Governança Corporativa é garantir o uso eficiente dos infindáveis 
recursos e suporte aos processos executados. Principalmente numa 
fase de economia em crise, a racionalização do uso de tais 
ferramentas, essenciais no cotidiano das empresas, tem importância 
vital. 
 
Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) a 
Governança Corporativa “é o sistema pelo qual as sociedades são 
dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre 
Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, 
Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de 
governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor 
da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a 
sua perenidade.” 
 
O termo Governança Corporativa, segundo o Dicionário de 
Cambridge: “the way in which a company is managed by the people 
who are working at the highest level in it: good/poor, etc. corporate 
governance Effective corporate governance will contribute decisively 
to a company's success. Prior to my appointment as corporate 
governance officer, I worked on the strategy for our biggest 
acquisition deal ever.” 
 
	
 
Inclusive, merece destacar que segundo a Organização para 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), uma efetiva 
gestão de Governança Corporativa visa e propõe garantir que as 
empresas usem seus recursos de forma eficaz, ou seja, “um 
conjunto de relacionamentos entre a gerência da companhia, 
seus acionistas, credores e demais stakeholders, fornecendo a 
estrutura pela qual os objetivos da companhia são 
estabelecidos.” 
 
Conforme aponta Emerson Dorow, ao colocar a Governança 
Corporativa em prática, relacionada especificamente com sistemas e 
processos tecnológicos, temos a governança de TI: 
 
Governança de TI é um conjunto de práticas, padrões e 
relacionamentos estruturados, assumidos por executivos, gestores, 
técnicos e usuários de TI de uma organização, com a finalidade de 
garantir controles efetivos, ampliar os processos de segurança, 
minimizar os riscos, ampliar o desempenho, otimizar a aplicação de 
recursos, reduzir os custos, suportar as melhores decisões e 
consequentemente alinhar TI aos negócios. 
 
Dessa forma, quando a governança de TI é colocada em prática, 
auxiliando no gerenciamento dos projetos de telecomunicações, que 
abrangem desde a telefonia móvel e fixa até a rede de transmissão 
de dados, o atingimento das metas (prazo, orçamento e escopo) fica 
mais viável, pois as ações são gerenciadas com maior maturidade e 
seriedade, vinculadas aos regulamentos e leis vigentes (governança e 
compliance). 
 
Segundo Júlio César de Oliveira Medeiros (2005) aponta o seguinte 
questionamento, eficaz para a compreensão da temática: “mas o que 
são telecomunicações?” 
 
As telecomunicações constituem o ramo da engenharia elétrica que 
trata do projeto, de implantação e da manutenção dos sistemas de 
comunicações e têm por objetivo principal atender a necessidade do 
ser inteligente de se comunicar a distância. É comum omitirse o 
prefixo tele e usar apenas comunicações. Através dos sistemas de 
comunicações os assinantes, usuários ou correspondentes trocam 
informações, operando equipamentos terminais, elétricos ou 
	
 
eletrônicos, tecnicamente compatíveis com o sistema. As informações 
fluem pelos canais de comunicações fio, rádio (espaço livre) ou fibra 
óptica, na forma de sinais elétricos ou eletromagnéticos. Em 
princípio, as informações, quando recebidas pelos respectivos 
destinatários, são interpretadas e geram respostas ou, pelo menos, a 
confirmação do recebimento. Por este motivo sempre é utilizado o 
termo telecomunicações, no plural. 
 
Na rotina das empresas são incontáveis os empregos das 
telecomunicações e, na medida em que a oferta de produtos e 
serviços cresceu, também cresceu a necessidade de melhor gerenciá-
los. E há, ainda, a segmentação, em razão da especificidade de cada 
produto: telefonia fixa ou móvel, links de dados, satélites de 
comunicações, serviço de 0800, VoIP, links de comunicação, 
acesso internet, etc. 
 
Como expõe Augusto Nellessen, muitas organizações pagam por 
serviços pelos quais não precisam ou deixaram de utilizar, como 
celulares de ex-funcionários e links superestimados. Esse descontrole 
tende a crescer com a disseminação do uso de dispositivos móveis e 
prejudicar o resultado financeiro das áreas de Telecomunicações em 
empresas privadas denotando uma má gestão de recursos por parte 
dos seus gestores diretos. 
 
Portanto, nota-se a relevância da Governança Corporativa, mais 
especificamente a Governança de TI, na gestão destes serviços. As 
empresas com uma governança de TI estruturada e eficiente podem 
ter lucros acima de 20% superiores a empresas com a mesma 
estratégia, mas com má governança ou sem governança. 
 
A governança corporativa aplicada às telecomunicações pode utilizar 
algumas ferramentas disponíveis atualmente. Entre elas, podemos 
citar: ISO 31000, ISO 9000, COSO ERM, ISO 38500, ISO 27000, 
ISSO 20000, PMBOK, MPS.BR, CMMI, Scrum e outros. 
 
Ainda, temos os modelos que são referências em Governança de TI, 
como o COBIT e o ITIL. Outros podem ser chamados de 
frameworks (estrutura de instruções que auxilia uma TI na 
implantação, suporte, manutenção, gerenciamento, controle, etc. de 
uma TI). Abaixo: 
	
 
 
Bibliotecas, que funcionam como manuais de boas práticas: 
 
• COBIT (Control Objectives for Information and Related 
Technology): framework criado pela ISACA, que permite que a 
empresa visualize a importância da TI, pois como sua estrutura se 
baseia em indicadores de performance, pode-se monitorar como a TI 
está agregando de valor aos negócios. 
 
O COBIT é um modelo e uma ferramenta de suporte que permite aos 
gerentes suprir as deficiências com respeito aos requisitos de 
controle, questões técnicas e riscos de negócios, comunicando esse 
nível de controle às partes interessadas. 
 
É responsável por habilitar o desenvolvimento de políticas claras e 
boas práticas para controles de TI em toda a empresa. O COBIT é 
atualizado continuamente e harmonizado com outros padrões e 
guias. Assim, o COBIT tornou-se o integrador de boas práticas de TI 
e a metodologia de governança de TI que ajuda no entendimento e 
gerenciamento dos riscos e benefícios associados com TI.A estrutura 
de processos do COBIT e o seu enfoque de alto nível orientado aos 
negócios fornecem uma visão geral de TI e das decisões a serem 
tomadas sobre o assunto e que os benefícios de programar como um 
modelo de governança de TI, segundo expõe Andressa Barbosa e 
outros (2011). 
 
Como destaca Andressa Munhoz Barbosa (2011), os domínios do 
COBIT são: 
 
• Planejar e Organizar (Planning and Organization): provê 
direção para entrega de soluções, (AI) e entrega de serviços (DS) 
recebe as soluções e as tornas certas pelo usuário finais. Definir o 
plano estratégico do TI, definir a arquitetura e informação, 
direcionamento tecnológico, gerenciar investimentos, riscos, 
gerenciar projetos e da qualidade. 
 
• Aquisição e Implementação (Acquisition and 
Implementation): provê as soluções e as transfere, para entrega 
serviços, identificam soluções automatizadas a serem aplicadas ou 
reutilizadas na corporação, aquisição e manutenção de sistemas e de 
	
 
infraestruturas, desenvolvimento e mapeamento de procedimentos 
nos sistemas, instalação e gerência de mudanças. 
 
• Entregar e Suportar (Delivery and Support): recebe as 
soluções e as torna passíveis, de uso pelos usuários finais, tratamda 
definição dos níveis de serviços gerência de fornecedores integrados 
às atividades; garantiam de desempenho, continuidade e segurança 
de sistemas; treinamento de usuários; alocação de custos de 
serviços; gerência de configuração; gerência de dados, problemas e 
incidentes. 
 
• Monitoramento (Monitoring): monitorar todos os processos 
para garantir que a direção definida seja seguida, trata-se da 
supervisão das atividades dos outros processos; adequações 
realizadas na empresa para garantia de procedimentos operacionais; 
coleta e análise de dados operacionais e estratégicos para auditoria e 
para controle da organização. 
 
• ITIL (Information Technology Infrastructure Library): 
framework criado para uso dos departamentos da TI do governo do 
Reino Unido e consiste de 24 volumes disponíveis às partes 
interessadas, e possui um número de módulos de gerenciamento de 
serviços que abrange tópicos que incluem: operações de acolhimento 
ao atendimento, gerenciamento do problema, gerenciamento de 
mudança, controle e distribuição do software, gerenciamento dos 
níveis de serviço (SLM – Service Level Management), gerenciamento 
de custo, gerenciamento de capacidade, planejamento de 
contingência, gerenciamento de configuração e gerenciamento de 
disponibilidade. 
 
Os volumes fornecem uma metodologia para definição, comunicação, 
planejamento, implantação e serviços de revisão para serem 
entregues pelo departamento da TI e incluem ainda orientações, 
diagramas de processo, descrição do trabalho e discussões sobre os 
benefícios, custos e problema potenciais. 
 
Metodologias 
 
• PMBOK (Project Management Body of Knowledge): utilizado 
após o planejamento de governança, de modo a garantir que tudo 
	
 
aconteça dentro do previsto, tanto em relação a prazos e custos 
como quanto a efeitos desejados (gerenciamento de projetos). É a 
partir dele que são definidos e acompanhados os investimentos na 
área de TI, assim como a definição para gerenciamento da qualidade. 
Também envolve a análise de riscos, de modo que o empreendimento 
seja capaz de passar por partes como estratégia, desenho, transição, 
operação e melhoria do serviço — como acontece no caso da 
aplicação de ITIL. 
 
• COSO ERM (Committee of Sponsoring Organizations of the 
Treadway Commission - Enterprise Risk Management): framework 
cujo objetivo é prover um “conforto” com relação a conquista dos 
objetivos de um negócio, identificando eventos que possam afetar a 
entidade e direcionando a sua gestão para que estes permaneçam 
dentro do “apetite” a riscos de seus acionistas. (...) ERM também 
pode ser descrito como uma abordagem baseada no risco para a 
gestão de uma empresa, integrando conceitos de controle interno, a 
Lei Sarbanes-Oxley, e planejamento estratégico. 
 
• Val IT (IT Value Delivery): framework abrangente, pois trata-
se de conjunto de princípios de governança e práticas comprovadas, 
processos, técnicas, guias e diretrizes de apoio que ajudam o 
conselho, equipes de gerenciamento executivo e outros líderes 
empresariais que otimizam a realização de valor dos investimentos 
em TI. 
 
Com a adoção dessas ferramentas, o resultado é a agregação de 
valor ao negócio, a partir da implantação de práticas 
internacionalmente reconhecidas e recomendadas. 
 
É importante ressaltar, como expõe Augusto Nellessen, atualmente, 
não existe um framework de Governança voltado para a área de 
Telecomunicações, com isso, não existe hoje uma cultura de 
Governança difundida com objetivos claros para esta área, mas é 
possível constatar que algumas práticas compreendidas 
dentro do escopo de governança e compliance podem ajudar 
na gestão de custos e de valor na área de Telecomunicações 
mesmo sendo um conjunto de melhores práticas genéricas. 
Ainda, Nellessen indica os possíveis resultados de uma governança 
	
 
bem estruturada e efetiva aliada a um programa de compliance 
efetivo: 
 
ü Redução do tempo de incidentes, paradas não programadas 
(outages) à quase zero, ou tendendo a zero, paradas não 
programadas normalmente impactam o negócio e geram perdas 
financeiras (...); 
 
ü Encontrar o equilíbrio entre a necessidade de recursos por 
parte do negócio e a disponibilização dos mesmos por parte da TI; 
 
ü Na melhor oferta de SLA por necessidade de negócio 
através do entendimento que para aumentar a disponibilidade 
fatalmente serão empregados mais recursos, quer sejam 
equipamentos ou pessoas, e estas variáveis impactam diretamente 
nos custos da TI que são assumidos pelo negócio; 
 
ü Focar primordialmente em projetos de inovação com objetivos 
de redução de TCO (Total Cost of Ownership) e com retorno 
garantido, como por exemplo VoIP, LCR, TEM etc; 
 
ü Modernizar tecnologias obsoletas que gerem custos 
excessivos. 
 
No cenário atual, em que tanto o crescimento da Tecnologia da 
Informação quanto das Telecomunicações é exponencial, é gritante a 
necessidade de que os controles acompanhem este crescimento. Para 
tanto, é preciso incrementar os processos e administrar os sistemas 
já existentes, bem como a demanda, por intermédio da governança 
corporativa, de TI e o compliance. 
 
PARA RELEMBRAR: Governança, Ética e Compliance 
 
Para Kelsen (2009) a ética é a disciplina dirigida ao conhecimento e 
descrição da Moral, sendo esta um conjunto de normas sociais que 
regula a conduta humana e está indissociavelmente ligada à questão 
da justiça, ou seja, “na medida em que a Justiça é uma 
exigência da Moral, na relação entre a Moral e o Direito está 
contida a relação entre a Justiça e o Direito.” 
 
	
 
A ética aplicada aos negócios, chamada ética empresarial, nada 
mais é que o conjunto de valores que regem uma empresa e formam 
uma filosofia organizacional. Essa filosofia possui princípios 
orientadores das ações dos funcionários, da tomada de decisões pela 
alta administração e das relações da empresa com seus diversos 
públicos. A ética empresarial pode ser entendida como sendo um 
conjunto de comportamentos explicitados pelas organizações quando 
atuam em conformidade com os princípios, os valores e os padrões 
éticos que são impostos e aceitos como corretos pela sociedade. 
 
Conforme define Lorenzo Sacconi (2014) a Responsabilidade 
Social Corporativa pode ser definida como: 
 
(...) Uma extensão do modelo de governança corporativa por meio do 
qual aquele que conduz a empresa (empresários, diretores e 
gerentes) tem responsabilidades que se estendem desde o 
cumprimento de suas obrigações fiduciárias para com os proprietários 
e que, analogamente, têm responsabilidades com o cumprimento de 
suas obrigações fiduciárias com todos os stakeholders da empresa. 
 
 
Por sua vez, Marcelo Coimbra aponta as principais características da 
Responsabilidade Social Empresarial (RSE) são: políticas de 
pessoal que respeitam os direitos dos que fazem parte da empresa e 
favoreçam o seu desenvolvimento; transparência e boa governança 
(informação pública e contínua); respeito ao consumidor (produtos de 
boa qualidade e preços razoáveis); políticas ativas de proteção ao 
meio ambiente (não considerando apenas deixar de poluir ou 
degradar, mas tornar-se ativo); integração aos grandes temas que 
produzem o bem-estar comum; e não praticar código de ética duplo, 
sendo necessária a coerência entre o discurso e a prática da SER. 
 
Assim, pode-se listar como vantagens da empresa socialmente 
responsável e que se pauta pela ética empresarial: empresa ética 
é preferida por consumidores críticos; aumento da satisfação, do 
comprometimento e do rendimento final dos funcionários; menor 
risco e prejuízo financeiro relacionado a condutas antiéticas de 
funcionários (fraudes); atração e retenção de talentos; sentimento de 
pertencimento a uma comunidade, com valores e fins próprios, eleva 
o compromisso dos funcionários com as metas da empresa; 
	
 
diminuição de conflitos éticoscom fornecedores e facilitação na 
celebração de boas parcerias; aumento do valor das ações nas 
empresas de capital aberto; diminuição de riscos relacionados a 
criação de problemas jurídicos e processos judiciais. 
 
O IBGC conceitua a Governança Corporativa como: 
 
Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais 
organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo 
os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, 
diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes 
interessadas. As boas práticas de governança corporativa convertem 
princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses 
com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo 
prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e 
contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua 
longevidade e o bem comum. 
 
Pode-se definir a Governança Corporativa como “um conjunto de 
princípios, propósitos, processos e práticas, que rege o 
sistema de poder e os mecanismos de gestão de corporações, 
buscando a maximização da riqueza dos proprietários e o 
atendimento dos direitos de outras partes interessadas, 
minimizando oportunismos conflitantes com esse fim”. 
 
Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais 
organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo 
os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, 
diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes 
interessadas. 
 
Logo, pode-se estabelecer a seguinte relação entre ética e 
governança corporativa: 
 
A governança corporativa surge no contexto da ética pessoal e 
empresarial e se refere a um conjunto de ações através das quais “as 
sociedades são dirigidas e monitoradas”, envolvendo os 
relacionamentos entre acionistas, conselho de administração, 
diretoria, auditoria independente e conselho fiscal. As boas práticas 
de governança corporativa têm por finalidade aumentar o valor da 
	
 
sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para sua 
perenidade (DAL PAI, 2011). 
 
Assim, a ética empresarial não consiste apenas no conhecimento, 
mas na prática desta, bem como na atuação diária, corriqueira, não 
apenas em práticas excepcionais, em negócios de vulto. Então surge 
a Governança Corporativa e o Compliance, que assume papel 
primordial para uma empresa ética: a boa governança exige 
harmonia com os melhores padrões éticos e conformidade com 
normas internas e externas; e o compliance, um dos pilares da 
governança corporativa, fortalece o respeito a normas e políticas, 
mitigando riscos. 
 
IMPORTANTE! A Ética e Governança Corporativa andam sempre 
juntas: uma empresa que adota boas práticas de governança, por 
consequência, adotará princípios éticos. Da mesma forma acontece 
com o compliance, que não pode ser dissociado da ética. A empresa 
em compliance preserva sua imagem, o que reduz danos à sua 
reputação. 
 
 
 
Compliance pode significar em português conformidade, mas também 
integridade. Segundo o Decreto 8.420/2015: “programa de 
integridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no 
conjunto de mecanismos e procedimentos internos de 
integridade, auditoria e incentivo à denúncia de 
irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e de 
conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detectar e 
sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos 
praticados contra a administração pública, nacional ou 
estrangeira” (Art. 41). 
 
c. Legislação Nacional 
 
• Constituição Federal; 
 
• Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990); 
 
• Código Civil (Lei nº 10.406/2002); 
	
 
 
• Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação); 
 
• Lei nº 12.846/2013 (Lei Anticorrupção); 
 
• Lei nº 13.303/2016 (Lei de Responsabilidade das Empresas 
Estatais); 
 
• Resolução nº 4.567/2017 BACEN: dispõe sobre a 
obrigatoriedade da instalação e funcionamento de canais de denúncia 
nas instituições financeiras. 
 
• Decretos nº 2.338/1997 e 2.853/1998 (Aprova e altera o 
Regulamento da Anatel); 
 
• Resolução nº 4.567/2017 BACEN: dispõe sobre a 
obrigatoriedade da instalação e funcionamento de canais de denúncia 
nas instituições financeiras. 
 
• Lei nº 13.608/2018 (Dispõe sobre o serviço telefônico de 
recebimento de denúncias e sobre recompensa por informações que 
auxiliem nas investigações policiais – parte da doutrina entende que 
o legislador instituiu a figura do whistleblower em nossa legislação, 
ainda que de forma distinta das legislações alienígenas). 
 
• PL 79/2016 – Projeto da Lei Brasileira de Telecomunicações: 
para permitir a adaptação da modalidade de outorga de serviço de 
telecomunicações de concessão para autorização. 
 
d. Leitura Sugerida 
 
AGUILAR, Francis J. A Ética nas empresas. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar, 1996. 
 
Andrade, Adriana; Rossetti, José Paschoal. Governança Corporativa. 
Fundamentos, Desenvolvimento e Tendências. São Paulo: Atlas, 
2009. 
 
BARBOSA, Andressa Munhoz; BARBOSA, Sonia Rosangela E.; 
BATISTONI, Vander; LIMA, Valter Belo de; MATA, Joana Rodrigues 
	
 
da; MELO, Izabellitta Ap.; TAMAE, Rodrigo. Governança em TI: 
COBIT; ITIL. Revista Científica Eletrônica de Administração é uma 
publicação semestral da Faculdade de Ciências Jurídicase Gerenciais 
de Garça – FAEG/FAEF e Editora FAEF, mantidas pela Associação 
Cultural e Educacional de Garça ACEG. Ano XI, número 19, janeiro de 
2011. 
 
CAMARGO, Coriolano Almeida; CRESPO, Marcelo. Tempos Sombrios 
no Direito Digital. In: Migalhas. Disponível em: 
<http://www.migalhas.com.br/DireitoDigital/105,MI237678,71043-
Tempos+sombrios+no+Direito+Digital>. 
 
_____. Ética e Privacidade de Dados. In: Migalhas. Disponível em: 
<http://www.migalhas.com.br/DireitoDigital/105,MI234246,61044- 
Etica+e+privacidade+de+dados>. 
 
CAMARGO, Coriolano; PECK, Patrícia. Livre fluxo de dados é caminho 
sustentável para a economia digital. In: Conjur. Disponível em: 
<http://www.conjur.com.br/2017-abr-07/livre-fluxo-dados-caminho-
sustentavel-economia-digital>. 
 
CANDELORO, A.P.P.; RIZZO, M.B.M.; PINHO, V. Compliance 360°: 
Riscos, Estratégias, Conflitos e Vaidades no Mundo Corporativo. São 
Paulo: Trevisan, 2012. 
 
CGU - Controladoria Geral da União, Ministério da Transparência, 
Fiscalização e Controle (MTFC). Convenção da OCDE contra o 
Suborno Transnacional. Brasília, 2016. Disponível em: 
<http://www.cgu.gov.br/assuntos/articulacaointernacional/convenca
o-da-ocde/arquivos/cartilha-ocde-2016.pdf>. 
 
CGU. Empresa Pró-Ética 2018-2019. In: Ministério da Transparência 
e Controladoria Geral da União. Disponível em: 
<http://www.cgu.gov.br/assuntos/etica-e-integridade/empresa-
proetica/inscricao>. 
 
COIMBRA, Marcelo. Ética, Governança e Compliance. In: Britcham. 
Disponível 
em:<http://www.britcham.com.br/download/130509_Marcelo_Coimb
ra_CFA_Advs.pdf>. 
	
 
 
COIMBRA, Marcelo de Aguiar e MANZI, Vanessa A. Manual de 
Compliance – Preservando a Boa Governança e Integridade das 
Organizações. São Paulo: Editora Atlas, 2010. 
 
Criminal Division of the U.S. Department of Justice and the 
Enforcement Division of the U.S. Securities and Exchange 
Commission. A resource guide to the U.S. Foreign Corrupt Practices 
Act. Disponível em: 
<https://www.justice.gov/sites/default/files/criminalfraud/legacy/201
5/01/16/guide.pdf >. 
 
DAL PAI, Leocir. Governança Corporativa & Ética nas Organizações. 
In: Cadernos de Estudos e Pesquisas / Vol. 15 / Nº 34 (2011). 
 
DEBBIO, Alessandra Del; MEDA, Bruno Carneiro; AYRES, Carlos 
Henrique. Temas de Anticorrupção e Compliance. 1 ed. Rio De 
Janeiro: Elsevier, 2013. 
 
GHILLYER, Andrew W. (tradução: Christiane de Brito Andrei). Ética 
nos Negócios. 4 Ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. 
 
MOREIRA, Joaquim Manhães. A ética empresarial no Brasil. São 
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 
 
NEWTON,Andrew. The Handbook of Compliance – making ethics 
work in financial services. New York: Mind into Matter, 2002. 
 
PINTO JÚNIOR, Mário Engler. Corrupção, Governança, Ética e 
Compliance. In: Revista de Direito da Empresa e dos Negócios. v. 1, 
n. 1 (2017). Disponível em: 
<http://revistas.unisinos.br/index.php/rden/article/view/14292>. 
 
SANTA ROSA, Dirceu. Tendências para o Direito Digital no Brasil em 
2017. In: LinkedIn. Publicado em: 26.12.2016. Disponível em: 
<https://pt.linkedin.com/pulse/6-tend%C3%AAncias-para-o-
direitodigital- 
brasil-em-2017-dirceu-santa-rosa>. 
 
	
 
SEN, Amartya; KLIKSBERG, Bernardo. As pessoas em primeiro lugar: 
a ética do desenvolvimento e os problemas do mundo globalizado. 
Trad. Bernardo Ajzemberg, Carlos Eduardo Lins da Silva. São Paulo: 
Companhia das letras, 2010.

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