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Capítulo 8 • Controle da expressão gênica 281 Já encontramos alguns exemplos de tais controles pós-transcricionais. Vi- mos como o splicing alternativo do RNA permite que diferentes formas de uma proteína, codificadas pelo mesmo gene, sejam produzidas em diferentes tecidos (Figura 7-22). E discutimos como várias modificações pós-transcricionais de uma proteína podem regular sua concentração e atividade (ver Figura 4-43). No restante deste capítulo, consideramos vários outros exemplos – alguns apenas recentemente descobertos – de muitas maneiras pelas quais as células podem manipular a expressão de um gene após o início da transcrição. Cada molécula de mRNA controla sua própria degradação e tradução Quanto mais tempo uma molécula de mRNA persistir na célula antes de ser de- gradada, mais proteína ela irá produzir. Em bactérias, a maioria das moléculas de mRNA permanece apenas poucos minutos antes de ser destruída. Essa instabi- lidade permite que a bactéria se adapte rapidamente às mudanças do ambiente. As moléculas de mRNA eucariótico são geralmente mais estáveis. O mRNA que codifica a β-globina, por exemplo, tem meia-vida de mais de 10 horas. A maior parte das moléculas de mRNA eucariótico, entretanto, possuem meias-vidas de menos de 30 minutos, e as moléculas de mRNA de vidas mais curtas são as que codificam proteínas cujas concentrações devem ser alteradas rapidamente, com base nas necessidades da célula, tais como os reguladores da transcrição. Quer bacteriano ou eucariótico, o tempo de vida de um mRNA é ditado por sequências nucleotídicas específicas, localizadas nas regiões não traduzidas cadeia acima ou cadeia abaixo da proteína. Essas sequências muitas vezes contêm sítios de ligação para proteínas que estão envolvidas na degradação do RNA. Além das sequências nucleotídicas que regulam suas meias-vidas, cada mRNA possui sequências que ajudam a controlar a frequência e a eficiência de sua tradução em proteína. Essas sequências controlam a iniciação da tradução. Embora os detalhes difiram entre eucariotos e bactérias, a estratégia geral é si- milar para ambos. As moléculas de mRNA bacteriano contêm uma pequena sequência para liga- ção ao ribossomo, localizada poucos pares de nucleotídeos cadeia acima do códon AUG onde a tradução se inicia (ver Figura 7-37). Essa sequência de ligação forma pa- res de base com o RNA na subunidade ribossômica pequena, posicionando correta- mente o códon AUG de início da tradução no ribossomo. Visto que essa interação é necessária para uma iniciação da tradução eficiente, ela se torna um alvo ideal para o controle traducional. Ao bloquear − ou expor − a sequência de ligação ao ri bosso- mo, a bactéria pode inibir − ou promover − a tradução de um mRNA (Figura 8-24). As moléculas de mRNA eucariótico possuem uma sequência 5’ que auxilia a direcionar o ribossomo para o primeiro AUG, o códon onde a tradução irá iniciar (ver Figura 7-36). Proteínas repressoras eucarióticas podem inibir a iniciação da tradução pela ligação a sequências nucleotídicas específicas na região não tra- duzida 5’ do mRNA, impedindo assim o ribossomo de encontrar o primeiro có- Figura 8-23 As modificações nas histonas podem ser herdadas pelos cromossomos-filhos. Quando um cro- mossomo é replicado, as suas histonas originais são distribuídas mais ou menos aleatoriamente entre as duas duplas-hé- lices de DNA. Assim, cada cromossomo- -filho irá herdar cerca de metade do con- junto parental de histonas modificadas. Os outros segmentos de DNA receberão histonas ainda não modificadas, recém- -sintetizadas. Se as enzimas responsáveis por cada tipo de modificação se ligarem à variante específica por elas originadas, elas podem catalisar a distribuição dessa modificação nas novas histonas. Tal ciclo de modificação e reconhecimento pode restaurar o padrão de modificação da histona parental e, em última instância, permitir a herança da estrutura da croma- tina parental. Esse mecanismo pode ser aplicável a alguns tipos de modificações nas histonas, mas não a todos. Nucleossomos parentais com histonas modificadas Apenas a metade dos nucleossomos-filhos herdam as histonas parentais modificadas Padrão parental de modificação de histonas restabelecido por enzimas que reconhecem as mesmas modificações que elas catalisam Alberts_08.indd 281Alberts_08.indd 281 16/01/2017 10:03:5416/01/2017 10:03:54
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