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Isabela-Miguel-de-Almeida

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AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E OS EFEITOS EM 
COMUNIDADES DE PEIXES AMAZÔNICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Isabela Miguel de Almeida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2021 
ISABELA MIGUEL DE ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
 
AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E OS EFEITOS EM 
COMUNIDADES DE PEIXES AMAZÔNICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso, TCC, 
apresentado ao Curso de Graduação 
de Ciências Biológicas modalidade 
Biotecnologia e Produção da UEZO 
como parte dos requisitos para 
obtenção de grau de Bacharel em 
Ciências Biológicas. Orientador: Prof. 
Dr. Ronaldo Figueiró 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Outubro de 2021 
 
 
 
 
 
 
A447a Almeida Isabela Miguel de 
As mudanças climáticas e os efeitos em comunidades de peixes amazônicos 
Almeida Isabela Miguel de . 
43 f.: il.; 30 cm. 
Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Figueiró 
Trabalho de Conclusão de Curso do 
 Ciências Biológicas modalidade Biotecnologia e Produção 
Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste, 2021. 
Palavras-chaves: 1.Peixes Neotropicais, 2.Amazônia, 3.Desmatamento Amazônico, 4.poluição da 
Amazônia, 5.mudanças climáticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E OS EFEITOS EM 
COMUNIDADES DE PEIXES AMAZÔNICOS 
 
 
Elaborado por Isabela Miguel de Almeida 
 
Discente do Curso de Ciências Biológicas modalidade Biotecnologia e 
Produção da UEZO 
 
 
Este trabalho de Graduação foi aprovado com grau 
 
 
Rio de Janeiro, de de . 
 
 
 
 
 
Presidente Prof. Dr. Ronaldo Figueiró Portella Pereira, UEZO. 
 
 
 
 
 
 
Karina Carvalho Fernandes Ferreira, UFRJ. 
Drª Zoologia 
 
 
Fabiano Paschoal de Oliveira, UFRRJ 
Dr. Biologia Animal 
 
 
 
 
Thiago Fonseca de Barros, UFRJ. 
 Msc. Ecologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de janeiro 
Outubro de 2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Dedico este trabalho a minha família.” 
Agradecimentos 
 
 
Agradeço a Deus, pois sem ele não teria tido forças para chegar até aqui. 
 
Aos meus pais, por nunca terem desistido, sendo os meus maiores 
incentivadores e, em especial, à minha mãe, obrigada por tudo! Você foi 
fundamental neste processo e sem você nada teria sido possível! Eu amo 
vocês. 
Ao meu orientador Ronaldo Figueiró, por ter aceitado embarcar neste desafio, 
onde eu precisei me descobrir como pesquisadora literária, me fazendo 
enxergar a vocação do Ensino como profissão. Não tenho palavras para 
agradecer. 
Aos meus familiares por sempre perguntarem como estava a faculdade e me 
incentivarem a não desistir. 
Ao meu noivo Caio, por toda compreensão, apoio, ajuda e tudo mais. Obrigada 
por me incentivar e apoiar todos os dias, mesmo nos mais difíceis onde não 
achava a luz. Amo você. 
Aos meus amigos dessa longa jornada Alice, Camila, Jefferson, Millena. 
Obrigada pessoal, por cada momento de estudo, cada seminário elaborado, 
cada discussão pós prova. Não foi fácil, mas vocês fizeram o processo mais 
leve. Sentirei saudades, porém, sigo com a certeza de que fiz amigos para vida 
toda. 
Aos laboratórios onde estagiei, em especial, o LABECO peixes - UFRJ. Os 
ensinamentos que ali tive, levarei sempre comigo. Obrigada Prof.ª Erica, 
Karina, Thiago e demais por todo acolhimento. 
Aos professores da UEZO, por todo conhecimento e ensinamento passado. 
 
Obrigada a todos que passaram por minha jornada e que de alguma forma, 
somaram para que este trabalho fosse possível! 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1. Diminuição da precipitação em percentagem, estimado pelo IPCC 
para a Amazônia entre os anos de 2011 a 2100 .............................................. 22 
 
Figura 2. Efeitos regionais na América do Sul do El Niño e La Niña, durante o 
verão (DJF) e inverno (JJA) .............................................................................. 24 
 
Figura 3. Aumento da temperatura estimado pelo IPCC para a Amazônia em 
graus centigrados do período de 2011 a 2100.................................................. 28 
 
 
Figura 4. Efeitos do aumento da temperatura nos peixes ................................ 30 
 
 
Figura 5. Fluxograma dos principais efeitos que mudanças climáticas podem 
ocasionar a peixes amazônicos, considerando diferentes níveis de organização 
(indivíduo, população e assembleia) ................................................................ 31 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
 
°C – graus Celsius 
 
IPCC - Painel Internacional sobre Mudanças no Clima 
PCHs - Pequenas Centrais Hidrelétricas 
RESUMO 
 
Os peixes representam cerca de 50% do grupo dos vertebrados, englobando 
cerca de 24.000 espécies que ocupam os mais variados ambientes aquáticos; 
ocorrem desde grandes altitudes, onde o oxigênio é rarefeito e a temperatura 
atmosférica, muitas vezes, abaixo de zero, como no platô tibetano até as 
profundezas marinhas das fossas abissais. Seja qual for o tipo de ambiente 
aquático, o fator em comum é a presença da água. A água está sempre em 
movimento pelo planeta. A água que está na superfície do planeta é aquecida 
pelo Sol, evapora e vai ao ar. Na atmosfera, ao se misturar com o ar frio, o 
vapor da água se condensa e forma pequenas gotas ou cristais, que juntos dão 
origem às nuvens. À medida que esse processo vai ocorrendo, as nuvens vão 
crescendo e ficando mais carregadas, até que ocorre a precipitação: as gotas 
caem de volta à superfície, dando origem à chuva. Quando chove, a água rega 
plantações e, ao penetrar no solo, vai escorrendo até as nascentes de rios e 
lagos, onde poderá ser utilizada para diversos fins. De tal forma, fatores 
bióticos e abióticos, podem interferir no ciclo da água, afetando diretamente a 
população de peixes neotropicais. 
Nos últimos anos o equilíbrio dos ecossistemas naturais do planeta tem sido 
afetado pelas mudanças climáticas resultantes do aumento de gases do efeito 
estufa, especialmente dióxido de carbono. De acordo com o Painel 
Internacional sobre Mudanças no Clima, o IPCC, até o ano 2100 haverá 
aumento na temperatura média em todo o planeta, o que aumenta o risco de 
perda de biodiversidade em regiões mais vulneráveis como a Amazônia. Os 
peixes, assim como outros animais ectotérmicos, não possuem a capacidade 
de controlar sua temperatura corporal, ficando então sujeitos a variações 
ambientais que podem inviabilizar processos metabólicos vitais, levando o 
organismo à morte. 
 
 
Palavras-chaves: peixes neotropicais, Amazônia, desmatamento amazônico, 
poluição da Amazônia, mudanças climáticas. 
ABSTRACT 
 
Fish represent about 50% of the vertebrate group, comprising about 24,000 
species that occupy the most varied aquatic environments; they occur from high 
altitudes, where oxygen is rare and the atmospheric temperature, often below 
zero, as in the Tibetan plateau, to the marine depths of the abyssal trenches. 
Whatever the type of aquatic environment, the common factor is the presence 
of water. Water is always moving across the planet. The water on the planet's 
surface is heated by the sun, evaporates and goes into the air. In the 
atmosphere, when mixing with cold air, water vapor condenses and forms small 
drops or crystals, which together give rise to clouds. As this process takes 
place, the clouds grow and become heavier, until precipitation occurs: the drops 
fall back to the surface, giving rise to rain. When it rains, the water irrigates 
crops and, when it penetrates the soil, it runs down to the sources of rivers and 
lakes, where it can be used for various purposes. Thus, biotic and abiotic 
factors can interfere with the water cycle, directly affecting the population of 
neotropical fish. In recent years, the balance of the planet's natural ecosystems 
has been affected by climate change resulting from the increase in greenhouse 
gases, especially carbon dioxide.According to the International Panel on 
Climate Change, the IPCC, by the year 2100 there will be an increase in the 
average temperature across the planet, which increases the risk of loss of 
biodiversity in more vulnerable regions such as the Amazon. Fish, as well as 
other ectothermic animals, do not have the ability to control their body 
temperature, thus being subject to environmental variations that can make vital 
metabolic processes unfeasible, leading the organism to death. 
 
 
 
 
Keywords: neotropical fish, Amazon, Amazon deforestation, pollution in 
Amazon, climate change 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 12 
 
2 OBJETIVOS .................................................................................................. 15 
 
2.1 Objetivo geral ............................................................................................. 15 
 
2.2 Objetivos específicos .................................................................................. 15 
 
3 METODOLOGIA ........................................................................................... 16 
 
4 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 17 
 
4.1 Desmatamentos: fator chave para as mudanças climáticas ....................... 17 
 
4.2 Barramentos ............................................................................................... 20 
 
4.3 Poluição ..................................................................................................... 21 
4.4 Condições de eventos hidrológicos extremos: El Niño e La Niña ............... 22 
4.5 A problemática no aumento da temperatura e a fisiologia animal ............... 28 
4.6 Panoramas do estado-da-arte atual e o efeito da exposição dos peixes às 
mudanças. ........................................................................................................ 31 
4.6.1 do cenário global ..................................................................................... 31 
 
4.6.2 Do cenário Amazônico ............................................................................ 34 
5 CONCLUSÕES ............................................................................................. 35 
6 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 36 
12 
 
 
1- INTRODUÇÃO 
 
De acordo com Reis (1992), a comunidade de peixes representam 
aproximadamente 50% das espécies de vertebrados, englobando cerca de 
38.000 espécies que ocupam os mais diversos tipos de ambientes aquáticos. 
Isso se deve ao fato da flexibilidade fenotípica dos peixes, permitir a expressão 
de opções diferentes de ecomorfologia ao ambiente que está em constante 
mudança. O conjunto de peixes da região Sul-americana apresenta uma 
enorme quantidade de espécies, em torno de em 5000 espécies (REIS, 1992), 
podendo esse número atingir 8000, segundo Schaefer (1998), o que representa 
25% da diversidade ictiofaunística mundial. Somente no Brasil, são 4475 
espécies válidas (BUCKUP, et al. 2007). Em torno de 50% do total de espécies 
é formada por espécies de pequeno porte (menor que 15 centímetros), 
geralmente vivendo em riachos (CASTRO, 1999). Os motivos para tal 
diversidade parecem ser históricas e ecológicas, resultadas de milhões de anos 
de evolução desde a quebra do Gondwana até o presente (RIBEIRO, 2006). 
Entretanto, segundo Allison et al. (2009), inúmeras atividades realizadas 
pelo homem, ocorridas nos últimos anos, foram preponderantes para serem 
vistas como as principais causas de alterações climáticas no planeta, com 
variações possíveis em nível local, regional e global. Ações direcionadas ao 
aumento de gases poluentes, usos de aerossóis, mudanças na forma de usar o 
solo, entre outros têm implicado em variações extremas do clima, sendo 
observadas pela ocorrência de cheias e secas intensas, ondas de calor e de 
frio, e tempestades em ampla ocorrência (MARENGO, 2006). Segundo 
Machado (2005), a quantidade de gases poluentes na atmosfera, como o 
dióxido de carbono, metano e óxidos nitrosos estão entre os principais 
responsáveis pelas preocupantes condições do clima, quando se fala em níveis 
globais. 
A América do Sul é uma das regiões mais ameaçadas às mudanças 
climáticas, isso porque, é uma região que sofre especialmente no que diz 
respeito ao aumento da temperatura em virtudes de fatores naturais, como 
aquecimento dos oceanos Pacífico e Atlântico e El Niño, e pela ação do 
homem, através da queima de combustível fóssil, industrialização e queimadas 
(MARENGO, et al. 2007; MARENGO, et al., 2009). Dessa forma, será a região 
13 
 
 
do planeta que mais será afetada pelos efeitos de eventos climáticos extremos 
(GRIMM & NATORI, 2006; HIROTA.; OYAMA & NOBRE, 2011). 
No que diz respeito à região Amazônica brasileira e em todas as porções 
distribuídas pelos países como Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, 
Guiana, Guiana Fracesa e Suriname, as alterações climáticas têm sido 
causadas, sobretudo em virtude do desmatamento, das queimadas e da 
agricultura (BOJSEN & BARRIGA, 2002; MARENGO, 2006), que juntos, 
corroboram para a ocorrência de extremos eventos climáticos (MARENGO, 
2007; AMBRIZZI et al., 2007), com efeitos tanto nos ecossistemas de água 
doce, quanto na floresta, resultado das rápidas expansões em infraestrutura 
e atividades econômicas (CASTELO et al., 2013). Para Ramos (2008), o 
desmatamento vem sendo apontado como principal causador desses efeitos a 
nível local, tornando-o responsável pela quarta posição do Brasil no ranking 
mundial de países que contribuem para o aquecimento do planeta. Diante deste 
fato, pesquisadores se reuniram para comprovar as consequências das 
variações climáticas nos ecossistemas que podem elevar a vulnerabilidade dos 
seres e acarretar a extinção de espécies do bioma de maior valência genética 
e endêmica que existe (IPCC, 2007; AMARAL& VALE, 2010). 
As mudanças, em relação às questões hidrológicas, geram 
complicações em todo o ecossistema e em especial, para os peixes, um grupo 
fortemente comprometido pelas mudanças climáticas que ocorrem em cada 
região. Para Reis, et al (2016), a Amazônia apresenta quase quatro mil 
espécies de peixes que podem ser afetadas da mais diversas formas, uma vez 
que se mostram vulneráveis às variações climáticas - elevação da temperatura, 
queda das taxas de oxigênio, entre outras - e sabendo-se que, nem todos 
conseguiriam se adaptar ao novo clima (VAL, 2011), pode ocorrer 
significativas mudanças em todos os níveis existentes, desde o individual, até o 
ecossistêmico. 
Já é sabido que os ecossistemas de água doce da Amazônia são os 
principais comprometidos pelas alterações do clima e tais implicações, podem 
levar a modificações na relação existente entre ar e água, com maior incidência 
de radiação ultravioleta na água; lixiviação de sais do solo; assoreamento; 
diminuição das áreas usadas para alimentação e reprodução, além da queda 
14 
 
 
da demanda de oxigênio e elevação da temperatura (VAL & ALMEIDA-VAL, 
2008), contudo existem ainda poucas informações a respeito dos efeitos 
dessas mudanças nos peixes Amazônicos. A partir deste contexto, este 
trabalho tem por objetivo analisar de forma bibliográfica, como os efeitos das 
alterações climáticas interferem nas comunidades de peixes amazônicos. 
15 
 
 
2- OBJETIVOS DA PESQUISA 
 
2.1 Objetivo Geral 
 
Realizar uma revisão da literatura sobre as mudanças climáticas e seus 
efeitos nas comunidades de peixes Amazônicos. 
2.2 Objetivos específicos 
 
 Identificar os tipos de agentes agressores ao meio ambiente; 
 Analisar como tais agressores agem para que ocorram as mudanças 
climáticas; 
 Entender como as mudanças climáticas afetam as comunidades de 
peixes Amazônicos. 
163- METODOLOGIA 
 
O trabalho desenvolvido seguiu os preceitos do estudo exploratório, por 
meio de uma pesquisa bibliográfica, que, segundo Gil (2008, p.50) “é 
desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído de livros e artigos 
científicos.”. 
O material de fundamentação consta de artigos, teses de mestrado e 
doutorado, revistas, livros e documentos legais voltados para especificação do 
tema. Os materiais foram pesquisados no Google Acadêmico, tendo-se a base 
Scielo PUBMED, EcoEvoRxiv, publicados nos últimos 10 anos (2011 a 2021), 
como principal suporte em artigos científicos sobre a temática. Foram utilizados 
4 artigos nacionais e 8 internacionais, 8 revistas de ecologia, 5 monografias de 
mestrado e 2 monografias de doutorado disponíveis online em texto completo. 
Os seguintes descritores foram aplicados: peixes neotropicais, Amazônia, 
desmatamento amazônico, poluição da Amazônia, mudanças climáticas. Em 
inglês: neotropical fish, Amazon, Amazon deforestation, pollution in Amazon, 
climate change. 
Foi realizada uma leitura preliminar dos materiais selecionados para 
verificação da aderência como a questão norteadora do estudo. A partir dessa 
filtragem, procedeu-se a escritura de resumos. Na sequência foi feita a 
escritura final e apresentação do texto para avaliação. 
17 
 
 
4- REVISÃO DA LITERATURA 
 
4.1 Desmatamentos: fator chave para as mudanças climáticas 
 
As comunidades de peixes são resultados de um processo de 
reestruturação das populações de peixes que anteriormente ocupavam os rios 
(FERNANDO & HOLCÍK, 1991), com alterações na composição e na 
abundância de espécies. O nível do impacto dos represamentos sobre a fauna 
íctica é fortemente influenciado pelas características locais da biota e do 
próprio reservatório (AGOSTINHO et al., 1999). Esses conflitos podem ser 
deletérios em pequenos cursos d’água, podendo acarretar a extinção de 
espécies locais ou regionais, e, se forem espécies endêmicas, a extinção total 
de algumas. Cada região zoogeográfica possui uma ictiofauna diferente, que se 
formou ao longo da evolução e do isolamento por um período de tempo grande. 
Somado a isso, a fauna de peixes, ainda está sujeita a outras ações causadas 
pelo homem, de forma impactante, em escala local e regional, como, por 
exemplo, a pecuária extensiva, a agricultura com o emprego de produtos 
químicos, a precariedade das práticas de preservação do solo (ocasionando 
assoreamento), desmatamento, introduções de espécies exóticas e pesca 
impulsiva (AGOSTINHO et al., 1999). 
O fato do desmatamento da floresta Amazônica estar relacionado à 
queima da biomassa vegetal o torna responsável por disseminar uma grande 
quantidade de gases na atmosfera, sendo a causa preponderante das 
mudanças climáticas na região (NOBRE & NOBRE, 2002). Embora o 
desmatamento seja o responsável por causar mudanças climáticas, ele pode 
ainda apresentar efeitos diretos sobre diversos processos biológicos nos 
peixes, isso porque irá alterar a forma fisiológica deste grupo (HURD et al., 
2016; WOODWARD et al., 2016). Neste sentido, alguns autores se dispuseram 
a debater sobre o assunto, ao passo que esses resultados são pouco 
indagados, qual a influência do desmatamento nos peixes, e dentre eles, 
podemos destacar: BOJSEN & BARRIGA (2002); VAL & ALMEIDA-VAL (2008), 
AMARAL & VALE (2010), VAL & ALMEIDA-VAL (2011), HURD et al. (2016) e 
ROPKE et al. (2017). 
As consequências do desmatamento somado ao aquecimento global são 
as problemáticas principais que assolam a sobrevivência e a ligação nas 
18 
 
 
comunidades de peixes uma vez que produzem a diminuição nas populações 
arbóreas e reduzem sua abundância, interferindo na produtividade das plantas 
(VAL & ALMEIDA-VAL, 2008). Tal situação afetam os peixes, já que acarretaria 
em uma redução de recursos oriundos de fontes alóctone (CASTELO et al., 
2013; HURD et al., 2016) e somado ao fato de existirem muitas espécies 
dispersoras de sementes, o processo de ictiocoria (processo de dispersão de 
sementes através dos peixes) seria afetado (CASTELO et al., 2013). Para Val 
(2008), se forem mantidas as taxas atuais de desmatamento, entre 2 e 8% das 
espécies poderiam desaparecer nas próximas duas décadas. 
Ao analisar e comparar áreas de florestas com áreas desmatadas 
amazônicas, Bojsen & Barriga (2002), concordam que em áreas desmatadas a 
variedade alfa e beta de peixes diminuem e a formação das espécies é 
alterada, mostrando uma queda nas taxas de heterogeneidade nas áreas de 
desmatamento. Igualmente, nessas áreas, a população de peixes é maior e a 
classe trófica é alterada com dominância de peixes perifíticos, que se 
alimentam de perifíton, e nas regiões de florestas sobressaem as espécies 
onívoras e insetívoras. 
Já ao que diz respeito aos efeitos indiretos, a retirada da floresta 
acarreta uma maior incidência de radiação ultravioleta na água, fazendo com 
que a seja aquecida a superfície. Esta situação compromete os peixes em 
diferentes níveis de organização. Por exemplo, quando se trata em nível de 
indivíduo, aqueles que necessitam da água da superfície para respirar e se 
alimentar sentirão com mais amplitude os efeitos, causando danos na fisiologia 
além de alterações no material genético (VAL, 2011). A retirada da cobertura 
vegetal pode também levar a fotomodificação de membros do petróleo 
(alteração resultante da ação dos raios ultravioletas, formando dessa forma, 
compostos mais tóxicos); lixiviação de metais para os corpos d’água; 
fragmentação de hábitat, levando aos peixes a queda da capacidade 
reprodutiva e de adaptação das espécies (VAL, 2011). 
Igualmente, para ROPKE, et al., (2017), a retirada da floresta provoca 
alterações na pluviosidade da bacia Amazônica, sendo capazes de ocasionar 
mudanças no padrão sazonal, ou seja, no regime de seca e de chuva. Essas 
mudanças afetam de forma direta a fauna de peixes, já que o regime 
hidrológico tem forte ligação sobre todos os processos ecológicos. Entretanto, 
19 
 
 
informações sobre efeito do desmatamento nos peixes Amazônicos são 
genéricas e até o momento há poucos estudos que tem se proposto a 
investigar profundamente esses efeitos, onde nenhum avaliou em longo prazo, 
sendo esses efeitos pouco conhecidos (HURD et al., 2016; ROPKE et al., 
2017). Os autores finalizaram por meio de estimativas que, a não preservação 
da área florestal natural tem como consequências uma queda de 11% no 
volume das chuvas e um aumento de 4,4% na temperatura que somam para 
drásticas mudanças no clima amazônico até o final do século 21. 
De acordo com Menezes et al. (2007), existem 49 espécies que estão 
oficialmente ameaçadas de extinção em riachos amazônicos, tendo a 
destruição das florestas como uma das principais causas de sua eliminação. A 
mata ciliar exerce um papel fundamental para formação de hábitats, além de 
fornecer de abrigo, manutenção da qualidade de água e desenvolvimento de 
matéria orgânica (MONTAG et al. 1997), e ainda contam com a atuação de 
suas raízes para estabilizar as margens e evitar a erosão e o assoreamento. 
A remoção da mata ciliar, bem como da vegetação marginal, tem por 
consequência um maior fluxo de partículas para o leito dos rios que afetam 
diretamente as comunidades de peixes no que diz respeito a atividades das 
quais depende a visão, como por exemplo, a alimentação (MENEZES et al. 
1990) e reprodução (cortejamento) (MENEZES et al. 2007). A mata ciliar reduz 
a iminência de luz e calor pela ação da irradiação solar, a qual regula as 
flutuações diárias de temperatura da água, sendo que o aumento nessas 
variações pode levar à morte larvas e formas jovens de muitas espécies 
(MENEZES et al. 2007). Apesar de certa tolerância a intensidade de variações 
de temperatura, Sabino e Castro (1990) afirmam que mudanças na floresta 
podem modificar drasticamente a composição das comunidades de peixes de 
pequenos riachos.Portanto, é de se espera que maior riqueza e abundância de espécies 
fossem observadas em áreas na qual a mata ciliar é mais bem estruturada e 
menos modificada. Segundo Faria e Marques (1999), o desmatamento tem 
gerado o desaparecimento de pequenos rios e córregos. Além disso, a perda 
de vegetação marginal também pode ser vista como importante fator na 
diminuição das abundâncias das espécies, uma vez que autores, como Costa 
( 1987) e Teixeira ( 1989), falam sobre o importante papel da vegetação
20 
 
 
marginal na distribuição de peixes de riachos tropicais, pois pode servir como 
área de abrigo e forrageamento, interferindo diretamente na reprodução e 
sobrevivência da espécie. 
 
4.2 Barramentos 
A instalação de barragens para formação de reservatórios e geração de 
energia hidrelétrica é vista como uma forte ameaça à conservação da 
quantidade de espécies da região. Isso porque, recentemente no Brasil, houve 
um aumento no número de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), sendo 
uma forma de geração de energia em rios de pequeno e médio porte que, além 
dos baixos custos, apresenta menor tempo para construção e legislação mais 
acessível, tornando-se um tipo de construção favorável para as empresas 
(Kusma e Ferreira 2010). Contudo, a construção de PCHs altera a vegetação e 
desvia temporariamente o curso de rios para estabelecimento de barragens, 
podendo gerar diversos impactos na comunidade animal local e regional. A 
instalação destes empreendimentos pode comprometer os regimes 
hidrológicos de bacias hidrográficas, uma vez que modifica suas condições 
ambientais e impactam de muitas maneiras, sejam de forma direta ou 
indiretamente, as comunidades biológicas aquáticas. 
Para Araújo (1998), a ictiofauna é a porção mais vista e acessível 
dessas comunidades e pode ser considerada como um bom bioindicador da 
qualidade geral do ambiente aquático. Além disso, esse conjunto de peixes 
torna-se um recurso importante para as comunidades que fazem da pesca, 
uma atividade tanto para a subsistência quanto para lazer. De acordo com 
Carvalho e Silva (1999), os principais pontos negativos, resultantes das 
construções de barramentos sobre as comunidades de peixes, são as 
mudanças na sua composição e estrutura. A quantidade de peixes dos rios das 
áreas tropicais e subtropicais tem sido questionada por muitos pesquisadores, 
em relação às possíveis alterações na composição, suspensão dos ciclos 
migratórios alimentares e reprodutivos, redução da biodiversidade de espécies 
nativas e na atividade pesqueira (PETRERE Jr. 1996). 
A extinção de espécies, em especial as reofílicas (migradoras), é aceita 
na literatura, como um dos mais importantes efeitos do impacto dos 
represamentos para produção hidrelétrica, podendo ser extintos à montante 
21 
 
 
das barragens por não realizarem a piracema (período onde determinadas 
espécies de peixes sobem os rios para desova e alimentação). Além disso, 
outros fatores como oferta de alimento, qualidade da água e isolamento de 
populações podem comprometer a diversidade e abundância das espécies. 
 
4.3 Poluição 
Existem muitos tipos de poluições, entretanto, destacam-se três fontes 
principais de poluição pontual e não pontual na Amazônia, embora seus 
impactos ainda não tenham sido quantificados. De acordo com Williams (et al 
1997), a primeira fonte de poluição é o escoamento agrícola que carrega 
nitrogênio e fósforo de fertilizantes e produtos químicos tóxicos de pesticidas e 
herbicidas para os ecossistemas de água doce, onde essa carga, pode 
aumentar a produção primária de pequenos riachos, criando florações e 
infestações de algas, com condições hipóxicas, além de alterar as estruturas 
da cadeia alimentar (NEILL et al. 2001 ). Isso porque os pesticidas se 
bioacumulam nas redes alimentares, podendo prejudicar seriamente a saúde 
dos animais que os ingerem (ELLGEHAUSEN et al. 1980). O segundo 
poluente em destaque é o mercúrio, que pode ser liberado dos solos por 
desmatamento ou diretamente nas águas, sendo utilizado quando se quer 
extrair ouro (LACERD & PFEIFFER 1992). 
O mercúrio se torna muito prejudicial quando em condições anóxicas 
(condições de baixa oxigenação dos tecidos do corpo), transformam sua forma 
inorgânica em sua forma orgânica, o chamado metilmercúrio, que pode ser 
absorvido no tecido vivo e se bioacumular (MERGLER et al. 2007 ). Os peixes 
comerciais Amazônicos apresentam concentrações de metilmercúrio muito 
mais elevadas do que às que são permitidas pela lei sanitária brasileira 
(BELTRAN et al. 2011). Já Finer (et al. 2008), considera como terceira fonte 
de poluição, a exploração de petróleo, que vem se crescendo no oeste da 
Amazônia. Acredita-se que 114 milhões de toneladas de resíduos tóxicos e 
petróleo bruto tenham sido despejados somente na Amazônia. 
(JOCHNICK et al. 1994). As águas próximas aos campos de petróleo 
mostraram concentrações de toxinas relacionadas a hidrocarbonetos mais de 
100 vezes maiores do que as permitidas pelas regulamentações norte 
22 
 
 
americanas ou europeias e estão correlacionadas a problemas de saúde 
humana (SEBÁSTIAN & HURTIG 2004 ). No entanto, não existem dados em 
toda a bacia sobre a poluição do ecossistema de água doce, exceto uma 
estimativa de 5000 toneladas de contaminação por mercúrio desde o início da 
mineração de ouro na bacia (LACERDA & PFEIFFER 1992; JUNK & 
PIEDADE 2005). 
4.4 Condições de eventos hidrológicos extremos: El Niño e La Niña 
Eventos extremos na região Amazônica, como as secas de 1925-1926, 
1982-1983 e 1997-1998 podem ter causas naturais correlacionadas aos 
fenômenos El Niño e La Niña. Tais fenômenos estão interligados com o 
esfriamento e o aquecimento das águas do oceano Pacífico que intervém no 
regime dos ventos acarretando no deslocamento das nuvens que normalmente 
produzem chuvas (Figura 1). Marengo e Silva-Dias, (2006) afirmam que, essas 
oscilações normais do sistema climático da Terra que são existentes há 
milhares de anos provocando intensas influências na variabilidade climática do 
Brasil atingindo em maior grau a região Amazônica, principalmente por meio de 
secas. 
 
Figura 1 
 
Diminuição da precipitação em percentagem, estimado pelo IPCC para a Amazônia entre os 
anos de 2011 a 2100. Fonte: foto retirada da Revista Ciências da Sociedade (RCS), Vol. 2, n. 
4, p.107-124, Jul/Dez 2018 
23 
 
 
A Figura 2 relata didaticamente os impactos observados do El Niño e La 
Niña na América do Sul, levando em vista, o histórico destes eventos durante 
os últimos 50 anos. É provável que durante alguns eventos do El Niño ou La 
Niña não aconteçam os impactos representados nos mapas. No Brasil, as 
regiões que apresentam sinais sólidos de El Niño são a Nordeste-Amazônia 
(tendencioso para secas) e o Sul do Brasil (mais chuvas). As outras regiões 
não apresentam um sinal claro de impactos na chuva, porém durante o El Niño 
todo o país tende a apresentar temperaturas atmosféricas mais elevadas, seja 
no verão ou no inverno. A região Sul apresenta os impactos do El Niño desde o 
inverno e primavera do ano anterior ao pico do fenômeno (que acontece no 
verão), e apresenta tendência a secas ou menos chuvas durante La Niña, no 
inverno e primavera. É notório que secas e enchentes podem também ter 
outras causas, além do El Niño ou La Niña. 
24 
 
 
Figura2 
 
 
Efeitos regionais na América do Sul do El Niño e La Niña, durante o verão (DJF) e inverno 
(JJA). (Fonte: http://www.cptec.inpe.br/enos/) 
 
No entanto, Marengo (2008), afirma que os eventos intensos como as 
secas de 1963-1964 e 2005 podem ter como causas as mudanças climáticas 
de natureza antrópica pelo aquecimento global, embora necessite de mais 
estudos para confirmar a natureza de tais eventos extremos que estão cada 
vez mais frequentes na região Amazônica. Alguns pesquisadores têm estudado 
esses eventos, tais como as consequências da seca, o quepermite identificar 
os efeitos desses fenômenos para a biodiversidade, sobretudo, na população 
http://www.cptec.inpe.br/enos/)
25 
 
 
de peixes em diferentes processos ecológicos, como reprodução (AMADIO; 
ROKPE & NEVES DOS SANTOS, 2012); ROKPE, 2016), abundância, 
alimentação e migração (FREITAS et al., 2013), riqueza (BARROS & 
ALBERNAZ, 2013) e estrutura da assembleia de peixes (ROKPE, 2016). 
Amadio et al. (2012), pesquisou os efeitos das modificações ambientais 
na reprodução de peixes do lago Catalão na Amazônia, com uma série de 
dados temporais de 10 anos (entre a seca de 1999 e a vazante de 2010), 
mostrando que no período de secas e cheias mais curtas e enchentes mais 
prolongadas (anos de 1999 a 2004) houve forte atividade reprodutiva dos 
peixes a qual foi diminuída drasticamente entre 2005 a 2009, já que, períodos 
de secas e cheias foram mais longos e de enchentes mais curtos, concluindo 
que os eventos climáticos podem influenciar na reprodução, no recrutamento e 
na manutenção dos estoques pesqueiros. Já Rokpe (2016) estudou os efeitos 
das mudanças hidrológicas na reprodução de três espécies de peixes 
(Acestrorhynchus falcirostris, Psectogaster rutiloides e Triportheus angulatus) 
na confluência dos rios Solimões e Negro. Os eventos extremos, tanto as 
secas quanto as inundações tiveram resultados negativos sob a fecundidade 
das fêmeas, a exemplo das fêmeas de A. falcirostris que tiveram a menor 
fecundidade em períodos de inundações intensas, já as fêmeas das espécies 
P. rutiloides e T. angulatus tiveram a fecundidade reduzida no período da seca. 
Além disso, a autora debate que as secas extremas de 2005 e 2010 resultaram 
no óbito de uma grande quantidade de peixes nos lagos da Amazônia Central 
contribuindo para a redução da riqueza de espécies locais afetando a estrutura 
da assembleia de peixes. 
Freitas et al. (2013), confirmaram que, para a região do rio Solimões, a 
seca de 2005 mudou o padrão da assembleia de peixes em lagos da planície 
de inundação entre os anos de 2004 a 2007, acarretando impacto reducional 
na diversidade dos lagos do ano de 2004 (pré-seca) para o ano de 2005 
(durante a seca) com evidências de um pequeno aumento no ano de 2006 (pós-
seca). Além disso, a seca de 2005 foi responsável pelas mudanças nas taxas de 
abundâncias de algumas espécies. 
Já com relação a abundâncias dos grupos tróficos, as alterações 
encontradas podem não ser influenciadas por eventos extremos, uma vez que 
essas variações não são persistentes. Entretanto, os autores sugerem que a 
26 
 
 
seca prolongada pode ter impacto na alimentação da assembleia de peixes, 
alterando a quantidade dos grupos tróficos. Os autores também concordaram 
que a seca de 2005 teve conflito no número das espécies migratórias que 
tiveram suas proporções aumentadas neste período em relação às espécies 
não migratórias (FREITAS et al., 2013). 
As secas intensas podem ocasionar queda no número de espécies como 
ocorreu durante o evento de seca em 2005. Esta discussão foi realizada por 
Barros & Albernaz (2013) argumentando que, primeiramente a redução da 
quantidade de chuvas faz com que o período de seca seja mais longo em 
relação aos outros períodos sazonais. Isso implica na queda da área alagada, 
o que pode facilitar a captura dos estoques produzidos por inundações 
anteriores, porém com o tempo, essa redução da área alagada poderia resultar 
na morte dos peixes e diminuir as taxas de crescimento, interferindo no 
recrutamento e consequentemente levando ao declínio do estoque pesqueiro. 
Essa situação poderá agravar a pesca na região amazônica nos próximos anos 
caso estes eventos extremos forem constantes. 
Woodward, et al., (2016), dizem que flutuações hidrológicas extremas 
podem ainda afetar o metabolismo individual que determina os traços de 
desempenho dos peixes e com o metabolismo afetado, o tamanho do corpo 
das espécies de grande porte é reduzido. Essas mudanças não ocorrerão 
somente no tamanho dos indivíduos, mas também nas quantidades das 
espécies. Fabré et al., (2017) verificaram que no período de seca extrema 
indivíduos de tamanhos corporais maiores (> que 80 cm) como 
Psedoplatystoma tigrinum e Sorubimichthys planiceps tiveram suas 
abundâncias reduzidas e indivíduos de menor tamanho corporal (entre 20-30 
cm) como Prochilodus nigricans, Bryconamazonicus, Plagioscion spp. e 
Hypophthalmus spp., tiveram suas abundâncias elevadas, isso observado para 
a assembleia de peixes dos rios Amazonas, Madeira e Purus. Tais mudanças 
relativas na biomassa dos peixes têm o potencial de interferir na dinâmica 
trófica e as funções ecossistêmicas associadas. 
Em nível de interações ecológicas, as secas extremas ao fragmentar e 
restringir os ambientes interfere no recrutamento da população de peixes e nas 
áreas de refúgios, além de aumentar a densidade dos peixes e intensificar as 
interações bióticas, como predação, competição e parasitismo. Já as 
27 
 
 
inundações atípicas expandem e homogeneízam os habitats, podendo os 
peixes se favorecer ou não nessas relações. Diante desses dois cenários, a 
recuperação das comunidades locais é afetada, já que os peixes necessitam 
restabelecer as interações já existentes ou estabelecer novas interações ao 
longo do tempo (WOODWARD; PERKINS & BROWN, 2010; WOODWARD et 
al., 2016). 
O efeito das cheias extremas sobre as comunidades de peixes 
amazônicos tem sido pouco estudado, mas Zuanon (2008) baseado em seus 
conhecimentos e experiências acumuladas, hipotetiza que cheias extremas 
podem levar a efeitos mais leves na região amazônica. A princípio, as cheias 
podem oferecer benefícios momentâneos para os peixes ao aumentar a taxa 
de sobrevivência dos juvenis já que nas áreas alagadas, eles possuem maior 
tempo disponível para crescimento. 
Além disso, Zuanon (2008), ainda afirma que as situações de águas 
altas conferem maior proteção contra predadores - em função da maior área 
alagada disponível - e contra os efeitos da pesca comercial. Entretanto, por 
consequência, cheias extremas de dois ou mais anos seguidos, ou períodos de 
cheias muito prolongadas com pequenos intervalos de secas, podem provocar 
morte das plantas com impactos negativos para os peixes frugívoros com a 
redução da oferta de alimentos oriundos da floresta alagada. Eventos de cheias 
podem ainda provocar a morte de áreas de igapós por afogamento das raízes 
das árvores levando a perda de abrigos, áreas de desova e crescimento para 
as espécies com aumento da mortalidade dos peixes e predação. 
Os eventos extremos (secas e inundações anormais) na Amazônia têm 
sido pouco estudados diante do contexto das mudanças climáticas em relação 
a outros fenômenos. Diante disso, seus efeitos precisam ser mais bem 
investigados, uma vez que a região Amazônica é quase totalmente marcada 
pelo regime hidrológico e desde que já se tem previsões de que os efeitos das 
alterações hidrológicas podem impactar profundamente os peixes, as 
implicações para toda a bacia Amazônica não podem ser descuidadas. 
28 
 
 
4.5 A problemática no aumento da temperatura e a fisiologia animal 
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas 
(IPCC, 2007) a elevação na taxa de temperatura amazônica pode se de 3°C 
até o final do século 21 (Figura 3), contribuindo para um clima mais seco e com 
graves problemáticas para a biodiversidade local (MARENGO, 2008). Já se 
sabe que, nos últimos anos, o aquecimento global foi causador de alterações 
na temperatura e flutuações nas taxas de oxigênio, gerando uma resposta 
biológica negativa para peixes (IPCC, 2000; 2007). A fisiologia desses 
organismos está diretamente ligada à temperatura, que apresenta uma relação 
inversa com a quantidade de oxigênio dissolvido implicando em sua 
disponibilidade no meio aquático (FICKE; MYRICK & HANSEN, 2007; LIMA et 
al., 2016). 
Dessa forma, com a elevação da temperaturae a redução das taxas de 
oxigênio foi gerada uma série de efeitos biológicos como, elevação da taxa 
metabólica, gasto fisiológico, aumento do estresse fisiológico, alterações no 
funcionamento de funções bioquímicas em função da temperatura corporal, e 
aumento na taxa de mortalidade de ovos, larvas e peixes adultos, 
comprometendo a estrutura, formação e dinâmica populacional das espécies 
(FREITAS et al., 2013; BARROS & ALBERNAZ, 2013; ROPKE, 2016). 
 
Figura 3 
 
 
 
 
 
Aumento da temperatura estimado pelo IPCC para a Amazônia em graus centigrados do 
período de 2011 a 2100. Fonte: foto retirada da Revista Ciências da Sociedade (RCS), Vol. 2, 
n. 4, p.107-124, Jul/Dez 2018 
29 
 
 
Segundo Woodeard (2016), o aumento das taxas metabólicas dos 
indivíduos diz respeito à elevação da temperatura. Isso pode ser visto quando, 
em temperaturas mais altas, é possível que os organismos de menor porte 
tenham vantagens sobre as espécies de maior porte devido à escala alométrica 
do metabolismo. Sendo assim, os peixes maiores sofrem de forma não 
proporcional, em razão de sua maior taxa metabólica levando as espécies de 
grande porte, vida longa e com ciclos de vida mais lentos a serem mais 
propensas a enfrentar a extinção local. Diante do exposto, espécies em níveis 
tróficos posteriores podem ser beneficiados pela queda de espécies predatórias 
(efeito top-down) (WOODWARD et al. 2016) (Figura 4). 
De extrema importância, a temperatura exerce papel fundamental para 
os processos biológicos e ecológicos nos peixes tais como crescimento, 
reprodução e desenvolvimento. Isso pode ser analisado, quando em níveis 
fisiológicos, o aumento da temperatura modifica o funcionamento de diversas 
proteínas responsáveis pela sinalização celular, homeostase, osmorregulação, 
defesas das células e transcrição gênica nos peixes, além da diminuição da 
taxa de crescimento e elevação nos níveis de cortisol (LIMA, 2016; OLIVEIRA 
& VAL, 2017). Entretanto, o efeito da temperatura sobre a fisiologia dos peixes 
só pode ser analisada mediante a alguns fatores, dentre os quais estão a 
capacidade adaptativa, da biologia de cada espécie e de como elas ocorrem e 
estão espalhadas no ambiente (VAL & ALMEIDA-VAL, 2008). 
Quando se fala em nível de população, a elevação de temperatura terá 
resultado negativo para os processos migratórios de algumas espécies de 
peixes amazônicos. Isso porque os peixes vivem em condições ambientais 
ótimas para realizar suas atividades vitais e, com a elevação da temperatura, 
muitas espécies tendem a mudar-se para regiões cuja temperatura seja ideal 
para seu desenvolvimento (VAL & ALMEIDA-VAL, 2008). Sendo assim, é 
esperado que a distribuição entre as espécies classificadas como tolerantes às 
mudanças nas taxas de temperatura, tenha maiores distribuições pela bacia 
Amazônica. 
30 
 
 
Figura 4. Efeitos do aumento da temperatura nos peixes 
Aumento da temperatura leva ao incremento da taxa metabólica, reduzindo o tamanho do 
corpo nos peixes aumentando a abundância dos níveis tróficos inferiores. Fonte: Modificado de 
National Geographic, 2014. (foto retirada da Revista Ciências da Sociedade (RCS), Vol. 2, n. 4, 
p.107-124, Jul/Dez 2018) 
 
Foi criada por Ramos (2016) uma situação onde a elevação da 
temperatura e as condições de hipóxia comprometiam a produção dos 
estoques pesqueiros de jaraquis, peixe mais pescado, comercializado e 
consumido da região amazônica (Semaprochilodus spp.) confirmando que, 
nessas condições as espécies terão suas taxas respiratórias alteradas. 
Contudo, este estudo foi feito de forma experimental e por falta de bibliografias 
que pudessem ser usadas como material comparativo, entre a situação real e a 
imposta, os autores finalizaram dizendo que não se sabe de fato, como as 
mudanças climáticas podem afetar tais populações. Ramos (2010) ainda diz 
que, pescadores do Pará afirmam com alto estado de certeza que nos últimos 
10 anos e, para os anos seguintes, a elevação da temperatura foi e continuará 
sendo a responsável pela redução nas capturas de piramutaba 
(Brachyplatystoma vaillantii), peixe nativo da região. Isso porque existe uma 
relação inversa entre o aumento da temperatura e a queda nos níveis de 
oxigênio que contribuem com as reduções nas taxas de crescimento nos 
peixes, interferindo de forma direta no sucesso reprodutivo das espécies, 
diminuindo as abundâncias e o tamanho das populações de peixes 
31 
 
 
amazônicos, prejudicando os estoques adultos (FREITAS et al., 2012; 
BARROS & ALBERNAZ, 2013; FREITAS et al., 2013). 
A imagem 5, representa de forma didática, os efeitos que o aumento da 
temperatura aliados as alterações hidrológicas, causam nas comunidades de 
peixes amazônicos. 
 
Figura 5 
 
 
 
Fluxograma dos principais efeitos que mudanças climáticas podem ocasionar a peixes 
amazônicos, considerando diferentes níveis de organização (indivíduo, população e 
assembleia). Fonte: foto retirada da Revista Ciências da Sociedade (RCS), Vol. 2, n. 4, p.107- 
124, Jul/Dez 2018 
 
 
 
4.6 Panoramas do estado-da-arte atual e o efeito da exposição dos peixes 
às mudanças. 
4.6.1 do cenário global 
 
Para o Painel Intergovenamental sobre Mudanças Climáticas (2014) o 
acúmulo de gases, principalmente aqueles que contribuem para o aumento do 
efeito estufa (dióxido de carbono, metano e os óxidos nitrosos), são os grandes 
responsáveis pelo aquecimento global, o qual representa uma grande ameaça 
ao planeta. Diversos estudos relatam que as alterações climáticas já em 
andamento são resultados das alterações nos padrões globais da vegetação e 
mudanças no uso da terra (HIROTA et al. 2011; LAPOLA et al. 2014), queda da 
biodiversidade em escala mundial (FICKE et al. 2007; CHOWN et al. 2010) e 
32 
 
 
mudanças na composição atmosférica (WALKER & STEFFEN1997) em 
diversas regiões do planeta, inclusive no Brasil (LAPOLA et al. 2014). 
Lima (et al. 2011) diz que as primeiras evidências de modificações no 
clima do planeta começaram a dar sinais ainda na década de 1980 e, desde 
então, vêm despertando de forma evolutiva maiores interesses e 
preocupações, seja da comunidade científica quanto da população em geral. 
Devido ao desconhecimento sobre os impactos de alterações na estabilidade 
climática mundial, em 1988 a Organização das Nações Unidas, por meio do 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, e a Organização 
Meteorológica Mundial, criaram o Painel Intergovernamental sobre Mudanças 
Climáticas (Intergovernamental Panel on Climate Change - IPCC) com o 
objetivo de avaliar as informações científicas, técnicas e socioeconômicas 
relevantes para entender os riscos induzidos pelas mudanças climáticas na 
população humana, bem como propor cenários de mudanças climáticas para o 
futuro (MARENGO 2007). 
A parte organizacional do IPCC, tal como seus cinco relatórios 
publicados em 1990, 1995, 2001, 2007 e 2014, baseia-se em três eixos 
principais: 1) compreender como fatores humanos e naturais causam as 
mudanças do clima; 2) o impacto social e ambiental das mudanças do clima, 
adaptação e vulnerabilidade; 3) busca de medidas de mitigação e adaptação às 
mudanças climáticas. Os cientistas do IPCC se baseiam em modelos 
matemáticos para conseguirem simular os impactos e os possíveis das 
mudanças climáticas no clima e nos ecossistemas em nível global e regional, 
especialmente relacionados a alterações na concentração de GEE na 
atmosfera (STÉFONN et al. 2015). Dessa forma, Viner (et al. 1995) e Moss (et 
al. 2010) acreditam que foi dado ao IPCC o importante papel de criar e analisar 
os mais diferentes cenários climáticos cientificamente embasados, utilizando 
indicadores de áreas como meteorologia, climatologia, paleontologia, 
hidrologia, biologia e áreas comuns para prever possíveis trajetórias de 
desenvolvimento global a partir da emissão de diferentes níveis de GEE na 
atmosfera. 
33 
 
 
O crescenteaumento nas emissões de GEE, principalmente CO2, 
registrado nas últimas décadas, relacionado à queima de combustíveis fósseis 
e mudanças no uso da terra, tem sido o fator decisivo para o aquecimento 
global. Entre os anos de 1906 e 2005 houve um aumento de 0,74°C na 
temperatura média do planeta, esse aumento pode, no entanto, chegar a 4,5°C 
até o ano de 2100. Outras consequências decorrentes do aquecimento global 
têm sido registradas com maior frequência nos últimos anos, como mudanças 
nos padrões de vento e chuvas, alterações de correntes marítimas e 
intensificação da desertificação em determinadas regiões (IPCC 2007). 
Desde a revolução industrial até o ano de 2005, a concentração de CO2 
na atmosfera cresceu 33%, passando de 280 para 379 ppm, ritmo muito acima 
do que foi registrado nos últimos 800 mil anos (180 a 300 ppm) (Brundtland et 
al. 2012; IPCC 2007). De acordo com AR4, entre 1995 e 2005 o aumento 
médio de CO2 na atmosfera foi de 1,9 ppm, podendo chegar entre 730 a 1020 
ppm até 2100 (IPCC 2007). Caso os níveis atuais de emissões de CO2 
continuem a crescer, a temperatura no planeta pode ficar 4°C acima da 
registrada antes da revolução industrial (Rockström et al. 2014). 
Diversos estudos que analisaram os efeitos das mudanças climáticas 
indicam que seus efeitos não serão homogêneos em diferentes regiões do 
planeta (Döll e Zhang 2010; Stéfanon et al. 2015). Em decorrência da 
Cordilheira dos Andes e de uma grande heterogeneidade climática, a América 
do Sul é uma das regiões mais vulneráveis às mudanças climáticas (Grimm e 
Natori 2006; Hirota et al. 2011). De acordo com o IPCC, depois da Polinésia, 
África, parte da Ásia e Caribe, a América do Sul é considerada a parte do 
planeta que mais sofrerá com os efeitos das mudanças no clima, que poderão 
resultar no aumento de eventos climáticos extremos como alterações 
significativas da disponibilidade hídrica, salinização e desertificação de áreas 
utilizadas para agricultura, riscos de inundação em áreas costeiras baixas e 
deslocamento dos estoques pesqueiros (IPCC 2007). A temperatura média da 
América do Sul sofrerá um aumento que poderá chegar a 6°C produzindo 
efeitos catastróficos em diversas regiões do continente, porém o Brasil sofrerá 
as alterações mais severas, especialmente nas regiões mais sensíveis às 
34 
 
 
mudanças climáticas como a Amazônia e a região Nordeste (Nobre et al. 2007 
Hirota et al. 2010). 
 
 
4.6.2 Do cenário Amazônico 
Responsável por quase 20% de toda água doce do planeta, a bacia 
amazônica abrange índices pluviométricos elevados. Isso porque no período 
chuvoso calcula-se que até 29% da área amazônica fique coberto por água em 
razão de seus muitos rios, lagos e igarapés atuarem como uma fonte 
formadora de calor e umidade, necessárias para que se regule regime de 
chuvas em ambos os hemisférios, sendo percussora de um papel vital no clima 
global (CASTELLO et al. 2013; CHENG et al. 2013). Dessa forma, as 
mudanças climáticas podem afetar diretamente a região amazônica e, 
consequentemente, alterar o clima global (NOBRE et al. 2005; CASTELLO et 
al. 2013). 
Nobre (et al. 2007) relata que região vem acumulando, nas últimas 
décadas, uma crescente pressão causada por agressões oriundas do homem 
que tem provocado a queda na cobertura vegetal e como consequência do 
desmatamento e de incêndios florestais que, somados ao aquecimento global, 
ameaçam o equilíbrio climático, ecológico e ambiental da região. A incessante 
ruptura de habitats e ecossistemas, como consequência do desmatamento, 
consistem não apenas em um fator somatório ao impacto das mudanças 
climáticas, mas sim em um dado multiplicador quando se levam em 
consideração o estresse associado a essas mudanças (MARENGO 2007). 
Sendo assim, é difícil dizer com precisão qual índice de vulnerabilidade que 
espécies representam, frente às mudanças climáticas e devido à escassez de 
informações cientificamente embasadas (CANHOS et al. 2007). 
De acordo com vários cenários impostos pelo IPCC, acredita-se que até 
o ano de 2100 a temperatura média na Amazônia terá um aumento acima de 
3°C, o que aumentaria a chance de perda da cobertura florestal em 40% em 
algumas regiões, elevando o risco de perda de biodiversidade e aumentando a 
ocorrência de eventos climáticos extremos, como a seca de 2005 (IPCC 2007; 
NOBRE et al. 2007). A assombrosa velocidade com que as mudanças no clima 
do planeta vêm ocorrendo nas últimas décadas, quando comparadas àquelas 
35 
 
 
dos processos naturais, consiste em uma ameaça real para espécies da flora e 
da fauna amazônicas, colocando em situação de perigo a região que possui a 
maior biodiversidade do mundo, tendo como consequência um provável 
“empobrecimento biológico” na região (NOBRE et al. 2005; 2007). Quando, 
além das florestas, se é questionado a respeito das comunidades de peixes 
amazônicos, o clima mais seco que o atual em parte da Amazônia, afetará 
também o ambiente aquático que sofrerá profundas alterações, tanto pelas 
mudanças na dinâmica do sistema hidrológico, quanto por alterações pontuais 
que aos poucos, vão modificar o cenário da região. Isso porque com a elevação 
da temperatura, os índices de chuvas caem, de forma a afetar todo o 
ecossistema aquático, uma vez que são reduzidas as disponibilidades de 
alimentos e queda nas chances reprodutivas, já que a temperatura da água 
afeta diretamente a formação de indivíduos machos e fêmeas. 
 
5- CONCLUSÕES 
 
Diante das pesquisas realizadas sobre as mudanças climáticas na 
Amazônia, pode-se concluir que o cenário para a região, principalmente para 
os próximos 80 anos, preocupa no que diz respeito aos efeitos que essas 
mudanças terão sobre a ictiofauna da região e como elas afetarão os peixes 
amazônicos. 
A somatória desses efeitos coopera para alterações na biodiversidade que 
vai desde o indivíduo a sérias implicações ecossistêmicas ao afetar a estrutura 
das populações de peixes, principalmente sua ecomorfologia. 
Embora ainda existam incertezas sobre os reais efeitos futuros das 
mudanças climáticas na Amazônia, as pesquisas existentes apontam que 
esses efeitos são de grande impacto, com severos danos em todo o planeta. 
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	AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E OS EFEITOS EM COMUNIDADES DE PEIXES AMAZÔNICOS
	AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E OS EFEITOS EM COMUNIDADES DE PEIXES AMAZÔNICOS
	Rio de Janeiro Outubro de 2021
	AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E OS EFEITOS EM COMUNIDADES DE PEIXES AMAZÔNICOS
	Agradecimentos
	LISTA DE ILUSTRAÇÕES
	LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
	RESUMO
	ABSTRACT
	SUMÁRIO
	3 METODOLOGIA 16
	6 REFERÊNCIAS 36
	2- OBJETIVOS DA PESQUISA
	2.2 Objetivos específicos
	3- METODOLOGIA
	4- REVISÃO DA LITERATURA
	4.2 Barramentos
	4.4 Condições de eventos hidrológicos extremos: El Niño e La Niña
	4.5 A problemática no aumento da temperatura e a fisiologia animal
	4.6 Panoramas do estado-da-arte atual e o efeito da exposição dos peixes às mudanças.
	4.6.2 Do cenário Amazônico
	5- CONCLUSÕES
	6- REFERÊNCIAS
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	MARENGO, J. A. Mudanças climáticas globais e seus efeitos sobre a biodiversidade: caracterização do clima atual e definição das alterações climáticas para o território brasileiro ao longo do século XXI. Brasília: MMA, 2006. 201p

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