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Romance indianista
Romance indianista
Como anteriormente mencionado, o índio é visto como símbolo de nacionalidade que foi muito influenciado pelo olhar dos viajantes estrangeiros que percorreram o Brasil em expedições científicas. O José de Alencar irá representar alguns retratos específicos gerais indígenas indivíduos cujas ações inspiram admiração espanto, esses índios têm nome próprio características definidas.
O projeto literário do romance indianista
O romance indianista cumpriu com papel de fornecer aos leitores brasileiros obras em que o passado histórico do país fosse reconstituído, quando possível, ou inventado, quando necessário. O índio é elevado a condição de herói para atuar como personagem que representa o povo americano, ao mesmo tempo que se comporta de acordo com os mais nobres princípios da sociedade burguesa (bravura, honestidade, paixão, humildade ...).
Apresentação dos protagonistas é feita com base nas características da natureza exuberante. Desse modo os traços nacionais ficam ainda mais reforçados, porque esses personagens não apenas nasceram no Brasil, mas são também exemplos de vivos das belezas inigualáveis do país.
As narrativas assemelham-se aos romances históricos europeus, uma vez que o herói sempre é representante de um passado glorioso, elevando a dignidade e identidade de seu povo.
Basicamente uma cópia nas definições de símbolos de identidade europeus e o meio de circulação desses romances, o folhetim. 
Os agentes do discurso
 1854, publicando no correio mercantil, José de Alencar assumiu uma posição extremamente o popular na distribuição desse tipo de literatura.
Essa receita de um herói com passado histórico e com extremos valores burgueses, mencionados antes, fez com que esses romances ganhassem um gosto popular muito grande.
Outro aspecto de grande importância para o projeto indianista é a sua linguagem. José de Alencar, por exemplo, tem preocupação em garantir a verossimilhança linguística aos seus indígenas, por isso encontramos muitas palavras de origem indígena em seus textos, como uiraçaba, Aratuba, dentre outras.
O projeto literário do romance indianista se resume em:
Narrativas que remetem ao passado histórico e ao processo de constituição do povo brasileiro;
Escolha do índio como representante do povo americano;
Protagonistas apresentam características da natureza exuberante
COMO É SEPARADA A OBRA INDIANISTA DE ALENCAR
José de Alencar divide o período de formação do povo e do país em três fases. A partir delas, escreve um romance indianista, tratando de cada uma.
Ubirajara aborda o momento que antecedeu a chegada dos colonizadores portugueses. Fala sobre lendas e mitos da Terra e do povo que nela habitava.
Iracema trata do período inicial de ocupação das terras conquistadas, quando começaram a acontecer os contatos entre índios e europeus e teve o início o processo de miscigenação das duas raças.
Em o Guarani, o processo de colonização já está adiantado e o escritor procura mostrar com os nobres portugueses enfrentavam os desafios apresentados pela natureza virgem, além de enfatizar a importância do Índio, verdadeiro herói americano, na superação desses desafios
O Guarani
 Guarani inaugurou, em 1857, a ficção indianista. 
A narrativa conta a história de Peri, índio que se apaixona pela bela Cecília, filha do fidalgo português D. Antônio de Mariz. Típico agente colonizador português, o fidalgo abriga e, em sua fortaleza na Serra dos órgãos, e lustres portugueses e também o bando de mercenários, homens sedentos de ouro e Prata, como o aventureiro Loredano.
Diogo, irmão de Cecília, mata acidentalmente uma índia Aimoré e inicia um cerco a casa de D Antônio. No meio da confusão, o pai de Cecília pede a Peri que se converta cristão e fuja com ela. Peri assim o faz. O pai de Cecília explode a sua fortaleza e mata índios e portugueses.
Peri e Ceci ficam juntos simbolizando a possível União dos dois povos simbolizados por eles.
As estruturas românticas
A idealização e o lirismo manifestam-se de dois modos em O Guarani. Primeiro, na trama inventada por Alencar, a história de amor que traz obstáculos a sua concretização, uma vez que Peri é um selvagem e Cecília a filha de um nobre, além de serem de povos completamente diferentes, e mesmo ele sendo totalmente de voto a Cecília, não corresponde a imagem de príncipe encantado.
O segundo modo de manifestação do lirismo e da idealização romântica tem como foco a construção e o comportamento de Peri. Apaixonado pela bela Cecília, ele vive para garantir a felicidade da amada, sem esperar retribuição ou reconhecimento. É um personagem completamente idealizado, uma vez que o romantismo se manifesta sem limites ou reservas.
Os elementos nacionais
Nas histórias de José de Alencar, natureza se assemelha muito aquela encontrada no início do século XIX, com um país intocado. A floresta, espaço do romance é um dos elementos escolhidos para simbolizar a identidade brasileira.
A Fortaleza de Dom Antônio de Mariz fica às margens do rio Paraíba. 
Usar um índio como protagonista mostra o interesse em valorizar o que é nacional. Isso porque os romances românticos, até então, apresentavam heróis urbanos, modelos de civilização em que viviam. 
Modelo importado
Procurando no romantismo europeu, José de Alencar buscou inspiração para mostrar as relações de suserania e vassalagem, que em O Guarani se desdobram na natureza, na submissão de Peri a Dom Antônio e na devoção do índio a Cecília.
Peri segundo Alencar deve ser visto como representatividade do espírito livre da pátria brasileira, ao ser reconhecido quando corre solto pelas matas, onde demonstra a bravura inigualável e não quando vemos ajoelhado diante de Dom Antônio
iracema
Iracema é uma índia da nação Tabajara. Ela é filha do pajé da tribo (Araquém) e está prometida como esposa ao chefe guerreiro (Irapuã). A moça também é detentora do segredo da Jurema. Ela produz uma bebida alucinógena que é dada aos guerreiros em rituais específicos. Este segredo está condicionado à sua virgindade. Ela não pode se entregar a nenhum homem antes de passar a outra virgem o segredo de fabricação dessa bebida.
Martim é um guerreiro português que vive entre a tribo Pitiguara e tem a missão de fiscalizar a costa cearense contra as invasões estrangeiras. Junto com seu fiel amigo, Poti, lidera os guerreiros pitiguaras nas batalhas contra invasores, principalmente holandeses. Os pitiguaras, que vivem na costa cearense, são inimigos naturais dos tabajaras, que vivem mais para o interior.
Um dia, Martim se perde na mata e acaba encontrando Iracema, que estava caçando. Como os brancos são inimigos de seu povo, ela atira uma flecha, ferindo o homem no ombro. Martim não reage à agressão por ser uma mulher. Ela então leva o português ferido para sua cabana onde, protegido pela lei da hospitalidade, ele é cuidado pelo pajé. Nasce então uma forte atração entre eles. 
O guerreiro branco, no entanto, tem consciência da impossibilidade de sua união com uma índia de uma tribo inimiga. Pede assim a bebida alucinógena à moça, para dormir e não ceder à tentação. Sob efeito da bebida ele tem um sonho onde chama a moça para se deitar com ele na rede. Ela obedece e os dois acabam tendo relações. Nas palavras de Alencar “Tupã já não tinha mais sua virgem nos campos dos tabajaras”
Ameaçados pelos guerreiros tabajaras liderados por Irapuã, que quer “beber o sangue do guerreiro branco”, Eles fogem para encontrar Poti e os guerreiros pitiguaras. 
Iracema
Após uma violenta batalha entre as duas tribos, ela confessa a Martim que não é mais virgem e que se voltar para sua tribo será morta. Ela também não pode viver entre os pitiguaras, seus inimigos.
Martim decide então construir uma cabana na praia cearense onde passa a viver com Iracema. Pouco tempo depois, ela engravida e esse filho é mais uma amarra para Martim, que sonha com sua terra natal mas não tem coragem de abandonar a mulher e o filho, da mesma forma que não pode leva-los para a Europa.
Começa então o martírio de Iracema. Longe da família e dosamigos, ela passa muito tempo sozinha, enquanto Martim faz suas expedições fiscalizando toda a costa. Quando ele está com ela, uma nuvem de tristeza cobre seu rosto enquanto seus olhos buscam Portugal na linha do horizonte. Ela sente-se culpada pela tristeza do amado e conclui que a sua morte é a única forma de libertá-lo. Começa então a definhar de tristeza e solidão. Quando o filho nasce, ela o chama de Moacir, que significa “filho da dor”, e morre.
Martim a enterra na sombra de uma palmeira, pega o filho, primeiro representante de uma nova raça, e parte para Portugal. Alguns anos mais tarde ele volta liderando um grupo de colonos. No lugar onde ele vivera o seu amor com a moça, ele funda a primeira cidade do Ceará. 
Romantismo - prosa
Romance Urbano
1830 – romances estrangeiros passaram a ser traduzidos para o português;
1843 – Começaram a publicar romances brasileiros nos moldes franceses; o primeiro é O filho do pescador, de Teixeira de Souza.
Os grandes nomes dos romances são José de Alencar e Manuel Antônio de Almeida;
A temática desses escritores era o amor idealizado, introduzem elementos nacionais, como a vida na corte e os costumes burgueses. Isso define o perfil do romance urbano (ou de costumes).
O romance urbano ou de costumes tem como característica a preocupação em ilustrar paixões, interesses e comportamentos de uma classe específica em uma determinada época. A estrutura típica desse romance apresenta um herói ou uma heroína, que se apaixonam um pelo outro e precisam superar obstáculos para viverem felizes para sempre.
O projeto literário
Representação dos costumes das elites brasileiras.
Joaquim Manoel de Macedo e José de Alencar adotam como parte do ambiente, onde as histórias se passam, o Rio de Janeiro (capital do império).
O contexto de produção da literatura romântica, ao profissionalizar a condição dos escritores, faz com que a produção seja alta, uma vez que recebem pelos textos, que circulam (no início) nas páginas de periódicos.
Havia um grande número de analfabetos na população brasileira – em 1872, estima-se que 18,6% das pessoas livres liam e 15,7% dos escravos – isso correspondia há aproximadamente 4 milhões de pessoas, em um universo de 10 milhões.
Por isso, nada mais comum saber que os leitores da época eram da elite e queriam seguir o modelo das cortes europeias.
O projeto literário
A partir de 1820, segundo Debret, começamos a ver mulheres tendo acesso à leitura, mesmo que sendo poucas ainda.
O romance urbano apresentava duas funções: dar representação literária à elite brasileira, por meio de personagens semelhantes e apresentar os valores importantes para a sociedade em formação.
O romance urbano, por meio da divulgação de perfis, espaços e comportamentos reconhecidos, também investe na construção de uma identidade nacional. Ocorria por analogia do comportamento dos personagens ao do leitor, que se identificava, assim, como brasileiro legítimo.
A linguagem 
É simples, acessível e montada em cima de um dialogismo com um leitor específico, dando uma ideia de confidência que é trocada com esse “eleito”
Entrelaçamento da realidade com a ficção
Um segundo recurso narrativo sobressai na estrutura desses romances: as referências a elementos que o leitor possa reconhecer no mundo real. Assim, os autores fazem com que suas personagens passeiem por locais públicos familiares aos leitores da corte.
Joaquim Manoel de Macedo
Joaquim Manuel de Macedo conquistou um público leitor fiel por produzir textos marcados por uma certa ingenuidade narrativa e muito bom humor.
Além do bom humor, ele usa dose de suspenses para compor suas obras. Mestre na arte do folhetim, Macedo sabia como entrelaçar vários fios narrativos, criando para o leitor momentos de emoção imprevistos e cenas cômicas que ajudam a desfazer a tensão, enquanto o narrador prepara o final feliz reservado para os protagonistas.
A obra mais conhecida e o primeiro romance desse autor é a obra A Moreninha.
A Moreninha
Essa obra conta a história de dois jovens, Augusto e Carolina, que se conhecem ainda crianças em uma praia nesse primeiro encontro, juram amor eterno e, como prova de fidelidade, trocam dois Breves, um branco e um verde. O branco simboliza a candura da alma de Carolina, e o verde é esperança do coração de Augusto.
Anos mais tarde, já cursando medicina no Rio de janeiro, Augusto, que tem fama de inconstante, faz uma aposta com os amigos: se permanecer apaixonado pela mesma moça durante um mês, escreverá um romance. Ao visitar a casa da avó de um colega, conhece a irmã do rapaz, também chamada de “a moreninha”. Ela é a Carolina de sua infância, mas ele não a reconhece.
A Moreninha
O romantismo presente na trama desenvolvida por Macedo se manifesta em diversos aspectos da estrutura. Há a pureza do amor infantil, que se concretiza na idade adulta. Há a manutenção do mistério da identidade dos amantes, que se reencontram na juventude, mas não se reconhecem. Há até o traço nacionalista com a apresentação de uma lenda indígena, a história das lágrimas de amor de Ahi e Aoitim.
José de alencar
José de Alencar foi quem deu o romance urbano uma forma mais bem acabada. Do modo um pouco diferente dos outros escritores desse período, Alencar prioriza as relações humanas, e estudadas em função do ambiente em que se encontram as personagens.
Embora a idealização romântica continue sendo uma marca característica de suas narrativas, ele examina a sociedade de um modo mais detalhado criticando valores condenáveis, como casamento por interesse, o que dá um caráter mais realista as histórias de amor.
Os heróis e heroínas possuem aspectos bastante humanizados e são vítimas das pressões econômicas e sociais. É nesse contexto em que vivem que se tornam uma força dentro da narrativa, por que provoca comportamentos muitas vezes condenáveis. 
A história, porém, sempre dá os protagonistas a oportunidade de redenção final que será alcançada quando se entregarem os sentimentos nobres como amor e compaixão
José de Alencar - Obras
Obras: Cinco Minutos (1856), A viuvinha (1857), Lucíola (1862), Diva (1854) e Senhora (1875)
SENHORA
O romance senhora é um excelente exemplo de como José de Alencar costuma utilizar os romances dele, não só para poder falar de sentimentos, como também para fazer crítica aos costumes da sociedade. 
Os protagonistas da história são Aurélia Camargo e Fernando Seixas. Apaixonados na juventude, acabam se separando por problemas financeiros. Seixas aceita um dote para ficar noivo de uma moça mais rica, Adelaide Amaral. 
Quando recebe uma grande herança de seu avô, Aurélia resolve vingar-se da humilhação a que foi submetida por Seixas. Decide casar-se com um rapaz e para tanto compra o com de 100 contos de réis... 
Lucíola - comentários
O nome da protagonista, Lúcia, a fez lembrar de um inseto que, mesmo vivendo em meio a escuridão, tem capacidade de gerar luz própria: Luciola. Este foi, portanto, o nome que bem coube à obra.
A história se passa após o período que Paulo conheceu Lúcia e ele lembra dela, ao tocar no assunto com uma senhora, mas prefere deixar conversar sobre a moça em questão para as cartas, uma vez que a neta da senhora está presente e que ele gostaria de falar com os ricos detalhes que Lúcia merece.
Capítulo 2
Dias após sua primeira vinda ao Rio de Janeiro, em 1855, o autor relata que foi convidado por um colega, Dr. Sá, à festa da Glória, uma comemoração de cunho religioso, onde se reuniam todas as variedades étnicas e sociais da corte. Entre tantas pessoas, chamou-lhe a atenção uma moça muito bela que admirava as nuvens e o céu estrelado. Tinha a impressão de tê-la visto antes, mas não sabia de onde. Perguntando ao Sá quem era a garota, ele, discretamente, deixou claro que tratava-se de uma cortesã – uma prostituta – chamada Lúcia.
Paulo se lembra onde a conheceu: carruagem no Rio, pegou leque dela e tocou a mão levemente da moça;
Ela parecia triste e ele se sente enganado por ela se mostrar o oposto daquele tipo de mulher que a sociedade dizia ser.
Cap 3Após muito se ocupar com as diversões que a corte proporcionava, Paulo viu-se desocupado e decidiu, enfim, visitar Lúcia. Ele a havia visto algumas vezes desde a festa da Glória: numa perfumaria quando Lúcia recusara a essência de flor de laranja, dizendo ser algo muito pura para ela; outra vez no teatro, quando Paulo percebeu que ela dirigia seus binóculos a ele. Visitando-a, puseram-se a conversar sobre futilidades. O que ele enxergava nela, em sua expressão pura, contrastava com o que ouvira de seu amigo Sá. 
Houve um momento em que o roupão azul que ela vestia abriu-se levemente, e ela logo o fechou, tomada de vergonha. Entre os diversos assuntos que conversaram, houve em comum o fato de que ambos haviam estado em Pernambuco - Paulo vivera por lá, e Lúcia havia passado por lá, em sua viagem de volta da Europa. Ambos traziam boas memórias da vida mais calma, entre as árvores e casas de família. Nesse ponto a moça revelou sua tristeza por ter tornado-se órfã muito cedo e não conservar familia alguma. Após tanta conversa, Paulo despediu-se sem qualquer insinuação indecorosa. Lúcia pediu que ele retornasse no dia seguinte
Manuel Antônio de Almeida: a estética da malandragem
Manuel Antônio de Almeida escreve o romance memórias de um sargento de milícias que explora as camadas mais baixas da população.
O personagem principal Leonardo mete-se em mil peripécias, comportando-se como um verdadeiro anti-herói que aprecia a malandragem e envolve-se com várias mulheres.
As personagens dessa história são homens e mulheres pressionados pela necessidade. Na tentativa de driblar o destino, recorrem a pequenos golpes, exploram relações de influência e proteção e se divertem em festas populares.
O ROMANCE REGIONALISTA. O TEATRO ROMÂNTICO
O REGIONALISMO: O BRASIL LITERÁRIO AMPLIA SUAS FRONTEIRAS
O regionalismo brasileiro surgiu da vontade de revelar o Brasil para os brasileiros como objetivo.
Na primeira metade do século XIX, havia a necessidade de se deixar influenciar por modelos importados da Europa.
Mas, o que está acontecendo no Brasil à época que justifica essa necessidade de observar aspectos nacionais ignorados pelos escritores da época?
Em 1802, há consolidação da estabilidade territorial do Mato Grosso.
Em 1808, criação da primeira faculdade de medicina brasileira, em Salvador.
Em 1834, acontece movimento par acabar com os privilégios dos portugueses, Rusga.
Em 1835, acontece a revolução Farroupilha.
Em 1858, inauguração da estrada de ferro Dom Pedro II
As obras regionalistas mostram mais retratos locais das pessoas e dos costumes do Meio Rural do que o quadro geral de uma época. Além disso, transferem para o sertanejo, o homem do interior, a responsabilidade de representar o elemento nacional que, nos romances indianistas, era simbolizado pela natureza e pelo índio.
Os Agentes do discurso.
A forma de publicação desses romances são as mesmas dos outros romances românticos, ou seja, os folhetins, no jornais.
O romance regionalista e o público
O público das narrativas regionalistas Era exatamente o mesmo queria todos os outros romances românticos: Moradores de classe média dos centros urbanos, principalmente do Rio de Janeiro
Como o romance era recebido no interior
Linguagem: apresentação idealizada do território nacional
A imagem grandiosa que os românticos desejam fazer dos espaços brasileiros se forma através dos cenários que aparecem nas narrativas regionalistas.
Ocorre a adjetivação idealizada para pintar o cenário brasileiro. Um exemplo disso é o romance O Gaúcho de José de Alencar, uma vez que apresenta a relação da natureza os habitantes dos Pampas. O cenário é descrito de forma atlética assim como os gaúchos são, para mostrar que ele, assim como a terra conquistou o espaço para o qual foi transplantado.
O romance Til, que é ambientado em uma fazenda do interior paulista do século XIX e tem como eixo a história de Berta, apelidada de Til, e sua relação com as demais personagens da narrativa.
Fruto de uma trágica história que ela desconhece, a menina tem uma alma bondosa e se sacrifica por todas as pessoas com quem convive. Vive na região da Fazenda das Palmas, de propriedade de Luiz Galvão, e, embora não saiba o porquê, sente sua vida ligada à do fazendeiro e daqueles que o cercam.
os heróis dos Sertões brasileiros.
Os romances regionalistas de Alencar São: O gaúcho (1870), o Tronco do Ipê (1861), Til (1872) e o sertanejo (1975). Nessas obras há uma mudança no campo de observação do escritor. Desloca seu olhar da capital do império, o Rio de Janeiro, ambiente Urbano, e passa a se concentrar nas características regionais.
A modificação de visão se apresenta na construção das personagens, uma vez que não há uma caracterização específica mas uma apresentação de tipos. Isso tudo para mostrar o perfil de um homem trabalhador, que enfrenta as dificuldades impostas pelo espaço e sai vitorioso.
Alencar
Diferente dos romances urbanos, em que as mulheres são um centro da história, nos romances regionais, as personagens de masculinas são as apontadas como centro da questão. Apresentam-se de forma Rude, ignorante enfrentando os desafios da vida. Nesses romances as mulheres assumem papéis submissos.
Os romances de destaque são o sertanejo e o gaúcho;
Um vaqueiro romântico
Em um sertanejo, o herói do romance Arnaldo Loredo, filho de um Vaqueiro da Fazenda de Oiticica, na região de Quixeramobim, Ceará. Quando criança, Arnaldo e flor, morando juntos e se apaixono. 
O rapaz ganha estatuto de herói ao defender a Amada de todo tipo de perigo. Ainda há uma transposição de disputas cavalheirescas, próprias desse tipo de romance quando, em um dos Capítulos, aparece as cavalhadas, espécies de justa medieval.
Obs.: Justa é um desporto jogado por dois cavaleiros com armaduras montados em cavalos. Consiste numa competição marcial entre dois cavaleiros montados.
A guerra de Farrapos
Em 1835, teve início no Rio Grande do Sul a Guerra dos Farrapos. Os revoltosos, conhecidos como Farrapos, defendiam maior autonomia política e econômica para as províncias. 
A indicação do presidente da província pelo governo sediado no Rio de Janeiro permissão entrada de carne Argentina no Brasil a preços mais baixos que os da Carne Gaúcha ficaram uma forte reação. Os Gaúchos liderados por Bento Gonçalves, revoltaram-se e tomaram o poder na capitania. Desse movimento participaram também Giuseppe e Anita Garibaldi.
Em 1845, um acordo encerrou a disputa: Os Rebeldes receberam anistia, comandantes foram incorporados ao exército nacional, e os impostos sobre os produtos argentinos sofreram aumento.
Na vastidão dos Pampas, a solidão do Herói.
Em o gaúcho, Alencar nos conta a história de Manuel Canho, menino que tem o pai assassinado, morto pelo Castelhano Barreda. Revoltado, o garoto jura ingança, que só consegue alcançar na idade adulta. Essa história tem como cenário A Guerra dos Farrapos.
A idealização romântica, nessa história, se apresenta com apresentação do Vaqueiro Manuel canho. Um exemplo disso é o trecho que diz: " essa alma devia ter o arroz e a velocidade do voo do Gavião".
Observação: Arnaldo Loredo e Manuel canho representam o tipo herói masculino criado por Alencar. São jovens, belos, fortes apaixonados e vivem livres, perfeitamente integrados à natureza que os cerca.
Visconde de Taunay e o patriarcado do interior
O local é sertão do Mato Grosso. Taunay nos apresenta Talvez o mais bem escrito o romance regionalista brasileiro. Em Inocência, o espaço Regional destacado é o do interior de Mato Grosso e a sua apresentação sugere uma retomada romântica do Locus amoenus da tradição clássica: Local harmonioso, pacífico, ideal. 
A diferença, aqui, é que esse espaço é do Sertão. Sua idealização, porém, absoluta. 
No interior do Mato Grosso, as pessoas viviam de acordo com costumes feudais, o que o patriarcado imperava e a vontade particular valia mais que os códigos sociais. Dessa maneira, esse romance apresenta o universo de modo bem preciso.
Franklin Távora: O cantor do Norte
Um autor que ganhou algumanotoriedade quando promoveu uma campanha contra José de Alencar, com apoio, entre outros, autor romântico português José Feliciano de Castilho e do imperador Dom Pedro Segundo II. Nas obras que escreveu, Távora procurou exemplifica o que seria uma abordagem digna de se qualificar como nacional. 
Lançou a teoria de uma literatura do Norte (1876), a ideia no argumento de que os elementos brasileiros somente poderiam ser encontrados naquela região. Assim, segundo ele, como Norte e Sul são duas regiões com formação histórica, mentalidade completamente distintas, explorar ao máximo nos textos literários.
Ele por isso é considerado o fundador do regionalismo do Nordeste. No romance O cabeleira, a obra mais conhecida desse autor, conta-se a história de José Gomes, o bandido cabeleira. O foco da obra é tentar mostrar as circunstâncias ambientais que contribuem para tornar José Gomes um bandido, e a concluir que, caso tivesse tido Educação e Cultura, o destino dele poderia ter sido diferente.
Bernardo Guimarães: Folhetim regionalista. 
Foi o autor do primeiro romance regionalista brasileiro, o ermitão de Muquém, publicado em 1864.Em suas obras, repete se a fórmula simples do romance de folhetim: O herói Nobre, patife e a heroína apaixonada enfrentam diversos de conflitos até alcançar o final feliz.
Assim acontece em A escrava Isaura, história de uma escrava branca que sofre as perseguições de Leôncio. Publicado em 1875, essa obra tornou-se um dos grandes best-sellers do seu tempo.

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