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Responsabilidade Civil

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Função da Responsabilidade:
● A responsabilidade civil hoje é o dever de quem causa dano patrimonial ou extrapatrimonial, em virtude de violação de norma
jurídica, de retornar o estado quo ante do lesado, retorno este que advém da forma indenizatória.
● Responsabilidade patrimonial - o devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações com todos os bens presentes e
futuros.
● Função reparatória - responsabilidade deixa de ser punitiva para ser reparatória.
● Proteção da vítima - dignidade da pessoa humana / evitar a reincidência.
● Elementos: 1º dano, 2º culpa, 3º nexo causal.
● Ex: lucro ilegítimo, enriquecimento sem causa, lucro da intervenção.
Classificação quanto à origem:
1. Responsabilidade civil contratual ou negocial:
● Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices
oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
● Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster.
● Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
2. Responsabilidade civil Excontratual ou aquiliana:
● Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda
que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
● Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
3. Ato ilícito = lesão de direito + dano.
4. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
5. Rubens Limongi França – “um ato jurídico de objeto lícito, mas cujo exercício, levado a efeito sem a devida regularidade, acarreta
um resultado que se considera ilícito”. Enunciado 37 CJF – independe de culpa.
Responsabilidade Pré-Contratual:
● Culpa in contrahendo – falha na conclusão do contrato
● Jhering - responsabilidade em que podia incorrer quem causasse a invalidade de um contrato.
● Proteção contra ruptura injustificada das tratativas
● Ou seja, a responsabilidade pré-contratual surge sempre que durante a fase de preparação do negócio jurídico uma das partes
causa dano à outra em função da violação de um dever decorrente da boa-fé objetiva, da função social ou do equilíbrio.
● Da boa fé objetiva: 1º Função interpretativa; 2º função restritiva do exercício de direitos; 3º função geradora de deveres anexos às
obrigações contratuais.
● Ex: a plantação de tomate - que o professor falou na sala.
Responsabilidade Pós-Contratual:
● Mesmo após a extinção dos deveres obrigacionais, observância de deveres de conduta dirigidos à preservação dos interesses
promovidos pelo negócio.
● post factum finitum
● Ex. contrato de mandato
● A relação obrigacional é formada por uma série de atos que se ligam entre si com interdependência, orientados a certo fim,
permite qualificar como contratuais todos os deveres cuja finalidade seja não apenas garantir a consecução do fim almejado pelas partes,
mas resguardar a sua preservação quando alcançado.
Noção jurídica de dano:
● Dano é a lesão a qualquer interesse jurídico digno de tutela.
● Dano é o elemento central.
● Dano: Lesão - material ou moral.
● Dano: Consequência jurídica - quantum indenizatório.
● Do ilícito→ dano injusto.
1. Não importa o descumprimento estrutural da lei.
2. Violação dos valores e interesse tutelados pelo ordenamento
● 3. Sempre no caso CONCRETO
● Crítica não consegue explicar todos os tipos de dano
Interesse positivo e negativo:
● Paulo Mota Pinto que o “interesse” a que se referem aquelas expressões “é a situação hipotética em que estaria o lesado sem o
evento lesivo”.
● O interesse positivo corresponde, então, à situação em que o credor estaria caso o devedor tivesse cumprido perfeitamente sua
obrigação.
● Interesse no cumprimento da obrigação.
● Interesse negativo. Correspondente ao dano sofrido com a celebração do contrato. O lesado deve, nesses termos, ser colocado na
situação em que estaria caso o contrato não tivesse sido celebrado, sendo-lhe ressarcidas as despesas realizadas para a conclusão do
negócio e tornadas inúteis, bem como os lucros que perdeu por ter desviado seus recursos e sua atividade de outras aplicações, de outros
contratos, para celebrar o contrato inadimplido.
● A indenização deve, então, atuar na mesma direção, e conduzir o credor à situação patrimonial em que estaria se não tivesse
concluído o contrato (interesse negativo)”.
Dano moral:
● é um dano extrapatrimonial
● Origem CF/88 e art. 186 do CC.
● Não castigar, mas proteger a vítima.
● “dano moral”, consiste, de forma geral, na lesão a direitos de conteúdo não pecuniário ou não comercialmente redutível a
dinheiro, como é o caso dos direitos da personalidade. Gustavo Tepedino.
● Tipos de Dano extrapatrim:
1 Dano moral sentido estrito
2 Dano psíquico
3 Dano estético
Novos Danos:
● dano de nascimento indesejado
● dano por abandono afetivo
● dano à vida de relação
● dano sexual
● dano à capacidade laborativa
● dano de afirmação pessoal
● dano por rompimento de noivado
● dano de férias arruinadas
● dano biológico
● dano à identidade pessoal
● dano hedonístico
● dano de mobbing
● dano de mass media,
● dano de brincadeiras cruéis,
● dano de privação do uso - os consumidores têm direito à indenização perante provedores de internet pela privação do uso do
serviço, sob o argumento de a internet consistir em bem essencial à vida.
● desvio produtivo do tempo - condenou empresa de telefonia a indenizar os danos causados pela “perda do tempo livre” do
consumidor que tentou, por diversas vezes ao longo de três meses, sem sucesso, regularizar linha telefônica indevidamente bloqueada.
● dano de violência obstétrica - “Por que não veio mais cedo?”, “Queria forçar um parto normal?”, “Quem manda no procedimento
sou eu”.

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