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Responsabilidade Civil part. 1

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17/02/2020
→Primeiras consideraçẽs da matéria 
· Programa de responsabilidade civil - Cavalieri
· Instituições de direito civil - Caio mario 
→Responsabilidade Civil
· O que é responsabilidade civil? 
· Dever de responder/cumprir com as consequências dos meus atos, a depender de qual é a consequência.
· Consequência de uma dano 
· Reparação: 3 funções
· Compensação do prejuízo	
· Prevenção: desmotivação social da conduta 
· Desestimular a conduta/punição: mostrando qual a consequência 
· “Onde está o homem, há sociedade; onde há sociedade, há direito. Onde há direito, há sociedade” - Ulpiano - Corpus Iuris 
· Dever ser: ordem jurídica
· art. 121, CP - se você matar, haverá consequência
· Aquilo que vai ser perfeito 
· Ser e dever ser se comunicam quando o ser não acompanha o dever ser
· 1º: leva ao poder judiciário para que aplique a lei
· Fato, valor e norma (MIGUEL REALE)
· 2 grandes princípios:
· Restitutio Integrum: reparar
· Neminem laedere: não lesar (Princípio da reparação)
°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°
18/02/2020
· Função da Responsabilidade Civil: reparar o dano, recolocando o prejudicado no status quo ante
· Art. 944, CC: dano material (compensa), não há como aumentar a indenização, apenas diminuir (culpa levíssima) 
· Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
· Compensatória do dano
· Punitivo do ofensor (persuadir para não lesar)
· Desmotivação social da conduta (intolerância de conduta lesiva)
· EX: Multa
· “Indenizar pela metade é responsabilizar a vítima pelo prejuízo restante”
· Natureza jurídica da responsabilidade civil: sancionadora-compositiva
· Espécies de responsabilidade jurídica:
· A responsabilidade tem como elemento nuclear a conduta violadora de uma obrigação ao qual nasce um dever de reparar
· A responsabilidade jurídica está amparada pela força estatal - coercitividade/sanção
· As esferas de responsabilização dependem da natureza do direito violado e/ou do prejuízo causado
· Esferas de responsabilidade são autônomas
· RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL
· Art. 935, CC: as esferas de responsabilização são independentes, só vai ter coisa julgada se houver efetivamente sentença condenatória ou absolutória por negativa de autoria ou por inexistência do fato; ou ainda uma absolutória que reconheça legítima defesa, exercício regular do direito ou estado de necessidade, isso tudo se não tiver atingido direito de 3º
· A ilicitude é a mesma o que muda é a natureza do dever (obrigação) jurídico violado
· A prolação de sentença criminal que reconheça a responsabilidade de um agente pelo prejuízo experimentado por outro é exequível no Juízo Cível, sendo vedada a rediscussão sobre a existência do fato e autoria
· O ilícito civil é um minus/residum em relação ao ilícito penal (+ grave)
· No penal há uma violação a uma norma de direito público e o ofendido não está individualizado: é a própria sociedade
· No penal o ilícito atinge bens sociais e não meramente patrimoniais
· No penal a responsabilidade é pessoal e intransferível compenas de caráter pessoal (privação de liberdade)
· A tipicidade é requisito no penal. No civil qualquer ação pode causar prejuízo e obrigar a reparação
· A culpabilidade é mais ampla no cível
	PENAL
	CIVIL
	depende de tipificação
	o ilícito civil em regra não está vinculado a uma conduta típica. qualquer ação pode causar prejuízo e obrigar a reparação
	aplicação de sanção (fim de ressocialização)
	reparação do dano (fim compensatório)
	a sentença penal pode influenciar à civel. como a condenatória que demandará apenas a liquidação no cível definição do quantum indenizatório
	a sentença cível não influencia a penal
	responsabilidade pessoal e intransferível, como aplicação de pena privativa de liberdade
	responsabilidade patrimonial
	imputabilidade - responsabilidade imposta apenas ao maior e capaz
	responsabilidade patrimonial pode atingir os bens do menor. art. 928 (subsidiariamente)
	há violação de norma ordem pública
	há violação de norma de ordem privada 
· Responsabilidade contratual e extracontratual: 
· Leva em consideração a existência e o descumprimento de uma obrigação de natureza contratual (art. 389/395) ou o simples ilícito civil (art. 186/187)
· Extracontratual: obrigações sem vínculo jurídico anterior (EX: bater no carro da frente, de uma pessoa que você nunca viu antes)
· Responsabilidade subjetiva e objetiva:
· Subjetiva: o dano decorre de conduta culposa do autor; cabe à vítima provar a culpa do autor do dano (art. 186, CC)
· Objetiva: responsabilidade pelo risco da atividade ou previsão legal
· Só existe quando houver regra específica (art. 927, CC)
· Independe de culpa do agente causador do dano
· Decorre do risco ou da lei 
· Responsabilidade direta ou indireta:
· Direta: cada um responde pela sua própria conduta (é a regra)
· Indireta: 3º responde pela conduta do autor do dano (existência de vínculo entre o autor e o 3º)
· Art. 932, CC
°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°										02/03/2020
· Da ação civil - CPP
· Arts. 63/68, CPP
· Art. 65, CPP: exclui a ilicitude do ato, não ensejando culpabilidade (sem pena), quando a sentença penal reconhece a legítima defesa/estado de necessidade, mesmo assim incide no campo civil (indenização). Nesses casos, têm a obrigação de indenizar com direito de regresso. Responsabilidade civil por ato lícito. 
→Contexto histórico: 
· Responsabilidade sempre foi uma obrigação existente na estrutura das pessoas, desde que elas se organizam em grupos
· Vingança Privada: reação imediata e coletiva. Não há qualquer controle, limite ou proporcionalidade entre o fato e a sanção
· Reparação do mal pelo mal 
· Os Romanos inseriram a ideia de delito mas não existia distinção entre delito penal e civil. Não existia ideia de culpa como requisito de responsabilidade
· Lei de Talião: medidas proporcionais 
· Código de Hamurabi
· COMPOSIÇÃO: ideia de prestação, reparação do prejuízo, sem que tenha reação pura e simples
· Lei das XII Tábuas (460 a.c)
· Composição tarifada: o quantum era fixo e obrigatório
· Lex Poetelia Papiria (326 a.c): substituição das penas pessoais/corporais pelas patrimoniais
· Lex Aquilia Damno (286 a.c): culpa como elemento necessário à configuração da responsabilidade civil. O Estado assume definitivamente o ius puniendi, tomando para si a função de punir os ofensores da ordem jurídica
· Risco criado: potencialidade de dano, se a sua atividade é potencialmente danosa ao direito de terceiro, responderá de forma objetiva
· Art 927, CC
→Fonte da obrigação de indenizar: ato ilícito
· Fato jurídico X Ato jurídico
· O ato ilícito destaca-se como espécie do ato jurídico, encerra a ideia de um comportamento humano voluntário (consciente), comissivo ou omissivo, contrário ao direito e que causa dano a outrem (vítima)
· Fundamental para a responsabilidade civil 
· Fonte primeira da responsabilidade civil 
· A violação de uma obrigação, legal ou contratual, enseja o surgimento de uma obrigação secundária consistente no dever de reparar o dano, ou seja, na responsabilidade civil 
· Art. 186, CC - voluntariedade e culpa
· Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
· Art. 927, CC: obrigado a reparar o dano 
· Duplo aspecto da ilicitude:
· Objetivo: toda conduta contrária ao direito. Independentemente da vontade/consciência do sujeito, basta o caráter socialmente nocivo do ato ou do seu resultado. 
· Responsabilidade objetiva
· Subjetivo (estrito): há juízo de valor da conduta do agente. “A qualificação de uma conduta como ilícita implica fazer um juízo de valor a seu respeito.”
· Responsabilidade subjetiva
· Exclusão da ilicitude (art. 188, CC) 
· Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia,ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
· Art 187, CC - abuso de direito (ato ilícito subjetivo)
· A ilicitude está vinculada a ideia de conduta contrária ao Direito (antijurídica)
°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°										03/03/2020
→Pressupostos da responsabilidade civil 
· A configuração da obrigação de reparar o dano demanda a união de três pressupostos: sem a comprovação de qualquer um dos pressupostos não se configura o dever de indenizar 
· Conduta: existe uma ação que causa prejuízo 
· Previsão em lei
· Ato ilícito 
· Ato lícito (previsto em lei)
· Atividade de risco 
· Voluntariedade que resulta da liberdade de escolha do agente imputável (consciência daquilo que se está fazendo - previsibilidade)
· Atos reflexos não constituem conduta pela inexistência de vontade (ex: hipnose, sonambulismo, estado de inconsciência, coação física absoluta)
· Autodeterminação
· Os fatos jurídicos provenientes da natureza não tem o condão de gerar responsabilidade e, portanto, indenização, salvo no caso de Responsabilidade por Risco Integral 
· A imputabilidade é elemento básico para se atribuir ao agente a responsabilidade por seus atos 
· Maturidade e sanidade mental
· Os menores de 16 anos são inimputáveis, pois falta-lhes maturidade para autodeterminar-se. Os pais e tutores respondem pelos atos de seus filhos menores e tutelados (art. 928, CC) - responsável subsidiário
· Enunciados da Jornada de Direito Civil: 
· 39 - limite humanitário do dever de indenizar
· 41 - responsabilidade solidária do menor de 18 anos
· 40 - excepcionalmente como devedor principal (art. 116, ECA)
· Ação e omissão: a omissão é a conduta negativa de quem tinha a obrigação de agir e impedir o resultado 
· CONDUTA CULPOSA: ligada a ideia de ato ilícito
· Culpa lato sensu: espécie de conduta contrária ao direito, seja intencional (dolo) ou não (culpa stricto sensu)
· Comportamento/conduta que viola norma por falta de cuidado
· Aspecto objetivo: padrão de normalidade - comparação da conduta do agente causador do dano com o comportamento do HOMEM MÉDIO (haverá culpa sempre que a conduta analisada não fosse praticada pelo homem médio - comportamento padrão)
· Dano: 
· Material
· Moral
· Nexo causal:
· Direto e imediato entre a conduta e o dano
· A culpa não é pressuposto geral da Responsabilidade Civil, mas sim elemento essencial da Responsabilidade Subjetiva.
· Art. 186, CC - cláusula geral da responsabilidade subjetiva
· Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
· Pu do art. 927, CC - cláusula geral da responsabilidade objetiva
· Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
· EX: aqueles que trabalham com cargas de alta tensão
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· Elementos da conduta culposa: mínimo de previsão da consequência daquela conduta
· Conduta voluntária com resultado involuntário
· Imputabilidade: compreensão dos efeitos da conduta-discernimento
· Previsão ou previsibilidade: mentalmente esperado; relativa às circunstâncias do momento da realização da conduta
· Falta de cuidado: conduta mal dirigida, por vontade ou inaptidão, considerando as condições pessoais do sujeito 
· Padrão do homem médio, mínimo de cuidado
· A indenização se mede pela extensão do dano e proporção entre a gravidade da culpa e do dano (art. 944, CC)
· Enunciado 46
· Culpa dolo
· Conduta intencional 
· Culpa em sentido estrito
· As formas de exteriorização da conduta culposa
· Imprudência, negligência e imperícia (falta de conhecimento técnico)
· Classificação da culpa
· Origem:
· Contratual: inadimplemento
· Aquiliana: falta de diligência
· Atuação do agente:
· In comittendo: ação (imprudência)
· In omittendo: omissão (negligência)
· Análise do aplicador:
· Abstrata: homem médio
· Concreta: caso concreto
· Presunção de culpa: situações a seguir perderam campo na esfera da responsabilidade extracontratual em face da aplicação da responsabilidade objetiva (independe de culpa)
· Súmula 341, do STF
· É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto. 
· In vigilando
· Pais responsáveis 
· In eligendo
· Se ele errar, a empresa é responsável pelo erro dele, por ter escolhido a pessoa (funcionário) errado
· art. 932, III, Código Civil,
· In custodiendo: cuidava mal do animal ou das suas coisas
· Guarda de coisa ou animal
· Culpa presumida: a lei com o escopo de facilitar a prova da culpa e do ato ilícito estabelece presunções juris tantum de sua existência 
· Inversão do ônus da prova
· Grau de culpa: art. 944, CC
· Grave: falta grosseira/descuido injustificável - embora não intencional, a falta de cuidado demonstra que o agente atuou como se quisesse ou aceitasse o resultado negativo
· Leve: é a falta de diligência média, que qualquer homem normal teria e que poderia ser evitada com atenção ordinária
· Levíssima: falta cometida por força de conduta que escapa do comportamento padrão do homem médio, do padrão de normalidade. Requer atenção extraordinária ou conhecimentos específicos
· Juiz está autorizado a diminuir a indenização, fundamentando sua decisão (pu, art. 944, CC)
· No direito civil a culpa não interfere na caracterização do prejuízo. No direito penal a culpa configura elemento do tipo e é considerada essencial para a fixação da pena 
· Culpa contra a legalidade: dever violado resulta de texto expresso de lei ou regulamento. A simples desobediência da norma cria a presunção da culpa 
· Culpa in contrahendo: decorre do comportamento do agente na fase pré-contratual
· Culpa concorrente: quando paralelamente a conduta do agente causador do dano há, também, conduta culposa da vítima
· O prejuízo decorre do comportamento culposo de ambos
· Indenizações fixadas em razão do grau de culpa de cada agente
· Art. 945, CC
· Responsabilidade sem culpa - RISCO 
· Teorias do risco
· Risco proveito: responsável é aquele que tira proveito (vantagem lucrativa) da atividade danosa
· Risco criado: aquele que em razão de sua atividade (conduta ou profissão) cria um perigo está sujeito a reparação do dano que causar
· Art. 938, CC: Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
· Risco integral: modalidade extremada da doutrina do risco pois obriga indenizar até nos casos de inexistência do nexo causal
· Ex: dano ambiental (poluidor pagador), dano nuclear
· Ilícito objetivo e abuso de direito
· Para a configuração de abuso de direito não é necessário fazer a prova da intenção da culpa
°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°										10/03/2020
→Dano - pressuposto mais importante
· “Dano é a lesão a um interesse jurídico tutelado, seja patrimonial ou não, causado por ação ou omissão do sujeito infrator.”
· Elemento essencial para caracterizar o dever de indenizar e sua prova cabe ao autor da ação (vítima)
· “Pode haver responsabilidade sem culpa mas não pode haver responsabilidade sem dano” (Cavalieri)
· Indenização sem dano gera enriquecimento ilícito 
· A indenização deve corresponder a exata extensão do dano (princípio restitutio in integrum)
· Art. 944, CC: definir o quantum da relação
· an debeatur (débito)
· quantum debeatur (valor)
· Liquidação
· Dano hipotético: não se admite
· Dano presumido: só é admitido quando a lei prevê sua ocorrência 
· Arts. 416 e 940, CC	
· Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo
· Pré-fixação das perdas e danos 
· Dano é a lesão a um bem jurídico, tanto patrimonial (diminuição patrimonial) como moral (lesãoaos direitos de personalidade)
· O dano tem que ser certo, seja presente ou futuro (lucro cessante)
· Art. 402, CC 
· Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
· Na responsabilidade contratual a cláusula penal é considerada como forma de liquidação antecipada dos danos
· A denominada "cláusula penal" é aquela que determina, no contrato, as penalidades para o contratante inadimplente com suas obrigações
· Requisitos do dano indenizável:
· Violação de um interesse jurídico patrimonial ou extrapatrimonial
· Certeza do dano (dano material presumido): o dano precisa ser efetivo - o dano abstrato ou hipotético não gera responsabilidade
· Subsistência do dano: o dano não pode já ter sido reparado
· Certeza do dano (dano In re ipsa): com exceção do dano moral que é amplamente aceito como “dano in re ipsa”, nos demais casos o reconhecimento do dano in re ipsa é controverso
· Atualmente o STJ tem adotado o posicionamento do dano/prejuízo in re ipsa no caso de dispensa indevida de licitação
°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°										23/03/2020
· Espécies de dano:
· As espécies de dano (material, moral e estético) são autônomas e independentes, ensejando cada qual a sua reparação.
· Sempre que houver um prejuízo, se caracteriza como ato capaz de ser indenizável; reintegração do valor dentro do patrimônio da vítima 
· Patrimonial ou material:
· Dano positivo, cujo prejuízo é efetivo
· Em regra, não se presume
· É o dano suscetível de avaliação pecuniária. “Lesão aos bens e direitos economicamente apreciáveis do seu titular”.
· Dano decorre do fato
· Com relação a falhas de prestadora de serviço operadora de telefonia, precisa fazer a prova efetiva do dano moral 
· Reparação:
· DIRETA: restauração ao estado anterior
· INDIRETA: equivalente ou indenização (R$)
· Titular da ação de ressarcimento: ofendido ou dependentes econômicos
· Art. 943, CC
· Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
· Dano emergente ou dano positivo: é efetivo prejuízo sofrido pela vítima. Importa efetiva e imediata diminuição do patrimônio da vítima em razão da conduta lesiva. Atinge o patrimônio presente.
· Lucro cessante ou dano negativo: é a frustração da expectativa de lucro, aquilo que se deixará de ganhar em razão do ilícito.
· Elementos:
· Perda de um ganho esperado;
· Frustração da expectativa de lucro;
· Diminuição potencial do patrimônio
· Dano material reflexo ou em ricochete: prejuízo que atinge reflexamente terceira pessoa, ligada à vítima direta. O agente causa um dano a vítima e indiretamente também atinge um terceiro ligado à vítima.
· Existência comprovada
· Moral: aula dia 30/03/2020
· Estético: 3ª espécie de dano
· Apresenta controvérsia sobre sua natureza jurídica se é espécie própria de dano ou classificação do dano moral
· Espécie autônoma de dano, com fixação de verba indenizatória distinta do dano material e moral (Súmula 387 do STJ).
· Súmula 387 - É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral
· Espécie de dano específica para trata da proteção da integridade física da vítima, em face de estar ligado à deformidades físicas decorrentes do evento danoso.
· Fundamento constitucional
°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°										24/03/2020
· Novos danos:
· Dano moral coletivo: decorre da violação aos direitos da personalidade em seu aspecto individual homogêneo ou coletivo em sentido estrito, em que as vítimas são determinadas ou determináveis (art. 81, pu, II e III, do CDC)
· Dano social: afetam a vida da coletividade e decorrem de condutas socialmente reprováveis pelo grupo social. São interesses difusos e as vítimas são indeterminadas ou indetermináveis (art. 81, parágrafo único, inciso I do CDC)
· Perda de uma chance (DANO PATRIMONIAL - próprio): 
· Frustrada da possibilidade de participar
· “aplicável quando o ato ilícito resulte na perda da oportunidade de alcançar uma situação futura melhor” (STJ).
· Na perda de uma chance o objeto da reparação é a perda da possibilidade de obter um ganho provável.
· A perda da chance deverá ser demonstrada com pelo menos 70% de probabilidade e certeza de que a chance seria realizada e que a vantagem perdida resultou em prejuízo.
· Requisitos:
· Probabilidade e certeza que a chance seria realizada e que a vantagem perdida resulta em prejuízo.
· Comprovação de que a chance era real e séria.
· Êxito
· Dano existencial: afeta a capacidade da pessoa executar seu projeto de vida em todas as suas dimensões
°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°										30/03/2020
→Dano moral: extrapatrimonial
· Art. 12, CC Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei
· Qualquer agressão à dignidade pessoal lesiona a honra, constitui dano moral e é por isso indenizável
· Lesão aos direitos da personalidade, independentemente de repercussão patrimonial direta
· É o prejuízo que afeta o ânimo psíquico, moral e intelectual da vítima. Sua atuação é dentro dos direitos da personalidade (inclusive dos falecidos).
· Arts. 11 a 21, CC
· A sanção consiste na imposição de uma indenização, cujo valor é fixado judicialmente, com a finalidade de:
· Compensar a vítima;
· Punir o infrator;
· Prevenir fatos semelhantes garantindo segurança jurídica.
· Teorias:
· Teoria negativista: vigorou até 1966
· Sustentava a impossibilidade de pagar a dor com dinheiro, pois se considerada uma imoralidade o chamado pretium doloris
· Há uma violação do direito, portanto, deve ser reparado
· Teoria intermediária ou eclética: 
· Reconheceu o dever de reparação do dano moral, porém vinculado à demonstração de um prejuízo patrimonial
· Originou a edição da Súmula 491 do STF: é indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça trabalho remunerado.
· Teoria positivista:
· Reconhece plenamente o caráter ofensivo desta espécie de dano e o dever de reparação
· Está fundada no texto Constitucional de 1988 que elevou a reparação do dano material e moral ao status de “Direitos e Garantias Fundamentais”
· Art. 5º, V, CF
· O princípio da dignidade da pessoa humana é o fundamento dos direitos da personalidade, cuja violação enseja reparação extrapatrimonial.
· Configuração do dano moral: “o dano moral está in re ipsa, decorre inexoravelmente da gravidade do próprio fato ofensivo, de sorte que provado o fato, provado está o dano.”
· Decorre automaticamente do fato
· Só configura dano moral os acontecimentos (dor, sofrimento, constrangimento ou aborrecimento) que extrapolem a normalidade.
· Comprovação do dano: em regra é in re ipsa, mas o STJ tem oscilado e exigido prova do prejuízo para falhas de prestação de serviço.
· Ora o STJ coloca que o dano é in re ipsa, ora adota o dano comprovado.
· “A cobrança indevida de serviço de telefonia, quando não há inscrição em cadastro de inadimplentes, não gera presunção de dano moral, sendo imprescindível a sua comprovação"
· Tem que COMPROVAR prejuízo decorrente desta falha no serviço, para que possa ser indenizado
· Reparação do dano moral: representa um instrumento de efetivação da dignidade da pessoa humana
· “a indenização pelo dano exclusivamente moral não possui o acanhado aspecto de reparar unicamente o pretium doloris, mas busca restaurar a dignidade do ofendido. Por isso, não há que se dizer que a indenização por dano moral é um preço que se paga pela dor sofrida.” (VENOSA)
· Art. 5º, V e X, CF
· NÃO HÁ TARIFAMENTO E O VALOR DA INDENIZAÇÃO DEPENDERÁ DO CASO CONCRETO, ANALISANDO A EXTENSÃO DO DANO, ALÉM DAS CONDIÇÕES DA PESSOA OFENDIDA E DO OFENSOR.
· Vai depender de cada caso concreto, a extensão do dano, quem é a vítima e quem é o autor (funções da reparação)· Súmula 37 do STJ “São cumuláveis as indenizações de dano material e moral oriundos do mesmo fato”
· Argumentos contrários a reparabilidade do dano moral, mas superados pela jurisprudência:
· Falta de um efeito penoso durável;
· Incerteza de um verdadeiro direito violado;
· Dificuldade de descobrir a existência do dano;
· Indeterminação do número de pessoas lesadas;
· Impossibilidade de uma rigorosa avaliação em dinheiro;
· Imoralidade de compensar uma dor com dinheiro;
· Amplo poder conferido ao Juiz
· Atendendo aos limites fáticos do processo
· Impossibilidade jurídica da reparação;
· Classificação do dano moral: 
· Direto: refere-se a lesão específica de um direito de personalidade
· Ex: difamação
· Indireto: ocorre quando há uma lesão específica a um bem ou interesse patrimonial mas que de modo reflexo produz um prejuízo, uma ofensa extrapatrimonial. Os dois danos são sofridos pela mesma pessoa
· Em ricochete: é o dano sofrido por sujeito em razão de um dano efetivo a outrem, ou seja, é o dano moral sofrido por 3º ligado à vítima.
· Em razão da classificação da honra o dano moral pode ser:
· Subjetivo: atenta, ofende a honra subjetiva (o caráter interno da honra)
· “Honra subjetiva é o sentido de cada um a respeito de seus atributos físicos, intelectuais, morais e demais dotes da pessoa.”
· Só é possível para pessoa física
· Objetivo: representa a ofensa ao caráter externo da honra, a honra objetiva (boa-fama, reputação, imagem)
· Pode ser sofrido por pessoas físicas e jurídicas
· “Honra profissional é o valor social da pessoal perante o meio onde exerce sua atividade.”
· A pessoa jurídica só pode ser ofendida em relação a sua honra objetiva, ou seja, em razão do caráter externo da honra.
· Legitimação para pleitear o dano moral:
· Titular:	
· Direto: o próprio ofendido
· Enquanto estiver vivo, apenas o ofendido pode buscar; apenas pode ser buscada por terceiros, em nome próprio, neste caso, provando dano reflexo.
· Indireto: terceiros que sofrem por consequência (danos reflexos)
· Nascituro - STJ: "O nascituro também tem direito aos danos morais pela morte do pai, mas a circunstância de não tê-lo conhecido em vida tem influência na fixação do quantum"
· Transmissibilidade: O direito de ação é de natureza patrimonial e como tal transmite-se aos sucessores (art. 943, CC)
· Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
· Só acontece quando houver a morte do ofendido direto
· Art. 12, CC
· “Não é dano moral que se transmite mas sim a correspondente indenização.” (Cavalieri)
· Pessoa jurídica e o dano moral:
· Art. 52, CC: proteção dos direitos da personalidade
· Art. 20, CC - apenas cônjuge/companheiro e ascendente 
· Súmula 227, STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
· Dano moral in re ipsa: O STJ possui posição controvertida sobre a necessidade de prova do dano moral em desfavor de pessoa jurídica
· Fixação do valor da indenização: quantum debeatur
· Sistemas de fixação do quantum: A fixação do valor do dano moral é realizada por meio de arbitramento judicial (sistema aberto), afastada qualquer possibilidade de tarifamento (sistema tarifado) ou tabelamento legal do valor do dano moral
· Art. 944, CC - extensão do dano
· Princípio da proporcionalidade
· Deve-se levar em conta a condição social e econômica dos envolvidos;
· Impossibilidade de utilização do salário mínimo como indenizador;
· A indenização por dano moral tem finalidade:
· Compensatória: dirigida à vítima - retorno ao status quo ante
· Punitiva: dirigida ao agente causador do dano – é finalidade secundária da indenização por dano moral
· Preventiva: dirigida a coletividade - decorre da necessidade de evitar que comportamentos danosos semelhantes ocorram no convívio social. Evitar o sentimento de impunidade em relação ao dano. É a conhecida “teoria do valor do desestímulo”.
· O valor do dano moral é questão fática: 
· Súmula 7, STJ: Somente é possível revisar a indenização por dano moral quando o valor fixado for excessivo (enriquecimento ilícito) ou módico (injustiça à vítima).
· Princípio da Lógica do Razoável
· Os julgadores devem buscar o justo equilíbrio no caso concreto
· Ao fixar o quantum indenizatório o juiz pode levar em consideração, analisando o caso concreto, alguns aspectos:
· A extensão da lesão, levando em consideração a angústia e o sofrimento da vítima;
· Direitos da personalidade
· A potencialidade econômica e lesiva do ofensor, para que não lhe impinja uma condenação tão irrelevante que avilte a dor da vítima e estimule a prática da infração, nem tão elevada que signifique sua ruína;
· O caráter punitivo da indenização, demonstrando à sociedade que o comportamento lesivo é condenável e será fortemente reprimido;
· Súmulas sobre dano moral - STJ
· 498, 420, 402, 388, 387, 385, 370, 362, 326, 281, 227
→Dano existencial:
· Nova modalidade de dano imaterial introduzida da doutrina italiana
· O STJ compreende como espécie de dano moral
· É o dano que afeta a capacidade da pessoa executar seu projeto de vida em todas as suas dimensões
· Por um determinada conduta, o que a gente tem de afetação para a vítima, ultrapassa mera questão patrimonial e de direito de personalidade, bloqueando a pessoa de executar seu projeto de vida
· É a lesão ao complexo de relações que auxiliam no desenvolvimento normal da personalidade do sujeito, abrangendo a ordem pessoal ou a ordem social.
· Dano existencial ultrapassa a honra subjetiva, pois pode ser decorrente da honra subjetiva ou não
· Ex: professora foi presa por um erro do Estado, consegue revisão criminal e depois de 5 anos sai da prisão
· Compensação por uma perda daquilo que você esperava para as suas relações
· Comprometem suas relações com terceiros
· Dano à vida de relações: caracteriza-se pela impossibilidade/impedimento da vítima manter ou concretizar relações sociais, afetivas, profissionais em um nível de normalidade.
· Ex: excesso de horas extras 
· Dano ao projeto de vida: afeta as expectativas da vítima com relação ao seu futuro, sua existência (exercício de uma profissão...)
· Embora o STJ o trate como espécie de dano moral, distingue-se do dano moral que trata da afetação/violação de um direito de personalidade, materializado pelo abalo à honra, constrangimento, angústia; O dano existencial trata da impossibilidade da vítima exercer uma atividade concreta na área pessoal, familiar, social que afete a concretização de sua dignidade.
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→Liquidação do dano
· A liquidação do dano pressupõe o reconhecimento do direito à indenização, ou seja, a imputação da obrigação de indenizar deve estar configurada e reconhecida judicialmente
· Comprovação da lesão, que pode não estar quantificada 
· Liquidar o dano significa fixar o valor da indenização
· Uma coisa é dano e outra a sua quantificação
· A quantificação do dano está vinculada à sua efetiva reparação, ao quantum debeatur
· A liquidação está disciplinada nos arts. 944 a 954, CC
· Responsabilidade patrimonial: art. 942, CC
· Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
· Reparação integral: art. 944, CC
· Incluir nesta reparação TODO o prejuízo decorrente daquela conduta 
· Extensão do dano
· Não é a fixação do dever de indenizar
· Qual foi o estrago efetivo
· Análise do caso concreto – vedação à limitação ou tabelamento do valor da indenização.
· A efetividade do dano e o cálculo da indenização podem ser apreciados em dois momentos ou fases distintas:
· an debeatur - provam-se a existência do dano, a efetiva ocorrência do fato lesivo e a responsabilidade de seu causador;
· quantum debeatur - busca-se fixar a extensão do dano, a sua quantificação, o valor da indenização
· Art. 946, CC: responsabilidade contratual - perdas e danos 
· Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e nãohouver na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar.
· Modalidades de liquidação:
· Voluntária: acordo entre vítima e ofensor
· Judicial: cálculos, artigos e arbitramento. Ocorre dentro do processo e pode ser:
· Simples cálculo: a própria vítima já junta o cálculo com o valor 
· Artigos: a fixação da indenização depende de prova de fato novo
· EX: erro médico. Primeiro configura-se o dever de indenizar, mas não sabemos a extensão do dano, por isso, deve haver perícia específica para sabermos.
· Arbitramento: o magistrado define o valor do dano
· Método Bifásico (STJ) MUITO UTILIZADO - considera dois elementos principais: os precedentes em relação ao mesmo tema (jurisprudência) e as características do caso concreto (gravidade do fato em si, a responsabilidade do agente, a culpa concorrente da vítima e a condição econômica do ofensor). REsp 1.473.393/SP
· Legal: arts. 948 a 954, CC; quando o próprio CC prevê o rito e montante a ser alcançado a título de reparação do dano causado à vítima 
· Homicídio: art. 948, CC
· Despesas com o tratamento da vítima, funeral, luto de família, lucros cessantes durante o período de nojo.
· Termo final da pensão aos filhos menores:
· O STJ firmou a jurisprudência de que é devida a pensão mensal aos filhos menores, pela morte de genitor, até a data em que os beneficiários completem 25 anos de idade
· Filhos maiores incapazes e viúva:
· Tempo de vida provável da vítima (do falecido): oscila de 65 a 72 anos 
· Base de cálculo da pensão:
· O pensionamento: Se a vítima não tinha ganho fixo, ou não foi possível comprová-lo, a pensão deverá ser fixada com base em 2/3 (dois terços) do salário—mínimo; A pensão será corrigida sempre que houver reajuste do mínimo e no mesmo percentual, de acordo com a Súmula 490, STF
· Indenização pela morte de filho menor: 
· Diziam os tribunais que o menor representa, potencialmente, patrimônio de auxílio à família (RTJ 62/225, 57/786, 56/733), ou “o direito potencial a alimentos, valor econômico que integra o patrimônio da pessoa” (RTJ 67/272).
· Súmula 491, STF: É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça trabalho remunerado
· STJ entende que apenas há fixação de pensão alimentícia na hipótese de filho menor de pais de classe trabalhadora, com baixa renda
· O termo inicial (a partir dos 14 anos); os pais vão receber num caráter praticamente vitalício; deve ser de ⅔ do salário mínimo, até a data que a vítima atingiria a idade de 65 anos, devendo ser reduzida para ⅓ após a data em que o filho completaria 25 anos 
· Não cabe prisão civil por descumprimento do pagamento da pensão alimentícia decorrente de ato ilícito, visto que a CF prevê tão somente a prisão civil do devedor de alimentos decorrentes de relação de Direito de Família.
· Toda vez que houver fixação de prestações pecuniárias para o futuro, o CPC prevê a CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL (art. 533) e serve como garantia do pagamento da pensão decorrente de ato ilícito 
· Na própria sentença que fixa a prestação 
· Indenização previdenciária: Não deve ser deduzida da indenização decorrente de ato ilícito, pois são pagas por pessoas diversas e outro título
· Lesão corporal: arts. 949 a 951, CC
· Temporária: a indenização consistirá no pagamento das despesas de tratamento (danos emergentes) e lucros cessantes até o fim da convalescença 
· Permanente: a indenização corresponderá ao pagamento das despesas de tratamento (danos emergentes) e lucros cessantes até o fim da convalescença, mais a pensão durante a sobrevida da vítima, fixada com base na remuneração percebida, proporcionalmente a redução da incapacidade
· 3/3 do salário da vítima, vitalício
· Usurpação ou esbulho: art. 952, CC
· Crimes contra a honra: art. 953, CC
· Ofensa à liberdade pessoal: art. 954, CC
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→Pressupostos da responsabilidade civil - NEXO CAUSAL
· Liame de causalidade (ligação normativa)
· É a relação de causalidade entre a conduta e o dano, ou seja, o vínculo de causa e efeito - entre a conduta (ação ou omissão) e o resultado 
· Determina que o fato é a causa do dano
· Antes de saber se o agente agiu com culpa é necessário saber se ele deu causa ao resultado 
· Para caracterização da Responsabilidade Civil é necessário existir uma relação de causa e efeito entre a conduta e o dano 
· A análise do nexo causal é a questão de fato e deve ser apreciada pelo juiz com o objetivo de imputar a responsabilidade do agente 
· O nexo de causalidade tem dupla função:
· Identificação do sujeito responsável: atua no campo de atribuição de imputação
· Autor da conduta e conduta causadora do dano 
· Extensão do dano: possibilita analisar e estabelecer a medida da indenização
· Causalidade simples: conduta determinante da causa identificada facilmente 
· Causalidade múltipla: complexa - quando são várias circunstâncias que concorrem para o evento danoso. Cria cadeia de condições
· Teorias:
· Teoria da equivalência dos antecedentes causais ou conditio sine qua non (VON BURI)
· Teoria própria do Direito Penal: não é aplicada na responsabilidade civil
· Art. 13, CP
· Tudo aquilo que concorra para o evento danoso é considerado causa
· Por considerar causa todo o antecedente que contribua para o desfecho danoso, a cadeia causal, seguindo esta linha de intelecção, poderia levar a sua investigação ao infinito. (STOLZE)
· Teoria da causalidade adequada (VON KRIES) + reconhecida no direito civil 
· Nem todas as condições serão causa, apenas aquela que for mais apropriada a produzir o evento, ou seja, aquela necessária e adequada à produção do dano (tenha interferência decisiva no resultado)
· Deve ser apta à efetivação do resultado 
· EX: A deu um tiro em B, a causa da morte de B foi o tiro, quem responde é A, pois apenas ele produziu a causa imediata/direta para o resultado 
· Limitação de responsabilidade 
· Admite um acentuado grau de discricionariedade do julgador para definição da causa abstratamente apta a produção do resultado 
· Teoria da causalidade direta e imediata ou teoria da interrupção do nexo causal ou Teoria da causalidade necessária 
· A causa é apenas o antecedente fático que, ligado por um vínculo de necessariedade ao resultado danoso, determina que este último (dano) seja como uma consequência sua, direta ou imediata 
· Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
· “afasta os inconvenientes das outras duas teorias existentes: a da equivalência das condições e da causalidade adequada”
· Se não houver essa ligação direta e imediata com a conduta, não há dever de indenizar
· É majoritária na jurisprudência
· Teoria do resultado mais grave ou “The thin skull rule” ou “The egg-shell skull rule”
· Teoria controvertida, adotada como excepcionalidade
· Confere elasticidade ao nexo causal, é como se, em determinadas situações, o aplicador do direito “forçasse a barra”, em benefício da vítima, para imputar o dever de reparar o dano ao agente danoso, em hipótese que, ortodoxamente, o Direito em vigor não permitiria
· Se o agente do dano deu causa a um resultado mais grave, ainda que não se possa visualizar a sua responsabilidade segundo as teorias convencionais da causalidade, seria justo que compensasse a vítima
· Concorrência de causas: quando a vítima concorre com a sua conduta para o evento danoso juntamente com aquele que é apontado como o único causador do dano 
· Quando autor e vítima concorrem entre si, desta forma cada um vai responder pela extensão da sua conduta 
· Art. 945, CC: culpa concorrente 
· Se a conduta da vítima contribuiu para a produção do resultado, ela vai ter esse abatimento no valor da indenização 
· Se a conduta do causador efetivo do dano for superior a conduta da vítima,o juiz pode analisar (proporção)
· Concausas ou Concausalidades:
· Quando uma causa junta-se à principal e concorre para o resultado
· É a circunstância que concorre para o agravamento do dano, mas que por si só pode ou não ter potencialidade para a produção do resultado ou interromper processo causal
· Concausas:
· Dependentes: não exclui nexo pois origina-se da conduta como consequência normal. Não existe sozinha. Se eliminar a causa a concausa deixa de existir. 
· EX: tiro (causa) - hemorragia (concausa)
· Independentes: possui aptidão para gerar por si só o resultado. Surge de maneira imprevisível
· Absolutamente independente: não há responsabilidade de quem praticou essa concausa pois tem origem diversa da conduta 
· Relativamente independente: há atribuição de responsabilidade, pois o resultado decorre da conduta do agente mas é agravado pela concausa 
· Concausas:
· Antecedente (preexistente)
· Não eliminam a relação causal pois já existiam quando da ocorrência da conduta causadora do dano
· Se verifica antes da causa determinante do agente. O agente responde pelo resultado mais grave
· Relativamente independente 
· Simultânea (concomitante)
· É circunstância agravante que concorre simultaneamente ao dano. Exige análise de caso concreto
· Absolutamente independente
· Superveniente
· É a concausa que ocorre depois do evento danoso, depois do desencadeamento do nexo causal. Exclui o dever de indenizar 
· Absolutamente independente 
· Em geral, essas concausas, quando preexistentes ou concomitantes, não excluem o nexo causal, e, consequentemente, a obrigação de indenizar 
· O importante é determinar se a concausa rompe o nexo (se ela é superveniente), pois neste caso exclui o dever de indenizar 
· Excludentes do nexo causal e da responsabilidade civil:
· Como causas excludentes de responsabilidade civil devem ser entendidas todas as circunstâncias que, por atacar um dos elementos ou pressupostos gerais da responsabilidade civil, rompendo o nexo causal, terminam por fulminar qualquer pretensão indenizatória. (STOLZE)
· São as teses de defesa na ação indenizatória
· São excludentes gerais da Responsabilidade:
· Culpa exclusiva da vítima: atribuir a própria vítima a produção do evento danoso 
· EX: pessoas que atravessam fora da faixa
· Fato de 3º: 
· Excludente do nexo causal: fato de 3º seja equiparado a caso fortuito/força maior externo 
· EX: quando jovem dentro do ônibus leva um tiro dentro do ônibus, a empresa de ônibus não vai responder pelo prejuízo ao menino e a família do menino 
· Teoria do sacrifício: vai manter o dever de indenizar
· EX: quando o motorista de ônibus freia bruscamente para não cair no buraco, há a teoria do sacrifício, a transportadora vai ter que responder pelo prejuízo dos passageiros 
· Teoria do corpo neutro: conduta regular ou na conduta dele não houve vontade 
· EX: engavetamento de carros. Quando o carro que estava parado é jogado para o carro da frente. O que bateu no que estava parado é o único que tem responsabilidade. OU o parado responde, com direito de regresso 
· Caso fortuito e força maior
· Cláusula de não indenizar
· Elemento culpa (ainda excludentes da responsabilidade): 
· Estado de necessidade
· Não vão fazer coisa julgada no cível se houver prejuízo a terceiros 
· 65, CP
· Art. 188, II, CC: II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
· Diferentemente do que ocorre na legítima defesa, o agente não reage a uma situação injusta, mas atua para subtrair um direito seu ou de outrem de uma situação de perigo concreto 
· Se atingir direito de terceiro, deverá indenizar e terá direito de regresso ao efetivo causador do dano (arts. 929 e 930 do CC)
· Proporcionalidade das medidas 
· Legítima defesa real
· Não vão fazer coisa julgada no cível se houver prejuízo a terceiros
· 65, CP
· Art. 188, I, CC
· O indivíduo encontra-se diante de uma situação atual ou iminente de injusta agressão, dirigida a si ou a 3º, que não é obrigado a suportar (STOLZE)
· Legítima defesa putativa não exclui a ilicitude da conduta 
· Formação imaginária do perigo ou injusta agressão 
· EX: pai que ouve um barulho durante a noite e acaba atirando no filho que estava entrando em casa 
· Exercício regular de um direito e estrito cumprimento de um dever legal 
· Não vão fazer coisa julgada no cível se houver prejuízo a terceiros 
· 65, CP
· Estrito cumprimento do dever legal 
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										07/04/2020
→Excludentes do nexo causal e da Responsabilidade civil 
· Trabalham no mesmo sentido, se a excludente é no nexo, ela também exclui responsabilidade
· Eliminado o nexo entre conduta e resultado danoso a obrigação de indenizar não se configura 
· São excludentes do nexo causal (rompe o nexo entre a conduta e o dano):
· Culpa exclusiva da vítima:
· Ato ou fato exclusivo da vítima que elimina a causalidade em relação ao agente tido como autor do dano
· Neste caso o causador do dano não passa de mero instrumento do acidente 
· Não se confunde com a concorrência de culpa que apenas atenua a responsabilidade (art. 945 – repartição de responsabilidade);
· Fato de 3º
· Comportamento de 3º que enseja a ação causadora do dano
· O fato de terceiro, a priori, não exonera o autor do dano do dever jurídico de indenizar. Predomina o princípio da obrigatoriedade do causador direto reparar o dano, mesmo por ato lícito (Teoria do Sacrifício), em face da previsibilidade do ato, com a possibilidade de direito de regresso.
· A comprovação da culpa de terceiro, quando equiparada ao caso fortuito ou a força maior, enseja a improcedência do pedido com relação ao réu, fazendo coisa julgada material com relação a esse
· Fato de 3º nos casos de responsabilidade extracontratual
· Alegação do causador direto do dano para eximir-se do dever de indenizar em face de conduta /culpa do terceiro é de que ele serviu apenas como mero instrumento da ação do terceiro nada podendo fazer para evitar o prejuízo (teoria do corpo neutro).
· Fato de 3º e a responsabilidade contratual do transportador:
· Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.
· Em regra o fato de terceiro não exclui a responsabilidade do transportador, salvo nos casos excepcionais equiparáveis ao caso fortuito (inevitável, imprevisível e estranho ao fato do transporte), ou seja, quando o caso não está relacionado com o fato do transporte em si
· Denunciação a lide (art. 125, II, CP): não exonera o autor, para colocar o 3º dentro da demanda, só garante o direito de regresso 
· Caso fortuito e força maior:
· Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
· Evento inevitável ou irresistível 
· Atualmente distingue-se o fortuito interno e o externo para exclusão do dever de indenizar:
· Fortuito interno: está relacionado com o risco da atividade. Causa está ligada à pessoa (mal súbito), ao objeto (defeitos mecânicos) ou ao serviço. Embora a sua ocorrência seja inevitável, as consequências são evitáveis, pelo menos em grande parte, pelo estado da técnica.
· Estado da técnica: prever e evitar os efeitos
· Permite a previsibilidade do dano e com isso minimiza a inevitabilidade em face de permitir tomada de providências técnicas preventivas visando elidir o dano.
· Mantém o dever de indenizar
· Fortuito externo: causa ligada à natureza de caráter imprevisível ou simplesmente inevitável (força maior). É também fato imprevisível e inevitável, mas estranho à organização do negócio, não guarda relação de causalidade com a atividade. Exclui o dever de indenizar!
· Cláusula de irresponsabilidade ou de não indenizar é o acordo de vontades que visa afastar as consequências da inexecução ou execução inadequada do contrato
· O dano ocorre só que não será indenizável por acordo das partes
· Aplicadana responsabilidade contratual: inverte a lógica do risco beneficiando o contratante em detrimento da vítima 
· Requisitos para aplicação:
· Bilateralidade de consentimento 
· Prestação e contraprestação
· Inexistência de colisão com preceito de ordem pública
· Em algo que a lei estabeleceu indenização (norma cogente que não pode ser afastada)
· Igualdade de posição das partes (veda nos contratos de adesão)
· Contrato paritário 
· Impossibilidade de eximir o dolo ou culpa grave (restrição de abrangência)
· Impossibilidade de afastar ou transferir obrigações essenciais do contratante 
°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°										13/04/2020
→Aspectos gerais da responsabilidade contratual e extracontratual
· São violações às normas jurídicas em sentido amplo, pois correspondem a descumprimentos de deveres jurídicos preexistentes 
· Pressupõe a análise de existência de um vínculo obrigacional entre as partes ou o simples dever legal de não lesar 
· Responsabilidade contratual: quando a ofensa atinge uma relação existente em razão de um vínculo jurídico obrigacional preexistente, deriva de uma obrigação contraída num contrato (arts. 389 e ss, CC)
· Responsabilidade extracontratual: quando a ofensa atinge o dever legal e geral de não lesar, decorre de uma violação direta de disposição legal (arts. 186 a 188 e 927 e ss, CC)
· Quando a responsabilidade não deriva de um contrato diz-se que ela é extracontratual: 
· Pode ser tanto subjetiva (art. 186, CC) como objetiva (art. 927, CC)
· Não existe vínculo obrigacional jurídico prévio entre as partes
· Decorre de uma violação direta de disposição legal (dever de não lesar)
· Quando a responsabilidade decorre de um ajuste, de um vínculo contratual firmado entre as partes ela é contratual:
· É analisada na esfera do inadimplemento das obrigações (art. 389 e ss, CC)
· Inexecução previsível e evitável por uma das partes ou sucessores e prejudicial a outra parte ou seus sucessores 
· A doutrina aponta a existência de 2 teorias a respeito da distinção entre a responsabilidade extracontratual e contratual:
· Teoria unitária ou monista: não considera a existência de distinções ou os aspectos em que a responsabilidade civil se apresenta no cenário jurídico, pois os efeitos são os mesmos para ambas 
· Portanto a responsabilidade civil se apresentaria da mesma forma
· Não é a teoria majoritária
· Teoria clássica ou dualista: é a convicção dominante na doutrina e adotada no Brasil. Identifica uma divisão entre responsabilidade civil contratual e extracontratual, mas submete a um regime uniforme os aspectos comuns a ambas
· Quando trabalha as 2 responsabilidades, faz-se a diferença dos efeitos da responsabilidade civil pela natureza do vínculo 
· Aspectos comuns: ato/conduta, dano e nexo 
· Pressupostos da responsabilidade civil 
· Principais diferenças: 
	Contratual
	Extracontratual
	Existe um vínculo anterior entre as
partes. Violação de um dever
positivo (obrigação).
	Viola-se um dever geral negativo de
não causar dano a ninguém.
	A culpa é presumida ao
inadimplente. Inverte-se o ônus da
prova para o inadimplente provar
que não é culpado.
O credor só está obrigado a provar
que a obrigação foi descumprida.
	O ônus da prova é da vítima. Em
regra não há presunção de culpa.
Culpa provada, não é presumida.
	O contrato com incapaz é inválido, salvo se maliciosamente se declarou
maior (art. 180)
	O incapaz responde nos casos
especificados em lei.
	Culpa é mais restrita, pois precisa analisar cada situação
*contrato benéfico
	Culpa é mais abrangente
· Contrato benéfico: contratos gratuitos, ou seja, uma parte se obriga e a outra não tem obrigação nenhuma
· Responsabilização só no caso de DOLO na conduta do agente 
· Responsabilidade OBJETIVA ou SUBJETIVA: ambas as responsabilidade contratuais 
· Conforme Miguel Reale as duas formas se conjugam e dinamizam, a subjetiva pelo descumprimento do dever geral de não lesar; e a objetiva em razão do risco decorrente da estrutura ou natureza da atividade, em especial quando dela se tira proveito.
· Ajustes típicos de ação de resultado - objetiva contratual
· Prestação de serviço profissional autônomo - subjetiva contratual 
· Elementos da responsabilidade extra ou contratual:
· Conduta:
· Ato ilícito (culpa ou dolo)
· Prevista em lei ou atividade de risco 
· Dano
· Nexo:
· Contrato válido
· Descumprimento contratual
· Excludentes da responsabilidade extra e contratual: as mesmas para ambas - rompimento do nexo causal
· Cláusula de não indenizar só vai existir na responsabilidade contratual
· Culpa: 
· Contratual: presumida em razão do descumprimento do acordo
· Extracontratual: em regra deve ser provado o descumprimento da lei ou regulamento 
· Ilícito civil: transgressão de um dever jurídico, pode ser contratual ou não 
· É gênero, pode ser tanto contratual quanto extracontratual
· Ilícito contratual: é a infração a um dever especial estabelecido pela vontade dos contratantes (se materializa com o descumprimento obrigacional - inexecução previsível e evitável) 
· Descumprimento a um dever estabelecido naquele contrato
· Caracteriza o inadimplemento
· Responsabilidade extracontratual subjetiva:
· Exige comprovação da conduta culposa, dano e nexo causal
· Se não houver o elemento culpa, não há o dever de indenizar 
· Responsabilidade extracontratual subjetiva por ato próprio:	
· Produção de dano (art. 186 e 927, CC)
· Quando eu mesmo causo um dano a alguém 
· ex: esbarrar em alguém na rua e derrubar o celular da pessoa 
· Calúnia, injúria e difamação
· Arts. 12 e 186, CC
· Reparação de dano patrimonial (perda do emprego, prejuízo material afetivo) e moral
· Condutas podem ser tão graves que podem ser classificadas como ilícitos penais, sentença trazida da esfera penal faz coisa julgada no cível, para liquidação do dano 
· As ofensas à honra ensejam a reparação civil do dano
· Art. 953, CC - indenização também pela violação aos direitos da personalidade 
· Art. 929 e 930, CC - se for só uma sentença penal em que não há prejuízo a 3º, não pode rediscutir
· Rompimento de noivado 
· Dentro do casamento: direito de família 
· Cônjuge traidor vai ter que responder por dano moral por ter afetado a honra da outra parte, responsabilidade só vai existir se a ação for pública e notória 
· Requisitos para reconhecimento da responsabilidade regra geral)
· Proposta de casamento tenha sido própria e não dos genitores
· Inexistência de motivo para o rompimento: infidelidade, mudança de religião ou nacionalidade, ruína econômica, moléstia grave, condenação criminal
· Existência de dano: extensível a danos de toda ordem - abandono de emprego ou dos estudos 
· Nos termos dos artigos 186 e 187 do Código Civil, no entanto, se a decisão de rompimento "violar direito e causar dano a outrem" ou exceder "manifestamente os limites impostos pelos bons costumes" gerando danos a outrem, deve ser vista como ato ilícito, sujeitando-se aos efeitos do art. 927 do Código Civil.
· Dano moral: matéria controvertida na jurisprudência em razão da liberdade da parte para decidir sobre a manutenção do compromisso
· Precisa analisar de que forma aconteceu; pois em regra o rompimento de noivado não gera dano moral 
· Dano material: existindo dano deverá ser indenizado (em regra divide-se as despesas do preparativo da cerimônia)
· Responsabilidade extracontratual objetiva: 
· O risco, especialmente decorrente dos avanços tecnológicos, impôs uma mudança nos paradigmas legais, invertendo a responsabilidade fundada exclusivamente no ato ilícito culposo (ilícito subjetivo) para o ilícito objetivo
· Dever de indenizar independe de comprovação de dolo ou culpa em 2 situações:
· Nos casos especificados em LEI
· Quando a ATIVIDADE NORMALMENTE DESENVOLVIDA pelo autor do dano implicar, por sua natureza, RISCO para os direitos de outrem 
· Toda vez que, por conta do risco inerente à própria atividade ocorrer um dano a responsabilidade será objetiva
· Cláusula geral da responsabilidade objetiva (art. 927,pu, CC)
· Uma interpretação literal da referida cláusula faria com que toda pessoa que exercesse qualquer atividade que impliquem algum risco responderia objetivamente 
· Risco ao direito de outrem: quando a minha conduta afeta ou o patrimônio ou atuação da outra parte 
· Requisitos de limitação da responsabilidade objetiva em razão do risco:
· Atividade normalmente desenvolvida: atuação reiterada, habitual e organizada profissional ou empresarialmente para realizar fins econômicos 
· Não é algo eventual, mas sim uma atividade normal/reiterada
· Exige-se a exposição a um risco excepcional, próprio de atividades com elevado potencial ofensivo 
· Risco: possibilidade da ocorrência de um perigo ou sinistro causador de dano ou de prejuízo. Potencialidade danosa previsível. 
· RISCO INERENTE ou periculosidade latente é o risco intrínseco, atado a própria natureza da atividade, qualidade da coisa ou modo de funcionamento, como, por exemplo, serviços médicos-hospitalares, medicamentos com contra-indicações, agrotóxicos. NÃO ACARRETAM DEVER DE INDENIZAR, se acompanhado com segurança de informações adequadas, só responde o fornecedor de serviços pelos danos causados pela periculosidade adquirida 
· RISCO ADQUIRIDO é quando a atividade se torna perigosa em razão de um defeito. 
· Imprevisibilidade e anormalidade: são as características do risco adquirido 
· Dano decorrente daquela atividade de risco 
· Dever de segurança: na Responsabilidade Objetiva a violação decorrente da atividade de risco corresponde a violação do dever de segurança 
· Quem se dispõe a exercer alguma atividade perigosa terá que fazê-lo com segurança, de modo que não cause dano a outrem sob pena de responder independentemente de culpa pelo prejuízo de sua atividade
· Na responsabilidade objetiva a obrigação de indenizar decorre da violação do dever de segurança, sem necessidade de exame da conduta do agente (comprovação de culpa ou dolo) 
· Rompimento do dever de segurança
· Responsabilidade extracontratual objetiva: casos especificados na lei 
· Responsabilidade por fato próprio
· Responsabilidade por fato de 3º (art. 933, CC)
· Responsabilidade por fato de animais (art. 936, CC)
· Responsabilidade por coisas (art. 937 e 938, CC)
· Responsabilidade por abuso de direito 
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→Responsabilidade indireta ou por fato de 3º
· Arts. 932, 933 e 934, CC
· Art. 934, CC: direito de regresso, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz
· No sistema de responsabilidade subjetiva a regra tradicional é que somente aquele que deu causa ao prejuízo é obrigado a reparar o dano (responsabilidade direta)
· A responsabilidade por fato de 3º era: responsabilidade objetiva extracontratual 
· Culpa in vigilando;
· Culpa in custodiendo;
· Culpa in eligendo;
· Em face do fortalecimento do sistema de segurança e garantia à vítima o Novo CC adotou a RESPONSABILIDADE OBJETIVA (art. 932, CC)
· Provado o nexo de causalidade com o ato de 3º (menor, pupilo, empregado) surge para aquele que o tem sob autoridade o dever de indenizar. 
· Não se valora mais o comportamento do responsável 
· Por força do vínculo jurídico que o 3º tem com a pessoa que praticou o ilícito
· A responsabilidade indireta é a exceção adotada pela lei, que encontra justificativa na necessidade de responsabilizar determinado sujeito que não praticou o ato ilícito porém foi eleito pelo legislador para reparar o dano em face do vínculo jurídico que o une ao autor do ato ilícito 
· Há em tese concurso de 2 responsabilidades - a do causador direto e a do responsável 
· Responsável: responsabilidade objetiva
· Causador: responsabilidade subjetiva
· Ambos respondem solidariamente perante a vítima (art. 942, pu, CC)
· Salvo os subsidiários (filhos incapazes) art. 928, CC
· É preciso provar a culpa/o ilícito na conduta do autor do dano 
· Responsabilidade dos pais pelos filhos menores:
· A responsabilidade dos pais está fundada no poder familiar, independentemente da idade e discernimento do menor 
· Dever de vigilância sobre o filho que está sob sua autoridade e em sua companhia 
· STJ entende que a autoridade parental não se esgota na sua guarda 
· Se o juiz entender por impor ao menor medida socioeducativa, na qual a compensação seja a pena aplicada, aí a responsabilidade passa a ser direta do menor, sem fazer execução no patrimônio dos pais 
· Corrente clássica: foi superada pela adoção da expressão “sob sua autoridade”, visto que responsabiliza aquele que esteja no exercício do Poder Familiar, que em regra não é rompido pela separação ou divórcio 
· Corrente moderna: a adoção da expressão “autoridade e companhia” amplia a abrangência da responsabilização, antes atribuída apenas ao que detinha a guarda, responsabilizando os genitores, independentemente da guarda 
· STF: A separação por si só não afasta a responsabilidade dos pais pelos atos dos filhos menores, mas cabe a possibilidade de regresso quando houver culpa exclusiva de um dos genitores.
· Se comprovado que não concorreu com culpa na ocorrência do dano
· V Jornada de Direito Civil - Enunciado 450: Considerando que a responsabilidade dos pais pelos atos danosos praticados pelos filhos menores é objetiva, e não por culpa presumida, ambos os genitores, no exercício do poder familiar, são, em regra, solidariamente responsáveis por tais atos, ainda que estejam separados, ressalvado o direito de regresso em caso de culpa exclusiva de um dos genitores
· Não haverá responsabilidade:
· Não haverá responsabilidade dos pais quando a guarda do filho é deferida a 3º
· Com a adoção o poder familiar é transferido do pai natural para o adotivo, assim como a responsabilidade se desloca para o adotante.
· Os pais não respondem por atos praticados em razão de trabalho do menor, a responsabilidade será do empregador
· Emancipação judicial e legal excluem a responsabilidade dos genitores.
· Emancipação voluntária estabelece responsabilidade solidária do menor com os pais;
· Não vai eximir os pais do dever de responsabilidade objetiva 
· Escolas: "ao receber estudante menor, confiado ao estabelecimento de ensino da rede oficial ou particular, a escola é revestida do dever de guarda e preservação da integridade física do aluno“ 
· Responsabilidade dos tutores e curadores:
· Pelos atos dos pupilos e curatelados
· Se o patrimônio do tutor ou curador foi insuficiente para reparar o dano, o patrimônio do incapaz responderá
· O curador não tem que responder pelos atos que não sejam de gestão patrimonial 
· Negócios, venda.administração, aluguel
· Não se aplica a regra do regresso 
· O pródigo enquanto pai, responde pelos atos dos filhos menores, só que na hora do pródigo responder, como é de caráter patrimonial, ele vai ter que buscar o curador para fazer a gestão patrimonial disto 
· ex: Pedrinho filho de Julio, Julio é declarado pródigo e tem no seu irmão o papel de curador. O Pedrinho está jogando bola na frente da casa do vizinho, começa a brigar com os amiguinhos e acaba chutando a bola na janela e quebra a vidraça do vizinho. Naturalmente Julio vai ser chamado para responder, todavia, quando é chamado para responder, não tem administração patrimonial, não pode fazer acordo para tentar parar o processo, para isso precisa da presença do seu curador, pois Julio não tem o ato de gestão.
· Limite humanitário: a impossibilidade de privação do necessário à pessoa, prevista no art. 928, CC, traduz um dever de indenização equitativa, prezando o princípio constitucional de proteção à dignidade da pessoa humana.
· O limite humanitário do dever de indenizar determina que a passagem ao patrimônio do incapaz se dará não quando esgotados todos os recursos do responsável, mas quando reduzidos estes ao montante necessário à manutenção de sua dignidade.
· Art. 934, CC - direito de regresso, aqueles que estão arrolados no art. 932, CC
· Salvo se o efetivo causador do dano for descendente daquele que está respondendo, nestecaso aplica-e o disposto no art. 934, CC e não vai ter direito de regresso 
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· Responsabilidade do empregador ou comitente:
· Comitente é a pessoa que incumbe alguém, mediante o pagamento de uma comissão, de executar certos atos em seu nome e sob sua direção e responsabilidade
· É necessário e existência de vínculo de subordinação e relação funcional entre estes e seus empregados ou prepostos 
· Cabe direito de regresso dos responsáveis pelos autores do ato ilícito 
· A responsabilidade do empregador é objetiva, mas a do empregado não, devendo o empregador provar a culpa do empregado para ter direito ao regresso 
· A adoção da responsabilidade objetiva prejudicou a Súmula 341, STF, que faz referência a “culpa presumida” dos empregadores e comitentes
· Segundo Gonçalves, para caracterizar a responsabilidade do empregador por ato do preposto é necessário:
· Qualidade de empregado, serviçal ou preposto do causador do dano
· Prova de que o dano foi praticado pelo empregado/prepostos de forma culposa
· Que o ato lesivo tenha sido praticado no exercício da função que lhe competia ou em razão dela 
· Responsabilidade de pagar alimentos é do empregador 
· Responsabilidade do empregador em face de acidente de veículo ocorrido com abuso do empregado (fora do horário de trabalho ou desvinculado das funções)
· Art. 932, III, CC: responde solidariamente 
· Teoria da aparência: enseja a responsabilidade da empresa pelos atos daquele que ostenta a aparência de empregado ou preposto
· Regresso é sempre subjetivo: empregador responde objetivamente pelo 3º, pelo vínculo da profissão; a responsabilidade empregador/empregado em relação a prejuízo de terceiros
· Direito de regresso do empregador para com relação ao empregado 
· Art. 934, CC - vínculo subjetivo; empregado pode dizer “não vou pagar, porque estava cumprindo ordens”, deste modo, se consegue provar tais circunstâncias, se desobriga de pagar o regresso 
→Responsabilidade dos que participam no produto de crime:
· Aqueles que houverem participado, ainda que gratuitamente, no produto do crime, são solidariamente responsáveis à reparação civil até a quantia aproveitada 
· Aquelas que se beneficiam do produto do crime
· Para Gonçalves não é caso de responsabilidade mas de repetição do indébito, visto que aquele que não participou diretamente do crime mas aproveitou seu produto deverá devolvê-lo, até a respectiva quantia 
→Donos de hotéis, hospedarias ou albergues 
· Trata-se de responsabilidade contratual e objetiva 
· Relação de consumo
· O hóspede lesado só terá que comprovar o contrato de hospedagem e o dano dele resultante para ser indenizado 
· A responsabilidade poderá ser excluída se o hoteleiro provar que o prejuízo não poderia ter sido evitado por força maior ou culpa exclusiva da vítima 
· Não há responsabilidade no caso de hospedagem gratuita por fatos decorrentes do comportamento de outros hóspedes, mas se manterá no caso de responsabilidade por ato do empregado 
· Responsabilidade dos estabelecimentos de ensino 
→Responsabilidade objetiva:
· Art. 933, CC
· Na responsabilidade indireta existem 2 esferas de análise:
· A 1ª é objetiva entre o responsável legal e a vítima
· A 2ª é subjetiva, uma vez que se refere ao autor do ato ilícito e a vítima, bem como do autor e do responsável em regresso 
· A responsabilidade é solidária entre o autor do dano e o responsável legal pela reparação
· Art. 942, pu, CC:
· No caso dos incapazes não haverá responsabilidade solidária, mas subsidiária. Não tendo o responsável a quantia suficiente para reparação do dano, o incapaz será responsabilizado
· O incapaz responde subsidiariamente pelos danos que causar, independentemente de que seja menor - absoluta ou relativamente - ou deficiente mental - total ou parcialmente
· Direito de regresso como consequência da responsabilidade indireta:
· Nos casos de responsabilidade por fato de outrem, aquele que paga a indenização (o responsável indireto) tem o direito regressivo (ação in rem verso) contra o causador do dano
· Art. 934, CC
· Exceção: não cabe o regresso se o causador do dano for descendente de quem pagou, não importa de absoluta ou relativamente incapaz. É a solidariedade familiar
· Enunciado 453: na via regressiva, a indenização atribuída a cada agente será fixada proporcionalmente à sua contribuição para o evento danoso 
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→Responsabilidade por fato de coisa e animal
· Responsabilidade por fato da coisa: 
· Quando a responsabilidade decorre de fato da coisa, sua atribuição se dá pela propriedade da coisa (carro, apartamento, animal), ou, jurisprudencialmente, pela teoria da guarda da coisa, mas em ambas as situações a responsabilidade será objetiva. 
· Independe da prova de culpa, daquele que é o proprietário ou está na guarda da coisa; uma vez provado o nexo causal entre o prejuízo e a coisa que é atribuída a alguém, vai haver o dever de indenizar 
· Por exemplo, o dono ou detentor do animal ressarcirá o dano por este causado se não provar culpa da vítima ou força maior (CC, art. 936). O dono do edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína se esta provier de falta de reparo, cuja necessidade seja manifesta (CC, art. 937 - responsabilidade do proprietário). Quem habita prédio, ou parte dele, responde pelos danos provenientes das coisas que dele caírem ou forem lançadas em local indevido (CC, art. 938 - responsabilidade do possuidor do imóvel).
· Teoria da guarda (pode sobre a coisa ou animal)
· Guardião é o dono ou o detentor, aquele que detém poder de comando sobre o animal; será o responsável pelos danos ou prejuízos causados
· Não é apenas o proprietário, mas também o possuidor ou o mero detentor do bem, desde que, no momento do fato, detivesse o seu poder de comando ou direção intelectual
· A detenção de uma coisa não basta para caracterizar a figura do guardião. A responsabilidade se liga mais ao conceito de guarda jurídica do que de guarda material 
· Pode a guarda ser transferida para outra pessoa: locação comodato, depósito, penhor 
· Atualmente foi alcançada pela teoria do risco, no sentido de que o guardião da coisa, que usufrui os cômodos da coisa também deve suportar os ônus 
· Caberá ao juiz, em cada caso, mesmo quando o proprietário tenha passado a guarda da coisa de forma expressa, o juiz deve examinar se subsiste a “presunção de guarda” imposta ao proprietário, ou se, reversamente, foi ilidida a praesumptio como no caso de transferência da coisa, com direito à utilização, com suficiente independência.
· Em caso de furto ou roubo da coisa, a situação é mais complexa, uma vez que a coisa escapa à direção do proprietário. Nesses casos, o que põe fim à guarda “é menos a perda da coisa do que a utilização dela por outrem, isto é, o poder de uso, de controle ou de direção”.
· Responsabilidade por danos causados por animais 
· Art. 936, CC
· Fato de 3º não gera excludente de responsabilidade, todavia, terei direito de regresso se conseguir identificar e comprovar que a vítima agiu para que o dano ocorresse
· Responsabilidade objetiva: 
· Há responsabilidade sem que a vítima precise provar a culpa do dono do animal
· O dono do animal/guardião poderá se livrar da indenização caso consiga assentar uma das 2 excludentes: 
· Caso fortuito ou força maior 
· Culpa exclusiva da vítima 
· Teoria da guarda - poder de comando sobre o animal (pode ser o dono ou possuidor)
· Isenção do dono em caso de posse do animal por 3º (ex: adestrador)
· O guardião só se exime se provar rompimento do nexo causal, não importando a investigação de culpa, salvo para configurar a culpa exclusiva da vítima 
· Responsabilidade civil por acidente envolvendo animal na estrada:
· 2 possibilidades:
· Responsabilidade do Estado nas pistas onde não há privatização e que não há concessão para exploração; neste caso é RESPONSABILIDADESUBJETIVA por omissão do Estado, embora os tribunais tenham dado uma força, dizendo que a omissão está no simples fato de existir o animal na pista 
· Caberia a prova da vítima fazer a prova de culpa do Estado
· Rodovia gerenciada por concessionária, quando a rodovia é privatizada (explorada por 3º), haverá a RESPONSABILIDADE OBJETIVA daquele explorador
· É patente a violação aos direitos da personalidade da pessoa que experimenta sentimentos de angústia, aflição e tristeza, ao ver seu ANIMAL de estimação ser atacado por cachorro(s) de terceiro(s), vindo a óbito ou padecendo com lesões graves. A dor pela perda ou pelo sofrimento do ANIMAL supera o mero dissabor e configura fato gerador do dano moral.
· Responsabilidade civil objetiva, em que o dever de indenizar surge da comprovação do dano e do nexo de causalidade 
· Responsabilidade pela ruína de edifício ou construção:
· Art. 937, CC
· Responsabilidade objetiva do dono/proprietário do edifício ou construção 
· A ruína pode ser total ou parcial (pode ser o desprendimento de revestimentos de parede, queda de vidros e telhas, solturas de placas de concreto ou a ruína absoluta)
· A ruína se presume do próprio fato!
· A demonstração de cuidado e diligência não exime de responsabilidade pela ruína
· Exoneração da responsabilidade apenas com o rompimento do nexo causal
· É pacífica a jurisprudência do STJ no sentido da responsabilização pelo proprietário da obra solidariamente ao empreiteiro quanto aos danos decorrentes da construção 
· Não exonera o dono do edifício a alegação de que, ao adquirir o bem, os motivos que deram causa ao dano já existiam, responde o proprietário, ainda que possa, em ação regressiva, cobrar do antigo dono 
Abstraído dos Santos atropela Vagaroso da Silva que fica gravemente ferido, com fratura exposta na perna e suspeita de traumatismo craniano. Enquanto aguardava o socorro, Vagaroso é atingido por Curioso Dedardó, que ao olhar o acidente perde o controle do seu carro e passa por cima do braço direito de Vagaroso. Vagaroso sobrevive ao acidente, mas em razão de sua condição de diabético necessita amputar o braço, ficando impossibilitado para o exercício de sua atividade profissional, vez que é mecânico. 
	Não. Ocorreu uma concausa superveniente e com isso cada autor responde pela sua conduta separadamente. Abstraído dos Santos responderá pelo atropelamento e Curioso Dedardó responderá pela amputação e perda da capacidade laboral.
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· Responsabilidade pelas coisas caídas de edifício:
· Art. 938, CC
· Responsabilidade do habitante pelas coisas caídas ou lançadas de habitações e que atinjam pessoas ou coisas
· Actio de effusis et deiectis é a ação que a vítima ajuíza contra o responsável pelo imóvel pelo dano causado pelas coisas caídas ou lançadas de edifícios que atinjam pessoas ou bens;
· Responsabilidade objetiva
· Queda anônima: condomínio responde no caso de impossibilidade na identificação da unidade de onde partiu o objeto 
· Casos específicos:
· Responsabilidade pelo acidente causada por veículo locado:
· Segundo a súmula 492, STF, a empresa locadora de veículo, com base na teoria do risco, responde solidariamente com o locatário pelo dano causado
· É solidária e objetiva, não há a discussão de culpa da locadora
· Relação de consumo, fundamento para que seja responsabilidade objetiva 
· Responsabilidade civil pelo acidente causado por veículo conduzido por 3º
· Responsabilidade solidária do proprietário com o condutor, à luz da teoria do risco
· STJ fixou a jurisprudência (grande maioria): responsabilidade objetiva 
· Emprestar o carro é uma atividade de risco, a ponto de colocar o dono do carro para responder de forma objetiva com fundamento no art. 927, pu, CC
· Todavia, o ofendido tem que provar a culpa do condutor do veículo, para que só assim o proprietário do veículo responda objetivamente 
· Responsabilidade objetiva não isenta o ofendido de fazer a prova contra o condutor
· Art. 932, CC
PRIMEIRA PROVA ATÉ AQUI 
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										12/05/2020
→Responsabilidade contratual
· A depender da natureza jurídica da obrigação jurídica preexistente violada a responsabilidade civil pode ser contratual ou extracontratual (aquiliana)
· Quando a obrigação jurídica originária for de natureza contratual, nos termos do art. 389 e 402, CC, existirá uma responsabilidade civil contratual
· Responsabilidade contratual: vínculo obrigacional preexistente 
· O dever jurídico violado pelo devedor tem por fonte a própria vontade dos indivíduos
· As partes têm ampla liberdade para definir cláusula penal tanto compensatória, quanto moratória 
· Está sempre vinculada ao dever de indenizar 
· Há violação de um dever positivo de adimplir, que constitui o próprio objeto da avença (gerando o ilícito contratual)
· Deriva da inexecução do negócio jurídico, da relação obrigacional, ou seja, é o descumprimento de uma obrigação contratual
· Responsabilidade contratual objetiva e subjetiva:
· Natureza do contrato vai determinar 
· Responsabilidade objetiva: inerente a prova de culpa
· Responsabilidade subjetiva: preciso analisar se a obrigação é de meio ou de resultado
· Se for de meio: vai ter que fazer (o mínimo) prova da culpa 
· Se for de resultado: a culpa é presumida na integralidade
· Inversão de culpa 
· Significa que ao autor (inadimplente) cabe fazer a prova de que não agiu com culpa 
· É a consequência do inadimplemento da obrigação
· Inadimplemento voluntário (culposo) ou fortuito
· Ocorrendo inadimplemento culposo da obrigação, via de regra, haverá responsabilidade civil por perdas e danos (art. 389 e 402, CC)
· Dano emergente (prejuízo efetivo) e o lucro cessante (deixou de lucrar)
· Inadimplemento fortuito:
· Decorre de um fato que está fora da possibilidade de previsão, ou ainda que previsível, é um fato necessário 
· Vai ter uma exclusão na responsabilidade, ou seja, não há dever de indenizar, pois não se atribui inadimplemento a uma das partes, porque não foram culpadas daquele inadimplemento 
· Incumbe ao devedor a prova do caso fortuito e da força maior 
· Acarreta presunção da culpa pela inexecução previsível e evitável da obrigação nascida pelo acordo de vontades 
· Negligência, imprudência, imperícia, falta de diligência, falta de atenção 
· Cláusula expressa, ônus decorrente do inadimplemento involuntário ou fortuito da obrigação
· Inadimplemento absoluto ou relativo
· Ideia de ter perdas e danos, prestação ser convertida 
· Cláusula penal/compensatória: referente a multa contratual pelo inadimplemento absoluto 
· Esfera da responsabilidade (ação indenizatória): indenizatória, cobrando os prejuízos referentes aquela conduta (perdas e danos)
· Prestação não seja mais útil ao credor; critério objetivo 
· Ex: vestido de noiva e o casamento já passou 
· Enunciado 162 da I Jornada: se não houver mais viabilidade do cumprimento da prestação, não haverá mora, mas sim inadimplemento absoluto
· Violação positiva do contrato: ilícito objetivo
· Representa o descumprimento dos deveres anexos da relação contratual, como o dever de informação - ilícito objetivo 
· Decorre da violação dos chamados deveres secundários, anexos ou instrumentais, todos derivados do princípio da boa-fé objetiva. Quem contrata não contrata apenas a prestação principal; contrata também cooperação, lealdade, respeito e transparência.
· Dando ensejo à resolução com perdas e danos 
· Enunciado 24: art. 422, CC - a violação de deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa
· Pressupostos da Responsabilidade Contratual
· Existência de contrato válido entre o devedor e o credor
· É de se observar que se o contrato for nulo (padecer de vício) não gera obrigação e não pode ser invocado por qualquer das partes como causa de indenização.
· Inexecução do contrato: a mora e o inadimplemento absoluto 
· Quando ocorre a inexecução

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