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CONCEITOS DE MECÂNICA DAS ESTRUTURAS Gleysson Morais Andrade INTRODUÇÃO Alguns conceitos fundamentais relacionados a mecânica das estruturas são a flexão obliqua, fluxo de cisalhamento e centro de cisalhamento. Nesta unidade trabalharemos esses temas para compreender melhor como são identificados e calculados. FLEXÃO OBLÍQUA A flexão oblíqua se trata de um caso particular de flexão no qual ocorre uma combinação de momentos em um mesmo elemento estrutural (viga), ou seja, acontecem dois eventos ao mesmo tempo, neste caso um momento de flexão e um cisalhamento. Em outras palavras, a flexão obliqua vai envolver a deformação da seção transversal do elemento devido às forças aplicadas, esse processo vai resultar em tensões de flexão e cisalhamento atuando em diferentes direções em uma mesma viga. DEFINIÇÃO A flexão oblíqua pode ocorrer em diferentes situações, dependendo da geometria e do sistema de forças aplicado. A seguir podemos observar alguns exemplos: • Carregamento não perpendicular à viga; • Carregamento assimétrico; • Combinação de forças e momentos. FLEXÃO OBLÍQUA Podemos ver a seguir algumas das características principais e aplicações que a flexão oblíqua pode ter: • Combinação de momentos de flexão e esforços de cisalhamento; • Deformação da seção transversal; • Distribuição de tensões complexa; • Influência na resistência e rigidez da estrutura; • Necessidade de análise adequada. FLEXÃO OBLÍQUA Flexão simples Flexão Oblíqua FLEXÃO OBLÍQUA Na Flexão oblíqua, o momento interno na viga age em qualquer direção arbitrária. MOMENTO FLETOR 𝜽 (+) do eixo z para o eixo y O momento fletor oblíquo pode ser decomposto em suas componentes ortogonais. FLEXÃO OBLÍQUA DECOMPOSIÇÃO DO MOMENTO FLETOR INTERNO FLEXÃO OBLÍQUA SUPERPOSIÇÃO DOS MOMENTOS FLETORES Considerou-se 𝝈𝒙 𝒎á𝒙 > 𝝈′𝒙 𝒎á𝒙 Por inspeção, as tensões de tração e compressão máximas 𝝈𝒙 𝒎á𝒙 + 𝝈′𝒙 𝒎á𝒙 , ocorrem em dois cantos opostos da seção transversal. FLEXÃO OBLÍQUA APLICAÇÃO PRÁTICA A tensão normal em qualquer ponto da seção transversal, pode ser expressa pelo somatório das tensões oriundas dos componentes ortogonais do momento interno de direção arbitrária (duas flexões simples). 𝝈 = − 𝑴𝒛𝒚 𝑰𝒛 + 𝑴𝒚𝒁 𝑰𝒚 FLEXÃO OBLÍQUA TENSÃO NORMAL NA FLEXÃO OBLÍQUA Sendo: 𝝈 – Tensão normal em qualquer ponto. y, z – Coordenadas do ponto medidas em relação a x, y e z. 𝑴𝒚 , 𝑴𝒛 - componentes do momento interno resultante direcionados ao longo dos eixos y e z. 𝑰𝒚, 𝑰𝒛 - Momentos principais de inércia calculados em torno dos eixos y e z. 𝝈 = − 𝑴𝒛𝒚 𝑰𝒛 + 𝑴𝒚𝒁 𝑰𝒚 FLEXÃO OBLÍQUA TENSÃO NORMAL NA FLEXÃO OBLÍQUA FLEXÃO OBLÍQUA DETERMINAÇÃO DA LINHA NEUTRA O Plano neutro é caracterizado pelas tensões normais nulas em sua extensão. O plano neutro corta a secção transversal, produzindo a linha neutra. 𝟎 = − 𝑴𝒛𝒚 𝑰𝒛 + 𝑴𝒚𝒁 𝑰𝒚 𝑴𝒛𝒚 𝑰𝒛 = 𝑴𝒚𝒁 𝑰𝒚 𝒚 = 𝑴𝒚𝑰𝒛𝒁 𝑴𝒛𝑰𝒚 𝒚 𝒁 = 𝑰𝒛𝑴𝐬𝐢𝐧𝜽 𝑰𝒚𝑴𝐜𝐨𝐬𝜽 𝒚 = 𝒁 𝑰𝒛 𝑰𝒚 tan𝜽 𝐭𝐚𝐧𝜶 = 𝑰𝒛 𝑰𝒚 tan𝜽 Equação da reta que define o eixo neutro. Inclinação da reta que define o eixo neutro. 𝒚 = 𝒁 𝑰𝒛 𝑰𝒚 tan 𝜽 𝐭𝐚𝐧𝜶 = 𝑰𝒛 𝑰𝒚 tan𝜽 Equação da reta que define o eixo neutro. Inclinação da reta que define o eixo neutro. FLEXÃO OBLÍQUA DETERMINAÇÃO DA LINHA NEUTRA O ângulo 𝜶 não é igual ao ângulo 𝜽 a menos que 𝑰𝒛 = 𝑰𝒚 EXEMPLO A seção transversal retangular mostrada na Figura abaixo está sujeita a um momento fletor 𝑴 = 𝟏𝟐 𝒌𝑵 ∙ 𝒎 . Determine a tensão normal desenvolvida em cada canto da seção e especifique a orientação do eixo neutro. Componentes do momento interno: Por inspeção, vemos que os eixos y e z representam os eixos principais de inércia, uma vez que são eixos de simetria para a seção transversal. Como exigido, definimos o eixo z como o eixo principal para momento de inércia máximo. O momento é decomposto em seus componentes y e z, onde: 𝑴𝒚 = − 𝟒 𝟓 𝟏𝟐𝒌𝑵 ∙ 𝒎 = −𝟗, 𝟔𝟎 𝒌𝑵 ∙ 𝒎 𝑴𝒛 = 𝟑 𝟓 𝟏𝟐𝒌𝑵 ∙ 𝒎 = 𝟕, 𝟐𝟎 𝒌𝑵 ∙ 𝒎 EXEMPLO Propriedades da seção: Os momentos de inércia em torno dos eixos y e z são: 𝑰𝒚 = 𝟏 𝟏𝟐 𝟎, 𝟒𝒎 𝟎, 𝟐𝒎 𝟑 = 𝟎, 𝟐𝟔𝟔𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 𝑰𝒛 = 𝟏 𝟏𝟐 𝟎, 𝟐𝒎 𝟎, 𝟒𝒎 𝟑 = 𝟏, 𝟎𝟔𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 EXEMPLO 𝝈 = − 𝑴𝒛𝒚 𝑰𝒛 + 𝑴𝒚𝒁 𝑰𝒚 𝝈𝑩 = − 𝟕, 𝟐 𝟏𝟎𝟑 𝑵 ∙ 𝒎 𝟎, 𝟐 𝒎 𝟏, 𝟎𝟔𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 + −𝟗, 𝟔 𝟏𝟎𝟑 𝑵 ∙ 𝒎 −𝟎, 𝟏 𝒎 𝟎, 𝟐𝟔𝟔𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 = 𝟐, 𝟐𝟓 𝑴𝑷𝒂 𝝈𝑪 = − 𝟕, 𝟐 𝟏𝟎𝟑 𝑵 ∙ 𝒎 𝟎, 𝟐 𝒎 𝟏, 𝟎𝟔𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 + −𝟗, 𝟔 𝟏𝟎𝟑 𝑵 ∙ 𝒎 𝟎, 𝟏 𝒎 𝟎, 𝟐𝟔𝟔𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 = −𝟒, 𝟗𝟓 𝑴𝑷𝒂 𝝈𝑫 = − 𝟕, 𝟐 𝟏𝟎𝟑 𝑵 ∙ 𝒎 −𝟎, 𝟐 𝒎 𝟏, 𝟎𝟔𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 + −𝟗, 𝟔 𝟏𝟎𝟑 𝑵 ∙ 𝒎 𝟎, 𝟏 𝒎 𝟎, 𝟐𝟔𝟔𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 = −𝟐, 𝟐𝟓𝑴𝑷𝒂 𝝈𝑬 = − 𝟕, 𝟐 𝟏𝟎𝟑 𝑵 ∙ 𝒎 −𝟎, 𝟐 𝒎 𝟏, 𝟎𝟔𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 + −𝟗, 𝟔 𝟏𝟎𝟑 𝑵 ∙ 𝒎 −𝟎, 𝟏 𝒎 𝟎, 𝟐𝟔𝟔𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 = 𝟒, 𝟗𝟓𝑴𝑷𝒂 EXEMPLO A distribuição da tensão normal resultante foi traçada usando esses valores. Visto que a superposição se aplica e a distribuição de tensão é linear. EXEMPLO Orientação do eixo neutro: A localização z do eixo neutro (NA) (figura abaixo) pode ser determinada por semelhança de triângulo. Ao longo da borda BC, exige-se: EXEMPLO 𝟐, 𝟐𝟓 𝑴𝑷𝒂 𝒛 = 𝟒, 𝟗𝟓 𝑴𝑷𝒂 𝟎, 𝟐 𝒎 − 𝒛 𝒛 = 𝟎, 𝟎𝟔𝟐𝟓𝒎 Da mesma maneira, essa é também a distância de D ao eixo neutro. Também podemos determinar a orientação de NA pela Equação (𝐭𝐚𝐧𝜶 = 𝑰𝒛 𝑰𝒚 tan𝜽), que é usada para especificar o ângulo 𝜶 que o eixo faz com o eixo 𝒛 ou eixo principal máximo. De acordo com a convenção de sinal que adotamos, deve ser medido do eixo + 𝒛 em direção ao eixo +𝒚. tan𝜽 = − 𝟒 𝟑 𝜽 = −𝟓𝟑, 𝟏𝟑° 𝒐𝒖 + 𝟑𝟎𝟔, 𝟗° EXEMPLO EXEMPLO Assim, 𝐭𝐚𝐧𝜶 = 𝑰𝒛 𝑰𝒚 𝐭𝐚𝐧𝜽 𝐭𝐚𝐧𝜶 = 𝟏, 𝟎𝟔𝟕 𝟏𝟎−𝟑 𝒎𝟒 𝟎, 𝟐𝟔𝟔𝟕 𝟏𝟎−𝟑 𝒎𝟒 𝐭𝐚𝐧 −𝟓𝟑, 𝟏° 𝐭𝐚𝐧𝜶 = −𝟕𝟗, 𝟒° FLEXÃO OBLÍQUA COMPOSTA FLEXÃO + CARGA AXIAL Força de compressão 𝑷 é excêntrica e provoca reação axial 𝑵 = −𝑷 e momentos ao longo das secções transversais da estrutura. FLEXÃO + CARGA AXIAL FLEXÃO OBLÍQUA COMPOSTA 𝝈𝒙 = − 𝑷 𝑨 − 𝑴𝒛𝒚 𝑰𝒛 + 𝑴𝒚𝒁 𝑰𝒚 EXEMPLO O bloco retangular de peso desprezível está sujeito a uma fora vertical de 𝟒𝟎 𝒌𝑵 aplicada em seu canto. Determine a distribuição de tensão normal que age sobre uma secção que passa por ABCD. 𝑴𝒛 = 𝟒𝟎𝒌 𝑵 × 𝟎, 𝟒 𝒎 = −𝟏𝟔𝒌𝑵𝒎 𝑴𝒚 = 𝟒𝟎𝒌 𝑵 × 𝟎, 𝟐 𝒎 = 𝟖𝒌𝑵𝒎 EXEMPLO Calculando o momento de inércia em relação aos eixos z e y respectivamente. 𝑰𝒛 = 𝟏 𝟏𝟐 𝟎, 𝟒𝒎 𝟎, 𝟖𝒎 𝟑 = 𝟏𝟕, 𝟎𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 𝑰𝒚 = 𝟏 𝟏𝟐 𝟎, 𝟖𝒎 𝟎, 𝟒𝒎 𝟑 = 𝟒, 𝟐𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 EXEMPLO 𝝈𝒙 = − 𝑷 𝑨 − 𝑴𝒛𝒚 𝑰𝒛 + 𝑴𝒚𝒁 𝑰𝒚 𝑨 = 𝟎, 𝟑𝟐𝒎𝟐 𝑴𝒁 = −𝟏𝟔 𝒌𝑵 ∙ 𝒎 𝑴𝒚 = 𝟖 𝒌𝑵 ∙ 𝒎 𝑰𝒁 = −𝟏𝟕, 𝟎𝟕 × 𝟏𝟎 −𝟑𝒎𝟒 𝑰𝒚 = 𝟒, 𝟐𝟕 × 𝟏𝟎 −𝟑𝒎𝟒 Equação geral: 𝝈 = − −𝟒𝟎 𝒌𝑵 𝟎, 𝟑𝟐𝒎𝟐 − −𝟏𝟔𝒌𝑵𝒎 𝒚 𝟏𝟕, 𝟎𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 + 𝟖𝒌𝑵𝒎 𝒁 𝟒, 𝟐𝟕 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 𝝈 = −𝟏𝟐𝟓 + 𝟗𝟑𝟕, 𝟑𝟐𝒚 + 𝟏𝟖𝟕𝟑, 𝟓𝟒𝒛 Y Z -0,4 0,2 -0,4 -0,2 0,4 -0,2 0,4 0,2 EXEMPLO 𝝈𝒙 = − 𝑷 𝑨 − 𝑴𝒛𝒚 𝑰𝒛 + 𝑴𝒚𝒁 𝑰𝒚 𝝈𝑨 = − 𝟒𝟎 𝒌𝑵 𝟎, 𝟖𝒎 𝟎, 𝟒𝒎 − −𝟏𝟔𝒌𝑵𝒎 𝟎, 𝟖𝒎 𝟎, 𝟒𝒎 𝟑 𝟏𝟐 −𝟎, 𝟒𝒎 + 𝟖𝒌𝑵𝒎 𝟎, 𝟒 𝒎 𝟎, 𝟖𝒎 𝟑 𝟏𝟐 𝟎, 𝟐𝒎 𝝈𝑨 = −𝟏𝟐𝟓 𝒌𝑷𝒂 + 𝟑𝟕𝟓𝒌𝑷𝒂 − 𝟑𝟕𝟓𝒌𝑷𝒂 = −𝟏𝟐𝟓𝒌𝑷𝒂 𝝈𝑩 = −𝟏𝟐𝟓𝒌𝑷𝒂 − 𝟑𝟕𝟓𝒌𝑷𝒂 − 𝟑𝟕𝟓𝒌𝑷𝒂 = −𝟖𝟕𝟓𝒌𝑷𝒂 𝝈𝑪 = −𝟏𝟐𝟓𝒌𝑷𝒂 + 𝟑𝟕𝟓𝒌𝑷𝒂 − 𝟑𝟕𝟓𝒌𝑷𝒂 = −𝟏𝟐𝟓𝒌𝑷𝒂 𝝈𝑫 = −𝟏𝟐𝟓𝒌𝑷𝒂 + 𝟑𝟕𝟓𝒌𝑷𝒂 + 𝟑𝟕𝟓𝒌𝑷𝒂 = 𝟔𝟐𝟓𝒌𝑷𝒂 EXEMPLO EXEMPLO CISALHAMENTO TRANSVERSAL Cisalhamento em elementos retos Devido à propriedade complementar de cisalhamento, observe que tensões de cisalhamento longitudinais associadas, também agirão ao longo dos planos transversais da viga. CISALHAMENTO TRANSVERSAL Forças de cisalhamento em vigas provocam distribuição não linear da deformação por cisalhamento na seção transversalgerando uma distorção na viga. CISALHAMENTO TRANSVERSAL A fórmula do cisalhamento é deduzida considerando equilíbrio da força horizontal da tensão de cisalhamento longitudinal e distribuições de tensão de flexão, que agem sobre uma porção de um segmento diferencial da viga. 𝝉 = 𝑽𝑸 𝑰𝒕 TENSÃO DE CISALHAMENTO 𝝉 = tensão de cisalhamento no elemento no ponto localizado à distância y'do eixo neutro. Consideramos que essa tensão é constante e, portanto, média, por toda a largura t do elemento. 𝑽 =força de cisalhamento interna resultante, determinada pelo método das seções e pelas equações de equilíbrio. 𝑰 = momento de inércia da área da seção transversal inteira, calculada em torno do eixo neutro. 𝒕= largura da área da seção transversal do elemento, medida no ponto onde 𝝉 deve ser determinada. 𝑸=𝒚^′ 𝑨′ , onde 𝑨′ é a porção superior (ou inferior) da área da seção transversal do elemento, definido pela seção onde 𝝉 é medida e 𝒚′ é a distância até o centroide de 𝑨′, medida em relação ao eixo neutro. 𝝉𝑴á𝒙 = 𝟑 𝟐 𝑽 𝑨 A tensão de cisalhamento máxima é atuante em uma viga maciça de secção transversal retangular. A tensão de cisalhamento máxima se distribui de maneira parabólica, com seu máximo ocorrendo para 𝒚 = 𝟎 ou seja, sob a linha neutra da secção transversal. TENSÃO DE CISALHAMENTO TENSÃO DE CISALHAMENTO PONTO IMPORTANTE A fórmula do cisalhamento 𝝉 = 𝑽𝑸 𝑰𝒕 não deve ser usada para determinar a tensão de cisalhamento em seções transversais curtas ou achatadas, ou em pontos onde ocorrem mudanças repentinas. Determine as variações da tensão de cisalhamento ao longo da altura da secção abaixo, sendo 𝑽 = 𝟓, 𝟎 𝒌𝑵 EXEMPLO 𝑰𝒁 = 𝟏𝟓 × 𝟓𝟎 𝟏𝟐 = 𝟏, 𝟓𝟔𝟐𝟓 × 𝟏𝟎−𝟑𝒎𝟒 Momento de inércia de toda a secção em relação ao eixo Z. A Tensão de cisalhamento no ponto A será nula, pois o momento estático da área acima deste ponto vale zero. Tensão de cisalhamento no ponto B 𝝉𝒙𝒚 𝑩 = 𝟓, 𝟎 ∙ 𝟎, 𝟏𝟓 × 𝟎, 𝟏𝟐𝟓 ∙ 𝟎, 𝟐𝟓 − 𝟎, 𝟏𝟐𝟓 𝟐 𝟎, 𝟏𝟓 ∙ 𝟏, 𝟓𝟔𝟐𝟓 × 𝟏𝟎−𝟑 = 𝟕𝟓, 𝟎 𝒌𝑵 𝒎𝟐 Tensão de cisalhamento no ponto C 𝝉𝒙𝒚 𝑪 = 𝟓, 𝟎 ∙ 𝟎, 𝟐𝟓 × 𝟎, 𝟏𝟓 ∙ 𝟎, 𝟐𝟓 𝟐 𝟎, 𝟏𝟓 ∙ 𝟏, 𝟓𝟔𝟐𝟓 × 𝟏𝟎−𝟑 = 𝟏𝟎𝟎, 𝟎 𝒌𝑵 𝒎𝟐 EXEMPLO 𝝉𝒎é𝒅 = 𝑽 𝑨 = 𝟓, 𝟎 𝟎, 𝟏𝟓 × 𝟎, 𝟓𝟎 = 𝟔𝟔, 𝟔𝟔𝟕 𝒌𝑵 𝒎𝟐 EXEMPLO FLUXO DE CISALHAMENTO 𝝉𝒙𝒚 = 𝑽𝒚𝑸𝒛 𝑰𝒛𝒕 𝒒 = 𝝉𝒙𝒚 ∙ 𝒕 = 𝑽𝒚𝑸𝒛 𝑰𝒛 Na direção do eixo da viga FLUXO DE CISALHAMENTO Fluxo de cisalhamento promovido pela força cortante no material: 𝒒 = 𝝉𝒙𝒚 ∙ 𝒕 = 𝑽𝒚𝑸𝒛 𝑰𝒛 Fluxo de cisalhamento resistivo dos elementos de fixação: 𝒒𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕𝒆𝒏𝒕𝒆 = 𝒏𝑭 𝒆𝒔𝒑𝒂ç𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 O conceito de fluxo de cisalhamento será útil para análise de regiões onde ocorre descontinuidade e variações abruptas do valor de t. Por meio da análise de do fluxo de cisalhamento de cisalhamento, é possível dimensionar elementos de fixação como pregos, cola, rebites, parafusos, etc. Na direção do eixo do elemento esbelto EXEMPLO Determinar o valor da força cortante 𝑽𝒚 que a secção transversal suporta, sabendo-se que a tensão de ruptura do material da viga é de 400 PSI. Qual o espaçamento máximo possível entre os pregos, na união mesa/alma, uma vez que estes suportam um carregamento transversal máximo de 400 lb. EXEMPLO Determinando o centróide da secção transversal: ഥ𝒚 = 𝟔 ∙ 𝟏, 𝟓 ∙ 𝟏, 𝟓 𝟐 + 𝟏, 𝟎 ∙ 𝟏𝟐 ∙ 𝟕, 𝟓 + 𝟏𝟎 ∙ 𝟏, 𝟓 ∙ 𝟏𝟒, 𝟐𝟓 𝟔 ∙ 𝟏, 𝟓 + 𝟏, 𝟎 ∙ 𝟏𝟐 + 𝟏𝟎 ∙ 𝟏, 𝟓 ഥ𝒚 = 𝟖, 𝟔𝟐𝟓 𝒊𝒏 Determinando o momento de inércia total da secção pelo teorema dos eixos paralelos: 𝑰𝒛 = 𝟏𝟎 ∙ 𝟏, 𝟓𝟑 𝟏𝟐 + 𝟏𝟎 ∙ 𝟏, 𝟓 ∙ 𝟏𝟒, 𝟐𝟓 − 𝟖, 𝟔𝟐𝟓 𝟐 + 𝟏 ∙ 𝟏𝟐𝟑 𝟏𝟐 + 𝟏 ∙ 𝟏𝟐 ∙ 𝟕, 𝟓 − 𝟖, 𝟔𝟐𝟓 𝟐 + 𝟔 ∙ 𝟏, 𝟓𝟑 𝟏𝟐 + 𝟔 ∙ 𝟏, 𝟓 ∙ 𝟎, 𝟕𝟓 − 𝟖, 𝟔𝟐𝟓 𝟐 𝑰𝒛 = 𝟏𝟏𝟗𝟔, 𝟒𝟑𝟕𝟓 𝒊𝒏 𝟒 EXEMPLO 𝑸𝒁 𝑴á𝒙 = 𝟏𝟎 ∙ 𝟏, 𝟓 ∙ 𝟏𝟒, 𝟐𝟓 − 𝟖, 𝟔𝟐𝟓 + 𝟏, 𝟎 ∙ 𝟏𝟐 + 𝟏, 𝟓 − 𝟖, 𝟔𝟐𝟓 𝟏𝟐 + 𝟏, 𝟓 − 𝟖, 𝟔𝟐𝟓 𝟐 𝑸𝒁 𝑴á𝒙 = 𝟗𝟔, 𝟐𝟓𝟕𝟖 𝒊𝒏𝟑 Determinando o momento estático da secção acima da linha neutra em relação a base (eixo z); EXEMPLO A tensão de cisalhamento máxima que ocorrerá na linha neutra. Neste ponto, a força cortante será: 𝝉𝒙𝒚 = 𝑽𝒚𝑸𝒛 𝑰𝒛𝒕 𝑽𝒚 = 𝝉𝒙𝒚𝑰𝒛𝒕 𝑸𝒛 𝑽𝒚 = 𝟒𝟎𝟎 𝒍𝒃 𝒊𝒏𝟐 ∙ 𝟏𝟏𝟗𝟔, 𝟒𝟑𝟕𝟓 𝒊𝒏𝟒 ∙ 𝟏, 𝟎 𝒊𝒏 𝟗𝟔, 𝟐𝟓𝟕𝟖 𝒊𝒏𝟑 = 𝟒𝟗𝟕𝟏, 𝟖𝟎𝟒 𝒍𝒃 Calculando fluxo de cisalhamento na junção mesa/alma superior: 𝒒𝒙 𝑺𝒖𝒑 = 𝑽𝒚𝑸𝒛 𝑰𝒛 = 𝟒𝟗𝟕𝟏, 𝟖𝟎𝟒 ∙ 𝟏𝟎 ∙ 𝟏, 𝟓 ∙ 𝟏𝟒, 𝟐𝟓 − 𝟖, 𝟔𝟐𝟓 𝟏𝟏𝟗𝟔, 𝟒𝟑𝟕𝟓 𝒒𝒙 𝑺𝒖𝒑 = 𝟑𝟓𝟎, 𝟔𝟐𝟎 𝒍𝒃 𝒊𝒏 EXEMPLO Igualando o fluxo de cisalhamento resistente do prego superior com o fluxo de cisalhamento atuante devido a força cortante 𝑽𝒚, temos: 𝒒𝒓𝒆𝒔 = 𝒒𝒙 𝑺𝒖𝒑 𝑭𝒑𝒓𝒆𝒈𝒐 𝒆𝒔𝒑 = 𝒒𝒙 𝑺𝒖𝒑 𝒆𝒔𝒑 = 𝑭𝒑𝒓𝒆𝒈𝒐 𝒒𝒙 𝑺𝒖𝒑 = 𝟒𝟎𝟎 𝒍𝒃 𝟑𝟓𝟎, 𝟔𝟐𝟎 = 𝟏, 𝟏𝟒 𝒊𝒏 Refaça o cálculo do espaçamento para os pregos da mesa/ama inferior. Paralela a secção transversal do elemento esbelto FLUXO DE CISALHAMENTO FLUXO DE CISALHAMENTO Paralela: secção transversal do elemento esbelto FLUXO DE CISALHAMENTO Paralela a secção transversal do elemento esbelto • O fluxo de cisalhamento aumenta da extremidade para o centro. O cisalhamento “flui”, ao longo do esqueleto da secção transversal, na direção do maior subelemento. • Atribuímos a direção do fluxo de cisalhamento a mesma direção da força cortante ao longo da maior secção material do elemento. A partir da definição do fluxo de cisalhamento neste elemento de maior porção material, podemos definir o sentido do fluxo de cisalhamento nos demais sub elementos que compõe o elemento como um todo. Maior secção material. O fluxo de cisalhamento é na mesma direção da força cortante nesta secção. A força total desenvolvida nas porções esquerda e direita de uma aba pode ser determinada por integração. Para a mesa, o fluxo de cisalhamento varia de maneira linear ao longo de b. 𝑭𝒂𝒃𝒂 = 𝑽𝒕𝒅𝒃𝟐 𝟏𝟔𝑰 FLUXO DE CISALHAMENTO Força na mesa Para a alma, o fluxo de cisalhamento varia de maneira parabólica. FLUXO DE CISALHAMENTO Força na alma 𝑭𝒂𝒍𝒎𝒂 = 𝑽𝒕𝒅𝟐 𝟒𝑰 𝟐𝒃 + 𝟏 𝟑 𝒅 • Haverá o equilíbrio de forças na mesa superior e inferior. • A força na alma será a própria força cortante. FLUXO DE CISALHAMENTO FLUXO DE CISALHAMENTO Perfil 𝑻 Perfil 𝑪 Secção fechada triangular vazada Secção tubular vazada Determinação do centroide da secção: ഥ𝒚 = 𝟐 ∙ 𝟒𝟎 ∙ 𝟏𝟎 ∙ 𝟓 + 𝟐 𝟏𝟎 ∙ 𝟒𝟎 ∙ 𝟑𝟎 + 𝟔𝟎 ∙ 𝟏𝟎 ∙ 𝟓𝟓 𝟐 ∙ 𝟒𝟎𝟏𝟎 + 𝟐 ∙ 𝟏𝟎 ∙ 𝟒𝟎 + 𝟔𝟎 ∙ 𝟏𝟎 = 𝟐𝟕, 𝟕𝟐𝟕𝟐𝒎𝒎 Determinação do momento de inércia da secção transversal aplicando o teorema dos eixos paralelos: 𝑰𝒛 = 𝟐 ∙ 𝟒𝟎 ∙ 𝟏𝟎𝟑 𝟏𝟐 + 𝟒𝟎 ∙ 𝟏𝟎 ∙ 𝟐𝟕, 𝟕𝟐𝟕𝟐 − 𝟓 𝟐 + 𝟐 ∙ 𝟒𝟎 ∙ 𝟏𝟎𝟑 𝟏𝟐 + 𝟏𝟎 ∙ 𝟒𝟎 ∙ 𝟐𝟕, 𝟕𝟐𝟕𝟐 − 𝟑𝟎 𝟐 + 𝟔𝟎 ∙ 𝟏𝟎𝟑 𝟏𝟐 + 𝟔𝟎 ∙ 𝟏𝟎 ∙ 𝟐𝟕, 𝟕𝟐𝟕𝟐 − 𝟓𝟓 𝟐 𝑰𝒛 = 𝟗, 𝟖𝟏𝟗𝟔𝟗 × 𝟏𝟎 𝟓𝒎𝒎𝟒 FLUXO DE CISALHAMENTO 𝑸𝒁 𝑩 = 𝟒𝟎 ∙ 𝟏𝟎 ∙ 𝟐𝟕, 𝟕𝟐𝟕𝟐 − 𝟓 + 𝟏𝟕, 𝟕𝟐𝟕𝟐 ∙ 𝟏𝟎 ∙ 𝟏𝟕, 𝟕𝟐𝟕𝟐 𝟐 − 𝟒𝟎 − 𝟏𝟕, 𝟕𝟐𝟕𝟐 ∙ 𝟏𝟎 ∙ 𝟒𝟎 − 𝟏𝟕, 𝟕𝟐𝟕𝟐 𝟐 𝑸𝒁 𝑩 = 𝟖𝟏𝟖𝟏, 𝟕𝟔 𝒎𝒎𝟑 𝑸𝒁 𝒄𝒈 = 𝟒𝟎 ∙ 𝟏𝟎 ∙ 𝟐𝟕, 𝟕𝟐𝟕𝟐 − 𝟓 + 𝟏𝟕, 𝟕𝟐𝟕𝟐 ∙ 𝟏𝟎 ∙ 𝟏𝟕, 𝟕𝟐𝟕𝟐 𝟐 𝑸𝒁 𝒄𝒈 = 𝟏𝟎𝟔𝟔𝟐, 𝟏𝟓 𝒎𝒎𝟑 𝑸𝒁 𝑨 = 𝟒𝟎 ∙ 𝟏𝟎 ∙ 𝟐𝟕, 𝟕𝟐𝟕𝟐 − 𝟓 𝑸𝒁 𝑨 = 𝟗𝟎𝟗𝟎, 𝟖𝟖 𝒎𝒎𝟑 EXEMPLO 𝑞𝐴 = 𝑉𝑗𝑄𝑘 𝐼𝑘 ⇒ 𝑞𝐴 = 150 ∙ 9090,88 9,81969 × 105 ⇒ 𝑞𝐴 = 1,389 𝑁 𝑚𝑚 𝑞𝐵 = 𝑉𝑗𝑄𝑘 𝐼𝑘 ⇒ 𝑞𝐵 = 150 ∙ 8181,76 9,81969 × 105 ⇒ 𝑞𝐵 = 1,250 𝑁 𝑚𝑚 𝑞𝑐𝑔 = 𝑉𝑗𝑄𝑘 𝐼𝑘 ⇒ 𝑞𝑐𝑔 = 150 ∙ 10662,15 9,81969 × 105 ⇒ 𝑞𝑐𝑔 = 1,629 𝑁 𝑚𝑚 EXEMPLO 𝐹𝑚𝑒𝑠𝑎 = න 𝑠 𝑞𝑑𝑠 ⇒ 𝐹𝑚𝑒𝑠𝑎 = න 0 35 150 9,81969 × 105 𝑠 ∙ 10 27,7272 − 5 𝑑𝑠 𝐹𝑚𝑒𝑠𝑎 = න 0 35 3,472 × 10−2 𝑠 ∙ 𝑑𝑠 𝐹𝑚𝑒𝑠𝑎 = 21,266 𝑘𝑁 𝐹𝑎𝑙𝑚𝑎 1 = න 𝑠 𝑞𝑑𝑠 ⇒ 𝐹𝑎𝑙𝑚𝑎 1 = න 0 22,7272 150 9,81969 × 105 35 ∙ 10 27,7272 − 5 + 10 ∙ 𝑠 27,7272 − 5 − 𝑠 2 𝑑𝑠 𝐹𝑎𝑙𝑚𝑎 1= 33,593 𝑘𝑁 𝐹𝑎𝑙𝑚𝑎 2 = න 𝑠 𝑞𝑑𝑠 ⇒ 𝐹𝑎𝑙𝑚𝑎 2 = න 0 27,2728 150 9,81969 × 105 10 ∙ 𝑠 𝑠 2 𝐹𝑎𝑙𝑚𝑎 2 = 5,164 𝑘𝑁 EXEMPLO • Uma força cortante atuante na direção vertical, de cima para baixo. • O fluxo de cisalhamento no elemento paralelo a força cortante, seguirá o mesmo sentido da força cortante. • O fluxo de cisalhamento dos demais subcomponentes são apresentados de modo a configurar a lógica do fluxo. CENTRO DE CISALHAMENTO 𝒒 = 𝝉𝒙𝒚 ∙ 𝒕 = 𝑽𝒚𝑸𝒛 𝑰𝒛 𝑭𝒆𝒒𝒖𝒊 = න 𝒔 𝒒𝒅𝒔 CENTRO DE CISALHAMENTO Aplicação de carregamento em uma direção diferente das direções de simetria do elemento. O ponto O na figura acima, representa um ponto onde um carregamento externo P é aplicado, de modo a garantir que a estrutura sofra apenas flexão, eliminando o momento torçor. Este ponto O é denominado de centro de cisalhamento. CENTRO DE CISALHAMENTO CENTRO DE CISALHAMENTO Determinando o centro de cisalhamento 𝑰𝒛 = 𝟐 ∙ 𝒃𝒕𝟑 𝟏𝟐 + 𝒃𝒕 𝒉 𝟐 𝟐 + 𝒕𝒉𝟑 𝟏𝟐 ⇒ 𝑰𝒛 = 𝒕𝒉𝟐 𝟐 𝒃 + 𝒉 𝟔 Momento de inércia de toda a secção transversal. Força equivalente na mesa inferior: 𝑭𝒎𝒆𝒔𝒂 = න 𝒔 𝒒𝒅𝒔 ⇒ 𝑭𝒎𝒆𝒔𝒂 = න 𝟎 𝒃 𝑷 𝑰𝒛 𝒕𝒔 𝒉 𝟐 𝒅𝒔 ⇒ 𝑭𝒎𝒆𝒔𝒂 = 𝑷𝒃𝟐 𝟐𝒉 𝒃 + 𝒉 𝟔 Pelo equilíbrio de momento torçor em relação ao ponto A: −𝑭𝒎𝒆𝒔𝒂𝒉 + 𝑷𝒆 = 𝟎 𝒆 = 𝒃𝟐 𝟐 𝒃 + 𝒉 𝟔 O centro de cisalhamento não depende do carregamento externo, apenas da geometria da secção do elemento. REFERÊNCIAS HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 10 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018. BEER, F. P.; E. JOHNSTON, R. Jr. Resistência dos Materiais. 3. ed. McGraw-Hill, 2015. OBRIGADO!
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