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A ciência geográfica • Espaço geográfico: Corresponde ao espaço que está sendo permanentemente produzido pela sociedade humana, através de sua relação com a natureza. Esta relação vai se transformando à medida que a sociedade se modifica e está em permanente transformação. Isso é resultado dos avanços técnicos, econômicos e culturais. O espaço geográfico é produto da relação sociedade X natureza, pois é a forma como a sociedade se relaciona com a natureza que vai constituir o espaço geográfico. • Paisagem: Dimensão perceptível do espaço, é como vemos ou sentimos o espaço, ou seja, quando olhamos para um lugar, estamos vendo a sua paisagem. 1) Paisagem natural: Predominância de elementos da natureza 2) Paisagem Cultural: Predominância da cultura (intervenção do homem) • Território: Pedaço de espaço dominado e apropriado por uma sociedade ou por um Estado que dá uma ideia de posse. • Região: O agrupamento de áreas que tem características semelhantes • Lugar: Espaço que uma pessoa tem afinidade Os primeiros geógrafos Atribui-se aos gregos uma grandiosa contribuição nos primeiros estudos geográficos, pois no período em que eles dominaram grande parte do mundo conhecido que na época se restringia à região do Mediterrâneo, eles se preocuparam em sistematizar as informações a respeito da Terra, chamando os primeiros estudos de Geografia de estudo da superfície terrestre. Vejamos algumas dessas contribuições: • Estrabão (63 a.C. – 25 d.C.): - Obra com 17 volumes – Geographicae – estudos sobre o formato da Terra -descreve suas experiências de viagens - guia para utilização militar. • Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C): - Reconheceu a Terra como uma esfera. • Hiparco (190 a.C. – 125 a.C.): - Criou o sistema de coordenadas geográficas (conjunto de paralelos e meridianos). • Ptolomeu (100 d.C – 178 d.C): - Em sua obra Almagesti propunha o sistema geocêntrico - mapeou o mundo conhecido na época - constituindo o primeiro Atlas com a latitude e a longitude de lugares importantes - Copérnico elaborou o heliocentrismo. • Os romanos: - aproveitaram os conhecimentos gregos - demarcaram as terras do Império Romano garantindo o levantamento de aspectos geográficos daquela região nas proximidades do Mediterrâneo. - No século 15 e 16, época das grandes explorações e conquistas territoriais, com a expansão marítima européia, especialmente de Portugal e Espanha. - Evolução técnica permitiu a melhoria de equipamentos como embarcações, instrumentos de navegação (bússola, astrolábio) e a confecção de mapas mais precisos para que os navegantes se aventurassem em viagens por mares até então desconhecidos. - Ampliação das fronteiras do pequeno mundo conhecido até então, - Incorporação de novas terras, como a América, no século 15 e a Oceania, no século 17. - Desejo de expansão territorial, as descrições geográficas feitas pelos viajantes e o avanço da Cartografia expandiram os conhecimentos Geográficos. - Porém, os relatos dos viajantes que voltavam descrevendo as características dos novos lugares (clima, relevo, vegetação, povos, etc.) tinham caráter apenas descritivo, impedindo que a Geografia fosse reconhecida como ciência, o que vai perdurar até o século 19. Os princípios geográficos A Geografia Moderna: - começar a se estruturar na Alemanha, com Humboldt e Ritter: - Cientistas que deram à Geografia um método de análise - Estabelecer relações entre os fenômenos que ocorrem nas diversas paisagens da superfície do planeta e desses com a ação da humanidade, - Sistematização do conhecimento geográfico e estabelecendo leis, como os cinco princípios da Geografia: • Extensão ou Localização (Ratzel): - Para se estudar um fato ou área geográfica deve-se inicialmente procurar localizá-lo na superfície terrestre e estabelecer seus limites (localizar e delimitar os fatos, fenômenos ou áreas). • Analogia (Karl Ritter e Vidal de La Blache): - estabelecer a comparação entre a área ou fato estudado e outras áreas ou fatos, identificando semelhanças e diferenças. • Causalidade (Alexander von Humboldt): - Nenhum fenômeno na superfície terrestre acontece por acaso - Deve-se procurar as causas que o determinam e estabelecer relação de causas e efeitos. • Conexidade ou Interação (Jean Brunhes): - Os fenômenos geográficos não ocorrem isoladamente e não determinam sozinhos o espaço. – Há uma interação de fatores para determinar a ocorrência de um fenômeno. • Atividade (Jean Brunhes): - O espaço geográfico é dinâmico e está em constante transformação devido à ação constante de fatores sociais e naturais. - É necessário conheçer o passado para entender o presente e fazer projeções para o futuro do espaço geográfico. Com a sistematização do conhecimento geográfico a Geografia abandonou o papel meramente descritivo e passou a explicar os fenômenos e suas inter-relações, tornando-se uma ciência e passando a ter um caráter científico e acadêmico, chegando às universidades. - O colonialismo do século 19 estimulou a criação de sociedades geográficas para elaborar mapas e organizar expedições para a exploração de novos lugares. É nessa época que a ciência geográfica é reconhecida oficialmente, passando a ser ministrada nas escolas. As correntes do pensamento geográfico – a evolução da geografia como ciência • Determinismo geográfico: - desenvolvido na segunda metade do século XIX, na Alemanha, - Friedrich Ratzel: - Afirma que as condições ambientais, em especial o clima, são capazes de influenciar o desenvolvimento intelectual e cultural das pessoas. - Segundo essa escola as populações das áreas temperadas teriam um desenvolvimento mais elevado do que as das áreas tropicais, quentes e úmidas. - Procurava justificar o expansionismo territorial e as conquistas alemãs da época - afirmava que os grupos humanos ao crescer tendem a expandir seus territórios, ocupando os territórios vizinhos. - Reforça a ideia de superioridade racial, um povo é superior a outro. - Influenciou a expansão nazista no século 20. - Conceito de território e de espaço vital - Espaço vital: Sugere que existe uma relação entre a população e os recursos disponíveis em seu território, de modo que se o território se mostrasse insuficiente para suprir as necessidades da sua população, o progresso natural seria a apropriação de novos territórios. - Procura justificar a expansão imperialista alemã da época. • Possibilista: - Criada por Paul Vidal de La Blache - forma de reagir ao expansionismo alemão e buscando conter o avanço das idéias deterministas da escola alemã, - Defendia que as pessoas poderiam atuar no meio, modificando-o e determinando o seu desenvolvimento, ou seja, o meio natural oferece um conjunto de possibilidades, e sua utilização depende dos costumes e dos gêneros de vida, diferenciados e do desenvolvimento histórico de cada sociedade. - relacionaram o conceito de gênero de vida, que não é uma consequência inevitável das condições ambientais, mas de um acervo de técnicas, hábitos, usos e costumes, que lhe permitiram utilizar os recursos naturais disponíveis. - Afirma que, o homem, como ser racional, é elemento ativo, portanto tem condições de modificar o meio natural e adaptá-lo segundo suas necessidades. • Geografia Quantitativa: - Na primeira metade do século 20, o desejo de tornar a Geografia mais científica, mais aceita enquanto disciplina, fez com que se passasse a utilizar muitos dados estatísticos e modelos matemáticos nos estudos geográficos. - Essa nova fase da ciência é conhecida como Geografia Quantitativa - Buscava explicar os fenômenos do espaço geográfico através de modelos e fórmulas matemáticas, partindo de modelos matemáticos e levantamentos estatísticos. - Recebeu muitas críticas, sob a argumentação de que os seus modelos não poderiam levar em conta todos os aspectos da realidade, sendo insuficientes para explicá-la. - Não havia a preocupaçãode buscar soluções para os problemas sociais. • Geografia Crítica ou Marxista: - Essa corrente busca entender as relações entre a sociedade e a natureza, que se dá através do trabalho e da apropriação dos recursos naturais. - Para a compreensão dessas relações buscam-se explicações na história econômica e política, de modo que a Geografia torna-se uma ciência de denúncia e politizada. Assim, indo muito além da descrição de paisagens, a Ciência Geográfica se renova propondo uma nova discussão sobre o espaço geográfico, que é fruto do trabalho social sobre a natureza. Introdução à cartografia Orientação • A forma da Terra é esférica, porém, por não ser uma esfera perfeita, sendo achatada nos pólos, atribui-lhe a forma Geóide. Pode-se também considerá-la um elipsóide de rotação. - Os pontos cardeais foram criados com base no movimento de rotação da Terra de Oeste para Leste. - Sabendo-se que o Sol nasce no leste, este ou oriente (representado pelas letras L ou E - East) e se põe no oeste, poente ou ocidente (representado pelas letras O ou W – West). - Com base nesta informação determinamos o norte (porção setentrional ou boreal) e o sul (porção meridional ou austral). - Além dos pontos cardeais, temos os pontos colaterais e subcolaterais, formando um total de 16 direções, que dão origem a Rosa dos Ventos. • Pontos cardeais: Norte (N) Sul (S) Leste (L ou E) Oeste (O ou W) • Pontos colaterais: Nordeste (NE) Sudeste (SE) Noroeste (NO) Sudoeste (SO) • Pontos subcolaterais: norte-nordeste (NNE); leste-nordeste (LNE); leste-sudeste (LSE); sul-sudeste (SSE); sul-sudoeste (SSO); oeste-sudoeste (OSO); oeste-noroeste (ONO); norte-noroeste (NNO) Coordenadas geográficas Paralelos e os meridianos: - São linhas imaginárias que têm a função de localizar qualquer ponto da superfície terrestre, em forma de círculos e semicírculos imaginários. Antimeridiano: Cada meridiano tem seu antimeridiano, ou seja, outro do lado oposto a ele. As coordenadas geográficas: - As coordenadas geográficas correspondem ao conjunto de Paralelos que determina as medidas de latitude e Meridianos, que determina a medida de longitude de um ponto na superfície terrestre. - Todos os paralelos cortam perpendicularmente o eixo terrestre; enquanto os meridianos se cruzam nos extremos (ou pólos) do eixo terrestre. - O eixo trata-se de uma linha diametral imaginária que passa pelo centro da Terra, enquanto os meridianos são semicírculos que vão de um pólo ao outro. Latitude: É a distância em graus de um ponto qualquer da superfície até o Equador. Pode ser Norte ou Sul e varia de 0º (na linha do Equador) a 90º (Pólos Norte e Sul) a medida dos paralelos, entre os quais se destacam como principais: ⇒ A Linha do Equador (0º de lat.), que é o circulo de referência das latitudes e divide o globo terrestre ao meio, nos hemisférios norte e sul; ⇒ O Trópico de Câncer (23º27‘ de lat. Norte) ⇒ O Trópico de Capricórnio (23º27‘ de lat. Sul) ⇒ O Círculo Polar Ártico (66º33'39" de lat. Norte) ⇒ O Círculo Polar Antártico (66º33'39" de lat. Sul) OBS: O Equador é o único paralelo que serve de referencial da latitude, pois é o único que corta a Terra num plano diametral, dividindo-a, portanto, em dois hemisférios, o Norte e o Sul. As latitudes são consideradas baixas quando se localizam entre 0° e 30°; médias latitudes, até aproximadamente 50°; altas latitudes, de 50° a 90º. Longitude: É a distância em graus de qualquer ponto da superfície terrestre até o Meridiano de Greenwich (0º longitude), a partir de onde se distribuem em direção a leste ou a oeste e variam de 0º a 180º. ⇒ São semicírculos imaginários que vão de pólo a pólo. ⇒ Existem 360º de longitude divididos a partir do Meridiano de Greenwich em 180º a Leste e 180º a Oeste. ⇒ Como todos os meridianos se cruzam nos pólos, apresentam a mesma extensão de 40.036 km e cortam a Terra num plano diametral. ⇒ Qualquer um deles pode ser o referencial 0° para a contagem inicial da longitude. Zonas climáticas: Devido à inclinação da Terra e a diferença de radiação solar, a superfície da Terra é desigualmente iluminada, a cada uma dessas faixas recebem o nome de Zonas Térmicas ou Zonas Climáticas da Terra. Elas se dividem em: ⇒ Zona Polar: Entre os Pólos e os Círculos Polares. Com temperaturas negativas (geralmente, inferiores a 10ºC). Também chamado de Zona Fria. ⇒ Zona Temperada: Entre os Círculos Polares e os Trópicos. Com temperaturas médias moderadas. ⇒ Zona Tropical: Entre os Trópicos. Com temperaturas elevadas (geralmente superiores a 18ºC). Também chamada de Zona Quente, Tórrida ou Intertropical. Movimentos da terra A Terra, como os demais planetas possuem vários movimentos, pois isso faz parte do equilíbrio dinâmico. Dentre os vários movimentos executados pela Terra, apenas dois nos interessam mais, a rotação e a translação. Movimento de rotação: - Executado ao redor do próprio eixo, a uma velocidade de aproximadamente 1.666Km/h. - Sentido de movimento de oeste para leste - Dura 23h 56 min. e 4 seg. (24 horas). - Conseqüências desse movimento: a sucessão dos dias e noites; o dia de 24 horas; criação dos fusos horários; interferência na circulação atmosférica e nas correntes marítimas. Movimento de translação: - Movimento da Terra ao redor do Sol em órbita elíptica. - Durante o movimento de translação a distância Terra-Sol varia durante o ano. Em torno dos dias 04 e 08/07 atinge o afélio (maior distância do Sol, com 152 milhões de km) e entre 31/12 e 04/01, o periélio (menor distância, 147 milhões de km). - Percorre aproximadamente 930 milhões de km a uma velocidade média de 196.800 km/h, com duração de 365 dias, 5 h, 48 min. e 48 seg., período denominado ano sideral. - O período de 365 dias é o ano civil. - O ajuste entre os dois é feito acrescentando-se 1 dia ao mês de fevereiro a cada 4 anos, quando temos o chamado ano bissexto, com 366 dias. - Conseqüências desse movimento: as estações do ano, devido às diferentes posições da Terra em relação ao Sol; desigualdade na distribuição de luz e calor; duração desigual dos dias e noites, conforme a época do ano (com exceção da região equatorial), e ocorrência dos solstícios e equinócios. Estações do ano: Devido à inclinação do eixo terrestre e ao movimento de translação, a Terra ocupa durante o ano diferentes posições em relação ao Sol. As 2 mais importantes são os solstícios e os equinócios. Solstícios: Representam as épocas do ano em que os pólos da Terra se encontram mais próximos (verão) ou mais distantes (inverno) do Sol. Equinócios: São as épocas em que os dois pólos são igualmente iluminados pelo Sol (primavera e outono). Os solstícios e os equinócios ocorrem nas seguintes datas: - 21/06: Solstício de verão no Hemisfério Norte; Solstício de inverno no Hemisfério Sul - 21/12: Solstício de verão no Hemisfério Sul; Solstício de inverno no Hemisfério Norte. - 21/03: Equinócio de outono no Sul e de primavera no Norte. - 23/09: Equinócio de primavera no Sul e de outono no Norte. OBS: ⇒ Entre 21 e 23 de março, ocorre o equinócio de primavera no hemisfério norte ou o equinócio de outono no hemisfério sul. ⇒ Por volta de 21 de junho, ocorre o solstício de verão no hemisfério norte ou o solstício de inverno no hemisfério sul. ⇒ Entre 21 e 23 de setembro, ocorre o equinócio de outono no hemisfério norte ou o equinócio de primavera no hemisfério sul. ⇒ Por volta de 21 de dezembro, ocorre o solstício de inverno no hemisfério norte ou o solstício de verão no hemisfério sul. Fusos horários • O movimento de rotação é feito no sentido oeste-leste e que o Sol descreve aparentemente um movimento na Terra no sentido contrário, de leste para oeste, conclui-se que o hemisfério leste está sempre maisadiantado em horas que o hemisfério oeste. • Assim, para Leste as horas aumentam a cada fuso horário e para Oeste as horas diminuem a cada fuso horário. Isso ocorre porque a Terra gira de Oeste para Leste. • Quando o Sol passa exatamente em cima de um meridiano é meio-dia naquele ponto situado sobre aquele meridiano. • Seria confuso, no entanto, se cada cidade usasse essa hora astronômica – haveria muitas horas diferentes. Foi preciso criar uma convenção internacional determinando uma hora mundial, um referencial planetário. Com este objetivo se criaram os fusos horários, tendo como ponto de partida o GMT (Greenwich Meridien Time), ou seja, a hora de Londres, firmado no século passado. • Sabemos que toda circunferência tem 360º. Como o movimento de rotação da Terra é realizado em 24 horas, divide-se 360 por 24 e chega-se a 15º. • Este espaço de 15° é o fuso horário, onde ocorre a hora legal tanto ao norte como ao sul do Equador. Assim, cada uma das 24 divisões da Terra, com 15° cada uma, corresponde a um fuso horário, isto é, a uma determinada hora do dia. • Dessa forma todas as áreas ao norte ou ao sul que estiverem dentro de um mesmo fuso horário terão a mesma hora. • Do lado contrário do Meridiano de Greenwich, no Oceano Pacífico, criou-se o Antimeridiano de Greenwich ou Linha Internacional de Mudança de Data (LID), a 180º. Se formos do Brasil para o Japão, ultrapassando a LID de oeste para leste aumentamos 1 dia; de leste para oeste, diminuímos 1 dia. • Uma observação importante e prática: em todo e qualquer exercício de fusos horários é necessário que se dê a localização geográfica em longitude das cidades e se memorize aquela questão prática: ao caminharmos para o oriente (leste) aumentamos a hora; para o ocidente (oeste), diminuímos a hora. Exemplificando: a cidade do Rio está a aproximadamente 45° de longitude oeste de Greenwich e são 10 horas da manhã; determine a hora no Cairo (a 30° de longitude L Gr.) e em Los Angeles (120° long. W Gr.). • O horário de determinadas áreas de alguns países não corresponde ao horário do fuso em que estão localizadas. Com o objetivo de facilitar as comunicações, existe um limite prático entre os fusos horários. A Argentina, por exemplo, apesar de possuir a maior parte de seu território situada na faixa do fuso de –4 horas (em relação ao fuso inicial), pelo limite prático tem seu horário atrasado apenas 3 horas em relação a Greenwich. Novo mapa de fusos horários do Brasil ⇒ O Brasil possuía 4 fusos horários, A partir do dia 24 de junho de 2008 o Brasil passou a ter oficialmente 3 fusos horários. Antes o Pará tinha dois fusos horários, após essa mudança passou a ter apenas um. Os relógios da parte oeste do Estado foram adiantados em mais uma hora, fazendo com que todo o Pará ficasse com o mesmo horário de Brasília. Dessa forma, os municípios paraenses com uma hora de diferença em relação ao fuso oficial do Brasil passaram a ter o mesmo fuso horário de Brasília. ⇒ O Estado do Acre, que antes possuía duas horas de atraso em relação à hora oficial do país e 5 horas a menos em relação ao meridiano de Greenwich (-5h GMT), passou a ter uma hora de diferença em relação a Brasília, onde está o fuso oficial do Brasil (-3h GMT), ou seja, os municípios do Acre ficaram no fuso (- 4h GMT), com diferença de uma hora em relação a Brasília. Municípios da parte oeste do Estado do Amazonas, na divisa com o Acre, sofreram a mesma mudança. Mapas, legendas, projeções e escalas 1. Elementos do mapa • O homem descobriu mapas por volta de 6.000 a. C., porém a palavra cartografia começou a ser utilizada a partir de 1839 para designar uma ciência que se ocupava de produzir mapas. • Primeiro mapa-múndi foi publicado em 1569, pelo belga Mercator, que pela 1° vez utilizou uma projeção para representar uma superfície esférica sobre uma superfície plana. Esse tipo de mapa é o mais utilizado hoje e denomina-se planisfério. • O globo terrestre é a representação mais fiel da superfície terrestre, pois, apesar de ser reduzida e não apresentar uma riqueza de detalhes, possui forma semelhante à da Terra, representando os continentes e oceanos em suas configurações e posições reais. • Todo bom mapa deve conter 4 elementos principais: título, escala, coordenadas geográficas e legenda. Esses elementos asseguram a leitura e a interpretação precisas das informações nele contidas. ⇒ Título: Descreve a informação principal que o mapa contém. ⇒ Legenda: É onde estão indicados os símbolos utilizados nos mapas e seu significado. As legendas permitem interpretar as informações contidas no mapa. OBS: Os termos mapa e carta são muitas vezes usados como sinônimos. No entanto, de maneira geral, os mapas correspondem às representações mais genéricas (como um planisfério), enquanto as cartas geográficas normalmente consistem em representações de espaços mais restritos e com maior grau de detalhamento, como as constantes do guia de ruas de uma cidade. Quando os mapas mostram algo mais que a localização de um lugar, ou seja, quando eles chegam a caracterizá-lo, fornecendo várias informações são chamados mapas temáticos. Além deste tipo existem ainda: • Mapas zonais: Destacam as áreas de ocorrência de determinados fenômenos, como por exemplo, a densidade populacional, onde se representam em cores mais escuras as áreas mais povoadas. • Mapa pontual qualitativo: Quando para representar, por exemplo, as dez cidades mais populosas Brasil, utilizamos símbolos gráficos, como um triângulo ou uma estrela. • Mapas pontuais quantitativos: Usam figuras geométricas de tamanho proporcional à importância do fenômeno a ser representado e o valor de cada figura fica explicitado na legenda. • Mapas de fluxos: Representam fluxos de mercadorias, informações ou pessoas através de flechas ou linhas de espessuras variadas, indicando os sentidos e o volume ou intensidade destes fluxos. • Mapas de isolinhas: - Uma isolinha é uma linha que une um conjunto de pontos com o mesmo valor. Ao conjunto de isolinhas desenhadas sobre um mapa é dado o nome de mapa de isolinhas. Um dos melhores exemplos de mapas de isolinhas é o mapa de curvas de nível em que cada curva de nível é uma isolinha que representa o conjunto de pontos com a mesma altitude. Outros exemplos de mapas de isolinhas são os diversos tipos de mapas de distribuições climáticas (isotérmicas, isobaras, isoietas), etc. - As mais conhecidas são as isolinhas denominadas curvas de nível, que numa planta topográfica, caracteriza-se como uma linha imaginária que une todos os pontos de igual altitude de uma região representada. São associadas a valores de altitude em metros (m). Portanto, a curva de nível serve para identificar e unir todos os pontos de igual altitude de um certo lugar. • Anamorfose: É uma figura aparentemente disforme que, produz uma imagem regular do objeto que representa. A anamorfose cartográfica ou geográfica é uma figura que expõe o contorno dos espaços representados de forma distorcida para realçar o tema. A área das unidades espaciais é alterada de forma proporcional ao respectivo valor. É usada para expressar dados estatísticos de áreas que assumem o tamanho proporcional ao fenômeno que se quer representar. ⇒ Escala: - Indica a proporção entre o espaço real e sua representação cartográfica, ou seja, quantas vezes o tamanho real teve de ser reduzido para poder ser representado. - A escala é o elemento de relação entre as dimensões e distâncias reais e as que estão representadas no mapa. O grau de detalhamento de um mapa é proporcional à escala. Quanto maior a escala, maior o detalhamento. - Deve-se estabelecer a escala de um mapa antes de sua elaboração, levando-se em conta os objetivos de sua utilização. Quanto maior for o espaço representado, mais genéricas serão as informações. Em contrapartida,quanto mais reduzido o espaço representado, mais particularizadas serão as informações. Mapas em diferentes escalas servem para diferentes tipos de necessidades: • Mapas em pequena escala proporcionam uma visão geral de um grande espaço, como um país; • Mapas em grande escala fornecem detalhes de um espaço geográfico de dimensões regionais ou locais. Classificação geral das escalas em função do tamanho e suas aplicações Tamanho da Escala Escala Escala Geográfica e Aplicações Grande Maiores que 1:25.000 Plantas arquitetônicas e de engenharia (1:50 / 1:100); Escala de Detalhe (visão local) - Plantas Cadastrais, Levantamentos de Detalhes ou Planos topográficos e Cartas Temáticas. Média De 1: 25.000 Até 1:250.000 Escala de Semi-Detalhe (visão local e regional) - Cartas Topográficas; Mapas e Cartas Temáticas Pequena Menores que 1: 250.000 Escala de Reconhecimento ou de Síntese (visão regional, nacional e global) - Cartas Topográficas e Mapas Temáticos; Atlas geográficos e globos. Tipos de escalas: • Numérica: Quando representada sob forma de uma razão (1: 200.000) ou de uma fração (1/200.000). Em ambos os casos, estão significando que cada unidade no mapa corresponde a 200.000 unidades no espaço real. • Gráfica: Quando representadas sob a forma de uma reta seccionada. Por exemplo: - A escala métrica é um importante elemento para transformar centímetros em metros ou quilômetros, que são as unidades mais utilizadas para medir distâncias. A seguir, eis a escala em ordem decrescente: km / hm / dam / m / dm / cm / mm. - Para transformar centímetros em km, por exemplo, basta deslocar cinco casas decimais para a esquerda e colocar uma vírgula. Em uma escala de 1:150.000, pode afirmar que 1 cm no mapa corresponde no espaço real a 1,5 km, pois deslocando 5 casas decimais temos 150.000 (1,5). - Três elementos são de fundamental importância para o entendimento de um mapa: distância real (D); distância gráfica (d) e escala (E). Para identificá-los em um mapa, algumas fórmulas podem simplificar o problema: D= E x d d= D : E E= D : d OBS: O grau de detalhamento de um mapa é proporcional à escala. Quanto maior a escala, maior o detalhamento. Quanto maior o denominador, menor a escala e o grau de detalhamento. A escala com denominador pequeno é uma escala grande, pois contém maior riqueza de detalhes. Da mesma forma, uma escala com denominador grande, possui menos detalhes, sendo considerada uma escala pequena. 2. Projeções cartográficas • A projeção cartográfica é uma técnica que permite a representação de uma superfície esférica numa superfície plana (mapa), ou seja, consiste em se projetar a rede de paralelos e meridianos da esfera terrestre sobre o plano. Construir uma projeção cartográfica é sempre um desafio, pois quando se ganha em perfeição de ângulos, formas ou áreas perde-se na fidelidade das distâncias. • As projeções podem ser classificadas em três categorias principais, dependendo da figura geométrica empregada em sua construção: cilíndrica, cônica ou plana (azimutal). ⇒ Projeção cilíndrica: Os meridianos e paralelos são representados por segmentos de reta perpendiculares entre si, e os meridianos são equidistantes. A superfície da Terra é deformada na direção leste-oeste, tanto mais quanto maior for a latitude. Principais características deste tipo de projeção: - Os paralelos e meridianos ficam retos e perpendiculares. - O cilindro tangencia a linha do Equador, logo estes serão os únicos lugares que conservarão suas dimensões originais. - Quanto mais perto dos pólos, maior será a deformação. - Permite a representação total da Terra, sendo muito utilizada para elaborar planisférios e para a navegação. ⇒ Projeção cônica: - Apresenta paralelos circulares e meridianos radiais, i. é, retas que se originam de um único ponto. - Usada principalmente para a representação de países ou regiões de latitudes médias, embora possa ser utilizada para outras latitudes. - Contém como única linha que apresenta dimensões reais o paralelo de tangência. ⇒ Projeção plana ou azimutal: - Muito usada para representar regiões polares. - Contém paralelos projetados em círculos concêntricos e meridianos projetados em linhas retas. - As linhas e proporções se deformam à medida que se afastam do ponto de tangência. 3. As diferentes visões de mundo a partir das projeções cartográficas ⇒ Projeção de Mercator: É uma projeção cilíndrica conforme, ou seja, aquela em que os ângulos dos diferentes pontos da superfície terrestre são conservados. - Criada em 1569 e até hoje muito utilizada na confecção de mapas-múndi. - Essa projeção foi feita no período da expansão marítima, portanto a Europa aparece no centro do planisfério. - Trata-se de uma visão eurocêntrica de mundo. - Supervaloriza os paises ricos - os paralelos e os meridianos formam ângulos retos; - as deformações são menores ao longo da região do Equador - Distorce as áreas continentais ⇒ Projeção de Peters: Criada por James Gall no século XIX e divulgada por Arno Peters, no início da década de 1970, procurou valorizar as extensões territoriais dos países de baixa latitude, pois eles tiveram suas extensões subestimadas na projeção de Mercator. - É um tipo de projeção cartográfica dita cilíndrica e equivalente. - As retas perpendiculares aos paralelos e as linhas meridianas têm intervalos menores, o que resulta numa reprodução fiel das áreas dos continentes à custa de uma maior deformação do formato dos mesmos. - É dita como "terceiro-mundista", por dar um realce maior às nações que historicamente compõem a parte mais pobre do mundo. - Os países situados em altas latitudes são relegados a um segundo plano, ao contrário da projeção de Mercator. - A maior diferença da projeção de Gall-Peters para a representação de Mercator é a redução do tamanho do continente europeu e o aumento considerável do continente africano. - Continua sendo um mapa pouco conhecido, e poucas editoras fazem menção a ele em seus livros e cartas geográficas. ⇒ Projeção de Mollweide: É um tipo de representação cartográfica elaborada em 1805 por um cartógrafo Alemão chamado Karl Mollweide. - Foi criada para corrigir as diversas distorções da projeção de Mercator. Nesta projeção os paralelos são linhas retas e os meridianos, linhas curvas. - A área é proporcional à da esfera terrestre, tendo forma elíptica e achatamento dos pólos norte e sul. - As zonas centrais apresentam grande exatidão, tanto em área como em configuração, mas as extremidades ainda apresentam algumas distorções. - Na maioria dos Atlas atuais os mapas-múndi seguem a projeção de Mollweide. Ela também distorce a realidade, mas sem os exageros de Mercator e de Peters. ⇒ Projeção de Goode: É uma projeção descontínua, pois tenta eliminar várias áreas oceânicas. Goode coloca os meridianos centrais da projeção correspondendo aos meridianos quase centrais dos continentes para lograr maior exatidão.
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