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Indaial – 2022
Ambiente 
DigitAl
Prof. Lucas Bittencourt e Xavier
1a Edição
Direito e relAções 
De Consumo no
Elaboração:
Prof. Lucas Bittencourt e Xavier
Copyright © UNIASSELVI 2022
Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
X3d
Xavier, Lucas Bittencourt e
 Direito e relações de consumo no ambiente digital. / Lucas 
Bittencourt e Xavier – Indaial: UNIASSELVI, 2022.
 173 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0552-6
 ISBN Digital 978-85-515-0549-6
 1. Direito do consumidor. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo 
da Vinci.
CDD 340
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao livro da disciplina de Direito e Relações de 
Consumo no Ambiente Digital. Neste material, você obterá, de forma clara e objetiva, as 
noções básicas do Direito e sua inserção no ambiente digital. 
Nesse sentido, na Unidade 1, abordaremos as noções básicas e introdutórias do 
Direito. Trataremos dos conceitos, fontes e diferenças entre o Direito Público e o Direito 
Privado. Na sequência, serão estudados os principais tópicos relacionados ao Direito 
do Consumidor, seguindo para a análise das relações de consumo no ambiente digital, 
incluindo a análise dos documentos, provas e contratos eletrônicos.
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos a teoria dos contratos. Nessa unidade, 
também veremos os preceitos relacionados aos contratos eletrônicos, como seu conceito, 
características e espécies. Fecha-se a unidade transcorrendo acerca da responsabilização 
do fornecedor frente aos contratos celebrados através do sistema on-line.
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos acerca da formação e da validade dos 
contratos eletrônicos. Na sequência, encerramos nosso estudo propondo uma breve 
análise acerca dos contratos eletrônicos e seu o seu valor probante. Finda-se nossa 
pesquisa sobre o tema com a verificação dos principais atos ilícitos que podem vir a 
ocorrer nas relações de consumo on-line.
Desejamos uma boa leitura e bons estudos!
Prof. Lucas Bittencourt e Xavier
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - NOÇÕES BÁSICAS E INTRODUTÓRIAS DE DIREITO ...................................... 1
TÓPICO 1 - NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: CONCEITO E FONTES DO DIREITO ......................... 3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 CONCEITO DE DIREITO .......................................................................................................4
3 FONTES DO DIREITO ...........................................................................................................5
3.1 CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES DO DIREITO .................................................................................... 6
3.2 FONTES HISTÓRICAS ........................................................................................................................... 6
3.3 FONTES MATERIAIS ............................................................................................................................. 6
3.4 FONTES FORMAIS .................................................................................................................................7
3.4.1 Subdivisões das fontes formais ................................................................................................7
3.4.2 Fontes formais escritas: legislação ........................................................................................8
3.4.3 Fontes formais escritas: jurisprudência ............................................................................. 10
3.4.4 Fontes formais escritas: doutrina ......................................................................................... 11
3.4.5 Fontes formais não escritas (orais): costumes .................................................................. 11
3.4.6 Fontes formais não escritas (orais): princípios gerais do Direito ................................... 11
3.4.7 Fontes formais não escritas (orais): fonte negocial ..........................................................12
3.5 FONTES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS ...........................................................................................12
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................14
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 15
TÓPICO 2 - DIREITO PÚBLICO E PRIVADO: RAMOS DO DIREITO ...................................... 17
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................17
2 DO DIREITO PÚBLICO ....................................................................................................... 17
2.1 RAMOS DO DIREITO PÚBLICO .......................................................................................................... 18
3 DO DIREITO PRIVADO ....................................................................................................... 19
4 RELATIVIZAÇÃO DA DICOTOMIA ENTRE O DIREITO PÚBLICO E PRIVADO .................. 20
4.1 RELATIVIZAÇÃO DA DICOTOMIA E O DIREITO DO CONSUMIDOR ............................................20
5 O DIREITO DIGITAL E OS RAMOS DO DIREITO ................................................................ 22
5.1 CONCEITO DE DIREITO DIGITAL ......................................................................................................23
5.2 RELAÇÃO DO DIREITO DIGITAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO ......................................23
5.3 DESAFIOS RELACIONADOS ÀS NORMAS DE DIREITO DIGITAL ...............................................25
5.4 CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DIGITAL .....................................................................................26
RESUMO DO TÓPICO 2 .........................................................................................................27
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 28
TÓPICO 3 - O DIREITO DO CONSUMIDOR, A RELAÇÃO DE CONSUMO E O AMBIENTE 
DIGITAL ................................................................................................................................. 31
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 31
2 DIREITOS BÁSICOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ................................... 32
3 PRINCÍPIOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO ....................................................................... 33
3.1 PRINCÍPIO DA VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR ...............................................................34
3.2 PRINCÍPIO DA HIPOSSUFICIÊNCIA DO CONSUMIDOR ...............................................................35
3.3 PRINCÍPIO DA BOA-FÉ ......................................................................................................................36
4 RELAÇÃO DE CONSUMO: CONSUMIDOR E FORNECEDOR ............................................ 36
4.1 DO CONSUMIDOR ................................................................................................................................ 37
4.2 DO FORNECEDOR ...............................................................................................................................39
4.3 PRODUTO OU SERVIÇO .....................................................................................................................39
5 DIREITO DO CONSUMIDOR NO AMBIENTE DIGITAL ...................................................... 40
5.1 TIPOS DE PRODUTOS NO COMÉRCIO ELETRÔNICO ................................................................... 41
5.2 CANAIS DE VENDAS ON-LINE .........................................................................................................42
6 MODALIDADES DE COMÉRCIO ELETRÔNICO ................................................................. 43
7 A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO ........................................... 43
7.1 DECRETO FEDERAL Nº 7.962/2013 ..................................................................................................45
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 48
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 54
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 55
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................57
UNIDADE 2 — DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS OU DIGITAIS ..........................................59
TÓPICO 1 — TEORIA DOS CONTRATOS ............................................................................... 61
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 61
2 CONCEITO DOS CONTRATOS ........................................................................................... 61
2.1 DO FATO JURÍDICO .............................................................................................................................63
2.1.1 Do fato jurídico em sentido estrito ordinário ou fatos naturais ordinários .................63
2.1.2 Do fato jurídico em sentido estrito extraordinário ou fatos naturais 
 extraordinários ...........................................................................................................................64
2.1.3 Fatos Jurídicos Humanos ou atos jurídicos em sentido amplo ....................................64
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................70
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 71
TÓPICO 2 - DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS ....................................................................73
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................73
2 CONTRATOS TÍPICOS E ATÍPICOS ...................................................................................75
2.1 CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ATÍPICOS ......................................................................... 76
3 DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS: CONTRATOS TÍPICOS OU ATÍPICOS? .....................78
3.1 CONTRATOS ELETRÔNICOS INTERSISTÊMICOS ..........................................................................78
3.2 CONTRATOS ELETRÔNICOS INTERPESSOAIS ............................................................................. 79
3.3 CONTRATOS ELETRÔNICOS INTERATIVOS ................................................................................. 80
4 PRINCÍPIOS DOS CONTRATOS E DA CONTRATAÇÃO ELETRÔNICA ..............................81
4.1 DO CARÁTER NORMATIVO DOS PRINCÍPIOS A PARTIR DA TEORIA DE ALEXY DOS 
DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................................82
4.2 PRINCÍPIOS NOS CONTRATOS ELETRÔNICOS ........................................................................... 84
4.2.1 Dos princípios dos contratos em geral ............................................................................... 84
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 88
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 89
TÓPICO 3 - DA RESPONSABILIZAÇÃO NOS CONTRATOS ELETRÔNICOS E A 
PROTEÇÃO DE DADOS ......................................................................................................... 91
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 91
2 BREVE HISTÓRICO DA RESPONSABILIDADE CIVIL ...................................................... 92
2.1 CONCEITUAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL .........................................................................94
2.1.1 Os tipos de responsabilidade civil ..........................................................................................95
2.2 PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL........................................................................98
3 DA RESPONSABILIDADE CIVIL NOS CONTRATOS ELETRÔNICOS ............................... 98
3.1 RESPONSABILIZAÇÃO EA PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS NO MEIO ELETRÔNICO .......102
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................105
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 112
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 113
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 115
UNIDADE 3 — DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS E SUAS PECULIARIDADES ....................117
TÓPICO 1 — DA FORMAÇÃO E DA VALIDADE DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS ............ 119
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 119
2 FORMAÇÃO DOS CONTRATOS ....................................................................................... 119
2.1 DO LOCAL DA FORMAÇÃO DO CONTRATO ELETRÔNICO ........................................................ 123
3 DA VALIDADE DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS ..........................................................124
3.1 ELEMENTOS SUBJETIVOS .............................................................................................................. 127
3.2 ELEMENTOS OBJETIVOS ............................................................................................................... 129
4 PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL NO AMBIENTE DIGITAL ......................129
4.1 ELEMENTOS FORMAIS .....................................................................................................................130
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................133
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................134
TÓPICO 2 - DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS E SEU VALOR PROBANTE ....................... 137
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 137
2 DO VALOR PROBANTE DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS ............................................ 137
2.1 DOS INTRUMENTOS DE SEGURANÇA DIGITAL........................................................................... 139
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................... 144
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................145
TÓPICO 3 - PRÁTICAS ILÍCITAS EM AMBIENTES DIGITAIS E COMPLIANCE ..................149
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................149
2 DO ESTELIONATO VIRTUAL ...........................................................................................150
3 O PODER JUDICIÁRIO FRENTE ÀS FRAUDES ELETRÔNICAS ...................................... 151
4 OBSERVAÇÕES FINAIS ACERCA DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS ............................155
4.1 DO ILÍCITO RELATIVO E RESPONSABILIDADE CONTRATUAL ................................................. 155
4.2 DO DIREITO DE DESISTÊNCIA E O INÍCIO DO PRAZO DE 7 DIAS ........................................... 157
4.3 DA INEXISTÊNCIA DE CULPA: RESPONSABILIDADE OBJETIVA ..........................................158
5 COMPLIANCE COMO MEIO DE EVITAR FRAUDES NO COMÉRCIO ELETRÔNICO .........159
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................162
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 167
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................168
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................171
1
UNIDADE 1 -
NOÇÕES BÁSICAS E 
INTRODUTÓRIAS DE DIREITO 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender os principais conceitos da ciência jurídica;
• identifi car as diferenças entre o ramo do Direito Público e do Direito Privado;
• entender os principais preceitos relacionados ao direito do consumidor;
• conhecer os instrumentos de comércio eletrônico e os direitos relativos ao 
e-commerce.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: CONCEITO E FONTES DO DIREITO
TÓPICO 2 – DIREITO PÚBLICO E PRIVADO: RAMOS DIREITO
TÓPICO 3 – O DIREITO DO CONSUMIDOR, A RELAÇÃO DE CONSUMO E O AMBIENTE DIGITAL
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: CONCEITO E FONTES 
DO DIREITO
1 INTRODUÇÃO
No livro IX da obra Ética a Nicômaco, Aristóteles traça elogios à vida comunitária 
e destaca o homem como um ser social. Para Aristóteles, o ser humano necessita do 
convívio social. Ele conclui dizendo:
Não menos estranho seria fazer do homem feliz um solitário, pois 
ninguém escolheria a posse do mundo inteiro sob a condição de viver 
só, já que o homem é um ser político e está em sua natureza o viver 
em sociedade. Por isso, mesmo o homem bom viverá em companhia 
de outros, visto possuir ele as coisas que são boas por natureza 
(ARISTÓTELES, 1973, p. 18).
 
Nesse sentido, o convívio social representa uma maneira de não estar totalmente 
isolado e que se caracteriza como parte da essência humana. 
Contudo, essa mesma convivência social, tão necessária aos seres humanos, 
nem sempre é pacífica. Não raro, as relações sociais geram conflitos e divergências, que 
precisam de algum modo ser solucionado no intuito de que a harmonia e a paz social 
sejam mantidas.
Aliás, a própria teoria do conflito social, desenvolvida pelo filósofo político Karl 
Marx, delibera que os sistemas sociais são fundamentalmente separados em dois lados 
ou grupos sociais, a classe dominante e a classe trabalhadora, e que esses dois grupos 
estarão sempre em constante e iminente conflito dadas as suas naturezas inerentes e 
opostas.
Nesse sentido, a convivência em comunidade prescinde que o Estado normatize, 
por meio de leis, as condutas e as relações entre os membros de uma coletividade. Para 
a pacificação e a harmonia social, os conflitos que, porventura, venham a ocorrer entre 
os cidadãos precisam ser solucionados, sendo justamente o Direito um instrumento 
hábil à obtenção do citado objetivo.
Corroborando, portanto, com todo o que fora citado, conceitua-se o Direito 
utilizando-se das palavras do doutrinador Gilberto Cotrim, que diz que o direito “é o 
conjunto de regras obrigatórias que disciplinam a convivência social humana” (COTRIM, 
2009, p. 45).
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
4
2 CONCEITO DE DIREITO
O Direito é conceituado de várias formas. Desse modo, o Direito pode ser 
compreendido como a ciência do direito ou o conjunto de normas jurídicas vigentes em 
um país (direito objetivo). Logo, compreender o conceito do Direito é parte fundamental 
para o presente estudo.
FIGURA 1 – O DIREITO
FONTE: <https://bit.ly/3pTKXL0>. Acesso em: 14 jun. 2021
Entendendo, portanto, as razões para seu surgimento e existência, podemos 
conceituar o direito como o conjunto de normas e princípios que visam primordialmente 
a manutenção da paz social promovendo a justiça social. 
Segundo Paulo Dourado de Gusmão, o direito se refere a um conjunto de 
normativas que são executáveis coercitivamente, reconhecidas ou estabelecidas e 
aplicadas por órgãos institucionalizados (GUSMÃO, 2002). 
Nesse mesmo sentido, podemosainda mencionar o conceito elaborado pelo 
doutrinador Paulo Nader, segundo o qual o direito se refere a um conjunto de normas de 
conduta social, implementados coercitivamente pelo Poder Público, para realização de 
segurança, conforme critérios de justiça (NADER, 2003). 
Ainda podemos citar, nessa parte conceitual do Direito, o autor Miguel Reale 
(2002, p. 64), que o define como uma “ordenação heterônoma, coercível e bilateral 
atributiva das relações de convivência, segundo uma integração normativa de fatos 
segundo valores".
Dessa forma, conclui-se que o intuito principal do Direito é assegurar a harmonia 
social, atuando diretamente nas condutas humanas, estabelecendo coercivamente limites 
às relações humanas e sociais, ora fixando obrigações e sanções, ora implementando 
direitos e garantias fundamentais.
5
Observa-se pelos conceitos apresentados que o direito traz como característica 
fundamental a heteronomia. A referida característica preleciona que, independente de 
sua vontade, o cidadão, inserido em determinado meio social, é obrigado a se adaptar e 
acatar as normas implementadas por aquela sociedade.
Assim sendo, a heteronomia se apresenta como a característica da própria 
norma jurídica que se estabelece e se impõe independente da vontade do destinatário. 
Logo, seja qual for sua vontade, o indivíduo é obrigado a se adaptar e aceitar as regras 
instituídas pela sociedade de acordo com a heteronomia do Direito.
Observa-se, por fim, que a adesão espontânea às normas existentes em 
determinada sociedade não descaracteriza a heteronomia.
3 FONTES DO DIREITO 
Compreendidas as razões da existência do direito, bem como os motivos para 
seu surgimento, é necessário passarmos à análise de suas fontes. Fonte do Direito 
representa a origem do direito, suas raízes históricas, de onde se cria e como se aplica, 
ou seja, representam as fontes do direito de onde ele provém, a origem, a motivação e a 
causa das várias manifestações do direito.
Desde já podemos adiantar as leis como as principais fontes do direito. No 
entanto, o próprio texto da Constituição Federal de 1988, em seu art. 4º, prevê que em 
alguns casos a lei pode ser omissa. Nessas situações, a legislação pátria permite que 
os juízes sentenciem com base em analogias, costumes e princípios gerais do direito.
É necessária, portanto, uma estruturação didática das referidas fontes do direito 
para a melhor compreensão do tema.
Heteronomia é antônimo de autonomia. O Direito é heterônomo uma vez 
que, diferentemente da moral, a obrigação jurídica é indiferente à adesão 
interior dos sujeitos ao conteúdo das suas normas. Dessa forma, a norma 
jurídica deseja ser cumprida com a vontade, sem a vontade e até contra a 
vontade do obrigado. No entanto, tenha atenção: apesar de própria do 
Direito, a heteronomia não é específica ou exclusiva do Direito.
NOTA
6
3.1 CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES DO DIREITO
 
Frente à necessidade de se buscar uma melhor didática para a compreensão do 
tema, classifica-se as fontes do direito como históricas, materiais e formais. De fato, são 
diversos os critérios metodológicos para se definir uma classificação para as fontes do 
direito, mas de forma geral, pode-se classificar em fontes materiais e fontes formais. De 
qualquer modo, citaremos brevemente as fontes históricas.
Por fim, será citada, de modo resumido, a classificação de fonte primária e 
secundária do direito.
 
3.2 FONTES HISTÓRICAS
Não é pacífico na doutrina se de fato pode-se falar na existência de fontes 
históricas do direito. Para Paulo Nader (2004), as fontes históricas são fontes do Direito. 
Conforme preleciona Paulo Nader (2004), as fontes históricas referem-se à reunião de 
fatos ou elementos das modernas instituições jurídicas: a época, local, as razões que 
determinaram a sua formação.
Nesse sentido, disciplinando acerca das fontes históricas do direito, Pablo Stolze 
Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho (2012, p. 56-57) prelecionam que estas “não deixam 
de servir de subsídio ao jurista, a exemplo do Corpus Juris Civilis, da Lei das XII Tábuas, 
da Magna Carta Inglesa etc., registrando-se que, indiscutivelmente, o Direito Romano é 
a mais importante fonte histórica do Direito Moderno”.
Com entendimento contrário, Miguel Reale (2002) não considera as fontes 
históricas como fontes do direito, pois, segundo o referido jurista, o que parte da doutrina 
nomeia como fontes históricas do direito nada mais é que um estudo filosófico e sociológico 
dos motivos éticos ou dos fatos econômicos que propiciaram o surgimento do direito.
Haja vista todo o debate doutrinário acerca do tema, centraremos nossos 
estudos nas fontes materiais e formais do direito.
3.3 FONTES MATERIAIS
É dito que a fonte material representa os acontecimentos no âmbito social, nas 
relações familiares, comunitárias, religiosas, políticas, que são utilizadas como base para 
a formação do direito. Desse modo, as fontes materiais remetem a todas as autoridades, 
pessoas, grupos sociais e situações vivenciadas pelas pessoas que influenciam a criação 
do direito em determinada sociedade. Trata-se do que está intrínseco na criação de 
uma lei, ao valor que possui um fato social e que faz com que aquela sociedade queira 
obrigar, proibir ou permitir certas ações humanas.
7
Em resumo, diz-se que representa a fonte material do direito a própria sociedade 
ou mesmo os fatores reais que influenciam o surgimento da norma jurídica.
3.4 FONTES FORMAIS
Por outro lado, as fontes formais representam a forma pela qual as normas 
jurídicas são publicizadas e exteriorizadas, tornando-se conhecidas. São, portanto, os 
canais por onde se manifestam as fontes materiais citadas anteriormente.
3.4.1 Subdivisões das fontes formais
No que concerne às fontes formais, há diversas classificações e forma que 
listamos como as principais e mais aceitas pela doutrina:
• Fontes formais estatais: referem-se às fontes do direito produzidas pelo próprio 
Estado ou poder público. Citam-se como fontes formais estatais a lei e a jurisprudência. 
• Fontes formais não estatais: trata-se de fontes que surgem da própria vivência 
em comunidade e as relações estabelecidas pelos segmentos sociais, tais como os 
costumes, a doutrina e os negócios jurídicos.
Há também a classificação das fontes formais em nacionais, referentes àquelas 
que sejam criadas em solo pátrio, ou seja, em terras brasileiras e internacionais, quando 
referidas normas têm origem em um Estado estrangeiro. 
A doutrina destaca também as fontes formais escritas e não escritas. Como 
fontes escritas descrevem-se aquelas codificadas ou positivadas. Dessa forma, são 
nomeadas como fontes formais escritas do direito, as Leis publicadas em Diário Oficial, 
a jurisprudência e a doutrina. Citadas fontes são consideradas as detentoras de uma 
maior segurança e certeza jurídica. 
Já as fontes formais não escritas são derivadas do comportamento humano, 
não sendo codificadas. Logo, as fontes não escritas referem-se àquelas que não estão 
materializadas em um documento, mas sim presenciadas, vividas no cotidiano das 
pessoas inseridas na sociedade o que faz com que parte da doutrina considere citadas 
fontes com menos certeza jurídica.
Nesse sentido, passemos à análise das formas formais escritas e não escritas.
8
3.4.2 Fontes formais escritas: legislação
A Lei apresenta-se como a fonte mais importante do nosso ordenamento 
jurídico, uma vez que ela preenche a todos os requisitos de segurança e certeza do 
sistema, quais sejam: 
• Escrita.
• Editadas por autoridades competentes.
• São criadas com base em critérios fixados por normas superiores.
• Visam regulamentar a vida em sociedade. 
FIGURA 2 – LEGISLAÇÃO
FONTE: < https://cdn.pixabay.com/photo/2015/04/12/16/33/hammer-719066_960_720.jpg>. 
Acesso em: 14 jun. 2021.
A Lei é estrutura base do ordenamento jurídico e deve estabelecer regras para o 
futuro, sendo: abstratas, garantindo dessa forma a certeza do ordenamento, e, devendo 
se dirigir gerais à totalidade doscidadãos, garantindo assim a igualdade do sistema. A 
Lei é criada pelo poder legislativo no âmbito de sua competência. 
Pautando-se nesse entendimento, Hans Kelsen (2009) preleciona que as leis 
podem se dividir quanto a sua hierarquia nas seguintes categorias: 
a) Leis Constitucionais: referem-se às normas que ocupam o topo da pirâmide 
normativa de um Estado, sendo, portanto, consideradas as mais importantes do 
ordenamento jurídico de um país. Nesse sentido, a Constituição se apresenta como 
fundamento de validade das demais normas existentes em um país, devendo todas as 
demais normativas se adequarem aos preceitos constitucionais. Ademais, cita-se que a 
Constituição traz regramentos que limitam o poder dos governantes, organizam política 
e administrativamente o Estado brasileiro, bem como define os direitos e garantias 
fundamentais do povo de uma nação.
9
b) Leis Infraconstitucionais: referem-se àquelas previstas no art. 59 da 
Constituição Federal de 1988, quais sejam:
“Art. 59 da CF-88. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
[...]” (BRASIL, 1988).
Nesse sentido, abaixo da Constituição Federal, todas as demais normativas 
são hierarquicamente inferiores a ela, devendo, por esse motivo, serem elaboradas 
conforme o devido processo legislativo, assim como apresentarem conteúdo de acordo 
com a Constituição. 
Na categoria das leis infraconstitucionais estão as leis complementares, que 
tratam de matérias específicas da Constituição, complementando-a e exigindo um 
quórum mais qualificado para aprovação pela especificidade de sua matéria, que é de 
maioria absoluta. Na sequência, tem-se as leis ordinárias, aprovadas por maioria simples 
do congresso e tratando de assuntos que não estejam no rol das leis complementares. 
Há ainda as não mais usuais leis delegadas, que são elaboradas pelo Presidente 
da República, com a autorização do Congresso, mas com restrições às matérias. Por 
fim, tem-se as medidas provisórias, que são de uso privativo do chefe poder executivo 
federal, sem a necessidade de autorização do Congresso, devendo seu uso ocorrer em 
casos urgentes.
“Art. 59 da CF-88. O processo legislativo compreende a elaboração de:
[...]
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções” (BRASIL, 1988).
c) Decretos regulamentares: são atos normativos de competência do chefe 
Poder Executivo que visam regulamentar preceito previsto nas leis. Cita-se ainda nesse 
tópico os decretos legislativos e os decretos judiciários.
d) Normas Internas: da mesma forma que os decretos regulamentares, 
não são leis no sentido estrito ou formal, ou seja, que se submeteram ao processo 
legislativo formal, mas que trazem como escopo regulamentar situações específicas da 
administração pública.
10
Nesse tópico, cabe ainda mencionar os Tratados e convenções internacionais. 
À princípio, cita-se que os referidos tratados não são leis. De fato, os tratados surgem 
de acordos estabelecidos entre os Estados ao passo que as convenções decorrem 
de organismos internacionais. Contudo, se ratificados conforme procedimentos 
estabelecidos constitucionalmente, passam a ter força legal.
3.4.3 Fontes formais escritas: jurisprudência
FIGURA 3 – JULGAMENTO
FONTE: <https://cdn.pixabay.com/photo/2017/08/28/19/53/court-2691100_960_720.png>. 
Acesso em: 20 jun. 2021.
A jurisprudência refere-se ao conjunto de decisões de tribunais que admitem 
certa conduta como obrigatória. Destaca-se que não se pode nomear como 
jurisprudência a decisão de um tribunal isoladamente, mas apenas o conjunto de 
julgamentos que convergem para um mesmo entendimento. Logo, frente a divergências 
de tribunais acerca de determinadas demandas pautadas nela, faz-se possível aplicar 
nas jurisprudências a unificação de jurisprudências de um tribunal que equivale a uma 
súmula.
Vale nesse ponto observar o que vem a ser uma súmula vinculante e sua 
diferença para a lei. Desse modo, dissertando sobre citado instituto, o saudoso Mestre e 
Ministro aposentado do STF Alfredo Buzaid deixou o seguinte entendimento:
Uma coisa é a lei; outra, a súmula. A lei emana do Poder Legislativo. 
A súmula é uma apreciação do Poder Judiciário, que interpreta a lei 
em sua aplicação aos casos concretos. Por isso, a súmula pressupõe 
sempre a existência da lei e a diversidade de sua exegese. A lei tem 
caráter obrigatório; a súmula revela-lhe o seu alcance, o sentido e o 
significado, quando ao seu respeito se manifestam simultaneamente 
dois ou mais entendimentos. Ambas têm caráter geral. Mas o que 
distingue a lei da súmula é que esta tem caráter jurisdicional e 
11
interpretativo. É jurisdicional, porque emana do Poder Judiciário; é 
interpretativo, porque revela o sentido da lei. A súmula não cria, não 
inova, não elabora lei: cinge-se a aplicá-la, o que significa que é a 
própria voz do legislador. Se não entender assim, se a interpretação 
refugir ao sentido real da lei, cabe ao legislador dar-lhe interpretação 
autêntica. A súmula não comporta interpretação analógica (BUZAID, 
2002, p. 46). 
3.4.4 Fontes formais escritas: doutrina
Trata-se do conjunto de textos ou produções intelectuais de autores ou 
doutrinadores que se especializam em estudar o direito ou um ramo específico desse. Há 
uma parte dos próprios estudiosos da ciência do Direito que entendem que a doutrina 
não deveria compor este grupo de fontes formais escritas. 
Essa parte da doutrina diz que os ensinamentos transcritos em textos e livros 
pelos juristas podem se refutados a qualquer momento com outros argumentos. Bem, 
mesmo com esse entendimento de um seguimento da doutrina, nós apoiamos naqueles 
que veem a doutrina como importante fonte do direito uma vez que vários julgados e 
defesas tem seus fundamentos embasados nas construções teóricas daqueles que se 
dedicam a estudar e escrever sobre o direito, ou seja, os doutrinadores.
3.4.5 Fontes formais não escritas (orais): costumes
Quando busca-se entender que o direito parte de fenômenos e relações sociais, 
os costumes passam a ter grande importância para criação e interpretação de leis. O 
que vem a ser um costume? 
De modo breve e objetivo, diz tratar de um fato que ocorre usualmente, 
repetidamente e com relevância em um grupamento social. Ademais, para 
caracterizarmos esse fato como costume, faz-se necessário que ele seja entendido 
como obrigatório dentro daquela sociedade e que o seu não cumprimento poderá 
acarretar sanções sociais, mesmo que este não seja exigido por normas jurídicas.
3.4.6 Fontes formais não escritas (orais): princípios gerais do 
Direito
Trata-se de orientações macro ou guia teórico orientador da política e da prática 
jurídica. São as orientações gerais que são utilizadas, principalmente, para auxiliar o 
magistrado no momento de busca pelas soluções à aplicação das normas quando estas, 
por si só, não entregam as saídas necessárias para a solução de uma demanda jurídica.
12
Dessa forma, diz-se que os princípios gerais do Direito serão utilizados frente 
a uma lacuna legal de forma que da análise dos princípios gerais, se desprende o 
entendimento de que a legislação deve ser priorizada, mesmo que esses princípios 
sejam o fundamento de todo o sistema jurídico. 
Entretanto, cabe o alerta de que tais princípios gerais do Direito podem 
criar margens muito abertas para a interpretação do magistrado. Por essa razão, os 
sentenciamentos que tomam por com base nessa fonte devem ter o mínimo de 
subjetivismo possível.
São exemplos de princípios gerais do direito: Princípio do Devido Processo Legal; 
Princípio do Direito de Ação; Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa; e Princípio da 
Dignidade da Pessoa Humana. 
3.4.7 Fontes formais não escritas (orais): fonte negocial
Trata-se de fonte que se fazem presentes quando duas pessoas firmam um 
negócio jurídico, ou seja, contrato que fixa direitos e deveres às partes, mesmo que 
estes não estejam descritosnos ordenamentos jurídicos, mas que não contrarie ele. 
Os magistrados, nesse caso, devem analisar o contrato como parâmetro, 
considerando e valorando a autonomia privada, a qual representa a liberdade que as partes 
têm de autorregular seus próprios interesses por meio de contrato particular. Destaca-
se que as normas e os princípios gerais da teoria dos contratos contratuais devem ser 
igualmente respeitados, não podendo a autonomia da vontade os desconsiderá-los.
3.5 FONTES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS
As fontes primárias referem-se àquelas que são autossuficientes para gerar a 
norma jurídica. São fontes que não necessitam de outra norma, uma vez que apresentam 
própria coercitividade. Através das fontes primárias, pode-se inovar a ordem jurídica, 
trazendo novos direitos ou obrigações às pessoas, desde que respeitado o texto 
constitucional. Um exemplo de fonte primária é a lei.
Por outro lado, as fontes secundárias dizem respeito àquelas que dependem 
das fontes primárias para possuírem validade. Logo, não são autossuficientes para gerar 
a regra jurídica, uma vez que necessitam da coercitividade das fontes primárias para 
produzir efeito. As fontes secundárias não inovam a ordem jurídica, criando direitos 
ou obrigações, e apenas regulamentam e dão execução aos direitos e obrigações 
constantes em uma fonte primária, ou seja, na lei.
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De modo geral, diz-se que a fonte secundária é utilizada para dar fiel execução à 
lei, definindo os procedimentos necessários para que a lei possa ser cumprida. Exemplos 
de fontes secundárias são regulamentos, resoluções e portarias.
Melhor explicando o citado, diz-se que a função de uma fonte secundária é a de 
regular, de trazer um complemento às regras trazidas pelas fontes primárias.
Em resumo, a fonte secundária serve para dar fiel execução à lei, definindo os 
procedimentos necessários para que a lei possa ser cumprida. Desse modo, diferente 
das fontes primárias, as fontes secundárias não inovam a ordem jurídica, elas não 
modificam o ordenamento jurídico, e sim apenas dão execução às normas que são 
fontes primárias.
14
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• As razões que justificaram a origem do Direito e qual o seu importante papel na 
harmonia das relações sociais.
• O conceito atual do Direito, bem como sua relação com o aparato estatal, tão 
fundamental para lhe conferir força coercitiva e legitimidade.
• As fontes do direito, as quais representam a origem dele, suas raízes históricas, de 
onde se cria e como se aplica. 
• Dentre as fontes do direito fora apresentado as históricas, materiais e formais, 
dando ênfase, principalmente, às fontes formais escritas e não escritas. 
• Por fim, explanou-se brevemente sobre a classificação de fonte primária e 
secundária do direito, muito cobrada em provas de concursos público.
RESUMO DO TÓPICO 1
15
1 Nas palavras de Miguel Reale (2002, p. 140), fontes do Direito são “processos ou meios 
em virtude dos quais as regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória”. 
Nesse sentido, diz-se que as fontes do direito podem ser classificadas através das 
leis, dos costumes, da jurisprudência, da equidade e da doutrina. Compreender quais 
são as fontes do Direito torna-se extremamente importante até mesmo para que 
possamos compreender a relevância que as normas, os textos doutrinários ou mesmo 
as decisões judiciais ocupam na ciência jurídica. Desta forma, assinale a alternativa 
CORRETA no que concerne às fontes do Direito:
a) ( ) Jurisprudência é o conjunto de decisões sobre interpretações de leis, feita 
pelos tribunais de determinada jurisdição, já os Costumes são as regras sociais 
derivadas de práticas reiteradas, generalizadas e prolongadas, o que resulta numa 
convicção de obrigatoriedade, de acordo com a sociedade e cultura em particular.
b) ( ) A Doutrina é a produção realizada por pensadores, juristas e filósofos do direito, 
concentrados nos mais diversos temas relacionados às ciências humanas e as 
leis são normas ou conjunto de normas jurídicas criadas por juristas autônomos.
c) ( ) Costumes são as adaptações das regras existentes sobre situações concretas 
que priorizam critérios de justiça e igualdade, já a equidade determina a relação 
da norma com as práticas existentes priorizando a justiça social.
d) ( ) Doutrina, jurisprudência, costumes e as leis são fontes das ciências humanas.
2 Fonte do Direito representa a origem do Direito, suas raízes históricas, de onde se 
cria (fonte material) e como se aplica (fonte formal), ou seja, o processo de produção 
das normas. Nesse sentido, diz-se que uma das fontes do Direito vem da reiteração 
dos julgamentos dos tribunais. Dessa forma, sobre qual a fonte do Direito relatada, 
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Jurisprudência.
b) ( ) Doutrina.
c) ( ) Prática costumeira.
d) ( ) Analogia.
3 "Fontes do Direito" remetem a uma expressão empregada no meio jurídico para se 
referir aos componentes usados no processo de composição do Direito, enquanto 
conjunto sistematizado de normas, com um sentido e lógica próprios, disciplinador da 
realidade social de um estado. Sobre as fontes do direito, analise as sentenças a seguir:
AUTOATIVIDADE
16
I- Através da doutrina, os operadores do direito em geral podem extrair das obras e 
das teses lições para a melhor compreensão, entendimento e aplicação do direito
II- O Tratado Internacional é fonte do direito.
III- A doutrina é considerada como fonte formal escrita do direito, resultante da 
produção interpretativa e crítica dos doutos. 
IV- Uma resolução, por poder inovar no mundo jurídico, será considerada como fonte 
primária do direito.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I, II, III e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
4 As fontes do direito remetem as origens do Direito, ou seja, o lugar ou a matéria-
prima pela qual ele nasce. A palavra “fonte” tem origem do latim “fontis”, que significa 
nascente de água. Contudo, sobre o tema, há que se destacar que a doutrina jurídica 
não se apresenta uniforme quanto ao estudo das fontes de Direito. Entre os cientistas 
do direito há uma grande diversidade de opiniões, principalmente no que concerne 
às formais ou materiais.
 Nesse sentido, é correto afirmar que a busca pelas razões que fizeram o legislador 
da Lei nº 9.278/96 estabelecer o dever alimentar e sucessório entre companheiros 
equivale à procura das fontes formais da referida norma? Justifique sua resposta.
5 Não resta dúvidas que os avanços da nossa sociedade trouxeram para a realidade 
cotidiana a presença das mídias no estabelecimento das relações humanas. Diante 
das constantes verificações de influências recíprocas entre o direito e a comunicação, 
surge a questão de mensurar quão importante tem sido o papel das novas mídias 
informacionais nas relações jurídicas estabelecidas na sociedade atual. Nesse 
sentido, pode-se dizer que a mídia, como formadora de opinião, constitui fonte formal 
do direito, porquanto influi na interpretação da legislação e em seu cumprimento?
17
DIREITO PÚBLICO E PRIVADO: RAMOS DO 
DIREITO
1 INTRODUÇÃO
O direito como ciência traz suas ramificações, incluindo a tão citada divisão entre o 
público e o privado, evidenciando, neste ponto, a existência de dicotomias em decorrência 
da diversidade natural dos mecanismos, das regras e dos princípios existentes.
Historicamente, a dicotomia entre o Direito em Público e Privado data da 
civilização romana, que se organizava em duas esferas, a pública e a privada. 
Desse modo, a maioria das leis romanas referiam-se às relações entre as pessoas 
e o Estado, enquanto as interações entre indivíduos particulares eram normatizadas 
principalmente pelas tradições e costumes. 
Por este motivo, as normas romanas se buscavam basicamente regulamentar a 
vida em sociedade, como o funcionamento do serviço militar ouo que era considerado 
crime.
Essa dicotomia entre direito público e privado aumentou durante as revoluções 
do século XVIII, em especial a Revolução Francesa, quando diversos pensadores 
teorizaram as diferenças entre ambos os direitos e a necessidade de controlar as 
funções estatais.
Nesse sentido, citada distinção foi melhor esquematizada pelo jurista francês 
Jean Domat, o qual separou as leis civis das leis públicas. Citada divisão, porém, tem 
intuito meramente didático e se baseia nos interesses protegidos por determinada 
norma, uma vez que o Direito é um, porém ramificado como forma de trazer melhor 
compreensão ao seu conteúdo.
2 DO DIREITO PÚBLICO
O direito público reúne um conjunto de normas que apresentam largo foco social 
e na estrutura organizacional da administração pública. Nesse sentido, conceitua-se o 
Direito Público como o conjunto de regras e princípios que acabam por estabelecer 
uma relação de verticalidade entre o Estado e cidadão, uma vez que o poder público 
está imbuído dos interesses da coletividade frente os interesses individuais. Em resumo, 
podemos dizer que se o interesse for público faz parte do direito público. 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
18
Nesse sentido, passemos à análise dos principais ramos do Direito Público:
2.1 RAMOS DO DIREITO PÚBLICO
Direito Constitucional: o Direito Constitucional trata da Constituição de um 
país, de forma que nesse ramo do Direito descobrimos que no texto constitucional 
todas as demais normas e regramentos legais devem se basear e adequar, sob o risco 
de serem consideradas inconstitucionais na hipótese contrariarem a Lei Maior. Portanto, 
na pirâmide normativa de Kelsen, a Constituição ocupa o topo, sendo todos os demais 
preceitos legais considerados como normas infraconstitucionais.
Direito Processual: as normas processuais disciplinam acerca da organização 
do poder judiciário, bem como se dará o processo judicial. Trata-se, portanto, de um 
instrumento do qual o titular do direito subjetivo poderá fazer uso para resguardar 
ou assegurar seu direito material. Nesse sentido, por direito material entende-se as 
normas de direito civil, penal, trabalho, entre outros, os quais apresentam regramentos 
processuais próprios que o cidadão poderá fazer uso caso tenha algum direito material 
negligenciado ou negado.
Direito Administrativo: o direito administrativo refere-se ao ramo do direito 
que visa regular as relações estabelecidas entre a Administração Pública e os cidadãos, 
denominados respectivamente de administrador e administrados. Os principais temais 
abordados nos regramentos relacionados ao Direito Administrativo referem-se à 
responsabilidade civil e poder de polícia estatal, processos administrativos, formas de 
intervenção do Estado na propriedade privada (desapropriação, tombamentos etc.), 
órgãos e entidades estatais (administração pública direta e indireta), bens públicos, 
contratações públicas e procedimentos licitatórios.
Direito Penal: o ramo direito penal tem como foco principal proteger os bens 
jurídicos mais importantes para a sociedade de condutas que poderiam porventura 
ameaçá-los ou transgredi-los. Nesse sentido, diz-se que a tutela dos bens jurídicos é 
função do Estado, logo, interesse público.
Direito Tributário: o ramo do direito tributário refere-se ao conjunto de 
normas e princípios que regulam as atividades financeiras e as relações entre o Estado 
(arrecadador de tributos) e o particular (contribuinte), disciplinado acerca dos tributos 
existentes (impostos, taxas e contribuições) no regime normativo pátrio. Logo, o direito 
tributário traz as normativas que disciplinam acerca das atividades financeiras e de 
arrecadação entre o Estado e os contribuintes.
19
3 DO DIREITO PRIVADO
No sentido oposto ao direito público, tem-se o direito privado. Este, por sua 
vez, visa organizar as relações e interesses entre as pessoas em suas vidas privadas. 
Logo, no direito privado, diferente do público, ambas as partes presentes na relação se 
apresentam em condições de igualdade ou isonomia, não estando uma superior a outra. 
Nesse sentido, diz-se que o direito privado tem como objetivo disciplinar as relações 
interindividuais e os interesses privados. 
No ramo do direito privado, há certa liberdade entregue às partes das relações 
sociais e negociais para personalizar a aplicação do direito, uma vez que se referem a 
normas dispositivas, ou seja, às regras que permitem o exercício de autonomia privada, 
estabelecendo apenas uma forma básica para a relação jurídica, mas, que, porventura, 
poderá ser alterada pelos sujeitos. 
Como exemplo do explanado, diz-se que em assuntos de compras e vendas, 
doações, contratos de mútuo, permutas, entre outros, as partes envolvidas detêm certa 
autonomia para tomar decisões sobre como querem realizar o acordo.
Frisa-se que tais normas dispositivas do direito privado se contrapõem frente 
às normas obrigatórias ou cogentes do direito público, as quais estabelecem diversas 
restrições que não podem ser derrogadas pelas partes de uma relação jurídica. 
Nesse sentido, vale destacar alguns dos principais ramos do direito privado. O 
Direito Civil se destaca como o principal ramo do direito privado, sendo formado pelo 
conjunto de normas que disciplinam acerca das relações entre particulares que possuem 
condições iguais. Dessa forma, diz-se que o direito civil traz direitos e impõe obrigações 
no âmbito dos interesses individuais. Logo, podemos citar como temáticas abordadas pelo 
ramo do direito civil os negócios jurídicos em geral, o direito sucessório, os direitos relativos 
às famílias, o estado das pessoas, obrigações e contratos, propriedade e outros direitos 
reais. Já o Direito Empresarial visa, por meio das suas normas, disciplinar acerca das 
atividades comerciais, desde a constituição até a administração e extinção de empresas. 
Saiba que direito privado também determina sobre as relações entre 
particulares e a administração pública, quando o poder público, por 
exemplo, não está imbuído de supremacia sobre o particular. São 
situações que o poder público, frente às necessidades do Estado, fi rma 
contratos que são típicos das relações entre particulares, como locação 
ou compra e venda.
ATENÇÃO
20
4 RELATIVIZAÇÃO DA DICOTOMIA ENTRE O DIREITO 
PÚBLICO E PRIVADO
A evolução da sociedade vem demonstrando a cada década uma maior 
intervenção do Estado para garantia de direitos dos cidadãos. A constitucionalização do 
Direito Civil é o fenômeno oriundo dessa intervenção do Estado em situações até então 
tidas como particulares, gerando uma problemática no direito privado, no que concerne 
aos limites dessa intervenção.
Ademais, atualmente, existem movimentos doutrinários que buscam relativizar 
ou mitigar a dicotomia entre o direito público e privado proposta por Domat, já que que 
constantemente, na ciência jurídica, tem-se presenciado do que se chama de “novos 
direitos”. 
Citados “novos direitos” costumam apresentar sistemas normativos onde há 
forte influência do direito constitucional sobre o direito privado, o que também revela 
uma tendência moderna de descodificações, abrindo cada vez mais espaço para 
os chamados microssistemas jurídicos. São microssistemas que, em sua maioria, 
costumam consagrar direitos que se baseiam no senso de solidariedade e fraternidade 
entre os povos, dando espaço para os chamados direitos difusos, tais como direitos 
ambientais, de proteção ao patrimônio histórico e cultura, do consumidor, dentre outros.
Logo, tem-se cada vez mais microssistemas jurídicos que realizam a convergência 
entre o que até então se considerava como público e privado no estudo do direito de 
forma que a citada dicotomia entre os citados ramos tem sido constantemente mitigada.
Nesse sentido, cita-se como exemplos de microssistemas jurídicos que 
relativizam a dicotomia entre o público e o Código de Defesa do Consumidor o Estatuto 
da Criança e do Adolescente o Estatuto do Idoso, a Lei de Alimentos, dentre outros que 
buscamseu fundamento de validade da Constituição Federal.
4.1 RELATIVIZAÇÃO DA DICOTOMIA E O DIREITO DO 
CONSUMIDOR
Em uma disciplina que se objetiva estudar o “direito e relações de consumo no 
ambiente digital”, identificar onde se situa o direito do consumidor se faz fundamental 
para uma melhor compreensão do tema.
De fato, quando estudamos o Código de Defesa do Consumidor, estudamos as 
normas de direito privado, como aquelas de conteúdo civil, mas também preceitos de 
direito público, como as normativas de direito administrativo, penal e processual.
21
Dessa forma, vale destacar que há, portanto, doutrinadores que identificam 
o direito do consumidor como um ramo autônomo pertencente ao direito privado 
uma vez que seus preceitos legais se referem às relações travadas entre particulares 
(consumidor e fornecedor), não havendo, portanto, interesse público direto ou imediato 
em tais relações.
Contudo, para outra parte da doutrina especializada, a constante intromissão 
estatal nas relações de consumo demonstra claramente o interesse público imediato na 
tutela do consumidor e das relações de consumo, uma vez que ainda podemos citar que 
as referidas normas consumeristas decorrem de comandos constitucionais constantes 
no art. 5º, XXXII da CF/88 e 48 do ADCT. Vejamos:
Art. 5º CF-88: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do 
consumidor; (BRASIL, 1988).
Cita-se também o artigo 48, dos Atos das Disposições Constitucionais 
Transitórias: “Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação 
da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor” (BRASIL,1988).
Por fim, há os autores mais modernos, que defendem a ideia de que não faz mais 
sentido em defender a clássica dicotomia. Portanto, para a citada corrente, o direito do 
consumidor apresenta tanto preceitos de direito público quanto normas tipicamente de 
direito privado. 
Nestes termos, cita-se a posição de Werson Rêgo (2002, p. 2), que, fazendo 
referência a Thomas Wilhelmson, preleciona que o direito do Consumidor “não se encaixa 
em nenhum desses dois ramos do Direito que, assim, vê surgir uma nova categoria de 
direitos: os Direitos Sociais, baseados no conceito de força maior social como princípio 
equilibrador dos riscos sociais”.
Ousamos dizer que também estamos de acordo com o posicionamento de 
Werson Rêgo, uma vez que a citada dicotomia clássica do Direito, sugerida pelo 
jurista francês Jean Domat, não consegue responder de forma correta o estudo de 
determinadas disciplinas como é o caso do próprio direito do consumidor. 
Logo, verifica-se que a tendência moderna na doutrina jurídica é que seja cada 
vez mais mitigada a separação entre os ramos do direito público e o direito privado, 
já que, nos tempos atuais, a atual Constituição da República deixou de ser simples 
documento que versa acerca de “conselhos políticos”, para se impor como fundamento 
de validade das demais normas do ordenamento jurídico.
22
5 O DIREITO DIGITAL E OS RAMOS DO DIREITO 
Com a popularidade da internet e a utilização cada vez mais corriqueira, quando 
não necessária, das redes sociais e aplicativos, várias questões jurídicas envolvendo o 
uso da tecnologia começaram a ser levantadas, principalmente frente aos tribunais
O furto de dados, a existência de sites falsos com o objetivo de fraudar o 
consumidor, uso sem autorização de imagem, bem como o desrespeito aos direitos 
autorais associados à existência de milhares de contratos fi rmados virtualmente são 
apenas alguns dos exemplos de situações que demandam maior regulamentação e 
soluções para as relações estabelecidas no meio virtual.
Mostrou-se necessário o surgimento de um campo jurídico específi co capaz de 
trazer as respostas às novas e complexas situações que advém dos negócios jurídicos 
fi rmados através da internet. 
FIGURA 4 – DIREITO DIGITAL
FONTE: <https://cdn.pixabay.com/photo/2018/03/17/11/32/computer-3233754_960_720.jpg>. 
Acesso em: 14 jun. 2021.
Apesar de todos os argumentos apresentados no sentido de se mostrar 
mais prudente adotar o posicionamento de que o direito do consumidor 
é um ramo do direito híbrido, que acampa tanto preceitos de direito 
público quanto do direito privado, cumpre-nos registrar que ainda se 
mantém majoritariamente o entendimento doutrinário no sentido de 
situar Direito do Consumidor como ramo do Direito Privado.
IMPORTANTE
23
5.1 CONCEITO DE DIREITO DIGITAL 
Em uma disciplina que versa sobre o direito e relações de consumo no ambiente 
digital, também se faz necessário indagar em qual ramo do direito se situa o direito 
digital. Contudo, antecipadamente, o que vem a ser o direito digital?
De forma bem objetiva, cita-se que o Direito Digital é o resultado da relação entre 
a ciência do Direito e a Ciência da Computação, sempre empregando novas tecnologias. 
Diz respeito, portanto, a um conjunto de normas, aplicações, conhecimentos e relações 
jurídicas, oriundas do universo digital.
Segundo Marcelo Tavares Alves, 
Direito Digital é o resultado da relação entre a ciência do Direito e 
a Ciência da Computação sempre empregando novas tecnologias. 
Trata-se do conjunto de normas, aplicações, conhecimentos e 
relações jurídicas, oriundas do universo digital (ALVES, 2009, p. 9 -10).
Nas palavras de Patricia Peck Pinheiro: 
O Direito Digital consiste na evolução do próprio Direito, abrangendo 
todos os princípios fundamentais e institutos que estão vigentes e 
são aplicados até hoje, assim como introduzindo novos institutos 
e elementos para o pensamento jurídico, em todas as suas áreas 
(Direito Civil, Direito Autoral, Direito Comercial, Direito Contratual, 
Direito Econômico, Direito Financeiro, Direito Tributário, Direito Penal, 
Direito Internacional etc.) (PINHEIRO, 2016, p. 44).
Na prática, o direito digital cria parâmetros e regras para que as interações que 
ocorrem no meio on-line aconteçam de forma harmônica.
5.2 RELAÇÃO DO DIREITO DIGITAL COM OUTROS RAMOS DO 
DIREITO
Apesar de o Direito Digital já apresentar algumas leis específicas, como o Marco 
Civil da Internet, a chamada Lei Carolina Dieckmann (Lei nº 12.737/2012) e a Lei Geral de 
Proteção de Dados Pessoais (LGPD), Lei nº 13.709/2018, ainda se trata de um ramo novo 
com pouca autonomia e que conversa diretamente com outros ramos do Direito como 
o Civil, do Consumidor, Tributário e Penal.
Nesse sentido, à princípio destaca-se que o direito digital apresenta regramentos 
tipicamente do direito privado uma vez que nessa disciplina consta várias situações 
que são de caráter privado, tais como o contrato eletrônico, o contrato informático, o 
comércio eletrônico, o documento eletrônico.
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Ademais, no conjunto de regras do direito digital há ainda inúmeros instrumentos 
jurídicos que compõem o âmbito particular ou privado, onde se faz possível o uso do 
acordo de vontade entre as partes presentes em uma relação negocial.
Contudo, há de se destacar também uma forte relação do direito digital com 
disciplinas do direito público. 
Dessa forma, diz-se que o direito eletrônico ou digital apresenta grande conexão 
com o direito constitucional. Deve-se destacar que os princípios da publicidade e 
transparência implementados pelo poder público, ultimamente tem sido executado 
através do meio eletrônico. De fato, com o uso devido dos instrumentos informáticos o 
controle dos entes públicos tem sido cada vez mais eficaz.
Assim, a Constituição Federal de 1988 tem possibilitado o uso da liberdade 
informática, quando preleciona em seu artigo 5º caput:
Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, a igualdade, à segurança 
e à propriedade,nos seguintes termos: "XII – é inviolável o sigilo da 
correspondência... (BRASIL, 1988).
Com isso, a atual Constituição da República consagra o respeito à vida privada e 
à intimidade do cidadão, que tem o direito de se corresponder com os demais, para além 
das correspondências, via e-mail ou mesmo através de redes sociais.
Claro que esses mecanismos de comunicação digital também trazem a proteção 
do conteúdo por tratar-se de informações íntimas ou privadas que só dizem respeito 
aos interessados e que tem o direito de não as ver violadas por terceiros.
Ademais, destaca-se ainda outra disciplina do direito público que tem conexão 
direta com o direito digital, qual seja, o direito penal. Vale lembrar que o Direito Penal tem 
o como foco principal proteger os bens jurídicos fundamentais de uma comunidade. 
Em tempos atuais, as relações estabelecidas no meio digital são consideradas 
fundamentais no cotidiano social, o que faz com que elas necessitem de proteção e 
observância do direito penal, o que se verifica quando estudamos os chamados crimes 
virtuais.
Podemos entender quanto à natureza jurídica do direito eletrônico ou digital, 
tendo-se em vista que este constitui um ramo atípico do direito e que nasce como 
consequência do desenvolvimento e impacto que a tecnologia tem na sociedade; 
assim como a tecnologia penetra em todos os setores, tanto no direito público como 
no privado, igualmente sucede com o Direito Informático, este penetra tanto no setor 
público como no setor privado.
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Destaca-se que o direito eletrônico ou digital possui relações claras e diretas 
com ramos tanto do direito público e quanto do privado, tais como o direito civil, direito 
penal e direito do consumidor.
Logo, entendemos que o direito digital, assim como o direito do consumidor, 
pertence, na verdade, a um ramo de direito multifacetado ou mitigado. No entanto, 
diferentemente do direito do consumidor, quando se trata de direito digital, há juristas 
que não o entendem como um ramo específico do direito, como ocorre com o direito 
civil ou penal, por exemplo. Para estes, o direito digital, na verdade, representa uma 
releitura do direito tradicional frente ao impacto da internet na sociedade. Citados 
doutrinadores, como forma de sustentar suas alegações, dizem não haver no Brasil 
um tribunal específico destinado a julgar delitos e outras questões que acontecem no 
ambiente virtual, por exemplo.
Contudo, não podemos esquecer que na Polícia Civil, por outro lado, já existem 
núcleos especializados no combate ao cibercrime espalhados pelo Brasil. Citados 
núcleos ganharam ainda mais destaque depois da aprovação do Marco Civil da Internet 
a publicação da Lei nº 12.965/2014, a qual estabelece princípios, garantias, direitos e 
deveres para o uso da internet no Brasil. 
Aliás, já são algumas as normativas que se fazem presentes no direito digital, 
incluindo para além do Marco Civil da Internet, como a criação da Lei nº 12.737/2012, 
que ficou conhecida como Lei Carolina Dieckmann, bem como o Decreto Federal nº 
7.962/2013, que supriu lacunas do CDC sobre a temática das vendas on-line e que 
será melhor explanado nos tópicos seguintes. 
Cita-se ainda sobre o tema, mais recentemente, a publicação da Lei nº 14.132, 
de 2021, que tipifica o crime de perseguição, prática também conhecida como stalking. 
O crime de stalking é definido como perseguição reiterada, por qualquer meio, como 
a internet (cyberstalking), que ameaça à integridade física e psicológica de alguém, 
interferindo na liberdade e na privacidade da vítima.
Vale destacar ainda que a Lei Carolina Dieckmann acrescenta o artigo 154-A ao 
Código Penal, criando um tipo penal que criminaliza a invasão de dispositivo informático 
alheio a fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização do 
titular.
5.3 DESAFIOS RELACIONADOS ÀS NORMAS DE DIREITO 
DIGITAL 
A busca pelas normas, regras ou códigos que versem sobre as relações jurídicas 
no ambiente digital precisa vencer alguns desafios, principalmente com relação à 
proteção jurídica das informações, muitas vezes presentes nos contratos celebrados 
através do meio virtual. 
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Dentre os principais desafios das normas de direito digital, pode-se destacar 
a insegurança jurídica dos contratantes on-line devido à escassez de normas sobre o 
tema; a rápida inserção da tecnologia no cotidiano, dificultando o acompanhamento 
das mudanças necessárias; a necessidade de normas mais abrangentes, para tutelar 
de forma mais adequada a maior parte das condutas humanas no ambiente digital, 
bem como a transformação de conceitos e visões tradicionais do Direito para ajustar os 
conceitos ao momento atual e às relações na era digital.
5.4 CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DIGITAL 
Para além de trazer um conceito ao direito digital, Patrícia Peck também cita 
algumas características definidoras do Direito Digital em sua atual fase. Nesse sentido, 
diz-se que o direito digital tem como características a celeridade, o dinamismo, a 
autorregulamentação, as poucas leis, a base legal na prática costumeira, o uso da 
analogia e a solução por arbitragem. A mediação e a arbitragem se tornam as únicas 
vias sustentáveis dentro da dinâmica imposta pela velocidade das mudanças para a 
solução dos conflitos na Sociedade Digital.
Historicamente, vale destacar que, não por acaso, citadas características 
do direito digital também se fizeram presentes à Lex Mercatoria, sistema jurídico 
desenvolvido pelos comerciantes da Europa medieval e aplicada ao comércio marítimo 
até o século XVII.
Em ambas as situações citadas, mesmo se tratando de momentos históricos 
completamente diferentes, tem-se uma atividade de alcance global que necessita se 
adaptar aos ordenamentos internos de cada país e se alinhar a princípios universais do 
Direito.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A dicotomia existente entre o direito público e o direito privado, bem como as razões 
que justificam essa diferenciação frente aos interesses protegidos por eles.
• Quais disciplinas compõe cada um dos ramos, alocando-as, seja no âmbito do direito 
público, seja no âmbito do direito privado. 
• Identificou que nos tempos atuais, a citada dicotomia entre o público e o privado tem 
sigo relativizada frente aos novos direitos que acampam regras de ambos os ramos.
• Compreendeu que tanto o direito do consumidor quanto o direito eletrônico ou 
digital estão dentre as áreas do direito que possibilitam a relativização da dicotomia 
por trazerem normativas que asseguram preceitos típicos das relações privadas ao 
mesmo tempo que apresentam preceitos típicos do direito público.
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1 Dicotomia remete à divisão de um elemento em duas partes, em regras contrárias, 
como a noite e o dia, o bem e o mal, o preto e o branco, o céu e o inferno. No âmbito da 
ciência jurídica, muitos autores abordam a dicotomia entre direito público e privado. 
A dicotomia entre o direito público e direito privado vem sendo muito debatida 
atualmente nos meios jurídicos. Nesse sentido, acerca da citada dicotomia, analise 
as sentenças a seguir:
I- As normas em que predomina o interesse geral são chamadas normas de direito 
público.
II- Nas relações de direito público, ambas as partes envolvidas estão em condições de 
igualdade, uma não é superior à outra dada a necessidade do poder público tratar a 
todos com igualdade.
III- Enquanto o direito privado abrange interesses entre particulares, o direito público, 
em suas subdivisões, estabelece normas estruturais para a sociedade, regula a 
atividade do Estado, disciplina condutas, dentre outros.
IV- É o direito público, por exemplo, que rege a organização do próprio Estado pela 
divisão de competências entre agentes e órgãos públicos, além de aplicar, 
administrar e gerenciar os recursos públicos advindos de tributos.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
b) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas.
c) ( ) Assentenças I, III e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
2 O direito público regula as relações e funções do Estado, orientando e controlando 
as atividades estatais, com um interesse público geral em mente. Por outro lado, o 
direito privado organiza a interação entre indivíduos e/ou organizações na qual um 
interesse particular é preponderante. Nesse sentido e no que concerne aos ramos do 
direito público e direito privado, associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Direito Público.
II- Direito Privado.
( ) Direito Constitucional.
( ) Direito Administrativo.
( ) Direito Civil.
( ) Direito Empresarial.
( ) Direito Penal.
AUTOATIVIDADE
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Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) I – I – II – I – II.
b) ( ) II – II – I – I – II.
c) ( ) I – I – II – II – I.
d) ( ) I – II – I – II – I.
3 O direito digital é um ramo do Direito que surgiu com a finalidade de regulamentar 
as relações dentro do ambiente digital. Com o desenvolvimento da tecnologia e da 
interação on-line, nasceu a necessidade de se editar normas e regras que regulamentem 
as relações, evitando assim práticas lesivas. Dessa forma, é imprescindível o estudo 
do referido ramo, sendo atribuído por vários doutrinadores especializados como um 
ramo jurídico que flexibiliza a dicotomia do direito público e do direito privado. Nesse 
sentido, aponte os argumentos que justifiquem o fato do direito digital se apresentar 
como elemento de mitigação da dicotomia público-privado. 
4 O Direito do Consumidor é um ramo relativamente novo do Direito brasileiro e é 
responsável por cuidar dos casos relacionados ao consumo e à defesa dos direitos 
que a pessoa, seja ela física ou jurídica, possui com relação a um determinado 
produto, bem ou serviço. 
 No que concerne, portanto, ao direito do consumidor, e suas ações de proteção 
às atividades consumeristas, identifique se este ramo do direito se situa no direito 
público ou no direito privado. Justifique sua resposta.
5 A concepção entre direito público e direito privado é relevante por implicar a aplicação 
de regimes jurídicos diferentes (o de direito público e o de direito privado). Como 
consequência, o próprio raciocínio do jurista poderá ser diferente, a depender da 
realidade jurídica (se de direito público ou de direito privado) com a qual se depare. Isso 
porque as premissas para a resolução dos casos que se apresentam são diferentes. O 
primeiro aspecto a ser enfrentado para discutir o tema reside em indicar o fenômeno 
a ser descrito. Quanto ao exposto, que tipos de atividades esses dois grandes ramos 
do direito visam a disciplinar?
30
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TÓPICO 3 - 
O DIREITO DO CONSUMIDOR, A RELAÇÃO DE 
CONSUMO E O AMBIENTE DIGITAL
1 INTRODUÇÃO
A globalização e o crescente consumo é um fato facilmente percebido há 
décadas no mundo, e o consumo no ambiente virtual é ainda maior, visto que boa parte 
das pessoas da atualidade tem buscado esse meio de adquirir produtos. Recentemente, 
as relações de consumo são mais notadas no espaço virtual devido à facilidade de se ter 
informações e mais opções em menor espaço de tempo e locomoção. 
Nesse sentido, e voltando a análise ao Brasil, é necessário se questionar se o 
Código de Defesa do Consumidor consegue abarcar estas novas relações consumeristas 
estabelecidas através dos meios virtuais.
FIGURA 5 – COMPRAS ON-LINE
FONTE: <https://cdn.pixabay.com/photo/2019/05/23/23/18/shopping-4225120_960_720.jpg>. 
Acesso em: 18 jun. 2021.
Em 11 de setembro de 1990, entrou em vigor a Lei nº 8.078/90, o CDC (Código de 
Defesa do Consumidor). Até antes da referida data, não havia uma normativa específica 
que protegesse o consumidor. Desse modo, o direito do consumidor foi publicado na 
sequência da Constituição Federal. Antes disso, havia somente leis dispersas que não 
protegiam o consumidor como é nos dias de hoje.
Aliás, vale recordar, conforme explanado anteriormente, que a constituição 
assegurou a proteção dos consumidores por meio da cláusula que consta no inciso XXXII 
de seu artigo 5º e que prevê o Estado promovendo, na forma da lei, a defesa do consumidor.
UNIDADE 1
32
Desse modo, o Código de Defesa do consumidor surgiu como instrumento 
hábil para regular, fiscalizar e proteger as relações de consumo estabelecidas em nossa 
sociedade entre o fornecedor e o consumidor. Nesse sentido, vale as palavras de Paulo 
Roberto Antônio Roque Khouri, que assim preleciona:
O objetivo do CDC, ao proteger o consumidor, não é a simples 
proteção pela proteção em si, mas a busca permanente do equilíbrio 
do contrato entre o consumidor e o fornecedor de bens e serviços. 
Esse, em princípio, o mais forte economicamente, e em condições 
de impor sua vontade, num ambiente propício à conquista de maior 
vantagem econômica contra aquele reconhecidamente vulnerável, o 
mais fraco dessa relação. O CDC nada mais é do que uma tentativa 
de reequilibrar essa relação, tendo em vista a posição econômica 
favorável do fornecedor; impondo-se a necessidade de um equilíbrio 
mínimo em todas as relações contratuais de consumo. Outorgam-
se direitos aos consumidores e não aos fornecedores, porque há́ 
uma desigualdade flagrante nessa relação, que sempre favoreceu 
estes últimos. É uma forma de atingir a igualdade material, tratando 
desigualmente os naturalmente desiguais (KHOURI, 2013, p. 57).
De forma resumida e objetiva, portanto, o Direito do Consumidor refere-se a um 
ramo do direito que visa garantir que os direitos dos consumidores sejam respeitados 
pelas empresas, ou seja, o direito do consumidor protege os consumidores contra ações 
de má fé, abusos ou falta de informações.
Vale destacar que com os avanços tecnológicos e, consequentemente, das 
compras realizadas pelo meio virtual (compras on-line), a proteção e a defesa do 
consumidor ganharam ainda mais destaque, uma vez que muitos golpes e ofertas falsas 
ocorrem por meio da internet. 
Logo, para entendermos melhor as relações de consumo no meio digital, faz-
se necessário compreender alguns preceitos do direito do consumidor. Nesse sentido, 
destacamos os principais preceitos e direitos básicos relacionados ao consumidor.
2 DIREITOS BÁSICOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO 
CONSUMIDOR
Trata-se dos direitos básicos do consumidor previstos no artigo 6º do Código de 
Defesa do Consumidor (CDC, nº Lei 8.078/1990) como o direito à saúde, segurança e 
vida. Citados direitos trazem como premissa maior a proteção do consumidor quanto a 
possíveis riscos provocados por produtos ou serviços, como uma bebida com álcool ou 
o cigarro, por exemplo.
Há também o direito à proteção contra publicidade enganosa e abusiva. 
O referido direito visa proteger o cliente contra ações que tenham o intuito de enganá-
lo na venda um produto ou serviço. Segundo o Código de Defesa do Consumidor, o 
fornecedor é obrigado cumprir com o que anunciou quando da venda, sob pena de 
responsabilização, inclusive no âmbito criminal.
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Já o direito à liberdade de escolha e informação adequada preleciona que 
os fornecedores devem sempre agir apresentando aos seus clientes as informações 
claras e precisas, destacando o modo correto de usar um produto ou serviço.
Há também o direito à proteção contratual. Citado direito é utilizado quando 
o fornecedor estabelece cláusulas desproporcionais ou onerosas ao consumidor; 
chamadas de cláusulas leoninas ou abusivas. Já o direito ao serviço público eficaz 
refere-se a um direito básico do consumidor de receber um serviço público adequado 
e eficaz.
Por fim, há o direito à prevenção e reparação de danos. O referido direito cita 
que frente a possíveis danos que o fornecedor possa causar ao consumidor, quando não 
cumprida as suas obrigações, surge para o cliente o direito à indenização ou reparação.
Para além dos direitos citados, há de se destacar também na legislação 
consumerista a presença de vários princípios que irão regular as relações entre o 
consumidor e o fornecedor. Antecipadamente, deve-se destacar nos dizeres

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