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DIREITO 
ADMINISTRATIVO
Poderes Administrativos
Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais 
do Gran Cursos Online. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer 
outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o 
transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
230303516240
 
DIOGO SURDI
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo 
em concursos públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se 
destacam: Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário 
do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (2012) e Técnico 
Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
Diogo Surdi
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Poderes Administrativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2. Poder Vinculado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3. Poder Discricionário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.1. Conceitos Jurídicos Indeterminados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4. Poder Hierárquico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
5. Poder Disciplinar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
6. Poder Regulamentar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
6.1. Decretos Autônomos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
7. Poder de Polícia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
7.1. Poder de Polícia em Sentido Amplo e Restrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
7.2. Diferença entre Polícia Administrativa e Polícia Judiciária . . . . . . . . . . . . . . 25
7.3. Formas de Exercício . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
7.4. Atributos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
7.5. Competência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
7.6. Poder de Polícia Originário e Derivado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
7.7. Ciclo de Polícia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
7.8. Prescrição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
8. Uso e Abuso de Poder . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
8.1. Excesso de Poder . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
8.2. Desvio de Poder . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
9. Deveres do Administrador Público . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
9.1. Poder Dever de Agir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
9.2. Dever de Prestar Contas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
9.3. Dever de Probidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
9.4. Dever de Eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
 
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
Diogo Surdi
resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
mapa mental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Questões de Concurso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Gabarito Comentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
Diogo Surdi
APresentAÇÃoAPresentAÇÃo
Olá, pessoal, tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, estudaremos os Poderes Administrativos, assunto que decorre do 
princípio da Supremacia do Interesse Público e é repleto de entendimentos doutrinários.
 Obs.: Para Otimizar a Preparação:
De todos os Poderes Administrativos, aquele que é mais exigido pelas bancas é 
o Poder de Polícia. Uma forma de identificarmos este poder é imaginarmos que 
estamos diante de uma medida destinada a limitar um direito individual em prol 
do interesse coletivo.
Também é bastante exigido o poder regulamentar, que, de acordo com parte da 
doutrina, apresenta inúmeras semelhanças com o poder normativo.
Grande Abraço a todos e boa aula!
Diogo
 
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
Diogo Surdi
PODERES ADMINISTRATIVOSPODERES ADMINISTRATIVOS
1 . introDUÇÃo1 . introDUÇÃo
Quando estudamos os princípios administrativos, verificamos que a base do ordenamento 
jurídico é composta pelos supraprincípios da supremacia do interesse público e da 
indisponibilidade do interesse público.
Assim, para que o Poder Públicopossa alcançar a sua finalidade, que é a de garantir a 
integridade da coletividade, faz-se necessário a existência de prerrogativas e sujeições 
aos agentes públicos, uma vez que são estes quem desempenham as atividades em nome 
do Estado.
No âmbito das prerrogativas, o regime jurídico confere aos agentes certos poderes 
não estão presentes na relação entre particulares, mas sim apenas no âmbito da relação 
do Poder Público com os administrados. Tais poderes são instrumentos de que se vale o 
agente estatal para conseguir fazer valer a vontade do Estado. Como operam no âmbito 
da atividade administrativa, são conhecidos como poderes administrativos.
Não se confundem os poderes administrativos com os Poderes do Estado. Enquanto 
estes são os alicerces da organização estatal, formados pelo Executivo, pelo Legislativo 
e pelo Judiciário, os poderes administrativos são meios de alcance da vontade da 
administração pública.
Também não podemos confundir os poderes administrativos com os poderes políticos, 
uma vez que estes são os utilizados com base nas diretrizes expressas na Constituição 
Federal e exercidos com alto grau de discricionariedade. Como exemplo de poderes 
políticos, temos o poder para propor a iniciativa de uma lei e para vetar ou sancionar uma 
lei anteriormente aprovada.
Ainda que o termo “poderes” seja comumente utilizado, ressalta-se que não há 
facultatividade na sua utilização por parte dos agentes públicos. Assim, diante de uma 
situação em que o administrador deva exercer o poder a ele legalmente conferido, não há 
margem de decisão entre fazer ou não uso de tal prerrogativa.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
Diogo Surdi
Neste sentido, a doutrina entende que os poderes administrativos se caracterizam por 
ter uma natureza de obrigação, de dever a ser cumprido.
 Obs.: Como veremos adiante, um dos poderes administrativos é o poder de polícia, que 
possibilita que a administração, por meio da atuação dos seus agentes públicos, 
limite um direito individual em prol do bem-estar da coletividade.
Desta forma, caso o agente esteja diante de uma situação que coloque em risco 
a coletividade (tal como uma construção com risco de desabamento), o agente 
administrativo deve efetuar todas as medidas necessárias para impedir que a 
população seja prejudicada.
Não resta dúvida de que a atuação do agente, nesta e nas demais situações, é 
obrigatória, tratando-se, por isso mesmo, de um poder-dever.
Frisa-se, no entanto, que o agente público não possui ampla e total liberdade para fazer 
uso dos poderes administrativos, que, por isso mesmo, apenas podem ser exercidos dentro 
do estritamente necessário para o alcance dos fins públicos, sob pena de caracterização 
de abuso de poder.
No âmbito das sujeições, o administrador público possui uma série de obrigações com 
a sociedade. Assim, ainda que vários sejam os poderes conferidos aos agentes públicos, os 
deveres surgem à tona como uma possibilidade de controle, por parte da sociedade, acerca 
do regular uso dos poderes outrora conferidos.
De acordo com a doutrina majoritária, são os seguintes os poderes administrativos 
passíveis de utilização pela administração pública: poder vinculado, poder discricionário, 
poder hierárquico, poder disciplinar, poder regulamentar e poder de polícia.
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
Diogo Surdi
DICA
Ainda que cada um dos poderes tenha suas próprias 
peculiaridades, é possível estabelecer, como características 
comuns a todos os poderes administrativos, as seguintes:
a) são decorrência das prerrogativas conferidas à 
administração pública;
b) Devem ser exercidos dentro da estrita necessidade, sob 
pena de restar configurado abuso de poder;
c) são irrenunciáveis, de forma que não há a possibilidade 
dos agentes públicos deixarem de exercê-los;
d) são poderes instrumentais, não podendo ser confundidos 
com os poderes estruturais do estado e com os poderes 
políticos;
2 . PoDer vinCULADo2 . PoDer vinCULADo
Poder vinculado ou regrado é o que a lei confere ao administrador para a prática de 
atos de sua competência, determinando todos os requisitos necessários à sua formalização. 
Neste caso, o administrador não possui margem decisória, devendo praticar o ato da forma 
como está previsto em lei.
No âmbito dos atos administrativos, cinco são os requisitos de validade, sendo eles a 
competência, a finalidade, a forma, o motivo e o objeto.
Nos atos vinculados, todos os requisitos sempre estarão presentes, de forma que a 
margem de liberdade do agente público é praticamente inexistente. Por isso mesmo é que 
boa parte da doutrina costuma afirmar que o poder vinculado, ainda que seja classificado 
como um dos poderes administrativos existentes, trata-se, na verdade, de um dever do 
administrador público.
Assim, uma vez tendo sido editada a lei, esta já estabelece todos os requisitos a serem 
observados quando da prática do ato administrativo. Cabe ao agente, em consonância com 
o princípio da legalidade, a mera execução, diante da ocorrência da situação prevista em 
lei, do ato administrativo.
EXEMPLO
Uma lei determina que sempre que o particular atender a determinadas condições, deverá 
a administração competente conceder-lhe a licença para construir.
Tendo o particular apresentado, junto à repartição, as condições exigidas em lei, não poderá 
o Poder Público analisar se deve ou não conceder a licença, estando vinculado ao pedido do 
administrado.
Trata-se, como se percebe, de uma obrigação do agente público.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
Diogo Surdi
001. 001. (CEBRASPE/CESPE/TCE RJ/TÉCNICO/2022) Determinada autarquia deflagrou de ofício 
um processo administrativo contra um servidor público comissionado, alegando que a 
legislação determina a abertura de processo quando verificada irregularidade funcional 
praticada na repartição.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o próximo item.
A abertura de processo por determinação legal configura atuação administrativa oriunda 
do poder administrativo vinculado.
Assim como afirmado, a abertura de processo por determinação legal configura atuação 
administrativa oriunda do poder administrativo vinculado. E isso ocorre na medida em 
que a lei (a determinação legal do enunciado) estabelece a obrigatoriedade de abertura do 
processo. Logo, não há margem de liberdade na atuação do agente público.
Certo.
3 . PoDer DisCriCionÁrio3 . PoDer DisCriCionÁrio
Como anteriormente afirmado, cinco são os requisitos que conferem validade ao ato 
administrativo (competência, finalidade, forma, motivo e objeto).
Em se tratando da competência, da finalidade e da forma, tais requisitos sempre estarão 
presentes em todos os atos administrativos. Com relação ao motivo e ao objeto, entretanto, 
temos que estes formam, em conjunto, o mérito do ato administrativo.
Desta forma, é por meio do mérito administrativo que os agentes públicos podem 
analisar, diante do caso concreto, a conveniência e a oportunidade da situação.Conceitua-se poder discricionário, desta forma, como aquele que possibilita ao agente 
público atuar com liberdade de atuação. Tal grau de liberdade, salienta-se, não é total, 
devendo ser exercido dentro dos limites previamente definidos em lei.
EXEMPLO
Uma lei determina que a administração pública poderá, caso assim o queira, autorizar que 
particulares utilizem a área de uma praça pública para a instalação de pequenos negócios, 
auferindo lucro com a exploração.
Em tal situação, ainda que o particular solicite a autorização junto ao Poder Público, esta 
não possui a obrigação de concedê-la, devendo, antes de tomar a decisão, analisar aspectos 
relacionados com a conveniência (se deve ou não autorizar) e com a oportunidade (qual o 
melhor momento) do ato administrativo.
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Direito ADministrAtivo
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Em suma, percebe-se que o administrador não está vinculado a um determinado comportamento, 
podendo, nas situações em que a lei lhe confere a possibilidade de uso do poder discricionário, 
escolher a melhor decisão a ser tomada.
A discricionariedade não pode ser confundida com a arbitrariedade. Enquanto esta 
representa uma ação ou conduta que contraria ou excede à lei, a discricionariedade, como 
já mencionado, é uma liberdade concedida ao agente público para ser exercida dentro dos 
limites da lei.
Assim, qualquer ato arbitrário deve ser objeto de anulação por parte do Poder Judiciário, 
desde que provocado. No âmbito da discricionariedade, por sua vez, o Poder Judiciário apenas 
pode analisar a legalidade da situação, não podendo adentrar no mérito administrativo.
Merece destaque, neste sentido, a possibilidade de controle judicial dos atos praticados 
como decorrência do exercício do poder discricionário. Não há como negar que o Poder 
Judiciário pode analisar todos os atos administrativos (sejam eles vinculados ou discricionários) 
no que se refere ao aspecto de legalidade. Em tais situações, o Poder Judiciário está 
fazendo uso de sua função típica, que é a de julgar, em plena consonância com o princípio 
da separação dos Poderes.
No que se refere à possibilidade do Poder Judiciário adentrar no mérito dos atos 
administrativos discricionários, vigora, em nosso ordenamento, a regra geral acerca da 
impossibilidade de tal análise.
Salienta-se, no entanto, que os tribunais superiores já possuem entendimento no 
sentido de ser possível a análise de mérito, por parte do Poder Judiciário, quando os atos 
administrativos discricionários forem praticados sem a observância da vontade da lei.
EXEMPLO
Suponhamos que uma norma determine que a venda de produtos vencidos acarrete, para 
o respectivo comerciante, uma multa cujo valor poderá variar entre R$ 1.000 e R$ 100.000.
Neste caso, percebe-se que o agente público terá uma margem de liberdade para atuar, uma 
vez que irá verificar, diante da gravidade do caso concreto, qual a multa que melhor condiz 
com a realidade encontrada.
Percebe-se assim que a vontade da lei é conceder uma margem de liberdade ao agente 
público para uma correta aplicação diante das mais diferentes situações. E isso ocorre porque 
a norma, por si só, é incapaz de prever todas as possibilidades.
Realizada a fiscalização, observa o agente público que uma pequena quantidade de mercadorias 
encontra-se vencida. Diante da situação, o agente estatal aplica uma multa de R$ 100.000 
à empresa.
Nesta situação hipotética, foi observada a vontade da lei?
Certamente que não, podendo o ato administrativo, ainda que discricionário, ser objeto de 
análise, pelo Poder Judiciário, acerca do mérito administrativo.
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Em situações como a acima exposta, os tribunais analisam o mérito administrativo sob 
a ótica dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, conforme se observa, por 
exemplo, do teor de julgado do STJ, extraída no âmbito do Recurso Especial 429.570/GO:
JURISPRUDÊNCIA
1. Na atualidade, a Administração pública está submetida ao império da lei, inclusive 
quanto à conveniência e oportunidade do ato administrativo.
2. Comprovado tecnicamente ser imprescindível, para o meio ambiente, a realização 
de obras de recuperação do solo, tem o Ministério Público legitimidade para exigi-la.
3. O Poder Judiciário não mais se limita a examinar os aspectos extrínsecos da 
administração, pois pode analisar, ainda, as razões de conveniência e oportunidade, 
uma vez que essas razões devem observar critérios de moralidade e razoabilidade.
4. Outorga de tutela específica para que a Administração destine do orçamento verba 
própria para cumpri-la.
Podemos sintetizar este entendimento por meio do quadro abaixo:
3 .1 . ConCeitos JUrÍDiCos inDeterminADos3 .1 . ConCeitos JUrÍDiCos inDeterminADos
Os conceitos jurídicos indeterminados são situações que ocorrem quando as disposições 
da lei não são exatas o suficiente para que o administrador, quando da edição do ato 
administrativo, consiga interpretar com certeza a medida a ser adotada. Trata-se, por isso 
mesmo, de uma zona cinzenta e com certa margem de escolha do administrador público.
O autor José dos Santos Carvalho Filho apresenta uma definição importante acerca de 
tais conceitos:
Desse modo, quando a lei não estabelece critérios objetivos que permitam inferir quando tais 
fins são alcançados, haverá discricionariedade administrativa. Por exemplo: a autorização para 
fazer reunião em praça pública será outorgada segundo a autoridade competente entenda que 
ela possa ou não ofender a ordem pública.
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Nota-se, do exemplo mencionado pelo autor, que a autorização poderá ou não ser 
concedida, sendo que o que deverá ser levado em conta, para a sua concessão, é o fato de 
não ocorrer ofensa à ordem pública.
Mas percebe-se que não há uma definição exata do que vem a ser ordem pública, cabendo 
ao administrador, quando da prática do ato, analisar, de acordo com a sua concepção, se o 
ato acarreta ou não ofensa à ordem pública.
Em todas estas situações (em que a lei faz uso de conceitos jurídicos indeterminados), 
estaremos diante, quando da prática do ato administrativo, da utilização do poder 
discricionário.
Podemos sintetizar as principais diferenças entre os poderes vinculado e discricionário 
por meio da tabela abaixo:
Poder Vinculado Poder Discricionário
Nenhuma margem de escolha para a realização 
do ato.
Alguma margem de escolha para a realização 
do ato.
Requisitos competência, finalidade e forma 
são sempre vinculados.
Requisitos competência, finalidade e forma 
são sempre vinculados.
Requisitos motivo e objeto são vinculados Requisitos motivo e objeto são discricionários
002. 002. (CEBRASPE/CESPE/FUB/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2022) No que se refere aos 
ministérios e respectivas áreas de competência e aos poderes e deveres do administrador 
público, julgue o próximo item.
Ao fazer uso do poder discricionário, um administrador público poderá agir com uma 
razoável liberdadede escolha no que se refere ao conteúdo, à conveniência e à finalidade 
do ato praticado.
A discricionariedade alcança apenas os elementos motivo e objeto, que juntos formam o 
mérito administrativo. A finalidade, diferente do que afirmado, será sempre vinculada, sem 
margem de escolha para o agente público.
Errado.
003. 003. (QUADRIX/CRBM 4/AGENTE ADMINISTRATIVO/2021) Acerca de atos administrativos e 
de controle e responsabilização da Administração, julgue o item a seguir.
O poder discricionário, que está subordinado à lei, confere ao administrador uma margem 
de liberdade para a sua atuação no que concerne à conveniência e à oportunidade para a 
prática do ato, visando sempre ao interesse público.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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A definição apresentada pela questão é a síntese do poder discricionário. De acordo com 
este poder, o agente público possui uma margem de liberdade para a sua atuação, sendo 
que esta liberdade é materializada na análise da conveniência e da oportunidade. Ainda 
que a liberdade esteja presente, deve ela ser exercida com o objetivo de alcançar, sempre, 
o interesse público.
Certo.
004. 004. (CEV URCA/PREFEITURA DE CRATO–CE/ANALISTA DE GESTÃO/2021) O poder conferido 
ao administrador público para que pratique atos administrativos com liberdade de escolha, 
dentro dos limites permitidos por lei, é chamado de:
a) Poder Hierárquico.
b) Poder Vinculado.
c) Poder Disciplinar.
d) Poder Discricionário.
e) Poder Regulamentar.
Na medida em que a questão menciona a liberdade de escolha, estamos diante do poder 
discricionário. Sempre é importante destacar que a discricionariedade apenas poderá ser 
exercida dentro dos limites legalmente estabelecidos.
Letra d.
4 . PoDer HierÁrQUiCo4 . PoDer HierÁrQUiCo
O poder hierárquico está fundamentado na necessidade de organização que os órgãos e 
entidades possuem para poder desempenhar de melhor forma a função pública. Relaciona-
se o poder hierárquico com a possibilidade de o agente público dar ordens, fiscalizar, rever 
e, principalmente, de avocar e delegar competências.
Por operar-se no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, a atuação decorrente de tal 
poder pressupõe hierarquia e subordinação. E a hierarquia, ressalta-se, é característica 
inerente a toda a atividade administrativa, não havendo necessidade de edição de lei para 
a sua existência.
Temos hierarquia, desta forma, no âmbito interno de um órgão administrativo ou de 
uma entidade integrante da administração pública indireta.
Em sentido oposto, não teremos hierarquia entre as entidades da administração indireta 
e as integrantes da administração direta, uma vez que a subordinação apenas existe no 
âmbito de uma mesma pessoa jurídica.
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
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EXEMPLO
Quando uma entidade da administração indireta resolve distribuir internamente suas 
competências, criando os órgãos públicos, estamos diante de uma relação hierárquica, uma 
vez que estamos no âmbito de uma mesma pessoa jurídica.
Quando ocorre a criação de uma autarquia, entidade integrante da administração pública 
indireta, não estamos diante de uma relação hierárquica, uma vez que a subordinação não 
está presente entre pessoas jurídicas distintas.
Merece destaque, no âmbito do poder hierárquico, a possibilidade de delegação e 
avocação de competências. Por delegação pode-se entender a transferência de parte da 
competência originariamente atribuída a um órgão ou entidade para outro de mesmo nível 
ou de nível hierarquicamente inferior.
A previsão para a delegação, no âmbito federal, está prevista no artigo 12 da Lei n. 
9.784/1999, que assim expressa:
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, 
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam 
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole 
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Desta forma, a delegação, como regra, sempre será possível, salvo nos casos em que a 
lei expressamente preveja a sua vedação.
No âmbito federal, em conformidade com as disposições da Lei n. 9.784/1999, três 
são as situações em que não poderá ocorrer a delegação: a) a edição de atos de caráter 
normativo; b) a decisão de recursos administrativos; c) as matérias de competência 
exclusiva do órgão ou autoridade.
Em sentido oposto, a regra é a de que a avocação apenas será possível nos casos em que a lei 
assim o prever, tratando-se, conforme demonstra o artigo 15 da Lei n. 9.784/1999, de medida 
excepcional. Na avocação, ocorre o chamamento, por parte de um órgão hierarquicamente 
superior, de competência inicialmente atribuída a um órgão com hierarquia inferior.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, 
a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
É decorrência do poder hierárquico, ainda, a possibilidade de revisão, pela autoridade 
superior, dos atos praticados pelos seus subordinados. Como resultado, pode a autoridade 
superior manter o ato inicialmente praticado, anulá-lo, revogá-lo ou convalidá-lo.
Em tais situações, as mesmas regras concernentes aos atos administrativos são aplicáveis, 
de forma que tanto a anulação quanto a convalidação podem ser declaradas de ofício, pela 
administração pública, ou mediante provocação do interessado. A convalidação, por sua vez, 
consiste no saneamento dos defeitos de um ato por meio da edição de um ato posterior.
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
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Tais hipóteses estão expressas na Súmula 473 do STF, de seguinte teor:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 473 – STF: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados 
de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, 
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e 
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
As prerrogativas decorrentes do exercício do poder hierárquico podem ser resumidas 
no quadro a seguir:
005. 005. (CETREDE/PREFEITURA DE FRECHEIRINHA–CE/FISCAL DE TRIBUTOS/2021) Sobre os 
poderes administrativos, analise a afirmativa a seguir.
Os poderes de delegação e avocação, assim como os de fiscalização e revisão dos atos 
administrativos, são expressão do poder administrativo _________________.
Marque a opção que preenche corretamente a lacuna.
a) de polícia
b) disciplinar
c) hierárquico
d) regulamentar
e) vinculante
A delegação, a avocação, a fiscalização e a revisão dos atos administrativos possuem em 
comum a característica de uma relação hierárquica interna. Logo, todos os mencionados 
institutos são decorrentes do poder hierárquico.
Letra c.
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Poderes Administrativos
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5 . PoDer DisCiPLinAr5 . PoDer DisCiPLinAr
O poder disciplinar é aquele que autoriza que o Poder Público investigue as infrações 
cometidas e aplique as penalidades previstas em lei a todos que mantenham um vínculo 
específico com o Estado.
Deste conceito inicial, se percebe que duas classes distintas de pessoas podem ser 
penalizadas com base no poder disciplinar: os servidores públicos regidos por um estatuto 
funcional ou os particulares alheios à atividade pública, sendo necessário, neste último 
caso, a existência de um vínculo necessariamente específico.
Quando a administração aplica investiga as infrações cometidas por seus servidores e 
aplica, após a comprovação da ocorrência da falta funcional, as penalidades administrativas 
previstas em lei, estamos diante de uma medida direta do poder disciplinar e indireta do 
poder hierárquico.
Isso ocorre porque a prerrogativa de organizar e estruturar internamente a administração 
é decorrência do poder hierárquico. Logo, quando o Poder Público pune alguém internamente, 
ainda que faça uso do poder disciplinar (pois trata-se de uma penalidade), tal poder é 
decorrência direta do poder hierárquico.
EXEMPLO
Tales, servidor público, cometeu uma infração disciplinar punível com a penalidade de 
advertência.
Em tal situação, como Tales pertence aos quadros funcionais do Poder Público, a aplicação da 
referida penalidade é decorrência direta do poder disciplinar e indireta do poder hierárquico.
O poder disciplinar também pode ser utilizado para a aplicação de sanções a terceiros 
que não sejam agentes públicos. Neste caso, faz-se necessário que o particular possua um 
vínculo específico com a administração, tal como ocorre, por exemplo, com os que celebram 
contrato administrativo com o Poder Público, ou então com os alunos de uma escola pública 
ou com os pacientes de um hospital público.
Em todas estas situações, existe um vínculo que liga os particulares com o Estado. 
Quando da aplicação das sanções, estaremos diante do poder disciplinar, com a ressalva 
de que, nestes casos, este não será decorrente do poder hierárquico.
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Poderes Administrativos
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Uma das principais características atribuídas ao poder disciplinar é a discricionariedade. 
Deve-se ter o cuidado, no entanto, para não associarmos tal característica com a possibilidade 
de o agente público escolher, diante da comprovação de uma infração, se deve ou não aplicar 
a penalidade administrativa.
Como já afirmado, os poderes administrativos são de exercício obrigatório, não podendo 
ser renunciados pelos agentes estatais. O que é discricionário, no âmbito do poder disciplinar, 
é a escolha da penalidade que melhor se coadune com a prática da infração pelo servidor 
ou pelo particular.
Importante salientar que o poder disciplinar não está relacionado com as investigações 
destinadas a apurar o cometimento de crimes e contravenções penais, tampouco com as 
penalidades decorrentes da utilização do poder de polícia.
No âmbito das infrações penais, são as corporações específicas que deverão instaurar 
o inquérito, submetendo seu relatório para análise do Poder Judiciário. Já com relação ao 
poder de polícia, como veremos adiante, ocorre uma limitação de um direito individual em 
prol de um interesse maior, comum a toda a coletividade envolvida.
Podemos distinguir os três tipos de atuação por meio da tabela abaixo:
Sanções disciplinares
Aplicadas a agentes internos ou a terceiros com vínculo específico 
com o Poder Público
Sanções de polícia
Aplicadas a particulares sem vínculo com o Poder Público, limitando 
um direito em prol da coletividade
Sanções penais
Aplicadas a particulares em decorrência dos crimes e contravenções 
penais
Em todas as situações em que estiver sendo utilizado o poder disciplinar, deve o agente 
responsável pela aplicação da penalidade assegurar aos agentes públicos ou aos particulares 
ligados o direito às garantias do contraditório e da ampla defesa.
Para tal, deve instaurar o competente procedimento administrativo, medida que garante 
ao particular o conhecimento dos motivos que ensejaram a aplicação da penalidade e a 
possibilidade de interposição de recurso quando entender conveniente.
Salienta-se, por fim, que a motivação sempre deve estar presente em todas as medidas 
do Poder Público que impliquem em restrições ou prejuízos aos administrados, tal como 
ocorre, conforme analisado, quando da aplicação das penalidades administrativas.
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006. 006. (CEBRASPE/CESPE/TELEBRAS/ADVOGADO/2022) Julgue o item que se segue, com base 
na teoria do direito administrativo e nas normas que o regem.
O poder disciplinar da administração pública federal decorre do poder hierárquico e pode 
alcançar tanto agentes públicos quanto outras entidades sujeitas à disciplina da administração 
pública, como, por exemplo, uma empresa privada que celebre contrato administrativo com 
órgão público federal.
O poder disciplinar decorre do poder hierárquico quando é destinado à aplicação de 
sanções aos servidores públicos. Quando estas medidas forem adotadas em relação a 
terceiros vinculados especificamente ao Poder Público (como os que celebraram contratos 
administrativos), o poder disciplinar não decorre do poder hierárquico.
Errado.
007. 007. (QUADRIX/CRP-MS/AUXILIAR ADMINISTRATIVO DE SECRETARIA/2021) Acerca dos 
poderes e dos deveres do administrador público, julgue o item.
O poder disciplinar alcança pessoas que, em razão de livre consentimento, se sujeitam ao 
âmbito interno da Administração Pública.
Exato. Como exemplo desta situação, temos os particulares que celebram contrato 
administrativo com o Poder Público. Após a celebração, os particulares passam a ser regidos 
por um vínculo jurídico específico, estando sujeitos, com isso, ao poder disciplinar.
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008. 008. (IDIB/CRECI 7/AGENTE FISCAL/2021) De acordo com Hely Lopes Meirelles, tal poder 
tem “a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais 
pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. É uma supremacia 
especial que o Estado exerce sobre todos aqueles que se vinculam à Administração por 
relações de qualquer natureza, subordinando-se às normas de funcionamento do serviço 
ou do estabelecimento que passam a integrar definitiva ou transitoriamente de punir 
internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina 
dos órgãos e serviços da Administração”. O poder administrativo descrito nesse trecho 
se refere ao
a) poder de polícia.
b) poder discricionário.
c) poder disciplinar.
d) poder vinculado.
Temos aqui a síntese do poder disciplinar, que pode ser aplicado tanto em relação aos 
servidores públicos quanto peranteterceiros que mantenham vínculo jurídico específico 
com o Poder Público (como exemplo, podemos citar os particulares que celebram contrato 
administrativo).
Letra c.
6 . PoDer reGULAmentAr6 . PoDer reGULAmentAr
A lei, enquanto fonte primária do Direito Administrativo possui as características da 
generalidade e da abstração. Por meio delas, as disposições emanadas dos dispositivos 
legais são aplicadas a todas as pessoas que se encontrem em uma das situações previstas 
na norma, e não a destinatários específicos.
Desta forma, seria extremamente dificultoso para as leis prever todas as possíveis 
situações existentes, sem considerarmos que tal fonte, normalmente, apresenta conceitos 
jurídicos vagos e indeterminados.
Para evitar que os administrados suscitem uma série de dúvidas acerca da aplicação das 
disposições legais é que surge o poder regulamentar, que consiste na prerrogativa conferida 
aos Chefes do Poder Executivo para a edição de decretos destinados à regulamentação das leis.
EXEMPLO
Digamos que o Poder Legislativo municipal tenha editado uma lei conferindo a todos os 
servidores daquela cidade um adicional com base na produtividade.
Neste caso, você acha que seria viável conceder o adicional recém-aprovado a todos os servidores, 
com base exclusivamente na lei aprovada?
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Poderes Administrativos
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Claro que não! A lei normalmente possui conceitos indeterminados e vagos, que carecem de 
regulamentação e detalhamento para que possa produzir todos os efeitos que almeja.
E qual a forma de detalhar e regulamentar essa Lei?
É o decreto regulamentar, instrumento passível de utilização pelos Chefes do Poder 
Executivo.
Parte da doutrina afirma que o poder regulamentar seria uma espécie do gênero poder 
normativo.
Dessa forma, o poder normativo compreenderia todos os decretos de regulamentação, 
inclusive os editados por autoridades que não sejam os chefes do executivo. Já o poder 
regulamentar, por sua vez, seria composto apenas pelos decretos regulamentares editados 
pelos Chefes do Executivo.
A possibilidade de utilização dos decretos regulamentares encontra fundamento no 
artigo 84, IV, da Constituição Federal, que assim dispõe:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos 
para sua fiel execução;
Ainda que a Constituição Federal faça menção apenas ao Presidente da República, 
as disposições concernentes à possibilidade de edição de decretos com a finalidade de 
regulamentar as leis é aplicável, de acordo com o princípio da simetria constitucional, a 
todos os demais Chefes do Executivo. Assim, tanto o Presidente da República quanto os 
Governadores e os Prefeitos possuem a competência para editar decretos regulamentares.
Importante salientar que a edição de decretos regulamentares trata-se de uma 
competência indelegável dos Chefes do Poder Executivo.
Da mesma forma, não pode tal autoridade fazer uso da edição de um decreto com a 
finalidade de suspender a execução de uma lei, uma vez que esta possui hierarquia superior 
à norma que a regulamenta. Neste sentido é o entendimento do STF, conforme se extrai 
do julgamento do Recurso Especial 582.487:O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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JURISPRUDÊNCIA
(...) o STF assentou que é vedado ao chefe do Poder Executivo expedir decreto a fim 
de suspender a eficácia de ato normativo hierarquicamente superior.
Salienta-se que os decretos regulamentares, uma vez que destinados à regulamentação 
da lei, não sofrem a incidência do controle de constitucionalidade, uma vez que tal forma 
de controle leva em conta o texto de uma norma em comparação com a Constituição.
Em sentido contrário, os decretos, quando excederem a finalidade para a qual foram 
instituídos, estão sujeitos a simples controle de legalidade, conforme se observa, por 
exemplo, da decisão do STF no âmbito da ADIn 2387/DF:
JURISPRUDÊNCIA
É firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal no sentido de que a questão relativa 
ao decreto que, a pretexto de regulamentar determinada lei, extrapola o seu âmbito de 
incidência, é tema que se situa no plano da legalidade, e não no da constitucionalidade.
6 .1 . DeCretos AUtÔnomos6 .1 . DeCretos AUtÔnomos
A principal diferença entre as leis e os decretos regulamentares consiste na possibilidade 
daquelas inovarem no ordenamento jurídico, ao passo que os decretos servem para 
regulamentar as disposições legais e não possuem o poder de inovar no ordenamento.
Entretanto, com a publicação da Emenda Constitucional n. 32, ocorrida em 2001, 
passamos a contar, em nosso ordenamento jurídico, com a figura dos decretos autônomos.
Tais instrumentos, ao contrário do que ocorre com os decretos regulamentares, podem, 
nas estritas hipóteses previstas no texto constitucional, inovar no ordenamento jurídico, 
tal como ocorre com as leis.
As situações que dão ensejo à utilização dos decretos autônomos estão previstas no 
artigo 84, VI, da Constituição Federal:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de 
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
Como se nota, são situações em que o Chefe do Poder Executivo, ainda que possa inovar 
no ordenamento jurídico, está adstrito às regras previstas no diploma constitucional.
Tal como ocorre com os decretos regulamentares, a possibilidade de edição de decretos 
autônomos se estende, em sintonia com o princípio da simetria, aos demais Chefes do 
Poder Executivo. No entanto, ao contrário do que ocorre com os decretos regulamentares, 
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que não podem ser objeto de delegação, os decretos autônomos, ainda que passíveis de 
inovação, podem, nos termos do parágrafo único do artigo 84 da Constituição Federal, ter 
o seu exercício delegado ao Procurador Geral da República, aos Ministros de Estado e ao 
Advogado Geral da União:
Art. 84, Parágrafo Único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas 
nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República 
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
Como trata-se o decreto autônomo de uma norma que inova no ordenamento jurídico, 
nada mais natural do que a sua sujeição ao controle de constitucionalidade, uma vez que o 
parâmetro adotado no âmbito de tal controle são as normas que inovam o ordenamento 
jurídico em consonância com a Constituição.
As diferenças e semelhanças entre os decretos regulamentares e os decretos autônomos 
podem ser visualizadas na seguinte tabela:
Decretos regulamentares Decretos autônomos
Não inovam no ordenamento jurídico Inovam no ordenamento jurídico
Estão sujeitos a controle de legalidade Estãosujeitos a controle de constitucionalidade
São normas gerais e abstratas São normas gerais e abstratas
Competência dos Chefes do Poder Executivo Competência dos Chefes do Poder Executivo
Não pode ser objeto de delegação Pode ser objeto de delegação
Pode ser utilizado em todas as hipóteses em 
que a lei necessitar de regulamentação
Apenas pode ser utilizado em matérias 
específicas
009. 009. (QUADRIX/CRP-MS/AUXILIAR ADMINISTRATIVO DE SECRETARIA/2021) Acerca dos 
poderes e dos deveres do administrador público, julgue o item.
O poder normativo esgota-se na elaboração de leis e está adstrito ao Poder Legislativo.
O poder normativo é um gênero, do qual uma de suas espécies é o poder regulamentar. É 
por meio do poder regulamentar, por exemplo, que os Chefes do Poder Executivo editam 
decretos destinados a regulamentar as leis. Sendo assim, é incorreto afirmar que o poder 
normativo se esgota com a elaboração das leis. Além disso, o exercício de tal poder normativo 
não é medida que apenas pode ser exercida pelo Poder Legislativo.
Errado.
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7 . PoD7 . PoDer De PoLÍCiAer De PoLÍCiA
O ordenamento jurídico passou a reconhecer, a partir de meados do século XVIII, a 
necessidade do Estado assegurar uma série de direitos à população. Com isso, deixava de 
existir a figura do Estado opressor (limitador de direitos), para vir à tona a obrigatoriedade 
do Poder Público assegurar uma série de benefícios aos administrados.
Para alcançar estes benefícios e garantir o bem estar da coletividade é que surge a ideia 
central do exercício do poder de polícia.
O conceito de poder de polícia, ainda que cercado por entendimentos doutrinários, 
possui base legal. E este dispositivo é o Código Tributário Nacional, que em seu artigo 78 
assim dispõe:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em 
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina 
da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão 
ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos 
direitos individuais ou coletivos.
Deste conceito conseguimos extrair o núcleo do poder de polícia, que é a restrição de 
um direito particular em prol de toda a coletividade.
EXEMPLO
Imaginem que um prédio está sendo construído, mas que a autoridade administrativa verifica 
que tal edificação pode colocar em risco a segurança dos moradores vizinhos.
Nesta hipótese, a autoridade, pautada no seu poder de polícia, determina que o particular 
que está construindo o edifício adote as providências legais ou, a depender da gravidade, 
pode determinar até mesmo a demolição da construção.
Em ambas as medidas, temos a restrição de um direito individual em prol do bem estar da 
população.
Em consonância com o conceito de poder de polícia é o entendimento do professor Hely 
Lopes Meirelles, para o qual o poder de polícia “incide sobre bens, atividades e direitos 
individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado”.
O parágrafo único do artigo 78 do CTN estabelece, inclusive, que “considera-se regular 
o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da 
lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha 
como discricionária, sem abuso ou desvio de poder”.
Nota-se assim que o poder de polícia se diferencia, em muitos aspectos, do poder 
disciplinar. Se no âmbito do poder disciplinar faz-se necessário a existência de um vínculo 
com o Poder Público (que pode ser interno ou, quando tratar-se de terceiros, específico), 
o poder de polícia, em sentido oposto, incide sobre toda a população, ainda que não haja 
um elo de ligação com a administração pública.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Com o poder de polícia, a administração objetiva assegurar a manutenção do bem-estar 
coletivo, tratando-se, por isso mesmo, de uma das manifestações que decorre diretamente 
do princípio da supremacia do interesse público.
Desta abordagem inicial, conseguimos extrair as seguintes características inerentes ao 
poder de polícia:
010. 010. (QUADRIX/CRP-MS/AUXILIAR ADMINISTRATIVO DE SECRETARIA/2021) Acerca dos 
poderes e dos deveres do administrador público, julgue o item
Ao exercer o poder de polícia, o Estado invade a esfera privada, não para pôr à disposição da 
população utilidades ou comodidades, mas para restringir, limitar, condicionar ou ordenar 
o exercício de atividades desempenhadas pelos particulares.
No exercício do poder de polícia, a Administração Pública atua limitando ou condicionando 
direitos individuais em prol do interesse coletivo. Sendo assim, não se trata o poder de polícia 
de uma medida destinada a colocar à disposição da população utilidades ou comodidades, 
algo que ocorre, por exemplo, com os serviços públicos.
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7 .1 . PoDer De PoLÍCiA em sentiDo AmPLo e restrito7 .1 . PoDer De PoLÍCiA em sentiDo AmPLo e restrito
Parte da doutrina chega a afirmar que o exercício do poder de polícia poderia ocorrer 
em dois sentidos distintos, sendo eles o amplo e o restrito.
Em sentido amplo, o poder de polícia estaria configurado não só pelas práticas adotadas 
pela administração pública, como também pelos atos do Poder Legislativo que condicionassem 
os direitos do indivíduo.
Assim, para aqueles que afirmam existir a possibilidade de exercício do poder de polícia 
em sua acepção ampla, a edição de um lei (atividade típica do Poder Legislativo) que limitasse 
a propriedade ou a liberdade do indivíduo em prol do interesse coletivo seria considerada 
como manifestação do poder de polícia.
Em sentido estrito, o poder de polícia estaria configurado apenas no âmbito das 
atividades desempenhadas pela administração pública. Tais atividades poderiam ser 
relacionadas com a edição de normas gerais (tal como os regulamentos administrativos) ou 
com medidas de caráter concreto e específico (com a fiscalização e a expedição de licenças).
7 .2 . DiFerenÇA entre PoLÍCiA ADministrAtivA e PoLÍCiA JUDiCiÁriA7 .2 . DiFerenÇA entre PoLÍCiA ADministrAtivA e PoLÍCiA JUDiCiÁriA
As diferenças entre as atividades de polícia administrativa e as de polícia judiciária são 
bastante exigidas em provas de concurso. Desta forma, conseguimos diferenciar ambas 
as atividades, basicamente, por meio de quatro características:
a) As atividades de polícia administrativa incidem sobre bens, sobre direitos ou sobre 
atividades, ao passo que a polícia judiciária incide sobre pessoas.
EXEMPLO
Exemplo de atividade decorrente de polícia administrativa é a apreensão de mercadorias 
vencidas (incidente sobre bens).
Exemplo de atividade decorrente de polícia judiciária é a prisão de um grupo terrorista 
(incidente sobrepessoas).
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b) A polícia administrativa é inerente ao próprio desempenho da função pública, uma 
vez que uma das finalidades da administração é garantir o bem-estar da coletividade. 
Logo, todos os órgãos e entidades pautados pelo regime jurídico de direito público podem, 
quando no desempenho regular de suas atividades, fazer uso do poder de polícia.
A polícia judiciária, por outro lado, apenas pode ser utilizada por corporações 
especializadas e por profissionais previamente treinados para o seu correto desempenho.
EXEMPLO
A atividade administrativa pode ser desempenhada tanto por um órgão da administração 
direta (quando da concessão de uma licença para construção, por exemplo), quando por uma 
entidade da administração indireta de direito público (autarquias e fundações públicas).
c) A polícia administrativa age predominantemente de forma preventiva, uma vez que 
o seu exercício possui como fundamento evitar a violação do interesse coletivo. Salienta-se, 
no entanto, que é perfeitamente possível a utilização da polícia administrativa em caráter 
repressivo, com a ressalva de que tal modalidade de exercício é feita em caráter de exceção.
Um típico exemplo de atividade preventiva de poder de polícia é a concessão de alvará 
para o funcionamento de um estabelecimento comercial. Caso o particular descumpra as 
normas legais, poderá o poder público, fazendo uso do poder de polícia em caráter repressivo, 
interditar o estabelecimento.
A polícia judiciária, ao contrário, age predominantemente de forma repressiva, uma 
vez que é após os acontecimentos (tal como um crime) que ela é provocada. Nada impede, 
por exemplo, que a polícia judiciária atue de forma preventiva, situação que ocorre, por 
exemplo, com as práticas de policiamento preventivo.
d) Uma última diferenciação se refere às possíveis áreas de atuação dos dois tipos de 
polícia. Enquanto a polícia administrativa age em relação aos ilícitos administrativos, a 
polícia judiciária tem como objetivo combater as práticas de ilícitos penais.
Tais diferenciações podem ser resumidas da seguinte forma:
Polícia administrativa Polícia judiciária
Incide sobre bens, sobre direitos e sobre 
atividades
Incide apenas sobre pessoas
É inerente à função administrativa, podendo 
ser desempenhada por todos os órgãos e 
entidades regidos pelo direito público
Apenas pode ser desempenhada por 
corporações específicas e por profissionais 
previamente treinados para tal atividade
Atua predominantemente de forma 
preventiva, podendo também agir de forma 
repressiva
Atua predominantemente de forma repressiva, 
podendo também agir de forma preventiva
Combate os ilícitos administrativos Combate os ilícitos penais
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
Diogo Surdi
7 .3 . FormAs De eXerCÍCio7 .3 . FormAs De eXerCÍCio
Quanto à forma de exercício, o poder de polícia pode ser classificado em preventivo e 
repressivo.
É preventivo todo o controle feito como forma de restringir um direito individual 
em prol da coletividade. Já o controle repressivo, por sua vez, engloba as sanções 
aplicadas pela autoridade competente quando da ocorrência de infrações por parte 
dos particulares.
Por meio do controle preventivo, o objetivo do poder de polícia é evitar a possível 
ocorrência de um ilícito administrativo. No âmbito do controle repressivo, o ilícito já ocorreu, 
de forma que a medida a ser adotada pelo Poder Público é a aplicação de uma sanção 
administrativa.
EXEMPLO
Teremos uma atuação decorrente da polícia administrativa em caráter preventivo com a 
concessão de uma licença para o particular dirigir. Antes da concessão, deve o administrado 
realizar uma série de atividades (tais como provas e testes).
Todas estas medidas são meios que o Poder Público encontra para tentar evitar a possível 
ocorrência de um dano à sociedade.
Uma vez com a licença, caso o motorista descumpra as normas previstas na legislação, deverá 
a administração, pautada no poder de polícia administrativa repressiva, cassar a respectiva 
carteira de motorista.
Percebe-se assim que o ponto de distinção entre o exercício do poder de polícia de 
forma preventiva ou repressiva é o momento da ocorrência do ilícito administrativo. 
Atividades destinadas a evitar tal ocorrência são classificadas como preventivas, ao passo 
que atividades que possuem o objetivo de sancionar o cometimento das infrações são 
entendidas como repressivas.
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Direito ADministrAtivo
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7 .7 .4 . AtriBUtos4 . AtriBUtos
O poder de polícia apresenta, de acordo com a doutrina majoritária, três atributos, 
sendo eles a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade. Tais atributos, 
salienta-se, não estarão sempre presentes em todos os atos administrativos decorrentes 
do poder de polícia.
7 .4 .1 . DisCriCionArieDADe
A discricionariedade implica em certa margem de liberdade que é conferida ao 
administrador público quando no exercício do poder de polícia. Por meio de tal atributo, 
pode o agente público, por exemplo, escolher quais atividades irá fiscalizar, bem como o 
momento adequado para sua realização.
Salienta-se que, ainda que a discricionariedade seja a regra no âmbito do exercício do 
poder de polícia, tal característica não está presente em todas as atividades decorrentes 
de tal poder.
Assim, em certas situações, a atuação do Poder Público é estritamente vinculada. 
Exemplo de tal situação é a concessão de licenças, onde o particular, tendo reunido todas 
as características previstas em lei, possui direito à obtenção do documento.
Da mesma forma, não podemos confundir a discricionariedade com a possibilidade 
de o agente estatal deixar de atuar, o que restaria configurado como abuso de poder de 
forma omissiva.
EXEMPLO
Tomemos como exemplo a atividade de fiscalização, típico exemplo de utilização do poder 
de polícia.
Como decorrência da discricionariedade, e considerando que é impossível para o Poder Público, 
em determinadas situações, fiscalizar todos os estabelecimentos, pode o agente público 
selecionar, por amostragem, quais deles serão objeto de fiscalização.
Caso, entretanto, a administração pública tenha sido informada de que um estabelecimento está 
vendendo alimentos impróprios para o consumo, deve o agente estatal realizar a fiscalização, 
não podendo invocar a discricionariedade como forma de eximir-se do seu dever de agir.
7 .4 .2 . AUtoeXeCUtorieDADe
Trata-se a autoexecutoriedade do atributo que possibilita que a administração pública 
execute as medidas necessárias ao alcance dos seus objetivos sem a necessidade de recorrer 
ao Poder Judiciário.
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Direito ADministrAtivoPoderes Administrativos
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EXEMPLO
Imaginem como seria complicado se a administração pública, quando da fiscalização de um 
restaurante, verificasse a existência de inúmeros produtos com prazo de validade vencido 
e, mesmo assim, tivesse que esperar uma decisão judicial para só então poder apreender os 
produtos danosos.
Sem dúvida isso causaria um sério risco aos consumidores, que poderiam consumir produtos 
prejudiciais até que a decisão fosse proferida.
Considerando que a autoexecutoriedade cuida-se de uma característica que implica, 
muitas vezes, na restrição direta de um bem ou atividade, o entendimento majoritário é 
de que ela apenas pode ser utilizada em duas situações: Quando a possibilidade estiver 
previamente prevista em lei ou quando tratar-se de uma medida de urgência.
No primeiro caso, considera-se que o povo apenas pode aceitar restrições que ele mesmo 
tenha concordado. E como os responsáveis pela edição das leis são os representantes 
escolhidos pela população, é o povo, de forma indireta, quem está estabelecendo as situações 
em que a autoexecutoriedade pode ser utilizada.
No caso de urgência, o que é levado em conta é o prejuízo que a não adoção da medida 
poderia causar para toda a coletividade.
Caso a autoexecutoriedade seja utilizada em situações diferentes das aqui mencionadas, 
estará configurado o abuso de poder, podendo o particular ser indenizado pelos danos causados.
Salienta-se que a autoexecutoriedade não está presente em todos os atos decorrentes do 
poder de polícia. Caso, por exemplo, o Poder Público aplique uma multa a um administrado, e 
não tendo este a quitado, não poderá a administração exigir diretamente o seu pagamento, 
devendo, para tal, ajuizar a competente ação de execução.
7 .4 .3 . CoerCiBiLiDADe
Por fim, a coercibilidade é a possibilidade que a administração tem de exigir determinados 
comportamentos por parte dos administrados, utilizando-se, caso for necessário, o emprego 
da força física.
Em tais situações, a autoridade administrativa possui a prerrogativa de solicitar o 
auxílio das forças públicas especializadas, garantindo a integridade dos agentes públicos 
e o cumprimento das medidas necessárias.
EXEMPLO
Caso, diante de uma fiscalização a um restaurante, o seu proprietário não permitir que 
os agentes públicos competentes apreendam as mercadorias estragadas eventualmente 
encontradas, poderá a administração, utilizando o atributo da coercibilidade, comunicar tal 
fato às forças públicas (normalmente, a polícia militar), e, sob a proteção destes, efetivar 
todas as medidas necessárias à realização da apreensão.
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Direito ADministrAtivo
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7 .5 . Co7 .5 . ComPetÊnCiAmPetÊnCiA
No âmbito do poder de polícia, são competentes para o seu exercício, como regra, os 
mesmos entes com capacidade pra legislar e regulamentar as matérias.
Assim, a União faz uso do poder de polícia no âmbito das questões relacionadas com 
o plano nacional ou com as atividades de regulação e estabelecimento de diretrizes. Os 
Estados, neste mesmo sentido, utilizam o poder de polícia nas atividades de caráter regional. 
Aos Municípios, por sua vez, cabe a utilização de tais medidas no âmbito de assuntos locais.
Além disso, temos que a Constituição Federal estabelece a divisão das competências em 
privativas e concorrentes, de forma que se um ente federativo dispuser da competência 
privativa para legislar sobre determinada matéria, será também competente para a utilização 
do poder de polícia necessário ao seu cumprimento. No âmbito da competência privativa, 
dessa forma, não cabe a delegação da atividade de polícia administrativa.
Em outro sentido, a competência concorrente é a que pode ser exercida por todos os 
entes federativos, de forma que os Municípios cuidam de interesses locais, os Estados de 
interesses regionais e a União de interesses gerais.
Merece destaque, no âmbito da divisão de competências, a edição da Súmula 419 do 
STF, que assim expressa:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 419 – STF: Os Municípios têm competência para regular o horário do comércio 
local, desde que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas.
Neste caso, estamos diante de um típico caso de competência legislativa concorrente, 
sendo que os Municípios podem legislar sobre o horário do comércio local desde que não 
infrinjam as leis estaduais e federais válidas. No mesmo sentido é o teor da Súmula 645 do STF:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 645 – STF: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento 
de estabelecimento comercial.
Quando, entretanto, estivermos diante de matéria de caráter geral, a competência, 
conforme já demonstrado, é privativa da União, não podendo os demais entes federativos 
legislar sobre o tema.
Exemplo de tal situação ocorre com a impossibilidade dos Municípios legislarem sobre 
o horário de funcionamento das instituições financeiras, conforme inteiro teor da Súmula 
19 do STJ:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 19 – STJ: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da 
competência da União.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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7 .6 . PoDer De PoLÍCiA oriGinÁrio e DerivADo7 .6 . PoDer De PoLÍCiA oriGinÁrio e DerivADo
O poder de polícia pode ser dividido em originário e delegado.
Poder de polícia originário é aquele que é desempenhado pelos órgãos públicos dos 
próprios entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). É, em última 
análise, o exercido pela administração direta.
Poder de polícia delegado, por exclusão, é aquele conferido às entidades de direito 
público integrantes da administração indireta, ou seja, as autarquias e as fundações públicas.
Importante salientar que a imensa maioria da doutrina entendia, até o ano de 2020, 
que as atividades decorrentes do poder de polícia não poderiam ser desempenhadas por 
particulares e por pessoas jurídicas de direito privado, tais como as empresas públicas e 
as sociedades de economia mista.
O fundamento para tal vedação era de que a atividade de polícia administrativa era uma 
prerrogativa decorrente do poder de império do Estado, não podendo, por isso mesmo, 
ser exercida por pessoas que não estejam regidas pelo regime jurídico de direito público.
No julgamento do RE 633782, contudo, o STF pacificou o entendimento de que o poder 
de polícia pode ser delegado para entidades de direito privado integrantes da Administração 
Indireta, desde que, no caso, uma série de requisito sejam atendidos:
JURISPRUDÊNCIA
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas 
de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social 
majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação 
própria do Estado e em regime não concorrencial.
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
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Importante observar que não são todas as empresas públicas e sociedades de economia 
mista que podem fazer uso do poder de polícia por meio de delegação.Para que a medida 
seja possível, os seguintes requisitos devem ser cumulativamente atendidos:
a) a empresa estatal (EP ou SEM) deve ser prestadora de serviços públicos, e não 
exploradora de atividade econômica;
b) o capital social das empresas estatais deve ser majoritariamente público;
c) as entidades devem prestar exclusivamente serviço público de atuação própria do 
Estado e em regime não concorrencial;
d) a delegação deve estar prevista em lei.
011. 011. (CEBRASPE/CESPE/FUB/ADMINISTRADOR/2022) Considerados os poderes da 
administração pública, julgue o item a seguir, de acordo com a doutrina e a jurisprudência 
do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a jurisprudência do STF, é válida a delegação do poder de polícia a pessoa jurídica 
de direito privado integrante da administração pública indireta, quando prestadora de 
serviços públicos, desde que a estatal não atue em regime concorrencial e que haja lei 
formal específica para a delegação.
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No julgamento do RE 633782, o STF ficou o entendimento de que “(...) A extensão de regras do 
regime de direito público a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração 
Pública indireta, desde que prestem serviços públicos de atuação própria do Estado e em 
regime não concorrencial é admissível pela jurisprudência da Corte (...)”.
Certo.
7 .7 . CiCLo De PoLÍCiA7 .7 . CiCLo De PoLÍCiA
O ciclo de polícia compreende quatro fases, sendo elas a ordem de polícia, o consentimento 
de polícia, a fiscalização e a aplicação de sanções.
A ordem de polícia é composta pelas leis e demais atos normativos que determinam 
que o poder de polícia seja exercido.
O consentimento de polícia ocorre nas situações em que o Poder Público consente 
com a atividade a ser desenvolvida pelo particular, sendo materializado, normalmente, pela 
emissão das licenças e das autorizações.
A fiscalização de polícia, como o próprio nome sugere, são as inúmeras fiscalizações 
feitas pela administração no exercício de tal poder.
A sanção de polícia, por sua vez, são as sanções aplicadas aos particulares quando 
constatada alguma infração no âmbito da atividade desempenhada pelos particulares.
EXEMPLO
O ciclo de polícia pode ser visualizado quando da emissão de uma carteira nacional de habilitação 
(CNH) com o fim de possibilitar que o particular possa dirigir veículos automotores.
Inicialmente, temos a edição de normas gerais e abstratas com os requisitos necessários 
para que o particular obtenha sua habilitação (ordem de polícia);
Uma vez atendidas as condições previstas em lei, deverá o agente público conceder a respectiva 
habilitação, a qual se materializa por meio de uma licença para dirigir (consentimento de polícia);
Posteriormente, o Poder Público, como forma de verificar se os condutores estão respeitando 
as normas de trânsito, instala equipamentos com a finalidade de verificar se os motoristas 
estão respeitando o limite de velocidade (fiscalização de polícia);
Em caso de desrespeito, o agente público competente aplica as penalidades previstas em lei 
(sanção de polícia).
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Sobre o ciclo de polícia, é importante sabermos que não são todas as fases que sempre 
estão presentes quando da utilização do poder de polícia, mas sim apenas as fases da ordem de 
polícia (uma vez que sempre teremos uma lei ou um ato normativo que irá regular a atividade) 
e a fiscalização de polícia (que possibilitará à administração fundamentar sua opinião).
Em sentido oposto, as fases de consentimento e de sanção nem sempre estarão 
presentes. No que se refere ao consentimento, temos que algumas atividades podem ou 
não ser consentidas pelo Poder Público, tal como a autorização para o porte de arma (que, 
eventualmente, poderá ter a sua utilização indeferida). Da mesma forma, não são todas as 
situações que dão ensejo à aplicação das sanções administrativas, mas sim apenas aquelas 
em que o particular não observou as normas legais.
Um ponto que merece ser observado é que não são todas as fases do poder de polícia 
que admitem a delegação, ainda que atendidos os requisitos legais. Neste contexto, o STF 
possui entendimento de que a única fase do ciclo de polícia que não pode ser objeto de 
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delegação é a ordem de polícia, uma vez que tal fase está relacionada à edição de uma 
norma jurídica que possibilite a execução do ato. Todas as demais fases, por consequência, 
poderão ser objeto de delegação, desde que as pessoas jurídicas, para isso, atendem aos 
requisitos necessários.
Podem ser objeto de delegação
Não pode ser objeto de delegação
Consentimento de polícia
Fiscalização de polícia
Sanção de polícia
Ordem de polícia
7 .8 . PresCriÇÃo7 .8 . PresCriÇÃo
Uma vez tendo ocorrido a infração de um ilícito administrativo, possui a administração 
o prazo de 5 anos para aplicar a competente sanção de polícia. Neste sentido é o 
entendimento extraído do artigo 1º da Lei n. 9.873/1999:
Art. 1º Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e 
indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, 
contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia 
em que tiver cessado.
Tal prazo, ainda de acordo com a norma em questão, passa a ser contado a partir de 
dois momentos distintos. Como regra, o prazo de 5 anos é contado tendo por início a data 
da prática do ato pelo particular. Quando, no entanto, estivermos diante de infrações 
permanentes ou continuadas, o prazo terá início a partir do momento em que tais infrações 
estiverem cessado.
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012. 012. (FGV/PM AM/ALUNO OFICIAL/2022) A humanidade vem enfrentando situação de 
emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do novo coronavírus. 
Com base em lei, autoridade estadual competente estabeleceu regularmente a medida 
do uso obrigatório de máscaras de proteção individual em locais públicos, com base em 
evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde, limitada no 
tempo e no espaço ao mínimo indispensável à promoção e à preservação da saúde pública.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, o poder administrativo que diretamente 
embasou a citada medida é o poder
a) disciplinar, que permite a regulamentação da vida em sociedade, com a fixação de sanções 
pelo descumprimento das normas.
b) hierárquico, que permite a regulamentação da vida em sociedade, mediante normas 
verticalmente impostas pelo poder público,em prol do interesse público.
c) de saúde pública, que permite limitar a liberdade individual, em prol do interesse público, 
sob pena de cometimento de crime de responsabilidade.
d) de gestão, que permite a edição de atos normativos de gestão para limitar a propriedade 
e liberdade individuais, em prol do interesse da coletividade.
e) de polícia, que permite a estipulação de restrições e limitações ao exercício de liberdades 
individuais, em razão da supremacia do interesse público.
A medida do uso obrigatório de máscaras de proteção individual em locais públicos é um 
típico exemplo de exercício do poder de polícia. Nas situações em que este poder é utilizado, 
observa-se a limitação de direitos individuais em prol do bem-estar da coletividade.
Assim, podemos afirmar que o poder de polícia permite a estipulação de restrições e 
limitações ao exercício de liberdades individuais, em razão da supremacia do interesse público 
(que é o princípio que fundamenta, de forma geral, todos os poderes administrativos).
Letra e.
013. 013. (CETREDE/PREFEITURA DE FRECHEIRINHA–CE/AGENTE ADMINISTRATIVO/2021) Analise 
a afirmativa a seguir:
Em essência, o poder ______________ é a atividade da Administração Pública que impõe 
limites ao exercício de direitos e liberdades, em prol do interesse coletivo. É o mecanismo de 
frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os abusos do direito individual.
Marque a opção que completa corretamente a lacuna.
a) de polícia.
b) disciplinar.
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c) hierárquico.
d) regulamentar.
e) vinculante.
A definição de poder de polícia leva em conta, sempre, a limitação de um direito individual 
em prol do interesse da coletividade. Logo, é correto afirmar, também, que o poder de 
polícia é o mecanismo de frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os 
abusos do direito individual.
Letra a.
8 . Uso e ABUso De PoDer8 . Uso e ABUso De PoDer
Nos Estados de Direito, como o nosso, a administração pública deve obedecer a lei em 
todas as suas manifestações. Mesmo nas atividades discricionárias, o uso do poder pelo 
administrador se sujeita aos limites legais, não podendo esses limites ser extrapolados, 
sob pena de se praticar arbitrariedade.
Temos então que uma parcela do poder é conferida a cada agente público, que deve exercê-
lo dentro do estritamente necessário. Caso a sua utilização ocorra em desconformidade 
com as normas da lei, restará configurado o abuso de poder.
O abuso de poder, dessa forma, é gênero, e se divide em duas espécies: excesso de 
poder e desvio de poder.
Em ambas as situações (abuso de poder ou desvio de poder), o ato viciado pode ser 
invalidado pela própria administração pública, fazendo uso da autotutela, ou então pelo 
Poder Judiciário, desde que provocado.
8 .1 . eXCesso De PoDer8 .1 . eXCesso De PoDer
No excesso de poder, estamos diante de uma atuação do agente público em que o requisito 
competência é o que está sendo violado. Tal forma de vício pode ocorrer de duas formas:
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a) Quando o agente extrapola as competências que lhe foram definidas como própria.
EXEMPLO
Uma autoridade, tendo descoberto uma infração disciplinar de um de seus subordinados, 
instaura o competente procedimento administrativo disciplinar. Ao término das investigações, 
chega-se à comprovação das irregularidades cometidas.
De acordo com o estatuto dos servidores, a penalidade aplicável para tal conduta é a de 
advertência. Mesmo assim, o administrador aplica ao subordinado a pena de suspensão.
b) Quando o agente, atuando dentro de sua competência, pratica um ato com o 
objetivo de conferir efeitos que não são possíveis por aquele instrumento.
EXEMPLO
Digamos que o Prefeito de um dado Município edite um decreto regulamentar criando 
obrigações que não estão previstas em lei.
Como anteriormente visto, os decretos regulamentares são editados com a finalidade de 
regulamentar as leis, não podendo inovar ou ir além das disposições contidas no diploma legal.
Em tal situação, ainda que o Prefeito tenha atuado dentro da sua competência (uma vez que 
é ele a autoridade competente para editar decretos regulamentares), o ato foi praticado por 
meio de um instrumento que não é apto para a criação de obrigações.
8 .2 . Desvio De PoDer8 .2 . Desvio De PoDer
O desvio de poder, também conhecido como desvio de finalidade, liga-se, como o próprio 
nome sugere, a não observância, quando da prática do ato administrativo, do requisito 
finalidade. Os atos que configuram desvio de poder podem ser divididos em duas classes 
distintas:
a) Atos genéricos, em que o agente deixa de atender ao interesse público e passa a 
defender interesses privados.
EXEMPLO
Determinada autoridade determina a desapropriação, com a finalidade de construir um 
parque público, de um terreno vizinho a uma área de sua propriedade.
Com a construção do parque, ocorrerá a valorização dos imóveis vizinhos, de forma que o 
preço da propriedade aumentará consideravelmente.
Nesta situação, houve a utilização de um instituto do direito (desapropriação) para o 
atendimento de finalidades particulares.
b) Atos específicos, em que o agente faz uso de um instituto legal para alcançar outro 
fim que não o previsto.
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EXEMPLO
Caso um administrador faça uso do instituto da remoção como forma de punição a um ou 
mais servidores, estaremos diante de um ato que visou um fim diverso do previsto em lei.
No entanto, a remoção trata-se de um instituto destinado ao atendimento do interesse 
público. Como foi utilizada para outra finalidade, estamos diante de um desvio de finalidade 
específico.
014. 014. (CEBRASPE/CESPE/FUB/ADMINISTRADOR/2022) Considerados os poderes da 
administração pública, julgue o item a seguir, de acordo com a doutrina e a jurisprudência 
do Supremo Tribunal Federal (STF).
Considere-se que um agente público, ocupante de cargo de chefia no âmbito da administração 
pública, determine, por meio de ato administrativo, em decorrência de desavenças pessoais, 
a remoção de servidor público subordinado para outra localidade do território nacional. 
Nessa situação, fica caracterizado o abuso de poder na modalidade excesso de poder.
Na situação narrada, estamos diante do abuso de poder, mas na modalidade desvio de 
poder (também conhecida como desvio de finalidade). O excesso de poder, por sua vez, 
ocorre quando o agente extrapola as competências que a ele são estabelecidas.
Errado.
9 . Deveres Do ADministrADor PÚBLiCo9 . Deveres Do ADministrADor PÚBLiCo
Para desempenhar as diversas funções administrativas, a administração pública, 
através de seus agentes públicos, necessita de poderes que lhe confiram capacidade 
para desempenhar todas elas. Assim, cada agente administrativo (administrador público) 
é investido, por lei, da necessária parcela de poder público para o desempenho de suas 
atribuições.
Como forma de propiciarque a sociedade controle se os agentes públicos estão 
fazendo uso, de forma adequada, dos poderes a eles conferidos, é que surgem os deveres 
administrativos.
A doutrina, baseada nos ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, estabelece quatro 
poderes-deveres para o administrador público: poder dever de agir, dever de prestar 
contas, dever de probidade e dever de eficiência.
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9 .1 . PoDer Dever De AGir9 .1 . PoDer Dever De AGir
O poder-dever de agir decorre diretamente do princípio da indisponibilidade do interesse 
público, de forma que, no exercício da atividade administrativa, não tem o administrador 
público a liberdade de escolher se deve ou não atuar, estando obrigado a agir sempre 
que a lei determinar.
Nota-se que ao mesmo tempo que este poder-dever confere uma prerrogativa ao 
agente público (pois ele exerce o poder na medida em que este lhe foi conferido), confere 
também uma obrigação (a de agir sempre que seja necessário).
Desta análise, consegue-se verificar que a liberdade de atuação possui sentido diferente para 
os particulares e para os agentes públicos. Enquanto os particulares apenas estão obrigados 
a agir quando a lei assim determinar, os agentes públicos, no desempenho da atividade 
administrativa, deverão, sempre que for necessário, faz uso dos seus poderes administrativos.
9 .2 . Dever De PrestAr ContAs9 .2 . Dever De PrestAr ContAs
O dever de prestar contas é decorrência direta da forma republicana de governo. Assim, 
no exercício da função pública, os diversos agentes atuam como verdadeiros gestores do 
patrimônio público, que, como já mencionamos, pertence a toda a população.
Assim, por gerir algo que pertence à coletividade (e não apenas a ele) é que todo e 
qualquer agente deve prestar contas da sua gestão, possibilitando assim que o povo, titular 
dos interesses que estão sendo geridos, saiba quais as práticas adotadas pelo agente 
durante a respectiva gestão.
Salienta-se que o dever de prestar contas atinge, inclusive, quem não é agente público, 
desde que utilize ou gerencie recursos públicos sob qualquer forma, como as empresas 
particulares que recebem subvenções estatais para aplicação determinada.
Neste sentido é o teor do parágrafo único do artigo 70 da Constituição Federal, que 
assim dispõe:
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Poderes Administrativos
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Art. 70, Parágrafo Único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, 
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos 
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
9 .3 . Dever De ProBiDADe9 .3 . Dever De ProBiDADe
O dever da probidade está intimamente ligado ao princípio constitucional da moralidade. 
Ser probo é ser honesto, ter boa fé e praticar seus atos com lealdade.
Importante destacar que para os atos praticados em desacordo com o dever da probidade, 
temos várias sanções nas esferas cível, administrativa e política, conforme estabelece a 
Constituição Federal em seu artigo 37, § 4º:
Art. 37, §4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, 
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e 
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
9 .4 . Dever De eFiCiÊnCiA9 .4 . Dever De eFiCiÊnCiA
O dever da eficiência nada mais é do que a administração pública adotando as boas 
práticas de gestão que deram resultado na iniciativa privada. Objetivam, assim, fazer 
com que a administração deixe para trás o viés burocrático e adote, em tudo o que for 
possível, a administração gerencial.
Tal dever foi construído na época em que a administração pública continha apenas os 
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. Com o status de princípio 
constitucional, o até então dever da eficiência passou a ser obrigatório para todos os órgãos 
e entidades da administração pública direta e indireta de todos os entes federativos.
Poder dever de agir
O administrador público não deve se eximir de agir 
quando sua atuação for necessária.
Dever de prestar contas
O administrador público deve prestar contas da sua 
gestão, pois o patrimônio gerido é do povo.
Dever de probidade
O administrador público deve ser leal e possuir as 
características da probidade, decoro e boa-fé.
Dever de eficiência
O administrador público buscar um melhor resultado 
com o menor gasto possível.
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Poderes Administrativos
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RESUMORESUMO
Para que o Poder Público possa alcançar a sua finalidade, que é a de garantir a integridade 
da coletividade, faz-se necessário a existência de prerrogativas e sujeições aos agentes 
públicos, uma vez que são estes quem desempenham as atividades em nome do Estado.
No âmbito das prerrogativas, o regime jurídico confere aos agentes certos poderes 
não estão presentes na relação entre particulares, mas sim apenas no âmbito da relação 
do Poder Público com os administrados. Tais poderes são instrumentos de que se vale o 
agente estatal para conseguir fazer valer a vontade do Estado. Como operam no âmbito 
da atividade administrativa, são conhecidos como poderes administrativos.
Não se confundem os poderes administrativos com os Poderes do Estado. Também 
não podemos confundir os poderes administrativos com os poderes políticos, uma vez 
que estes são os utilizados com base nas diretrizes expressas na Constituição Federal e 
exercidos com alto grau de discricionariedade.
De acordo com a doutrina majoritária, são os seguintes os poderes administrativos 
passíveis de utilização pela administração pública: poder vinculado, poder discricionário, 
poder hierárquico, poder disciplinar, poder regulamentar e poder de polícia.
 Obs.: Ainda que cada um dos poderes tenha suas próprias peculiaridades, é possível 
estabelecer, como características comuns a todos os poderes administrativos, 
as seguintes:
a) São decorrência das prerrogativas conferidas à administração pública;
b) Devem ser exercidos dentro da estrita necessidade, sob pena de restar configurado 
abuso de poder;
c) São irrenunciáveis, de forma que não há a possibilidade dos agentes públicos 
deixarem de exercê-los;
d) São poderes instrumentais, não podendo ser confundidos com os poderes 
estruturais do Estado e com os poderes políticos.
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Poderes Administrativos
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Poder vinculado ou regrado é o que a lei confere ao administrador para a prática de 
atos de sua competência, determinando todos os requisitos necessários à sua formalização. 
Neste caso, o administrador não possui margem decisória,devendo praticar o ato da forma 
como está previsto em lei.
No âmbito dos atos administrativos, cinco são os requisitos de validade, sendo eles a 
competência, a finalidade, a forma, o motivo e o objeto.
Nos atos vinculados, todos os requisitos sempre estarão presentes, de forma que a 
margem de liberdade do agente público é praticamente inexistente. Por isso mesmo é que 
boa parte da doutrina costuma afirmar que o poder vinculado, ainda que seja classificado 
como um dos poderes administrativos existentes, trata-se, na verdade, de um dever do 
administrador público.
Conceitua-se poder discricionário como aquele que possibilita ao agente público atuar 
com liberdade de atuação. Tal grau de liberdade, salienta-se, não é total, devendo ser 
exercido dentro dos limites previamente definidos em lei.
A discricionariedade não pode ser confundida com a arbitrariedade. Enquanto esta 
representa uma ação ou conduta que contraria ou excede à lei, a discricionariedade, como 
já mencionado, é uma liberdade concedida ao agente público para ser exercida dentro dos 
limites da lei.
Merece destaque, neste sentido, a possibilidade de controle judicial dos atos 
praticados como decorrência do exercício do poder discricionário. Não há como negar 
que o Poder Judiciário pode analisar todos os atos administrativos (sejam eles vinculados 
ou discricionários) no que se refere ao aspecto de legalidade. Em tais situações, o Poder 
Judiciário está fazendo uso de sua função típica, que é a de julgar, em plena consonância 
com o princípio da separação dos Poderes.
No que se refere à possibilidade do Poder Judiciário adentrar no mérito dos atos 
administrativos discricionários, vigora, em nosso ordenamento, a regra geral acerca da 
impossibilidade de tal análise.
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Poderes Administrativos
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Podemos sintetizar as principais diferenças entre os poderes vinculado e discricionário 
por meio do gráfico a seguir:
Poder Vinculado Poder Discricionário
Nenhuma margem de escolha para a realização 
do ato.
Alguma margem de escolha para a realização 
do ato.
Requisitos competência, finalidade e forma 
são sempre vinculados.
Requisitos competência, finalidade e forma 
são sempre vinculados.
Requisitos motivo e objeto são vinculados Requisitos motivo e objeto são discricionários
O poder hierárquico está fundamentado na necessidade de organização que os órgãos e 
entidades possuem para poder desempenhar de melhor forma a função pública. Relaciona-
se o poder hierárquico com a possibilidade de o agente público dar ordens, fiscalizar, rever 
e, principalmente, de avocar e delegar competências.
Por operar-se no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, a atuação decorrente de tal 
poder pressupõe hierarquia e subordinação.
Merece destaque, no âmbito do poder hierárquico, a possibilidade de delegação e 
avocação de competências. Por delegação pode-se entender a transferência de parte da 
competência originariamente atribuída a um órgão ou entidade para outro de mesmo nível 
ou de nível hierarquicamente inferior.
A delegação, como regra, sempre será possível, salvo nos casos em que a lei expressamente 
preveja a sua vedação. No âmbito federal, três são as situações em que não poderá 
ocorrer a delegação: a) a edição de atos de caráter normativo; b) a decisão de recursos 
administrativos; c) as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Em sentido oposto, a regra é a de que a avocação apenas será possível nos casos em que 
a lei assim o prever, tratando-se, por isso mesmo, de medida excepcional. Na avocação, 
ocorre o chamamento, por parte de um órgão hierarquicamente superior, de competência 
inicialmente atribuída a um órgão com hierarquia inferior.
É decorrência do poder hierárquico, ainda, a possibilidade de revisão, pela autoridade 
superior, dos atos praticados pelos seus subordinados. Como resultado, pode a autoridade 
superior manter o ato inicialmente praticado, anulá-lo, revogá-lo ou convalidá-lo.
Em tais situações, as mesmas regras concernentes aos atos administrativos são aplicáveis, 
de forma que tanto a anulação quanto a convalidação podem ser declaradas de ofício, pela 
administração pública, ou mediante provocação do interessado. A convalidação, por sua vez, 
consiste no saneamento dos defeitos de um ato por meio da edição de um ato posterior.
As prerrogativas decorrentes do exercício do poder hierárquico podem ser resumidas 
no quadro a seguir:
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O poder disciplinar é aquele que autoriza que o Poder Público investigue as infrações 
cometidas e aplique as penalidades previstas em lei a todos que mantenham um vínculo 
específico com o Estado.
Deste conceito inicial, se percebe que duas classes distintas de pessoas podem ser 
penalizadas com base no poder disciplinar:
a) os servidores públicos regidos por um estatuto funcional;
b) os particulares alheios à atividade pública, sendo necessário, para isso, a existência 
de um vínculo necessariamente específico.
Quando a administração aplica investiga as infrações cometidas por seus servidores e 
aplica, após a comprovação da ocorrência da falta funcional, as penalidades administrativas 
previstas em lei, estamos diante de uma medida direta do poder disciplinar e indireta 
do poder hierárquico.
O poder disciplinar também pode ser utilizado para a aplicação de sanções a terceiros 
que não sejam agentes públicos. Neste caso, faz-se necessário que o particular possua 
um vínculo específico com a administração, tal como ocorre, por exemplo, com os que 
celebram contrato administrativo com o Poder Público, ou então com os alunos de 
uma escola pública ou com os pacientes de um hospital público. Nestas situações, a 
penalidade decorre do poder disciplinar, mas não do poder hierárquico.
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A motivação sempre deve estar presente em todas as medidas do Poder Público que 
impliquem em restrições ou prejuízos aos administrados, tal como ocorre, conforme 
analisado, quando da aplicação das penalidades administrativas.
O poder regulamentar consiste na prerrogativa conferida aos Chefes do Poder Executivo 
para a edição de decretos destinados à regulamentação das leis.
Parte da doutrina afirma que o poder regulamentar seria uma espécie do gênero poder normativo.
Dessa forma, o poder normativo compreenderia todos os decretos de regulamentação, 
inclusive os editados por autoridades que não sejam os chefes do executivo. Já o poder 
regulamentar, por sua vez, seria composto apenas pelos decretos regulamentares editados 
pelos Chefes do Executivo.
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Os decretosregulamentares, uma vez que destinados à regulamentação da lei, não 
sofrem a incidência do controle de constitucionalidade, uma vez que tal forma de 
controle leva em conta o texto de uma norma em comparação com a Constituição. Em 
sentido contrário, os decretos, quando excederem a finalidade para a qual foram instituídos, 
estão sujeitos a simples controle de legalidade.
A principal diferença entre as leis e os decretos regulamentares consiste na possibilidade 
daquelas inovarem no ordenamento jurídico, ao passo que os decretos servem para 
regulamentar as disposições legais e não possuem o podem de inovar no ordenamento.
Entretanto, com a publicação da Emenda Constitucional n. 32/2001, passamos a contar, 
em nosso ordenamento jurídico, com a figura dos decretos autônomos. Tais instrumentos, 
ao contrário do que ocorre com os decretos regulamentares, podem, nas estritas hipóteses 
previstas no texto constitucional, inovar no ordenamento jurídico, tal como ocorre 
com as leis.
Como trata-se o decreto autônomo de uma norma que inova no ordenamento jurídico, 
nada mais natural do que a sua sujeição ao controle de constitucionalidade, uma vez que 
o parâmetro adotado no âmbito de tal controle são as normas que inovam o ordenamento 
jurídico em consonância com a Constituição Federal.
As diferenças e semelhanças entre os decretos regulamentares e os decretos autônomos 
podem ser visualizadas na seguinte tabela:
Decretos regulamentares Decretos autônomos
Não inovam no ordenamento jurídico Inovam no ordenamento jurídico
Estão sujeitos a controle de legalidade Estão sujeitos a controle de constitucionalidade
São normas gerais e abstratas São normas gerais e abstratas
Competência dos Chefes do Poder Executivo Competência dos Chefes do Poder Executivo
Não pode ser objeto de delegação Pode ser objeto de delegação
Pode ser utilizado em todas as hipóteses em 
que a lei necessitar de regulamentação
Apenas pode ser utilizado em matérias 
específicas
O conceito de poder de polícia é a restrição de um direito particular em prol de toda 
a coletividade.
Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão 
competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se 
de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
O poder de polícia se diferencia, em muitos aspectos, do poder disciplinar. Se no âmbito 
do poder disciplinar faz-se necessário a existência de um vínculo com o Poder Público (que 
pode ser interno ou, quando tratar-se de terceiros, específico), o poder de polícia, em 
sentido oposto, incide sobre toda a população, ainda que não haja um elo de ligação 
com a administração pública.
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Com o poder de polícia, a administração objetiva assegurar a manutenção do bem-estar 
coletivo, tratando-se, por isso mesmo, de uma das manifestações que decorre diretamente 
do princípio da supremacia do interesse público.
Em sentido amplo, o poder de polícia estaria configurado não só pelas práticas adotadas 
pela administração pública, como também pelos atos do Poder Legislativo que condicionassem 
os direitos do indivíduo.
Em sentido estrito, o poder de polícia estaria configurado apenas no âmbito das 
atividades desempenhadas pela administração pública. Tais atividades poderiam ser 
relacionadas com a edição de normas gerais (tal como os regulamentos administrativos) ou 
com medidas de caráter concreto e específico (com a fiscalização e a expedição de licenças).
As diferenças entre as atividades de polícia administrativa e as de polícia judiciária são 
bastante exigidas em provas de concurso. Desta forma, conseguimos diferenciar ambas 
as atividades, basicamente, por meio de quatro características:
a) As atividades de polícia administrativa incidem sobre bens, sobre direitos ou sobre 
atividades, ao passo que a polícia judiciária incide sobre pessoas.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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b) A polícia administrativa é inerente ao próprio desempenho da função pública, uma 
vez que uma das finalidades da administração é garantir o bem estar da coletividade. 
Logo, todos os órgão e entidades pautados pelo regime jurídico de direito público podem, 
quando no desempenho regular de suas atividades, fazer uso do poder de polícia. A polícia 
judiciária, por outro lado, apenas pode ser utilizadas por corporações especializadas e 
por profissionais previamente treinados para o seu correto desempenho.
c) A polícia administrativa age predominantemente de forma preventiva, uma vez que 
o seu exercício possui como fundamento evitar a violação do interesse coletivo. Salienta-se, 
no entanto, que é perfeitamente possível a utilização da polícia administrativa em caráter 
repressivo, com a ressalva de que tal modalidade de exercício é feita em caráter de exceção. 
A polícia judiciária, ao contrário, age predominantemente de forma repressiva, uma vez 
que é após os acontecimentos (tal como um crime) que ela é provocada. Nada impede, 
por exemplo, que a polícia judiciária atue de forma preventiva, situação que ocorre, por 
exemplo, com as práticas de policiamento preventivo.
d) Uma última diferenciação se refere às possíveis áreas de atuação dos dois tipos de 
polícia. Enquanto a polícia administrativa age em relação aos ilícitos administrativos, a 
polícia judiciária tem como objetivo combater as práticas de ilícitos penais.
Polícia administrativa Polícia judiciária
Incide sobre bens, sobre direitos e sobre 
atividades
Incide apenas sobre pessoas
É inerente à função administrativa, podendo 
ser desempenhada por todos os órgãos e 
entidades regidos pelo direito público
Apenas pode ser desempenhada por 
corporações específicas e por profissionais 
previamente treinados para tal atividade
Atua predominantemente de forma 
preventiva, podendo também agir de forma 
repressiva
Atua predominantemente de forma repressiva, 
podendo também agir de forma preventiva
Combate os ilícitos administrativos Combate os ilícitos penais
Quanto à forma de exercício, o poder de polícia pode ser classificado em preventivo e 
repressivo.
É preventivo todo o controle feito como forma de restringir um direito individual 
em prol da coletividade. Já o controle repressivo, por sua vez, engloba as sanções 
aplicadas pela autoridade competente quando da ocorrência de infrações por parte 
dos particulares.
Percebe-se assim que o ponto de distinção entre o exercício do poder de polícia de 
forma preventiva ou repressiva é o momento da ocorrência do ilícito administrativo. 
Atividades destinadas a evitar tal ocorrência são classificadas como preventivas, ao passo 
que atividades que possuem o objetivo de sancionar o cometimento das infrações são 
entendidas como repressivas.
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O poder de polícia apresenta, de acordo com a doutrina majoritária, três atributos, 
sendo eles a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade.Tais atributos, 
salienta-se, não estarão sempre presentes em todos os atos administrativos decorrentes 
do poder de polícia.
A discricionariedade implica em certa margem de liberdade que é conferida ao 
administrador público quando no exercício do poder de polícia. Por meio de tal atributo, 
pode o agente público, por exemplo, escolher quais atividades irá fiscalizar, bem como o 
momento adequado para sua realização.
Trata-se a autoexecutoriedade do atributo que possibilita que a administração pública 
execute as medidas necessárias ao alcance dos seus objetivos sem a necessidade de recorrer 
ao Poder Judiciário.
Por fim, a coercibilidade é a possibilidade que a administração tem de exigir determinados 
comportamentos por parte dos administrados, utilizando-se, caso for necessário, o emprego 
da força física.
O poder de polícia pode ser dividido em originário e delegado. Poder de polícia originário 
é aquele que é desempenhado pelos órgãos públicos dos próprios entes federativos (União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios). É, em última análise, o exercido pela administração 
direta. Poder de polícia delegado, por exclusão, é aquele conferido às entidades de direito 
público integrantes da administração indireta, ou seja, as autarquias e as fundações públicas.
No julgamento do RE 633782, o STF pacificou o entendimento de que o poder de polícia 
pode ser delegado para entidades de direito privado integrantes da Administração Indireta, 
desde que, no caso, uma série de requisitos sejam atendidos.
Importante observar que não são todas as empresas públicas e sociedades de economia 
mista que podem fazer uso do poder de polícia por meio de delegação. Para que a medida 
seja possível, os seguintes requisitos devem ser cumulativamente atendidos:
a) a empresa estatal (EP ou SEM) deve ser prestadora de serviços públicos, e não 
exploradora de atividade econômica;
b) o capital social das empresas estatais deve ser majoritariamente público;
c) as entidades devem prestar exclusivamente serviço público de atuação própria do 
Estado e em regime não concorrencial;
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d) a delegação deve estar prevista em lei.
O ciclo de polícia compreende quatro fases, sendo elas a ordem de polícia, o consentimento 
de polícia, a fiscalização e a aplicação de sanções.
A ordem de polícia é composta pelas leis e demais atos normativos que determinam 
que o poder de polícia seja exercido.
O consentimento de polícia ocorre nas situações em que o Poder Público consente 
com a atividade a ser desenvolvida pelo particular, sendo materializado, normalmente, pela 
emissão das licenças e das autorizações.
A fiscalização de polícia, como o próprio nome sugere, são as inúmeras fiscalizações 
feitas pela administração no exercício de tal poder.
A sanção de polícia, por sua vez, são as sanções aplicadas aos particulares quando 
constatada alguma infração no âmbito da atividade desempenhada pelos particulares.
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Uma vez tendo ocorrido a infração de um ilícito administrativo, possui a administração 
o prazo de 5 anos para aplicar a competente sanção de polícia.
Tal prazo passa a ser contado a partir de dois momentos distintos. Como regra, o prazo 
de 5 anos é contado tendo por início a data da prática do ato pelo particular. Quando, 
no entanto, estivermos diante de infrações permanentes ou continuadas, o prazo terá início 
a partir do momento em que tais infrações estiverem cessado.
O abuso de poder, dessa forma, é gênero, e se divide em duas espécies: excesso de 
poder e desvio de poder.
Em ambas as situações (abuso de poder ou desvio de poder), o ato viciado pode ser 
invalidado pela própria administração pública, fazendo uso da autotutela, ou então pelo 
Poder Judiciário, desde que provocado.
No excesso de poder, estamos diante de uma atuação do agente público em que o 
requisito competência é o que está sendo violado. Tal forma de vício pode ocorrer de 
duas formas:
a) Quando o agente extrapola as competências que lhe foram definidas como própria.
b) Quando o agente, atuando dentro de sua competência, pratica um ato com o objetivo 
de conferir efeitos que não são possíveis por aquele instrumento.
O desvio de poder, também conhecido como desvio de finalidade, liga-se, como o 
próprio nome sugere, a não observância, quando da prática do ato administrativo, do 
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requisito finalidade. Os atos que configuram desvio de poder podem ser divididos em duas 
classes distintas:
a) Atos genéricos, em que o agente deixa de atender ao interesse público e passa a 
defender interesses privados.
b) Atos específicos, em que o agente faz uso de um instituto legal para alcançar outro 
fim que não o previsto.
A doutrina, baseada nos ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, estabelece quatro 
poderes-deveres para o administrador público: poder dever de agir, dever de prestar 
contas, dever de probidade e dever de eficiência.
Poder dever de agir
O administrador público não deve se eximir de agir quando 
sua atuação for necessária.
Dever de prestar contas
O administrador público deve prestar contas da sua gestão, 
pois o patrimônio gerido é do povo.
Dever de probidade
O administrador público deve ser leal e possuir as 
características da probidade, decoro e boa-fé.
Dever de eficiência
O administrador público buscar um melhor resultado com 
o menor gasto possível.
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MAPA MENTALMAPA MENTAL
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QUESTÕES DE CONCURSOQUESTÕES DE CONCURSO
001. 001. (FCM/CEFETMINAS/PREFEITURA DE CONTAGEM/AGENTE FAZENDÁRIO/2023) O poder 
regulamentar da Administração se fundamenta em
a) editar normas complementares à lei, visando a sua fiel execução.
b) organizar a atividade administrativa, inclusive com a vocaçãode competências e criação 
de órgãos.
c) determinar limitações à atuação de particulares, em benefício da coletividade, nos 
limites da lei.
d) exercer o controle da atividade de órgãos inferiores, dando ordem a subordinados e 
verificando a legalidade dos atos praticados.
e) averiguar a ocorrência de infrações e aplicar eventuais penalidades aos servidores públicos 
e particulares que se relacionam juridicamente com a Administração.
002. 002. (FGV/CGE SC/ENGENHARIA CIVIL/2023) O Município Alfa pretende delegar, por lei, à 
sociedade de economia mista municipal Beta, empresa estatal municipal de capital social 
majoritariamente público, que presta exclusivamente serviço público de atuação própria 
do Estado e em regime não concorrencial, o poder de polícia de trânsito, inclusive quanto 
à aplicação de multas, em razão das atividades de policiamento do trânsito na cidade Alfa.
No caso em tela, de acordo com a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a 
delegação pretendida é
a) constitucional, pois os atos de consentimento, de fiscalização e de aplicação de sanções 
podem ser delegados à estatal municipal Beta, por meio de lei.
b) constitucional, pois todas as fases do ciclo de polícia, inclusive a fase da ordem de 
polícia, podem ser delegadas a quaisquer entidades da administração indireta, em razão 
da supremacia do interesse público.
c) inconstitucional, pois nenhuma fase do ciclo de polícia pode ser objeto de delegação 
à pessoa jurídica de direito privado e eventual lei que assim dispuser será considerada 
inconstitucional.
d) inconstitucional, pois as fases do ciclo de polícia de atos de consentimento, de fiscalização 
e de aplicação de sanções não podem ser delegados à estatal Beta, que possui um regime 
jurídico complemente diverso daquele aplicável à Fazenda Pública.
e) constitucional, apenas se a delegação ocorrer por meio de emenda à Lei Orgânica Municipal, 
que pode promover legitimamente a delegação de todas as fases do ciclo de polícia à pessoa 
jurídica de direito privado integrante da administração indireta municipal.
003. 003. (CEBRASPE/CESPE/TJDFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2023) De acordo com a 
jurisprudência do STF a respeito do poder de polícia, a teoria do ciclo de polícia compõe-
se, em sua totalidade, das fases deO conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Poderes Administrativos
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a) ordem, fiscalização e sanção, sendo apenas a sanção impassível de delegação a pessoas 
jurídicas de direito privado.
b) ordem, consentimento, fiscalização e sanção, sendo apenas a sanção impassível de 
delegação a pessoas jurídicas de direito privado.
c) ordem, fiscalização e sanção, sendo apenas a fiscalização impassível de delegação a 
pessoas jurídicas de direito privado.
d) ordem, consentimento e sanção, sendo apenas o consentimento impassível de delegação 
a pessoas jurídicas de direito privado.
e) ordem, consentimento, fiscalização e sanção, sendo apenas a ordem impassível de 
delegação a pessoas jurídicas de direito privado.
004. 004. (AVANÇASP/PREFEITURA DE AMERICANA/GUARDA CIVIL MUNICIPAL/2023) Assinale a 
alternativa correta de acordo com os poderes administrativos.
a) Considera-se poder disciplinar a atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, 
em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, 
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes 
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos;
b) Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, 
em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, 
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes 
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos;
c) Considera-se poder regulamentar a atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, 
em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, 
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes 
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos;
d) Considera-se regular o exercício do poder de polícia mesmo quando desempenhado não 
observando o processo legal, ao qual não se subordina;
e) Todas as assertivas anteriores estão corretas.
005. 005. (IADES/SEAGRI DF/AGENTE ADMINISTRATIVO/2023) Os atributos da discricionariedade, 
coercibilidade e autoexecutoriedade referem-se ao poder
a) vinculado.
b) discricionário.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
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c) de polícia.
d) disciplinar.
e) hierárquico.
006. 006. (CEBRASPE/CESPE/TCE RJ/PROCURADOR/2023) Acerca dos órgãos públicos, dos atos e 
dos processos administrativos bem como do dever de eficiência na administração pública, 
julgue o item a seguir.
O dever de eficiência dos agentes públicos, além de preconizar atuação de forma econômica 
e célere, deve ser considerado na interpretação das normas aplicáveis à administração 
pública.
007. 007. (FCC/PREFEITURA DE TERESINA/PROCURADOR/2022) O Código Penal estabelece, em 
seu art. 320, o delito intitulado “condescendência criminosa”, configurando crime próprio 
de funcionário público. Tal tipificação diz respeito à omissão no exercício do poder
a) disciplinar.
b) discricionário.
c) normativo.
d) de polícia administrativa.
e) regulamentar.
008. 008. (FCC/TRT 14/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2022) Quando o Poder Público interfere na órbita 
do interesse privado para salvaguardar o interesse público, restringindo direitos individuais, 
atua no exercício do poder
a) de polícia.
b) hierárquico.
c) regulamentar.
d) disciplinar.
e) estritamente vinculado.
009. 009. (FCC/TRT 17/ANALISTA JUDICIÁRIO/2022) A prerrogativa da Administração de aplicar 
sanções a particulares que com ela estabelecem relação contratual, tal como a declaração 
de inidoneidade, constitui expressão do exercício
a) do poder disciplinar, cuja incidência não se restringe a vínculos administrativos de 
natureza funcional.
b) da hierarquia, representada pela supremacia do interesse público sobre o particular nas 
relações entre estes estabelecidas.
c) do poder de polícia, que embasa a presença de cláusulas exorbitantes em contratos 
administrativos.
d) do poder normativo, que embasa essas relações não propriamente contratuais.
e) do princípio da reserva da Administração, que contempla prerrogativas para atuação 
potestativa de tais entidades em prol do interesse público.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Direito ADministrAtivoPoderes Administrativos
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010. 010. (FCC/TRT 23/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2022) Fiscais da prefeitura de um determinado 
município, após receberem uma série de denúncias de que um estabelecimento comercial, 
situado no centro daquela localidade, promovia shows de música ao vivo, com o uso de caixas 
de som, amplificadores, microfones, instrumentos e aparelhos musicais, sem tratamento 
acústico eficiente para conter os ruídos, incomodando, assim, a vizinhança, constataram, em 
diligência ao local, após medição realizada, que os ruídos emitidos estavam, de fato, muito 
acima dos níveis máximos permitidos pela legislação vigente. Diante de tal constatação, os 
fiscais autuaram o estabelecimento, aplicando uma multa decorrente do descumprimento 
da legislação e advertiram os responsáveis pelo local que, em caso de reincidência, o 
estabelecimento poderia ser interditado.
Diante dessa situação hipotética, os fiscais agiram amparados pelo poder
a) disciplinar.
b) discricionário.
c) normativo.
d) hierárquico.
e) de polícia.
011. 011. (FCC/TRT 14/ANALISTA JUDICIÁRIO/2022) Ao interditar determinada atividade 
empresarial porque desprovida de licença de funcionamento e de documentos comprobatórios 
da realização de vistoria pelo órgão competente, destinados a atestar que a edificação está 
em conformidade com os requisitos contra incêndio, o Poder Público
a) não age no exercício do poder de polícia, vez que esta corresponde sempre a uma atividade 
negativa.
b) age no exercício do poder de polícia, utilizando-se de medida repressiva.
c) age no exercício do poder de polícia, utilizando-se de medida preventiva, que, diversamente 
da medida repressiva, dispensa autorização judicial.
d) age no exercício do poder de polícia, utilizando-se de ato normativo.
e) não age no exercício do poder de polícia, vez que a ação narrada depende de prévia 
autorização judicial.
012. 012. (FCC/DPE AM/ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2022) João, chefe de uma 
repartição pública, justifica a remoção de Maria para uma cidade distante com base no 
interesse público. No entanto, sua intenção era puni-la por desavenças anteriores. Na 
presente situação, o ato administrativo carrega vício de
a) ilegalidade de objeto.
b) incompetência do agente.
c) forma.
d) ausência de motivação.
e) desvio de finalidade.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
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013. 013. (CEBRASPE/CESPE/FUB/ADMINISTRADOR/2022) Considerados os poderes da 
administração pública, julgue o item a seguir, de acordo com a doutrina e a jurisprudência 
do Supremo Tribunal Federal (STF).
Constitui exemplo do exercício do poder regulamentar da administração pública a edição, 
pelo presidente da República, de decretos de estado de defesa e de sítio.
014. 014. (CEBRASPE/CESPE/SEFAZ SE/AUDITOR TÉCNICO DE TRIBUTOS/2022) Na administração 
pública, o poder hierárquico
a) é acessório, podendo haver distribuição de competências dentro da organização 
administrativa sem que haja relação hierárquica sobre determinadas atividades.
b) é a relação que permite a apuração de infrações e a aplicação de penalidades a servidores 
públicos e outras pessoas sujeitas à disciplina interna administrativa.
c) manifesta-se na relação hierárquica entre a administração direta e as entidades 
descentralizadas da administração indireta.
d) permite a emanação de atos com efeitos amplos, abstratos e coercitivos.
e) obriga a administração a estar amparada em parecer técnico-profissional para a solução 
de questões que exijam conhecimento especializado.
015. 015. (CEBRASPE/CESPE/PGE RJ/ANALISTA/2022) Em decorrência de denúncia anônima 
encaminhada à administração pública e ao Ministério Público, o gestor público adotou 
providências preliminares e verificou a verossimilhança dos fatos narrados. Em razão disso, 
foi instaurado processo administrativo disciplinar (PAD).
A comissão processante apurou a ocorrência de alguns fatos ilícitos, entre os quais atos 
de improbidade administrativa e prejuízo ao erário. Assim, a comissão sugeriu aplicação da 
pena de demissão a determinado servidor público. Após a oitiva da Procuradoria do Estado, 
a autoridade competente tomou decisão.
Paralelamente, o Ministério Público também realizou investigação preliminar e, depois, 
propôs ação de improbidade administrativa pelos mesmos fatos, ainda em curso.
Tendo como referência a situação hipotética apresentada, julgue o seguinte item, à luz do 
direito administrativo e do entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Cabe à autoridade administrativa competente a aplicação da pena de demissão ao servidor, 
com base no poder de polícia inerente à atividade administrativa em si.
016. 016. (CEBRASPE/CESPE/TCE RJ/TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2022) Lucas, servidor público 
efetivo recém-nomeado para ocupar cargo no Tribunal de Contas do Estado do Rio de 
Janeiro (TCE/RJ), praticou ato irregular que caracteriza infração funcional. José, superior 
hierárquico de Lucas, abriu processo administrativo, visando apurar a infração e puni-lo.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
Eventual punição de Lucas no processo administrativo caracterizará o exercício do poder 
de polícia administrativo.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
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017. 017. (CEBRASPE/CESPE/FUB/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2022) No que se refere aos 
ministérios e respectivas áreas de competência e aos poderes e deveres do administrador 
público, julgue o próximo item.
Em decorrência do poder regulamentar, que está diretamente relacionado ao poder 
hierárquico, a administração pública poderá aplicar medida punitiva a servidor.
018. 018. (CEBRASPE/CESPE/MPE TO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2022) A respeito do 
poder de polícia, assinale a opção correta.
a) A discricionariedade, um dos atributos do poder de polícia, não está necessariamente 
presente em todas as suas manifestações.
b) O poder de polícia é prerrogativa exclusiva do Poder Executivo, para a garantia do interesse 
público.
c) O poder de polícia difere da atividade de investigação criminal por possuir natureza 
exclusivamente preventiva.
d) A motivação do exercício do poder de polícia, por constituir aspecto discricionário, não 
é passível de controle judicial.
e) Devido às situações de urgência que demandam exercício da autoexecutoriedade do 
poder de polícia, esse atributo não se sujeita ao devido processo legal.
019. 019. (CEBRASPE/CESPE/ANM/ESPECIALISTA EM RECURSOS MINERAIS/2022) A respeito dos 
atos administrativos, da servidão, da requisição, de licitação e contratos e dos poderes da 
administração pública, julgue o item subsequente.
Embora não decorra de lei específica, o poder de polícia é direito precípuo da administração 
pública, em razão do interesse público.
020. 020. (CEBRASPE/CESPE/FUB/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2022) No que se refere aos 
ministérios e respectivas áreas de competência e aos poderes e deveres do administrador 
público, julgue o próximo item.
Um servidor que for omisso em relação a desvios de recursos públicos, mesmo que não 
obtenha com isso nenhuma vantagem financeira, fere o dever de probidade administrativa.
021. 021. (CEBRASPE/CESPE/FUB/ADMINISTRADOR/2022) Considerados os poderes da 
administração pública, julgue o item a seguir, de acordo com a doutrina e a jurisprudência 
do SupremoTribunal Federal (STF).
Conforme a doutrina clássica, no âmbito do poder disciplinar, a administração pública 
distribui e ordena as funções de seus órgãos e agentes e, no âmbito do poder hierárquico, 
controla o exercício e o desempenho dessas funções, apurando a responsabilidade dos 
agentes públicos pelas transgressões cometidas.
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
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022. 022. (VUNESP/PREFEITURA DE JUNDIAÍ/ANALISTA DE PLANEJAMENTO, GESTÃO E 
ORÇAMENTO/2022) Discutida e aprovada pela Câmara de Vereadores e sancionada pelo 
Prefeito, uma lei municipal, em determinados casos concretos, permite ao gestor público atuar 
de acordo com a conveniência e oportunidade. Essa possibilidade de atuação do gestor, dentro 
dos limites legais estabelecidos, diz respeito ao seguinte poder da administração pública:
a) regulamentar.
b) de polícia.
c) vinculado.
d) discricionário.
e) hierárquico.
023. 023. (VUNESP/ALESP/ANALISTA LEGISLATIVO/2022) O Prefeito do Município X acredita que a 
iniciativa privada tem melhores condições de executar de forma eficiente algumas atividades 
tradicionalmente atribuídas à Administração Pública. Com essa mentalidade, ele propõe 
lei à Câmara de Vereadores para delegar à iniciativa privada, por meio de concorrência, o 
serviço de fiscalização de trânsito, atribuindo a uma sociedade de propósito específico a 
ser obrigatoriamente criada pela vencedora da licitação os poderes necessários à aplicação 
de multas aos infratores da legislação de trânsito no território municipal.
A respeito dessa situação hipotética, é correto afirmar com base na legislação nacional que
a) a delegação do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado no Brasil apenas é 
constitucional sob a condição, entre outras, de que seja feita a entidades integrantes da 
Administração Indireta, de cujo capital social participe majoritariamente o Poder Público.
b) a delegação do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado no Brasil apenas 
é constitucional sob a condição de que seja feita a empresas públicas que prestem 
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.
c) não seria necessária a aprovação de lei para a delegação do poder de polícia à pessoa 
jurídica de direito privado na hipótese de não ser requerida pela municipalidade a constituição 
de sociedade de propósito específico para exercício da atividade.
d) o poder de polícia é indelegável sob qualquer condição, pois, conforme jurisprudência 
dos tribunais superiores, está vinculado ao monopólio do exercício legal da violência pelo 
Estado, apenas podendo ser exercido por agentes constitucionalmente investidos de tal 
poder.
e) o poder de polícia é indelegável exceto quando feito mediante decreto do chefe do Poder 
Executivo, a consórcio público criado na forma de associação civil de direito privado.
024. 024. (VUNESP/TJ RJ/JUIZ LEIGO/2022) É exemplo do exercício do poder de polícia 
administrativa:
a) a publicação de decreto regulamentador do funcionamento da guarda civil municipal.
b) a instalação de comissão parlamentar de inquérito.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Direito ADministrAtivo
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c) a prisão em flagrante por porte de droga ilícita.
d) a aplicação de multa a estabelecimento por desrespeito às normas de posturas municipais.
e) a previsão do crime de desacato a funcionário público.
025. 025. (VUNESP/PERUÍBEPREV/ANALISTA PREVIDENCIÁRIO/2022) Apolo, agente de trânsito, 
numa abordagem a Medusa, entrou em acalorada discussão com esta, a qual acabou por 
desacatar Apolo. Em represália, este lavrou um auto de infração contra Medusa, embora esta 
não tenha cometido nenhuma irregularidade de trânsito. Considerando os pressupostos 
do ato administrativo, essa atitude de Apolo configura
a) violação do pressuposto de validade quanto à competência do ato.
b) infringência ao pressuposto de competência do ato.
c) um ato inexistente quanto ao seu objeto.
d) um ato ineficaz em sua forma.
e) desvio de finalidade do ato administrativo.
026. 026. (VUNESP/ALESP/ANALISTA LEGISLATIVO/2022) Assinale a alternativa que correlaciona 
corretamente a espécie de poder da administração à sua explicação.
a) Poder de polícia é o poder atribuído à Administração Pública para aplicar sanções 
administrativas aos seus agentes pela prática de infrações de caráter funcional.
b) Poder disciplinar é o poder que a Administração Pública tem para editar atos normativos, 
tais como regulamentos, instruções, portarias, resoluções e regimentos.
c) Poder regulamentar é aquele que o Direito Positivo – a lei – confere à Administração 
Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos 
necessários à sua formalização.
d) Poder normativo é o poder conferido à Administração para restringir, frenar, condicionar, 
limitar o exercício de direitos e atividades econômicas dos particulares para preservar os 
interesses da coletividade.
e) Poder hierárquico compreende a prerrogativa que tem a Administração para coordenar, 
controlar, ordenar e corrigir as atividades administrativas dos órgãos e agentes no seu 
âmbito interno.
027. 027. (FGV/PC AM/INVESTIGADOR/2022) Delegado-Geral de Polícia Civil do Estado Alfa, 
dentro de sua competência legal, editou ato administrativo geral e abstrato, com efeito 
erga omnes, para complementar e facilitar a execução de determinada lei, minudenciando 
seus termos.
A providência adotada pelo chefe institucional da Polícia Civil estadual está diretamente 
relacionada ao poder administrativo
a) de polícia, eis que editada pelo superior hierárquico da Polícia Civil.
b) de segurança pública, que tem prioridade legal, juntamente com o de saúde, sobre os 
demais poderes administrativos.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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c) hierárquico, que consiste em um poder de estruturação externa da atividade pública.
d) normativo, que não pode contrariar a lei, sob pena de invalidação.
e) disciplinar, porque regulamenta atividades administrativas da Polícia Civil.
028. 028. (FGV/TJ PE/JUIZ ESTADUAL/2022) Em janeiro de 2022, o Estado Alfa, após ampla 
participação da sociedade civil, inclusive mediante a realização de audiências públicas 
pelo Poder Legislativo, editou lei estadual dispondo sobre Política Estadual de Prevenção, 
Enfrentamento das Violências, Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Em um 
de seus artigos, constou da citada lei que o chefe do Poder Executivo regulamentará a matéria 
no âmbito da Administração Pública estadual no prazo de noventa dias. Já se passaram 
mais de oito meses e até o momento o governador do Estado Alfa não regulamentou a lei.
Em matéria de poderes administrativos, consoante a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, 
a citada norma que estabelece o prazo de noventa dias para o chefe do Executivo atuar é:
a) constitucional, pois a Carta Magna determina prioridade absoluta no exercício do poder 
normativo para a tutela de crianças e adolescentes;
b) constitucional,pois se aplica o princípio da razoabilidade, de maneira que noventa dias 
são suficientes para a edição do ato normativo;
c) inconstitucional, pois compete ao chefe do Poder Executivo examinar a conveniência 
e a oportunidade para o exercício do poder regulamentar, em respeito ao princípio da 
separação dos poderes;
d) inconstitucional, pois é vedado ao chefe do Poder Executivo o exercício do poder normativo, 
que compete ao Legislativo, em respeito ao princípio da separação dos poderes;
e) objeto de interpretação conforme a Constituição da República de 1988, de maneira que 
seja observado prazo razoável, que é de cento e oitenta dias, findo o qual será declarada a 
mora do governador, que fica sujeito a medidas coercitivas atípicas.
029. 029. (FGV/PC AM/ESCRIVÃO/2022) O Estado Beta, por meio de sua Polícia Civil, celebrou 
contrato administrativo para aquisição de insumos que serão utilizados por seus órgãos 
de polícia técnica e científica. Ocorre que a sociedade empresária contratada descumpriu 
a legislação de regência e o próprio contrato, de maneira que, observadas as formalidades 
legais, lhe foram aplicadas sanções administrativas.
No caso em tela, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a imposição das citadas 
penalidades administrativas pelo poder público estadual sobre a sociedade empresária 
decorreu diretamente do poder administrativo
a) de polícia.
b) de perícia.
c) hierárquico.
d) disciplinar.
e) regulamentar.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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030. 030. (FGV/MPE SC/AUXILIAR/2022) O Ministério Público do Estado Alfa celebrou contrato 
administrativo com a sociedade empresária Beta, para aquisição de notebooks funcionais para 
os seus membros. Ocorre que a contratada não cumpriu o que constou no edital de licitação 
e no respectivo contrato, haja vista que forneceu computadores com menos capacidade de 
memória e sem outras funcionalidades. Diante do ilícito praticado, o Ministério Público do 
Estado Alfa tomou diversas providências, entre elas a aplicação de sanção administrativa 
prevista em lei, após regular processo administrativo.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a aplicação da mencionada sanção foi 
embasada diretamente no poder administrativo:
a) de polícia, diante da prévia relação contratual existente;
b) disciplinar, diante da prévia relação contratual existente;
c) discricionário, independentemente da prévia relação contratual existente;
d) normativo, diante da supremacia do contratante sobre o contratado, que representa o 
poder público;
e) hierárquico, diante da supremacia do contratante sobre o contratado, que representa 
o poder público.
031. 031. (FGV/PC RJ/INSPETOR DE POLÍCIA/2022) Para enfrentamento da emergência de saúde 
pública de importância internacional no combate ao novo coronavírus, o Estado Alfa, 
regularmente, no âmbito de sua competência, adotou a medida de quarentena, consistente 
na restrição de atividades e separação de pessoas suspeitas de contaminação das pessoas 
que não estavam doentes e de mercadorias suspeitas de contaminação, de maneira a evitar 
a possível propagação do coronavírus. A citada medida restritiva teve base em evidências 
científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde feitas pelo comitê 
técnico estadual e foi limitada no tempo e no espaço ao mínimo indispensável à promoção 
e à preservação da saúde pública.
No caso em tela, a quarentena foi embasada no chamado poder administrativo:
a) de polícia, mediante imposição de restrições ao exercício de liberdades individuais e ao 
direito de propriedade do particular, em prol do interesse coletivo;
b) de segurança pública, mediante imposição de restrições legais, cujo descumprimento 
merece repressão na esfera administrativa e criminal pelos órgãos de segurança pública;
c) disciplinar, mediante o estabelecimento de normas sanitárias que regem a vida em 
sociedade, com base na supremacia do interesse público sobre o privado;
d) hierárquico, mediante imposição de restrições por autoridades administrativas, que 
condicionam liberdade e propriedade individual em prol do interesse público;
e) regulamentar, mediante edição de normas concretas e específicas para disciplinar situação 
urgente que demanda sacrifícios individuais em prol do interesse coletivo.
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032. 032. (FGV/SEFAZ AM/AUDITOR-FISCAL/2022) Ressalvada a ordem de polícia, em relação à 
possibilidade de delegação do poder de polícia, por meio de lei, as pessoas jurídicas de direito 
privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente 
público, que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em 
regime não concorrencial, o Supremo Tribunal Federal entende que é
a) inconstitucional, porque não integram a Administração Direta.
b) constitucional, inclusive no que tange à fase do ciclo de polícia de sanção de polícia.
c) inconstitucional, porque não ostentam personalidade jurídica de direito público.
d) constitucional, apenas no que tange à fase do ciclo de consentimento e fiscalização de 
polícia.
e) constitucional, apenas no que tange à fase do ciclo de polícia do consentimento de polícia, 
razão pela qual não podem aplicar multas.
033. 033. (FGV/TJ TO/CONTADOR/2022) Em razão de expressa determinação legal e regulamentar, 
os cidadãos que ingressam nas dependências do Tribunal de Justiça do Estado Delta precisam 
se submeter a um sistema de detector de metais, por medida de segurança.
Nesse contexto, de acordo com a doutrina de direito administrativo, o poder administrativo 
que estipula restrições e limitações ao exercício de liberdades individuais com base na 
supremacia do interesse público é chamado de poder:
a) de segurança pública;
b) de polícia;
c) normativo;
d) disciplinar;
e) hierárquico
034. 034. (FGV/TJ TO/APOIO JUDICIÁRIO E ADMINISTRATIVO/2022) Ivone, estudiosa do 
Direito Administrativo, realizou alentado estudo a respeito dos poderes do Estado, mais 
especificamente em relação à possibilidade de que venha a limitar o exercício de alguns 
direitos individuais em prol do interesse público.
Ao final, concluiu, corretamente, que a atuação descrita é:
a) exemplo do poder de polícia;
b) exemplo da seguridade social;
c) exemplo do poder vinculado;
d) incompatível com a ordem constitucional, já que direitos individuais não podem ser 
objeto de restrição;
e) circunscrita à imposição de restrições ao direito de propriedade, considerando a função 
social que deve cumprir.
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Diogo Surdi
035. 035. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2022) A sociedade de economia mista municipal 
Beta possui capital social majoritariamente público e presta exclusivamente serviço público 
de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial. No Município Alfa, o serviço 
público em matéria de trânsito nas vias públicas municipais é prestado pela sociedade de 
economia mista Beta, que,de acordo com lei local, é competente, inclusive, para aplicação 
das multas de trânsito.
De acordo com a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a lei do Município Alfa 
que promoveu a delegação do poder de polícia à sociedade de economia mista Beta, inclusive 
da fase de sanção de polícia, mediante a possibilidade de aplicação de multas, é
a) inconstitucional, pois a sociedade de economia mista Beta é pessoa jurídica de direito 
privado, razão pela qual não pode exercer o poder de polícia, em quaisquer fases de seu ciclo.
b) inconstitucional, pois somente as atividades de apoio ao poder de polícia (consentimento 
e fiscalização de polícia) podem ser delegadas à pessoa jurídica de direito privado.
c) inconstitucional, pois somente lei federal, editada pelo Congresso Nacional, pode prever 
a possibilidade de delegação do poder de polícia na modalidade sanção de polícia.
d) constitucional, pois o fato de a sociedade de economia mista Beta ser pessoa jurídica 
de direito privado não a impede de exercer a função pública de polícia administrativa, na 
modalidade de sanção de polícia, com base em lei local.
e) constitucional, pois o fato de a sociedade de economia mista Beta ser integrante da 
administração indireta já viabiliza o exercício do poder de polícia, em quaisquer de suas 
fases, independentemente de lei local promovendo a delegação.
036. 036. (FGV/SENADO FEDERAL/CONSULTOR LEGISLATIVO/2022) Fiscais do Instituto Brasileiro 
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, em diligência, com base 
na lei, apreenderam pássaros mantidos ilegalmente em cativeiro pelo particular João, 
restringindo, assim, seu direito de propriedade, em prestígio ao interesse da coletividade 
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, o poder administrativo que embasou 
diretamente a atuação dos agentes públicos do Ibama é o poder
a) disciplinar.
b) regulamentar.
c) hierárquico.
d) de polícia.
e) de meio ambiente.
037. 037. (FGV/PC RJ/INSPETOR DE POLÍCIA/2022) Antônio, delegado de polícia do Estado Gama, 
titular da Xª DP, ao elaborar a escala de trabalho dos agentes policiais lotados na Unidade 
de Polícia Judiciária sempre designava o inspetor de polícia João para as sextas, sábados e 
domingos, dias menos concorridos pelos servidores, haja vista que o inspetor é seu antigo O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Direito ADministrAtivo
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desafeto. Inconformado com a perseguição, e após não obter êxito em pedido de reconsideração, 
João apresentou recurso administrativo hierárquico previsto na norma de regência ao secretário 
estadual de Polícia Civil, comprovando a retaliação praticada pelo delegado.
No caso em tela, o chefe institucional:
a) deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, por abuso de poder, na modalidade 
excesso de poder, pois agiu com o intuito de perseguir seu subordinado;
b) deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, por abuso de poder, na modalidade 
desvio de poder, por vício no elemento finalidade do ato administrativo;
c) deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, por abuso de poder, na modalidade 
excesso de poder, por vício no elemento motivo do ato administrativo;
d) não deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, que agiu nos limites de seu 
poder discricionário, na qualidade de chefe imediato de João;
e) não deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, pois os elementos do ato 
administrativo não estão viciados, de maneira que, apesar de imoral, a conduta não é ilegal.
038. 038. (FGV/MPE SC/AUXILIAR/2022) José, auxiliar administrativo do Ministério Público do 
Estado Alfa, exerce a função de gerente de pagamento no Departamento de Recursos 
Humanos. No exercício de suas funções, José praticou ato administrativo dentro de sua 
esfera de competência, mas afastando-se do interesse público, eis que a real motivação do 
ato foi retaliar João, igualmente servidor público do Ministério Público, e seu antigo desafeto.
No caso em tela, de acordo com o que ensina a doutrina de Direito Administrativo, José agiu:
a) ilicitamente, com abuso de poder, na modalidade excesso de poder, eis que atuou fora 
dos limites de sua capacidade;
b) ilicitamente, com abuso de poder, na modalidade desvio de poder, eis que se afastou da 
finalidade pública;
c) licitamente, com regular emprego do poder discricionário, eis que o ato não precisa ser 
motivado e a análise do mérito administrativo cabe apenas ao agente;
d) licitamente, com regular emprego do poder vinculado, eis que o ato não precisa ser 
motivado e a análise do mérito administrativo cabe apenas ao agente e aos seus superiores;
e) licitamente, com regular emprego do poder discricionário, eis que a análise do mérito 
administrativo cabe apenas ao agente e ao procurador-geral de Justiça.
039. 039. (FGV/SEMSA MANAUS/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2022) Avalie o caso a seguir.
Um agente público age com desvio de poder e seu superior hierárquico, conhecedor do 
fato, nada faz para reparar o mal.
Sobre o procedimento do superior hierárquico é correto afirmar que ocorreu uma situação de
a) excesso de poder, uma vez que atuou além dos limites legais de suas competências.
b) incompetência administrativa, uma vez que não tem os meios para garantir o uso probo 
do poder por parte de subordinadosO conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
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c) abuso de poder na sua forma omissiva, pois o superior manteve-se inerte quando deveria 
ter agido.
d) desvio de finalidade, já que o superior deixou de realizar um ato de fiscalização que lhe 
competia.
e) quebra de hierarquia, pois o superior tolerou que seu subordinado atuasse contra o 
interesse público.
040. 040. (FGV/SEFAZ AM/AUDITOR-FISCAL/2022) José estacionou sua moto em local proibido, 
de maneira que o agente público competente lhe aplicou uma multa, prevista na legislação 
de regência.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, no caso em tela, a multa aplicada a 
José está baseada na prerrogativa da Administração Pública que decorre do exercício do 
poder administrativo
a) hierárquico.
b) disciplinar.
c) de polícia.
d) normativo.
e) regulamentar.
041. 041. (FGV/PC RJ/INVESTIGADOR/2022) O secretário de Estado de Polícia Civil do Rio de 
Janeiro editou a Resolução Sepol n. 282, de 20 de agosto de 2021, que disciplina a rotina 
administrativa para a concessão de passagens aéreas e diárias, no âmbito daquela secretaria, 
e dá outras providências.
O poder administrativo que embasou diretamente a edição da citada resolução, conferindo 
ao administrador público a possibilidade de expedir normas gerais complementares à lei, 
é o poder:
a) legiferante;
b) disciplinar;
c) normativo;
d) legislativo;
e) hierárquico.
042. 042. (FGV/IMBEL/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2021) A discricionariedade administrativa 
refere-se à maneira pela qual a Administração Pública utiliza seu poder para exercer atos 
administrativos com a finalidade de atender ao interesse público. Em relação ao conceito 
de discricionariedade administrativa, assinale a afirmativa correta.
a) É a liberdade do administrador de tomar determinadas decisões, desde que esteja nos 
limites da lei.
b) É a expansão do ato administrativo por agentes putativos, em consonância com o 
arcabouço legal.O conteúdo destelivro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
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c) É a ação realizada com desrespeito à ordem jurídica vigente, em função de um viés pessoal.
d) É a permissão da execução de ato pela administração, sem recorrer ao Poder Judiciário.
e) É a vinculação de ato administrativo à lei, sem possibilidade de questionamento.
043. 043. (CEBRASPE/CESPE/APEXBRASIL/ANALISTA/2021) A ouvidoria de um órgão recebeu 
várias reclamações de inconsistências na apreciação de determinado tipo de processo. Para 
análise, a chefia da unidade em que teriam ocorrido as falhas avocou todos os processos 
que tratavam do assunto. Além disso, em um dos casos, julgou e deu provimento a um 
recurso administrativo interposto por um particular contra decisão de um subordinado seu.
Nessa situação hipotética, a chefia da unidade atuou com base no exercício do poder
a) disciplinar.
b) hierárquico.
c) regulamentar.
d) de polícia.
044. 044. (CEBRASPE/CESPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) Jorge, chefe de 
repartição vinculada a órgão público federal, determinou, de forma expressa, que todos os 
servidores deveriam tratar os administrados com respeito e urbanidade e que não toleraria 
ofensa verbal. No entanto, Bruno, um de seus subordinados que exerce cargo em comissão 
e não possui cargo efetivo, cometeu grave insubordinação em serviço ao insultar Fernanda, 
uma administrada que havia solicitado informações sobre o andamento de processo que 
tramitava no referido órgão. Jorge, na figura de autoridade pública competente, abriu 
processo administrativo disciplinar contra Bruno, que culminou na aplicação de pena de 
suspensão por 90 dias ao insubordinado.
Considerando essa situação hipotética e os dispositivos da Lei n. 8.112/1990 e da Lei 
n. 9.784/1999, bem como as disposições a respeito dos poderes administrativos e da 
responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro, julgue o item subsequente.
No âmbito administrativo, a prática de insubordinação no serviço público configura ofensa 
ao poder hierárquico.
045. 045. (CEBRASPE/CESPE/ANM/TÉCNICO EM SEGURANÇA DE BARRAGENS/2021) No que diz 
respeito aos poderes da administração pública, julgue o próximo item.
O poder de polícia é a faculdade de aplicar punições nos casos de infrações administrativas 
praticadas pelos agentes públicos.
046. 046. (CEBRASPE/CESPE/MPE AP/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/2021) Com base em determinada 
lei, um fiscal competente compareceu a um restaurante e, constatando diversas violações 
a normas sanitárias, promoveu a interdição do estabelecimento.
Nessa situação hipotética, verifica-se uma característica própria
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Poderes Administrativos
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a) do poder hierárquico, com base no princípio da supremacia do interesse público.
b) do poder regulamentar, pois houve uma regulação da atividade empresarial.
c) do poder disciplinar, pois o ato aplicou uma penalidade ao particular.
d) do poder de polícia, pois limitou uma atividade de um particular.
e) do poder normativo, pois a interdição foi praticada com base em uma lei.
047. 047. (VUNESP/PREFEITURA DE VÁRZEA PAULISTA/AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO/2021) 
Segundo o direito administrativo brasileiro, quando o agente pratica o ato visando a fim 
diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência, esse ato 
caracteriza
a) desvio de poder, ensejando nulidade, mas que permite a sua convalidação.
b) excesso de poder, sendo um ato anulável, que admite a sua convalidação.
c) desvio de finalidade, ensejando a sua nulidade e que não admite convalidação.
d) abuso de poder, nulidade relativa e sanável, que pode ser convalidado.
e) abuso de finalidade, de nulidade absoluta, insanável e que não pode ser convalidado.
048. 048. (CEBRASPE/CESPE/PM AL/SOLDADO/2021) No que se refere aos preceitos relacionados 
ao direito administrativo, julgue o item a seguir.
O abuso de poder pode ser caracterizado ainda que o agente público atue dentro dos limites 
da sua competência.
049. 049. (QUADRIX/CRP-MS/AUXILIAR ADMINISTRATIVO DE SECRETARIA/2021) Acerca dos 
poderes e dos deveres do administrador público, julgue o item.
Não há que se falar em poder hierárquico quando se trata das relações entre a União e suas 
entidades administrativas.
050. 050. (QUADRIX/CRP-MS/AUXILIAR ADMINISTRATIVO DE SECRETARIA/2021) Acerca dos 
poderes e dos deveres do administrador público, julgue o item.
O poder de polícia nunca poderá ser delegado para outros órgãos ou entidades públicas.
051. 051. (QUADRIX/CRP-MS/AUXILIAR ADMINISTRATIVO DE SECRETARIA/2021) Acerca dos 
poderes e dos deveres do administrador público, julgue o item.
A sanção aplicada a uma empresa contratada pelo Poder Público por falhas na execução 
de um contrato representa o exercício do poder de polícia.
052. 052. (QUADRIX/CRT SP/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2021) Quanto a desvio de finalidade, 
julgue o item.
A teoria do desvio de poder alcança todos os agentes públicos, independentemente da 
natureza do vínculo que os una ao Estado.
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053. 053. (QUADRIX/CRT SP/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2021) Quanto a desvio de finalidade, 
julgue o item.
A finalidade convive com a possibilidade de alteração legal de seu conteúdo original 
(tredestinação lícita), hipótese em que não haverá nulidade do ato.
054. 054. (QUADRIX/CRT SP/FISCAL/2021) Quanto a desvio de finalidade, julgue o item.
O desvio de finalidade somente se configura quando a finalidade diverge daquela prevista 
expressamente em lei, não tendo lugar quando se cuidar de finalidade implícita.
055. 055. (QUADRIX/CRT SP/FISCAL/2021) Quanto a desvio de finalidade, julgue o item.
O desvio de finalidade é uma das espécies do gênero abuso de poder que, lado a lado com 
o excesso de poder, não admite convalidação.
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GABARITOGABARITO
1. a
2. a
3. e
4. b
5. c
6. C
7. a
8. a
9. a
10. e
11. b
12. e
13. E
14. a
15. E
16. E
17. E
18. a
19. E
20. C
21. E
22. d
23. a
24. d
25. e
26. e
27. d
28. c
29. d
30. b
31. a
32. b
33. b
34. a
35. d
36. d
37. b
38. b
39. c
40. c
41. c
42. a
43. b
44. C
45. E
46. d
47. c
48. C
49. C
50. E
51. E
52. C
53. C
54. E
55. E
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GABARITO COMENTADOGABARITO COMENTADO
001. 001. (FCM/CEFETMINAS/PREFEITURA DE CONTAGEM/AGENTE FAZENDÁRIO/2023)O poder 
regulamentar da Administração se fundamenta em
a) editar normas complementares à lei, visando a sua fiel execução.
b) organizar a atividade administrativa, inclusive com a vocação de competências e criação 
de órgãos.
c) determinar limitações à atuação de particulares, em benefício da coletividade, nos 
limites da lei.
d) exercer o controle da atividade de órgãos inferiores, dando ordem a subordinados e 
verificando a legalidade dos atos praticados.
e) averiguar a ocorrência de infrações e aplicar eventuais penalidades aos servidores públicos 
e particulares que se relacionam juridicamente com a Administração.
O poder regulamentar consiste, basicamente, na possibilidade de edição de decretos com 
o objetivo de regulamentar ou detalhar as leis, que são normas dotadas de generalidade e 
abstração. Com a edição dos decretos, temos a complementação das leis, sendo possível, 
a partir de então, a fiel execução das normas. Sendo assim, o gabarito é a Letra a.
Nas Letras B e D, estamos diante do poder hierárquico. Na Letra C, do poder de polícia. Na 
Letra E, por fim, a assertiva refere-se ao poder disciplinar.
Letra a.
002. 002. (FGV/CGE SC/ENGENHARIA CIVIL/2023) O Município Alfa pretende delegar, por lei, à 
sociedade de economia mista municipal Beta, empresa estatal municipal de capital social 
majoritariamente público, que presta exclusivamente serviço público de atuação própria 
do Estado e em regime não concorrencial, o poder de polícia de trânsito, inclusive quanto 
à aplicação de multas, em razão das atividades de policiamento do trânsito na cidade Alfa.
No caso em tela, de acordo com a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a 
delegação pretendida é
a) constitucional, pois os atos de consentimento, de fiscalização e de aplicação de sanções 
podem ser delegados à estatal municipal Beta, por meio de lei.
b) constitucional, pois todas as fases do ciclo de polícia, inclusive a fase da ordem de 
polícia, podem ser delegadas a quaisquer entidades da administração indireta, em razão 
da supremacia do interesse público.
c) inconstitucional, pois nenhuma fase do ciclo de polícia pode ser objeto de delegação 
à pessoa jurídica de direito privado e eventual lei que assim dispuser será considerada 
inconstitucional.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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d) inconstitucional, pois as fases do ciclo de polícia de atos de consentimento, de fiscalização 
e de aplicação de sanções não podem ser delegados à estatal Beta, que possui um regime 
jurídico complemente diverso daquele aplicável à Fazenda Pública.
e) constitucional, apenas se a delegação ocorrer por meio de emenda à Lei Orgânica Municipal, 
que pode promover legitimamente a delegação de todas as fases do ciclo de polícia à pessoa 
jurídica de direito privado integrante da administração indireta municipal.
Na situação narrada, a delegação do poder de polícia à sociedade de economia mista 
municipal Beta é constitucional, uma vez que a entidade atende aos requisitos exigidos para 
a medida. Além disso, deve ser destacado que o STF possui entendimento consolidado no 
sentido de que os atos de consentimento, de fiscalização e de aplicação de sanções podem 
ser delegados a uma empresa estatal (como as sociedades de economia mista). Apenas a 
ordem de polícia é que não admite delegação.
JURISPRUDÊNCIA
STF - RE 633.782: É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a 
pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de 
capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público 
de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.
Letra a.
003. 003. (CEBRASPE/CESPE/TJDFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2023) De acordo com a 
jurisprudência do STF a respeito do poder de polícia, a teoria do ciclo de polícia compõe-
se, em sua totalidade, das fases de
a) ordem, fiscalização e sanção, sendo apenas a sanção impassível de delegação a pessoas 
jurídicas de direito privado.
b) ordem, consentimento, fiscalização e sanção, sendo apenas a sanção impassível de 
delegação a pessoas jurídicas de direito privado.
c) ordem, fiscalização e sanção, sendo apenas a fiscalização impassível de delegação a 
pessoas jurídicas de direito privado.
d) ordem, consentimento e sanção, sendo apenas o consentimento impassível de delegação 
a pessoas jurídicas de direito privado.
e) ordem, consentimento, fiscalização e sanção, sendo apenas a ordem impassível de 
delegação a pessoas jurídicas de direito privado.
Quatro são as fases do denominado ciclo de polícia, sendo elas a ordem, o consentimento, 
a fiscalização e a sanção. Destas, apenas a ordem de polícia é que não admite delegação às 
pessoas jurídicas de direito privado que atenderem aos requisitos legais. As demais fases, 
por sua vez, admitem a delegação.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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JURISPRUDÊNCIA
STF - RE 633782: EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 
532. DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. PRELIMINARES DE VIOLAÇÃO DO 
DIREITO À PRESTAÇÃO JURISDICIONAL ADEQUADA E DE USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL AFASTADAS. PODER DE POLÍCIA. TEORIA DO CICLO 
DE POLÍCIA. DELEGAÇÃO A PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO INTEGRANTE DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. PRESTADORA 
DE SERVIÇO PÚBLICO DE ATUAÇÃO PRÓPRIA DO ESTADO. CAPITAL MAJORITARIAMENTE 
PÚBLICO. REGIME NÃO CONCORRENCIAL. CONSTITUCIONALIDADE. NECESSIDADE DE LEI 
FORMAL ESPECÍFICA PARA DELEGAÇÃO. CONTROLE DE ABUSOS E DESVIOS POR MEIO DO 
DEVIDO PROCESSO. CONTROLE JUDICIAL DO EXERCÍCIO IRREGULAR. INDELEGABILIDADE 
DE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA.
(...) A teoria do ciclo de polícia demonstra que o poder de polícia se desenvolve em 
quatro fases, cada uma correspondendo a um modo de atuação estatal: (i) a ordem 
de polícia, (ii) o consentimento de polícia, (iii) a fiscalização de polícia e (iv) a sanção 
de polícia. 4. A extensão de regras do regime de direito público a pessoas jurídicas de 
direito privado integrantes da Administração Pública indireta, desde que prestem 
serviços públicos de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial é 
admissível pela jurisprudência da Corte.
Letra e.
004. 004. (AVANÇASP/PREFEITURA DE AMERICANA/GUARDA CIVIL MUNICIPAL/2023) Assinale a 
alternativa correta de acordo com os poderes administrativos.
a) Considera-se poder disciplinar a atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, 
em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, 
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes 
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos;
b) Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, 
em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, 
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes 
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidadepública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos;
c) Considera-se poder regulamentar a atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, 
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em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, 
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes 
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos;
d) Considera-se regular o exercício do poder de polícia mesmo quando desempenhado não 
observando o processo legal, ao qual não se subordina;
e) Todas as assertivas anteriores estão corretas.
Apenas a Letra B está correta, retratando a definição acerca do poder de polícia, que 
consiste, basicamente, na limitação de um direito individual em prol do interesse coletivo.
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em 
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina 
da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão 
ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos 
direitos individuais ou coletivos.
Letra b.
005. 005. (IADES/SEAGRI DF/AGENTE ADMINISTRATIVO/2023) Os atributos da discricionariedade, 
coercibilidade e autoexecutoriedade referem-se ao poder
a) vinculado.
b) discricionário.
c) de polícia.
d) disciplinar.
e) hierárquico.
A discricionariedade, a coercibilidade e a autoexecutoriedade são atributos do poder de 
polícia, devendo ser utilizados para que a Administração Pública consiga alcançar as suas 
finalidades (restrição de um direito individual em prol do interesse coletivo).
Letra c.
006. 006. (CEBRASPE/CESPE/TCE RJ/PROCURADOR/2023) Acerca dos órgãos públicos, dos atos e 
dos processos administrativos bem como do dever de eficiência na administração pública, 
julgue o item a seguir.
O dever de eficiência dos agentes públicos, além de preconizar atuação de forma econômica 
e célere, deve ser considerado na interpretação das normas aplicáveis à administração 
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A doutrina identifica quatro deveres para os administradores públicos, sendo eles: poder-
dever de agir, dever de prestar contas, dever de probidade e dever de eficiência. De acordo 
com o dever de eficiência, os agentes públicos devem atuar de forma econômica e célere, 
sendo de observância obrigatória, também, na interpretação das normas aplicáveis à 
Administração Pública.
Certo.
007. 007. (FCC/PREFEITURA DE TERESINA/PROCURADOR/2022) O Código Penal estabelece, em 
seu art. 320, o delito intitulado “condescendência criminosa”, configurando crime próprio 
de funcionário público. Tal tipificação diz respeito à omissão no exercício do poder
a) disciplinar.
b) discricionário.
c) normativo.
d) de polícia administrativa.
e) regulamentar.
A denominada condescendência criminosa ocorre, basicamente, quando o agente público 
deixa de responsabilizar subordinado pelo cometimento de infração funcional. Sendo assim, 
é correto afirmar que o crime de condescendência criminosa está relacionado com o não 
exercício (omissão) do poder disciplinar.
Letra a.
008. 008. (FCC/TRT 14/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2022) Quando o Poder Público interfere na órbita 
do interesse privado para salvaguardar o interesse público, restringindo direitos individuais, 
atua no exercício do poder
a) de polícia.
b) hierárquico.
c) regulamentar.
d) disciplinar.
e) estritamente vinculado.
A restrição de direitos individuais, e que tem por fundamento o interesse público, decorre 
do exercício do poder de polícia. A finalidade, com o exercício do mencionado poder, é a 
preservação do interesse coletivo.
Letra a.
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009. 009. (FCC/TRT 17/ANALISTA JUDICIÁRIO/2022) A prerrogativa da Administração de aplicar 
sanções a particulares que com ela estabelecem relação contratual, tal como a declaração 
de inidoneidade, constitui expressão do exercício
a) do poder disciplinar, cuja incidência não se restringe a vínculos administrativos de 
natureza funcional.
b) da hierarquia, representada pela supremacia do interesse público sobre o particular nas 
relações entre estes estabelecidas.
c) do poder de polícia, que embasa a presença de cláusulas exorbitantes em contratos 
administrativos.
d) do poder normativo, que embasa essas relações não propriamente contratuais.
e) do princípio da reserva da Administração, que contempla prerrogativas para atuação 
potestativa de tais entidades em prol do interesse público.
A prerrogativa da Administração Pública de aplicar sanções a particulares que com ela 
estabelecem uma relação contratual (vínculo jurídico específico) é fruto do poder disciplinar.
De acordo com o poder disciplinar, poderá a Administração aplicar sanções tanto aos 
servidores públicos (vínculo de natureza funcional) quanto a terceiros ligados que a ela 
estejam ligados (vínculo de natureza contratual). Assim, é correto afirmar que o poder 
disciplinar não está restrito aos vínculos administrativos de natureza funcional.
Letra a.
010. 010. (FCC/TRT 23/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2022) Fiscais da prefeitura de um determinado 
município, após receberem uma série de denúncias de que um estabelecimento comercial, 
situado no centro daquela localidade, promovia shows de música ao vivo, com o uso de caixas 
de som, amplificadores, microfones, instrumentos e aparelhos musicais, sem tratamento 
acústico eficiente para conter os ruídos, incomodando, assim, a vizinhança, constataram, em 
diligência ao local, após medição realizada, que os ruídos emitidos estavam, de fato, muito 
acima dos níveis máximos permitidos pela legislação vigente. Diante de tal constatação, os 
fiscais autuaram o estabelecimento, aplicando uma multa decorrente do descumprimento 
da legislação e advertiram os responsáveis pelo local que, em caso de reincidência, o 
estabelecimento poderia ser interditado.
Diante dessa situação hipotética, os fiscais agiram amparados pelo poder
a) disciplinar.
b) discricionário.
c) normativo.
d) hierárquico.
e) de polícia.
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A autuação do estabelecimento, bem como a aplicação de multa decorrente do 
descumprimento da legislação e a advertência aos responsáveis de que, em casode 
reincidência, o estabelecimento poderia ser interditado, são medidas decorrentes do 
poder de polícia. Em todas as ações mencionadas, o Poder Público está limitando um direito 
individual (no caso, a realização de shows com excesso de barulho) em prol do interesse 
coletivo (representado pela vizinhança do local do estabelecimento).
Letra e.
011. 011. (FCC/TRT 14/ANALISTA JUDICIÁRIO/2022) Ao interditar determinada atividade 
empresarial porque desprovida de licença de funcionamento e de documentos comprobatórios 
da realização de vistoria pelo órgão competente, destinados a atestar que a edificação está 
em conformidade com os requisitos contra incêndio, o Poder Público
a) não age no exercício do poder de polícia, vez que esta corresponde sempre a uma atividade 
negativa.
b) age no exercício do poder de polícia, utilizando-se de medida repressiva.
c) age no exercício do poder de polícia, utilizando-se de medida preventiva, que, diversamente 
da medida repressiva, dispensa autorização judicial.
d) age no exercício do poder de polícia, utilizando-se de ato normativo.
e) não age no exercício do poder de polícia, vez que a ação narrada depende de prévia 
autorização judicial.
Ao interditar determinada atividade empresarial em razão da ausência da licença de 
funcionamento e de outros documentos, o Poder Público age pautado no poder de polícia. 
Nesta situação, como as medidas adotadas são posteriores à irregularidade, é correto 
afirmar que o poder de polícia foi exercido de maneira repressiva.
Letra b.
012. 012. (FCC/DPE AM/ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2022) João, chefe de uma 
repartição pública, justifica a remoção de Maria para uma cidade distante com base no 
interesse público. No entanto, sua intenção era puni-la por desavenças anteriores. Na 
presente situação, o ato administrativo carrega vício de
a) ilegalidade de objeto.
b) incompetência do agente.
c) forma.
d) ausência de motivação.
e) desvio de finalidade.
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Direito ADministrAtivo
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Na situação narrada, estamos diante de uma típica situação de abuso de poder, mais 
precisamente do desvio de finalidade. Em tal situação, a medida adotada pelo agente público 
(remoção) possui outra finalidade (punição) do que a legalmente estabelecida.
Letra e.
013. 013. (CEBRASPE/CESPE/FUB/ADMINISTRADOR/2022) Considerados os poderes da 
administração pública, julgue o item a seguir, de acordo com a doutrina e a jurisprudência 
do Supremo Tribunal Federal (STF).
Constitui exemplo do exercício do poder regulamentar da administração pública a edição, 
pelo presidente da República, de decretos de estado de defesa e de sítio.
O poder regulamentar é manifestado pela edição de um decreto que tenha por finalidade 
disciplinar as leis, normas jurídicas dotadas de abstração e generalidade. Os decretos que 
estabelecem o estado de defesa e o estado de sítio, em sentido oposto, são atos políticos 
dotados de competência primária.
Errado.
014. 014. (CEBRASPE/CESPE/SEFAZ SE/AUDITOR TÉCNICO DE TRIBUTOS/2022) Na administração 
pública, o poder hierárquico
a) é acessório, podendo haver distribuição de competências dentro da organização 
administrativa sem que haja relação hierárquica sobre determinadas atividades.
b) é a relação que permite a apuração de infrações e a aplicação de penalidades a servidores 
públicos e outras pessoas sujeitas à disciplina interna administrativa.
c) manifesta-se na relação hierárquica entre a administração direta e as entidades 
descentralizadas da administração indireta.
d) permite a emanação de atos com efeitos amplos, abstratos e coercitivos.
e) obriga a administração a estar amparada em parecer técnico-profissional para a solução 
de questões que exijam conhecimento especializado.
a) Certa. O poder hierárquico realmente é considerado um pode acessório. Isso acontece 
na medida em que, em determinadas situações, a distribuição de competências de um 
órgão poderá ocorrer sem que haja hierarquia entre os agentes envolvidos. Como exemplo, 
podemos citar um setor em que a atividade desempenhada exige um conhecimento técnico 
específico. Neste caso, não há hierarquia ou subordinação entre a atividade realizada e os 
demais agentes da estrutura organizacional.
b) Errada. Aqui, estamos diante da definição do poder disciplinar, e não do poder hierárquico.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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c) Errada. Não há hierarquia entre as entidades da Administração Indireta e a respectiva 
Administração Direta.
d) Errada. O que mais se aproxima da definição apresentada é o poder normativo.
e) Errada. Não há qualquer tipo de relação entre o poder hierárquico e a necessidade 
de parecer técnico-profissional para a solução de questões que exijam conhecimento 
especializado.
Letra a.
015. 015. (CEBRASPE/CESPE/PGE RJ/ANALISTA/2022) Em decorrência de denúncia anônima 
encaminhada à administração pública e ao Ministério Público, o gestor público adotou 
providências preliminares e verificou a verossimilhança dos fatos narrados. Em razão disso, 
foi instaurado processo administrativo disciplinar (PAD).
A comissão processante apurou a ocorrência de alguns fatos ilícitos, entre os quais atos 
de improbidade administrativa e prejuízo ao erário. Assim, a comissão sugeriu aplicação da 
pena de demissão a determinado servidor público. Após a oitiva da Procuradoria do Estado, 
a autoridade competente tomou decisão.
Paralelamente, o Ministério Público também realizou investigação preliminar e, depois, 
propôs ação de improbidade administrativa pelos mesmos fatos, ainda em curso.
Tendo como referência a situação hipotética apresentada, julgue o seguinte item, à luz do 
direito administrativo e do entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Cabe à autoridade administrativa competente a aplicação da pena de demissão ao servidor, 
com base no poder de polícia inerente à atividade administrativa em si.
A aplicação da penalidade de demissão decorre do poder disciplinar, e não do poder de 
polícia, que, em sentido contrário, é aquele aplicado à população em geral.
Errado.
016. 016. (CEBRASPE/CESPE/TCE RJ/TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2022) Lucas, servidor público 
efetivo recém-nomeado para ocupar cargo no Tribunal de Contas do Estado do Rio de 
Janeiro (TCE/RJ), praticou ato irregular que caracteriza infração funcional. José, superior 
hierárquico de Lucas, abriu processo administrativo, visando apurar a infração e puni-lo.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
Eventual punição de Lucas no processo administrativo caracterizará o exercício do poder 
de polícia administrativo.
No caso, a punição de Lucas é medida que está pautada no poder disciplinar, e não no 
poder de polícia. O fundamento é que Lucas é servidor público, estando sujeito à disciplina 
administrativa.
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017. 017. (CEBRASPE/CESPE/FUB/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2022) No que se refere aos 
ministérios e respectivas áreas de competência e aos poderes e deveresdo administrador 
público, julgue o próximo item.
Em decorrência do poder regulamentar, que está diretamente relacionado ao poder 
hierárquico, a administração pública poderá aplicar medida punitiva a servidor.
A aplicação de medida punitiva ao servidor é fruto do poder disciplinar, e não do poder 
regulamentar. Neste caso, por estarmos diante da punição de um servidor público, o poder 
disciplinar será decorrente do poder hierárquico.
Errado.
018. 018. (CEBRASPE/CESPE/MPE TO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2022) A respeito do 
poder de polícia, assinale a opção correta.
a) A discricionariedade, um dos atributos do poder de polícia, não está necessariamente 
presente em todas as suas manifestações.
b) O poder de polícia é prerrogativa exclusiva do Poder Executivo, para a garantia do interesse 
público.
c) O poder de polícia difere da atividade de investigação criminal por possuir natureza 
exclusivamente preventiva.
d) A motivação do exercício do poder de polícia, por constituir aspecto discricionário, não 
é passível de controle judicial.
e) Devido às situações de urgência que demandam exercício da autoexecutoriedade do 
poder de polícia, esse atributo não se sujeita ao devido processo legal.
a) Certa. Nem todos os atos decorrentes do poder de polícia contam com a discricionariedade. 
Como exemplo, podemos citar o dever de notificar o motorista que cometeu uma infração 
de trânsito. Nesta situação, a atuação, ainda que decorrente do poder de polícia, possui 
caráter vinculado.
b) Errada. O poder de polícia pode ser adotado por todos os Poderes da República, uma vez 
que todos eles desempenham, ainda que atipicamente, a função administrativa.
c) Errada. O poder de polícia também pode ser exercido de forma repressiva.
d) Errada. O poder de polícia sempre poderá ser objeto de controle judicial, que deverá 
analisar, contudo, eventual ilegalidade do ato praticado.
e) Errada. A autoexecutoriedade se sujeita ao devido processo legal, possibilitando que o 
particular atingido faça uso das garantias do contraditório e da ampla defesa.
Letra a.
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019. 019. (CEBRASPE/CESPE/ANM/ESPECIALISTA EM RECURSOS MINERAIS/2022) A respeito dos 
atos administrativos, da servidão, da requisição, de licitação e contratos e dos poderes da 
administração pública, julgue o item subsequente.
Embora não decorra de lei específica, o poder de polícia é direito precípuo da administração 
pública, em razão do interesse público.
O poder de polícia decorre de lei, uma vez que a Administração Pública apenas poderá 
fazer aquilo que estiver previsto ou autorizado em lei, em plena sintonia com o princípio 
da legalidade.
Errado.
020. 020. (CEBRASPE/CESPE/FUB/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2022) No que se refere aos 
ministérios e respectivas áreas de competência e aos poderes e deveres do administrador 
público, julgue o próximo item.
Um servidor que for omisso em relação a desvios de recursos públicos, mesmo que não 
obtenha com isso nenhuma vantagem financeira, fere o dever de probidade administrativa.
O dever da probidade administrativa implica em uma conduta que deve pautar todas as 
ações do agente estatal. Em caso de omissão, ainda que o agente não obtenha com isso 
nenhuma vantagem financeira, a probidade estará violada.
Certo.
021. 021. (CEBRASPE/CESPE/FUB/ADMINISTRADOR/2022) Considerados os poderes da 
administração pública, julgue o item a seguir, de acordo com a doutrina e a jurisprudência 
do Supremo Tribunal Federal (STF).
Conforme a doutrina clássica, no âmbito do poder disciplinar, a administração pública 
distribui e ordena as funções de seus órgãos e agentes e, no âmbito do poder hierárquico, 
controla o exercício e o desempenho dessas funções, apurando a responsabilidade dos 
agentes públicos pelas transgressões cometidas.
A administração pública distribui e ordena as funções de seus órgãos e agentes com 
base no poder hierárquico. Já a apuração da responsabilidade dos agentes públicos pelas 
transgressões cometidas é medida decorrente do poder disciplinar.
Errado.
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022. 022. (VUNESP/PREFEITURA DE JUNDIAÍ/ANALISTA DE PLANEJAMENTO, GESTÃO E 
ORÇAMENTO/2022) Discutida e aprovada pela Câmara de Vereadores e sancionada pelo 
Prefeito, uma lei municipal, em determinados casos concretos, permite ao gestor público atuar 
de acordo com a conveniência e oportunidade. Essa possibilidade de atuação do gestor, dentro 
dos limites legais estabelecidos, diz respeito ao seguinte poder da administração pública:
a) regulamentar.
b) de polícia.
c) vinculado.
d) discricionário.
e) hierárquico.
Na medida em que a lei municipal permite ao gestor público atuar de acordo com a 
conveniência e oportunidade, estamos, no caso, diante do poder discricionário. Aqui, é 
importante mencionar que a liberdade de atuação deve ser exercida dentro dos limites 
legalmente estabelecidos.
Letra d.
023. 023. (VUNESP/ALESP/ANALISTA LEGISLATIVO/2022) O Prefeito do Município X acredita que a 
iniciativa privada tem melhores condições de executar de forma eficiente algumas atividades 
tradicionalmente atribuídas à Administração Pública. Com essa mentalidade, ele propõe 
lei à Câmara de Vereadores para delegar à iniciativa privada, por meio de concorrência, o 
serviço de fiscalização de trânsito, atribuindo a uma sociedade de propósito específico a 
ser obrigatoriamente criada pela vencedora da licitação os poderes necessários à aplicação 
de multas aos infratores da legislação de trânsito no território municipal.
A respeito dessa situação hipotética, é correto afirmar com base na legislação nacional que
a) a delegação do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado no Brasil apenas é 
constitucional sob a condição, entre outras, de que seja feita a entidades integrantes da 
Administração Indireta, de cujo capital social participe majoritariamente o Poder Público.
b) a delegação do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado no Brasil apenas 
é constitucional sob a condição de que seja feita a empresas públicas que prestem 
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.
c) não seria necessária a aprovação de lei para a delegação do poder de polícia à pessoa 
jurídica de direito privado na hipótese de não ser requerida pela municipalidade a constituição 
de sociedade de propósito específico para exercício da atividade.
d) o poder de polícia é indelegável sob qualquer condição, pois, conforme jurisprudência dos 
tribunais superiores, está vinculado ao monopólio do exercício legal da violência pelo Estado, 
apenas podendo ser exercido por agentes constitucionalmente investidos de tal poder.
e) o poder de polícia é indelegável exceto quando feito mediante decreto do chefe do Poder 
Executivo, a consórcio público criado na forma de associação civil de direito privado.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Atualmente, o STF possui o entendimentode que é constitucional a delegação do poder de 
polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração 
Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente 
serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.
A mencionada decisão do STF, proferida no julgamento do RE 633782, colocou fim a um 
grande impasse relacionado com a possibilidade de delegação do poder de polícia a pessoas 
jurídicas de direito privado.
Letra a.
024. 024. (VUNESP/TJ RJ/JUIZ LEIGO/2022) É exemplo do exercício do poder de polícia 
administrativa:
a) a publicação de decreto regulamentador do funcionamento da guarda civil municipal.
b) a instalação de comissão parlamentar de inquérito.
c) a prisão em flagrante por porte de droga ilícita.
d) a aplicação de multa a estabelecimento por desrespeito às normas de posturas municipais.
e) a previsão do crime de desacato a funcionário público.
A aplicação de multa a estabelecimento por desrespeito às normas de posturas municipais 
é um típico exemplo de ato decorrente do exercício do poder de polícia. Na situação, há a 
limitação de um direito individual em prol do interesse coletivo.
Na Letra A, a medida decorre do poder regulamentar. Na Letra B, estamos diante de uma 
atividade de competência do Poder Legislativo. Na Letra C, a prisão é decorrente da atividade 
de polícia judiciária. Na Letra E, a previsão decorre da atividade típica de legislar do Poder 
Legislativo.
Letra d.
025. 025. (VUNESP/PERUÍBEPREV/ANALISTA PREVIDENCIÁRIO/2022) Apolo, agente de trânsito, 
numa abordagem a Medusa, entrou em acalorada discussão com esta, a qual acabou por 
desacatar Apolo. Em represália, este lavrou um auto de infração contra Medusa, embora esta 
não tenha cometido nenhuma irregularidade de trânsito. Considerando os pressupostos 
do ato administrativo, essa atitude de Apolo configura
a) violação do pressuposto de validade quanto à competência do ato.
b) infringência ao pressuposto de competência do ato.
c) um ato inexistente quanto ao seu objeto.
d) um ato ineficaz em sua forma.
e) desvio de finalidade do ato administrativo.
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A atitude de Apolo configura desvio de finalidade do ato administrativo. No caso, o agente 
fez uso de suas atribuições para alcançar uma finalidade diferente da legalmente prevista 
com a prática do ato. Consequentemente, o ato pratica deverá ser anulado, uma vez que 
é ilegal.
Letra e.
026. 026. (VUNESP/ALESP/ANALISTA LEGISLATIVO/2022) Assinale a alternativa que correlaciona 
corretamente a espécie de poder da administração à sua explicação.
a) Poder de polícia é o poder atribuído à Administração Pública para aplicar sanções 
administrativas aos seus agentes pela prática de infrações de caráter funcional.
b) Poder disciplinar é o poder que a Administração Pública tem para editar atos normativos, 
tais como regulamentos, instruções, portarias, resoluções e regimentos.
c) Poder regulamentar é aquele que o Direito Positivo – a lei – confere à Administração 
Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos 
necessários à sua formalização.
d) Poder normativo é o poder conferido à Administração para restringir, frenar, condicionar, 
limitar o exercício de direitos e atividades econômicas dos particulares para preservar os 
interesses da coletividade.
e) Poder hierárquico compreende a prerrogativa que tem a Administração para coordenar, 
controlar, ordenar e corrigir as atividades administrativas dos órgãos e agentes no seu 
âmbito interno.
A Letra E é a alternativa correta. Conforme mencionado, o poder hierárquico compreende 
a prerrogativa da Administração Pública de coordenar, controlar, ordenar e corrigir as 
atividades administrativas dos órgãos e agentes no seu âmbito interno.
Na Letra A, estamos diante do poder disciplinar. Na Letra B, do poder regulamentar. Na 
Letra C, do poder vinculado. Na Letra D, do poder de polícia.
Letra e.
027. 027. (FGV/PC AM/INVESTIGADOR/2022) Delegado-Geral de Polícia Civil do Estado Alfa, 
dentro de sua competência legal, editou ato administrativo geral e abstrato, com efeito 
erga omnes, para complementar e facilitar a execução de determinada lei, minudenciando 
seus termos.
A providência adotada pelo chefe institucional da Polícia Civil estadual está diretamente 
relacionada ao poder administrativo
a) de polícia, eis que editada pelo superior hierárquico da Polícia Civil.
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b) de segurança pública, que tem prioridade legal, juntamente com o de saúde, sobre os 
demais poderes administrativos.
c) hierárquico, que consiste em um poder de estruturação externa da atividade pública.
d) normativo, que não pode contrariar a lei, sob pena de invalidação.
e) disciplinar, porque regulamenta atividades administrativas da Polícia Civil.
Ao editar um ato com a finalidade de complementar e facilitar a execução de determinada 
lei, minudenciando seus termos, o Delegado-Geral de Polícia Civil do Estado Alfa fez uso do 
poder normativo. Nesta situação, e tendo por base a hierarquia das normas, o ato editado 
não pode contrariar a lei, sob pena de invalidação.
Letra d.
028. 028. (FGV/TJ PE/JUIZ ESTADUAL/2022) Em janeiro de 2022, o Estado Alfa, após ampla 
participação da sociedade civil, inclusive mediante a realização de audiências públicas 
pelo Poder Legislativo, editou lei estadual dispondo sobre Política Estadual de Prevenção, 
Enfrentamento das Violências, Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Em um 
de seus artigos, constou da citada lei que o chefe do Poder Executivo regulamentará a matéria 
no âmbito da Administração Pública estadual no prazo de noventa dias. Já se passaram 
mais de oito meses e até o momento o governador do Estado Alfa não regulamentou a lei.
Em matéria de poderes administrativos, consoante a jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal, a citada norma que estabelece o prazo de noventa dias para o chefe do Executivo 
atuar é:
a) constitucional, pois a Carta Magna determina prioridade absoluta no exercício do poder 
normativo para a tutela de crianças e adolescentes;
b) constitucional, pois se aplica o princípio da razoabilidade, de maneira que noventa dias 
são suficientes para a edição do ato normativo;
c) inconstitucional, pois compete ao chefe do Poder Executivo examinar a conveniência 
e a oportunidade para o exercício do poder regulamentar, em respeito ao princípio da 
separação dos poderes;
d) inconstitucional, pois é vedado ao chefe do Poder Executivo o exercício do poder normativo, 
que compete ao Legislativo, em respeito ao princípio da separação dos poderes;
e) objeto de interpretação conforme a Constituição da República de 1988, de maneira que 
seja observado prazo razoável, que é de cento e oitenta dias, findo o qual será declarada a 
mora do governador, que fica sujeito a medidas coercitivas atípicas.
No julgamento da ADI 4.728, o STF fixou o entendimento de que “é inconstitucional lei 
estadual que estabelece prazo para que o chefe do Executivo regulamente determinada lei”.
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Logo, não pode o Poder Legislativo estabelecer um prazo dentro do qual o Poder Executivo 
deve regulamentar determinada lei, uma vez que a medida configura violação ao princípio 
da separação dos Poderes. Neste sentido, compete ao chefe do Poder Executivo examinar 
a conveniência e a oportunidade para o exercício do poder regulamentar.
Letra c.
029. 029. (FGV/PC AM/ESCRIVÃO/2022) O Estado Beta, por meio de sua Polícia Civil, celebrou 
contrato administrativo para aquisição de insumos que serão utilizados por seus órgãos 
de polícia técnica e científica. Ocorre que a sociedade empresária contratada descumpriu 
a legislação de regência e o próprio contrato, de maneira que, observadas as formalidades 
legais, lhe foram aplicadas sanções administrativas.
No caso em tela, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a imposição das citadas 
penalidades administrativas pelo poder público estadual sobre a sociedade empresária 
decorreu diretamente do poder administrativo
a) de polícia.
b) de perícia.
c) hierárquico.
d) disciplinar.
e) regulamentar.
O poder disciplinar pode ser aplicado tanto aos servidores públicos quanto aos terceiros que 
tenham celebrado com o Poder Público algum vínculo jurídico específico. Como exemplo, 
podemos citar a celebração de contrato administrativo, assim como afirmado pela questão.
Consequentemente, a aplicação de penalidades em razão do não cumprimento do contrato 
administrativo é medida que decorre do poder disciplinar.
Letra d.
030. 030. (FGV/MPE SC/AUXILIAR/2022) O Ministério Público do Estado Alfa celebrou contrato 
administrativo com a sociedade empresária Beta, para aquisição de notebooks funcionais para 
os seus membros. Ocorre que a contratada não cumpriu o que constou no edital de licitação 
e no respectivo contrato, haja vista que forneceu computadores com menos capacidade de 
memória e sem outras funcionalidades. Diante do ilícito praticado, o Ministério Público do 
Estado Alfa tomou diversas providências, entre elas a aplicação de sanção administrativa 
prevista em lei, após regular processo administrativo.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a aplicação da mencionada sanção foi 
embasada diretamente no poder administrativo:
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b) disciplinar, diante da prévia relação contratual existente;O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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c) discricionário, independentemente da prévia relação contratual existente;
d) normativo, diante da supremacia do contratante sobre o contratado, que representa o 
poder público;
e) hierárquico, diante da supremacia do contratante sobre o contratado, que representa 
o poder público.
No caso apresentado, a sociedade empresária Beta não cumpriu o que constou no edital 
de licitação e no respectivo contrato administrativo, tendo fornecido computadores com 
menos capacidade de memória e sem outras funcionalidades. Logo, a aplicação de sanções 
em razão do descumprimento do contrato é medida decorrente do poder disciplinar, uma 
vez que há um vínculo jurídico específico firmado entre a contratada e o Poder Público.
Letra b.
031. 031. (FGV/PC RJ/INSPETOR DE POLÍCIA/2022) Para enfrentamento da emergência de saúde 
pública de importância internacional no combate ao novo coronavírus, o Estado Alfa, 
regularmente, no âmbito de sua competência, adotou a medida de quarentena, consistente 
na restrição de atividades e separação de pessoas suspeitas de contaminação das pessoas 
que não estavam doentes e de mercadorias suspeitas de contaminação, de maneira a evitar 
a possível propagação do coronavírus. A citada medida restritiva teve base em evidências 
científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde feitas pelo comitê 
técnico estadual e foi limitada no tempo e no espaço ao mínimo indispensável à promoção 
e à preservação da saúde pública.
No caso em tela, a quarentena foi embasada no chamado poder administrativo:
a) de polícia, mediante imposição de restrições ao exercício de liberdades individuais e ao 
direito de propriedade do particular, em prol do interesse coletivo;
b) de segurança pública, mediante imposição de restrições legais, cujo descumprimento 
merece repressão na esfera administrativa e criminal pelos órgãos de segurança pública;
c) disciplinar, mediante o estabelecimento de normas sanitárias que regem a vida em 
sociedade, com base na supremacia do interesse público sobre o privado;
d) hierárquico, mediante imposição de restrições por autoridades administrativas, que 
condicionam liberdade e propriedade individual em prol do interesse público;
e) regulamentar, mediante edição de normas concretas e específicas para disciplinar situação 
urgente que demanda sacrifícios individuais em prol do interesse coletivo.
Ao adotar a medida de quarentena, consistente na restrição de atividades e separação de 
pessoas suspeitas de contaminação das pessoas que não estavam doentes e de mercadorias 
suspeitas de contaminação, de maneira a evitar a possível propagação do coronavírus, o 
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Estado Alfa limitou direitos individuais (exercício de liberdades individuais e do direito de 
propriedade) em prol do interesse coletivo.
Logo, é possível afirmar que as medidas adotadas são decorrentes do poder de polícia.
Letra a.
032. 032. (FGV/SEFAZ AM/AUDITOR-FISCAL/2022) Ressalvada a ordem de polícia, em relação à 
possibilidade de delegação do poder de polícia, por meio de lei, as pessoas jurídicas de direito 
privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente 
público, que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em 
regime não concorrencial, o Supremo Tribunal Federal entende que é
a) inconstitucional, porque não integram a Administração Direta.
b) constitucional, inclusive no que tange à fase do ciclo de polícia de sanção de polícia.
c) inconstitucional, porque não ostentam personalidade jurídica de direito público.
d) constitucional, apenas no que tange à fase do ciclo de consentimento e fiscalização de 
polícia.
e) constitucional, apenas no que tange à fase do ciclo de polícia do consentimento de polícia, 
razão pela qual não podem aplicar multas.
O STF, o julgamento do RE 633782/MG, fixou o entendimento de que “é constitucional a 
delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes 
da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem 
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial”.
Logo, a mencionada delegação é constitucional, inclusive no que tange à fase do ciclo de 
polícia de sanção de polícia.
Letra b.
033. 033. (FGV/TJ TO/CONTADOR/2022) Em razão de expressa determinação legal e regulamentar, 
os cidadãos que ingressam nas dependências do Tribunal de Justiça do Estado Delta precisam 
se submeter a um sistema de detector de metais, por medida de segurança.
Nesse contexto, de acordo com a doutrina de direito administrativo, o poder administrativoque estipula restrições e limitações ao exercício de liberdades individuais com base na 
supremacia do interesse público é chamado de poder:
a) de segurança pública;
b) de polícia;
c) normativo;
d) disciplinar;
e) hierárquico
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O poder administrativo que estipula restrições e limitações ao exercício de liberdades 
individuais com base na supremacia do interesse público é chamado de poder de polícia.
Letra b.
034. 034. (FGV/TJ TO/APOIO JUDICIÁRIO E ADMINISTRATIVO/2022) Ivone, estudiosa do 
Direito Administrativo, realizou alentado estudo a respeito dos poderes do Estado, mais 
especificamente em relação à possibilidade de que venha a limitar o exercício de alguns 
direitos individuais em prol do interesse público.
Ao final, concluiu, corretamente, que a atuação descrita é:
a) exemplo do poder de polícia;
b) exemplo da seguridade social;
c) exemplo do poder vinculado;
d) incompatível com a ordem constitucional, já que direitos individuais não podem ser 
objeto de restrição;
e) circunscrita à imposição de restrições ao direito de propriedade, considerando a função 
social que deve cumprir.
No caso apresentado, Ivone deverá concluir que possibilidade de limitação do exercício de 
alguns direitos individuais em prol do interesse público é medida que decorre do poder de 
polícia.
Letra a.
035. 035. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2022) A sociedade de economia mista municipal 
Beta possui capital social majoritariamente público e presta exclusivamente serviço público 
de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial. No Município Alfa, o serviço 
público em matéria de trânsito nas vias públicas municipais é prestado pela sociedade de 
economia mista Beta, que, de acordo com lei local, é competente, inclusive, para aplicação 
das multas de trânsito.
De acordo com a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a lei do Município Alfa 
que promoveu a delegação do poder de polícia à sociedade de economia mista Beta, inclusive 
da fase de sanção de polícia, mediante a possibilidade de aplicação de multas, é
a) inconstitucional, pois a sociedade de economia mista Beta é pessoa jurídica de direito 
privado, razão pela qual não pode exercer o poder de polícia, em quaisquer fases de seu ciclo.
b) inconstitucional, pois somente as atividades de apoio ao poder de polícia (consentimento 
e fiscalização de polícia) podem ser delegadas à pessoa jurídica de direito privado.
c) inconstitucional, pois somente lei federal, editada pelo Congresso Nacional, pode prever 
a possibilidade de delegação do poder de polícia na modalidade sanção de polícia.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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d) constitucional, pois o fato de a sociedade de economia mista Beta ser pessoa jurídica 
de direito privado não a impede de exercer a função pública de polícia administrativa, na 
modalidade de sanção de polícia, com base em lei local.
e) constitucional, pois o fato de a sociedade de economia mista Beta ser integrante da 
administração indireta já viabiliza o exercício do poder de polícia, em quaisquer de suas 
fases, independentemente de lei local promovendo a delegação.
Atualmente, o entendimento do STF (RE 633.782/MG) é no sentido de que é constitucional, 
por meio de lei, a delegação do poder de polícia às pessoas jurídicas de direito de privado 
integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público 
(ou seja, empresas públicas ou sociedade de economia mista) que prestem exclusivamente 
serviço público de atuação própria do Estado e em regime não-concorrencial.
Logo, de acordo com o entendimento do STF, a lei do Município Alfa que promoveu a 
delegação do poder de polícia à sociedade de economia mista Beta, inclusive da fase de 
sanção de polícia, mediante a possibilidade de aplicação de multas, é constitucional. Isso 
ocorre na medida em que o fato de a sociedade de economia mista Beta ser pessoa jurídica 
de direito privado não a impede de exercer a função pública de polícia administrativa, na 
modalidade de sanção de polícia, com base em lei local.
Letra d.
036. 036. (FGV/SENADO FEDERAL/CONSULTOR LEGISLATIVO/2022) Fiscais do Instituto Brasileiro 
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, em diligência, com base 
na lei, apreenderam pássaros mantidos ilegalmente em cativeiro pelo particular João, 
restringindo, assim, seu direito de propriedade, em prestígio ao interesse da coletividade 
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, o poder administrativo que embasou 
diretamente a atuação dos agentes públicos do Ibama é o poder
a) disciplinar.
b) regulamentar.
c) hierárquico.
d) de polícia.
e) de meio ambiente.
Na situação descrita, observa-se que houve a restrição de um direito individual (propriedade) 
em prol do interesse coletivo (direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado). 
Logo, o poder administrativo que embasou diretamente a atuação dos agentes públicos 
do Ibama é o poder de polícia.
Letra d.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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037. 037. (FGV/PC RJ/INSPETOR DE POLÍCIA/2022) Antônio, delegado de polícia do Estado 
Gama, titular da Xª DP, ao elaborar a escala de trabalho dos agentes policiais lotados na 
Unidade de Polícia Judiciária sempre designava o inspetor de polícia João para as sextas, 
sábados e domingos, dias menos concorridos pelos servidores, haja vista que o inspetor é 
seu antigo desafeto. Inconformado com a perseguição, e após não obter êxito em pedido 
de reconsideração, João apresentou recurso administrativo hierárquico previsto na norma 
de regência ao secretário estadual de Polícia Civil, comprovando a retaliação praticada 
pelo delegado.
No caso em tela, o chefe institucional:
a) deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, por abuso de poder, na modalidade 
excesso de poder, pois agiu com o intuito de perseguir seu subordinado;
b) deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, por abuso de poder, na modalidade 
desvio de poder, por vício no elemento finalidade do ato administrativo;
c) deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, por abuso de poder, na modalidade 
excesso de poder, por vício no elemento motivo do ato administrativo;
d) não deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, que agiu nos limites de seu 
poder discricionário, na qualidade de chefe imediato de João;
e) não deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, pois os elementos do ato 
administrativo não estão viciados, de maneira que, apesar de imoral, a conduta não é ilegal.
É possível observar que, na situação descrita, o delegado Antônio estava agindo por 
motivações pessoais, não levando em conta a finalidade que deve nortear todas as ações 
dos agentes públicos.
Sendo assim, deve o chefe institucional declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, 
por abuso de poder, na modalidade desvio de poder. Neste caso, ocorreu vício no requisitodo ato administrativo denominado finalidade.
Letra b.
038. 038. (FGV/MPE SC/AUXILIAR/2022) José, auxiliar administrativo do Ministério Público do 
Estado Alfa, exerce a função de gerente de pagamento no Departamento de Recursos 
Humanos. No exercício de suas funções, José praticou ato administrativo dentro de sua 
esfera de competência, mas afastando-se do interesse público, eis que a real motivação do 
ato foi retaliar João, igualmente servidor público do Ministério Público, e seu antigo desafeto.
No caso em tela, de acordo com o que ensina a doutrina de Direito Administrativo, José agiu:
a) ilicitamente, com abuso de poder, na modalidade excesso de poder, eis que atuou fora 
dos limites de sua capacidade;
b) ilicitamente, com abuso de poder, na modalidade desvio de poder, eis que se afastou da 
finalidade pública;O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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c) licitamente, com regular emprego do poder discricionário, eis que o ato não precisa ser 
motivado e a análise do mérito administrativo cabe apenas ao agente;
d) licitamente, com regular emprego do poder vinculado, eis que o ato não precisa ser 
motivado e a análise do mérito administrativo cabe apenas ao agente e aos seus superiores;
e) licitamente, com regular emprego do poder discricionário, eis que a análise do mérito 
administrativo cabe apenas ao agente e ao procurador-geral de Justiça.
O enunciado nos mostra que José praticou ato administrativo dentro de sua esfera de 
competência, mas afastando-se do interesse público, eis que a real motivação do ato foi 
retaliar João, igualmente servidor público do Ministério Público, e seu antigo desafeto.
Claramente se percebe, no caso, que José agiu ilicitamente, com abuso de poder, mais 
precisamente na modalidade desvio de poder. Por isso mesmo, é correto afirmar que José 
se afastou da finalidade pública.
Letra b.
039. 039. (FGV/SEMSA MANAUS/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2022) Avalie o caso a seguir.
Um agente público age com desvio de poder e seu superior hierárquico, conhecedor do 
fato, nada faz para reparar o mal.
Sobre o procedimento do superior hierárquico é correto afirmar que ocorreu uma situação de
a) excesso de poder, uma vez que atuou além dos limites legais de suas competências.
b) incompetência administrativa, uma vez que não tem os meios para garantir o uso probo 
do poder por parte de subordinados
c) abuso de poder na sua forma omissiva, pois o superior manteve-se inerte quando deveria 
ter agido.
d) desvio de finalidade, já que o superior deixou de realizar um ato de fiscalização que lhe 
competia.
e) quebra de hierarquia, pois o superior tolerou que seu subordinado atuasse contra o 
interesse público.
Ao verificar que seu subordinado agiu com desvio de poder e não adotar nenhuma medida 
para sanar a ilegalidade, o superior hierárquico incidiu em abuso de poder na sua forma 
omissiva, tendo em vista que se manteve inerte quando deveria ter agido.
Letra c.
040. 040. (FGV/SEFAZ AM/AUDITOR-FISCAL/2022) José estacionou sua moto em local proibido, 
de maneira que o agente público competente lhe aplicou uma multa, prevista na legislação 
de regência.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, no caso em tela, a multa aplicada a 
José está baseada na prerrogativa da Administração Pública que decorre do exercício do 
poder administrativo
a) hierárquico.
b) disciplinar.
c) de polícia.
d) normativo.
e) regulamentar.
A aplicação de multa de trânsito está pautada no poder de polícia, prerrogativa da 
Administração Pública para limitar um interessa individual em benefício da coletividade.
Letra c.
041. 041. (FGV/PC RJ/INVESTIGADOR/2022) O secretário de Estado de Polícia Civil do Rio de 
Janeiro editou a Resolução Sepol n. 282, de 20 de agosto de 2021, que disciplina a rotina 
administrativa para a concessão de passagens aéreas e diárias, no âmbito daquela secretaria, 
e dá outras providências.
O poder administrativo que embasou diretamente a edição da citada resolução, conferindo 
ao administrador público a possibilidade de expedir normas gerais complementares à lei, 
é o poder:
a) legiferante;
b) disciplinar;
c) normativo;
d) legislativo;
e) hierárquico.
Ao editar uma resolução com a finalidade de disciplinar a rotina administrativa para a 
concessão de passagens aéreas e diárias, o Secretário de Estado de Polícia Civil do Rio de 
Janeiro fez uso do poder normativo, que, em linhas gerais, confere à autoridade competente 
a possibilidade de expedir normas gerais destinadas a complementar a lei.
Letra c.
042. 042. (FGV/IMBEL/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2021) A discricionariedade administrativa 
refere-se à maneira pela qual a Administração Pública utiliza seu poder para exercer atos 
administrativos com a finalidade de atender ao interesse público. Em relação ao conceito 
de discricionariedade administrativa, assinale a afirmativa correta.
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a) É a liberdade do administrador de tomar determinadas decisões, desde que esteja nos 
limites da lei.
b) É a expansão do ato administrativo por agentes putativos, em consonância com o 
arcabouço legal.
c) É a ação realizada com desrespeito à ordem jurídica vigente, em função de um viés pessoal.
d) É a permissão da execução de ato pela administração, sem recorrer ao Poder Judiciário.
e) É a vinculação de ato administrativo à lei, sem possibilidade de questionamento.
A discricionariedade administrativa pode ser definida como a liberdade conferida ao 
administrador público para a tomada de certas decisões. Como exemplo, podemos citar 
a liberdade na escolha do motivo e do objeto que melhor se enquadram em determinado 
ato administrativo. Esta liberdade, contudo, deve apenas ser exercida dentro dos limites 
legalmente estabelecidos.
Letra a.
043. 043. (CEBRASPE/CESPE/APEXBRASIL/ANALISTA/2021) A ouvidoria de um órgão recebeu 
várias reclamações de inconsistências na apreciação de determinado tipo de processo. Para 
análise, a chefia da unidade em que teriam ocorrido as falhas avocou todos os processos 
que tratavam do assunto. Além disso, em um dos casos, julgou e deu provimento a um 
recurso administrativo interposto por um particular contra decisão de um subordinado seu.
Nessa situação hipotética, a chefia da unidade atuou com base no exercício do poder
a) disciplinar.
b) hierárquico.
c) regulamentar.
d) de polícia.
A avocação consiste na possibilidade da autoridade superior “chamar para si” processo que 
até então tramitava perante autoridade a ela hierarquicamente subordinada. A avocação, 
assim como ocorre com a delegação, são manifestações decorrentes do poder hierárquico.
Letra b.
044. 044. (CEBRASPE/CESPE/DEPEN/AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL/2021) Jorge, chefe de 
repartição vinculada a órgão público federal, determinou, de forma expressa, que todos os 
servidores deveriam tratar os administrados com respeito e urbanidade e que não toleraria 
ofensa verbal. No entanto, Bruno,um de seus subordinados que exerce cargo em comissão 
e não possui cargo efetivo, cometeu grave insubordinação em serviço ao insultar Fernanda, 
uma administrada que havia solicitado informações sobre o andamento de processo que O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Michele Santos - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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tramitava no referido órgão. Jorge, na figura de autoridade pública competente, abriu 
processo administrativo disciplinar contra Bruno, que culminou na aplicação de pena de 
suspensão por 90 dias ao insubordinado.
Considerando essa situação hipotética e os dispositivos da Lei n. 8.112/1990 e da Lei 
n. 9.784/1999, bem como as disposições a respeito dos poderes administrativos e da 
responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro, julgue o item subsequente.
No âmbito administrativo, a prática de insubordinação no serviço público configura ofensa 
ao poder hierárquico.
Um dos principais traços da hierarquia é a existência de uma relação interna de subordinação. 
Desta forma, a prática de insubordinação no serviço público configura ofensa direta ao 
poder hierárquico.
Certo.
045. 045. (CEBRASPE/CESPE/ANM/TÉCNICO EM SEGURANÇA DE BARRAGENS/2021) No que diz 
respeito aos poderes da administração pública, julgue o próximo item.
O poder de polícia é a faculdade de aplicar punições nos casos de infrações administrativas 
praticadas pelos agentes públicos.
A faculdade de aplicar punições nos casos de infrações administrativas praticadas pelos 
agentes públicos é medida decorrente do poder disciplinar, e não do poder de polícia. No 
poder de polícia, todos os administrados podem vir a sofrer a medida de restrição, e não 
apenas que estejam ligados (direta ou indiretamente) à Administração Pública.
Errado.
046. 046. (CEBRASPE/CESPE/MPE AP/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/2021) Com base em determinada 
lei, um fiscal competente compareceu a um restaurante e, constatando diversas violações 
a normas sanitárias, promoveu a interdição do estabelecimento.
Nessa situação hipotética, verifica-se uma característica própria
a) do poder hierárquico, com base no princípio da supremacia do interesse público.
b) do poder regulamentar, pois houve uma regulação da atividade empresarial.
c) do poder disciplinar, pois o ato aplicou uma penalidade ao particular.
d) do poder de polícia, pois limitou uma atividade de um particular.
e) do poder normativo, pois a interdição foi praticada com base em uma lei.
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A interdição do estabelecimento é uma das principais medidas decorrentes do poder de 
polícia. Por meio da interdição, o agente estatal evita que a coletividade seja prejudicada 
(uma vez que o estabelecimento, no caso, está violando uma série de regras sanitárias). 
Logo, há uma limitação de um direito individual em prol do interesse coletivo.
Letra d.
047. 047. (VUNESP/PREFEITURA DE VÁRZEA PAULISTA/AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO/2021) 
Segundo o direito administrativo brasileiro, quando o agente pratica o ato visando a fim 
diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência, esse ato 
caracteriza
a) desvio de poder, ensejando nulidade, mas que permite a sua convalidação.
b) excesso de poder, sendo um ato anulável, que admite a sua convalidação.
c) desvio de finalidade, ensejando a sua nulidade e que não admite convalidação.
d) abuso de poder, nulidade relativa e sanável, que pode ser convalidado.
e) abuso de finalidade, de nulidade absoluta, insanável e que não pode ser convalidado.
Quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou 
implicitamente, na regra de competência, estamos diante de abuso de poder na modalidade 
de desvio de finalidade (também chamado de desvio de poder).
Tendo em conta que o vício está relacionado com o elemento finalidade, o ato será considerado 
nulo, sem a possibilidade de convalidação. A convalidação, que é o saneamento do ato, 
apenas ocorre, desde que observados os demais requisitos, em relação aos elementos 
“competência” e “forma”.
Letra c.
048. 048. (CEBRASPE/CESPE/PM AL/SOLDADO/2021) No que se refere aos preceitos relacionados 
ao direito administrativo, julgue o item a seguir.
O abuso de poder pode ser caracterizado ainda que o agente público atue dentro dos limites 
da sua competência.
Ainda que o agente público atue dentro dos limites da sua competência, o ato, ainda 
assim, poderá ser caracterizado como abuso de poder. Isso ocorre, por exemplo, quando 
estivermos diante do desvio de finalidade, ou seja, de um ato que, embora praticado por 
agente competente, tenha por finalidade outra que não o interesse coletivo.
Certo.
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049. 049. (QUADRIX/CRP-MS/AUXILIAR ADMINISTRATIVO DE SECRETARIA/2021) Acerca dos 
poderes e dos deveres do administrador público, julgue o item.
Não há que se falar em poder hierárquico quando se trata das relações entre a União e suas 
entidades administrativas.
Dito de outra forma, o que a questão afirma é que não há subordinação entre as entidades 
da Administração Indireta e a respectiva Administração Direta. E como a subordinação é 
decorrência da hierarquia, não há que se falar em poder hierárquico quando se trata das 
relações entre a União e suas entidades administrativas.
Certo.
050. 050. (QUADRIX/CRP-MS/AUXILIAR ADMINISTRATIVO DE SECRETARIA/2021) Acerca dos 
poderes e dos deveres do administrador público, julgue o item.
O poder de polícia nunca poderá ser delegado para outros órgãos ou entidades públicas.
O poder de polícia poderá sim ser delegado para outros órgãos ou entidades públicas. No 
julgamento do RE 633782, inclusive, o STF estabeleceu que o poder de polícia pode ser 
delegado para entidades de direito privado integrantes da Administração Indireta, desde 
que, no caso, uma série de requisito sejam atendidos:
JURISPRUDÊNCIA
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas 
de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social 
majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação 
própria do Estado e em regime não concorrencial.
Errado.
051. 051. (QUADRIX/CRP-MS/AUXILIAR ADMINISTRATIVO DE SECRETARIA/2021) Acerca dos 
poderes e dos deveres do administrador público, julgue o item.
A sanção aplicada a uma empresa contratada pelo Poder Público por falhas na execução 
de um contrato representa o exercício do poder de polícia.
Neste caso, a empresa contratada está ligada à Administração Pública por meio de um vínculo 
jurídico específico. Consequentemente, eventual sanção aplicada é medida decorrente do 
poder disciplinar, e não do poder de polícia.
Errado.
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052. 052. (QUADRIX/CRT SP/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2021) Quanto a desvio de finalidade, 
julgue o item.
A teoria do desvio de poder alcança todos os agentes públicos, independentemente da 
natureza do vínculo que os una ao Estado.
Isso mesmo! O desvio de poder, que é uma das espécies de abuso de poder, pode ocorrer 
mediante condutas de todos os agentes públicos, independentemente da natureza do 
vínculo que os una ao Estado. Logo, até mesmo uma pessoa sem vínculo jurídico permanente 
(como os comissionados) podem praticar atos que caracterizem desvio de poder.
Certo.
053. 053. (QUADRIX/CRT SP/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2021) Quanto a desvio de finalidade, 
julgue o item.
A finalidade convive com a possibilidade de alteração legal de seu conteúdo original 
(tredestinação lícita), hipótese em que não haverá nulidade do ato.
A tredestinação lícita ocorre quando o ato, ainda que praticado com outra finalidade, possui, 
ainda assim, o objetivo de atender ao bem estar coletivo. Como exemplo, podemos citar a 
edição de um decreto determinando a construção de um hospital (por motivos públicos) 
em substituição à construção de um parque municipal.
Ainda que ambas as medidas tivessem como objetivo o bem estar da coletividade, a 
mudança no objeto possui a finalidade de atender de uma melhor forma as prioridades 
dos administrados. Neste caso, não há que se falar em nulidade do ato.
Certo.
054. 054. (QUADRIX/CRT SP/FISCAL/2021) Quanto a desvio de finalidade, julgue o item.
O desvio de finalidade somente se configura quando a finalidade diverge daquela prevista 
expressamente em lei, não tendo lugar quando se cuidar de finalidade implícita.
A finalidade do ato pode ser geral ou específica. Neste contexto, a finalidade implícita é 
aquela que, não versando sobre um ato em específico, possui o objetivo de atender ao bem 
estar coletivo. Em outros termos, tal finalidade deve ser alcançada em todas as medidas 
do poder estatal.
Em caso de violação da finalidade, ainda que implícita, teremos a caracterização do desvio 
de finalidade.
Errado.
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Direito ADministrAtivo
Poderes Administrativos
Diogo Surdi
055. 055. (QUADRIX/CRT SP/FISCAL/2021) Quanto a desvio de finalidade, julgue o item.
O desvio de finalidade é uma das espécies do gênero abuso de poder que, lado a lado com 
o excesso de poder, não admite convalidação.
O desvio de finalidade realmente é uma das espécies de abuso de poder. A outra espécie 
é o excesso de poder. Contudo, diferente do que ocorre com o desvio de finalidade, o 
excesso de poder (em que o vício está relacionado com o requisito competência) admite, 
em determinadas situações, a convalidação do ato administrativo.
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	Sumário
	Apresentação
	Poderes Administrativos
	1. Introdução
	2. Poder Vinculado
	3. Poder Discricionário
	3.1. Conceitos Jurídicos Indeterminados
	4. Poder Hierárquico
	5. Poder Disciplinar
	6. Poder Regulamentar
	6.1. Decretos Autônomos
	7. Poder de Polícia
	7.1. Poder de Polícia em Sentido Amplo e Restrito
	7.2. Diferença entre Polícia Administrativa e Polícia Judiciária
	7.3. Formas de Exercício
	7.4. Atributos
	7.5. Competência
	7.6. Poder de Polícia Originário e Derivado
	7.7. Ciclo de Polícia
	7.8. Prescrição
	8. Uso e Abuso de Poder
	8.1. Excesso de Poder
	8.2. Desvio de Poder
	9. Deveres do Administrador Público
	9.1. Poder Dever de Agir
	9.2. Dever de Prestar Contas
	9.3. Dever de Probidade
	9.4. Dever de Eficiência
	Resumo
	Mapa Mental
	Questões de Concurso
	Gabarito
	Gabarito Comentado

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