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@ G U I A D A O A B Questões para INTERNACIONAL Comentadas Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 1 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 01 – FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVIII - Primeira Fase O cidadão francês Pierre Renoir, residente e domiciliado em Portugal, foi casado com uma espanhola, com quem teve dois filhos nascidos na Alemanha. Pierre faleceu em 2022 e deixou como herança um apartamento no Brasil, onde viveu durante a fase universitária. Nesta hipótese, à sucessão do bem será aplicada a lei. A) francesa. B) portuguesa. C) brasileira. D) alemã. COMENTÁRIOS: Alternativa correta Letra B. A alternativa B está correta, nos termos do art. 10, caput, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB): “A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens”. As alternativas A, C e D estão incorretas, de acordo com o fundamento exposto na alternativa B. QUESTÃO 02 – FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVIII - Primeira Fase Um brasileiro teve seu pedido de visto de trabalho negado por uma representação consular de um Estado estrangeiro. Inconformado, consultou você, como advogado (a), para a adoção das providências cabíveis no Brasil. Após a avaliação do caso, você concluiu que A) nenhuma medida judicial é cabível. B) deve ser proposto mandado de segurança perante a Justiça Federal. C) cabe reclamação trabalhista perante a Justiça do Trabalho. D) deve ser proposta ação condenatória por obrigação de fazer, perante o Tribunal de Justiça competente. COMENTÁRIOS: Alternativa correta Letra A. A alternativa A está correta, pois a concessão de visto é uma decisão discricionária da autoridade consular de um país. Ressalte-se, ainda, que o funcionário consular, no exercício de sua função (no que se inclui a concessão ou não de um visto de trabalho), goza de imunidade de jurisdição, conforme previsto na Convenção de Viena sobre relações consulares (1963): “Art. 43.1. Os funcionários consulares e os empregados consulares não estão sujeitos à Jurisdição das autoridades judiciárias e administrativas do Estado receptor pelos atos realizados no exercício das funções consulares”. As alternativas B, C e D estão incorretas de acordo com o fundamento exposto na alternativa A. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 2 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 03 – (FGV/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXI/OAB/2020) Em razão da profunda crise econômica e da grave instabilidade institucional que assola seu país, Pablo resolve migrar para o Brasil, uma vez que, neste último, há melhores oportunidades para exercer seu trabalho e sustentar sua família. Em que pese Pablo possuir a finalidade de trabalhar, acabou por omitir tal informação, obtendo visto de visita, na modalidade turismo, para o Brasil. Considerando-se o enunciado acima, à luz da Lei de Migração em vigor (Lei n° 13.445/17), assinale a afirmativa correta. a) Se Pablo, com o visto de visita, vier a exercer atividade remunerada no Brasil, poderá ser expulso do país. b) Se Pablo, com o visto de visita, vier a exercer atividade remunerada no Brasil, poderá ser extraditado do país. c) Pablo poderia solicitar, bem como obter, visto temporário para acolhida humanitária, diante da grave instabilidade institucional que assola seu país. d) Pablo poderá obter asilo, em razão da profunda crise econômica que assola seu país. COMENTÁRIOS: Letra c. a) Errado. Art. 14, I, “c” da Lei 13.445/2017. b) Errado. Art. 14, I, “c” da Lei 13.445/2017. c) Certo. Art. 14, § 3º, da Lei 13.445/2017- O visto temporário para acolhida humanitária poderá ser concedido ao apátrida ou ao nacional de qualquer país em situação de grave ou iminente instabilidade institucional, de conflito armado, de calamidade de grande proporção, de desastre ambiental ou de grave violação de direitos humanos ou de direito internacional humanitário, ou em outras hipóteses, na forma de regulamento. d) Errado. Art. 14, I, “c” da Lei 13.445/2017. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 3 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 04 – (FGV/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XX/OAB/2016) Thomas, nacional dos Estados Unidos, deseja passar as férias com a esposa Mary, canadense, no Brasil. Para tanto, o casal obteve visto de turista, na forma da legislação brasileira aplicável. Após meses de expectativa, é chegado o tempo de embarcar para o Brasil. A respeito da entrada e estada do casal no Brasil, assinale a afirmativa correta. a) Caso desejem fixar residência no Brasil, Thomas e Mary poderão pleitear a conversão de seu visto para permanente. b) Caso ultrapassem o prazo de estada no Brasil previsto em seus vistos, Thomas e Mary poderão ser expulsos do Brasil. c) Thomas e Mary poderão solicitar ao Ministério da Justiça a prorrogação de sua estada no Brasil por até 1 ano. d) Os vistos de turista concedidos a Thomas e a Mary configuram mera expectativa de direito, podendo sua entrada no território nacional ser obstada. COMENTÁRIOS: Letra d. Gabarito oficial mantido apesar da Lei de Migração ser posterior ao questionamento. a) Errada. Segundo a nova legislação (Lei 13.445/2017), a figura do visto permanente foi retirada. b) Errada. A situação exposta na assertiva não é causa de expulsão. c) Errada. Trata-se de matéria cuja nova lei destinou ao regulamento (Decreto n. 9199/2017). d) Correta. Nos termos do artigo 6º: Art. 6º O visto é o documento que dá, a seu titular, expectativa de ingresso em território nacional. QUESTÃO 05 – (FGV/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XIX/OAB/2016) Ex-dirigente de federação sul-americana de futebol, após deixar o cargo que exercia em seu país de origem, sabedor de que existe uma investigação em curso na Colômbia, opta por fixar residência no Brasil, pelo fato de ser estrangeiro casado com brasileira, com a qual tem dois filhos pequenos. Anos depois, já tendo se naturalizado brasileiro, o governo da Colômbia pede a sua extradição em razão de sentença que o condenou por crime praticado quando ocupava cargo na federação sul-americana de futebol. Essa extradição: a) não poderá ser concedida, porque o Brasil não extradita seus nacionais. b) não poderá ser concedida, porque o extraditando tem filhos menores sob sua dependência econômica. c) poderá ser concedida, porque o extraditando não é brasileiro nato. d) poderá ser concedida se o país de origem do extraditando tiver tratado de extradição com a França. COMENTÁRIOS: Letra c. a) Errada. Naturalizado pode ser extraditado. b) Errada. Não impede a extradição. Súmula 421 do STF. c) Correta. Observa as disposições constitucionais sobre o tema. d) Errada. Independe de tratado. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 4 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 06 – (FGV/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XVII/OAB/2015) Carlos, brasileiro naturalizado, tendo renunciado à sua anterior nacionalidade, casou-se com Tatiana, de nacionalidade alemã. Em razão do trabalho na iniciativa privada, Carlos foi transferido para o Chile, indo residir lá com sua mulher. Em 15/07/2011, em território chileno, nasceu a primeira filha do casal, Cláudia, que foi registrada na Repartição Consular do Brasil. A teor das regras contidas na Constituição Brasileira de 1988, assinale qual a situação de Cláudia quanto à sua nacionalidade. a) Cláudia não pode ser considerada brasileira nata, em virtudede a nacionalidade brasileira de seu pai ter sido adquirida de modo derivado e pelo fato de sua mãe ser estrangeira. b) Cláudia é brasileira nata, pelo simples fato de o seu pai, brasileiro, ter se mudado por motivo de trabalho. c) Cláudia somente será brasileira nata se vier a residir no Brasil e fizer a opção pela nacionalidade brasileira após atingir a maioridade. d) Cláudia é brasileira nata, não constituindo óbice o fato de o seu pai ser brasileiro naturalizado e sua mãe, estrangeira. COMENTÁRIOS: Letra d. a) Errada. O fato de Carlos ser brasileiro naturalizado não é impedimento. b) Errada. O pai não está a serviço da República Federativa do Brasil. c) Errada. Já é brasileira nata devido ao Registro Consular. d) Correta. Nos termos do art. 12, I, da CF/88, trata-se de brasileira nata. QUESTÃO 07 – (FGV/EXAME DA ORDEM UNIFICADO X/OAB/2013) Rafael é brasileiro naturalizado e casado com Letícia, de nacionalidade italiana. Rafael foi transferido pela empresa onde trabalha para a filial na Argentina, estabelecendo-se com sua esposa em Córdoba. Em 02/03/2009, lá nasceu Valentina, filha do casal, que foi registrada na repartição consular do Brasil. De acordo com as normas constitucionais vigentes, assinale a afirmativa correta. a) Valentina não pode ser considerada brasileira nata, em virtude de a nacionalidade brasileira de seu pai ter sido adquirida de modo derivado e pelo fato de sua mãe ser estrangeira. b) Valentina é brasileira nata, pelo simples fato de seu pai, brasileiro, se ter deslocado por motivo de trabalho, em nada influenciando o modo como Rafael adquiriu a nacionalidade. c) Valentina somente será brasileira nata se vier a residir no Brasil e fizer a opção pela nacionalidade brasileira após atingir a maioridade. d) Valentina é brasileira nata, não constituindo óbice o fato de seu pai ser brasileiro naturalizado e sua mãe, estrangeira. COMENTÁRIOS: Letra d. a) Errada. A condição de brasileiro naturalizado não impede que Valentina seja brasileira nata. b) Errada. O simples deslocamento mencionado na questão não é suficiente para aquisição de nacionalidade. c) Errada. O registro foi feito, logo os requisitos indicados são dispensáveis. d) Correta. Basta que um dos pais seja brasileiro, ainda que naturalizado, além do registro em repartição competente para tal. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 5 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 08 – (FGV/EXAME DE ORDEM UNIFICADO III/OAB/2011) A Conferência de Bretton Woods (1944), realizada no ocaso da Segunda Guerra Mundial, é considerada um marco na história do Direito Internacional no século XX porque: a) estabeleceu as bases do sistema econômico e financeiro internacional, por meio da criação do Banco Mundial – BIRD, do Fundo Monetário Internacional – FMI e do Acordo Geral de Tarifas Aduaneiras e Comércio – GATT. b) inaugurou uma nova etapa na cooperação política internacional ao extinguir a Liga das Nações e transferir a Corte Internacional de Justiça para a estrutura da então recém-criada Organização das Nações Unidas – ONU. c) criou o sistema internacional de proteção aos direitos humanos, a partir da adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. d) criou o Tribunal de Nuremberg, corte ad hoc responsável pelo julgamento dos principais comandantes nazistas e seus colaboradores diretos pelos crimes de guerra cometidos durante a Segunda Guerra Mundial. COMENTÁRIOS: Letra a. a) Correta. A Conferência de Bretton Woods fixou as bases do sistema econômico e financeiro internacional. FMI e o BIRD são então criados e o GATT nasce em 1947. b) Errada. Não se relaciona com o assunto tratado em Bretton Woods. c) Errada. Também não traz temática afeta a Bretton Woods. d) Errada. Idem das assertivas b e c. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 6 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 09 – (FGV/EXAME DE ORDEM UNIFICADO III/OAB/2011) Pierre de Oliveira nasceu na França, filho de pai brasileiro (que à época se encontrava em viagem privada de estudos) e mãe francesa. Viveu até os 25 anos em Paris, onde se formou em análise de sistemas e se pós-graduou em segurança de rede. Em 2007, Pierre foi convidado por uma universidade brasileira para fazer parte de um projeto de pesquisa destinado a desenvolver um sistema de segurança para uso de instituições financeiras. Embora viajasse com frequência para a França, Pierre passou a residir no Brasil, optando, em 2008, pela nacionalidade brasileira. No início de 2010, uma investigação conjunta entre as polícias brasileira e francesa descobriu que Pierre fez parte, no passado, de uma quadrilha internacional de hackers. Detido em São Paulo, ele confessou que, entre 2004 e 2005, quando ainda vivia em Paris, invadiu mais de uma vez a rede de um grande banco francês, desviando recursos para contas localizadas em paraísos fiscais. Com relação ao caso hipotético acima, é correto afirmar que: a) se a França assim requerer, Pierre poderá ser extraditado, pois cometeu crime comum sujeito à jurisdição francesa antes de optar pela nacionalidade brasileira. b) a critério do Ministério da Justiça, Pierre poderá ser expulso do território nacional pelo crime cometido no exterior antes do processo de aquisição da nacionalidade, a menos que tenha filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente. c) Pierre poderá ser deportado para a França, a menos que peça asilo político. d) Pierre não poderá ser extraditado, expulso ou deportado em qualquer hipótese. COMENTÁRIOS: Letra d. a) Errada. Brasileiro nato não pode ser extraditado. b) Errada. Não se trata de extradição. c) Errada. Idem ao anterior. d) Correta. Pierre é brasileiro nato, logo não poderá sofrer expulsão compulsória. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 7 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 10 – (FGV/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXI/OAB/2020) Em função do incremento nas atividades de transporte aéreo no Brasil, a sociedade empresária Fast Plane, sediada no país, resolveu adquirir helicópteros de última geração da pessoa jurídica holandesa Nederland Air Transport, que ficou responsável pela fabricação, montagem e envio da mercadoria. O contrato de compra e venda restou celebrado, presencialmente, nos Estados Unidos da América, restando ajustado que o cumprimento da obrigação se dará no Brasil. No momento de receber as aeronaves, contudo, a adquirente verificou que o produto enviado era diverso do apontado no instrumento contratual. Decidiu a sociedade empresária Fast Plane, então, buscar auxílio jurídico para resolver a questão, inclusive para a propositura de eventual ação, caso não haja solução consensual. Considerando-se o enunciado acima, aplicando-se a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei n° 4.657/42) e o Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta. a) A lei aplicável na solução da questão é a holandesa, em razão do local de fabricação e montagem das aeronaves adquiridas. b) A autoridade judiciária brasileira será competente para processar e julgar eventual ação proposta pela Fast Plane, mesmo se estabelecida cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro, em razão do princípio da inafastabilidade da jurisdição. c) A autoridade judiciária brasileira tem competência exclusiva para processar e julgar eventual ação a ser proposta pela Fast Plane para resolver a questão. d) A autoridadejudiciária brasileira tem competência concorrente para processar e julgar eventual ação a ser proposta pela Fast Plane para resolver a questão. COMENTÁRIOS: Letra d. a) Errado. Art. 9° da LINDB; b) Errado. Art. 25 do CPC/15; c) Errado. Art. 23 do CPC/15; d) Certo. Art. 21, inc. II do CPC/15. Competência concorrente. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 8 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 11 – (FGV/V EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2011) Em janeiro de 2003, Martin e Clarisse Green, cidadãos britânicos domiciliados no Rio de Janeiro, casam-se no Consulado-Geral britânico, localizado na Praia do Flamengo. Em meados de 2010, decidem se divorciar. Na ausência de um pacto antenupcial, Clarisse requer, em petição à Vara de Família do Rio de Janeiro, metade dos bens adquiridos pelo casal desde a celebração do matrimônio, alegando que o regime legal vigente no Brasil é o da comunhão parcial de bens. Martin, no entanto, contesta a pretensão de Clarisse, argumentando que o casamento foi realizado no consulado britânico e que, portanto, deve ser aplicado o regime legal de bens vigente no Reino Unido, que lhe é mais favorável. Com base no caso hipotético acima e nos termos da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a alternativa correta. a) O juiz brasileiro não poderá conhecer e julgar a lide, pois o casamento não foi realizado perante a autoridade competente. b) Clarisse tem razão em sua demanda, pois o regime de bens é regido pela lex domicilli dos nubentes e, ao tempo do casamento, ambos eram domiciliados no Brasil. c) Martin tem razão em sua contestação, pois o regime de bens se rege pela lei do local da celebração (lex loci celebrationis), e o casamento foi celebrado no consulado britânico. d) O regime de bens obedecerá à lex domicilli dos cônjuges quanto aos bens móveis e à lex rei sitae (ou seja, a lei do lugar onde estão) quanto aos bens imóveis, se houver. COMENTÁRIOS: Letra b. a) Errada. Nos termos do Art. 12, caput e §1º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB): É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. §1º Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. b) Certa. Art. 7º, § 4º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB): O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. c) Errada. Conforme o item anterior, a lei brasileira se aplica, pois foi o local de celebração do casamento, ainda que este tenha ocorrido perante autoridades consulares. d) Errada. Art. 7º, § 4º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB): para o regime de bens, a regra é a do domicílio. Todavia, em ações relativas aos bens imóveis, aplica-se a lex rei sitae. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 9 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 12 – (FGV/VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) Tício, espanhol, era casado com Tácita, brasileira. Os cônjuges eram domiciliados no Brasil. Tício possuía uma filha adotiva espanhola, cujo nome é Mévia, e que residia com o pai. Em razão de um grave acidente na Argentina, Tício faleceu. O de cujus era proprietário de dois bens imóveis em Barcelona e um bem imóvel no Rio de Janeiro. Diante da situação exposta, à luz das regras de Direito Internacional Privado veiculadas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e do Código de Processo Civil Brasileiro (CPC), assinale a assertiva correta. a) Ainda que a lei espanhola não conceda direitos sucessórios à filha adotiva, poderá ela habilitar-se na ação de inventário ajuizada pelo cônjuge supérstite, no Brasil, regendo-se a sucessão pela lei brasileira, que não faz qualquer distinção entre filhos naturais e adotivos. b) A capacidade de suceder da filha é regulada pela legislação espanhola. c) A ação de inventário e partilha de todos os bens é de competência exclusiva do Poder Judiciário Brasileiro, já que o de cujus era domiciliado no Brasil. d) Se o de cujus houvesse deixado bens imóveis somente na Espanha, a sucessão seria regida pela lei espanhola. COMENTÁRIOS: Letra a. a) Certa. Art. 10 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB): A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. Ademais, conforme art. 227, §8º da CF/88, não há distinção entre filhos naturais e adotivos quanto aos direitos e qualificações, inclusive sucessórios. b) Errada. A filha está domiciliada no Brasil, sendo a capacidade para suceder regulada pela lei do domicílio. c) Errada. A autoridade judiciária brasileira terá competência exclusiva com relação aos imóveis situados no Brasil. Se o bem está no país, nenhum outra autoridade jurisdicional poderá conhecer das ações referente ao bem mencionado. Trata-se da lex rei sitae, prevista no art. 12, § 4º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB). d) Errada. Retoma-se o art. 10 da LINDB, pois a lei do país de último domicílio do defunto ou do desaparecido regulará a sucessão por morte ou por ausência, independente da natureza ou da situação do (s) bem (ns). Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 10 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 13 - (FGV/XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2016) Em 2013, uma empresa de consultoria brasileira assina, na cidade de Londres, Reino Unido, contrato de prestação de serviços com uma empresa local. As contratantes elegem o foro da comarca do Rio de Janeiro para dirimir eventuais dúvidas, com a exclusão de qualquer outro. Dois anos depois, as partes se desentendem quanto aos critérios técnicos previstos no contrato e não conseguem chegar a uma solução amigável. A empresa de consultoria brasileira decide, então, ajuizar uma ação no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro para rescindir o contrato. Com relação ao caso narrado acima, assinale a afirmativa correta. a) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação brasileira, pois um juiz brasileiro não pode ser obrigado a aplicar leis estrangeiras. b) O Poder Judiciário brasileiro não é competente para conhecer e julgar a lide, pois o foro para dirimir questões em matéria contratual é necessariamente o do local em que o contrato foi assinado. c) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação do Reino Unido, pois os contratos se regem pela lei do local de sua assinatura. d) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá se basear na legislação brasileira, pois, a litígios envolvendo brasileiros e estrangeiros, aplica-se a lex fori. COMENTÁRIOS: Letra c. a) Errada. O juiz brasileiro pode conhecer e julgar a lide (art. 22, CPC/2015). Foro da comarca do Rio de Janeiro foi eleito entre as partes. b) Errada. As partes elegeram a comarca do Rio de Janeiro. c) Certa. Conforme art. 9º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. d) Errada. Conforme comentário do item anterior, aplica-se a lei do país em que se constituíram as obrigações contratuais. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização.Todos os direitos reservados. 11 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 14 - (FGV/XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2015) A sociedade empresária brasileira do ramo de comunicação, Personalidades, celebrou contrato de empresária brasileira internacional de prestação de serviços de informática, no Brasil, com a sociedade empresária uruguaia Sacramento. O contrato foi celebrado em Caracas, capital venezuelana, tendo sido estabelecido pelas partes, como foro de eleição, Montevidéu. Diante da situação exposta, à luz das regras do Direito Internacional Privado veiculadas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta. a) No tocante à regência das obrigações previstas no contrato, aplica-se a legislação uruguaia, já que Montevidéu foi eleito o foro competente para se dirimir eventual controvérsia. b) Para qualificar e reger as obrigações do presente contrato, aplicar-se-á a lei venezuelana. c) Como a execução da obrigação avençada entre as partes se dará no Brasil, aplica-se, obrigatoriamente, no tocante ao cumprimento do contrato, a legislação brasileira. d) A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro veda expressamente o foro de eleição, razão pela qual é nula ipse jure a cláusula estabelecida pelas partes nesse sentido. COMENTÁRIOS: Letra b. a) Errada. Regula-se pela lei do local no qual as obrigações são constituídas (locus regit actum), nos termos do art. 9º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB). b) Correta. Nos termos do já citado art. 9º da LINDB. c) Errada. É possível aplicar a norma brasileira, mas não há obrigatoriedade. Trata-se da lex loci executionis. d) Errada. A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) não traz a vedação mencionada. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 12 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 15 – (FGV/VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) A sociedade empresária do ramo de comunicações A Notícia Brasileira, com sede no Brasil, celebrou contrato internacional de prestação de serviços de informática com a sociedade empresária Santiago Info, com sede em Santiago. O contrato foi celebrado em Buenos Aires, capital argentina, tendo sido estabelecido como foro de eleição pelas partes Santiago, se porventura houver a necessidade de resolução de litígio entre as partes. Diante da situação exposta, à luz das regras de Direito Internacional Privado veiculadas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no estatuto processual civil pátrio (Código de Processo Civil – CPC), assinale a alternativa correta. a) No tocante à regência das obrigações previstas no contrato, aplica-se a legislação chilena, já que Santiago foi eleito o foro competente para se dirimir eventual controvérsia. b) Nos contratos internacionais, a lei que rege a capacidade das partes pode ser diversa da que rege o contrato. É o que se verifica no caso exposto acima. c) Como a execução da obrigação avençada entre as partes se dará no Brasil, aplica-se, obrigatoriamente, no tocante ao cumprimento do contrato, a legislação brasileira. d) A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro veda expressamente o foro de eleição, razão pela qual é nula ipso jure a cláusula estabelecida pelas partes nesse sentido. COMENTÁRIOS: Letra b. a) Errada. É necessário diferenciar o lugar no qual os conflitos serão dirimidos da lei usada para tal. O art. 9º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro LINDB) orienta que a lei do local de celebração do contrato será usada, mas não há óbice para a constituição de foro por convenção entre as partes. b) Certa. A capacidade das partes é regida pelo domicílio, se pessoa física, e pela constituição, caso seja pessoa jurídica, conforme artigos 7 a 11, todos da LINDB. Os contratos, por sua vez, são regidos pelo local de sua celebração, nos termos do art. 9º da LINDB. c) Errada. As obrigações são regidas pelo local de celebração, diversamente do que a assertiva indica (local de execução), novamente segundo o art. 9º da LINDB. d) Errada. Inexiste, na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), vedação em relação ao foro de eleição. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 13 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 16 – (FGV/VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) Uma sociedade brasileira, sediada no Rio de Janeiro, resolveu contratar uma sociedade americana, sediada em Nova York, para realizar um estudo que lhe permitisse expandir suas atividades no exterior, para poder vender seus produtos no mercado americano. Depois de várias negociações, o representante da sociedade americana veio ao Brasil, e o contrato de prestação de serviços foi assinado no Rio de Janeiro. Não há no contrato uma cláusula de lei aplicável, mas alguns princípios do UNIDROIT foram incorporados ao texto final. Por esse contrato, o estudo deveria ser entregue em seis meses. No entanto, apesar da intensa troca de informações, passados 10 meses, o contrato não foi cumprido. A sociedade brasileira ajuizou uma ação no Brasil, invocando a cláusula penal do contrato, que previa um desconto de 10% no preço total do serviço por cada mês de atraso. A sociedade americana, na sua contestação, alegou que a cláusula era inválida segundo o direito americano. Conforme a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, qual é a lei material que o juiz deverá aplicar para solucionar a causa? a) A lei brasileira, pois o contrato foi firmado no Brasil. b) A lei americana, pois o réu é domiciliado nos Estados Unidos. c) Os princípios do UNIDROIT, porque muitas cláusulas foram inspiradas nessa legislação. d) A Lex Mercatoria, porque o que rege o contrato internacional é a prática internacional. COMENTÁRIOS: Letra a. a) Certa. Novamente, invoca-se art. 9º da LINDB (local de constituição das obrigações). Locus regit actum. b) Errada. Conforme comentário anterior, aplica-se a lei brasileira. c) Errada. Não há tal previsão relativa a princípios. Aplica-se a lei do local em que as obrigações contratuais foram constituídas. d) Errada. Não obstante a relevância do comércio internacional, deve-se observar o art. 9º da LINDB. QUESTÃO 17 – (FGV/XV EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2014) Túlio, brasileiro, é casado com Alexia, de nacionalidade sueca, estando o casal domiciliado no Brasil. Durante um cruzeiro marítimo, na Grécia, ela, após a ceia, veio a falecer em razão de uma intoxicação alimentar. Alexia, quando ainda era noiva de Túlio, havia realizado um testamento em Lisboa, dispondo sobre os seus bens, entre eles, três apartamentos situados no Rio de Janeiro. À luz das regras de Direito Internacional Privado, assinale afirmativa correta. a) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação brasileira, pois Alexia encontrava se domiciliada no Brasil. b) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação portuguesa, local em que foi realizado o ato de disposição da última vontade de Alexia. c) A autoridade judiciária brasileira não é competente para proceder ao inventário e à partilha de bens, porquanto Alexia faleceu na Grécia, e não no Brasil. d) Se houver discussão acerca do regime sucessório, deverá ser aplicada a legislação sueca, em razão da nacionalidade do de cujus. COMENTÁRIOS: Letra b. a) Errada. Aspectos extrínsecos do testamento (formalidades): locus regit actum (lei do local em que o negócio se constitui). Logo, deve-se observar alei portuguesa. b) Certa. Formalidades conforme a lei portuguesa. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 14 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional c) Errada. Segundo o CPC/2015, compete à autoridade brasileira quanto aos bens situados no Brasil, mesmo que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. d) Errada. Aplica-se o art. 10 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. (LINDB). Logo, a regra de conexão no caso em apreço diz respeito à lei do país do último domicílio do defunto ou do desaparecido para regulação da sucessão por morte ou por ausência, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. Portanto, seria aplicada a legislação brasileira. QUESTÃO 18 - (FGV/IX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) José, de nacionalidade brasileira, era casado com Maria, de nacionalidade sueca, encontrando-se o casal domiciliado no Brasil. Durante a viagem de “lua de mel”, na França, Maria, após o jantar, veio a falecer, em razão de uma intoxicação alimentar. Maria, quando ainda era noiva de José, havia realizado testamento em Londres, dispondo sobre os seus bens, entre eles dois imóveis situados no Rio de Janeiro. À luz das regras de Direito Internacional Privado, assinale a afirmativa correta. a) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação brasileira, pois Maria encontrava-se domiciliada no Brasil. b) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação inglesa, local em que foi realizado o ato de disposição de última vontade de Maria. c) A autoridade judiciária brasileira não é competente para proceder ao inventário e à partilha de bens, porquanto Maria faleceu na França, e não no Brasil. d) Se houver discussão acerca do regime sucessório, deverá ser aplicada a legislação sueca, em razão da nacionalidade do de cujus. COMENTÁRIOS: Letra b. a) Errada. Formalidades do testamento serão analisadas conforme o local no qual ele foi realizado. No caso da questão, deve-se observar a lei inglesa, pois foi constituído em Londres (locus regit Actum). b) Certa. Conforme comentário do item anterior, quanto às formalidades do testamento, será observada a lei inglesa. c) Errada. A autoridade judiciária brasileira é competente – de modo exclusivo – para ações relativas a imóveis situados no Brasil, conforme o Art. 12, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB): É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. § 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. d) Errada. Aplica-se o art. 10 da LINDB; logo, a regra de conexão é a lei do país de último domicílio do defunto ou do desaparecido quanto à regulação da sucessão por morte ou por ausência, independente da natureza e da situação do bem. QUESTÃO 19 – (FGV/VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) Arnaldo Butti, cidadão brasileiro, falece em Roma, Itália, local onde residia e tinha domicílio. Em seu testamento, firmado em sua residência poucos dias antes de sua morte, Butti, que não tinha herdeiros naturais, deixou um imóvel localizado na Avenida Atlântica, na cidade do Rio de Janeiro, para Júlia, neta de sua enfermeira, que vive no Brasil. Inconformada com a partilha, Fernanda, brasileira, sobrinha-neta do falecido, que há dois anos vivia de favor no referido imóvel, questiona no Judiciário brasileiro a validade do testamento. Alega, em síntese, que, embora obedecesse a todas as formalidades previstas na lei italiana, o ato não seguiu todas as formalidades preconizadas pela lei brasileira. Com base na hipótese acima aventada, assinale a alternativa correta. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 15 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional a) Fernanda tem razão em seu questionamento, pois a sucessão testamentária de imóvel localizado no Brasil rege-se, inclusive quanto à forma, pela lei do local onde a coisa se situa (lex rei sitae). b) Fernanda tem razão em questionar a validade do testamento, pois a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro veda a partilha de bens imóveis situados no Brasil por ato testamentário firmado no exterior. c) Fernanda não tem razão em questionar a validade do testamento, pois o ato testamentário se rege, quanto à forma, pela lei do local onde foi celebrado (locus regit actum). d) O questionamento de Fernanda não será apreciado, pois a Justiça brasileira não possui competência para conhecer e julgar o mérito de ações que versem sobre atos testamentários realizados no exterior. COMENTÁRIOS: Letra c. a) Errada. Testamento é obrigação, logo observará a lei do local em que foi constituído, e não da situação da coisa. b) Errada. Inexiste vedação quanto à partilha de bens imóveis situados no Brasil por intermédio de testamento. c) Certa. Conforme o art. 9º da LINDB, o testamento observa a lei do local em que é constituído. d) Errada. Bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro ou não tenha residência no Brasil, terão as respectivas ações propostas perante a Justiça brasileira. QUESTÃO 20 - (FGV/III EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2011) Em junho de 2009, uma construtora brasileira assina, na Cidade do Cabo, África do Sul, contrato de empreitada com uma empresa local, tendo por objeto a duplicação de um trecho da rodovia que liga a Cidade do Cabo à capital do país, Pretória. As contratantes elegem o foro da comarca de São Paulo para dirimir eventuais dúvidas. Um ano depois, as partes se desentendem quanto aos critérios técnicos de medição das obras e não conseguem chegar a uma solução amigável. A construtora brasileira decide, então, ajuizar, na justiça paulista, uma ação rescisória com o objetivo de colocar termo ao contrato. Com relação ao caso hipotético acima, é correto afirmar que a) o Poder Judiciário brasileiro não é competente para conhecer e julgar a lide, pois o foro para dirimir questões em matéria contratual é necessariamente o do local onde o contrato é assinado. b) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação sul-africana, pois os contratos se regem pela lei do local de sua assinatura. c) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação brasileira, pois um juiz brasileiro não pode ser obrigado a aplicar leis estrangeiras. d) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá se basear na legislação brasileira, pois em litígios envolvendo brasileiros e estrangeiros aplica-se a lex fori. COMENTÁRIOS: Letra b. a) Errada. A questão cria confusão entre conflito de leis e foro competente. Quanto a este, é possível julgar a causa, desde que à luz da legislação na qual as obrigações foram constituídas. b) Certa. Outra questão na qual se aplica a lei do local em que as obrigações foram constituídas, ou seja, África do Sul. c) Errada. O juiz brasileiro pode aplicar a lei estrangeira, desde que ela não ofenda normas de ordem pública. d) Errada. A hipótese apresentada pela assertiva não está prevista no ordenamento jurídico. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 16 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 21 – (FGV/XXVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2019) Uma das funções da cooperação jurídica internacional diz respeito à obtenção de provas em outra jurisdição, nos termos das disposições dos tratados em vigor e das normas processuais brasileiras. Para instruirprocesso a ser iniciado ou já em curso, no Brasil ou no exterior, não é admitida, no entanto, a solicitação de colheita de provas a) por carta rogatória ativa. b) por carta rogatória passiva. c) a representantes diplomáticos ou agentes consulares. d) pela via do auxílio direto. COMENTÁRIOS: Letra c. a) Errada. Carta rogatória ativa: emitida pelo Brasil, por exemplo. É instrumento para a obtenção de provas. b) Errada. Carta rogatória passiva: outro Estado para o Brasil. Também poderá pedir provas. Item incorreto. c) Certa. Missões diplomáticas/ consulares. Não se relaciona com a sistemática de provas. d) Errada. Auxílio direto: Judiciário não atua. QUESTÃO 22 – (FGV/XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2018) Paulo, brasileiro, celebra no Brasil um contrato de prestação de serviços de consultoria no Brasil a uma empresa pertencente a François, francês residente em Paris, para a realização de investimentos no mercado imobiliário brasileiro. O contrato possui uma cláusula indicando a aplicação da lei francesa. Em ação proposta por Paulo no Brasil, surge uma questão envolvendo a capacidade de François para assumir e cumprir as obrigações previstas no contrato. Com relação a essa questão, a Justiça brasileira deverá aplicar a) a lei brasileira, porque o contrato foi celebrado no Brasil. b) a lei francesa, porque François é residente da França. c) a lei brasileira, país onde os serviços serão prestados. d) a lei francesa, escolhida pelas partes mediante cláusula contratual expressa. COMENTÁRIOS: Letra b. Trata-se de questão que exige o domínio do art. 9, § 2, da LINDB, segundo o qual a obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. No enunciado, François é o proponente, pois é ele que propõe o contrato; logo, a lei francesa será observada, já que é o local de sua residência. Assim, pode-se afirmar com relação às assertivas que: a) Errada. Não será observada a lei brasileira. b) Certa. c) Errada. Não se aplica a lei brasileira. d) Errada. Não decorre de cláusula, mas do local de residência do proponente. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 17 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTAO 23 – (FGV/XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2018) Ernesto concluiu o doutorado em Direito em prestigiosa universidade situada em Nova York, nos Estados Unidos, e pretende fazer concurso para o cargo de professor em uma universidade brasileira. Uma das exigências para a revalidação do seu diploma estrangeiro é que este esteja devidamente legalizado. Essa legalização de documento estrangeiro deverá ser feita mediante a) o apostilamento pela Convenção da Apostila de Haia, da qual Brasil e Estados Unidos fazem parte. b) a consularização no consulado brasileiro em Nova York. c) a notarização em consulado norte-americano no Brasil. d) o apostilamento pela Convenção da Apostila de Haia, no consulado brasileiro. COMENTÁRIOS: Letra a. Trata-se de questão referente à Convenção sobre eliminação da exigência de legalização de documentos (Decreto n. 8.660/2016), bem como à Convenção da Apostila de Haia. Considerando essas normas: a) Certa. A legalização ocorre por meio de apostilamento. b) Errada. Conforme o item anterior, a legalização é feita pelo apostilamento, e não por consularização. c) Errada. Idem ao item anterior. d) Errada. O consulado não é a autoridade direcionada para o apostilamento. QUESTÃO 24 – (FGV/XXIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2017) O mecanismo de solução de controvérsias atualmente em vigor no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) foi instituído em 1994 por meio do Entendimento Relativo às Normas e Procedimentos sobre Solução de Controvérsias, constantes do Tratado de Marrakesh, e vincula todos os membros da organização. A respeito do funcionamento desse mecanismo, assinale a afirmativa correta. a) Uma vez acionado o mecanismo de solução de controvérsias, os Estados em disputa ficam impedidos de recorrer a formas pacíficas de solução de seus litígios, tais como bons ofícios, conciliação e mediação. b) A decisão, por consenso, acerca da adoção de um relatório produzido pelo grupo especial, integra o rol de competências do Órgão de Solução de Controvérsias, ainda que as partes em controvérsia escolham não apelar ao Órgão Permanente de Apelação. c) As recomendações e decisões do Órgão de Solução de Controvérsias poderão implicar a diminuição ou o aumento dos direitos e das obrigações dos Estados, conforme estabelecido nos acordos firmados no âmbito da OMC. d) As partes em controvérsia e os terceiros interessados que tenham sido ouvidos pelo grupo especial poderão recorrer do relatório do grupo especial ao Órgão Permanente de Apelação. COMENTÁRIOS: Letra b. Trata-se de questão sobre mecanismos de solução de controvérsias na Organização Mundial do Comércio. a) Errada. Inexiste o impedimento apontado. b) Certa. A consensualidade sobre adotar relatório feito por grupo especial está no rol de competências do Órgão de Solução de Controvérsias, mesmo que as partes não apresentem apelação perante o Órgão Permanente. c) Errada. Não ampliarão nem reduzirão direitos e obrigações dos Estados. d) Errada. Somente as partes em controvérsia. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. 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Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. a) A decisão da autoridade judiciária japonesa poderá ser executada no Brasil por meio de carta rogatória. b) A decisão interlocutória da autoridade judiciária japonesa poderá ser executada no Brasil, depois de homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. c) A decisão proferida pela autoridade judiciária japonesa não poderá produzir efeitos no Brasil, visto que apenas a autoridade brasileira poderá conhecer de ações relativas a bens situados no Brasil. d) A agricultora deverá aguardar o trânsito em julgado da decisão final da autoridade judiciária japonesa, para então proceder à sua homologação no Superior Tribunal de Justiça e execução na Justiça Federal. COMENTÁRIOS: Letra a. a) Certa. A carta poderá ser executada. b) Errada. Execução por meio de carta rogatória. c) Errada. Poderá ser executada mediante carta rogatória. d) Errada. Além do trânsito em julgado, precisa obedecer formalidades. QUESTÃO 26 – (FGV/XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2016) Lúcia, brasileira, casou-se com Mauro, argentino, há 10 anos, em elegante cerimônia realizada no Nordeste brasileiro. O casal vive atualmente em Buenos Aires com seus três filhos menores. Por diferenças inconciliáveis, Lúcia pretende se divorciar de Mauro, ajuizando, para tanto, a competente ação de divórcio, a fim de partilhar os bens do casal: um apartamento em Buenos Aires/Argentina e uma casa de praia em Trancoso/Bahia. Mauro não se opõe à ação. Com relação à ação de divórcio, assinale a afirmativa correta. a) Ação de divórcio só poderá ser ajuizada no Brasil, eis que o casamento foi realizado em território brasileiro. b) Caso Lúcia ingresse com a ação perante a Justiça argentina, não poderá partilhar a casa de praia. c) Eventual sentença argentina de divórcio, para produzir efeitos no Brasil, deverá ser primeiramente homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. d) Ação de divórcio, se consensual,poderá ser ajuizada tanto no Brasil quanto na Argentina, sendo ambos os países competentes para decidir acerca da guarda das crianças e da partilha dos bens. COMENTÁRIOS: Letra b. a) Errada. Poderá ser ajuizada também na Argentina, Trata-se de competência concorrente. b) Certa. Competência exclusiva da justiça brasileira quanto aos imóveis situados no Brasil. c) Errada. Não se homologa decisão que verse sobre bem situado no Brasil, por se tratar de competência exclusiva. d) Errada. Os bens são competência exclusiva da justiça brasileira. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 19 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 27 - (FGV/XIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2016) Para a aplicação da Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças, Lígia recorre à autoridade central brasileira, quando Arnaldo, seu marido, que tem dupla nacionalidade, viaja para os Estados Unidos com a filha de 17 anos do casal e não retorna na data prometida. Arnaldo alega que entrará com pedido de divórcio e passará a viver com a filha menor no exterior. Com base no caso apresentado, a autoridade central brasileira a) deverá acionar diretamente a autoridade central estadunidense para que tome as medidas necessárias para o retorno da filha ao Brasil. b) deverá ingressar na Justiça Federal brasileira, em nome de Lígia, para que a Justiça Federal mande acionar a autoridade central estadunidense para que tome as medidas necessárias para o retorno da filha ao Brasil. c) não deverá apreciar o pleito de Lígia, eis que a filha é maior de 16 anos. d) não deverá apreciar o pleito de Lígia, eis que o pai também possui direito de guarda sobre a filha, já que o divórcio ainda não foi realizado. COMENTÁRIOS: Letra c. A filha de Lígia já está com 17 anos; logo, qualquer pleito com fundamento na Convenção indicada no enunciado da questão não deverá ser analisado. a) Errada. Indica procedimentos com fulcro na Convenção cuja observância não se aplica mais ao caso. b) Errada. Indica procedimentos com fulcro na Convenção cuja observância não se aplica mais ao caso. c) Certa. d) Errada. Indica procedimentos com fulcro na Convenção cuja observância não se aplica mais ao caso. QUESTÃO 28 - (FGV/XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2014) Sobre o sistema de regulação de investimentos e fluxo de capital estrangeiro no atual ordenamento jurídico da República Federativa do Brasil, assinale a afirmativa incorreta. a) É vedada a participação de capital estrangeiro nas empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens, uma vez que sua propriedade é privativa de brasileiros natos. b) É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no país, salvo nos casos previstos em lei. c) O sistema financeiro nacional será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. d) Os investimentos de capital estrangeiro, o incentivo aos reinvestimentos e a regulação à remessa de lucros serão disciplinados em lei, tendo por base o interesse nacional. COMENTÁRIOS: Letra a. a) Errada. Não alcança apenas brasileiros natos. Art. 222, CF/88. b) Certa. Art. 199, § 3º, CF/88. c) Certa. Art. 192, CF/88. d) Certa. Art. 172, CF/88. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 20 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 29 - (FGV/XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2013) A sociedade empresária Airplane Ltda., fabricante de aeronaves, sediada na China, celebrou contrato internacional de compra e venda com a sociedade empresária Voe Rápido Ltda, com sede na Argentina. O contrato foi celebrado no Japão, em razão de uma feira promocional que ali se realizava. Conforme estipulado no contrato, as aeronaves deveriam ser entregues pela Airplane Ltda., na cidade do Rio de Janeiro, no dia 1º de abril de 2011, onde a sociedade Voe Rápido Ltda. possui uma filial e realiza a atividade empresarial de transporte de passageiros. Diante da situação exposta, à luz das regras de Direito Internacional Privado veiculadas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no estatuto processual civil brasileiro (Código de Processo Civil – CPC), assinale a afirmativa incorreta. a) Não sendo as aeronaves entregues no prazo avençado, o Poder Judiciário brasileiro é competente para julgar eventual demanda em que a credora postule o cumprimento do contrato. b) No tocante à regência das obrigações, aplica-se, no caso vertente, a legislação japonesa. c) O Poder Judiciário Brasileiro não é competente para julgar eventual ação por inadimplemento contratual, pois o contrato não foi constituído no Brasil. d) O juiz, não conhecendo a lei estrangeira, poderá exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. COMENTÁRIOS: Letra c. a) Certa. Art. 88, II, CPC/2015. b) Certa. Art. 9º, LINDB. c) Errada. Gabarito. Brasil é competente. d) Certa. Art. 14, LINDB. QUESTÃO 30 - (FGV/VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) A respeito da autorização de trabalho a estrangeiro com vínculo empregatício no Brasil, assinale a afirmativa correta. a) Trata-se de ato administrativo de competência do Ministério do Trabalho, para efeito de requerimento de visto permanente e/ou temporário, a estrangeiros que desejem trabalhar no Brasil. b) O empregador deve se comprometer com o treinamento profissional, mas não é necessário haver correlação entre a atividade que o estrangeiro exercerá e sua qualificação/experiência anterior. c) O empregador que pretender importar mão de obra deverá manter pelo menos metade das vagas da empresa ocupadas por brasileiros, que também devem responder por, pelo menos, metade da folha de salários. d) Trata-se de ato administrativo de competência do Ministério da Educação, que dispensa a autorização para o estrangeiro que haja concluído curso de pós-graduação stricto sensu no Brasil ou tiver seu diploma estrangeiro revalidado. COMENTÁRIOS: Letra a. a) Certa. Autorização de trabalho a estrangeiros: ato administrativo. Competência: Ministério do Trabalho e do Emprego. b) Errada. Empregador deve comprovar qualificação do empregado estrangeiro. c) Errada. Exige-se 2/3 inclusive quanto à folha de salários. d) Errada. MEC não atua diante das relações de trabalho expostas no texto. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 21 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 31 – (FGV/EXAME-DA-ORDEM-UNIFICADO/OAB/2013) Um agente diplomático comete um crime de homicídio no Estado acreditado. A respeito desse caso, assinale a afirmativa correta. a) Será julgado no Estado acreditado, pois deve cumprir as leis desse Estado. b) Poderá ser julgado pelo Estado acreditado desde que o agente renuncie a imunidade de jurisdição. c) Em nenhuma circunstância pode ser julgado pelo Estado acreditado. d) Poderá ser julgado pelo Estado acreditado, desde que o Estado acreditante renuncie expressamente à imunidade de jurisdição. COMENTÁRIOS: Letra d. a) Não será julgado no Estado acreditado devido à imunidade diplomática. Item errado. b) O agente diplomático não pode renunciar. Item errado. c) Se houver renúncia do Estado acreditante poderá. Item errado. d) Gabarito. Poderá ser julgado se houver renúncia (sempre expressa) do Estado acreditante. QUESTÃO 32 – (FGV/EXAME-DA-ORDEM-UNIFICADO-XIV/OAB/2014) Na hipótese de inadimplência do Estado brasileiro, condenado ao pagamento de quantia certa pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, deverá o interessado a) Executá-la perante a Justiça Federal pelo processo interno vigente para a execução de sentençascontra o Estado. b) Pedir que os autos do processo sejam encaminhados ao Conselho de Segurança da ONU para a imposição de sanções internacionais. c) Reivindicar pelo processo vigente no país, porque as sentenças proferidas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos são desprovidas de executoriedade. d) Postular perante a Corte a intimação do Estado brasileiro para efetuar o pagamento em vinte e quatro horas ou nomear bens à penhora. COMENTÁRIOS: Letra a. Trata-se de questão que retoma a responsabilização dos entes estatais a partir de sentenças internacionais. a) Gabarito. Conforme art. 109, I, CF/1988. b) Desnecessária intervenção da ONU. Item errado. c) Não é necessário reivindicar o processo vigente no país. Ausência de cumprimento voluntário leva à execução da sentença. Item errado. d) Abertura de processo de execução na hipótese de não cumprimento voluntário. Item errado. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 22 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 33 – (FGV/EXAME XXVII/OAB/2018) Em 14 de dezembro de 2009, o Brasil promulgou a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969, por meio do Decreto nº 7.030. A Convenção codificou as principais regras a respeito da conclusão, entrada em vigor, interpretação e extinção de tratados internacionais. Tendo por base os dispositivos da Convenção, assinale a afirmativa correta a) Para os fins da Convenção, “tratado” significa qualquer acordo internacional concluído por escrito entre Estados e/ou organizações internacionais. b) Os Estados são soberanos para formular reservas, independentemente do que disponha o tratado. c) Um Estado não poderá invocar o seu direito interno para justificar o descumprimento de obrigações assumidas em um tratado internacional devidamente internalizado. d) Os tratados que conflitem com uma norma imperativa de Direito Internacional geral têm sua execução suspensa até que norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza derrogue a norma imperativa com eles conflitante. COMENTÁRIOS: Letra c. a) A Convenção de Viena de 1969 não considera as organizações internacionais, mas apenas os Tratados. b) Segundo o art. 19 da Convenção de Viena de 1969: “Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, formular uma reserva, a não ser que: a)a reserva seja proibida pelo tratado; b)o tratado disponha que só possam ser formuladas determinadas reservas, entre as quais não figure a reserva em questão; ou c)nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja incompatível com o objeto e a finalidade do tratado.” c) Gabarito. d) Tratado que, no momento de sua conclusão, apresente conflito com norma imperativa de direito será nulo. QUESTÃO 34 – (FGV/EXAME IV/OAB/2011) Com relação à chamada “norma imperativa de Direito Internacional geral”, ou jus cogens, é correto afirmar que é a norma a) prevista no corpo de um tratado que tenha sido ratificado por todos os signatários, segundo o direito interno de cada um. b) reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados, da qual nenhuma derrogação é permitida. c) aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e aplicável a todos os Estados membros, salvo os que apresentarem reserva expressa. d) de direito humanitário, expressamente reconhecida pela Corte Internacional de Justiça, aplicável a todo e qualquer Estado em situação de conflito. COMENTÁRIOS: Letra b. a) Não é imprescindível que as normas imperativas estejam previstas em tratado. b) Gabarito. c) Não necessitam de aprovação na Assembleia Geral das Nações Unidas. d) Dispensam reconhecimento pela Corte Internacional de Justiça – CIJ. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 23 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 35 - FGV/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXVI/OAB/2018) Um ex-funcionário de uma agência de inteligência israelense está de passagem pelo Brasil e toma conhecimento de que chegou ao Supremo Tribunal Federal um pedido de extradição solicitado pelo governo de Israel, país com o qual o Brasil não possui tratado de extradição. Receoso de ser preso, por estar respondendo em Israel por crime de extorsão, ele pula o muro do consulado da Venezuela no Rio de Janeiro e solicita proteção diplomática a esse país. Nesse caso, a) pode pedir asilo diplomático e terá direito a salvo-conduto para o país que o acolheu. b) é cabível o asilo territorial, porque o consulado é território do Estado estrangeiro. c) não se pode pedir asilo, e o STF não autorizará a extradição, por ausência de tratado. d) o asilo diplomático não pode ser concedido, pois não é cabível em consulado. COMENTÁRIOS: Letra d. a) Errada. Asilo diplomático é solicitado perante embaixada. b) Errada. O território em que se encontra é brasileiro. c) Errada. Ausência de tratado não é impedimento. d) Correta. O asilo é diplomático, não consular. QUESTÃO 36 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase Thomas, inglês, e Marta, brasileira, que se conheceram na Inglaterra, são grandes admiradores das praias brasileiras, motivo pelo qual resolvem se casar em Natal, cidade de domicílio de Marta. Em seguida, constituem como seu primeiro domicílio conjugal a capital inglesa. O casal, que havia se mudado para Portugal passados cinco anos do início do vínculo conjugal, resolve lá se divorciar. Os consortes não tiveram filhos e, durante o matrimônio, adquiriram bens em Portugal, bem como um imóvel em Natal, onde passavam férias. Acerca do caso narrado, e com base no que dispõem o Código de Processo Civil e a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a afirmativa correta. A) O casal poderia buscar as autoridades consulares brasileiras em Portugal para a realização do divórcio, sendo consensual. B) Se consensual o divórcio, a sentença estrangeira que o decreta produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. C) Se o casal não fez opção expressa pelo regime de comunhão parcial de bens, deverá ser observado o regime legal previsto no Código Civil brasileiro, haja vista que o casamento fora celebrado no país. D) Inexistindo acordo entre os cônjuges a respeito da partilha do imóvel situado no Brasil, é possível a homologação da sentença proferida pelo Poder Judiciário português que decretou o divórcio, inclusive no ponto em que determina a partilha do referido bem. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Artigo sempre cobrado no Exame da OAB. Marquem Código que se trata de uma prioridade, pois vai continuar caindo. CPC, Art. 961, § 5º A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação pelo Superior tribunal de Justiça. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 24 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 37 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase Pablo acaba de chegar do Uruguai e pretende se fixar em Uruguaiana (RS) como residente fronteiriço. Desconhecendo seus direitos como residente fronteiriço, ele procura você, como advogado(a), para receber a orientação jurídica adequada. Em relação aos direitos de Pablo, como residente fronteiriço, assinale a opção que apresenta, corretamente, a orientação recebida. A) A abrangência do espaço geográfico, autorizada pelo documento de residente fronteiriço de Pablo, será o território nacional. B) A obtenção de outra condição migratória implica a renovação automática, por prazo indeterminado, do documento de Pablo, como residente fronteiriço. C) A autorização para a realização de atos da vida civil poderáser concedida a Pablo, mediante requerimento, a fim de facilitar sua livre circulação. D) A fim de facilitar a sua livre circulação, poderá ser concedido a Pablo, mediante requerimento, visto temporário em seu passaporte para a realização de atos da vida civil. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Fundamentação legal: Art. 23. A fim de facilitar a sua livre circulação, poderá ser concedida ao residente fronteiriço, mediante requerimento, autorização para a realização de atos da vida civil. Parágrafo único. Condições específicas poderão ser estabelecidas em regulamento ou tratado. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 25 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 38 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase A medida de retirada compulsória de pessoa nacional de outro país, que ingressou em território nacional com visto de visita e está exercendo atividade remunerada, será A) a repatriação, que é a medida administrativa de devolução de pessoa em situação de impedimento ao país de procedência ou de nacionalidade. B) a deportação, que é a medida decorrente de procedimento administrativo que consiste na retirada compulsória de pessoa que se encontra em situação migratória irregular em território nacional. C) a expulsão, que é medida administrativa de retirada compulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado. D) a extradição, que é a medida de cooperação internacional entre o Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de processo penal em curso. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Alternativa correta conforme letra de lei, conforme previsto no artigo 50 da Lei 13.445/2017, vejamos: Art. 50. A deportação é medida decorrente de procedimento administrativo que consiste na retirada compulsória de pessoa que se encontre em situação migratória irregular em território nacional. A alternativa A está errada pois a repatriação consiste em medida administrativa de devolução de pessoa impedida de entrar no país (art. 49 da Lei n. 13.445/2017). A Alternativa C está errada pois a expulsão (art. 54 da Lei n. 13.445/2017) consiste em medida administrativa de retirada compulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado, em razão da prática de determinados crimes. A Alternativa D está errada pois a extradição é a principal medida de cooperação internacional, por meio do qual um Estado solicita e obtém de outro a entrega de uma pessoa condenada ou suspeita pela prática de crime. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 26 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 39 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase Um brasileiro, casado com uma espanhola, faleceu durante uma viagem de negócios a Paris. O casal tinha dois filhos nascidos na Espanha e era domiciliado em Portugal. Ele deixou bens no Brasil. Assinale a opção que indica a lei que regulará a sucessão por morte. A) A brasileira. B) A espanhola. C) A francesa. D) A portuguesa. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. O art. 10 da LINDB estabelece que a sucessão por morte ou por ausência obedece a lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens, vejamos: Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. QUESTÃO 40 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase O veículo de serviço do Consulado de um Estado estrangeiro transgrediu as leis de trânsito brasileiras e causou avarias em uma viatura da Polícia Militar de Estado da Federação brasileira. A competência para processar e julgar uma eventual ação indenizatória é, originariamente, A) do Supremo Tribunal Federal. B) do Superior Tribunal de Justiça. C) da Justiça Federal de 1ª Instância. D) da Justiça Estadual de 1ª Instância. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. De acordo com o art. 102, I, "e", da CF/88, compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe processar e julgar litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território. Assim, como se tratar de litígio entre Estado Estrangeiro e um Estado da Federação (polícia militar), a competência é do Supremo Tribunal Federal. Esse conteúdo é exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização. Todos os direitos reservados. 27 Questões comentadas para OAB – Direito Internacional QUESTÃO 41 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase Em Londres, uma sociedade empresária chinesa contratou, com uma sociedade empresária alemã, a entrega de 20.000 toneladas de minério de ferro no Porto de Santos, São Paulo. Por problemas relacionados ao desembarque da mercadoria, a sociedade empresária chinesa resolveu demandar em face da alemã. De acordo com as normas de Direito Internacional Privado brasileiro, assinale a afirmativa correta. A) A competência para processar e julgar a demanda é exclusivamente da autoridade judiciária inglesa. B) A competência para processar e julgar a demanda é concorrentemente das autoridades judiciárias alemã e chinesa. C) A Justiça brasileira é concorrentemente competente para processar e julgar a demanda. D) A Justiça alemã é exclusivamente competente para processar e julgar a demanda. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Com base no enunciado é correto afirmar que a Justiça brasileira é concorrentemente competente para processar e julgar a demanda. De acordo com o art. 12 da LINDB, é competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. O art. 21, II, do CPC, por usa vez, estabelece que compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação. Desse modo, a Justiça brasileira competente para processar e julgar a demanda.
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