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Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
Sumário
Apresentação.......................................................................................................................................3
01 - Inteligência Intrapessoal.............................................................................................................4
02 - Testando a Inteligência Emocional............................................................................................8
03 - Inteligência Interpessoal...........................................................................................................20
Referências........................................................................................................................................27
2
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
Apresentação
Vamos ver se você entendeu sobre o Módulo 01 do curso. No módulo
anterior deste curso, você aprendeu sobre os aspectos mais gerais da
Inteligência Emocional. Neste ponto, você já compreende que o
desenvolvimento da Inteligência Emocional é favorável para todas as pessoas
e que cada indivíduo tem total capacidade de criar sua própria felicidade.
Você também já aprendeu que a Inteligência Emocional abrange as
inteligências intrapessoal e interpessoal, ou seja, a habilidade de gerenciar as
próprias emoções e também de lidar com as outras pessoas. Gerenciar as
próprias emoções significa prestar atenção às próprias necessidades,
exercitando o autoconhecimento e o autocuidado. Lidar com os sentimentos
dos outros significa ter o aprendizado da empatia, responsabilidade social e a
compreensão de que cada ser é único e possui um ponto de vista particular.
Nesta segunda parte, eu lhe conduzirei de forma mais profunda na
compreensão do seu eu interior e na reflexão sobre seu relacionamento com
os demais. O objetivo da minha abordagem será mostrar que, exercitando a
sua Inteligência Emocional, você poderá conectar-se melhor consigo mesmo,
prevenindo-se de problemas como estresse, depressão, ansiedades, entre
outros, e também poderá ter relacionamentos afetivos e profissionais bem
sucedidos. 
3
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
01 - Inteligência Intrapessoal
Figura 01: Representação do cérebro 
Fonte: banco de imagens gratuitas do canvas, 2020.
Gerenciar as próprias emoções é fundamental para que qualquer
pessoa possa encontrar estados mentais de paz e felicidade. Para alguns
autores, trata-se de dominar o próprio ser e controlar as emoções.
Defenderei aqui uma abordagem ligeiramente diferente que está
relacionada com o autoconhecimento e a aceitação. 
Aquele que deseja controlar as próprias emoções terá para si uma tarefa
penosa e que nunca terá fim. Conforme mencionado no módulo I desse
curso, as emoções acontecem naturalmente como uma reação às situações
experiênciadas e que acontecem todos os dias. Se tentarmos controlar cada
uma das nossas reações e dominar os nossos próprios pensamentos, seremos
dia e noite atormentados e provavelmente isso nos levará a estados de culpa,
pois seria impossível conseguir controlar a mente o tempo todo.
Minha abordagem envolve três processos:
1. Autoconhecimento;
4
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
2. Amor-próprio;
3. Transmutação.
Embora eu esteja utilizando aqui a palavra “processo” para indicar uma
série de etapas, esse processo exige pouco esforço e muita compreensão.
Não será necessário que o indivíduo sofra enormes privações ou precise
dedicar um esforço anormal para alcançar a inteligência intrapessoal.
Para atingir o maior grau de compreensão do seu próprio ser, você
precisa apenas cair em si mesmo. Exige-se pouca ação e mais reflexão. Cair
em si mesmo significa conseguir compreender as próprias necessidades,
conhecer a si mesmo, responsabilizar- se pelo seu próprio bem-estar,
descobrir o seu amor-próprio, livrar-se de toda e qualquer culpa ou padrão
de autopunição e, por fim, transmutar todos os padrões negativos em
positivos.
Em alguns círculos sociais, voltar-se para si mesmo pode ser
considerado como um comportamento egoísta, pois somos sempre muito
inclinados a cuidar das outras pessoas. Contudo, peço que você não se deixe
levar por esse tipo de pensamento, pois, na realidade, nós somos
inteiramente nossa responsabilidade e nosso eu deve ser a nossa prioridade.
O bem-estar que podemos proporcionar às outras pessoas é sempre
proporcional ao bem-estar que podemos oferecer a nós mesmos.
Aquele que não se conhece e não se ama terá muito pouco a oferecer
aos demais. Aquele que estabelece consigo mesmo uma atitude punitiva e
que maltrata o seu próprio eu com cobranças e críticas demasiadas
provavelmente reproduzirá esse padrão no relacionamento com os demais. O
incômodo com nosso próprio eu pode ser um indício de que não nos
sentimos autorrealizados ou não compreendemos a nossa missão de vida.
IMPORTANTE
 Em contraste, o autoconhecimento aliado à autorresponsabilidade nos
convida a tomarmos o próprio destino nas mãos e criarmos tudo que
queremos, seguindo a nossa missão e a nossa felicidade. Como
consequência, toda a beleza que criamos para nós acaba por transbordar
5
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
nos nossos relacionamentos afetivos e profissionais. 
Quando nós reconhecemos, nós aceitamos e mudamos o nosso padrão
mental em direção a atitudes mais positivas, e o equilíbrio torna-se parte
natural no nosso ser. Não precisamos nos esforçar permanentemente, pois a
transmutação da realidade significa o encontro com o seu ser verdadeiro,
aquele que não exige de nós qualquer esforço (OSHO, 2016).
Mesmo diante de adversidades e mudanças, tenderemos sempre a
despertar em nós padrões emocionais que não dos limitam, mas nos
empoderam. Conforme mencionei no módulo I, o mundo muda
constantemente e independentemente da nossa vontade. Pessoas entram e
saem de nossas vidas. Empregos e trabalhos nos desafiam de forma
constante. Sendo assim, não existe qualquer razão para assumirmos uma
atitude de resistência, pelo contrário, podemos ver todos os eventos diários
simplesmente como oportunidades. 
A autorresponsabilidade pode, muitas vezes, ser vista como difícil e
pesada, mas, na verdade, ela nos liberta da necessidade nociva dos outros
indivíduos. Devemos nos atentar para a importância de reconhecer a
própria força interior sem padrões de dependência. Obviamente, somos
todos interdependentes uns dos outros, pois habitamos a mesma sociedade
e os mesmos espaços e ninguém atende sozinhos todas as suas
necessidades. Porém, a dependência configura-se como a necessidade do
outro, especialmente necessidade emocional, e esta coloca o indivíduo na
posição de estar constantemente frustrado. 
Entre os sinais muito comuns de pessoas que não são emocionalmente
inteligentes podemos destacar:
• Egocentrismo
• Irritabilidade sem motivo relevante
• Dificuldades em controlar seus impulsos
6
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
• Estresse
• Depressão
• Ansiedade
• Dificuldade de manter relacionamentos ou conhecer pessoas novas e
indiferença com relação aos demais.
Se você reconheceu um ou vários desses sinais em si mesmo, não se
preocupe. A boa notícia é que tudo aquilo que envolve a nossa própria mente
e as nossas próprias emoções pode ser modificado por nós mesmos. Isso
significa que mesmo que você tenha se identificado com várias dessas
características, não deve se sentir mal, mas deve mudar a situação atual em
direção a comportamentos que sejam mais positivos. Aliás, uma das
características das pessoas que são emocionalmente inteligentes é sua
disposição para mudança.
7
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
02 - Testando a Inteligência Emocional
Figura 02: Representaçãode um teste 
Fonte: banco de imagens gratuitas do canvas, 2020.
Para que se tenha um melhor diagnóstico da sua atual situação em
relação à inteligência emocional, eu gostaria que você respondesse o teste
abaixo com total honestidade e já buscando refletir sobre todas as questões
contidas nele. 
8
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
Se a maior parte de suas respostas foram “nunca” ou “às vezes”, é
bastante provável que você tenha dificuldades em confiar em si mesmo ou
9
Teste adaptado do livro Caos Pacífico
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
até que não se sinta merecedor de amor e de uma vida feliz. Há também a
possibilidade de você não ter desenvolvido uma boa resiliência em relação
aos problemas, acabando por adotar uma postura de negatividade e
percebendo a vida como um local de provações e sofrimento.
Pessoas que tiveram todas ou grande parte das respostas como
“sempre” ou “muitas vezes”, provavelmente têm atitudes mais positivas em
relação à vida e uma autoestima bem desenvolvida. Possivelmente elas
confiam em si mesmas e trabalham para se manterem ativas e produtivas. 
 
FIQUE ATENTO
Nos dois casos, é preciso investigar se o excesso ou a falta de
positividade e autoestima são frutos da sua conexão com seu próprio ser ou
se você está sendo manipulado pelo ego a ponto de perceber a realidade de
forma forjada. Muitas vezes, pessoas que aparentam ser muito confiantes
desabam diante de qualquer resposta negativa do ambiente, pois sua
confiança não era real, mas um efeito do ego para esconder a baixa
autoestima do indivíduo. A forma relativamente segura de saber se seus
sentimentos são reais ou fictícios é saber se você se mantém em equilíbrio
frente às diversidades. 
O ambiente em que um indivíduo está inserido pode incentivar a paz ou
ativar diversos gatilhos mentais. Esses gatilhos estão relacionados ao que
dissemos sobre a educação que nos foi ensinada com relação ao que é certo
e errado, e também conecta-se com nossas crenças, ultura e traumas pessoas.
A gestão das emoções não significa que o indivíduo passará a ter apenas
emoções positivas. Nossas emoções são partes do nosso sistema e em si não
são positivas ou negativas. A Inteligência Emocional nos indica que podemos,
mesmo diante de emoções aparentemente negativas, reagir de forma
positiva, evitando desencadear pensamentos obsessivos e nocivos ao
indivíduo (CURY, 2007).
10
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
Também não tenho a pretensão de defender que o indivíduo deverá
passar a permitir que o ambiente em que está inserido lhe provoque
emoções que lhe causam dor e que ele deve apenas pensar positivo em
relação a elas. Na verdade, quando uma pessoa começa a nutrir profundo
apreço por ela mesma, é bastante comum que ela passe a se afastar de vários
tipos de situações e pessoas. Entretanto, sempre que isso não for possível, a
pessoa ainda assim poderá administrar os conflitos da melhor forma possível
caso desenvolva sua Inteligência Emocional.
Não existe, portanto, qualquer intenção de anular emoções “negativas”
em favor de emoções que são consideradas positivas, mas de recepcionar
igualmente todas as emoções e compreendê-las de modo que nossas
reações diante delas possam ser conscientes e não inconscientes e reativas.
Como mostramos através da parábola da árvore dos desejos, nós criamos as
nossas emoções e construímos o nosso próprio mundo. 
CURIOSIDADE
Você deve estar se questionando de que forma pode aumentar a sua
inteligência intrapessoal e promover o encontro com o seu eu interior, certo?
Ao longo do módulo I deste curso, deixei algumas pistas quanto a isso,
tais como fechar os olhos e olhar para dentro de si, conversar consigo
mesmo, questionar sobre sua própria felicidade e manter um diário.
Adicionalmente, gostaria de falar sobre o afastamento do ego como um
caminho fundamental para o encontro com o eu.
O ego nos engana sobre o nosso eu e isso impede que possamos nos
enxergar quando fechamos os nossos olhos. Ele nos compara com os demais
e nos impele à competição de querermos estar sempre certos sobre tudo,
não aceitando que as outras pessoas tenham perspectivas diferentes da nossa
(OSHO, 2016).
Podemos pensar no ego como sendo o nosso eu social. Ele é formado
através da nossa educação e convivência social. É a parte de nós que
racionaliza e que filtra o nosso agir, considerando não apenas os nossos
impulsos e desejos pessoais, mas também nos impelindo a seguir as regras
11
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
sociais de educação, cultura, religião, e etc. O ego não é, portanto, algo
nosso, mas uma soma de tudo aquilo que nos é ensinado pelas outras
pessoas (OSHO, 2016).
O fato do ego nos ter sido dado de fora para dentro não significa que ele
seja algo ruim. Existe uma face do ego que é bastante positiva e está
relacionada principalmente ao mundo do trabalho e da convivência social.
Desde crianças, somos ensinados a buscar ocupar o nosso próprio lugar no
mundo através do incentivo que os nossos cuidadores nos dão para
exercitarmos ou aprimorarmos determinadas atividades. Também é através
do ego que somos ensinados sobre o respeito e a estima que devemos dar
aos outros e a reciprocidade que devemos esperar dos demais. 
IMPORTANTE
 No entanto, em uma face um pouco menos positiva, o ego pode acabar
se tornando um empecilho para o encontro do indivíduo com ele mesmo.
Conforme mencionei no módulo I desse curso, nossa educação ocidental
direciona nossos olhos para fora e não nos incentiva a olhar dentro de nós
mesmos. Isso significa que muitos de nós não sabem o que se encontra por
debaixo da máscara do ego, no seu próprio eu.
Outro ponto negativo é que o ego frequentemente nos coloca em
posição de comparação com as outras pessoas. Como o ego não olha para
dentro, mas para fora, o indivíduo só consegue se compreender pela
comparação com os demais. Isso pode ser potencialmente danoso em dois
casos extremos: aquele em que o indivíduo se compara com os demais e se
coloca sempre na posição de superior, ou aquele em que na comparação
com os outros indivíduos sempre se sente na posição de inferioridade. Esses
casos podem levar ao egocentrismo e à baixa autoestima. 
FIQUE ATENTO
Cabe destacar aqui que o mesmo indivíduo que se sente na posição
superior frequentemente possui problemas de baixa autoestima disfarçada
de egocentrismo. Isso pode ser facilmente percebido quando o indivíduo
12
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
recebe uma negativa de outra pessoa ou uma crítica em relação ao seu
trabalho e se irrita, pois acha que aquela crítica é injusta e acredita que foi
rebaixado. Nesse caso, temos um exemplo de falsa autoestima. 
 
O que vamos focalizar a partir de agora é na verdadeira autoestima.
Ela advém do nosso eu interior e independe completamente do
julgamento alheio. Vamos olhar para dentro de nós, não para fora. Não
devemos nos comparar com os demais, pois dentro de nós não existe
qualquer outro com o qual podemos nos comparar. Isso faz com que
possamos perceber que cada indivíduo é absolutamente único e singular,
impossível de ser comparado (OSHO, 2016).
Também percebemos que somos os únicos capazes de julgarmos a nós
mesmos, pois o outro, aquele que nos julga do lado de fora, não conhece de
fato o nosso próprio ser. Isso nos conduz a uma atitude muito mais tolerante
em relação às críticas, especialmente àquelas que julgamos ser injustas, pois
compreendemos que aquele indivíduo nos critica por não conhecer o nosso
verdadeiro interior.
Também é bastante comum que, ao olharmos para o nosso interior,
passemos a assumir uma posição de autoconhecimento e de autovalorização.
No nosso eu verdadeiro, podemos apreciar o nosso sere todas as nossas
características, sejam elas consideradas qualidades ou defeitos. O ego quer
sempre ser melhor e por isso somos constantemente impelidos a
melhorarmos a nós mesmos. Porém, quando tentamos ser melhores,
tendemos a focalizar em tudo que está errado e que precisa de conserto. Nos
tornamos neuróticos em olhar nosso pior lado.
Quando olhamos para dentro, apenas interessados em compreender
quem somos, passamos a entender que todos os seres humanos são
constituídos de pontos fortes e pontos fracos. Não focamos naquilo que nos
é desfavorável, mas no conjunto geral que nos constitui.
Se quisermos, podemos conscientemente focar nos nossos pontos fortes,
utilizando tudo o que já aprendemos sobre como construir nossa própria
realidade. Isso nos ajudará a construir uma autêntica autovalorização que será
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Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
inabalável, mesmo diante das críticas externas. Obviamente, isso não fará com
que os nossos defeitos sejam apagados, porém, a próxima vez que
percebemos que falhamos em algo, podemos simplesmente consertar este
algo sem tomarmos qualquer posição de culpa ou sem que isso nos leve a
pensar que somos constituídos apenas por defeitos.
Aqui é muito importante considerar que a culpa que sentimos
geralmente está relacionada ao não atendimento das expectativas das outras
pessoas, justamente porque estamos olhando para fora e não para dentro.
Quando olhamos o nosso interior, sabemos que aquele defeito é apenas um
pequeno pedaço do nosso ser e que há muitos outros motivos para nos
valorizarmos. Ainda, percebemos que aquele pequeno ponto em que fomos
falhos ou criticados pode ser simplesmente aprimorado sem nenhuma culpa,
afinal, todos os indivíduos possuem seus próprios pontos fracos. Olhar para
dentro de si significa perceber que todas as pessoas são muito especiais.
CURIOSIDADE
Eu gostaria de lhe fazer uma pergunta: como você costuma tratar uma
pessoa muito especial para você? Agora me responda: será que você se trata
tão bem quanto trata essa pessoa? 
No módulo I do nosso curso, aprendemos que o nosso olhar para fora
nos torna extremamente dependentes das outras pessoas. Voltamos o nosso
cuidado e atenção para o outro e esperamos que o outro possa voltar o seu
cuidado e atenção para nós, o que nem sempre acontece. 
Eu gostaria de lhe fazer um convite que vai na direção oposta: comece
a cuidar de si mesmo e a se tratar maravilhosamente bem. Para lhe guiar
nessa nova perspectiva, apresentarei um trecho da Oração de São Francisco.
Ela não possui nenhum conteúdo religioso para este curso, mas possui um
valor humano muito importante pelo seu conteúdo, pois fala de como nos
relacionamos com os demais.
Resolvi recortar este pequeno trecho pois é uma oração conhecida pela
grande maioria de nós. O trecho diz o seguinte: “Onde houver ódio, que
eu leve o amor; (...) onde houver desespero, que eu leve a esperança;
14
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
onde houver tristeza, que eu leve alegria”. Percebemos que nesse trecho
há alguém com bastante vontade de ajudar e levar o bem às outras
pessoas, transformando estados emocionais negativos em positivos. Sem
dúvida, seria maravilhoso se todas as pessoas pudessem levar o espírito
desse trecho em suas vidas sociais todos os dias. 
Porém, o desafio que quero lhe fazer neste momento é para que
você utilize este mesmo espírito consigo mesmo. Que você olhe para
dentro de si sem ódio, sem culpa, sem mágoas, sem tristezas, sem se sentir
decepcionado consigo mesmo por tudo aquilo que fez errado. Ao
contrário, olhe para dentro de si com amor, com alegria, com esperança e
com todos os sentimentos positivos que nós costumamos oferecer para
todas as pessoas que consideramos especiais.
É disso que se trata o amor-próprio. Não faz nenhum sentido que nós
nos tratemos pior do que tratamos as outras pessoas porque ninguém é
melhor ou pior do que ninguém. Portanto, no mínimo, merecemos
tratamento semelhante. Cada um de nós é singular e especial à sua própria
maneira. 
Um outro texto desta mesma oração nos indica o seguinte: “fazei que
eu procure mais consolar que ser consolado, compreender que ser
compreendido, amar que ser amado, pois, é dando que se recebe” . Eu
gostaria de ressaltar mais uma vez que não estou analisando o valor religioso
desta oração. Você tem todo o direito de ter ou não qualquer religião. Mas
podemos extrair seu valor social para nos iluminar em relação ao fato de que
esta pequena passagem nos ensina a esperar menos das outras pessoas. Agir
sem criar expectativas de retorno. Isso é bastante útil para mantermos nossa
inteligência emocional equilibrada. 
CURIOSIDADE
Esperar o retorno das outras pessoas pode nos causar frustração,
enquanto a doação desinteressada depende apenas de nós mesmos. Agora
imagine se você conseguir ser tão generoso consigo mesmo quanto é para
15
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
com as demais pessoas, que incrível seria, você não acha? 
Me refiro à possibilidade que temos de compreendermos a nós mesmos,
sem esperar compreensão das outras pessoas. Amar a nós mesmos, ainda
que nenhuma outra pessoa nos ame. Doar-nos a nós mesmos. Cuidar da
nossa saúde e do nosso bem estar pelo nosso próprio bem.
Você deve estar se questionando nesse ponto qual o valor de todas
essas informações, como tudo isso se relaciona com inteligência intrapessoal,
e como lhe ajudará a resolver os seus problemas como depressão e
ansiedade, certo? Uma informação muito importante com relação a isso é que
eu quero que você perceba que o ego sempre vive no tempo passado ou no
tempo futuro, enquanto que o “eu” só consegue existir no presente (OSHO,
2016).
Todas as vezes que pensamos através do registro do ego, tendemos a
olhar para o passado nos culpando pelas nossas falhas e, em seguida,
olhamos para o futuro para planejar como podemos agir no sentido de
melhorar aquilo que fizemos de errado ontem. Por outro lado, o nosso eu
sempre existe apenas no momento presente. Nós não buscamos nos
conhecer, nos amar e nos encher de alegrias nem no passado e nem no
futuro, mas no agora. Me sinto feliz agora. Me amo neste momento.
Você já deve ter ouvido falar que a depressão está relacionada com o
excesso de passado, enquanto a ansiedade está relacionada ao excesso de
futuro. Esses estados emocionais nos indicam que o indivíduo tem dificuldade
de viver no presente e de estar completamente focado no agora. Como
consequência, o indivíduo que se sente deprimido ou ansioso coloca sua
atenção naquilo que o ego lhe solicita e não nas necessidades reais do seu
próprio ser (CURY, 2007).
A pessoa com depressão sofre porque no passado tomou determinadas
atitudes ou porque certas pessoas a magoaram. Às vezes, ela se sente triste
por ter sido boa e não ter recebido bondade em retorno. Nestes casos, ela
está focalizando sua energia na culpa e, muitas vezes, na culpa que nem é
dela mesma. Se este é o seu caso, eu gostaria que compreendesse que pode
sair deste estado emocional agora mesmo sem nenhum esforço. Como? Você
16
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
deve simplesmente cair no seu próprio ser e perceber que toda a culpa e
mágoa que carrega de si mesmo não tem qualquer sentido.
Se, ao invés de olhar para fora pensando em tudo que passou, você
fechar os olhos e olhar para dentro buscando compreender a si mesmo,
reconhecer as próprias qualidades e se amar no registro da aceitação e não
do julgamento e da crítica, seu estado depressivo perderá qualquer sentido.
É claro que temos aqui que salientar que a nossa mente tende a repetir
os nossos estados emocionais. Isso significa que mesmo que você, por um
momento, olhe para dentro de si e encontre extrema felicidade, seu estado
depressivo anterior tenderá a voltar na sua mente por diversas vezes. Ele é
uma espéciede vício da mente do qual você necessitará se desintoxicar. O
modo de afastar a tentação da mente é buscando voltar a sua atenção
sempre para o presente, onde é a morada do seu eu interior. 
Uma ferramenta importantíssima para se manter no presente é a
utilização de meditação. Talvez você já tenha tentado fazer alguma
meditação e não tenha conseguido alcançá-la totalmente. Eu lhe aconselho
a buscar as meditações guiadas ou dirigidas, pois elas nos ajudam a
focalizar melhor a nossa atenção. A meditação tem a capacidade de
modificar o nosso estado mental, trazendo mais equilíbrio e tranquilidade
mesmo em momentos de desarmonia ou irritação. 
Quando olhamos para dentro, afastamos de nós toda a distração que
estava relacionada às expectativas que criamos sobre as outras pessoas. Se
dedicamos o nosso amor para alguém e esse alguém não foi recíproco, tudo
bem, pois eu mesmo posso dedicar este mesmo amor para mim. Se alguém
tomou uma atitude que foi injusta do seu ponto de vista, quando você
exercita a sua inteligência emocional, percebe que aquele ser humano apenas
agiu de acordo com aquilo que lhe foi ensinado e que qualquer problema
que ele possa ter é um problema dele consigo mesmo e não com você.
Quando você se conhece e se ama verdadeiramente, as outras pessoas
não têm a menor capacidade de abalar a sua felicidade, a não ser
momentaneamente. As atitudes do outro podem nos entristecer, mas se o
nosso estado mental estiver direcionado para o amor-próprio e para a
17
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
autofelicidade, logo voltaremos a olhar para dentro de nós e perceberemos
toda beleza e abundância que está em nosso interior.
Novamente, quero ressaltar que o autoamor não indica que o indivíduo
não vai buscar o auto melhoramento, mas que ele faz isso pelo sentimento de
vontade de mudança e não como um autocrítica e auto-julgamento. Ele fará
isso sem sentimento de culpa e ansiedade.
A ansiedade é comumente caracterizada como o excesso de futuro. O
indivíduo não olha tanto para o ontem, mas está funcionando com olhos
sempre voltados para o amanhã ou para aquilo que ainda não realizou. O
grande problema é que, quando os nossos olhos estão direcionados para o
horizonte do futuro, nós esquecemos de valorizar o nosso presente e as
nossas conquistas. O indivíduo pode trabalhar muito e ser extremamente
bem-sucedido e, ainda assim, não conseguir parar por um momento para
apreciar os frutos do seu próprio esforço, pois estará sempre pensando no
próximo passo e no amanhã (CURY, 2007).
O oposto ocorre quando o indivíduo fecha os olhos, olha para
dentro de si e se interroga sobre as suas emoções, pois, nesse caso, ele
estará focalizando apenas no presente. Quando você estiver se sentindo
extremamente ansioso, tente parar por uns instante, fechar os olhos e se
questionar: como eu estou me sentindo hoje? Estou feliz? Minhas emoções
nesse momento são positivas e agradáveis? Se não são positivas, tenho de
fato uma razão real para me sentir dessa forma? Quando a nossa mente
está focalizada no agora, temos uma maior possibilidade de apreciar tudo
aquilo que já possuímos e podemos colocar o nosso estado mental fora do
registro da expectativa e dentro do registro da gratidão.
Obviamente, se quisermos, podemos focalizar em tudo que está
errado, pois segundo a parábola da árvore dos desejos, nós sempre
podemos criar o nosso próprio céu e o nosso próprio inferno. No entanto,
meu conselho é para que você olhe para dentro de si e reconheça tudo
aquilo que está certo e errado, mas que, no final das contas, possa focalizar
em tudo o que for positivo e agir para mudar tudo aquilo que está
negativo, sem qualquer culpa ou julgamento. Essa nova atitude tenderá a
nos deixar mais confortáveis conosco e a afastar as expectativas do futuro
que nos causam ansiedade. 
18
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
IMPORTANTE
Em síntese, uma inteligência intrapessoal equilibrada pode ser
compreendida como assumir atitudes e padrões mentais que nos direcionam
ao autoconhecimento, autocuidado e autoamor, e que são vividas no tempo
presente. Por outro lado, a baixa inteligência intrapessoal nos leva a padrões
mentais negativos que nos prendem ao passado ou ao futuro, nos
impedindo de viver em felicidade e gratidão. 
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Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
03 - Inteligência Interpessoal
A Inteligência Interpessoal é caracterizada como a capacidade de
lidar bem com as outras pessoas. Envolve aspectos como empatia, escuta
ativa e comunicação assertiva. Podemos facilmente reconhecer um
indivíduo que possui a inteligência interpessoal bem desenvolvida por sua
facilidade em se adaptar muito bem aos mais diversos ambiente e de se
relacionar bem com os demais, sendo essa capacidade também bastante
relacionada aos líderes (HOWARD, 1999).
Muitas pessoas relacionam a empatia com a capacidade de se
comover com a situação das outras pessoas. No entanto, esse tipo de
reação está mais comumente relacionada com a simpatia, a qual indica
nossa afinidade com as emoções das outras pessoas, até mesmo daquelas
que não conhecemos. Quando temos afinidade, tendemos a nos colocar
no lugar daquela pessoa e, portanto, expressamos nossas emoções em
relação àquela situação. 
FIQUE ATENTO
A empatia, por outro lado, pressupõe algo mais especial. Demonstrar
empatia significa que o indivíduo se coloca na situação de outra pessoa
como sendo ela mesma. Percebe a diferença? Na simpatia, por mais que eu
me comova com a situação do outro, olho e compreendo com as minhas
próprias visões e sentimentos. 
20
Figura 03: Representação de uma equipe de trabalho 
Fonte: banco de imagens gratuitas, Canvas, 2020.
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
Digamos que alguém tenha sido humilhado e eu aprendi na minha
educação que isto é completamente inaceitável. Olhar a situação da pessoa
humilhada provavelmente irá suscitar em mim sentimentos de revolta e
injustiça, ou emoção de ódio. Entretanto, o sujeito humilhado talvez possa se
sentir de forma completamente diferente. Talvez ele fique imobilizado,
perplexo, sem ação diante do ocorrido ou talvez sinta enorme sofrimento e
tristeza. 
Quando utilizamos a empatia, ou seja, quando olhamos a situação do
outro do ponto de vista dele, o mais provável é que sentiremos sensações
muito semelhantes às deste indivíduo, ou seja, sentimos como ele e não
como nós. Obviamente, no limite, a total empatia é impossível, pois jamais
seríamos capazes de compreender exatamente como outra pessoa sente ou
pensa. Contudo, ao nos colocarmos naquela situação, a partir daquele
ponto de vista, podemos nos aproximar dos sentimentos daquele indivíduo
de forma muito mais aproximada do que a simples simpatia nos possibilita. 
O que faz com que essa distinção seja fundamental é o fato de que,
muitas vezes, tendemos a esperar das pessoas determinadas reações ou
mesmo forçá-las a ter determinados comportamentos que são importantes
para o nosso próprio ser e não para aquela pessoa em particular. Quando
tomamos esse tipo de atitude, estamos forçando o outro indivíduo a ser
aquilo que nós esperamos dele e não lhe deixamos livre para ser ele mesmo.
Por mais que, às vezes, essa atitude possa ser fruto de um enorme amor
que sentimos por essa pessoa, desrespeitamos a sua individualidade ao
tentarmos forçá-la a enxergar o mundo a partir das nossas lentes particulares.
Quando buscamos ajudar um indivíduo respeitando sua singularidade, temos
de colocar em prática a nossa empatia e buscar alternativas e conselhos para
oferecer a esta pessoa a partir do seu próprio ponto de vista.
Esse aspecto também contribui para que o indivíduo que busca ajudar a
outro, ou apenas conviver com ele, não crie expectativas inadequadas sobre o
comportamento das outras pessoasatravés da desconsideração total de suas
21
Inteligência Emocional e Trabalho em Equipe
próprias vontades. De nada adianta querer colaborar de modo construtivo
com alguém se nossa opinião é completamente alheia às experiências do
indivíduo a quem se busca aconselhar e ajudar. Por essa razão, a empatia é
uma habilidade tão apreciada nos líderes. 
IMPORTANTE
Para estimularmos o desenvolvimento da nossa empatia, temos que
exercer a escuta ativa e a comunicação assertivamente. A escuta ativa
significa ouvir as outras pessoas com a máxima atenção, não buscando
responder aquilo que está sendo dito ou tentando ajudar prontamente. Ela
pressupõe que você esteja ouvindo o outro indivíduo simplesmente com a
intenção de lhe compreender. 
Pode ser que esta compreensão lhe ajude a oferecer um conselho ou
determinada ajuda, caso solicitado pela pessoa, mas a vontade do outro deve
ser ouvida e respeitada, pois talvez ele não esteja interessado em um
conselho e queira apenas desabafar. O indivíduo não deve ser coagido a
modificar o seu comportamento, a menos que ele demonstre vontade de
fazê-lo ou que você possa conduzi-lo a tal através da compreensão de sua
necessidade e não pela força da sua vontade particular.
Se desejar, você pode interrogar o indivíduo perguntando se ele
necessita de algo ou se gostaria que você emitisse algum tipo de opinião a
respeito da situação apresentada. Isso ajuda a não lhe criar expectativas em
relação à reação daquele indivíduo que desabafa com você, enquanto dá a
ele a oportunidade de pensar nas próprias soluções sendo apenas auxiliado
por você. Isso faz parte da comunicação assertiva, ou seja, da comunicação
que se baseia na interação em que ninguém busca estabelecer um ponto de
vista, mas apenas ouvir e comunicar a partir da escuta e da compreensão,
buscando estabelecer uma conexão no diálogo. 
A empatia é também fundamental nos relacionamentos amorosos e
familiares. Esse tipo de relacionamento ocorre através de um sistema de
reciprocidade em que o indivíduo, via de regra, oferece e espera
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sentimentos em relação às outras pessoas, o que nem sempre ocorre em
um ambiente organizacional. Neste caso, temos um grau de expectativa em
relação ao outro que pode criar a falsa ideia de que a reciprocidade se
caracteriza por dar e receber exatamente o mesmo tipo de afeto. 
Este pensamento ignora a singularidade de cada indivíduo e o fato de
que cada pessoa pode demonstrar sentimentos de formas completamente
diferentes. Isto não significa que o sistema da reciprocidade esteja sendo
ferido. O que pode estar acontecendo é simplesmente uma incompreensão
de alguma das partes quanto ao fato de que as demonstrações de afeto
podem se dar de diferentes formas.
Fazendo analogia com exemplo bastante simples, se uma pessoa lhe
oferta uma maçã, você poderá demonstrar a sua reciprocidade oferecendo
outra maçã, mas também pode oferecer uma banana. Isso não significa que a
reciprocidade e a expectativa do dar, receber e retribuir não foi atendida, mas
que cada indivíduo oferece ao outro exatamente o que tem. Sendo assim, o
indivíduo que só possui bananas não pode oferecer maçãs como gesto de
afeto.
Esta compreensão pode levar a duas reações completamente distintas. O
ser humano pode compreender que as pessoas são simplesmente diferentes
e se sentir grato por todas as formas de afeto, ou pode chegar à conclusão de
que a forma de afeto que aquela outra pessoa oferece simplesmente não
preenche suas necessidades e expectativas. De qualquer forma, é preciso
compreender que não existe intenção do outro ser humano de lhe
desapontar, mas cada pessoa sente e age de forma diferente.
Devemos compreender que as pessoas não são o seu comportamento,
mas que o comportamento dela reflete suas emoções e como esta pessoa foi
ensinada ou condicionada a reagir em determinadas situações. Ficaríamos
surpresos ao compreendermos através da empatia que são realmente raras as
situações em que os indivíduos, especialmente aqueles com quem temos
proximidade e afinidade, intencionam nos fazer qualquer tipo de mal.
A realidade mais comum é que os indivíduos sem qualquer intenção de
fazer o mal aos outros reagem de forma negativa, pois não são ensinados ou
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habituados a lidar com os próprios sentimentos. Ainda, qualquer pessoa que
não seja um capaz de lidar consigo mesmo possivelmente terá problemas de
se relacionar também os outros indivíduos. 
Descortina-se, desse modo, a possibilidade de que o problema de um
determinado indivíduo não seja com você, mas derive da falta de
autoconhecimento dele consigo mesmo. A baixa inteligência emocional
pode levar o indivíduo a situações que são realmente destrutivas para sua
vida, além de ocasionar problemas mentais e físicos. 
No ambiente de trabalho, as relações interpessoais também nos
desafiam constantemente, pois na organização, diferentes visões de mundo
irão se encontrar e interagir e será necessário compreender e respeitar o
mundo de todos os indivíduos. Este é um desafio ainda maior para aqueles
que mantêm cargos de liderança e precisam exercer a função de manter a
coesão entre pessoas e grupos muito diferentes. Por isso, a inteligência
emocional é bastante desejável para todos os líderes. 
Um líder emocionalmente inteligente consegue extrair o melhor das
pessoas, reconhecendo suas fraquezas e virtudes e utilizando-as para o
melhor benefício da equipe. Quando um líder é reconhecido por sua equipe
pela sua empatia, ele também acaba por inspirar outras pessoas como um
exemplo. Obviamente, para se tornar líder com empatia, é preciso, antes de
mais nada, lidar muito bem com as próprias emoções; por isso, a inteligência
intrapessoal foi apresentada primeiro.
Um líder que possui uma boa inteligência intrapessoal e interpessoal será
capaz de reconhecer a singularidade de todos os seres humanos sem se
colocar em qualquer posição de superioridade. Embora ele esteja ocupando
uma função hierarquicamente acima de seus subordinados, ele sabe que são
iguais enquanto seres humanos. Por isso, trata a todos com enorme respeito
e compreensão.
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Por outro lado, aquele que não consegue reconhecer a si mesmo e
apenas valoriza as conquistas exteriores, provavelmente não valorizará seus
subordinados pelo que são, mas apenas pelos bons resultados que podem
alcançar. Obviamente, os resultados são essenciais em qualquer organização,
mas é preciso reconhecer que o resultado é a somatória do trabalho com o
clima na organização, a qualidade de vida no trabalho e outros quesitos que
talvez um indivíduo possa estar contribuindo, ainda que, do ponto de vista da
produção, ele não esteja conseguindo dar seus melhores resultados. 
IMPORTANTE
Eu gostaria que você prestasse bastante atenção nesse ponto: o mundo
exterior, aquele que olhamos enquanto estamos com os olhos abertos, é um
mundo limitado e, conforme expliquei antes, restringe nossas ações a todo
momento. Por outro lado, nosso mundo interior, aquele que observamos
enquanto fechamos os olhos, é ilimitado e completamente acessível,
dependendo exclusivamente da nossa própria vontade. Sendo assim, em
qual desses mundos você imagina que um ser humano pode se sentir mais
confortável e emocionalmente seguro? No mundo exterior - em que ele é, a
todo momento, limitado em suas ações - ou no mundo interior - onde ele
está absolutamente sobre o seu próprio domínio? 
O mundo exterior não atende às nossas vontades, pois não podemos
modificá-lo ao nosso prazer. Contudo, de certo modo, podemos sim mudar a
realidade - pelo menos aquela que olhamos com a nossa perspectiva -
estando sempre conscientes de que esta será sempre a nossa visão particular
da realidade e não a realidade em si.Trata-se de adaptar a nossa perspectiva
sobre a realidade, sem tentar impor esta mesma visão aos demais ou cair na
ilusão de que nossa visão é a correta e verdadeira, desmerecendo todas as
outras perspectivas. 
IMPORTANTE
 Quanto a isto, gostaria que você prestasse atenção em uma história
que reflete exatamente como cada pessoa pode criar o seu próprio paraíso e
também o seu próprio inferno interior. Conscientes disso, podemos
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adicionar prazer e felicidade em nossas vidas, ou, quando não estamos em
alerta sobre isso, podemos ficar a mercê de todo tipo de acontecimento
aleatório e fruto de medos e padrões negativos. 
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Referências
CURY, Augusto. Treinando a emoção para ser feliz: nunca a auto
estima foi tão cultivada no solo da vida. São Paulo: Editora Planeta
do Brasil, 2007.
Gardner, Howard. Inteligência um conceito reformulado. Editora
Objetiva, 1999.
Ratcheva, Vesselina, Till Alexander Leopold, and Saa Zahidi. Jobs of
tomorrow: mapping opportunity in the new economy. World
Economic Forum, Geneva, Switzerland, 2020.
Osho. Confiança. Editora Pensamento Cultrix. 2016
FRANCO, Maria da Glória Salazar d'Eça Costa and SANTOS, Natalie
Nobrega. Desenvolvimento da Compreensão Emocional. Psic.: Teor. e
Pesq. [online]. 2015, vol.31, n.3 [cited 2020-09-18], pp.339-348.
Available from: ISSN 1806-3446.
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https://www.scielo.br/j/ptp/a/z46nh6ghBCgJMsPSHWtVgpJ/?lang=pt
	Apresentação
	01 - Inteligência Intrapessoal
	02 - Testando a Inteligência Emocional
	03 - Inteligência Interpessoal
	Referências

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