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ELEMENTOS DE PROJETO INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS INTRODUÇÃO A elaboração do projeto elétrico de uma instalação industrial deve ser precedida do conhecimento dos dados relativos às condições de suprimento e das características funcionais da indústria em geral. Normalmente, o projetista recebe do interessado um conjunto de plantas da indústria, contendo, no mínimo, os seguintes detalhes: Planta de situação (localização); Planta baixa de arquitetura do prédio; Planta baixa do arranjo das máquinas (layout); Plantas de detalhes (conter todas as particularidades do projeto de arquitetura que venham a contribuir na definição do projeto elétrico); INTRODUÇÃO Qualquer projeto elétrico de instalação industrial deve considerar os seguintes aspectos: ▪ Flexibilidade - capacidade de admitir mudanças na localização das máquinas e equipamentos sem comprometer seriamente as instalações existentes; ▪ Acessibilidade - facilidade de acesso a todas as máquinas e equipamentos de manobra; ▪ Confiabilidade - propicie o maior nível de disponibilidade dos equipamentos de produção (indisponibilidade resulta em perdas na produção); ▪ Continuidade - projeto deve ser desenvolvido de forma que a instalação tenha o mínimo de interrupção total ou em qualquer um de seus circuitos. NORMAS RECOMENDADAS Todo e qualquer projeto deve ser elaborado com base em documentos normativos que, no Brasil, são de responsabilidade da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT); Cabe, também, seguir as normas particulares das distribuidoras que fazem o suprimento de energia elétrica da área onde se acha localizada a indústria. Estas normas não colidem com as normas da ABNT, porém indicam ao projetista as condições mínimas exigidas para que se efetue o fornecimento de energia à indústria, dentro das particularidades inerentes ao sistema elétrico de cada distribuidora. NORMAS RECOMENDADAS As normas que devem ser mais utilizadas nos projetos de instalações elétricas industriais são: ▪ NBR 5410 Instalações elétricas de baixa tensão; ▪ NBR 14039 Instalações elétricas de média tensão de 1 a 36 kV; ▪ NBR 5413 Iluminação de interiores; ▪ NBR 5419 Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Quando da falta das normas brasileiras relativas às especificações dos materiais e equipamentos utilizar as normas técnicas internacionais IEC (International Electrotechnical Commission). DADOS PARA A ELABORAÇÃO DO PROJETO Além das plantas anteriormente mencionadas, deve conhecer os seguintes dados: Qualidade de Energia (Modulo 8 – PRODIST) Potência de Curto-Circuito Obs.: Na disciplina de Distribuição de Energia Elétrica, a Qualidade de Energia Elétrica é amplamente abordado. DADOS PARA A ELABORAÇÃO DO PROJETO FATORES DE PROJETO Na elaboração de projetos elétricos, é necessária a aplicação de alguns fatores, denominados fatores de projeto, visando à economicidade do empreendimento. Tais como: ▪ Fator de demanda; ▪ Fator de carga; ▪ Fator de perda; ▪ Fator de simultaneidade; ▪ Fator de utilização; FATOR DE DEMANDA É a relação entre a demanda máxima do sistema e a carga total conectada a ele, durante um intervalo de tempo considerado. Para um projeto industrial com carga instalada de 1.500 kW, cuja curva de demanda está indicada na figura ao lado. Pode-se determinar o fator de demanda no valor de: FATOR DE CARGA É a razão entre a demanda média, durante um determinado intervalo de tempo, e a demanda máxima registrada no mesmo período. • O fator de carga mede o grau no qual a demanda máxima foi mantida durante o intervalo de tempo considerado; ou ainda, mostra se a energia está sendo utilizada de forma racional por parte de uma determinada instalação. • Manter um elevado fator de carga no sistema significa obter os seguintes benefícios: ✓ Otimização dos investimentos da instalação elétrica; ✓ Aproveitamento racional da energia consumida pela instalação; ✓ Redução do valor da demanda pico. FATOR DE CARGA ▪ A curva de carga ao lado pode representar que o fator de carga da instalação está baixo. ▪ Para melhorar o fator de carga, algumas concessionárias fornecedoras de energia elétrica oferecem tarifas mais baixas nas horas de off-peak (fora do período de ponta da carga); FATOR DE CARGA Alguns procedimentos que podem melhorar o fator de carga: Controle automático da demanda: consiste em segregar certas cargas ou setores definidos da indústria e alimentá-los através de circuitos expressos comandados por disjuntores controlados por um dispositivo sensor de demanda, regulado para operar no desligamento dessas referidas cargas toda vez que a demanda atingir o valor máximo predeterminado. Nem todas as cargas se prestam para atingir esse objetivo, pois não se recomenda que o processo produtivo seja afetado. Pelas características próprias, as cargas mais comumente selecionadas são: • sistema de ar condicionado; • estufas; • fornos de alta temperatura; • câmaras frigoríficas; FATOR DE CARGA Reprogramação (deslocamento) da operação das cargas: Consiste em estabelecer horários de operação de certas máquinas de grande porte ou mesmo certos setores de produção ou, ainda, redistribuir o funcionamento destas cargas em períodos de menor consumo de energia elétrica. Essas providências podem ser impossíveis para determinadas indústrias, como aquelas que operam com fatores de carga elevados – tal como a indústria de cimento –, porém perfeitamente factíveis para outros tipos de plantas industriais. O controle automático da demanda e a reprogramação da operação de cargas são práticas já bastante conhecidas das indústrias, desde o início da implantação das tarifas especiais como a horossazonal (tarifa verde). FATOR DE UTILIZAÇÃO ▪ É o fator pelo qual deve ser multiplicada a potência nominal do aparelho para se obter a potência média absorvida por ele, nas condições de utilização. ▪ Na falta de dados mais precisos, pode ser adotado um fator de utilização igual a 0,75 para motores, enquanto, para aparelhos de iluminação, ar condicionado e aquecimento, o fator de utilização deve ser unitário. DETERMINAÇÃO DE DEMANDA DE POTÊNCIA ▪ A demanda total será o somatório de todas as demandas individuais (ou grupos de cargas), tais como iluminação, tomadas, motores, quadro de distribuição, etc.; ▪ Lembre-se que os motores devem ser multiplicados pelo fator de utilização; DETERMINAÇÃO DE DEMANDA DE POTÊNCIA ▪ Para determinar a demanda de uma instalação o ideal seria obter a curva de carga no intervalo de 1 (um) ano. No entanto, em novas instalações o projetista não teria acesso a esses dados. Então, deve-se prosseguir o cálculo da demanda igual ao item anterior; ▪ Para se determinar a curva de carga de uma instalação em operação é necessário utilizar- se dos diversos equipamentos disponíveis para essa finalidade. Um dos equipamentos muito utilizados e de tradição no mercado é o SAGA 4000 (medidor de energia elétrica), mostrado na figura ao lado. DETERMINAÇÃO DE DEMANDA DE POTÊNCIA A figura abaixo representa, genericamente, uma curva de carga de uma instalação industrial em regime de funcionamento de 24 horas medida por um equipamento de medição. DETERMINAÇÃO DE DEMANDA DE POTÊNCIA ▪ O cálculo da demanda de iluminação (carga mínima) e tomadas de uso geral (TUG) pode ser calculado conforme critério de Instalações de Baixa Tensão; ▪ Segundo os padrões normativos da Neoenergia (Fornecimento de Energia Elétrica em Média Tensão de Distribuição à Edificação Individual), tem-se: 4.31.1 O cálculo da demanda prevista para a instalação e o cronograma provável da projeção da demanda para um horizonte de pelo menos 5 (cinco) anos devem ser elaborados pelo interessado com base no ciclo de trabalho da unidade consumidora e deve constar do projeto submetido a análise da Distribuidora. 4.31.2 Após o período experimental, caso o clientedeseje alterar a demanda contratada, o novo cálculo da demanda e o ajuste da proteção das instalações particulares deve ser apresentado para possibilitar que a Distribuidora possa redimensionar seu sistema supridor. TENSÃO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA Obs.: Na disciplina de Distribuição de Energia Elétrica, a modalidade tarifária é amplamente abordado. TENSÃO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA Obs.: Na disciplina de Distribuição de Energia Elétrica, a modalidade tarifária é amplamente abordado. TENSÃO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA Obs.: Na disciplina de Distribuição de Energia Elétrica, a modalidade tarifária é amplamente abordado. TENSÃO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA Obs.: Na disciplina de Distribuição de Energia Elétrica, a modalidade tarifária é amplamente abordado. MODALIDADE TARIFÁRIAS (MERCADO REGULADO) Grupo A (Demanda + Energia): • Horária Azul: tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica e de demanda de potência, de acordo com as horas de utilização do dia (postos tarifários). Disponibilizada para todos os subgrupos do grupo A; • Horária Verde: tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica, de acordo com as horas de utilização do dia (postos tarifários), e de uma única tarifa de demanda de potência. Disponível para os subgrupos A3a, A4 e AS. Grupo B (Energia): • Convencional Monômia: tarifa única de consumo de energia elétrica, independentemente das horas de utilização do dia; • Horária Branca: tarifa diferenciada de consumo de energia elétrica, de acordo com as horas de utilização do dia (postos tarifários). Não está disponível para o subgrupo B4 e para a subclasse Baixa Renda do subgrupo B1. Obs.: Na disciplina de Distribuição de Energia Elétrica, a modalidade tarifária é amplamente abordado. MODALIDADE TARIFÁRIAS (MERCADO REGULADO) Obs.: Na disciplina de Distribuição de Energia Elétrica, a modalidade tarifária é amplamente abordado. Obs.: Na disciplina de Distribuição de Energia Elétrica, a modalidade tarifária é amplamente abordado. MODALIDADE TARIFÁRIAS (MERCADO REGULADO) MODALIDADE TARIFÁRIAS Obs.: Na disciplina de Distribuição de Energia Elétrica, a modalidade tarifária é amplamente abordado. MODALIDADE TARIFÁRIAS Tarifa Branca – Neoenergia – Ago./2023 (Grupo B) Fonte: Microsoft Power BI https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiMTEzZDgyMzctNGQzZS00MTVkLTg3M2UtOGMwNjBjMzM2MGVmIiwidCI6IjQwZDZmOWI4LWVjYTctNDZhMi05MmQ0LWVhNGU5YzAxNzBlMSIsImMiOjR9 LIBERAÇÃO PARA CONSTRUÇÃO Segundo os padrões normativos da Neoenergia (Fornecimento de Energia Elétrica em Média Tensão de Distribuição à Edificação Individual), tem-se: 1. Memorial Descritivo onde devem constar todas as principais características do projeto. 2. Memorial de cálculo da demanda. 3. Projeto e cálculo da malha de terra se a demanda máxima superar 1 MVA. 4. Planta de situação, contendo dados referentes à localização em relação à rede elétrica da Distribuidora. 5. Indicação de vias de acesso, acidentes geográficos, localidades próximas e norte geográfico. LIBERAÇÃO PARA CONSTRUÇÃO 6. Planta de situação da subestação dentro do imóvel. 7. Planta da entrada de serviço ou de redes elétricas, com detalhes necessários à compreensão. 8. Plantas detalhadas da medição e proteção geral com no mínimo três cortes. 9. Corte transversal e longitudinal da subestação com visualização de todos os equipamentos. 10. Diagrama unifilar desde a interligação com a rede da Distribuidora até os transformadores da subestação. 11. Carteira de registro (ou visto) no CREA Regional, do profissional responsável pelo projeto. 12. Anotação de Responsabilidade Técnica pela autoria do projeto. LIBERAÇÃO PARA CONSTRUÇÃO 13. Documentos relativos à outorga de água em caso de existência de irrigação. 14. Liberação do Órgão de Recursos Ambientais em casos de atividades consideradas poluentes. 15. Certificado de Licença Ambiental emitido pelo órgão estadual competente, quando a edificação estiver situada em área de proteção ambiental ou a legislação exigir. 16. Autorização do IBAMA em caso de obras com atividades de supressão vegetal. 17. Termo de Utilização de Grupo Gerador - Responsável por acidentes causados pela geração própria. 18. Cronograma de ligação da subestação e escalonamento de cargas. 19. Graduação dos equipamentos de proteção que fazem interface com a rede da Distribuidora. MEMORIAL DESCRITIVO Segundo os padrões normativos da Neoenergia (Fornecimento de Energia Elétrica em Média Tensão de Distribuição à Edificação Individual), o Memorial descritivo deve ser composto das seguintes informações: 1. Nome do empreendimento, endereço, e atividade a ser desenvolvida; 2. Descrição básica da entrada de serviço; 3. Descrição dos principais equipamentos de operação e proteção; 4. Sugestão da localização do ponto de entrega de energia pela Distribuidora; 5. Características das estruturas e dos condutores do ramal de ligação; MEMORIAL DESCRITIVO 6. Características do sistema de geração para emergências se houver; 7. Descrição detalhada da medição e proteção geral de MT; 8. Proteção contra curto-circuito 9. Precauções aplicáveis em face das influências externas; 10. Os princípios funcionais dos dispositivos de proteção, destinados à segurança das pessoas; 11. Descrição da compatibilidade dos dispositivos de proteção com a instalação elétrica. LIGAÇÃO DA UNIDADE CONSUMIDORA Para obter a ligação da unidade consumidora ao sistema elétrico da Distribuidora, o interessado deve formalizar, através de carta, o seu pedido de ligação com as seguintes informações: 1. Tipo da ligação; 2. Tipo de subestação (simplificada ou plena); 3. Razão Social da empresa e endereço completo onde será instalada a subestação; 4. Demanda a ser contratada em kW; 5. Tipo de tarifa proposta (Tarifa Convencional, Tarifa Verde ou Tarifa Azul); 6. Quantidade e potência individual dos transformadores em kVA; 7. Regime de trabalho (dias da semana e horário); 8. Natureza da atividade desenvolvida (indústria, comércio ou serviços); 9. Definir contato, representantes legais; testemunhas; endereço, e-mail, telefones, etc.; 10. Definir responsável pelo pagamento das faturas (matriz ou filial): Razão Social; CNPJ e Endereço; 11. Prazo estimado de duração para o caso de fornecimento provisório. Slide 1: ELEMENTOS DE PROJETO Slide 2: Introdução Slide 3: Introdução Slide 4: Normas Recomendadas Slide 5: Normas Recomendadas Slide 6: Dados para a Elaboração do Projeto Slide 7: Dados para a Elaboração do Projeto Slide 8: Fatores de Projeto Slide 9: Fator de Demanda Slide 10: Fator de Carga Slide 11: Fator de Carga Slide 12: Fator de Carga Slide 13: Fator de Carga Slide 14: Fator de Utilização Slide 15: Determinação de Demanda de Potência Slide 16: Determinação de Demanda de Potência Slide 17: Determinação de Demanda de Potência Slide 18: Determinação de Demanda de Potência Slide 19: Tensão de Fornecimento de Energia Slide 20: Tensão de Fornecimento de Energia Slide 21: Tensão de Fornecimento de Energia Slide 22: Tensão de Fornecimento de Energia Slide 23: Modalidade Tarifárias (MERCADO REGULADO) Slide 24: Modalidade Tarifárias (MERCADO REGULADO) Slide 25 Slide 26: Modalidade Tarifárias Slide 27: Modalidade Tarifárias Slide 28: Liberação para Construção Slide 29: Liberação para Construção Slide 30: Liberação para Construção Slide 31: Memorial Descritivo Slide 32: Memorial Descritivo Slide 33: Ligação da Unidade Consumidora
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