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Economia, Trabalho e Crise a partir dos anos 1930 no Brasil

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28/09/2023, 15:13 Economia, Trabalho e Crise a partir dos anos 1930 no Brasil
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03470/index.html# 1/56
Economia, Trabalho e Crise a partir dos anos
1930 no Brasil
Prof. Daniel Pinha
Descrição
O papel dos modelos econômicos adotados no Brasil, a partir dos anos
de 1930, e seus impactos no país e nos brasileiros.
Propósito
Compreender o modo como os trabalhadores são impactados pelos
modelos econômicos, e sua adoção política, é fundamental para
entender as relações de trabalho no Brasil.
Objetivos
Módulo 1
A industrialização em perspectiva
histórica
Identificar o modelo econômico nacional desenvolvimentista
implementado no Brasil da década de 1950.
28/09/2023, 15:13 Economia, Trabalho e Crise a partir dos anos 1930 no Brasil
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03470/index.html# 2/56
Módulo 2
Do milagre ao neoliberalismo
Relacionar a crise econômica no Brasil da década de 1980 com a
adoção de políticas econômicas de orientação neoliberal.
Módulo 3
Crise da dívida externa na década
de 1980 e a emergência do
neoliberalismo
Reconhecer as características da economia neoliberal no Brasil.
Introdução
Para entendermos as características da economia brasileira entre
as décadas de 1930 e 1950, é preciso compreender,
primeiramente, que foram anos de mudança no eixo dinâmico do
processo de acumulação econômica no Brasil: o país tornou-se
urbano e industrial, deixando de ser apenas agrário, exportador
centrado no café, como era durante a chamada Primeira
República (1890-1930).
Entre 1930 e 1954, na Era Vargas, procurou-se estabelecer as
determinações internas do processo de industrialização, com a
implantação pelo Estado do setor industrial de bens de produção
e tendo como base desse modelo a legislação sindical e
trabalhista.
Por outro lado, esse modelo de desenvolvimento econômico
atendia aos interesses dos setores agroexportadores, já que o

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Estado realizava investimentos que os beneficiava, tais como em
obras de construção e ampliação da rede de transportes, vias de
acesso e comunicação. Além disso, politicamente, o Estado
garantia a manutenção da estrutura fundiária e das relações de
produção no campo. Essa política trazia, como desdobramento, o
crescimento das cidades em função do fluxo migratório.
Nesse contexto, a palavra de ordem é desenvolvimento, tornando-
se sinônimo de crescimento industrial. A conjuntura internacional
adversa dificulta o ingresso de investimentos externos e reforça a
opção nacionalista, baseada na acumulação interna e na ação do
Estado. A crise decorrente do modelo, a estagnação da década
de 1980, e o modelo internacional em 1990 levam a um novo
modelo de solução, como o neoliberalismo.
1 - A industrialização em perspectiva histórica
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car o modelo econômico
nacional desenvolvimentista implementado no Brasil da década de 1950.
Nacionalismo e petróleo
A questão do petróleo
Entre 1938 e 1948, a questão do petróleo foi motivo de diversas
controvérsias, com três posições contrapostas.
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A campanha do
petróleo possibilitou
uma aglutinação sem
precedentes dos mais
distintos tipos de
pensamento político,
frações sociais e
associações
pro�ssionais,
produzindo uma linha
de clivagem inédita no
contexto da Guerra fria
e da repressão política.
Transversal às
estruturas sociais e
políticas da sociedade
brasileira, o petróleo
foi um tema típico do
nacionalismo
econômico.
(MOURA, 1986, p. 90)
Nacionalismo estatizante
Defendia o controle governamental, com a criação de uma empresa
estatal monopolista. Esse modelo nacionalista estatizante tinha como
pressuposto o alto valor estratégico do petróleo na economia e nas
questões militares. Temia, em particular, a ação das poderosas
companhias internacionais, sobretudo as norte-americanas e as
inglesas – Shell, Exxon, Texaco, British Petroleum.
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Nacionalismo liberal
Esse modelo compartilhava, com o nacionalismo estatizante, os
mesmos temores e a mesma concepção sobre o valor estratégico do
petróleo. No entanto, desconfiava da capacidade de gestão do Estado e
propunha uma empresa privada brasileira.
Visão cosmopolita
Esse modelo considerava que o mais importante era pesquisar,
encontrar petróleo, e produzir energia para a indústria. Nesse sentido,
eles tinham uma visão pragmática, visando alcançar um meio mais
eficaz de produção. Seus adversários os acusavam de “entreguistas”,
termo pejorativo para indicar que assim estariam “entregando as
riquezas nacionais” às empresas estrangeiras. Os cosmopolitas, por sua
vez, acusavam os nacionalistas estatizantes de comunistas.
Argumentavam que o capital estrangeiro daria contribuição técnica e
financeira fundamental.
O debate chegou às ruas em 1948, com a proposta de um estatuto,
elaborado pelo governo Dutra.
Sob o lema O petróleo é nosso!, foram organizados inúmeros
comitês pelo país afora.
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Sob pressão popular e com um Congresso dividido, o projeto do
estatuto foi arquivado.
A campanha voltou à tona quando Vargas, ao assumir o governo em
1951, propôs a criação de uma empresa de petróleo, com capitais
privados e estatais, com possibilidade de aporte de capital estrangeiro.
O partido do presidente, o PTB, rejeitou a proposta, apresentando outra
fórmula, que estabelecia o rígido monopólio estatal, vedando a
participação estrangeira. A UDN, partido liberal, e intensamente
antivarguista, assumiu a defesa do monopólio estatal. Diante da
situação, Vargas retirou o projeto original, sugerindo a criação de uma
empresa estatal.
Em 3 de outubro de 1953, depois de sete anos de luta e de intensa
mobilização popular, nasceu a Petróleo Brasileiro S. A. – uma empresa
de economia mista, mas de controle nacional e participação da União. A
Petrobras é encarregada de extrair e explorar as diferentes etapas da
indústria petrolífera, excetuando-se a distribuição.
Pensamento econômico
desenvolvimentista
Cepal e ISEB
O desenvolvimentismo, isto é, um projeto de industrialização planejado e
apoiado pelo Estado, figurou no centro do debate sobre a questão da
soberania nacional brasileira no pós-guerra (1945). A Comissão
Econômica para a América Latina (Cepal), nesse momento histórico, foi
o principal local de articulação e elaboração de um instrumental teórico
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e prático para o desenvolvimento dos países considerados periféricos,
de economias subdesenvolvidas como a brasileira.
Saiba mais
A Cepal foi criada em 25 de fevereiro de 1948, pelo Conselho Econômico
e Social das Nações Unidas (ECOSOC), e tem sua sede em Santiago,
Chile. Foi criada para monitorar as políticas direcionadas à promoção do
desenvolvimento econômico da região latino-americana, assessorar as
ações encaminhadas para sua promoção e contribuir para reforçar as
relações econômicas dos países da área, tanto entre si como com as
demais nações do mundo. Posteriormente, seu trabalho ampliou-se para
os países do Caribe e incorporou o objetivo de promover o
desenvolvimento social e sustentável.
Os cepalinos argumentavam que o subdesenvolvimento era produzido a
partir de uma relação desigual de troca entre países centrais e países
periféricos. Uma relação em que o estímulopara a economia vinha de
fora do país e não se conseguia acumular capital internamente. Dessa
maneira, a especialização em produtos primários exportadores retirava
desses países a capacidade de negociar no comércio internacional. E,
mais grave, formava no país uma sociedade e uma economia partidas
entre o setor vinculado à demanda externa – moderno e adiantado – e
um setor marginalizado, atrasado.
Inauguração do Instituto Superior de Estudos Brasileiros
O Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) foi, também, um
importante espaço para elaboração das perspectivas de
desenvolvimento oferecidas no período. O ISEB foi incumbido de
elaborar uma ideologia desenvolvimentista de cunho nacionalista. Para
Caio Navarro de Toledo, o ISEB se apresentou como uma verdadeira
fábrica de ideologias, cumprindo o papel de delinear o projeto nacional
de desenvolvimento.
Uma construção ideológica que, por meio da ação planejadora do
Estado e de uma frente política de aliança de classes, nortearia o
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desenvolvimento proposto para a superação do “atraso” que marcava a
realidade brasileira.
O Iseb foi criado pelo
Decreto nº 37.608 de
14 de julho de 1955,
ainda na gestão
transitória de Café
Filho à frente da
presidência da
República, como órgão
do Ministério da
Educação e Cultura. Foi
criado por um grupo de
intelectuais egressos do
Grupo de Itatiaia que
tinha como objetivos o
estudo, o ensino e a
divulgação das ciências
sociais, cujos dados e
categorias seriam
aplicados à análise e à
compreensão crítica da
realidade brasileira e
deveriam permitir o
incentivo e a promoção
do desenvolvimento
nacional.
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(ABREU, s.d.)
Apesar das marcantes divergências entre os teóricos desse instituto,
alguns pontos são considerados chaves na elaboração da ideia de
desenvolvimento proposta pelo ISEB.
A defesa de uma perspectiva dualista existente na configuração da
sociedade brasileira:
Um grupo ligado à agroexportação, entendido como arcaico,
tradicional, e relacionado ao imobilismo social.
Outro grupo ligado aos setores urbanos, verdadeiramente
dinâmicos do país, que representavam a “burguesia industrial”,
entendido pelos isebianos como o principal agente das
transformações, “vanguarda” da “revolução” propugnada para o
país.
Assim, o estímulo aos setores urbanos seria o caminho a ser percorrido
para a superação do subdesenvolvimento. Aqui o ISEB, sem formular
uma análise propriamente econômica como feita pela Comissão
Econômica para a América Latina (Cepal), acabava por compartilhar o
diagnóstico feito pelos economistas cepalinos para explicar as razões
do subdesenvolvimento.
Segundo Mendonça (2003), a contradição básica a ser superada, para
os teóricos isebianos, estava caracterizada na relação entre a nação e a
antinação, o que permitia envolver todos os setores sociais na tarefa de
promover o crescimento. A ideia de pacto entre diferentes segmentos da
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sociedade, interessados no viés industrialista para superação do “atraso
brasileiro”, atravessava o conjunto das formulações isebianas.
Política econômica
Desenvolvimentismo e Plano de Metas
Essa noção de Estado como indutor de determinada estratégia
elaborada para o desenvolvimento econômico/industrial reflete-se, na
prática, em diversos momentos no Brasil dos anos 1950. A segunda
metade dessa década é esclarecedora sobre a presença e contribuição
dessas análises estruturalistas cepalinas.
O próprio Plano de Metas do governo JK foi elaborado em uma parceria
entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e Cepal.
A novidade trazida pelos cepalinos foi a implementação de técnicas de
planejamento na formulação de direcionamento das políticas
econômicas industriais e desenvolvimentistas do período.
Comentário
O Estado assumia um papel de direção da estratégia de
desenvolvimento, criando condições propícias para a expansão do setor
privado, estimulando o estabelecimento de uma sólida poupança interna
para consolidação de um mercado interno que atendesse o crescimento
da produção industrial.
A partir de meados da década de 1950, a industrialização por
substituição de importações passa a ter como carro-chefe a
implantação da indústria de bens de consumo duráveis, como
automóveis e eletrodomésticos.
Durante o governo Juscelino Kubitschek (1956-1961), a taxa de
crescimento da economia foi de 8% ao ano, em média, mas a produção
industrial cresceu 100%. Todo esse desenvolvimento foi definido a partir
do Plano de Metas, que priorizou a substituição de importações nos
setores de bens de capitais e, principalmente, bens de consumo
duráveis.
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Inauguração da Fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP) pelo Presidente
Juscelino Kubitschek, 1959.
O Estado, especialmente por meio do BNDE, continuou a financiar
grande parte das indústrias de base, com novas emissões de moedas
ou por meio de empréstimos externos. Já o setor de bens de consumo
duráveis desenvolveu-se a partir da internacionalização da economia, e
para isso utilizou a instrução da Superintendência da Moeda e do
Crédito (Sumoc), baixada no início de 1955, no curto governo Café Filho
(1954-1955), que garantia a importação de máquinas e equipamentos
no exterior, sem impostos ou cobertura cambial, desde que os
empresários estrangeiros tivessem sócio nacional.
A criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
(Sudene) pelo governo Juscelino pretendia minimizar os problemas
provocados pela seca e promover o desenvolvimento da região
Nordeste. No período entre 1960 e 1964, o Plano da Sudene para a
agricultura nordestina estava apoiado no estudo da realidade da região
e tinha os seguintes programas prioritários:
Produção de alimentos na zona úmida do Nordeste.
Desenvolvimento no semiárido de uma agricultura resistente
aos efeitos da seca.
Colonização do Maranhão.
Desenvolvimento da irrigação no Vale do rio São Francisco.
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Tendo como base a política econômica construída por Getúlio Vargas e
a massa crítica da Cepal, Juscelino Kubitschek inovou no
gerenciamento da economia brasileira, lançando seu Plano de Metas.
Um plano que deveria realizar 50 anos em 5.
A meta síntese era a construção da nova capital no
planalto central – Brasília.
O plano abrangia os seguintes setores estratégicos:

Energia

Transportes

Alimentação

Indústria de base
Seus objetivos principais visavam enfrentar os pontos de
estrangulamento da economia, por meio de investimentos do Estado em
infraestrutura, expansão da indústria de base, desenvolvimento da
indústria automobilística, incentivando investimentos privados nacionais
e estrangeiros, principalmente
Composto de 31 metas distribuídas em seis grandes grupos, o
programa incorporava a noção de planificação e planejamento da
economia. Segundo Benevides (1979), tratava-se de um documento de
caráter estritamente econômico, que estipulava metas para os setores
de:
Energia (metas de 1 a 5; energia elétrica, nuclear, carvão, produção
e refino de petróleo).
Transportes (metas de 6 a 12; investimentos em estradas de ferro,
pavimentação de estradas de rodagem, portos, barragens, marinha
mercante e transportes aéreos).
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Alimentação (metas de 13 a 18: trigo, armazéns e silos, frigoríficos,
matadouros, mecanização da agricultura, fertilizantes).
Indústria de base e bens de consumo duráveis (metas de 19 a 29:
aço, alumínio, metais não ferrosos, cimento, álcalis, papel, celulose,
borracha, exportação de ferro, indústria de veículos motorizados,
construção naval, maquinaria pesada e equipamento elétrico).
Educação (meta 30).
A meta 27 do Plano de JK merece destaque, pois
versava sobre a implantação da indústria
automobilística, símbolo do crescimento econômico do
período.
Com capacidade de produção de 170 mil veículos em 1960, o
desempenho do setor era surpreendente. A capacidade instalada, ao
final da década, permitia a superação da meta fixada em 1955 em
17,2%, segundo Moreira (2003).
A meta 31, referente à construção de Brasília, seria incorporada ao longo
da campanha presidencial; no entanto, foi a que melhor encarnou as
utopias desenvolvimentistas dos setores que chegaram ao poder
naquele contexto histórico.
A construção da nova capital, ao sugerir a integração do território
nacional e simbolizar a modernidade do que posteriormente seria
qualificado como “anos dourados”, ganharia contornos de “meta
síntese” do governo Kubitschek.
Saiba mais
A Instrução 113 da Superintendência de Moeda e Crédito (Sumoc) foi
um dos instrumentos-chave da política econômica desenvolvimentista,
na medida em que facilitava a entrada de bens de capitais estrangeiros.
Adotada ainda no governo Café Filho, permitia ao investidor estrangeiro
introduzir equipamentos sem cobertura cambial (a taxa livre de câmbio),
isto é, sem dispêndio de divisas; ou seja, poderiam se instalar no país
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trazendo máquinas que já possuíssem ou que tivessem condições de
adquirir no exterior por sua conta. Esses equipamentos seriam
incorporados ao ativo das empresas, que tanto poderiam ser uma filial
do investidor no Brasil ou uma empresa brasileira à qual o investidor
estrangeiro ficava associado. A Sumoc foi a instituição que precedeu o
Banco Central do Brasil, criado apenas em 1965, no trato das políticas
cambiais.
Desdobramentos sociais do
modelo desenvolvimentista
Crescimento econômico
O crescimento da economia brasileira durante a vigência do modelo
econômico desenvolvimentista pode ser notado em números:
Na produção de cimento, foram produzidas 914 mil toneladas
em 1947 e 4.680 mil toneladas em 1961, alcançando-se a
autossuficiência.
A produção de aço em lingotes passou de 1,4 milhão de
toneladas em 1956 para 2,7 milhões de toneladas em 1962.
A produção de veículos automotores passou de 31.000 em
1957 para 200.000 em 1962.
A capacidade instalada de geração de energia elétrica passou
de 2,8 milhões de Kw em 1954 para 5,8 milhões de Kw (1962).
A extensão de rodovias pavimentadas passou de 3.200Km em
1956 para 9.000Km em 1962.
O crescimento médio anual da economia brasileira foi
de 8,1 %.
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Dessa maneira, realizou-se a abertura do mercado nacional para as
grandes empresas estrangeiras, que passaram a investir maciçamente
no Brasil com a disponibilidade de capitais. Assim, os Estados Unidos e
as nações europeias retomavam a expansão imperialista.
Vale lembrar que a Europa Ocidental e o Japão se recuperavam dos
prejuízos causados pela Segunda Guerra Mundial, como resultado do
Plano Marshall e de outros investimentos realizados pelos Estados
Unidos.
O governo Kubitschek soube aproveitar a nova conjuntura econômica
internacional, com maior disponibilidade de capitais e a retomada da
disputa por mercados pelas empresas das economias centrais. Assim,
as reticências e as condições impostas pelos norte-americanos à
cooperação para o desenvolvimento industrial brasileiro podiam ser
contornadas com essas novas parcerias, ávidas por oportunidades de
investimentos rentáveis.
 O modelo de desenvolvimento dependente-
associado rapidamente apresentou as suas
contradições, dificultando a satisfação de todos os
interesses.
 Sem o apoio esperado do governo norte-americano
de Eisenhower e do Fundo Monetário Internacional,
JK rompeu com o FMI em 1959, optando pela
manutenção da política econômica expansionista.
 A crise econômica manifestou-se com intensidade
no final do governo, com denúncias de corrupção e
aumento do déficit público e da inflação, além das
perdas salariais a partir de 1958, eliminando grande
parte do ufanismo desenvolvimentista.
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Dessa maneira, os financiamentos tradicionais garantiram a
manutenção do latifúndio ao mesmo tempo em que a não existência de
uma nova política para o campo garantia o fluxo constante de mão de
obra barata, expulsa do campo e atraída pelas novas oportunidades nas
grandes cidades.
O movimento desenvolvimentista não cessou com o
fim dos anos JK, muito pelo contrário, é um modelo
político que emerge – adaptado, ressignificado – em
momentos diversos do Brasil.
Durante o governo civil-militar entre 1964 e 1985, tivemos o chamado
milagre econômico: mesmo que em termos de fundamento tenham um
 O crescimento urbano foi acompanhado pelo
crescimento de uma classe média, em grande parte
vinculada ao setor de serviços, ampliando também
o consumo.
 A inflação voltou a crescer e, apesar dos
investimentos públicos no setor de serviços, as
cidades não estavam preparadas para o
crescimento, pois atraíam milhares de migrantes.
 A política para o setor agrário caracterizou-se pela
manutenção do modelo tradicional.
 A concentração fundiária manteve-se e foi menos
questionada, uma vez que toda a discussão
econômica passou a basear-se no desenvolvimento
industrial.
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papel diferenciado, é um exemplo de como determinadas tendências
aparecem e são reutilizadas em outros momentos políticos.
Outro comparativo possível é a adoção de inspirações
desenvolvimentistas durante o governo Luíz Inácio – ainda que com
fortes tendências neoliberais e com o foco na inclusão pelo consumo –,
traços desse valor são mantidos e trabalhados.
Comparando modelos:
desenvolvimentismo de JK
O professor Tadeu Lemos discute agora um pouco sobre as
semelhanças e diferenças dos anos Vargas e JK, e como podemos
perceber traços no modelo econômico da ditadura civil-militar no Brasil.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(PUC-RIO 2008- Adaptada) Leia o texto a seguir antes de responder:
“Como nasceu Brasília? A resposta é simples. Como todas as
grandes iniciativas, surgiu quase de um nada. A ideia da
interiorização da capital do país era antiga, remontando à época da
Inconfidência Mineira. A partir daí viera rolando através das
diferentes fases da nossa História: o fim da era colonial, os dois
reinados e os sessenta e seis anos de República até 1955. [...]
Coube a mim levar a efeito a audaciosa tarefa. Não só promovi a
interiorização da capital no exíguo período do meu governo, mas
que essa mudança se processasse em bases sólidas, construí, em
pouco mais de três anos, uma metrópole inteira – moderna e
urbanisticamente revolucionária – que é Brasília” (KUBITSCHEK,
Juscelino. Por que construí Brasília? Brasília: Senado Federal,
Conselho Editorial, 2000, p. 7. Coleção Brasil 500 Anos).28/09/2023, 15:13 Economia, Trabalho e Crise a partir dos anos 1930 no Brasil
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03470/index.html# 19/56
A partir da citação e de seus conhecimentos sobre o governo de
Juscelino Kubitschek (1956-1960), examine as afirmativas a seguir:
I – O projeto nacional-desenvolvimentista do governo JK
caracterizou-se pelo compromisso com a democracia e pela
intensificação do desenvolvimento industrial de tipo capitalista.
II – Integração do território nacional com a localização da capital no
centro geográfico simbolizando as entradas dos bandeirantes no
mundo colonial.
III – A política econômica do governo JK, definida no Plano de
Metas, apoiou-se no incentivo aos investimentos privados de capital
nacional e estrangeiro, bem como nos investimentos estatais na
infraestrutura nacional.
IV – Kubitschek apoiou-se na ideia de modernidade que resultou na
qualificação do período como “anos dourados”.
Assinale a alternativa correta:
Parabéns! A alternativa E está correta.
O constructo das frases aponta corretamente para o caminho
desenvolvimentista, mostrando suas variações e interpretações ao
longo da história do Brasil. O governo JK se caracterizou por um
projeto nacional-desenvolvimentista no campo ideológico e
econômico, e com compromisso com a democracia e
industrialização. A integração do território nacional, com a
localização da capital no centro geográfico, simbolizava a
modernidade. O Plano de Metas se baseou em investimentos
privados de capital nacional e estrangeiro, e nos investimentos
A Somente as afirmativas I e II estão corretas.
B Somente as afirmativas I e III estão corretas.
C Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
D Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
E Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.
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estatais na infraestrutura nacional. Kubitschek apoiou-se na ideia
de modernidade que resultou na qualificação do período,
posteriormente, como “anos dourados”.
Questão 2
(PUC-RIO 2007- Adaptada) Durante o governo de Juscelino
Kubitschek de Oliveira (1956-1961), o setor socioeconômico
caracterizou-se pelo desenvolvimentismo, expressado pelo Plano
de Metas, que continha trinta e um objetivos estratégicos para o
desenvolvimento do país.
Com base no exposto, examine as afirmativas a seguir.
I - Energia, transporte, alimentação e indústria básica foram os
setores estratégicos do governo JK.
II - A agricultura de exportação foi o setor econômico de maior
expansão durante os anos JK, permitindo acumulação de divisas
estrangeiras.
III - O desenvolvimento industrial foi possível pela conjugação de
investimentos estatais e privados, entre os quais merece destaque
a presença de capital estrangeiro.
IV - A construção da nova capital – Brasília – foi considerada a
meta síntese, pois expressava, de um lado, os esforços de
integração do território brasileiro e, de outro, a modernidade do
momento vivido.
Assinale a alternativa correta:
A Somente as afirmativas I e II e III.
B Somente as afirmativas II e IV.
C Somente as afirmativas I, III e IV.
D Somente as afirmativas II, III e IV.
E Somente as afirmativas I e IV.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
A lógica é de perceber uma política de heranças e reestruturação de
modelo por conta do Plano de Metas, assim é no investimento de
um Brasil urbano que reconhecemos as características do governo
Juscelino.
2 - Do milagre ao neoliberalismo
Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar a crise econômica no
Brasil da década de 1980 com a adoção de políticas econômicas de
orientação neoliberal.
Antes de 1960
Antecedentes na década de 1960
O início do governo de Jânio Quadros foi marcado pelo julgamento
contundente de seu antecessor. A inflação alta e a desorganização
administrativa formavam o núcleo das críticas dirigidas a Kubitschek. O
modelo econômico desenvolvimentista de JK ocasionava uma
crescente concentração de capitais, na introdução e incorporação de
novas e sofisticadas tecnologias, reforçando o domínio dos monopólios,
a concentração de renda e a internacionalização da economia.
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A redução da taxa de
investimento, a partir de
1962, faz parte do
processo de maturação
do capital, em resposta
ao ritmo de crescimento
internacional. Tais
medidas agradaram ao
FMI, que deu sinal verde
para a renegociação da
dívida externa brasileira.
Esse processo
encontrava caminhos
próprios, de acordo com
as condições externas,
com o crescimento da
classe média e do
mercado consumidor
interno e por causa da
corrosão dos salários
pela inflação.
FMI
O Fundo Monetário Internacional (FMI) foi criado em 1944 na Conferência
de Bretton Woods. O objetivo era auxiliar a reconstrução do sistema
monetário internacional no período pós-Segunda Guerra Mundial, utilizando
o seguinte mecanismo: os países contribuem com dinheiro para o fundo
por um sistema de cotas e, como contrapartida, podem requisitar fundos
emprestados temporariamente. O fundo funciona também como modo de
controlar o desenvolvimento econômico de seus membros, demandando
políticas de autocorreção.
Estamos falando de um contexto de grande ebulição política. E tal
agitação interferia diretamente no ambiente econômico. As lutas
políticas se sobrepunham à questão econômica, com a organização e
mobilização crescente dos trabalhadores em defesa de seus salários e
de suas bandeiras históricas. Com forte instabilidade política desde a
renúncia de Jânio Quadros, da tentativa de golpe, da imposição do
Parlamentarismo, da retomada das prerrogativas presidenciais após o
plebiscito, intensificava-se um quadro de crise econômica que o Plano
Trienal do ministro Celso Furtado não conseguiria reverter.
Diante de um cenário econômico que
apresentava perceptíveis di�culdades
no gerenciamento das contas
públicas e dos contratos externos, foi
anunciada, em 30 de dezembro de

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1962, a adoção de um novo modelo
geral de orientação da política
econômica do governo. Elaborado
pela equipe che�ada pelo ministro
extraordinário do Planejamento, o
economista Celso Furtado, o Plano
Trienal de Desenvolvimento
Econômico e Social procurou
estabelecer regras e instrumentos
rígidos para o controle do dé�cit
público e refreamento do
crescimento in�acionário. No
diagnóstico apresentado e na
terapêutica proposta, as linhas-
mestras do plano estão muito mais
próximas do receituário ortodoxo
acerca do controle in�acionário do
que das interpretações alternativas
da escola cepalina, da qual Furtado
era um dos mais notáveis
representantes.
(SARMENTO, s/d)
A regulamentação da Lei de Remessa de Lucros, limitando a saída dos
ganhos das multinacionais gerados no Brasil, aprofundou a crise em
1962. Acusando o governo de atacar a propriedade privada e de instalar
o comunismo, as forças políticas de direita passaram a conspirar
abertamente pelo golpe contra o presidente João Goulart. Diante desse
quadro, o governo insistiu em uma política econômica voltada a
solucionar a crise, com a retomada do desenvolvimento, conciliando
interesses e buscando a colaboração de classes. Não conseguiu.
Saiba mais
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Reformas de base foi um conjunto de iniciativas do governo, como as
reformas bancária,fiscal, urbana, administrativa, agrária e universitária.
Seu objetivo era a promoção de medidas nacionalistas tendo como
principal foco a intervenção do Estado na economia e a regulação do
envio de lucros para o exterior. Entre as reformas de base, a reforma
agrária era a principal e objeto de maiores disputas políticas, visando
eliminar os conflitos pela posse da terra, por meio do acesso à
propriedade de terra.
Política econômica na
Ditadura Militar
PAEG e o milagre econômico
Logo após o golpe de 1964, o governo iniciou um programa econômico
de estabilização e reformas comandado pelo ministro do Planejamento,
Roberto Campos, e pelo ministro da Fazenda, Octavio de Gouvêa
Bulhões. Eles lançaram as bases para um novo ciclo de acumulação e
desenvolvimento econômico no Brasil. Algumas dessas reformas
fizeram parte do Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), que
havia sido discutido e elaborado em parte nos círculos do IPES antes do
golpe.
Alguns objetivos do PAEG eram:
Devolver ao país o crescimento da segunda metade dos anos 50.
Pôr fim à inflação anual de três dígitos.
Corrigir o déficit externo; equilibrar as contas públicas.
Reduzir desigualdades regionais e sociais.
Gerar empregos.
IPES
Foi um dos principais articuladores do movimento que culminou no golpe
de 1964. Fundado em 1962 por empresários e militares de alta patente,
apresentava como objetivo fins educacionais. No entanto, o instituto
desenvolveu nos bastidores uma ampla campanha político-ideológica para
desestabilizar o governo João Goulart. Entre as ações estavam o
financiamento de parlamentares e grupos oposicionistas, a infiltração em
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movimentos populares e a disseminação de propagandas anticomunistas
através de filmes, programas de TV, publicações etc.
Entre 1964 e 1967, a economia brasileira cresceu a média anual de 4,2%,
em um ritmo dentro dos padrões da época. Antes do golpe, no primeiro
trimestre de 1964, a inflação acelerou em um nível anualizado de 140%,
depois de ter atingido o nível recorde de 81% em 1963.
A reversão do processo inflacionário foi um dos objetivos primordiais da
política econômica no início do período militar e teve como pilar
principal o arrocho salarial, por meio da correção de salários com base
na “inflação futura”.
Foi a fase da “inflação corretiva”, em que houve aumentos nos preços
artificialmente represados, como tarifas públicas, gasolina, trigo e
outros produtos.
A inflação fechou 1964 em 91%, e caiu para 34% em 1965, sem que
houvesse um grande aperto monetário, mas baseado no arrocho
salarial. A partir de 1966, quando a política monetária foi mais dura,
houve dois anos seguidos de inflação em torno de 25%, e nos três anos
consecutivos, ela estacionou no nível de 20%. Percebe-se, claramente,
uma estratégia de transferência de renda nessa política econômica, que
tem seus efeitos agravados pelo conjunto do plano.
O PAEG incluiu uma reforma tributária, que criou impostos sobre valor
agregado (ICM e IPI), e universalizou o Imposto de Renda. O aumento
dos impostos reduziu substancialmente o déficit público, de 1964 a
1966. Outras medidas foram:
Unificação da Previdência, com a criação do Instituto Nacional
de Previdência Social (INPS).
Criação de um mercado para títulos da dívida pública e da
correção monetária.
Criação do Banco Central (inicialmente com independência,
posteriormente retirada pelo presidente Costa e Silva).
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Fim da estabilidade de emprego aos 10 anos de trabalho,
substituída, como “mecanismo de proteção ao trabalhador”,
pelo Fundo de Garantia do Tempo de Trabalho (FGTS).
Lançamento das cadernetas de poupança e do financiamento
da casa própria em larga escala, com a fundação do Banco
Nacional da Habitação (BNH) e o Sistema Financeiro da
Habitação (SFH).
Essas medidas resultaram em forte capitalização do Estado, na
alavancagem das empresas, em uma intensa rotatividade de mão de
obra, e viabilizaram o período de acelerado crescimento econômico a
partir de 1968, conhecido como “milagre econômico”.
Nesse contexto, o marechal Costa e Silva chegou à presidência e elegeu
como prioridade o crescimento econômico. Hélio Beltrão
(Planejamento) e Antonio Delfim Netto (Fazenda), apresentaram novo
diagnóstico e uma nova receita para a crise brasileira, que desencadeou
o mais longo ciclo de crescimento econômico do país.
Alavancada pelo confortável caixa do Estado e pelo excesso de liquidez
internacional, a taxa de investimento passou de 20% do PIB.
Completavam o modelo: uma grande oferta de crédito e subsídios ao
setor privado, especialmente nas áreas ligadas à exportação; um
rigoroso sistema de controle de preços (implementado em 1967) e o
arrocho salarial. Foi a materialização do milagre econômico.
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Entre 1968 e 1973, sobretudo no governo Médici, ainda com Delfim à
frente da economia, o país cresceu, em média, 12% ao ano. Houve o
estímulo à atividade econômica, como a expansão do crédito –
incluindo, especificamente, o crédito ao consumidor –, baixas taxas de
juros e redução de compulsórios.
Destaca-se o desempenho do setor de bens de
consumo duráveis, como eletrodomésticos e
carros, que cresciam de 20% a 25% ao ano.
Uma iniciativa importante do governo foi a criação da Embrapa e as
medidas de apoio ao setor agrícola, que acompanharam a fase inicial do
plantio de soja no Brasil, modernizando setores agrícolas tradicionais,
lançando as bases dos complexos agroindustriais (CAIs). Foi o período
das chamadas grandes obras para o Brasil Grande:
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Transamazônica
Ponte Rio-Niterói
Apesar da economia aquecida, a inflação caiu no período, saindo de 25%
em 1968 para 16% em 1973. O ministro Delfim Neto, justificando a
concentração de renda, dizia que era necessário primeiro fazer crescer o
bolo para depois dividi-lo. Algo que nunca se efetivou na prática, pois as
taxas de crescimento econômico não resultaram em distribuição dos
dividendos.
Redemocratização e a
economia
Crise do milagre econômico
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Desde 1974, os países capitalistas entraram em uma fase de
crescimento econômico lento, frequentemente interrompido por
recessões. As causas fundamentais dessa crise estavam ligadas à
aceleração da inflação, além das dificuldades decorrentes da
desorganização do sistema internacional de pagamentos, a partir do
agravamento da crise do dólar e do abandono da sua convertibilidade
pelo governo americano em 1971.
Um aspecto essencial da crise econômica naquele momento foi a
reação dos países desenvolvidos à crise do petróleo.
Comentário
A crise consistiu na redução do consumo de derivados de petróleo e no
esforço de aumentar as exportações, sobretudo aos países da OPEP –
todos não industrializados – e que tiveram que utilizar grande parte de
seus petrodólares para pagar essas importações. O peso maior,
portanto, recaiu sobre os países importadores de petróleo, como o
Brasil.
Sem equilibrar suas contas externas, apesar do crescimento de suas
exportações de bens industriais, o Brasil passou, a partir de 1974, a
tomar empréstimos dos banqueiros internacionais, cujos fundos
provinham, em grande parte, dos excedentes de petrodólares.
Com juros relativamente
baixos, mas flutuantes,
os recursos externos
visavam ao pagamento
da conta petróleoe ao
financiamento do II
Plano Nacional de
Desenvolvimento (PND).
Com esses recursos, foi
possível financiar
projetos grandiosos
como o Programa
Nuclear e o Projeto
Carajás, além do
pagamento de juros da
dívida externa.
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Dívida externa
A dívida externa subiu de US$3,3 bilhões para US$102 bilhões entre 1964 e
1984. Há dois grandes saltos no período: em 1975 e no triênio 1979/80/81.
No primeiro caso, os juros absorviam 8,2% da receita das exportações em
1974 e 17,3% em 1975. A participação dos serviços da dívida era de 29%
em 1974 e subiu para 41% em 1975. No segundo período, como resultado
da segunda crise do petróleo e da elevação da taxa de juros dos Estados
Unidos, o pagamento de juros correspondia a 27.5% em 1979, 31,3% em
1980 e 37% em 1981 da receita das exportações.
Nesse contexto, a inflação brasileira crescia a 34% ao ano.
Para um país extremamente dependente de petróleo importado, era
muito grave a dimensão restritiva desse choque para o modelo de
desenvolvimento brasileiro. A imagem de ilha de prosperidade era de
vital importância para um regime que possuía como principal base de
legitimação o bom desempenho da economia.
Abertura política e impactos
na economia
Entrada do neoliberalismo no Brasil
A vitória do partido de oposição, o MDB, em 1974, elegendo um terço do
Senado, mostraria o descontentamento de grande parte da população
com o regime, acarretando a ampliação de espaços de crítica. Isso
evidenciou a falta de apoio político interno para um ajuste que pudesse
ser abertamente associado à recessão. Com o peso maior dos
condicionantes internos e a abundância de créditos externos que
financiassem os déficits em conta corrente, optou-se pela linha de
menor resistência, o endividamento externo permitindo o aumento dos
investimentos e um ajuste mais gradual.
A inflação, que tenderia a crescer como efeito
colateral, nessa visão, não seria um problema para a
economia.
O II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) lançado no final de 1974,
forneceria as principais diretrizes econômicas de longo prazo gestadas
pelo governo, entre as quais, destacamos:
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Grande ênfase nas indústrias básicas, notadamente no setor de
bens de capital, e de eletrônica pesada, assim como no campo
dos insumos básicos, a fim de substituir importações e, se
possível, abrir novas frentes de exportação.
No setor energético, optou-se por uma aceleração dos
investimentos de prospecção, principalmente na bacia de
Campos (RJ), e na execução de um programa de elevação de
60% da capacidade geradora de energia hidroelétrica, que
viabilizaria a expansão da produção e da exportação de bens,
como o alumínio, produzidas com intenso consumo de energia.
O investimento no domínio da tecnologia termonuclear,
viabilizada pelo acordo Brasil-Alemanha.
Os principais instrumentos da política industrial, carros-chefes na
estratégia de desenvolvimento, foram:
O crédito do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) sobre a
aquisição de equipamentos.
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A depreciação acelerada para equipamentos nacionais.
As isenções do imposto de importação.
O crédito subsidiado.
A reserva de mercado para alguns setores.
A garantia de preços.
Os órgãos de implementação dessa política foram o Conselho de
Desenvolvimento Industrial (CDI), o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico (BNDE), o Conselho de Política Aduaneira, a Carteira de
Comércio Exterior (Cacex) do Banco do Brasil e o Conselho
Interministerial de Preços (CIP).
A primeira crise do petróleo, em 1973, teve como consequências para o
Brasil não só a elevação do preço do produto e de derivados, mas
também o aumento dos juros no mercado financeiro internacional,
encarecendo o fluxo de poupança externa. A política desenvolvimentista
do governo Geisel prosseguiu em ritmo menos acelerado, com taxas de
crescimento em torno de 4% ao ano, contra a média de 10% a.a. no
período anterior. Essa “marcha forçada” da economia teve em 1979 o
seu limite, com o início de uma política recessiva de ajuste, promovida
pelo governo, conforme o receituário do Fundo Monetário Internacional
(CASTRO; SOUZA, 1985).
A diferença mais importante da experiência brasileira da década de
1970, tanto em relação às experiências anteriores quanto às de outros
países, é que a opção pela política de substituição de importações foi
feita sem que houvesse descontinuidade no incentivo às exportações.
Estas passaram de 7,5% do PIB em 1974 a 8,4% em 1980, enquanto as
importações caíram de 11,9% para 9,5% do PIB no mesmo período,
apesar do segundo choque do petróleo.
A chave do sucesso da política industrial brasileira na
década de 1970 foi a combinação de estímulos,
incomum se comparada com outras experiências no
Terceiro Mundo.
No que se refere ao salário mínimo, tomando o valor inicial, vejamos sua
trajetória:
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Isso evidencia um processo de gradativa redução do salário mínimo
como parte da política econômica do país. O crescimento evidenciado
no período não se desdobrou em melhoria na distribuição de renda.
A chegada do neoliberalismo como opção de política econômica não
pode ser entendida como mera opção, ou uma tomada de escolha de
Fernando Collor e dos presidentes que vêm depois, o processo é mais
complexo; por isso, o professor Tadeu Lemos marca esses
desdobramentos e contextos.
1943
O valor era equivalente a 100.
1964
O valor era de 92.
1968
O valor era de 68.
1975
O valor era equivalente a 55.
1980
O valor era de 60.
1985
O valor era de 52.
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Neoliberalismo e o contexto:
dentro e fora
O professor fará o exercício de relacionar o Brasil dentro e fora,
pensando como podemos notar que o contexto interno de nossa
economia impulsiona o neoliberalismo como solução e o contexto do
comércio e das novas dinâmicas internacionais são um instrumento de
pressão.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A economia brasileira cresceu muito durante no período entre 1969
e 1973. Essa fase ficou conhecida como época do milagre
econômico. Qual das alternativas a seguir aponta características
desse período?
A
Investimentos nos setores culturais e educacionais,
baixo índice de endividamento externo, distribuição
de renda de forma justa.
B
Forte crescimento do PIB, investimentos em
infraestrutura e elevados empréstimos vindos do
exterior com aumento da dívida externa.
C
Elevados investimentos externos (principalmente da
União Soviética), inflação muito baixa e controlada e
aumento do consumo das camadas mais pobres da
sociedade.
D
Criação de programas de distribuição de renda,
incentivo à reforma agrária, aumento significativo
das exportações de máquinas e produtos
tecnológicos.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
O processo é marcado pelas dinâmicas econômicas em uma
perseguição de números e de influências estratégicas, como o
endividamento externo buscado pelo contexto internacional.
Questão 2Do ponto de vista econômico, os anos 1980, no Brasil, são
considerados como a “década perdida”, pois os índices de
crescimento da economia, que chegaram a atingir a casa dos 10%
anuais entre 1950 e 1970, caíram a taxas inferiores a 1%. Sobre os
fatos que podem explicar essa queda analise as seguintes
afirmativas:
I - O excesso de intervenção do Estado na economia durante o
governo militar criou inúmeras empresas estatais, aumentando o
peso da máquina estatal e o déficit público.
II - A crise do petróleo de 1979 diminuiu a oferta do produto e,
consequentemente, aumentou o seu preço, prejudicando os países
importadores desse combustível, como o Brasil.
III - O aumento deliberado do salário mínimo ampliou a renda dos
trabalhadores, permitindo o seu maior acesso ao mercado de
consumo e, dessa maneira, provocando inflação e carência de
produtos.IV - O crescimento do endividamento externo, derivado
dos empréstimos tomados pelo governo militar para ampliar os
investimentos no país, tornou-se impagável depois que os bancos
internacionais aumentaram as taxas de juros.
Estão corretas as afirmativas
E
O maciço investimento humanitário estadunidense
para evitar a influência soviética.
A I, II e III, somente.
B I, II e IV, somente.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
A tendência de os governos brasileiros procurarem resolver os
problemas do déficit público sem cortar gastos ou ampliar receitas,
mas aumentando a emissão de moedas, com o acirramento do
surto inflacionário, não visava ao aumento dos salários para poder
de compra, pelo contrário, este foi intensamente prejudicado no
modelo.
3 - Crise da dívida externa na década de 1980 e a
emergência do neoliberalismo
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as características da
economia neoliberal no Brasil.
A década de 1980
C I, III e IV, somente.
D I, III e IV, somente.
E II e III, somente.
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Crise econômica da década de 1980
As políticas de estabilização econômica nos anos 1980 no Brasil
tiveram características pouco consistentes e contraditórias. O ponto em
comum entre elas é o fato de que seu fracasso foi sempre
acompanhado de pressão de setores exportadores por desvalorizações
da moeda brasileira e ameaça de crise cambial – isto é, crise
envolvendo o valor do dólar e outras moedas estrangeiras. A política
cambial tinha como foco combater a inflação, estabelecendo uma
paridade a médio prazo, com a cotação do dólar fixada em NCz$1,00
(um cruzado novo), após uma desvalorização da moeda em 18%.
Atenção!
Outro ponto importante nesse período é acerca da dívida externa. No
período 1978-1983, as dívidas externas, bruta e líquida, cresceram em
média 16% e 20% a.a., respectivamente. Isso fez com que o passivo
externo líquido triplicasse em seis anos. Essa revalorização da dívida
externa com o choque das taxas de juros e a sobrevalorização do dólar
agravaram ainda mais as dificuldades de renegociação da dívida com o
cartel de bancos privados e os órgãos oficiais internacionais,
enfraquecendo a posição dos países devedores.
Em meados de 1980, a equipe econômica já percebia os primeiros
sinais de escassez de financiamento externo, evidenciando a disposição
dos credores de cobrar pesados custos internos no curto prazo para
financiar o ajuste. Todavia, manteve-se a programação dos
investimentos, incluindo-se no III PND investimentos relacionados à
exploração do petróleo, à substituição de energia na indústria e no
transporte, à substituição de importações de insumos básicos e para
atividades voltadas para a exportação.
A vulnerabilidade
financeira externa do
Brasil só ocorreu a
partir da decretação da
moratória pelo México,
em agosto de 1982, e
do corte do
financiamento
internacional pelos
bancos privados.
A brusca retração dos
empréstimos por parte
do sistema financeiro
internacional, desde
então, teve como
complemento o
tratamento da questão
da dívida externa como
um “problema de
liquidez”.
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Os países devedores deveriam se submeter a um programa de ajuste
ortodoxo fiscalizado pelo FMI, baseado na obtenção de recursos
financeiros que possibilitassem a solução do problema de liquidez.
Estabelecia-se a negociação “caso a caso”, fragilizando a posição dos
países devedores e dificultando a sua articulação.
O governo brasileiro tornou-se um importante elemento nesse processo,
sendo um dos primeiros países engajados nessa estratégia. Como
resultado dessa postura, o desequilíbrio nas contas externas e a
inflação passaram a ser um problema fundamental: a crise tornou-se
crônica, a instabilidade macroeconômica levou à perda de credibilidade
e a uma política de ajuste permanente.
O ano de 1983 seria marcado pela tentativa de ajuste externo e uma
brutal recessão. As difíceis negociações com o sistema financeiro
internacional levariam à elaboração de sete cartas de intenções até
1985, com promessas e metas não cumpridas de ambos os lados.
Mesmo assim, as metas estabelecidas pela equipe econômica para as
contas externas foram atingidas em 1983. Para isso, convergiram a
recessão interna, o arrocho salarial, a maxidesvalorização do câmbio, a
redução nos preços do petróleo e nas taxas de juros e o fim da recessão
nos Estados Unidos. A política econômica de 1983 e 1984 teria duas
etapas:
Resistência, com o governo limitando o ajuste à regularização
das contas externas até novembro de 1983.
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Adoção explícita de um programa de ajuste recessivo do FMI.
A orientação econômica assentava-se em alguns pontos essenciais:
Contenção salarial.
Controle de gastos do governo e aumento da arrecadação.
Elevação das taxas de juros internas e contração da liquidez real.
Incentivo às exportações e políticas especiais para o setor
energético, agricultura e pequenas empresas.
A contenção da inflação teria decorrido principalmente dos efeitos da
expansão da agricultura e da queda dos seus preços relativos em 1980,
resultado tanto de um crescimento na produção como de um declínio
nos preços dos produtos de exportação no mercado internacional.
A base de sustentação dessa política era a compressão interna para a
obtenção de expressivos superávits na balança comercial, mas que
resultou no agravamento da inflação, das finanças públicas, da queda
real dos salários (descontada a inflação) e da recessão.
Com os diversos decretos-lei que ditaram a política salarial, ficava claro
que a contenção – ou o arrocho – salarial funcionava como uma âncora
e era condição para a aprovação externa. As intervenções e pressões
externas de banqueiros, de governos e de instituições internacionais,
como o FMI, eram decisivas. Advertências sobre o “não desperdício de
oportunidades”, ou ameaças ao “futuro do Brasil”, multiplicavam-se na
imprensa dirigidas ao governo e ao Congresso, para a aprovação de
“medidas necessárias”.
Prevalecia no governo a política de imposição de
enormes perdas para os trabalhadores assalariados.
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A retomada do crescimento, a consequente dinamização do mercado de
trabalho e a resistência organizada dos trabalhadores aboliram, na
prática, a lei salarial.
Das Diretas ao governo
Sarney
Economia em contexto de redemocratização
As condições políticas internas ampliariam as margens de manobra da
equipeeconômica na negociação com os credores no início da década
de 1980: era uma conjuntura política da transição para um governo civil
– Sarney – e, em seguida, um governo democraticamente eleito, pós-
1989.
O ano de 1984 foi marcado pela campanha das Diretas Já, com
grandiosas mobilizações nas principais cidades do país, com mais de
um milhão de pessoas reunidas na Candelária, no Rio de Janeiro, e no
Vale do Anhangabaú, em São Paulo. A derrota das “Diretas” no
Congresso – da emenda Dante de Oliveira – e a eleição indireta de
Tancredo Neves (PMDB) confirmaram o conservadorismo no processo
de transição da ditadura para a democracia e o caráter das alianças que
a sustentavam.
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Apesar do slogan oposicionista “Fora daqui, com o FMI”, de Tancredo
Neves, e de ele ter dito que “não pagaria a dívida com a fome e a miséria
do povo brasileiro”, a equipe econômica montada por Tancredo e
mantida por José Sarney, liderada pelo ministro da Fazenda Francisco
Dornelles, não apresentou qualquer resistência ao modelo imposto pelo
FMI. A política econômica de Dornelles manteve os dogmas do FMI:
defendia a redução do déficit público através do corte nos gastos
públicos. Entre as medidas adotadas, decretou um corte de 10% no
orçamento fiscal (além dos 15% estabelecidos pela equipe anterior) e
suspendeu por 90 dias os empréstimos de fomento do Banco do Brasil.
Esperava-se diminuir a demanda interna, reduzir o
patamar inflacionário e promover as exportações,
realizando conjuntamente ajustes interno e externo.
O caminho proposto seria um “pacto social”, conforme vislumbrava o
governo Sarney:
Na prática, ele se
aplicaria na inexistência
de vontade política e de
ceder, efetivamente, por
parte de políticos
ligados ao governo e
empresários.
Assim, as negociações
que poderiam conduzir
a algum “consenso
mínimo” em torno de
temas como
estabilização,
crescimento
econômico, reajuste de
preços e salários,
fracassaram na década
de 1980.
O setor público, que progressivamente foi assumindo a dívida do setor
privado – e considerado o culpado pela crise –, cada vez mais
encontrou dificuldades para o seu financiamento, pois dívidas e
encargos se alimentavam mutuamente.
Entre 1985 e 1989, a política econômica passou por diversas
reviravoltas, oscilando entre o maciço apoio da população e a total
perda de credibilidade. Nesse período, a inflação se multiplicou por
quatro, chegando a 1.000% ao ano e às portas da hiperinflação.

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Modelo econômico neoliberal
O modelo econômico neoliberal e seus limites para a
democracia
No balanço da Constituição de 1988, pode-se dizer que ela representou
a afirmação de uma tentativa de conciliação de classes. Os
trabalhadores urbanos, sem considerar as divergências de
posicionamento entre os partidos e centrais sindicais, obtiveram
algumas conquistas políticas, econômicas e sociais.
Apesar da intensa articulação preparatória, os
empresários não obtiveram êxito em várias
reivindicações, por suas divisões internas, dificuldades
com seus representantes ou o pouco interesse do
governo.
O lobby da União dos Empresários Brasileiros (UEB) não conseguiu virar
a página: perdeu na reserva de mercado, na definição de empresa
nacional, no uso do subsolo, na regulamentação dos direitos
trabalhistas e organização sindical etc.
Entre aqueles que poderiam se considerar derrotados, destacam-se os
trabalhadores rurais (ou camponeses), liderados por CONTAG, CUT e
MST, sobretudo em relação à proposta de reforma agrária: houve uma
derrota dos setores populares na Constituinte; contudo, a derrota – as
principais conquistas foram pontuais – não ocultava o fato de um
partido com pequeno número de representantes ter conseguido
estabelecer uma liderança expressiva e polarizar, de fato, o debate
político no país.
A Constituição de 1988 trouxe conquistas em dois aspectos:
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Do ponto de vista político
Maior participação popular, por meio do voto e de organização
em partidos e movimentos sociais.
Do ponto de vista econômico
Manutenção do capitalismo liberal, com seus pressupostos de
lucro, propriedade privada e livre iniciativa econômica.
O paradoxo da Constituição de 1988 é que a democracia nela inscrita
significaria a redução das desigualdades por meio de um Estado de
Bem-Estar Social.
Ao mesmo tempo em que defendia as prerrogativas da democracia
liberal-representativa, de um ponto de vista político, abria-se caminho
para o desenvolvimento do programa neoliberal na economia. Esses
valores primavam pelo fortalecimento da iniciativa privada, tendo em
conta o pressuposto da livre concorrência.
Vista dessa forma, a livre concorrência assume o significado de
liberdade, e liberdade entendida como o mercado torna-se o
pressuposto fundamental da atividade econômica. Legalizam-se e
legitimam-se as regras do mercado, limitando-se a capacidade de
intervenção do Estado na economia, que deveria agir somente quando
houvesse o imperativo de preservação da segurança nacional e do
relevante interesse coletivo.
Exemplo
Segundo essa lógica, o Estado não deveria atuar como empresário,
salvo nos casos explicitados pela lei, devendo o desempenho das
estatais ocorrer nos parâmetros do funcionamento das empresas
privadas, nas quais eficiência e produtividade seriam destinadas à
obtenção do lucro.
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Como o princípio da livre iniciativa é um pressuposto básico da livre
concorrência, deu-se a equiparação entre a empresa pública e a
empresa privada, colocadas ambas no mesmo plano. Nessa visão
neoliberal, para que a concorrência se tornasse possível, seria
necessária a eliminação dos privilégios e vantagens das empresas
públicas. Essa visão de economia orientou os governos democráticos
da década de 1990, sobretudo os governos de Fernando Collor de Mello
e Fernando Henrique Cardoso.
A agenda de reformas ocorrida na década de 1990 seguia o
estabelecido pelo Consenso de Washington, onde tal reforma trabalhista
deveria:
Consenso de Washington
É como ficou conhecido um conjunto de dez medidas econômicas
formuladas durante uma reunião ocorrida em Washington, Estados Unidos,
em novembro de 1989, realizada por economistas de instituições
financeiras, como o Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e o
Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. As novas medidas
estimulavam a competição entre as taxas de câmbio, davam incentivos às
exportações e previam a gestão de finanças públicas, se tornando a política
oficial do Fundo Monetário Internacional em 1990, no momento em que
passaram a ser "receitadas" para promover o "ajustamento
macroeconômico" dos países em desenvolvimento que passavam por
dificuldades. Atualmente, o termo Consenso de Washington é relacionado à
adoção de medidas neoliberais na economia.
Desonerar o capital e aumentar a competitividade da economia
(no período, aumentaram a taxa de desemprego, o
subemprego, a precariedades das relações de trabalho).
Implantar a reforma administrativa, com a diminuição dos
gastos com o funcionalismo público e a quebra da estabilidade
no emprego.
Implementar a reforma da previdência, para reduzir gastos e
ampliar o limite mínimo de idade para a aposentadoria.
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Executar a reforma tributária, para distribuir melhor a carga de
impostose combater a sonegação.
Governos Collor e Fernando
Henrique Cardoso
Política econômica
Fernando Collor de Mello tomou posse em 15 de março 1990,
implementando um ambicioso programa de estabilização econômica,
baseado em um inédito confisco monetário:
O bloqueio dos saldos em conta corrente e cadernetas de poupança que
excedessem 50 mil cruzeiros, procedimento que, durante a campanha,
Collor acusara Lula de pretender adotar caso chegasse à presidência.
A moeda mudou de cruzado novo para cruzeiro. Foram adotadas
medidas de enxugamento da máquina estatal, como a demissão de
funcionários públicos e a extinção de autarquias, fundações e empresas
públicas.
Ao mesmo tempo, o processo de abertura da economia nacional à
competição externa facilitaria a entrada de mercadorias e capitais
estrangeiros no país. Congelados, preços e salários passariam a ser
reajustados conforme índices de inflação prefixados.
Tais medidas, no entanto, não tiveram êxito. A inflação retomava sua
escalada ascendente em meio à recessão, ultrapassando 400% a.a.; a
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taxa de desemprego era de 5,23%, o PIB de -4,6% em 1990 e a renda per
capita retornando ao valor de 1979. Como tentativa de resposta, o
governo implantou o Plano Collor II em 31 de janeiro de 1991. No dia 7
de março, o governo lançou o Projeto de Reconstrução Nacional,
constituído por sete emendas constitucionais, 42 projetos de lei e dez
decretos.
O conjunto de medidas objetivava reerguer a economia,
resgatar a dívida social e quebrar o monopólio estatal
em várias atividades
Após substituir Zélia Cardoso de Melo por Marcílio Marques Moreira (ex-
embaixador em Washington) no comando da economia, o governo deu
início à execução do Programa Nacional de Desestatização, com a
privatização da Usiminas. A política de privatização, um dos pilares do
Plano Collor, fora objeto de contestações desde o seu anúncio.
Na comemoração do Dia do Trabalho em 1990, em Volta Redonda (RJ),
entidades sindicais e representantes de partidos de oposição (PDT, PT,
PCB, PSB) haviam protestado contra a recessão, o desemprego e a
intenção do governo de vender a CSN.
Afastado do poder devido a inúmeras denúncias de corrupção, Fernando
Collor deixou o cargo em 1992 para que Itamar Franco, seu vice,
assumisse seu lugar. O governo Itamar implementou o principal
programa de estabilização da moeda no contexto democrático pós-
Constituição: o Plano Real.
 Em 1 de julho de 1994, o ministro da Fazenda
Fernando Henrique Cardoso (FHC) lançou o Plano
Real, que se destacou por buscar a estabilização
sem usar o congelamento de preços e salários.
 As medidas visavam conter os gastos públicos,
acelerar o processo de privatização das estatais,
controlar a demanda, por meio da elevação dos
juros, e pressionar diretamente os preços pela
facilitação das importações.
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Após 15 dias da implantação do real, já era flagrante a vertiginosa queda
da inflação. Alguns dos segmentos mais pobres da população se
atreveram a incrementar suas compras, provocando uma corrida ao
crediário, apesar da manutenção das taxas de juros em patamares
muito altos. No mercado de câmbio, a relação do real com o dólar foi
estabelecida em termos inesperados, com a moeda nacional valendo
mais do que a norte-americana.
Fernando Henrique Cardoso tomou posse em 1 de janeiro de 1995,
eleito na esteira da popularidade do Plano Real. A continuidade do plano
garantiu o apoio ao governo, sobretudo pela estabilidade monetária,
embora com a supervalorização do real, houve o aumento do
desemprego e defasagem salarial. Na agricultura, cerca de 1,5 milhões
de postos de trabalho desapareceram entre 1995 e 1996, em
decorrência do emprego de novas tecnologias no campo. Na indústria, a
busca por novos ganhos de produtividade, por meio da reestruturação
produtiva e a intensificação do capital, também contribuiu para o
aumento do desemprego no setor. A melhoria na distribuição de renda
foi pequena. Convivendo com crises internacionais no México e na Ásia,
em fins de 1997, o governo elevou a taxa de juros e lançou um pacote
fiscal para reduzir as despesas do governo e melhorar as receitas. Em
1998, o país foi atingido ainda mais duramente pela crise financeira
mundial: houve desaquecimento da economia e aumento do
desemprego.
Com amplo apoio político, consolidado a partir de uma sólida base no
Congresso, os governos FHC (reeleito em 1998) obtiveram êxito em seu
plano de reformas econômicas do Estado.
A ampla base de apoio no Congresso possibilitou a continuidade do
processo de privatizações, principalmente na telefonia e mineração,
 Com o plano, a moeda, que havia mudado de
cruzeiro para cruzeiro real em agosto de 1993,
mudou para real em julho de 1994.
 O programa previa a continuação da abertura
econômica do país e medidas de apoio à
modernização das empresas.
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com a quebra dos monopólios estatais nas áreas de Comunicação e
Petróleo e a eliminação de restrições ao capital estrangeiro.
Era o Programa Nacional de Desestatização.
Um dos pontos centrais para a manutenção da estabilidade econômica
foi o controle dos gastos públicos. Foi visando a esse objetivo que o
governo FHC aprovou, em maio de 2000, a Lei de Responsabilidade
Fiscal, a qual impede que os governantes gastem mais do que a
capacidade de arrecadação prevista no orçamento dos municípios, dos
estados e da União.
A agenda econômica liberal
no Brasil
Mas será que acabou? O professor Tadeu explora o conceito e aponta
como os fundamentos da economia neoliberal são fortes na história
recente do Brasil.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
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Em junho de 1994, durante o mandato presidencial de Itamar
Franco, o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso,
anunciava à nação um novo plano econômico, denominado Plano
Real. Entre as principais características do Plano Real podemos
citar
Parabéns! A alternativa A está correta.
A ideia de elaborar um sistema complexo de controle de gastos
públicos com a redução da máquina do Estado foi premissa do
Plano Real para gerar compreensão clara dos gastos, valor da
moeda e credibilidade internacional.
A
a reforma monetária com equiparação do valor da
moeda nacional ao dólar e estruturação de um
plano de intervenção reguladora do Estado na
economia.
B
a apresentação de um programa de privatização de
estatais, elevação da taxa de juros e reforma
monetária com equiparação do valor da moeda
nacional ao dólar.
C
a elevação da taxa de juros, desvalorização da
moeda nacional e aceleração do processo de
privatização exclusivamente do setor de
telecomunicações.
D
a privatização de estatais, diminuição da taxa de
juros e criação de uma fiscalização popular da
variação diária de preços dos produtos
considerados essenciais.
E
o estabelecimento de uma nova regra para correção
da poupança, substituindo o IPC (Índice de Preço ao
Consumidor) pelas LFTs (Letras Financeiras do
Tesouro).
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Questão 2
Inspirado no liberalismo clássico e em clara oposição ao
Keynesianismo, o neoliberalismo propõe,entre outras medidas:
I. O desenvolvimento de uma política de privatização das empresas
estatais para reduzir o papel do Estado na economia.
II. O fortalecimento dos sindicatos e a ampliação dos direitos
trabalhistas.
III. A redução das barreiras para a circulação de mercadorias e
capitais entre países, promovendo, assim, uma abertura econômica.
Estão corretas
Parabéns! A alternativa B está correta.
A relação é entre o momento vivido e como as disputas teóricas se
materializam em decisões políticas. Assim, as formas de
neoliberalismo como solução são apresentadas item a item, com o
que é criticado, mas que faz parte do escopo do olhar necessário
segundo a teoria.
A apenas I e II.
B apenas I e III.
C apenas II e III.
D apenas III.
E apenas II.
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Considerações �nais
Neste conteúdo, abordamos a presença do desenvolvimentismo, suas
novas formas em um modelo que flerta com a economia internacional e
a entrada no Brasil em um modelo neoliberal a partir da década de 1990.
As mudanças não foram rápidas, mas em camadas de sutileza e
disputas políticas, somadas a estratégias econômicas.
Podcast
Para encerrar, ouça um breve resumo sobre os principais aspectos sobre
economia, trabalho e crise a partir de 1930.

Explore +
Assista ao filme Os anos de JK (1980), de Silvio Tendler, para aprofundar
seu conhecimento sobre a política econômica empreendida por
Juscelino Kubitschek na década de 1950.
Assista ao documentário O longo amanhecer (2020), de José Mariane,
para conhecer a biografia e o pensamento econômico de Celso Furtado,
membro da Cepal, ministro da Fazenda do governo João Goulart e um
dos principais economistas da história brasileira.
Assista à entrevista do economista Antonio Delfim Netto, ministro da
Fazenda no contexto do milagre econômico da ditadura militar, no
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programa Roda Viva, da TV Cultura, realizada em 2019.
Leia o artigo 1980, década perdida ou ganha?, do professor Gilberto
Maringoni, publicado na revista Desafios do Desenvolvimento do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), sobre o contexto
econômico brasileiro e latino-americano da década de 1980.
Compreenda as relações entre o modelo econômico neoliberal e a
gestão pública da pandemia de coronavírus na entrevista do cientista
político Bertrand Badie, publicada no jornal El Pais Brasil, em 6 abr.
2020.
Aprofunde seu conhecimento sobre o Plano Real com a leitura do
verbete do Dicionário Histórico Biográfico do Centro de Pesquisa e
Documentação de História Contemporânea da Fundação Getúlio Vargas.
Referências
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JK. Rio de Janeiro: FGV, [s.d]. Consultado na internet em: 14 mar. 2022.
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desenvolvimento econômico e estabilidade política. 3. ed. Rio de
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