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Industrialização brasileira
O papel da industrialização no seu processo histórico para o Brasil.
Prof. Daniel Pinha Silva
1. Itens iniciais
Propósito
Compreender que os trabalhadores do setor industrial e o próprio setor transformam a sociedade brasileira.
Objetivos
Reconhecer as características da industrialização entre a Primeira República e a Era Vargas.
Analisar o programa nacional industrializante de desenvolvimento no contexto político entre os anos 
1930 e 1950.
Examinar as variações econômicas brasileiras e sua relação com a industrialização dos anos 1970 até 
1990.
Introdução
Para introduzir a nossa discussão sobre o processo de industrialização brasileira ao longo do século XX, vale
citar a reflexão de Maria Antonieta Leopoldi, importante pesquisadora desse tema: “Durante o período
1929-1987 o Brasil foi um dos países que mais cresceram em todo o mundo. Essa onda de crescimento
econômico já vinha desde o início do século XX, mas toma impulso no primeiro governo Vargas, que realiza a
difícil tarefa de responder às turbulências internas e externas e fazer desse desafio um aprendizado para
crescer de forma continuada” (LEOPOLDI, 2003, p. 243). 
Eli Diniz segue a mesma direção argumentativa ao propor que “Podemos considerar os anos trinta como
importante etapa na definição dos rumos do capitalismo industrial no país, conservando-se, no plano
econômico, o deslocamento do eixo da economia do polo agroexportador para o polo urbano-industrial e, no
plano político, o esvaziamento da influência e do poder dos interesses ligados à preservação da
preponderância do setor externo no conjunto da economia” (DINIZ, 1981, p. 89). 
Leopoldi e Diniz destacam a centralidade da Era Vargas (pós-1930) na construção de uma agenda para o
Estado brasileiro ao longo do século XX, no sentido de induzir um processo de industrialização. É esse
percurso que pretendemos desenvolver aqui.
• 
• 
• 
1. A industrialização em perspectiva histórica 
Linha do tempo da industrialização brasileira
Do modelo agrário-exportador ao programa neoliberal
É consenso entre os especialistas o novo papel atribuído ao Estado brasileiro no desenvolvimento econômico
no pós-1930. Foi nesse contexto que se estabeleceu no país um núcleo base de indústrias de bens de
produção e uma infraestrutura elementar para fomento do crescimento industrial. Esse novo papel do Estado
está relacionado à conjuntura internacional, especificamente à depressão que se segue à grande crise
econômica de 1929 e seus imediatos efeitos na vulnerável economia brasileira, predominantemente agrário-
exportadora. Relaciona-se também à modernização do Estado brasileiro e à crise dos grupos cafeeiros
paulistas, segmentos tradicionais da ordem republicana vigente até então, que perderam o protagonismo na
condução governamental. 
A partir dos anos 1930, o eixo dinâmico do processo de acumulação capitalista no Brasil torna-se
urbano e industrial. Desenvolvimento torna-se sinônimo de crescimento industrial.
A conjuntura internacional adversa dificulta o ingresso de investimentos externos e reforça um giro para
dentro nacional, baseado na acumulação interna e na ação do Estado. Esse movimento, que impulsionou o
processo de industrialização, realizou-se por meio da conciliação de interesses de classe, em que a
exportação de produtos agrícolas, estimulada pelo Estado, garantiu o ingresso de divisas estrangeiras e a
aquisição de máquinas e equipamentos no exterior para implantação, manutenção e ampliação do parque
industrial. 
Desenvolvimento industrial e soberania apontavam necessariamente para o tratamento de algumas questões
que, no período entre 1930 e 1945, foram cruciais para erigir as bases sustentadoras do desenvolvimento
brasileiro até os anos 1980. Veja, a seguir, quais são elas: 
Na Ditadura Militar, o crescimento da economia, sustentado pelos elevados investimentos externos e pela
política de contenção salarial, não promoveu um processo de desenvolvimento autônomo em relação ao
capital externo e levou a uma intensa concentração de renda.
Industrialização 
Entre 1930 e 1954 ― a era Vargas ―, procurou-
se estabelecer as determinações internas do
processo de industrialização, com a
implantação pelo Estado do setor industrial
de bens de produção e tendo como base
desse modelo a legislação sindical e
trabalhista.
Agroexportação 
Por outro lado, atendia aos interesses
dos setores agroexportadores mediante
a construção e ampliação dos
transportes, vias de acesso e
comunicação. E, politicamente, o Estado
garantia a manutenção da estrutura
fundiária e das relações de produção no
campo.
Fernando Collor, presidente do Brasil de 1990 até 1992.
O quadro de profunda crise da economia brasileira nos anos
1980, marcado pelo fracasso dos planos econômicos
(Cruzado, Cruzado II, Verão e Bresser), abriu espaço para a
vitória eleitoral de Fernando Collor, em 1989, e, por
consequência, do projeto que propunha a introdução da
agenda conhecida como “Consenso de Washington” no
Brasil, ancorada em princípios neoliberais de
enfraquecimento do papel do Estado na economia.
Apesar do fracasso político de Collor, o que gerou seu
impeachment, a posse de seu vice-presidente Itamar
Franco e a posterior vitória de seu ministro da Fazenda,
Fernando Henrique Cardoso, nas eleições para presidente
em 1994, não impuseram barreiras ao desenvolvimento do programa neoliberal.
Em síntese, pensando em uma perspectiva histórica, que teremos oportunidade de aprofundar nos próximos
módulos: enquanto a década de 1920 e a primeira metade da década de 1930, ainda marcada pelo modelo
agrário-exportador centrado no café, foram caracterizadas pelo predomínio do setor privado nos
investimentos da economia nacional, a ampliação da participação governamental no processo de
desenvolvimento industrial teve início a partir da Era Vargas, permanecendo com força até a década de 1970,
durante o governo Geisel. A década de 1980, porém, foi marcada pela reversão de tal tendência: as eleições
de Collor, em 1989, e depois de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, levaram à implementação das reformas
neoliberais no Brasil, cujo eixo girava em torno da redução da atuação estatal na industrialização e no
processo econômico como um todo.
Construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), 1941.
O café e a indústria
Centralidade do café e formação da classe operária
Na Primeira República (1889-1930), havia uma centralidade do café na economia brasileira. Até os anos 1920,
diferentes governos criaram políticas de defesa do café. Aliado ao aumento dos preços desse produto no
mercado internacional, estimulou-se uma expansão do cultivo da planta e de sua exportação.
O processo industrial existente no período decorria, em geral, da relação com a produção de café:
produção, transformação, distribuição, exportação. Ou seja, a industrialização incipiente atrelava-se,
de maneira subordinada, ao modelo agrário-exportador centrado no café.
Até a década de 1920, os interesses da cafeicultura e do Estado brasileiro pareciam se confundir. Em 1922,
com a inflação em alta, o país foi atingido por uma crise fiscal, e as contas públicas não apresentavam saldo
positivo. Essa conjuntura econômica desfavorável repercutiu nas exportações do café. Diante do desequilíbrio
financeiro, o Estado brasileiro contraiu empréstimos no exterior para equilibrar seu orçamento. 
Sacas de café.
Greve geral de 1917.
Todavia, o déficit (quando as despesas são
maiores que a receita) persistia, e o Estado
brasileiro precisou recorrer a medidas como a
emissão de moeda ou, ainda, a colocação de
títulos da dívida pública no mercado. Os
estados cafeicultores saíram em defesa do seu
produto, entretanto, para garantir o preço do
café diante da ameaça de superprodução, era
necessário que os estoques excedentes fossem
comprados, o que, na prática, significava mais
gastos públicos. A manutenção desse patamar
de produção levou à superprodução, agravada
com a crise mundial de 1929. As políticas
econômicas do governo Vargas, após a
Revolução dede importações
	Reação das políticas governamentais
	Necessidades setoriais ganham espaço na cena política
	A Companhia Siderúrgica Nacional
	Comentário
	Os anos JK
	Anos JK: industrialização, desenvolvimento e democracia
	Produção de cimento
	Produção de aço
	Produção de veículos automotores
	Geração de energia elétrica
	Extensão de rodovias pavimentadas
	Política desenvolvimentista
	50 anos em 5: industrialização e desenvolvimento
 nacional
	Energia
	Transporte
	Alimentação
	Indústria de base
	Atenção
	Nacionalismo e desenvolvimento
	Industrialização motor do desenvolvimento: de Vargas a JK
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Desenvolvimento industrial e soberania nacional
	Conteúdo interativo
	Os anos JK
	Conteúdo interativo
	Política desenvolvimentista
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. A política industrial: da Ditadura Militar aos anos 1990
	Ditadura Militar: contexto econômico
	Plano de Ação Econômica do Governo
	Milagre econômico
	Década perdida
	PND
	O programa de industrialização proposto pelo II PND
	Indústrias básicas
	Setor energético
	Tecnologia termonuclear
	Contexto internacional e o neoliberalismo
	A crise do petróleo de 1973
	Atenção
	O advento do neoliberalismo como solução para a crise
	Ordem macroeconômica
	Ordem microeconômica
	Novo modelo
	Programa neoliberal
	A eleição de Fernando Collor e a adoção do programa
 neoliberal
	Fiscal
	Patrimonial
	Administrativa
	Governo FHC
	A reestruturação industrial do Estado no governo FHC
	Analisando documentos
	Industrialização e política nas décadas de 70, 80 e 90
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Ditadura Militar: contexto econômico
	Conteúdo interativo
	Plano Nacional de Desenvolvimento
	Conteúdo interativo
	Contexto internacional e o neoliberalismo
	Conteúdo interativo
	Programa neoliberal
	Conteúdo interativo
	Governo FHC
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referências1930, responderam a esse
contexto.
O desenvolvimento da industrialização fez surgir um
movimento operário organizado em lutas por ampliação de
direitos. Ocorreu o aumento do operariado urbano devido à
crescente urbanização e às atividades industriais, uma vez
que os serviços urbanos, principalmente os transportes e as
fábricas, passaram a recrutar um número cada vez maior de
operários.
Assim, os trabalhadores procuraram se organizar, sendo a 
greve seu principal instrumento de ação política, com a
realização de comícios e a formação de entidades que
defendessem seus interesses.
A expectativa positiva com que o regime republicano
brasileiro foi recebido pelo movimento operário foi
rapidamente transformada em desilusão, uma vez que a República Oligárquica se mostrou incapaz de
responder às demandas por igualdade de direitos. Ao longo da Primeira República, esse desencantamento
suscitou variadas propostas e ações voltadas para o reconhecimento de direitos vinculados à condição
operária: organização em sindicatos, ligas e associações; manifestação das suas ideias e dos seus valores por
meio da imprensa; constituição de espaços de sociabilidade e educação, como teatro e escola próprios; e,
principalmente, a luta pelo estabelecimento de um conjunto de leis que garantisse condições dignas de
trabalho.
Saiba mais
A despeito das divergências de métodos, o movimento priorizou a luta pelos direitos sociais:
estabelecimento de jornada máxima de trabalho semanal, férias remuneradas, regulamentação do
trabalho feminino e infantil e salários dignos eram as suas principais reivindicações. Durante boa parte
da Primeira República, essas reivindicações foram, em grande medida, desconsideradas pelo
empresariado e pelo governo. Greves e manifestações dos trabalhadores foram duramente reprimidas:
prisões arbitrárias, fechamento de associações, deportação dos estrangeiros e desterro dos nacionais
para a Amazônia eram medidas usuais dos governantes. 
Em 1920, o valor da produção industrial chegou a um quarto do valor da produção agrícola e o operariado já
se constituía como um grupo social relevante para a sociedade brasileira. Os estabelecimentos industriais
concentravam-se no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas já se espalhavam pelo país afora. Nesse quadro, com
o crescimento, a diversificação e o fortalecimento do movimento operário, o empresariado e o governo não
podiam simplesmente ignorar as suas demandas. Mesmo recusando atender às reivindicações, as lideranças
empresariais passaram a discuti-las. E isso repercutiu no programa de organizações partidárias como a
Reação Republicana e a Aliança Liberal.
O Congresso Nacional debateu e aprovou, em 1925, a Lei de Férias, que estabelecia 15 dias de férias anuais, e
o Código de Menores, em 1927. Essas duas leis trabalhistas seguiram-se à aprovação de uma medida
previdenciária, a Lei das Caixas de Aposentadorias e Pensões, em 1923. Apesar de votadas, aprovadas e até
mesmo regulamentadas, essas duas leis trabalhistas não foram efetivamente cumpridas pelos
estabelecimentos comerciais e industriais até 1930.
Crianças trabalhando em fábrica de sapato no início do século XX.
Era Vargas
Industrialização brasileira na Era Vargas dos anos 1930
O contexto da crise pós-1929 fez com que o setor industrial se voltasse para um processo de substituição de
importações. Trata-se de uma ação iniciada pela crise e impulsionada pelo governo Vargas, que trouxe para o
âmbito do Estado a responsabilidade de conduzir o processo de industrialização. Os industriais obtiveram
auxílio das políticas governamentais por meio de taxas tarifárias e medidas cambiais favoráveis.
Com Vargas, a industrialização em torno do café foi mantida e ampliada. Para o novo governo, era
necessário assumir a defesa do produto no mercado internacional ― visto que era não só fonte de
renda dos cafeicultores, mas também importante elemento da receita do Estado ― e, ao mesmo
tempo, desestimular novos plantios.
O Conselho Nacional de Café (CNC), criado em 1931, e o Departamento Nacional do Café (DNC), seu
substituto dois anos mais tarde, fizeram valer a direção centralizadora em relação à política cafeeira, com um
grau significativo de autonomia do governo em relação aos grupos diretamente interessados. No médio prazo,
a política foi bem-sucedida: a produção foi normalizada em 1937, e o café brasileiro tornou-se competitivo em
relação ao colombiano, principal competidor internacional. Nessa ocasião, o governo resolveu liberar os
controles estabelecidos tanto para a produção como para as taxas de câmbio e os impostos. As medidas de
liberalização, porém, duraram pouco tempo, pois o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, ensejou novas
restrições.
Chaminés ativas e inativas em uma usina de açúcar e
álcool no Brasil.
Tal como ocorreu com o café, o governo Vargas
criou agências voltadas para a regulamentação
e o controle de várias atividades agrícolas e
extrativas, em suas diferentes fases de
produção e comercialização. Alguns desses
órgãos seguiam um padrão corporativo, isto é,
admitiam em suas composições representantes
dos grupos privados diretamente interessados,
ao lado dos técnicos e funcionários do Estado;
outros não.
 
Destacaram-se o Instituto do Açúcar e do
Álcool, criado em 1933, o Instituto do Mate, em
1938, o Instituto do Sal, em 1940, e o Instituto
do Pinho, em 1941 (DINIZ, 1981).
É possível identificar nesse contexto um
processo de diversificação industrial motivada por incentivos estatais. O dinamismo da industrialização na
década de 1930 é tributário de uma base industrial preexistente, constituída ao longo da Primeira República.
Entretanto, a expansão nos anos 1930 não tinha precedentes: dos quase 50 mil estabelecimentos industriais
existentes no país, segundo o Censo Industrial de 1940, cerca de 35 mil foram fundados depois de 1930, ou
seja, 70% dos estabelecimentos eram recentes.
Saiba mais
A exemplo do sucedido com o setor agrícola, a concessão de incentivos à indústria privada e a criação
de condições infraestruturais para a industrialização ficaram a cargo de um conjunto de agências
estatais como a Comissão de Similares, criada em 1934, o Conselho Técnico de Economia e Finanças,
em 1937, o Conselho Nacional de Petróleo, em 1938, o Conselho de Águas e Energia, em 1939, a
Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional, em 1940, a Comissão de Combustíveis e
Lubrificantes e o Conselho Nacional de Ferrovias, ambos em 1941, além da constituição, durante o
Estado Novo, das estatais Companhia Siderúrgica Nacional (1941), Companhia Vale do Rio Doce (1942) e
Companhia Nacional de Álcalis (1943). 
A partir dessas experiências, suscitadas originalmente com a Crise de 1929 e a recessão internacional nos
anos 1930, iniciou-se um debate sobre planejamento econômico e planificação nacional. Em 1934, foi criado o
Conselho Federal de Comércio Exterior (CFCE), primeiro órgão do país voltado para o planejamento estatal;
em 1943, o Conselho Nacional de Política Industrial e Comercial (CNPIC); e, no ano seguinte, a Comissão de
Planejamento Econômico (CPE). Ao longo de todo o período do governo Vargas, no interior desses órgãos
ocorreram acirrados debates envolvendo representantes do empresariado agrícola, comercial e industrial,
consultores técnicos e funcionários ministeriais.
Governo Vargas
Durante todo o período e, especialmente, no Estado Novo (1937-1945), o Estado foi permeável às
pressões dos grupos sociais organizados — empresários, militares, sindicalistas, diplomacia
internacional — que disputaram entre si para o atendimento de suas demandas. Em particular, cabe
ressaltar a consolidação de uma geração de industriais que soube tirar proveito a partir dos novos
arranjos políticos corporativos. A exploração dos recursos naturais extraídos do solo brasileiro e a
produção industrial em larga em escala faziam parte da meta econômica de desenvolvimento,
incorporando interesses de diversas classes, como empresários e trabalhadores, atuando sob a
mediação do Estado.
Filinto Müller, Góes Monteiro,Getúlio Vargas, Valdemar Falcão, Benedito Valadares e
Israel Pinheiro (da esquerda para a direita), 1938. São Lourenço (MG).
No intuito de viabilizar a expansão industrial, o Estado manteve os produtos industriais nacionais protegidos
da livre concorrência por meio do controle de importações. A desvalorização da moeda, o mil-réis, resultou no
redirecionamento da demanda nacional para a produção doméstica. Os setores industriais mais dinâmicos
foram o têxtil, o químico, bem como os de papel, cimento, aço e pneus. No ano de 1939, 99% do ferro gusa
consumido no Brasil eram da indústria nacional, assim como 85% do cimento.
Industrialização e desenvolvimento nacional
Ao longo dos anos 1930, não se pode afirmar que houve, por parte do Estado brasileiro ou das elites
emergentes, um projeto sistemático de desenvolvimento industrial. O projeto foi sendo construído
gradativamente, respondendo aos acontecimentos e às variáveis econômicas e políticas, só compreensíveis a
partir de uma perspectiva histórica (LEOPOLDI, 2003). A consolidação de uma ideia de industrialização como
alternativa exequível para o desenvolvimento brasileiro ocorreu pari passu a reformas institucionais.
Veja o papel de cada setor, burguesia e empresariado, para a industrialização brasileira:
Burguesia industrial
A participação na defesa e organização de seus
interesses já vinha se pavimentando desde os
anos 1920, em resposta às novas demandas
sociais oriundas da complexificação política e
econômica.
Empresariado industrial brasileiro
A esse setor, coube a luta para participação
efetiva nos novos espaços institucionais
decisórios criados no aparelho de Estado, como
os conselhos técnicos e as comissões
reguladas por aparelhos estatais.
A partir dessas ações específicas, seria possível a elaboração de um discurso próprio, servindo de base para
um programa industrialista a ser implementado pelo Estado. 
Nos anos 1930, edificou-se um modelo de atuação do Estado em face da industrialização: ação
regulamentadora do Estado sobre a atividade econômica e o estabelecimento de um padrão de financiamento
público. Em outras palavras, o Estado é convocado para construir as condições básicas para o crescimento
industrial, no que tange ao estabelecimento de uma indústria pesada (na qual o capital privado nacional não
tinha condições de alocar recursos próprios em função dos altos custos) e de uma infraestrutura basilar para
esse desenvolvimento. É nesse contexto que a discussão sobre o petróleo, a siderurgia e a energia elétrica
emerge como primaz na agenda política brasileira.
A industrialização brasileira até os anos 1930
Neste vídeo, o doutor Daniel Pinha traz esclarecimentos sobre características da industrialização entre a
Primeira República e a Era Vargas, fala acerca da centralidade do café e da classe operária e, ainda, aborda os
impactos percebidos atualmente pelas escolhas do modelo de industrialização dos anos 1930.
Conteúdo interativo
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Vem que eu te explico!
O vídeo a seguir aborda o assunto mais relevante do conteúdo que você acabou de estudar.
Linha do tempo da industrialização brasileira
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O café e a indústria
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Era Vargas
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Verificando o aprendizado
Questão 1
(Unesp - SP/2017) A industrialização contemporânea requer investimentos vultosos. No Brasil, esses
investimentos não podiam ser feitos pelo setor privado, devido à escassez de capital que caracteriza as
nações em desenvolvimento. Além disso, o crescimento econômico do Brasil, um recém-chegado ao processo
de modernização, processou-se em condições socioeconômicas diferentes. Um efeito internacional de
demonstração, na forma de imitação de padrões de vida, entre países ricos e pobres, e entre classes ricas e
pobres dentro das nações, resultou em pressões significativas sobre as taxas de crescimento para diminuir a
diferença entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Em vista das aspirações de melhores padrões
de vida, o governo desempenhou um papel importante no crescimento econômico recente do Brasil.
 
(PELÁEZ, C. M.; SUZIGAN, W. História monetária do Brasil. Brasília, DF: Universidade de Brasília, 1981.
Adaptado.)
 
De acordo com o texto, uma das particularidades do processo de industrialização brasileira é
A
o controle das matérias-primas industriais pelas nações imperialistas do planeta.
B
a escassez de mão de obra devido à sobrevivência da pequena propriedade rural.
C
a existência prévia de um amplo mercado consumidor de produtos de luxo.
D
o domínio da política por setores sociais ligados aos padrões da economia colonial.
E
a emergência da industrialização em meio a economias internacionais já industrializadas.
A alternativa E está correta.
O Brasil é um país historicamente agroexportador, tendo ainda hoje fortes características herdeiras dessa
questão. Nossa industrialização veio a reboque de ações e dinâmicas internacionais. O comando é
reconhecer as particularidades da industrialização brasileira, dessa forma, o controle imperialista era da
industrialização e não das matérias-primas. Em um país de tradição escravocrata e vocação de receber
imigrantes, a mão de obra nunca foi um problema, mercados emergentes não têm padrões de luxo, e a
economia já não era colonial há muito tempo.
Questão 2
(ENEM MEC/2014) Ao deflagrar-se a crise mundial de 1929, a situação da economia cafeeira se apresentava
como se segue. A produção, que se encontrava em altos níveis, teria que seguir crescendo, pois os produtores
haviam continuado a expandir as plantações até aquele momento. Com efeito, a produção máxima seria
alcançada em 1933, ou seja, no ponto mais baixo da depressão, como reflexo das grandes plantações de
1927-1928. Entretanto, era totalmente impossível obter crédito no exterior para financiar a retenção de novos
estoques, pois o mercado internacional de capitais se encontrava em profunda depressão, e o crédito do
governo desaparecera com a evacuação das reservas.
 
(FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1997. Adaptado.)
 
Uma resposta do Estado brasileiro à conjuntura econômica mencionada foi
A
a reformulação do sistema fundiário.
B
a atração de empresas estrangeiras.
C
o financiamento de pequenos agricultores.
D
o desenvolvimento de política industrial.
E
o incremento da mão de obra imigrante.
A alternativa D está correta.
Outra característica a ser reconhecida são as ações do Estado brasileiro em meio às crises internacionais,
aos quadros de guerra e à crise da produção industrial em 1929. Destaca-se no governo de Vargas a
organização de uma política industrial, dirigida e trabalhada para o fim. Não somos mercados, não revimos
nossas estruturas aristocráticas, e mão de obra imigrante não responde à questão, e é de fato parte da
política dirigida que é tratada.
2. Industrialização - motor do desenvolvimento: de Vargas a JK 
Desenvolvimento industrial e soberania nacional
A elite industrial, ao elaborar sua perspectiva industrializante na década de 1930, se apropriaria de categorias
do discurso político autoritário vigente à época, combinando-as ao discurso de modernização econômica que
defendia (FONTES; MENDONÇA, 1988). Em outras palavras, era como se o salto industrial modernizador fosse
compatível ao modelo político antidemocrático instaurado pelo varguismo. A combinação industrialização e
autoritarismo seria a fórmula para superar a vulnerabilidade da economia brasileira, em face do seu caráter
predominantemente agroexportador. Eis uma diferença decisiva nos anos 1950, quando o desenvolvimento
nacional e a industrialização deveriam ajustar-se à experiência democrática, e o ponto central deste módulo, a
ser desenvolvido de agora em diante. 
Segundo Leopoldi (2003), o crescimento industrial registrado principalmente no triênio1933-1936 se daria
basicamente pelo resultado da conjugação de alguns fatores, veja quais foram:
Ampliação do processo de substituição
de importações
O primeiro deles é motivado pela conjuntura
externa de crise e brusca desaceleração da
economia mundial no imediato pós-1929.
Reação das políticas governamentais
Em segundo lugar, a pronta resposta dada pelas
políticas governamentais ao choque externo
sofrido pela economia brasileira.
Necessidades setoriais ganham espaço
na cena política
E, por fim, a existência de demandas setoriais
que ganhavam espaço na cena política
brasileira e que gradativamente foram
incorporadas pelo Estado.
Além de um programa industrialista sendo gerido por lideranças desses segmentos, merece destaque também
o papel dos militares, que passaram a postular a criação de uma infraestrutura mínima no país, para servir de
base ao desenvolvimento industrial em curso e vista como condição elementar para manutenção da soberania
nacional.
Petróleo, siderurgia e energia elétrica foram os pontos fundamentais que ganharam os círculos do
debate político-econômico que propunha o salto industrial qualitativo almejado por importantes
segmentos da elite brasileira. Seriam questões de relevo na economia política não apenas do Estado
Novo, mas de todo o primeiro governo Vargas. 
O debate acerca dessas questões ultrapassaria os limites da mera discussão técnica e ganharia contornos
eminentemente políticos. Em outras palavras, era preciso construir um consenso na sociedade brasileira e na
base política do Estado para que essas questões pudessem se transformar em políticas públicas efetivas
(LEOPOLDI, 2003). 
A Companhia Siderúrgica Nacional
Ainda que fosse possível identificar a existência de um incipiente setor privado de indústrias siderúrgicas
desde a década de 1920, tal atividade só passaria a constar efetivamente na pauta da agenda política do país
quando a orientação modernizadora-industrialista do governo brasileiro começou a se delinear ao longo da
Presidentes Getúlio Vargas e Franklin Delano Roosevelt.
década de 1930. Nesse contexto, verificou-se a necessidade premente do Estado de atuar nesse setor,
entendido como estratégico.
A demanda crescente por aço esbarrava na incapacidade de o setor privado supri-la. Os militares, nesse
sentido, viriam a adquirir papel de protagonistas na elaboração de uma efetiva proposta que demandasse uma
atuação estatal nessa atividade.
Em 1940, ao mesmo tempo em que Vargas tentava
estabelecer acordos com os EUA (país que possuía uma
crescente demanda por minério de ferro e aço) para
possíveis parcerias com o capital estrangeiro, foi criada,
pelo Decreto-Lei nº 2.054, a Comissão Executiva do Plano
Siderúrgico, encarregada de fazer os estudos e organizar
uma companhia nacional de siderurgia.
Veja o cenário:
Sem dúvida, o ano divisor de águas para a definição das políticas para o setor foi o de 1940. No bojo das
discussões realizadas por essa comissão e a partir dos entendimentos entre o governo brasileiro e o governo
americano (por meio do Eximbank – Banco de Exportação e Importação), surgiu a decisão de se construir uma
usina siderúrgica estatal de grande porte.
Comentário
O governo americano abriria uma linha de crédito de 20 milhões de dólares, e a contrapartida brasileira
seria de 25 milhões, provenientes de várias fontes — depósitos das cadernetas de poupança em bancos
públicos, fundos de pensão e aposentadoria e ações do Tesouro (LEOPOLDI, 2003; MARTINS, 1976). O
local escolhido para a instalação da usina, a cidade de Volta Redonda (RJ), ocorrera pela necessidade de
se estabelecer um complexo de indústrias de base no eixo Rio–São Paulo, principal polo urbano-
industrial do país. 
A consolidação do acordo para a construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em março de 1942,
deu-se no contexto de imediata definição da entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial (após o ataque
japonês à base naval de Pearl Harbor, no Pacífico). Nesse sentido, a diplomacia econômica brasileira soube
explorar as condições que levaram à entrada dos EUA no conflito, explorando os interesses econômicos e
militares americanos no campo de batalha. A promessa de um fornecimento constante de minerais
estratégicos para os EUA e a autorização para estabelecimento de bases militares no Nordeste brasileiro
foram condições colocadas pelo governo dos EUA e prontamente aceitas. 
Construída ao longo da Segunda Guerra Mundial, a Siderúrgica Nacional só passou a operar no máximo da sua
capacidade produtiva em 1948. A CSN foi o último empreendimento significativo do primeiro período Vargas e
o símbolo de um projeto nacional desenvolvimentista que incluiu uma tácita aliança entre Estado, industriais e
militares. De fato, consolidava-se um modelo de acumulação capitalista que, malgrado a atuação do capital
privado nacional em diversos setores, consolidava o Estado como grande agente indutor das opções de
desenvolvimento adotadas no período.
União de militares e empresariado 
A composição política e técnica da comissão
do plano siderúrgico refletia a evidente
aproximação entre militares e empresariado
industrial, com o objetivo de elaborar o
modelo de política estatal para o setor.
Força dos setores no governo varguista 
Por outro lado, mostrava a capacidade
de influência desses segmentos perante
o establishment varguista, tendo em
vista a efetiva participação de figuras
proeminentes, lideranças intelectuais
orgânicas desses dois setores.
Posse de Juscelino Kubitschek como presidente da
República e de João Goulart como vice, em 1956.
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Os anos JK
Anos JK: industrialização, desenvolvimento e democracia
O governo Juscelino Kubitschek (1956-1961) foi aquele que, na experiência democrática dos anos 1946-1964,
melhor encarnou a ideia de desenvolvimento e industrialização. Governando estritamente nos limites da
Constituição e da democracia advinda com a queda do Estado Novo e sob a égide de um pretensioso plano
de crescimento e industrialização da economia brasileira, o governo JK produziu transformações significativas
na realidade brasileira. Promoveu, a partir do Plano de Metas, a integração de boa parte do território brasileiro
e consolidou um modelo de desenvolvimento industrial assentado na associação com o capital estrangeiro. O
plano “50 anos em 5”, proposto por JK, ainda em sua campanha eleitoral, traduziu muito bem a ideia de
movimento, ação e desenvolvimento que caracterizou o Brasil da segunda metade da década de 1950.
Apesar dos percalços atravessados entre a vitória eleitoral e
a efetiva posse, o governo JK foi, certamente, um período
de estabilidade política, combinada a um processo de
crescimento econômico. A partir de um quadro social e
político tenso e com interesses divergentes, conciliou o
processo democrático e a intensificação do
desenvolvimento do tipo capitalista e industrial.
Não é por mero acaso, portanto, que a Era JK tenha
recebido, posteriormente, o adjetivo de "anos dourados",
servindo, dessa forma, de modelo para vários políticos,
defensores da ordem política e democrática no Brasil —
ainda que não tenha conseguido superar ou mitigar
assimetrias sociais e incorporar amplos segmentos sociais à cidadania (MOREIRA, 2003).
Em linhas gerais, o governo JK fez-se sob o signo do binômio crescimento/desenvolvimento
industrial. Embora tal objetivo fosse consensual entre os diversos atores sociais e políticos que
compunham a cena brasileira, a forma como o desenvolvimento nacional deveria ser alcançado era o
que estava efetivamente em disputa.
Nesse sentido, o “nacional-desenvolvimentismo”, além de predominante, exerceria o papel crucial de alinhavar
diferentes segmentos da sociedade em torno desse modelo de desenvolvimento. A partir de meados da
década de 1950, a industrialização por substituição de importações passa a ter como carro-chefe a
implantação da indústria de bens de consumo duráveis, notadamente automóveis e eletrodomésticos. Durante
o governo JK, a taxa de crescimento da economia foide 8% ao ano em média, mas a produção industrial
cresceu 100%.
João Café Filho, presidente do Brasil (1954-1955).
Todo esse desenvolvimento foi definido a partir
do Plano de Metas, que priorizou a substituição
de importações nos setores de bens de capitais
e, principalmente, bens de consumo duráveis.O
Estado, especialmente por meio do BNDE
(Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico), continuou a financiar grande parte
das indústrias de base, por meio de novas
emissões de moedas ou de empréstimos
externos. Já o setor de bens de consumo
duráveis desenvolveu-se a partir da
internacionalização da economia, e para isso
utilizou a Instrução 113 da Superintendência da
Moeda e do Crédito (SUMOC), baixada no início
de 1955, no curto governo Café Filho
(1954-1955), que garantia a importação de
máquinas e equipamentos no exterior, sem
impostos ou cobertura cambial, desde que os empresários estrangeiros tivessem sócio nacional.
Dessa maneira, realizou-se a abertura do mercado nacional para as grandes empresas estrangeiras, que
passaram a investir maciçamente no Brasil com a disponibilidade de capitais. Assim, os EUA e as nações
europeias retomavam a expansão imperialista. A Europa Ocidental e o Japão recuperavam-se dos prejuízos
causados pela Segunda Guerra Mundial, como resultado do Plano Marshall e outros investimentos realizados
pelos EUA. O governo Kubitschek soube aproveitar a nova conjuntura econômica internacional, com maior
disponibilidade de capitais e a retomada da disputa por mercados pelas empresas das economias centrais.
Assim, as reticências e as condições impostas pelos americanos à cooperação para o desenvolvimento
industrial brasileiro podiam ser agora contornadas com essas novas parcerias, ávidas por oportunidades de
investimentos rentáveis.
Tendo como base a política econômica construída por Getúlio Vargas e a massa crítica da Comissão
Econômica das Nações Unidas para a América Latina (Cepal), Juscelino Kubitschek inovou no gerenciamento
da economia brasileira, lançando seu Plano de Metas. Um plano que deveria realizar “50 anos em 5”, e cuja
meta síntese era a construção da nova capital no planalto central ― Brasília. O maior dinamismo da economia
brasileira no período pode ser constatado por meio de alguns números:
1
Produção de cimento
Foram produzidas 914 mil toneladas em 1947 e 4,6 mihões de toneladas em 1961, alcançando-se a
autossuficiência.
2
Produção de aço
A produção em lingotes passou de 1,4 milhão de toneladas em 1956 para 2,7 milhões de toneladas
em 1962.
3
Produção de veículos automotores
Passou de 31 mil em 1957 para 200 mil em 1962.
4 Geração de energia elétrica
A capacidade instalada de geração de energia elétrica passou de 2,8 milhões de kW em 1954 para
5,8 milhões de kW em 1962.
5
Extensão de rodovias pavimentadas
Passou de 3, 2 mil quilômetros em 1956 para 9 mil quilômetros em 1962.
Enfim, o crescimento médio anual da economia brasileira foi de 8,1%.
Construção do Palácio da Alvorada, Brasília.
Política desenvolvimentista
50 anos em 5: industrialização e desenvolvimento nacional
Mesmo que a economia não tenha avançado 50 anos, durante o governo JK foi inegável a aceleração do
crescimento econômico, sobretudo nos ramos industriais modernos. O plano abrangia os seguintes setores
estratégicos: 
Energia Transporte 
Alimentação Indústria de base
Seus objetivos principais eram enfrentar os pontos de estrangulamento da economia por meio de
investimentos do Estado em infraestrutura, expandir a indústria de base, bem como desenvolver a indústria
automobilística, incentivando investimentos privados nacionais e estrangeiros, principalmente.
Apesar do crescimento da produção interna, cresceu também a dependência tecnológica, pois as
empresas aqui instaladas continuavam a importar máquinas. Havia também a dependência
financeira, fruto do maior endividamento e da remessa de lucros realizada pelas multinacionais. O
crescimento urbano foi acompanhado pelo crescimento de uma "classe média", em grande parte
vinculada ao setor de serviços, ampliando-se também o consumo.
Fluxo de migrações entre os anos 1960 e 1980.
A inflação voltou a crescer e, apesar dos investimentos públicos no setor de serviços, as cidades não estavam
preparadas para o crescimento, pois atraíam milhares de migrantes. 
A política para o setor agrário caracterizou-se pela
manutenção do modelo tradicional. A concentração
fundiária manteve-se e foi menos questionada, uma vez que
toda a discussão econômica passou a se basear no
desenvolvimento industrial.
Dessa maneira, os financiamentos tradicionais garantiram a
manutenção do latifúndio, ao mesmo tempo em que a não
existência de uma nova política para o campo garantia o
fluxo constante de mão de obra barata, expulsa do campo e
atraída pelas novas oportunidades nas grandes cidades.
Para conduzir sua política econômica, Juscelino implantou a
administração paralela. Esta consistia em órgãos vinculados
diretamente à presidência que agiam com mais
independência e agilidade, contornando as dificuldades do processo legislativo. Dentre eles, assumiram
destaque o Grupo Executivo de Maquinaria Pesada (Geimape), o Grupo Executivo para a Indústria
Automobilística (Geia) e o Grupo Executivo para a Construção Naval (Geicon). O conhecimento técnico desses
agentes era aliado à representação de interesses empresariais, constituindo uma interlocução privilegiada
com o Executivo e a implementação de seus projetos.
Atenção
A partir de 1956, com o modelo de desenvolvimento sugerido pelo Plano de Metas de JK, houve um
evidente deslocamento na ênfase desse debate, uma vez que a participação do capital estrangeiro se
tornou uma realidade concreta. A questão da participação do capital estrangeiro na promoção do
desenvolvimento nacional ocupava, naquele momento, papel de destaque. 
Nacionalismo e desenvolvimento
Não havia, nos anos 1950, somente um, mas vários nacionalismos, pluralidade esta que se devia às diferentes
elaborações intelectuais, assim como às práticas políticas específicas dos vários segmentos sociais e seus
interesses particulares (FONTES; MENDONÇA, 1988). A “corrente vitoriosa” dentre essas diversas
elaborações, no governo JK, foi aquela que girava em torno do chamado “nacional-desenvolvimentismo”, que
apregoava a participação do capital estrangeiro na economia brasileira, submetido, entretanto, aos marcos
regulatórios estabelecidos pelo Estado. Nesse contexto, foram importantes os diagnósticos oferecidos pelo
pensamento econômico estruturalista da Cepal acerca do problema do subdesenvolvimento brasileiro, além
da atuação do Iseb para elaboração de uma ideologia orientadora da perspectiva de desenvolvimento que se
tornara predominante.
Cepal, Iseb
CepalComissão Econômica para a América Latina e o Caribe. “A Cepal é uma das cinco comissões
regionais das Nações Unidas e sua sede está em Santiago do Chile. Foi fundada para contribuir ao
desenvolvimento econômico da América Latina, coordenar as ações encaminhadas à sua promoção e
reforçar as relações econômicas dos países entre si e com as outras nações do mundo. Posteriormente,
seu trabalho foi ampliado aos países do Caribe e se incorporou o objetivo de promover o
desenvolvimento social.” (CEPAL, 2021, n. p.).IsebInstituto Superior de Estudos Brasileiros. “Instituição
cultural criada pelo Decreto nº 37.608, de 14 de julho de 1955, como órgão do Ministério da Educação e
Cultura. Gozando de autonomia administrativa e de plena liberdade de pesquisa, de opinião e de
cátedra, destinava-se ao estudo, ao ensino e à divulgação das ciências sociais, cujos dados e categorias
seriam aplicados à análise e à compreensão crítica da realidade brasileira e à elaboração de
instrumentos teóricos que permitissem o incentivo e a promoção do desenvolvimento nacional.
Desapareceu em 1964.” (ABREU, s. d., n. p.).
Industrialização motor do desenvolvimento: de Vargas a JK
Neste vídeo, o doutor Daniel Pinha fala sobre os impactos atuais das decisões tomadas ao longo das políticas
de soberania nacional, CSN, AnosJK e 50 anos em 5.
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O vídeo a seguir aborda o assunto mais relevante do conteúdo que você acabou de estudar.
Desenvolvimento industrial e soberania nacional
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Os anos JK
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Política desenvolvimentista
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Verificando o aprendizado
Questão 1
O governo do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) ficou marcado, no contexto da industrialização
brasileira, pelo(a)
A
ascensão da economia do país como um importante mercado emergente.
B
criação de empresas estatais de exploração de petróleo e gás natural.
C
incentivo da prática do desenvolvimento sustentável nas fábricas.
D
utilização de fontes de energia renováveis no parque industrial do país.
E
promoção da abertura econômica do país para as empresas multinacionais.
A alternativa E está correta.
O processo de JK tem relação direta com a influência das grandes empresas internacionais, reduzindo a
ação governamental e focando a infraestrutura para difundir os novos valores.
Questão 2
(Fuvest - SP/2017) O período que vai de 1956 a 1967 é considerado como a primeira fase da industrialização
pesada no Brasil.
 
(NEGRI, B. Concentração e desconcentração industrial em São Paulo – 1880-1990. Campinas: Unicamp, 1996.)
 
Sobre as características da industrialização brasileira no período de 1956 a 1967, é correto afirmar que
A
partiu do Estado brasileiro, de caráter fortemente centralizador e nacionalista, a criação das condições para a
nascente indústria têxtil que se instalava no país, por meio de diversos incentivos e isenções fiscais.
B
a instituição do Plano de Metas, que teve como principal finalidade incrementar a incipiente industrialização
do Rio de Janeiro e de São Paulo, marcou politicamente esse momento do processo.
C
houve uma associação entre os investimentos no setor estatal e a entrada de capital estrangeiro, que
propiciaram a instalação de plantas produtoras de bens de capital.
D
trata-se de uma fase marcada pela política de “substituição de importações”, uma vez que se deu um
incremento da indústria nacional, pela abundância de mão de obra.
E
ocorreu a implantação de multinacionais do setor automobilístico, que se concentraram em São Paulo,
principalmente ao longo do eixo da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, em direção a Ribeirão Preto.
A alternativa B está correta.
A lógica estrutural é de formular um ideal de novo Brasil mais plural e tentar que os movimentos Rio-São
Paulo possam se expandir para demais eixos.
3. A política industrial: da Ditadura Militar aos anos 1990
Ditadura Militar: contexto econômico
A orientação da política econômica durante a vigência da Ditadura Militar no Brasil possui três momentos
bastante definidos:
De 1964 até 1968
Plano de Ação Econômica do Governo
Um primeiro, diante de um quadro de elevados níveis inflacionários e de redução do PIB, a política
econômica procurou conciliar o binômio crescimento e redução da inflação; o Plano de Ação
Econômica do Governo estruturava-se no tripé reforma fiscal, reforma monetária e reforma salarial.
De 1968 até 1973
Milagre econômico
Um segundo, no início do governo Médici, sob o comando do ministro Delfim Neto, alterou
profundamente a condução da política econômica, por meio do chamado “milagre econômico”. Em
que pese a prosperidade do período 1968-1973, as frágeis bases do desenvolvimento abriram espaço
para a crise, desencadeada no governo Geisel.
Anos 1980
Década perdida
Um terceiro momento tinha início, assim caracterizado pela grave crise da economia brasileira que
deixou como herança o descontrole dos anos 1980, em outras palavras, a “década perdida”.
Logo após o golpe, iniciou-se o programa de estabilização e reformas pelo ministro do Planejamento, Roberto
Campos, e pelo ministro da Fazenda, Octavio Gouvêa de Bulhões, que lançou as bases para um novo ciclo de
acumulação capitalista no Brasil. Algumas dessas reformas fizeram parte do Plano de Ação Econômica do
Governo (Paeg), que havia sido discutido e elaborado em parte nos círculos do Ipes antes do golpe. O Paeg
pretendia devolver ao país o crescimento da segunda metade dos anos 1950; pôr fim à inflação anual de três
dígitos; corrigir o déficit externo; equilibrar as contas públicas; reduzir desigualdades regionais e sociais; e
gerar empregos. 
Logomarca do INPS.
Delfim Netto.
O Paeg incluiu uma reforma tributária, que criou
impostos sobre valor agregado (ICM e IPI) e
universalizou o imposto de renda. O aumento
dos impostos reduziu substancialmente o
déficit público de 1964 a 1966. Outras medidas
foram a unificação da Previdência, com a
criação do Instituto Nacional de Previdência
Social (INPS); a criação de um mercado para
títulos da dívida pública e da correção
monetária; a criação do Banco Central
(inicialmente com independência, depois
retirada pelo presidente Costa e Silva); o fim da
estabilidade de emprego aos 10 anos de
trabalho, substituída, como “mecanismo de
proteção ao trabalhador”, pelo Fundo de
Garantia do Tempo de Trabalho (FGTS); e o
lançamento das cadernetas de poupança e do
financiamento da casa própria em larga escala, com a fundação do Banco Nacional da Habitação (BNH) e o
Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
Essas medidas resultaram em forte capitalização do Estado, na alavancagem das empresas e numa intensa
rotatividade de mão de obra, e ainda viabilizaram o período de acelerado crescimento econômico a partir de
1968, conhecido como “milagre econômico”.
Entre 1968 e 1973, sobretudo no governo Médici, ainda com Delfim à frente da economia, o país
cresceu em média 12% ao ano. Houve o estímulo à atividade econômica, como a expansão do
crédito — incluindo, especificamente, o crédito ao consumidor —, baixas taxas de juros e redução
de compulsórios.
Destaca-se o desempenho do setor de bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos e carros, que
cresciam de 20% a 25% ao ano. Uma iniciativa importante do governo foi a criação da Embrapa e as medidas
de apoio ao setor agrícola, que acompanharam a fase inicial do plantio de soja no Brasil, modernizando
setores agrícolas tradicionais e lançando as bases dos complexos agroindustriais (CAIs). Além disso,
ocorreram grandes obras para o “Brasil Grande”: a Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói. Apesar da economia
aquecida, a inflação caiu no período, saindo de 25% em 1968 para 16% em 1973. 
"É preciso fazer o bolo crescer para depois dividi-lo". A
frase do então ministro da Fazenda Delfim Netto é, até hoje,
uma das mais lembradas da Ditadura Militar. O bolo cresceu,
mas não foi dividido: entre 1968 e 1973, o Brasil cresceu
acima de 10% ao ano, mas, em contrapartida, o salário
mínimo ― que vinha recuperando o poder de compra nos
anos 1960 ― perdeu com o golpe.
Os limites estruturais da economia brasileira, ao lado da
crise internacional, inviabilizaram o projeto econômico do
governo Geisel, levando à chamada “crise do milagre
brasileiro”. A crise da economia mundial, promovida pela
primeira crise do petróleo, demonstrou a fragilidade das
bases desse crescimento e a excessiva dependência da economia brasileira diante do capital externo. A
concentração de renda, a explosão da inflação e a redução dos níveis de exportação desencadearam a crise
do modelo vigente, durante o governo Médici, e levaram a uma nova orientação econômica, materializada no II
Plano Nacional de Desenvolvimento (PND).
Posto americano fechado durante a primeira crise do petróleo.
PND
O programa de industrialização proposto pelo II PND
O II PND forneceria as principais diretrizes e elementos da estratégia de longo prazo:
Indústrias básicas
Grande ênfase nas indústrias básicas, notadamente no setor de bens de capital, e de eletrônica
pesada, assim como no campo dos insumos básicos, a fim de substituir importações e, se possível,
abrir novasfrentes de exportação.
Setor energético
No setor energético, optou-se por uma aceleração dos investimentos de prospecção, principalmente
na bacia de Campos (RJ), e na execução de um programa de elevação de 60% da capacidade
geradora de energia hidroelétrica, que viabilizaria a expansão da produção e da exportação de bens,
como o alumínio, produzidos com intenso consumo de energia.
Tecnologia termonuclear
O investimento no domínio da tecnologia termonuclear, viabilizada pelo acordo Brasil-Alemanha.
Os principais instrumentos da política industrial, carro-chefe na estratégia de desenvolvimento, foram o
crédito do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) sobre a aquisição de equipamentos, a depreciação
acelerada para equipamentos nacionais, as isenções do imposto de importação, o crédito subsidiado, a
reserva de mercado para alguns setores e a garantia de preços.
Os órgãos de implementação dessa política foram o Conselho de Desenvolvimento Industrial (CDI), o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), o Conselho de Política Aduaneira, a Carteira de Comércio
Exterior (CACEX) do Banco do Brasil e o Conselho Interministerial de Preços (CIP).
Sede do BNDES, Rio de Janeiro.
Contexto internacional e o neoliberalismo
A crise do petróleo de 1973
A primeira crise do petróleo em 1973 teve como consequências para o Brasil não só a elevação do preço do
produto e derivados, mas também o aumento dos juros no mercado financeiro internacional, encarecendo o
abundante fluxo de poupança externa. A política desenvolvimentista do governo Geisel prosseguiu, em ritmo
menos acelerado e com investimentos de maturação mais lenta, com taxas de crescimento em torno de 4% ao
ano, contra a média de 10% a.a. no período anterior. Essa “marcha forçada” da economia teve o seu limite em
1979, com o início de uma política recessiva de “ajuste”, promovida pelo governo, conforme o receituário do
Fundo Monetário Internacional (CASTRO; SOUZA, 1985). 
A diferença importante da experiência brasileira da década de 1970, tanto em relação às experiências
anteriores quanto às de outros países, é que a opção pela política de substituição de importações foi feita sem
que houvesse descontinuidade no incentivo às exportações. Veja a diferença entre exportações e
importações em um mesmo período, apesar do segundo choque do petróleo:
Em meados de 1980, a equipe econômica já percebia os primeiros sinais de escassez de financiamento
externo, evidenciando a disposição dos credores de cobrar pesados custos internos no curto prazo para
financiar o ajuste. Todavia, manteve-se a programação dos investimentos, incluindo-se no III PND
investimentos relacionados à exploração do petróleo, à substituição de energia na indústria e no transporte, à
substituição de importações de insumos básicos e para atividades voltadas para a exportação. 
Atenção
A economia brasileira experimentou, após longo período de crescimento, uma profunda recessão no
início dos anos 1980, que culminou com uma queda de cerca de 10% no produto industrial em 1981. Pela
primeira vez após a Segunda Guerra Mundial o PIB teve um declínio real de 4,3%. 
O advento do neoliberalismo como solução para a crise
Sustentado pelo cenário de profunda crise econômica dos anos 1980 (diretamente relacionada à crise do
“milagre econômico”), consolidou-se o diagnóstico de que somente a reestruturação do papel do Estado
Exportações 
Passam de 7,5% do PIB em 1974 a 8,4% em
1980.
Importações 
Caem de 11,9% em 1974 para 9,5% do
PIB em 1980.
Capitólio dos Estados Unidos em Washington.
poderia garantir a recuperação econômica do país. Tal constatação por parte de dirigentes políticos brasileiros
levou à reconfiguração da política econômica brasileira, a partir da introdução do projeto neoliberal no Brasil.
Os sucessivos fracassos dos planos econômicos implementados durante o governo de José Sarney
(1985-1990) – Plano Cruzado I, Plano Cruzado II e Plano Verão – fortaleceram o discurso de que
somente a implementação da agenda produzida pelo Consenso de Washington poderia promover a
inserção do país nos novos rumos e nas novas exigências da economia mundial.
O Consenso de Washington ficou conhecido como um conjunto de dez medidas econômicas formuladas
durante uma reunião ocorrida em Washington, D.C., em novembro de 1989, realizada por economistas de
instituições financeiras como o Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e o Departamento do Tesouro
dos Estados Unidos. As novas medidas estimulavam a competição entre as taxas de câmbio, davam
incentivos às exportações e previam a gestão de finanças públicas, tornando-se a política oficial do Fundo
Monetário Internacional em 1990, no momento que passaram a ser receitadas para promover o ajustamento
macroeconômico dos países em desenvolvimento que passavam por dificuldades. 
A nova configuração que as políticas públicas
irão assumir, desde então, toma como
elementar ponto de referência as diretrizes
elaboradas pelo economista John Williamson na
reunião na cidade de Washington, no ano de
1989, na qual foram traçados os caminhos que
os países da América Latina deveriam trilhar.
Segundo o próprio economista, o grande
consenso pode ser sistematizado em três
planos:
1
Ordem macroeconômica
É requerido um rigoroso esforço fiscal que passa por um programa de reformas administrativas,
previdenciárias e fiscais, além de um corte violento nos gastos públicos.
2
Ordem microeconômica
Passa pela necessidade de desonerar fiscalmente o capital (desoneração fiscal, flexibilização dos
mercados de trabalho, diminuição da carga social com os trabalhadores, diminuição dos salários)
para que ele possa aumentar sua competitividade no mercado internacional, desregulado e aberto.
3
Novo modelo
Desmonte radical do modelo anterior (Estado interventor).
Assim, nos anos 1980 e começo dos anos 1990, a conjuntura brasileira constituiu-se em um fértil terreno para
a pregação do ideário neoliberal. A crise econômica, a crise de legitimidade e os movimentos de massa deram
a tônica à chamada “abertura”. Estavam desenhadas, então, as condições para que a agenda neoliberal
apresentada fosse vista como a única solução para a crise. Segundo Francisco de Oliveira (1996), o processo
de dilapidação do Estado brasileiro que teve início ainda durante a Ditadura e prosseguiu sem interrupções no
governo Sarney terá papel decisivo para a consolidação do cenário para a penetração da ideologia neoliberal:
o binômio hiperinflação/desqualificação da ação política e dos espaços públicos como agentes promotores do
bem-estar social.
Posse do presidente Fernando Collor de Melo.
José Sarney e Tancredo Neves.
Programa neoliberal
A eleição de Fernando Collor e a adoção do programa neoliberal
Na primeira eleição direta para presidente desde 1960, o papel principal coube a Fernando Collor, candidato
por uma frágil aliança partidária, cuja trajetória não foi marcada pela fidelidade partidária. Pela Arena, foi
nomeado prefeito de Maceió em 1979; pelo Partido Democrático Social (PDS), elegeu-se deputado federal em
1982; pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), foi eleito governador de Alagoas em 1986.
Em 1989, em meio às articulações para lançamento de sua candidatura à presidência, criou um partido
próprio, o Partido da Reconstrução Nacional (PRN).
Assim que toma posse no dia 15 de março de 1990, Collor
põe em marcha um conjunto de reformas que tem origem na
constatação do esgotamento financeiro do Estado e na
necessidade de redução do déficit público. O
“enxugamento” da máquina estatal a partir da redução de
um número significativo de órgãos e a diminuição de custos
constituíram-se em objetivos de reforma administrativa.
O eixo do discurso governamental sustentava-se no tripé
desestatização, desregulamentação e liberalização dos
preços e salários. A defesa da redução dos gastos públicos
também é um ponto nodal na proposta de governo de
Collor. Torna-se, assim, recorrente no discurso do então
presidente a promoção do equilíbrio do orçamento federal pormeio do fim da concessão de benefícios e de
privilégios, o que exige obrigatoriamente uma estratégia global de reforma do Estado, cujo saneamento será
conquistado por meio de uma tríplice reforma: 
Fiscal Patrimonial
Administrativa
No dia seguinte à posse, medidas de choque para tentar controlar a inflação são tomadas: o cruzeiro retoma
sua posição de moeda oficial; os saques da poupança, do overnight e das contas correntes são reduzidos ao
máximo de Cr$ 50 mil, ficando o saldo restante retido pelo Banco Central pelo prazo de dezoito meses; os
aumentos dos preços são proibidos; é adotado o câmbio flutuante; foram extintos 24 organismos estatais e
autárquicos, destacando-se entre eles, a Siderúrgica Brasileira (Siderbrás), o Instituto do Açúcar e do Álcool
(IAA) e o Instituto Brasileiro do Café (IBC). 
Logotipo do governo Fernando Collor.
A despeito do confisco da poupança, os preços
de alguns produtos congelados começam a ser
liberados já a partir de maio, mesmo momento
em que o governo anuncia a meta de 360 mil
demissões no funcionalismo público — das
quais efetivamente somente em torno de 10 mil
ocorreram. Esse pacote ficou conhecido como
Plano Collor.
 
O projeto político-econômico, apresentado por
Fernando Collor de Mello em seu discurso de
posse no Congresso Nacional, tinha como
ponto central a ideia de “reconstrução
nacional”.
Para tal, o então eleito presidente propunha a
redução das áreas de atuação do Estado, o controle sobre a inflação, a defesa da economia de mercado, a
redução dos gastos públicos e o equilíbrio orçamentário. 
No discurso de posse, em 15 de março de 1990, Fernando Collor já deixou clara a sua orientação econômica:
Entendendo assim o Estado não como produtor, mas como promotor do bem-estar coletivo. Daí a
convicção de que a economia de mercado é a forma comprovadamente superior de geração de riqueza,
de desenvolvimento intensivo e sustentado. [...] Não abrigamos, a propósito, nenhum preconceito
colonial ante o capital estrangeiro. Ao contrário: tornaremos o Brasil, uma vez mais, hospitaleiro em
relação a ele […] Não nos anima a ideia de discriminar nem contra nem a favor dos capitais externos,
mas esperamos que não falte seu concurso para a diversificação da indústria, a ampliação do emprego e
a transferência de tecnologia em proveito do Brasil. Em síntese, essa proposta de modernização
econômica pela privatização [...] é a esperança de completar a liberdade política, reconquistada com a
transição democrática, com a mais ampla e efetiva liberdade econômica.
(MELO, 1990, n. p.)
Caras-pintadas em manifestação em frente ao Congresso Nacional, em Brasília.
Governo FHC
A reestruturação industrial do Estado no governo FHC
Fernando Henrique Cardoso com George W. Bush.
Apesar da força eleitoral do principal candidato da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da
Fazenda Fernando Henrique Cardoso, sustentado eleitoralmente pela aliança PSDB/ PFL e do Plano Real, foi
eleito com 54% dos votos válidos ainda no primeiro turno. 
Assim como Collor, Cardoso também configura seu programa de governo em torno do diagnóstico da falência
do modelo de Estado nacional-desenvolvimentista. Embora constate ter havido o crescimento da economia, a
estruturação de um importante parque industrial e o aumento da capacidade competitiva das exportações
brasileiras no período que se estendeu entre 1930 e 1980, para Fernando Henrique Cardoso o nacional-
desenvolvimentismo deixou profundas sequelas para a sociedade brasileira: 
Contraiu-se irresponsavelmente uma enorme dívida externa, geradora de
uma crise, que só agora [1994] se conseguiu equacionar [...] a ciranda
financeira que se instaurou levou o Estado à falência. A inflação
descontrolada, que só agora [1994] também conseguimos conter, distorceu
qualquer previsibilidade indispensável ao cálculo empresarial de médio e
longo prazos, [...] quebrou o esquema de financiamento do
desenvolvimento e acentuou as contradições e atrasos sociais.
(CARDOSO, 1994, n. p.)
A partir desse diagnóstico, as principais propostas de governo de Fernando Henrique Cardoso giravam em
torno da implementação do projeto de um novo modelo de desenvolvimento que tem como pontos centrais: a
reconstituição do esquema de financiamento do desenvolvimento, a eleição da geração de empregos como a
forma mais efetiva e duradoura de distribuição de renda, e o fortalecimento do poder político decisório. 
Marcaram esse período os embates em torno do processo de privatização, principalmente da
Companhia Vale do Rio Doce e do sistema de Telecomunicações, as disputas internas ao grupo
responsável pela condução da política econômica e, principalmente, os embates em torno da
aprovação das emendas constitucionais que viabilizariam a implementação das propostas
governamentais. 
Enviado ao Congresso em fevereiro de 1995, o pacote foi aprovado em 15 de agosto. Tomando como ponto de
partida a redefinição do conceito de empresa nacional e tendo como prioridade reordenar o Estado, nessa
primeira rodada de reformas “abria-se a exploração de gás natural aos capitais privados, mediante concessão;
quebrava-se o monopólio estatal das telecomunicações; permitia-se a navegação de cabotagem por navios
de qualquer bandeira e propunha-se o que eu chamei de ‘flexibilização’ do monopólio do petróleo, ou seja,
sem privatizar a Petrobras, promover a concorrência da estatal com outras empresas, nacionais e
estrangeiras, nas atividades de exploração, importação e refino” (CARDOSO, 2006, p. 452-453). 
Desse pacote, somente o item referido à
“flexibilização do monopólio do petróleo” teve
sua aprovação postergada. Os problemas e as
crises ocorridas no primeiro mandato de
Fernando Henrique Cardoso não inviabilizaram
o projeto de sua reeleição, que acabou por ser
vitorioso, dando-lhe a possibilidade de outro
quadriênio na condução política do governo
brasileiro.
Analisando documentos
Leia, atentamente, a “Carta Testamento” publicada na ocasião do suicídio de Getúlio Vargas em 1954.
Voltei nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos
nacionais [...] Quis criar a liberdade nacional na potencialização de nossas riquezas através da Petrobras;
mal ela começa a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobras foi obstaculada até o
desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.
(VARGAS, 1954, n. p.)
Réplica da Carta Testamento de Getúlio Vargas na Praça Julio de Castilhos, em São
Jerônimo, Rio Grande do Sul.
E o discurso de posse de Fernando Henrique Cardoso na ocasião de sua reeleição presidencial em 1999.
O Estado começou a ser transformado para tornar-se mais eficiente, evitar o desperdício e prestar
serviços de melhor qualidade à população. [...] Fui escolhido pelo povo [...]. Para continuar a construir
uma economia estável, moderna, aberta e competitiva. Para prosseguir com firmeza na privatização.
Para apoiar os que produzem e geram empregos. E assim recolocar o País na trajetória de um
crescimento sustentado, sustentável e com melhor distribuição de riquezas entre os brasileiros.
(CARDOSO, 1994, n. p.) 
Os dois documentos revelam as diferenças decisivas entre os projetos de modernização econômica e as
perspectivas para o desenvolvimento industrial brasileira. A diferença principal está no papel exercido pelo
Estado na defesa dos interesses nacionais. Para Vargas, o desenvolvimento econômico e a prosperidade
nacional seriam conquistados por meio da atuação das empresas nacionais sob controle do Estado. Já para
Fernando Henrique Cardoso, a modernização econômica ocorreria por meio da redução da atuação estatal e
mediante privatizações. De certa maneira, esse debate sintetiza a discussão em torno do processo histórico
de industrialização brasileira. 
Industrialização e política nas décadas de 70, 80 e 90
Neste vídeo, o doutor Daniel Pinha traz esclarecimentos sobre a industrialização brasileira e a política entre os
anos 1970 e 1990.
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Vem que eu te explico!
O vídeo a seguir aborda o assunto mais relevante do conteúdo que você acabou de estudar.
Ditadura Militar: contexto econômico
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Plano Nacional de Desenvolvimento
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Contexto internacional e o neoliberalismo
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Programa neoliberal
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Governo FHC
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Verificando o aprendizado
Questão 1
(FEI - SP/2000) A Ditadura Militar no Brasil começou a ser abalada quando o modelo de desenvolvimento
econômico começou a dar sinais de esgotamento. Além de problemas inerentes ao modelo, um fator externo
foi fundamental para a crise. Esse fator foi
A
a Guerra do Vietnã.
B
a Guerra Fria.
C
a crise internacional do petróleo.
D
a invasão do Kuwait pelo Iraque.
E
a Revolução Islâmica no Irã.
A alternativa C está correta.
Partindo de uma divisão histórica das funções no mercado e nos empréstimos estrangeiros para a
industrialização, a Ditadura sofre um duro golpe com a questão do petróleo pela dificuldade brasileira de
prospecção e refino. Os demais conflitos ou se relacionam de forma genérica, como a Revolução Islâmica e
a Guerra Fria, ou são posteriores, como a invasão do Kuwait.
Questão 2
Sobre a história do neoliberalismo, leia o trecho abaixo.
 
Não é novidade que, a partir do momento em que a neoliberalização foi violenta e repentinamente imposta em
partes do sul global, nas décadas de 1970 e 1980, seja por conquista imperial, golpes de Estado internos,
exigência do Fundo Monetário Internacional (FMI) ou alguma combinação destes, o trabalho foi amordaçado e
o capital, posto à solta. [...] De um lado, as indústrias estatais são privatizadas, proprietários estrangeiros são
atraídos, a retenção de lucros é assegurada; de outro, as greves são criminalizadas e os sindicatos, limitados,
por vezes até declarados ilegais.
 
(BROWN, W. Cidadania sacrificial: neoliberalismo, capital humano e políticas de austeridade. Rio de Janeiro:
Zazie Edições, 2018. p. 24.)
 
Considerando a história contemporânea, o texto aborda algumas práticas associadas à emergência de
regimes neoliberais pelo globo ao longo das últimas décadas. Assinale a alternativa que indica algumas dessas
práticas.
A
A estatização de empresas privadas, a extensão das redes de proteção social e o controle social dos lucros
das grandes corporações.
B
A ampliação dos direitos democráticos, a crítica às políticas de austeridade e a introdução de reformas sociais
em larga escala.
C
A privatização de empresas públicas, a precarização das relações laborais e a introdução de políticas de
austeridade em larga escala.
D
A defesa do nacionalismo econômico, a quebra de grandes monopólios corporativos e o enfraquecimento do
sistema de seguridade social.
E
A criminalização da superexploração do trabalho, a ampliação do setor de serviços e a democratização das
rendas nacionais.
A alternativa C está correta.
A lógica de não intervenção e valorização de livre mercado contra as barreiras de proteção levam à
discussão sobre o papel do Estado e sua necessidade de se retirar das questões de mercado, por isso, a
lógica não é de defesa, direitos, criminalizações, mas a simples lógica de que o Estado precisa diminuir para
ser autossuficiente e não atrapalhar ou fragilizar o que é uma definição de mercado.
4. Conclusão
Considerações finais
A industrialização brasileira é tardia, tendo sido o Brasil um premente fornecedor de produtos naturais ou
agrícolas. Ainda que surtos industriais tenham aparecido no século XIX, a industrialização brasileira é fruto da
República. 
Diante do contexto internacional, o Brasil posicionou-se com uma forte atuação do Estado durante o governo
Vargas, Kubitschek e a Ditadura, que apesar das divergências apontam para o papel do Estado, mudando
quem são os parceiros. 
Com a redemocratização e a mudança da ótica do mercado mundial, nossa indústria entrou em forte crise e,
considerando seus potenciais e suas dificuldades, pode-se dizer que se encontra abalada até os dias atuais.
Podcast
Neste podcast, o doutor Rodrigo Santos Rainha faz uma revisão sobre os tópicos mais importantes do
tema.
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Assista aos seguintes filmes:
 
1930: tempo de Revolução (1990), de Eduardo Escorel, disponível no YouTube.
 
Os anos JK (1980), de Silvio Tendler, disponível no YouTube.
 
ABC da Greve (1990), de Leon Hiszman, disponível no YouTube.
 
Leia:
 
O discurso de posse de Getúlio Vargas em 1930, disponível no site da Biblioteca da Presidência da
República.
 
A entrevista de Shoshana Zuboff, filósofa e professora emérita da Harvard Business School, intitulada
Shoshana Zuboff: “O neoliberalismo destroçou tudo. Temos que começar do zero”, disponível no site El
País Brasil.
Acesse:
 
O site da Cepal e conheça melhor seus projetos e suas ações.
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Referências
ABREU, A. A. de. Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB). In: FUNDAÇÃO GETÚLIO 
 
VARGAS. Acervo CPDOC. Rio de Janeiro: FGV; CPDOC, s. d. Consultado na internet em: 2 fev. 2022.
 
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do progresso: cem anos de política econômica republicana. 1889-1989. Rio de Janeiro: Campus, 1990, p.
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CARDOSO, F. H. Por um Brasil solidário. O Estado de S. Paulo, 2 jan. 2006.
 
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LEOPOLDI, M. A. P. A economia política do primeiro governo Vargas (1930-1945): a política econômica em
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FERREIRA, J.; DELGADO, L. de A. N. O Brasil Republicano. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p.
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MARTINS, L. A expansão recente do Estado no Brasil: seus problemas e seus atores. Rio de Janeiro: IUPERJ;
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MELO, F. C. Discurso pronunciado por Sua Excelência, o senhor Fernando Collor, presidente da República
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OLIVEIRA, F. O primeiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso (debate). Novos Estudos 
CEBRAP, n. 44, mar. 1996.
 
VARGAS, G. Carta Testamento. Rio de Janeiro, 23 ago. 1954. Consultado na internet em: 1 dez. 2021.
	Industrialização brasileira
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. A industrialização em perspectiva histórica
	Linha do tempo da industrialização brasileira
	Do modelo agrário-exportador ao programa neoliberal
	O café e a indústria
	Centralidade do café e formação da classe operária
	Saiba mais
	Era Vargas
	Industrialização brasileira na Era Vargas dos anos 1930
	Saiba mais
	Industrialização e desenvolvimento nacional
	Burguesia industrial
	Empresariado industrial brasileiro
	A industrialização brasileira até os anos 1930
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	Linha do tempo da industrialização brasileira
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	2. Industrialização - motor do desenvolvimento: de Vargas a JK
	Desenvolvimento industrial e soberania nacional
	Ampliação do processo de substituição

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