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Concreto Protendido Aula 6: Perdas de protensão Progressivas Prof. Dsc Sergio Luis González Garcia liluiser@uenf.br Perdas de protensão progressivas Perdas de protensão progressivas Perda progressiva = Perda lenta = Perda retardada = Perda ao longo do tempo = Perda diferida ❖ Retração do concreto: redução de volume devido à perda de água livre ❖ Fluência do concreto: Aumento da deformação devido à ação de cargas permanentes ❖ Relaxação do aço: alongamento do aço devido à ação de tração constante Perdas de protensão progressivas Perdas de protensão progressivas ❖ Principais mecanismos de perda de protensão progressiva são: ❖ Efeito mútuo dos fenômenos de retração e fluência na relaxação do aço, devido à redução da força de tração na armadura ativa Perda progressiva total Perda devido à fluência do concreto Perda devido à retração do concreto Perda devido à relaxação do aço Métodos de cálculo das perdas progressivas Perdas de protensão progressivas ❖ ACI 423.10: Equações simplificadas e práticas ❖ NBR 6118: Equações mais racionais e complexas, baseadas nas normas europeias e experiência de projetistas nacionais. ❖ Processos previstos na NBR 6118: a. Processo Geral: método mais preciso, recomendado para obras mais complexas b. Processo Simplificado: Recomendado para situações usuais, apresenta algumas restrições c. Processo Aproximado: Recomendado para situações usuais, com limitações na retração. ❖ Redução de volume devido à cura e secagem do concreto ❖ Retração é menor em elementos estruturais quando comparada ao corpo de prova ❖ Avalia-se somente a retração ocorrida após a aplicação da protensão ❖ Como alguns fatores que influenciam a retração: Redução da umidade ambiente aumenta a retração Elevada a/c aumenta a retração Maior finura do cimento aumenta a retração Seção transversal maior diminui a retração Carbonatação aumenta a retração Perda de protensão por retração do concreto Retração do concreto Fonte: Mehta e Monteiro, 2006 Perda de protensão por retração do concreto Deformação específica de retração do concreto Válido para abatimento de 5 a 9 cm e U ≤ 90% Os valores de ε1s para U ≤ 90% e abatimento entre 0 e 4 cm são 25% menores, e para abatimentos entre 10 e 15 cm, são 25% maiores Perda de protensão por retração do concreto Deformação específica de retração do concreto Perda de protensão por retração do concreto Deformação específica de retração do concreto Ambiente Umidade U (%) Retração 104 ε1s b, c γ dAbatimento do concreto (cm) 0 – 4 5 – 9 10 – 15 Na água - + 1,0 + 1,0 + 1,0 30,0 Em ambiente muito úmido imediatamente acima da água 90 -1,9 -2,5 -3,1 5,0 Ao ar livre, em geral 70 -3,8 -5,0 -6,2 1,5 Em ambiente seco 40 -4,7 -6,3 -7,9 1,0 Valores numéricos usuais para determinação da retração Idade fictícia (t) Perda de protensão por retração do concreto • T = temperatura média diária do ambiente (°C) • Δtef,i = período em dias, durante o qual a temperatura média diária do ambiente pode ser admitida constante Valores da fluência e da retração em função da velocidade de endurecimento do concreto Cimento Portland (CP) α Fluência Retração CP III e CP IV 1 1CP I e CP II 2 CP V-ARI 3 ❖ Idade do concreto considerando as condições de cura durante os 30 dias iniciais ❖ Para cura em temperatura ambiente (20°C) a idade fictícia é igual a idade real ❖ Para cura com variação de temperatura: Perda de protensão por retração do concreto Coeficiente relativo à retração – β A = 40 B = 116 h³ - 282 h² + 220 h – 4,8 C = 2,5 h³ - 8,8 h + 40,7 D = - 75 h³ + 585 h² + 496 h – 6,8 E = - 169 h4 + 88 h³ + 584 h² - 39 h + 0,8 Considerações: • t ≥ 3 (dias) • 0,05 ≤ h ≤ 1,6 (metros) • h: espessura fictícia. Se h estiver fora dos limites adotar os valores extremos • Para retração considerar a idade fictícia do concreto (t) igual a idade real. Perda de protensão por retração do concreto Perda por retração do concreto – efeito isolado ❖ Considerando a retração livre e o encurtamento do concreto e da armadura são iguais: Calcular a perda de protensão por retração que um cabo sofrerá, nas idades de 12 meses e 20 anos, em uma viga (bw= 60 cm e h=120cm) protendida aos 14 dias de idade. Para a cura do concreto, considerar que a temperatura média do ambiente é de 16 °C e umidade de 75%. Concreto C30 com abatimento entre 5 e 9 cm Cordoalha CP 190 RB ½” Perda de protensão por retração do concreto Exercício 17 ❖ Deformação ocorrida ao longo do tempo, devido às cargas de caráter permanente Perda de protensão por fluência do concreto Fluência do concreto ❖ Principais causas da fluência no concreto: • Deformações não lineares, em níveis superiores a 40% da tensão última • Microfissuração da zona de transição da interface devido à retração • Transferência de tensões e deformação elástica dos agregados Deformação específica de fluência do concreto Perda de protensão por fluência do concreto Deformação rápida (até 24 h após o carregamento) Deformação irreversível Deformação reversível Fonte: Mehta e Monteiro, 2006 Deformação imediata Deformação por fluência Coeficiente de fluência Coeficiente de fluência do concreto Perda de protensão por fluência do concreto Deformação rápida Deformação irreversível Deformação reversível Deformação rápida: valor constante ao longo do tempo, depende da relação entre fc no momento de aplicação da carga e final Deformação lenta reversível: depende apenas da duração do carregamento independente da idade do concreto no momento de aplicação da carga Deformação lenta irreversível: influenciada por diversos fatores: • Umidade relativa do ambiente • Consistência do concreto no lançamento • Espessura fictícia da peça • Idade fictícia do concreto no instante de aplicação da carga (t0) • Idade fictícia do concreto no instante considerado (t) Semelhante à deformação por retração Coeficiente de fluência do concreto Perda de protensão por fluência do concreto Coeficiente de fluência rápida C20 – C45 C50 – C90 s=0,38 – CPIII e CPIV s=0,25 – CPI e CPII s=0,20 – CPV ARI Função de crescimento da resistência do concreto Coeficiente de fluência do concreto Perda de protensão por fluência do concreto Coeficiente de fluência lenta irreversível C20 – C45 C50 – C90 Válido para abatimento de 5 a 9 cm e U ≤ 90% Os valores de φ1c para U ≤ 90% e abatimento entre 0 e 4 cm são 25% menores, e para abatimentos entre 10 e 15 cm, são 25% maiores Perda de protensão por fluência do concreto Deformação específica de fluência do concreto Ambiente Umidade U (%) Fluência ϕ1c a, c γ dAbatimento do concreto (cm) 0 – 4 5 – 9 10 – 15 Na água - 0,6 0,8 1,0 30,0 Em ambiente muito úmido imediatamente acima da água 90 1,0 1,3 1,6 5,0 Ao ar livre, em geral 70 1,5 2,0 2,5 1,5 Em ambiente seco 40 2,3 3,0 3,8 1,0 Valores numéricos usuais para determinação da fluência Coeficiente de fluência do concreto Perda de protensão por fluência do concreto A = 42 h³ - 350 h² + 588 h + 113 B = 768 h³ - 3.060 h² + 3.234 h - 23 C = -200 h³ + 13 h² + 1.090 h + 183 D = 7.579 h³ - 31.916 h² + 35.343 h + 1.931 h: espessura fictícia (m), para 0,05≤h≤1,6 adotam-se os valores extremos t: tempo em dias (≥ 3) – idade fictícia Coeficiente Relativo à Deformação Lenta Irreversível Coeficiente Relativo à Deformação Lenta Reversível Perda de protensão por fluência do concreto Perda por fluência do concreto – efeito isolado ❖ Considerando que as deformações permanentes são provenientes de tensões de compressão ❖ Para deformação por fluência ao nível do centro de gravidade da armadura será igual à deformação nesta armadura ❖ A perda de protensão na armadura ativa por fluência pode ser determinada por: Perda de protensão por retração e fluência do concreto Valores característicos superiores de deformação específica de retração e fluência❖ Quando não é necessária elevada precisão, com tensões inferiores a 0,5 fc no carregamento inicial ❖ Valores finais de coeficiente de fluência e de deformação específica de retração tabelados: Umidade média ambiente (%) 40 55 75 90 Espessura fictícia 2 Ac / u (cm) 20 60 20 60 20 60 20 60 ϕ (th,t0) Concreto C20-C45 t0 (dias) 5 4,6 3,8 3,9 3,3 2,8 2,4 2,0 1,9 30 3,4 3,0 2,9 2,6 2,2 2,0 1,6 1,5 60 2,9 2,7 2,5 2,3 1,9 1,8 1,4 1,4 ϕ (th,t0) Concreto C50-C90 5 2,7 2,4 2,4 2,1 1,9 1,8 1,6 1,5 30 2,0 1,8 1,7 1,6 1,4 1,3 1,1 1,1 60 1,7 1,6 1,5 1,4 1,2 1,2 1,0 1,0 εcs (th,t0) ‰ 5 -0,53 -0,47 -0,48 -0,43 -0,36 -0,32 -0,18 -0,15 30 -0,44 -0,45 -0,41 -0,41 -0,33 -0,31 -0,17 -0,15 60 -0,39 -0,43 -0,36 -0,40 -0,30 -0,31 -0,17 -0,15 Calcular a perda de protensão por fluência que um cabo sofrerá, nas idades de 12 meses e 20 anos, em uma viga (bw= 60 cm e h=120cm), com vão de 15 metros, protendida aos 14 dias de idade. Para a cura do concreto, considerar que a temperatura média do ambiente é de 16 °C e umidade de 75%. Concreto C30 com abatimento entre 5 e 9 cm – Cimento CP V Cordoalhas CP 190 RB ½”, em parábola com excentricidade de 22 cm no meio do vão Tensão ao nível da armadura de protensão devido ao peso próprio: 3 MPa Perda de protensão por fluência do concreto Exercício 18 ❖ Redução gradual da tensão na armadura sob deformação constante ❖ A taxa de relaxação depende do nível de tensão aplicada na armadura ❖ Para tensões abaixo de 0,5 fpyk a relaxação do aço pode ser desprezada ❖ A relaxação pura do aço é determinada pelo coeficiente Perda de protensão por relaxação do aço Perda por relaxação do aço Perda de protensão por relaxação do aço Coeficiente de relaxação do aço - ψ σp0 Cordoalhas Fios Barras RN RB RN RB 0,5 fptk 0 0 0 0 0 0,6 fptk 3,5 1,3 2,5 1,0 1,5 0,7 fptk 7,0 2,5 5,0 2,0 4,0 0,8 fptk 12,0 3,5 8,5 3,0 7,0 Valores intermediários devem ser interpolados ❖ Os Coeficientes de Relaxação Pura limites de relaxação são definidos pelas normas NBR 7482 e 7483, em valores médios, medidos após 1.000 horas à temperatura constante de 20°C ❖ A NBR 6118:14 apresenta Coeficientes de Relaxação Pura para tensão entre 50% e 80% de fptk ❖ Valores correspondentes à relaxação em idades diferentes de 1.000 horas podem ser estimados por: Perda de protensão por relaxação do aço Perda por relaxação do aço ❖ O Coeficiente de fluência do aço é dado por: ❖ A relaxação pura estabilizada após 30 anos (t∞)pode ser aproximada por: Perda por relaxação do aço – Efeito isolado Determine a perda de protensão para o tempo t(inf) devido à relaxação do aço em uma viga protendida com cordoalhas (CP190RB ½”) que, na seção em que está sendo analisada, tem uma tensão no tempo t0 de 1.247 MPa. Perda de protensão por relaxação do aço Exercício 19 Perdas progressivas de protensão – interação de efeitos Processo simplificado – NBR 6118:14 Pode ser aplicado quando: ❖ Fase única de operação ❖ Concretagem da peça e protensão em fases próximas ❖ Cabos próximos de modo que pode ser considerado um cabo único equivalente Interação entre fluência, retração e relaxação Perda de protensão no instante t devido a deformações do concreto e do aço: Perdas progressivas de protensão – interação de efeitos Processo simplificado – NBR 6118:14 Interação entre fluência, retração e relaxação Perdas progressivas de protensão – interação de efeitos Processo aproximado – NBR 6118:14 ❖ Pode substituir o processo simplificado, desde que a retração não difira em mais de 25% de -8.10-5 ϕ (∞,t0) -- -6.10-5 e 10.10-5 ❖ Perda de tensão devido à fluência, retração e relaxação, com σcp0g em MPa, considerado + para compressão: • Aços de relaxação normal – RN (%) • Aços de relaxação baixa – RB (%) Interação entre fluência, retração e relaxação Perdas progressivas de protensão – interação de efeitos Método Geral de Cálculo – NBR 6118:14 ❖ Quando a concretagem e a protensão são executadas em fases separadas, desprezando os efeitos recíprocos entre as etapas ❖ Considera a fluência em cada uma das camadas de concreto e a relaxação isolada de cada cabo Interação entre fluência, retração e relaxação Utilizando o processo simplificado, determine a perda de protensão ao longo do tempo que um cabo sofrerá após 20 anos, em uma viga (bw= 60 cm e h=120cm), com vão de 15 metros, protendida aos 14 dias de idade. Para a cura do concreto, considerar que a temperatura média do ambiente é de 16 °C e umidade de 75%. Concreto C30 com abatimento entre 5 e 9 cm – Cimento CP V Cordoalhas 18 x CP 190 RB ½”, em parábola com excentricidade de 22 cm no meio do vão Tensão ao nível da armadura de protensão devido ao peso próprio: 3 MPa Tensão na armadura no tempo t0: 1.247 MPa Perda progressiva da protensão Exercício 20 Uma viga protendida com aderência posterior é solicitada no momento de aplicação da protensão pelos momentos fletores MG = 5.000 kN.m e MQ = 2.600 kN.m, devido a cargas permanentes e acidentais, respectivamente. Determine a perda de protensão utilizando os processos simplificado, aproximado e o método geral e compare os resultados. Ac: 0,726 m² Ec: 30 GPa Ic: 0,176 cm4 Ep: 200 GPa Ap: 1,4 cm² (cada cordoalha) P(t0): 180 kN (cada cordoalha, des. perda imed.) Fpyd: 232,96 kN T0: 16 dias Slump: 5 a 9 cm Uamb: 70% Perda progressiva da protensão Exercício – 2021-2