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Camila Gondo Galace – Gastroenterologia (Baitelo)
FÍSTULA ANORRETAL
Formação de um trajeto epitelizado, ou seja, comunicação anômala entre duas regiões revestidas por epitélio, uma das quais é o canal anal ou o reto.
Manifestação crônica do processo inflamatório perianal: complicação do abscesso.
PATOGÊNESE
A maioria decorre da drenagem de um abscesso anorretal prévio, mas nem todos complicam com uma fístula e nem todos possuem infecção prévia.
ETIOLOGIA
A principal causa é a teoria criptoglandular.
Outras causas: traumáticas e pós-operatórias (3% dos casos), relacionadas com fissura anal (3% dos casos), relacionadas com doença inflamatória intestinal (3% dos casos) e associada com tuberculose (< 1% dos casos).
Podem ainda surgir como consequência de outras afecções, como tumores anorretais, actinomicose, linfogranuloma venéreo, proctite actínica e leucemia.
CLASSIFICAÇÃO
REGRA DE GOODSALL: é importante do ponto de vista cirúrgico.
 Orifício externo localizado nos quadrantes posteriores → trajeto curvilíneo para drenar na linha média.
 Orifício externo localizado nos quadrantes anteriores → drena diretamente para o ânus, ao nível da linha pectínea.
Os abcessos da região anterior drenam em linha reta
Os abscessos fistulas da região posterior podem ser curvilíneos.
DE ACORDO COM O TRAJETO
Interesfinctérica (55-70% dos casos): inclui uma porção do esfíncter interno do ânus e seu trajeto estende-se através do plano interesfinctérico até a pele perianal
Transesfinctérica (20-25% dos casos): seu trajeto engloba porções tanto do esfíncter interno quanto do esfíncter externo do ânus, exteriorizando-se na região perianal.
Supraesfinctérica (1-3% dos casos): inicia-se no plano interesfinctérico, porém seu trajeto cursa acima do músculo puborretal e apresenta envolvimento de todo o aparelho esfinctérico ao longo de sua extensão.
Extraesfinctérica (2-3% dos casos): apresenta seu orifício interno acima do nível do aparelho esfinctérico e seu trajeto até a região perianal estende-se através da fossa isquiorretal, incluindo, desta forma, toda a musculatura esfinctérica.
 Geralmente ocorre por traumas (cirúrgicos, empalamento, corpo estranho), 
 doença de Crohn ou processo inflamatório pélvico.
 (em ordem)
QUADRO CLÍNICO
Saída de secreção purulenta próximo à borda anal, pode se associar a edema e dor locais (especialmente quando ocorre fechamento ou obstrução do orifício externo da fístula).
- Pode ainda haver descarga de muco ou pus juntamente com as fezes
- Presença de orifício externo 
- Quadro clínico pregresso de abscesso anorretal 
DIAGNÓSTICO
Clínico: história + exame físico proctológico 
Exame proctológico: presença do orifício externo da fístula, habitualmente com saída de secreção purulenta.
 → Identificação de uma região endurecida correspondente ao trajeto fistuloso 
 durante a palpação
Anuscopia: orifício interno da fístula junto à linha pectínea.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Cisto pilonidal (diferente localização: linha média em cima do sacro)
Teratoma sacrococcígeo
Carcinoma de reto
Hidroadenite
TRATAMENTO
CIRÚRGICO
Realizado em fístulas sintomáticas.
Dependendo da localização, pode ser bastante complexa, principalmente as da região posterior que tendem a ser curvilíneas e atravessam o esfíncter. 
Objetivo: erradicação da fístula com manutenção da continência fecal.
A quantidade de musculatura esfinctérica envolvida pelo trajeto fistuloso é que acaba por auxiliar o coloproctologista na escolha da técnica mais adequada.
· Quanto maior for o comprometimento muscular, mais conservadora acaba sendo a conduta como forma de evitar o estabelecimento de incontinência fecal.
CONSERVADOR
Doença de Crohn e fístulas perianais

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