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SUMÁRIO 1. Histologia do sistema reprodutor feminino ..... 3 2. Ovários ........................................................................... 4 3. Tubas uterinas (ou ovidutos) ...............................23 4. Útero .............................................................................27 5. Vagina ..........................................................................37 6. Genitália externa (ou vulva) .................................38 Referências bibliográficas ........................................42 3HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 1. HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO O sistema reprodutor feminino é cons- tituído pelos órgãos reprodutores internos (ovários, tubas uterina, úte- ro e vagina) e pela genitália externa (clitóris, vestíbulo, grandes lábios e pequenos lábios). Fundo do útero Parte uterina da tuba uterina Istmo da tuba uterina Mesossalpinge Ampola da tuba uterina Artéria ovárica Ligamento suspensor do ovário Infundíbulo da tuba uterina Fímbrias Mesovário Ovário Ligamento do ovário Mesométrio Perimétrio Artéria uterina Endométrio Miométrio Pregas mucosas Vagina Óstio externo Colo do útero Canal cervical Óstio interno Corpo do útero Cavidade uterina A partir do nascimento, os órgãos re- produtores encontram – se incomple- tamente desenvolvidos e permane- cem em estado de repouso até que os hormônios gonadotróficos, secreta- dos pela glândula hipófise, sinalizem o início da puberdade. Tal período tem como marca inicial a menarca, isto é, a primeira menstruação. Depois dis- so, o sistema reprodutor sofre modifi- cações cíclicas em sua estrutura e em sua atividade funcional, controladas Figura 1. Desenho esquemático dos órgãos sexuais internos femininos (vista posterior). Fonte: PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2016 4HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO por mecanismos neuro – hormonais. A menopausa é um período variável durante o qual as modificações cí- clicas tornam – se irregulares e aca- bam cessando. Após a menopausa, há uma lenta involução do sistema reprodutor. 2. OVÁRIOS Os ovários desempenham duas fun- ções interrelacionadas: a gametogê- nese (produção de gametas) e a pro- dução de hormônios. Os principais hormônios secretados pelos ovários são o estrogênio e a progesterona. SE LIGA! Nas mulheres, a produção de gametas também pode ser denominada oocitogênese, haja vista que seus game- tas em desenvolvimento são os oócitos. Apresentam forma de amêndoas e estão ligados ao ligamento largo do útero por meio de uma prega de pe- ritônio conhecido como mesovário, onde encontramos vasos sanguíne- os para a nutrição dos ovários. O polo superior do ovário está fixado à pare- de pélvica pelo ligamento suspensor do ovário e o polo inferior está fixado ao útero pelo ligamento útero – ová- rico (remanescente do cordão fibroso embrionário que fixa a gônada em de- senvolvimento ao assoalho da pelve). Sua superfície é coberta por um epité- lio pavimentoso ou cúbico simples, o epitélio germinativo, que correspon- de a uma modificação do mesotélio do peritônio. Sob o epitélio germinativo, há uma camada de tecido conjuntivo denso não modelado, pouco vascula- rizada, a túnica albugínea, responsá- vel pela cor esbranquiçada do ovário. Abaixo da túnica, há a zona cortical, na qual predominam os folículos ova- rianos, e, mais internamente, a zona medular, que contém tecido conjun- tivo frouxo fibroelástico com um rico leito vascular. Entre essas zonas não há um limite bem definido. 5HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Epitélio germinativo Túnica albugínea Região cortical Folículo primordial Ovócito Núcleo Citoplasma Célula folicular Estroma ovariano Região cortical Região medular Folículos ovarianos Figura 2. Região cortical do ovário (Fotomicrografia. HE. Médio aumento). Fonte: L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2013 Figura 3. Parte de um corte de ovário que mostra as regiões cortical e medular (Fotomicrografia. HE. Pequeno au- mento). Fonte: L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2013 6HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO SE LIGA! O folículo ovariano é o conjun- to do ovócito e das células foliculares que o envolvem, também chamadas de células da granulosa. Os folículos locali- zam – se no tecido conjuntivo (estroma) da zona cortical, onde há fibroblastos. SAIBA MAIS! O termo epitélio germinativo é uma denominação antiga, quando se acreditava incorretamen- te que esse epitélio seria o local de formação das células germinativas durante o desenvol- vimento embrionário. Atualmente, sabe – se que as células germinativas primordiais (tanto masculinas quanto femininas) são de origem extragonádica. Essas células migram do saco vitelino embrionário para dentro do córtex da gônada embrionária, onde se diferenciam e in- duzem a diferenciação do ovário. A região central do ovário, a medula, é constituída por fibroblastos frouxa- mente situados em uma matriz rica em colágeno contendo fibras elásti- cas, além de grandes vasos sanguí- neos, vasos linfático e fibras nervosas. 7HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO OVÁRIOS Gametogênese Epitélio germinativo Túnica albugínea Zona cortical Zona medular Produção de hormônios Epitélio cúbico simples Tecido conjuntivo denso não modelado Local de desenvolvimento dos folículos Tecido conjuntivo frouxo vascularizado Funções Camadas 8HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Desenvolvimento dos ovários Os estágios iniciais da oocitogênese ocorrem durante a vida fetal, quando as divisões mitóticas aumentam ma- ciçamente o número de ovogônias (células germinativas primordiais) até próximo ao final do 5º mês fetal. Nes- te período, cada ovário contém cerca de 5 a 7 milhões de ovogônias. Cerca de 1 milhão delas tornam – se envol- vidas por células foliculares e sobrevi- vem até o nascimento. Do milhão de ovogônias que sobre- vivem formando folículos primordiais, cerca de 600.000 tornam – se atré- sicas durante a primeira década de vida, e na menarca, uma mulher jo- vem possui apenas cerca de 300.000 a 400.000 folículos. Geralmente, a ovulação ocorre a cada 28 dias du- rante os próximos 30 a 40 anos, com um ovócito sendo liberado a cada mês, contabilizando um total de cerca de 450 ovócitos liberados durante o período reprodutivo. Os folículos res- tantes degeneram e morrem. Folículos Primordiais Os folículos primordiais, os mais pri- mitivos, formados durante a vida fe- tal, são constituídos por um ovócito primário, circundado por uma única camada de células foliculares achata- das aderidas umas às outras através de desmossomos. Ao nascimento, esses ovócitos encontram – se para- dos na fase de diplóteno da prófase da meiose I. O ovócito primário é uma célula esférica que apresenta um nú- cleo grande e excêntrico com um úni- co nucléolo bem evidente. Contém numerosas mitocôndrias, abundantes aparelhos de Golgi e retículo endo- plasmático rugoso contendo poucos ribossomos. A maioria desses folícu- los se localiza na região cortical, pró- ximo à túnica albugínea. Uma lâmina basal envolve as células foliculares e marca o limite entre o folículo e o es- troma conjuntivo adjacente. 9HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO HORA DA REVISÃO! A oocitogênese é um processo que se baseia em uma meio- se. Com isso, vamos fazer uma rápida re- visão dos conceitos de divisão celular que abrangem esse processo. A meiose é ca- racterizada por duas divisões reducionais. Como os gametas masculino e feminino fundem – se durante a fecundação, é es- sencial que cada gameta apresente me- tade dos cromossomos da espécie para garantir que a diplopia da espécie seja reestabelecida. Na primeira meiose, há a produção de duas células –filhas con- tendo um conjunto haploide completo de cromossomos duplicados, constituídos de duas cromátides - irmãs, o ovócito pri- mário e o primeiro corpúsculo polar. Já a segunda meiose, é semelhante à mitose e é caracterizada pela formação de quatro células – filhas, dentre elas o ovócito se- cundário, com metade do número de cro- mossomos da célula que as originou. A partir da puberdade, a cada dia um pequeno grupo de folículos primor- diais inicia um processo de cresci- mento folicular – modificações do ovócito, das células foliculares e dos fibroblastos do estroma que envolve cada um desses folículos. Inicialmen- te, o ovócito aumenta de tamanho, e ocorre proliferação das células foli- culares achatadas circundantes, que se tornam cuboides. Nesse estágio, o folículo passa a ser identificado como folículo primário. Dentre a grande população de folí- culos primordiais, não se sabe como são selecionados os folículos que abandonam seu estado de repou- so e entra na fase de crescimento. Mitocôndria Folículo primordial Oócito Células foliculares Lâmina basal RER Células do estroma Lamelas anulares Corpús- culo de Babiani Figura 4. Folículo primordial. A. Desenho esquemático de um folículo primordial, com o ovócito detido na prófase da primeira divisão meiótica. B. Fotomicrografia de folículos primordiais; células foliculares achatadas (CF); núcleo (N); Ovócitos cujos núcleos não estão incluídos no plano do corte (X); folículos nos quais o ovócitos não aparecem, apenas as células foliculares em cortes frontal ou tangencial (setas). Fonte: PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2016 10HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO O crescimento folicular é estimulado pelo FSH secretado pela hipófise. Folículos primários Na fase de crescimento, além do aumento de diâmetro do ovócito, o núcleo aumenta de volume, vários aparelhos de Golgi estão dispersos por toda a célula, o retículo endoplas- mático rugoso torna – se em rico em ribossomos, além de abundantes ri- bossomos livres e mitocôndrias dis- persas por toda a célula. Folículo primário Lâmina basal Oócito Células foliculares Células do estroma Zona pelúcida em transformação Figura 5. Folículo primário unilaminar. CF: Células foliculares. Fonte: PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2016 Enquanto uma única camada de célu- las foliculares cúbicas circunda o ovó- cito, o folículo é denominado folículo primário unilaminar. Quando as célu- las foliculares proliferam e se estratifi- cam, formando várias camadas de cé- lulas ao redor do ovócito primário que se comunicam por junções comuni- cantes, o folículo passa a ser denomi- nado folículo primário multilaminar ou folículo pré - antral. Nesse caso, esta camada de células foliculares recebe o nome de células da granulosa. A lâ- mina basal se mantém entre a cama- da mais externa de células foliculares e o estroma de tecido conjuntivo. 11HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO (que atribuem acidofilia a essa zona) é secretada e envolve todo o ovóci- to. Acredita – se que o ovócito e as células foliculares contribuam para a síntese da zona pelúcida. Delgados prolongamentos de células foliculares e microvilos do ovócito penetram a zona pelúcida e estabelecem contato entre si por junções comunicantes. SE LIGA! A atividades proliferativa das células granulosas é induzida pela ativi- na, uma molécula de sinalização produ- zida pelo ovócito primário. Além disso, uma espessa cama- da amorfa, chamada zona pelúcida, composta de várias glicoproteínas Figura 6. Folículo primário multilaminar. CG: Células da granulosa; ZP: Zona pelúcida . Fonte: PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2016 Folículo primário maduro Células granulosas Células da granulosa Lâmina basal Extrato granuloso Teca folicular Citoplasma do oócito Prolongamento da célula granulosa Zona pelúcida Microvilosidades do oócito Junção comunicante Grânulos corticais SAIBA MAIS! Nos humanos, a zona pelúcida é composta de três classes de glicoproteínas ácidas sulfata- das, denominadas ZP1, ZP2 e ZP3. Dessas três, a mais importante é a ZP3, que atua como receptor para a ligação dos espermatozoides e indutor da reação acrossômica. 12HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO As células do estroma começam a se organizar ao redor do folículo primário multilaminar formando a teca interna, constituída principalmente por uma camada celular ricamente vascula- rizada, e a teca externa, constituída principalmente células do estroma sem maiores modificações. As células da camada granulosa estão separa- das da teca interna por uma espessa lâmina basal. As células poliédricas que compõem a teca interna possuem receptores para o hormônio luteinizante (LH) e assumem características de células produtoras de esteroides. Seu cito- plasma acumula numerosas gotícu- las lipídicas, apresenta um abundan- te retículo endoplasmático liso e as cristas mitocondriais são tubulares. Essas células da teca interna produ- zem o hormônio sexual masculino androstenediona, o qual penetra nas células da camada granulosa, onde é convertido pela enzima aromatase no estrógeno estradiol. Além das células secretoras, a teca interna contém fi- broblastos, feixes de colágeno e uma rede rica de pequenos vasos. A teca externa é a camada externa e contém principalmente células mus- culares lisas e feixes de fibras coláge- nas. As células são semelhantes às células do estroma ovariano, porém se arranjam de modo organizado con- centricamente em volta do folículo. Folículos secundários (ou antrais) À medida que os folículos crescem, principalmente em virtude do au- mento (em tamanho e em número) das células da granulosa, eles ocu- pam áreas mais profundas da região cortical do ovário. O líquido folicular, formado por componentes do plasma e produtos secretados pelas células foliculares, começa a se acumular en- tre as células foliculares. Os peque- nos espaços que contêm esse fluido se unem formando uma grande cavi- dade, o antro folicular. A partir disso, esses folículos são chamados de folí- culos secundários ou antrais. SE LIGA! Nesse momento, o ovócito não sofre crescimento adicional devido à ação de um pequeno peptídeo, o inibi- dor da maturação do ovócito, que é se- cretado pelas células da granulosa para dentro do líquido antral. A continuação da proliferação das células da camada granulosa do folí- culo secundário depende do hormô- nio folículo estimulante (FSH). Sob a influência do FSH, o número de ca- madas de células da granulosa au- menta, assim como o número de es- paços intercelulares, contendo fluido folicular. Este fluido, um exsudato do plasma, contém glicosaminoglicanos, proteoglicanos e proteínas de ligação a esteroides produzidas pelas célu- las da camada granulosa. Além disso, contém os hormônios progesterona, 13HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO estradiol, inibina, foliostatina e ativina, os quais regulam a liberação de LH e FSH. Por sua vez, o FSH ( juntamente com os estrógenos) estimula as célu- las da camada granulosa a produzi- rem receptores para LH. SE LIGA! A inibina atua na regulação da síntese e secreção de FSH pela adeno – hipófise. Com a formação do antro, as células da camada granulosa se reorganizam de modo que algumas se concentram em determinado local da parede do folículo, formando um pequeno es- pessamento, o cumulus oophorus, que serve de apoio ao ovócito. Além disso, um pequeno grupo de células foliculares envolve o ovócito, consti- tuindo a corona radiata. Este conjunto de células emite microvilosidade que penetram em toda a zona pelúcida e comunicam – se por meio de junções comunicantes, com as microvilosi- dades do ovócito. A corona radiata acompanha o ovócito quando este abandona o ovário por ocasiãoda ovulação. Teca Zona pelúcidaOvócito Folículo primário Corona radiata Cumulus oophorus Camada granulosa Figura 7. Folículo antral. (Fotomicrografia. HE. Médio aumento). Fonte: L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2013 14HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Folículos maduros (ou de Graaf) Normalmente durante cada ciclo menstrual, um folículo antral cresce muito mais que os outros e se torna o folículo dominante, que pode alcançar o estágio mais desenvolvido de cres- cimento e prosseguir até a ovulação. Quando alcança seu máximo desen- volvimento, esse folículo é chamado folículo maduro, pré – ovulatório ou de Graaf. Como resultado do acúmulo de líquido, a cavidade folicular aumenta de tamanho e a camada de células da granulosa da parede do folículo torna – se mais delgada, sendo agora cha- mada de membrana granulosa, pois essas células não se multiplicam na mesma proporção que o crescimento do folículo. Essas folículos têm suas tecas muito espessas. A continuação da formação do líquido folicular leva o cumulus oophorus, a corona radiata e as células foliculares associadas ao ovócito, a se separar da sua base, passando a flutuar livre- mente no líquido folicular. Antro folicular Teca interna Teca externa Camada granulosa Figura 8. Pequena região da parede de um folículo antral observando – se o antro e a camada de células da granulosa. As setas apontem dois grupos de células da teca interna. Seus citoplasmas são fracamente corados e seus núcleos, arredondados. (Fotomicrografia. HE. Grande aumento). Fonte: L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2013 15HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO O folículo de Graaf pode ser observa- do como uma saliência transparen- te na superfície do ovário, quase tão grande quanto o próprio ovário. Os outros folículos que estavam cres- cendo com certa sintonia em relação ao dominante, entram em atresia. SE LIGA! A atrésia é um processo de in- volução, por meio do qual as células fo- liculares e ovócitos morrem e são elimi- nados por células fagocíticas. Folículos em qualquer fase de desenvolvimento podem sofrer atresia. Ela é significativa- mente acentuada logo após o nascimen- to, quando o efeito de hormônios ma- ternos cessa, e durante a puberdade e gravidez, quando acontecem marcadas modificações hormonais qualitativas e quantitativas. Este processo é marcado por algumas características como: sinais de morte celular de células da granulo- sa, separação de células da granulosa de modo que fiquem soltas no líquido folicular, morte do ovócito e preguea- mento da zona pelúcida. Após a morte das células, macrófagos invadem o folí- culo e fagocitam seus restos. O espaço deixado é ocupado por fibroblastos que produzem uma cicatriz de colágeno. SE LIGA! O processo total de cresci- mento do folículo, desde primordial até maduro, dura na mulher aproximada- mente 90 dias. 16HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Folículo primordial Folículo primário unilaminar Folículo primário multilaminar Teca interna Ovócito Teca interna Teca interna Teca externa Teca externa Camada granulosa Células do estroma ovariano Célula folicular Células da granulosa Lâmina basal Zona pelúcida em formação Zona pelúcida Folículo maduro (de Graaf) Folículo antral Antro Células da granulosa Antro Corona radiata Cumulus oophorus Folículo primário Folículo antral Folículo atrésico Folículos primordiais Região medular Folículo antral avançado Figura 9. Há na figura vários folículos em diferentes estágios de desenvolvimento e atrésia (Fotomicrografia. HE. Pequeno aumento). Fonte: L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2013 Figura 10. Categorias de folículos ovarianos, desde o primordial até o maduro. Fonte: L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2013 17HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO FOLÍCULO PRIMORDIAL • Formados durante a vida fetal • Ovócito primário + única camada de células foliculares • Prófase da meiose I interrompida DESENVOLVIMENTO DOS FOLÍCULOS FOLÍCULO PRIMÁRIO • Após o crescimento folicular • Pode ser unilaminar ou multilaminar (pré – antral) • Células foliculares → Células da granulosa • Zona pelúcida • Composta de glicoproteínas • Teca externa • Tecido conjuntivo fibroso • Teca interna • Alta vascularização • Produção de hormônios esteroides FOLÍCULO SECUNDÁRIO • Aumento do número de células da granulosa • Formação do antro folicular • Cumulus oophorus • Corona radiata FOLÍCULO MADURO (OU DE GRAAF) • Máximo desenvolvimento para a ovulação • Aumento da cavidade folicular • Membrana granulosa 18HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Ovulação A ovulação é um processo pelo qual o ovócito secundário do folículo de Graaf é liberado. Para esse processo, ocorre a ruptura de parte da parede do folículo maduro e a consequente li- beração do ovócito, que será captura- do pela extremidade dilatada da tuba uterina. Acontece frequentemente na época próxima à metade do ciclo menstrual, isto é, ao redor do 14º dia de um ciclo de 28 dias. Geralmente, apenas um ovócito é liberado pelos ovários em cada ciclo, mas às vezes nenhum ovócito é ovulado. Em outros casos, dois ou mais ovócitos podem ser expelidos ao mesmo tempo. Por volta do 14º dia do ciclo mens- trual, as concentrações de estrógenos sanguíneos elevam ao serem produ- zidos principalmente pelo folículo de Graaf em desenvolvimento, mas tam- bém pelos folículos secundários. Esse aumento provoca um inibição por fe- edback negativo para a interrupção da liberação de FSH pela hipófise e a liberação de uma quantidade elevada de LH repentinamente pelas células da hipófise. Poucos minutos após o aumento de LH circulante há um aumento do flu- xo de sangue no ovários, e os capila- res dentro da teca externa começam a extravasar plasma, causando um edema. Há liberação local de pros- taglandinas, histamina, vasopressi- na e colagenase nas imediações do folículo. As células da granulosa pro- duzem mais ácido hialurônico e se soltam de sua camada. O pico de LH também é responsá- vel pela liberação de um fatoe local, a substância indutora da meiose que estimula o ovócito primário do folícu- lo de Graaf a completar sua primeira divisão meiótica, levando à formação de duas células – filhas, o ovócito se- cundário e o 1º corpúsculo polar (um núcleo envolvido somente por uma delgada faixa de citoplasma). O ovó- cito secundário recém – formado en- tra na segunda divisão meiótica, que é interrompida na metáfase até que haja fertilização. Uma pequena área da parede do fo- lículo enfraquece por causa da de- gradação de colágeno da túnica al- bugínea, por isquemia e pela morte de algumas células. Essa fraqueza, associada à contração de células musculares lisas que circundam o fo- lículo, conduz à ruptura de parte da parede exterior do folículo. Conse- quentemente, o ovócito secundário e o 1º corpúsculo polar envoltos pela zona pelúcida, pela corona radiata e juntamente com um pouco de fluido folicular, deixam o ovário e entram na extremidade aberta da tuba uterina, onde o ovócito pode ser fecundado. Os resquícios do folículo de Graaf são convertidos em um corpo hemorrági- co e, em seguida, no corpo lúteo. 19HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Corpo Lúteo Após a ovulação, os resquícios do fo- lículo de Graaf sofrem um colapso e tornam -se pregueados; alguns dos vasos sanguíneos rompidos liberam sangue na cavidade folicular, for- mando um coágulo central – o corpo hemorrágico. Conforme o coágulo vai sendo removido por fagócitos e a ca- vidade do antro folicular é preenchi- da por tecido conjuntivo, altos níveis contínuos de LH convertem o corpohemorrágico em uma estrutura tem- porária, o corpo lúteo, o qual atua como uma glândula endócrina. Mesovário Medula Córtex Corpo lúteo Corpo albicans Figura 11. Corpo lúteo. Fonte: PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2016 20HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO rápido de alguns folículos e iniciando o ciclo menstrual seguinte. As células tornam – se carregadas de lipídios, di- minuem de tamanho e sofrem autóli- se. Uma cicatriz branca, o corpo albi- cans, é formada à medida que ocorre acúmulo de material hialino entre as células em degeneração do antigo corpo lúteo. O corpo albicans se apro- funda no córtex do ovário à medida que involui lentamente no decorrer dos meses. Se uma gravidez se instalar, a implan- tação do embrião na mucosa uterina envia um sinal para o corpo lúteo, cujas células trofoblásticas sintetizam um hormônio chamado gonadotrofi- na coriônica humana (HCG). A ação desse hormônio é semelhante à do LH, estimulando o corpo lúteo. Essa glândula endócrina cresce e estimula a secreção de progesterona duran- te pelo menos metade da gravidez. Além de manter a mucosa uterina, a progesterona também estimula a secreção das glândulas uterinas, im- portante para a nutrição do embrião antes que a placenta se estabeleça e se torne funcional. Este é o corpo lú- teo gravídico, que persiste durante 4 a 5 meses e em seguida degenera e é substituído por um corpo albicans muito maior que o de menstruação. São identificados dois tipos de células lúteas: • Células granuloso – luteínicas (80%): São células grandes, pali- damente coradas e de localização central, derivadas das células da granulosa. Sintetizam estrogênios, progesterona e inibina. • Células teco – luteínicas (20%): São células menores, mais inten- samente coradas e de localização periférica, derivadas das células da teca interna. Secretam androgênio. À medida que o corpo lúteo começa a se formar, os vasos sanguíneos e linfáticos da teca interna crescem ra- pidamente dentro da camada granu- losa e uma rica rede vascular é esta- belecida no corpo lúteo. Se não houver fertilização, o corpo lúteo – neste caso, denominado cor- po lúteo da menstruação – permane- ce ativo por 14 dias. Nesse período, a taxa de secreção de progesterona e estrogênios declina, o corpo lúteo começa a sofrer degeneração entre o 10º e o 12º dia após a ovulação e ocorre a descamação de parte da mu- cosa uterina (pela secreção decres- cente de progesterona) – a menstru- ação. O corpo lúteo degenera e sofre involução lenta. Como a concentra- ção de esteroides no sangue dimi- nui, o FSH é liberado em quantidade maiores, estimulando o crescimento 21HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Peritônio Vasos ovarianos Hilo Córtex Corpo albicans Medula Corpo lúteo em regressão Corpo lúteo ativo Ovócito à ovulação Folículo rompido Folículo terciário (de Graaf) Túnica albugínea Folículo secundário Folículos primordiais Folículo primário multilaminar Folículo primário unilaminar Epitélio de cobertura da superfície ovariana (epit. germinativo) Folículo atrésico Figura 12. Desenho esquemático da estrutura microscópica do ovário, com folículos em vários estágios de seu de- senvolvimento cíclico e a formação do corpo lúteo e do corpo albicans. Fonte: Gray’s, Anatomia / Susan Standring ; [tradução Denise Costa Rodrigues... et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 22HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Corpo Lúteo Estímulo a secreção das glândulas uterinas Mantém a mucosa uterina Ação similar ao LH Invasão de fibroblastos Fagocitose trocarQueda nos níveis de progesterona e estrógenos Menstruação Produção de progesterona durante a gravidez Produção de HCG 4 a 5 meses Degeneração após 10 a 12 dias Formação do corpo albicans 14 dias Corpo lúteo gravídico Corpo lúteo da menstruação Pequenas Intensamente coradas Derivadas das células da teca interna Secretam androgênio Palidamente coradas Derivam das células da granulosa Sintetizam estrogênios, progesterona e inibina Grandes Atua como uma glândula endócrina Células granuloso – luteínicas (80%) Células teco – luteínicas (20%) Destinos 23HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 3. TUBAS UTERINAS (OU OVIDUTOS) São dois tubos musculares de grande mobilidade, com aproximadamente 12 cm de comprimento cada um. Uma de suas extremidades, o infundíbulo, abre – se na cavidade peritoneal pró- ximo ao ovário e tem prolongamen- tos em forma de franjas chamados de fímbrias; a outra extremidade, fixa, denominada de porção intramural, atravessa a parede do útero e se abre no interior deste órgão. As tubas uterinas são divididas em quatro regiões anatômicas: • Infundíbulo • Ampola – Segmento mais longo da tuba uterina com numerosas dobras, constituindo cerca de dois terços do comprimento total e é o local de fertilização • Istmo – Segmento medial estreito da tuba uterina adjacente ao útero • Porção Intramural Figura 13. Útero e anexos. Fonte: Atlas de anatomia humana / Frank H. Netter. - 6. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014 24HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO A parede da tuba uterina é composta de três camadas: • Mucosa: Constitui o revestimen- to interno da tuba uterina em um epitélio colunar simples e por uma lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo contendo fibroblastos, mas- tócitos, células linfoides, fibras co- lágenas e fibras reticulares. Exibe pregas longitudinais relativamente finas, que se projetam para o in- terior do lúmen da tuba em toda a sua extensão; as prega são mais numerosas e complexas na ampo- la e tornam – se menores no istmo; • Camada muscular: Espessa ca- mada de músculo liso disposto em uma camada circular ou espiral in- terna e uma camada longitudinal externa; • Camada serosa: Formada por um folheto visceral de peritônio; O epitélio da mucosa apresenta dois tipos de células: • Células secretoras: Sua função se- cretora promove um ambiente nu- tritivo e protetor para a manuten- ção dos espermatozoides em seu trajeto migratório até alcançarem o ovócito secundário. Os produtos contidos na secreção facilitam a capacitação dos espermatozoides, um processo pelo qual eles tor- nam-se totalmente maduros e ca- pazes de fertilizar o ovócito. Além disso, esses produtos proporcio- nam nutrição e proteção ao ovóci- to; caso haja fertilização, a mesma secreção fornece nutrientes para o Figura 14. Fotomicrografia da tuba uterina em corte transversal (132×). Observe as camadas musculares lon- gitudinal externa (O) e circular interna (I) e a mucosa (M). Fonte: GARTNER, Leslie P.; HIATT, James. L.. Tratado de Histologia em Cores. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007 25HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO embrião durante as fases iniciais do seu desenvolvimento. • Células ciliadas: Seus cílios ba- tem uníssono em direção ao úte- ro. Logo, o ovo fertilizado, os es- permatozoides e o líquido viscoso produzido pelas células secretoras são todos impulsionados ao útero. A tuba uterina apresenta movimentos ativos imediatamente antes da ovu- lação, quando as fímbrias se tornam apostas sobre a superfície do ovário em que irá ocorrer ruptura. Essa pro- ximidade favorece a captação do ovó- cito que foi ovulado. Quando o ovó- cito é liberado, as células ciliadas no infundíbulo o direcionam para o óstio da tuba uterina e, assim, impedem a sua entrada na cavidade peritoneal. O ovócito é transportado ao longo da tuba uterina por contrações peris- tálticas. Assim, tanto os movimentos ciliares quanto a atividade muscular peristáltica participam na movimen- tação do ovócito. Além disso, esse movimento também impossibilita a passagem de microrganismos do útero para a cavidade peritoneal. Figura 15. Células que revestem a tuba uterina. (Foto- micrografia. Pararrosanilina, azul de toluidina. Grande aumento.). Fonte: L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO,José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2013 SAIBA MAIS! A fertilização geralmente ocorre na ampola e age como um estímulo para o ovócito completar a segunda divisão meiótica. A corona radiata, que normalmente envolve o ovócito no momen- to da fertilização, é ainda mantida por algum tempo durante a passagem do ovócito pela tuba uterina. A menos que seja fertilizado, o ovócito permanece viável por no máximo 24 horas. Se a fertilização não acontece, o ovócito sofre autólise na tuba uterina sem completar a meiose. Uma vez fertilizado, o ovócito, agora chamado zigoto, inicia uma série de divisões celulares e é transportado para o útero, um processo que dura aproximadamente 5 dias. 26HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Tubas uterinas Pregas longitudinais Divisão anatômica Células secretoras Células ciliadas Captação do ovócito Folheto visceral de peritônio Presença das fímbrias Local da fertilização Epitélio colunar simples Lâmina própria Camada longitudinal externa Camada circular interna Músculo liso Mucosa Serosa Muscular Infundíbulo Ampola Istmo Porção intramural Camadas parede da tuba 27HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 4. ÚTERO O útero é um órgão único, muscular, espesso e piriforme (em formato de pera), localizado na linha média da pelve e que recebe a porção terminal do par de tubas uterinas. É dividido em três regiões: corpo (porção dilata- da onde as tubas uterinas se abrem), fundo (em formato de cúpula na par- te superior do órgão) e a cérvice ou colo (porção estreita e cilíndrica que se projeta e se abre na vagina). A parede do útero nas regiões de corpo e fundo é relativamente es- pessa e formada por três camadas: endométrio, miométrio e serosa (ou adventícia). Endométrio Camada mais interna, consiste em um epitélio colunar simples, caracte- rizado por células ciliadas e células secretoras, e uma lâmina própria com glândulas tubulares simples (às ve- zes ramificadas) que se estendem até o miométrio. Embora as células glan- dulares se assemelhem às células do epitélio superficial, não há células ci- liadas nas glândulas. A lâmina própria é formada por um tecido conjuntivo rico em fibroblastos, além de macró- fagos, leucócitos e fibras reticulares e contêm abundante matriz extracelu- lar. Suas fibras são constituídas prin- cipalmente por colágeno tipo III. O endométrio pode ser subdividido em duas camadas: • Camada basal: Mais profunda, ad- jacente ao miométrio, é constituída por tecido conjuntivo e pela porção inicial das glândulas uterinas. • Camada funcional: Mais superfi- cial, formada pelo restante do te- cido conjuntivo da lâmina própria, pela porção final e saída das glân- dulas e pelo epitélio superficial. Enquanto a camada funcional sofre mudanças significativas durante os ciclos menstruais, a basal permanece quase inalterada. Os vasos sanguíneos que irrigam o endométrio são importantes para o fenômeno do ciclo menstrual que resulta na perda de parte do endo- métrio a cada 28 dias. Das artérias arqueadas, que se orientam circunfe- rencialmente nas camadas médias do miométrio, partem as artérias retas, que irrigam a camada basal do endo- métrio, e as artérias espiraladas, que irrigam a camada funcional. 28HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Miométrio Parede muscular espessa do útero, constituída de pacotes ou grandes feixes de fibras musculares lisas se- paradas por tecido conjuntivo. Os pa- cotes estão distribuídos em quatro camadas com limites não muito bem definidos. A primeira e a quarta ca- madas são compostas principalmen- te de fibras dispostas longitudinal- mente e as camadas intermediárias apresentam feixes organizados em disposição circular e grandes vasos sanguíneos que irrigam o órgão. À medida que o útero se estreita em direção à cérvice, o miométrio é substituído por um tecido conjuntivo denso não modelado contendo fibras elásticas e poucas células musculares lisas dispersas. Durante a gravidez, o miométrio apresenta um grande crescimento, por meio da hiperplasia (aumento no número de células lisas) e hipertrofia (aumento no tamanho das células) do músculo, impulsionado pelo aumento nos níveis de estrógeno. Durante esta fase, muitas células musculares lisas adquirem características ultraestru- turais para secreção de proteínas e sintetizam ativamente colágeno, cuja quantidade aumenta significativa- mente no útero. Após a gravidez, há degeneração de algumas células, re- dução no tamanho de outras e degra- dação enzimática do colágeno. Epitélio Glândula uterina Secreção Veia Camada funcional Camada basal Miométrio Artéria reta Artéria helicoidal Artéria e veia arqueadas Endométrio Figura 16. O endométrio uterino, mostrando as camadas basal e funcional. Fonte: GARTNER, Leslie P.; HIATT, James. L.. Tratado de Histologia em Cores. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007 29HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO SE LIGA! Durante a contração do útero (por estímulo sexual, durante a mens- truação ou para o trabalho de parto) todas as camadas do miométrio atuam em conjunto como um sincício funcio- nal. O processo de contrações uterinas durante o parto é provocado por ações hormonais a partir da ocitocina, liberada pela neuro – hipófise, e das prostaglan- dinas produzidas no miométrio e nas membranas fetais sob influência do hor- mônio corticotrófico. Serosa ou adventícia Em sua camada externa há uma del- gada serosa – constituída de mesotélio e tecido conjuntivo – ou, dependendo da porção do órgão, uma adventícia – constituída de tecido conjuntivo sem revestimento de mesotélio. CORRELAÇÃO CLÍNICA! A presença de tecido endometrial na pelve ou na cavidade peritoneal é denominada en- dometriose. Esta condição, muitas vezes dolorosa, pode causar dismenorreia e até infertilidade. Dentre as teorias propostas para explicar esse fenômeno, a primei- ra (teoria da regurgitação) sugere que o fluxo menstrual escapa através das tu- bas uterinas para a cavidade peritone- al. A teoria metaplásica propõe que as células epiteliais do peritônio se diferen- ciam em células endometriais. Por fim, a teoria da disseminação vascular sugere que as células endometriais entram em canais linfáticos durante a menstruação e são distribuídas pelo sistema vascular sanguíneo (ou linfático). Quando a endo- metriose não é curada, as vísceras pél- vicas podem ficar entremeadas em uma massa fibrótica. SE LIGA! Tanto o miométrio quanto o endométrio sofrem alterações cíclicas a cada mês para preparar o útero para a implantação de um embrião, e os even- tos subsequentes do desenvolvimen- to embrionário e fetal. Essas alterações constituem o ciclo menstrual. Se houver implantação de um embrião, o ciclo é in- terrompido, e ambas as camadas sofrem crescimento e diferenciação considerá- veis durante a gravidez. Ciclo Menstrual Normalmente, o ciclo menstrual dura cerca de 28 dias e apresenta dife- rentes estágios de desenvolvimento que ocorrem na camada funcional do endométrio. É um processo controla- do pelas gonadotropinas secretadas pela hipófise que regulam as secre- ções esteroides do ovário. Embora os eventos sucessivos que constituem o ciclo ocorram continuamente, eles podem ser descritos em três fases: fase menstrual, fase proliferativa e fase secretora. Fase menstrual (3 a 4 dias) Começa no dia do início do sangra- mento do útero, a menstruação, ca- racterizada pela descamação funcio- nal do endométrio, o que indica que não houve fertilização. Nesse proces- so, o corpo lúteo perde sua funciona- lidade cerca de 10 a 12 dias após a ovulação, reduzindo os níveis de pro- gesterona e estrógenos. 30HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Alguns dias antes do início da mens- truação, a camada funcional do endo- métrio perde sua irrigação devido a constrições intermitentes nas artérias espiraladas. Depois de aproximada- mente 2 dias, essas artérias tornam – sepermanentemente contraídas, reduzindo a oxigenação da camada funcional, que leva à interrupção do funcionamento das glândulas, inva- são de leucócitos, isquemia e a final necrose da camada funcional. Logo em seguida, as artérias espiraladas dilatam – se novamente, mas como estão enfraquecidas devido aos eventos anteriores, elas se rompem. A maior parte da camada funcional do endométrio é separada da mucosa e cai no lúmen uterino, fazendo parte do fluido menstrual. O resto do endo- métrio encolhe devido à perda de flui- do intersticial. Antes e durante a fase menstrual, a camada basal do endométrio conti- nua vascularizada pelas artérias re- tas, permanecendo, assim, viável. As células basais das glândulas da ca- mada basal começam a proliferar, e as células novas migram para a su- perfície, dando início a reepitelização da lesão de tecido conjuntivo do lú- men uterino. Estes eventos iniciam a fase proliferativa do ciclo menstrual. Fase proliferativa (ou estrogênica) No final da fase menstrual, o endomé- trio consiste em uma delgada faixa de tecido conjuntivo, com aproximada- mente 1 mm de espessura, contendo apenas as porções basais das glân- dulas uterinas e as porções inferiores das artérias espiraladas. O começo da fase proliferativa coincide com o crescimento rápido de um pequeno grupo de folículos ovarianos que es- tão provavelmente na transição en- tre folículos primários e secundários. Quando sua teca interna desenvolve – se mais intensamente, esses folícu- los começam a secretar ativamente estrógenos. Sob influência dos estrógenos, a fase proliferativa é iniciada e são observa- das as seguintes alterações: as cé- lulas epiteliais da porção basal das glândulas reconstituem as glândulas e migram para recobrir a superfície endometrial, as células do estroma proliferam e produzem a matriz ex- tracelular e as artérias espiraladas aumentam de comprimento à medi- da que o endométrio é restabelecido. Com isso, o endométrio perdido du- rante a menstruação é reconstituído. A fase proliferativa continua até o primeiro dia após a ovulação, que ocorre aproximadamente no 14º dia do ciclo. No final dessa fase, o endo- métrio alcançou uma espessura de cerca de 3 mm. Durante essa fase, o endométrio está coberto por um epitélio colunar simples que também caracteriza as glândulas, cujo tubos são retilíneos, 31HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO e que têm lúmen estreito. As células epiteliais das glândulas gradualmen- te acumulam cisternas de retículo en- doplasmático rugoso e o complexo de Golgi aumenta de tamanho, em pre- paração para o crescimento de sua atividade secretora da próxima fase. Glândulas Músculo lisoEpitélio superficial Glândulas Figura 18. Glândulas uterinas retilíneas na fase prolife- rativa. (Fotomicrografia. HE. Pequeno aumento.). Fonte: L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2013 Figura 17. Região superficial do endométrio durante a fase proliferativa (Fotomicrografia. Pararrosanilina – azul de toluidina. Médio aumento.). Fonte: L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2013 Fase secretora (ou progestacional) Após a ovulação, sob influência da progesterona produzida pelo corpo lúteo, a fase secretora inicia – se, sen- do caracterizada pelo espessamen- to do endométrio por hipertrofia das células epiteliais, edema e aumento da vascularização (as artérias espira- ladas aumentam de comprimento e tornam – se mais espiraladas). Nesta fase, o endométrio alcança sua má- xima espessura, cerca de 5 a 6 mm. Além disso, as secreções ricas em glicogênio acumuladas pelas glându- las endometriais fazem com que elas se tornem altamente contorcidas e de aspecto serrilhado. À medida que mais produtos de secreção vão sendo produzidos, os grânulos de secreção deslocam – se para a região apical e 32HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO são liberados no lúmen da glândula. O líquido mucoide rico em glicogênio secretado será responsável pela nu- trição do feto antes da formação da placenta. A fase secretora completa o ciclo ao se aproximar do 28º dia, preceden- do a fase menstrual de um novo ciclo menstrual. Secreção Glândulas Figura 19. Durante a fase secretória, as glândulas uterinas se tornam tortuosas e o seu lúmen é preen- chido por secreção. Certo grau de edema é observa- do no tecido conjuntivo. (Fotomicrografia. HE. Médio aumento.). Fonte: L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janei- ro: Guanabara Koogan Ltda, 2013 SE LIGA! Se ocorrer fertilização, o em- brião é transportado ao útero e aderido ao epitélio uterino durante a fase secre- tória, cerca de 7 ou 8 dias após a ovu- lação. A progesterona tem um papel importante inibindo contrações muscu- lares lisas do miométrio, que podem in- terferir na implantação do embrião. 33HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Fase menstrualFase secretoraFase proliferativa Figura 20. Fotomicrografias do revestimento uterino nas fases proliferativa, secretora e menstrual do ciclo menstrual. Fonte: PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2016 34HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Figura 21. Relação entre os eventos morfológicos e fisiológicos que ocorrem no ciclo menstrual. Fonte: PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2016 Cérvice (ou colo do útero) É a porção cilíndrica mais baixa do úte- ro que se projeta para dentro da vagi- na. O lúmen da cérvice (endocérvice) é revestido por um epitélio colunar sim- ples secretor de muco; entretanto, sua superfície externa (ectocérvice), onde a cérvice se projeta para a vagina, é re- vestida por um epitélio estratificado pa- vimento não – queratinizado. A parede da cérvice é constituída principalmente por tecido conjuntivo denso não mode- lado contendo muitas fibras elásticas e 35HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Óstio externo Canal cervical Figura 22. Fotomicrografia do colo do útero humano de uma mulher na pós - menopausa. EpEP: Epitélio estra- tificado pavimento; EpSC: Epitélio simples colunar; O X indica o muco secretado pelas glândulas cervicais. Fon- te: PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2016 somente algumas fibras musculares li- sas. A transição entre o epitélio colunar simples do canal cervical e o epitélio estratificado pavimento na porção va- ginal do colo ocorre de forma abrupta na zona de transformação que, durante a idade reprodutiva da mulher, está lo- calizada fora do óstio externo. Antes da puberdade e depois da menopausa, a zona localiza – se no canal cervical. A mucosa da cérvice contém as glân- dulas mucosas cervicais, que se ra- mificam intensamente. Esta mucosa não sofre mudanças notáveis durante o ciclo menstrual e não descama du- rante a menstruação. As secreções cervicais têm um papel importante na fertilização. Na época da ovulação, as secreções mucosas são mais fluidas e facilitam a penetra- ção do esperma no útero. Já na fase secretora ou na gravidez, os níveis de progesterona alteram as secreções mucosas, tornando – as mais visco- sas. Nesse caso, elas atuam como um tampão de muco espesso no orifício da cérvice, para a prevenção da pas- sagem de esperma de microrganis- mos para o interior do útero. Na época do parto, outro hormônio produzido pelo corpo lúteo, a relaxina, induz a lise de colágeno da parede cervical. Isto resulta no amolecimento da cérvice, facilitando, desta maneira, a dilatação cervical. SE LIGA! O bloqueio da abertura das glândulas mucosas resulta em retenção de suas secreções, levando à formação de cistos dilatados no colo do útero, de- nominados cistos de Naboth. Estes se desenvolvem com frequência, mas ape- nas serão clinicamente importantesse houver história de um número grande cistos que provoquem aumento acentu- ado do colo do útero. 36HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Epitélio colunar simples Lâmina própria Pode ser subdividido em: Músculo liso desenvolvido Depende da região do órgão Epitélio colunar simples secretor de muco Epitélio estratificado pavimento não – queratinizado Ovulação Gravidez Células secretoras Tecido conjuntivo rico em fibroblastos Camada basal Quatro camadas Fluido seroso Fluido mucoso Endométrio Miométrio Serosa ou adventícia Lúmen Projeção para a vagina Secreções cervicais Camadas Endocérvice Ectocérvice Tecido conjuntivo denso não modelado Presença de glândulas mucosas Células ciliadas Glândulas tubulares simples Camada funcional Divisão anatômica Cérvice (ou colo)Fundo Corpo ÚTERO 37HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 5. VAGINA A vagina é um órgão tubular fibromus- cular que se estende do colo do útero até o vestíbulo (parte da genitália externa). Em virgens, a abertura da vagina pode ser circundada pelo hímen, que consiste em pregas da membrana mucosa que se estendem dentro do lúmen vaginal. A parede vaginal consiste nas se- guintes camadas: • Mucosa: Interna, com numerosas pregas e revestida por epitélio estra- tificado pavimentoso não – querati- nizado. Sob estímulo de estrógenos, o epitélio vaginal sintetiza e acumu- la grande quantidade de glicogê- nio, que é depositado no lúmen da vagina quando as células do epité- lio vaginal descamam. Bactérias da vagina metabolizam o glicogênio e produzem ácido láctico, responsável pelo pH desse órgão, que normal- mente é baixo, como uma forma de proteção. A lâmina própria da muco- sa é composta por tecido conjuntivo frouxo muito rico em fibras elásticas, além de linfócitos e neutrófilos e um rico suprimento vascular na região mais profunda. SE LIGA! Apesar de não haver glându- las na mucosa vaginal, durante o estí- mulo, a excitação e a relação sexual, há um aumento do fluido vaginal, que atua na lubrificação do seu epitélio de revesti- mento. Este fluido provém do transuda- to, presente na lâmina própria, associa- do a secreções das glândulas da cérvice. • Muscular: Constituída por células musculares lisas organizadas de modo que os feixes da superfície externa, predominantemente lon- gitudinais, se misturam com os fei- xes próximos do lúmen, dispostos de uma forma mais circular. Um esfíncter muscular, composto por fibras musculares estriadas esque- léticas, circunda a abertura externa da vagina. Figura 23. Fotomicrografia de uma vagina humana. Fon- te: PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2016 • Adventícia: Localizada externa- mente à camada muscular, é com- posto por tecido conjuntivo denso, rico em espessas fibras elásticas, que conferem elasticidade à vagina, 38HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO além de um plexo nervoso exten- so e feixes nervosos derivados dos nervos esplâncnicos pélvi- cos. Ela une a vagina aos tecidos circunvizinhos. 6. GENITÁLIA EXTERNA (OU VULVA) Figura 24. Períneo e órgãos genitais femininos externos (pudendo ou “vulva”). Fonte: https://www.auladeanatomia. com/novosite/pt/sistemas/sistema-genital/sistema-genital-feminino/orgaos-externos/ 39HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Grandes lábios São duas pregas de pele contendo tecido adiposo e uma delgada cama- da de músculo liso. São estruturas homólogas ao escroto dos homens. A superfície externa é coberta por pelos espessos e ondulados, mas não há pelos em sua superfície interna lisa. Numerosas glândulas sudoríparas e sebáceas abrem – se em ambas as superfícies. Pequenos lábios Localizados medialmente e logo abai- xo dos grandes lábios, são dobras da mucosa vaginal que têm tecido con- juntivo penetrado por fibras elásticas. O epitélio estratificado pavimentoso que os cobre tem uma delgada ca- mada de células queratinizados na sua superfície. Glândulas sebáceas e sudoríparas encontram – se nas su- perfícies internas e externas dos lá- bios menores, cujo revestimento é in- termediário entre pele e mucosa. São destituídos de folículos pilosos e de tecido adiposo. Vestíbulo Constitui uma fenda entre os pe- quenos lábios direito e esquerdo, um espaço que recebe secreções das glândulas de Bartholin (ou glându- las vestibulares maiores), um par de glândulas secretoras de muco (homó- logas às glândulas bulbouretrais no homem) e de muitas outras peque- nas glândulas vestibulares menores. Também estão localizados no vestí- bulo os orifícios da uretra e da vagina. Clitóris É uma estrutura erétil homóloga ao pênis, coberta por um epitélio estra- tificado pavimentoso. Seu corpo é composto de dois pequenos corpos eréteis, os corpos cavernosos. A glan- de do clitóris é um pequeno tubérculo Figura 25. Fotomicrografia da superfície interna dos lábios maiores do pudendo. Ep: Epitélio; GS: Glândulas sebáceas; DS: Ductos sebáceos. As setas indicam feixe de músculo liso. Fonte: PAWLINA, Wojciech. Ross His- tologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2016 40HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO arredondado de tecido erétil. A pele sobre a glande é muito fina, forma o prepúcio do clitóris e contém numero- sas terminações nervosas sensoriais. Monte do púbis É a proeminência arredondada sobre a sínfise púbica formada por tecido adiposo subcutâneo. SE LIGA! A genitália externa é abun- dantemente provida de terminações nervosas sensoriais táteis, além de cor- púsculos de Meissner, abundantes na pele sobre o monte de púbis e os lá- bios maiores, e de Pacini, distribuídos nas camadas mais profundas de tecido conjuntivo, nos lábios maiores e em as- sociação ao tecido erétil, que contribuem para a fisiologia do estímulo sexual. Há também terminações nervosas livres em grande número, igualmente distribuída na pele da genitália externa. 41HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Produção de hormônios Ovários Local do desenvolvimento dos ovócitos Estágios dos folículos Primordial Primário Secundário Maduro HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Tubas Uterinas Útero Local da fertilização Condução do zigoto para o útero Divisão anatômica Implantação e desenvolvimento fetal Divisão anatômica Camadas Contração muscular Células ciliadas Infundíbulo Istmo Ampola Porção intramural Fundo Corpo Colo Endométrio Miométrio Serosa ou adventícia Relação sexual Passagem do feto Ligação do útero com o meio externo Camadas Grandes lábios Mucosa Muscular Adventícia Pequenos lábios Vestíbulo Clitóris Monte do púbis Vagina Genitália Externa 42HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo- gan Ltda, 2016 L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2013 GARTNER, Leslie P.; HIATT, James. L.. Tratado de Histologia em Cores. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007 Atlas de anatomia humana / Frank H. Netter. - 6. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014 Gray’s, Anatomia / Susan Standring ; [tradução Denise Costa Rodrigues... et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-meiose.htm 43HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
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