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Conceito e Diagnostico da Morte - Exames em Local de Crime

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SISTEMA DE ENSINO
MEDICINA LEGAL
Conceito e Diagnóstico da Morte. Exame 
de Locais de Crime
Livro Eletrônico
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Conceito e Diagnóstico da Morte. Exame de Locais de Crime
MEDICINA LEGAL
FERNANDO HENRIQUE SANTOS TERRA
Sumário
Conceito e Diagnóstico da Morte ................................................................................................. 3
1. Tanatologia Forense; Aspectos Gerais; Morte Aparente .................................................... 3
1.1. Cronologia da Morte ................................................................................................................. 6
1.2. Morte Natural, Morte Violenta, Morte Súbita, Morte Agônica e Morte Suspeita; 
Sobrevivência ................................................................................................................................... 9
1.3. Lesões intra Vitam e Post Mortem ...................................................................................... 11
1.4. Causa Médica e Causa Jurídica da Morte ........................................................................... 11
1.5. Inumação e Exumação; Cremação e Embalsamamento .................................................13
2. Fenômenos e Diagnóstico da Morte ......................................................................................15
2.1. Sinais de Probabilidade de Morte ........................................................................................15
2.2. Fenômenos Cadavéricos Transformativos ...................................................................... 18
2.3. Exame do Local do Crime; Exame em Local de Morte Violenta ou Suspeita 
(Perinescroscopia) .........................................................................................................................21
Resumo ............................................................................................................................................ 27
Mapas Mentais .............................................................................................................................. 30
Questões de Concurso ..................................................................................................................31
Gabarito ...........................................................................................................................................60
Referências ......................................................................................................................................61
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Conceito e Diagnóstico da Morte. Exame de Locais de Crime
MEDICINA LEGAL
FERNANDO HENRIQUE SANTOS TERRA
CONCEITO E DIAGNÓSTICO DA MORTE
1. TanaTologia Forense; aspecTos gerais; MorTe aparenTe
Olá, caro(a) aluno(a)! Como vai? Chegamos finalmente na terceira (e uma das mais impor-
tantes) aulas: a tanatologia, que é o ramo da medicina legal que estuda a morte e as implica-
ções a ela relacionadas, principalmente sobre o destino do cadáver ou de suas partes.
Isso é, cuida do estudo da morte propriamente dita, dos fenômenos relacionados ao diag-
nóstico da morte e dos exames de locais de morte violenta ou suspeita (perinescroscopia). Só a 
título de curiosidade: o termo deriva da palavra tanatos, que representa o deus grego da morte.
Efetivamente, a tanatologia é relevante porque auxilia a autoridade policial e o perito a es-
tabelecerem as circunstâncias de um episódio envolvendo a morte, especialmente com o fim 
de identificar a autoria do fato criminoso.
Por morte, entende-se, sinteticamente, como a cessão dos fenômenos vitais pela para-
da das funções cerebral, respiratória e circulatória. Pode ser classificada em (Croce; Croce 
Jr., 2012):
1. Anatômica: cessação completa e permanente de todas as grandes funções do organismo entre 
si e o meio ambiente;
2. Histológica: é o processo decorrente da morte anatômica, em que os tecidos se as células do 
organismo morrem paulatinamente;
3. Aparente: o indivíduo assemelha-se ao morto, mas está vivo por débil persistência da circulação, 
podendo durar horas, como nos casos de morte súbita, mas pode haver sobrevivência após pronta 
e rápida intervenção médica;
4. Relativa: o indivíduo jaz como morto, vitimado por parada cardíaca diagnosticada pela ausência 
de pulso em artéria calibrosa;
5. Intermédia: modalidade admitida somente por alguns autores, é explicada como a que precede a 
absoluta e sucede a relativa, como estágio da morte definitiva; e
6. Real: é o ato de cessar a personalidade e fisicamente a conexão orgânica por inibição da força de 
coesão intermolecular e o de formar-se paulatinamente a decomposição do cadáver.
Já o diagnóstico da realidade da morte é feito pela tanatognose, que avalia os chamados 
sinais de morte, classificados em duvidosos, prováveis e certos. Atualmente, utiliza-se como 
conceitos mais apropriados – até pela sua precisão – os de:
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Conceito e Diagnóstico da Morte. Exame de Locais de Crime
MEDICINA LEGAL
FERNANDO HENRIQUE SANTOS TERRA
1. Morte circulatória: dá-se com a parada circulatória irreversível, principalmente pela ausência de 
batimentos cardíacos. É o método tradicional; e
2. Morte cerebral: é a morte encefálica geral e não só do córtex, ainda que o coração esteja em fun-
cionamento. Ocorre com a morte do tronco encefálico (Ponte de Varólio e Bulbo Raquidiano).
A Resolução n. 2.173/17, do Conselho Federal de Medicina, dispõe sobre os critérios de 
constatação de morte encefálica.
De acordo com o documento, são submetidos a procedimentos para verificação por morte 
encefálica os pacientes que apresentem:
a) coma não perceptivo;
b) ausência de reatividade subpraespinhal; e
c) apneia persistente, bem como os seguintes requisitos:
1. Presença de lesão encefálica de causa conhecida, irreversível e ca-
paz de causar morte encefálica;
2. Ausência da fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico;
3. Tratamento e observação em hospital por no mínimo 6 horas, salvo 
se a causa primária for encefalopatia hipóxico-isquémica, cuja obser-
vação será de, no mínimo, 24 horas;
4. Temperatura corporal (esofagiana, vesical ou retal) superior a 35º, 
saturação artéria de oxigênio acima de 94% e pressão arterial sistólica 
maior ou igual a 100mmHg ou pressão arterial sistólica média maior 
ou igual a 65mmHg para adultos (se em menores, há diferença confor-
me a idade até 15 anos).
Não só isso: é obrigatório, ainda, que sejam realizados outros procedimentos a fim de de-
terminar a morte encefálica:
1. Dois exames clínicos que confirme coma não perceptivo e ausência de função do tronco 
encefálico;
2. Teste de apneia confirmando a inexistência de movimentos respiratórios após es-
timulação; e
3. Exame complementar da ausência de atividade encefálica, seja por ausência de perfu-
são sanguínea cerebral, ou ausência de atividade elétrica cerebral ou ausência de atividade 
metabólica cerebral.
No caso de crianças menores de dois anos, no intermédio das duas avaliações clínicas, o 
intervalo mínimo varia de acordo com a faixa etária (art. 3º, §4º, da Resolução; item 1 do anexo).
001. (PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SP/2012) Para se realizar um transplante cardíaco, 
considera-se como sinal de morte do doador:
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a) a parada dos movimentos cárdio circulatórios.
b) a parada cárdio respiratória irreversível.
c) a parada cardíaca definitiva.
d) a lesão cerebral irreversível.
e) a suspensão irreversível da atividade encefálica.
A morte atualmente é definida por critérios estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, 
que a considera como sendo a parada total e irreversível das atividades encefálicas. Portanto, 
a retirada de órgãos ou de partes do corpo para fins de transplante só será realizada a pós a 
confirmação de morte encefálica.
Atenção! Vale lembrar que morte cerebral não é sinônimo de morte encefálica. O encéfalo 
abrange o cérebro, cerebelo e tronco encefálico.
Letra e.
Nesse contexto, compreende-se como morte aparente, segundo Croce e Croce Jr. (2012), 
aquela em que o indivíduo se assemelha-se ao morto, porém está vivo, em débil persistência 
da circulação. Pode durar horas, sendo possível a recuperação pelo emprego de socorro médi-
co imediato e adequado.
É um estado de profundo embotamento das funções vitais, o que dificulta escutar os bati-
mentos cardíacos, tendo em vista estarem muito fracos, ou perceber os movimentos respira-
tórios (Ferreira, 2020).
Diante desse quadro, fala-se em sinais tanatomiméticos, que imitam a morte real, mas com 
ela não se confundem (Ferreira, 2020): afogamento, catalepsia (ausência crônica de vontade), 
êxtase, ação do frio, transe, eletroplessão, estados gerais de coma e abuso de barbitúricos 
(fármacos que deprimem o sistema nervoso central).
A chamada tríade de Thoinot define clinicamente o estado de morte aparente e consiste 
em: a) imobilidade; b) ausência aparente de circulação; c) ausência aparente de respiração.
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Conceito e Diagnóstico da Morte. Exame de Locais de Crime
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1.1. cronologia da MorTe
O estudo da cronotanatognose (ou cronotanatodiagnose/tanatocronodiagnose) permite a 
definição da hora aproximada da morte, sua causa jurídica, o nexo causal com o evento ocorri-
do e a verificação da comoriência.
Efetivamente, o estudo da cronologia da morte é influenciado por diversos fatores, sendo 
imperiosa a análise do maior número de elementos existentes a fim de se aproximar o quanto 
puder da verdade.
Vale dizer, até mesmo informações advindas de depoimentos testemunhais ou exame em 
local de crime podem afetar a forma como se interpretam os elementos revelados no cadáver.
Nesse contexto, um primeiro aspecto a se considerar é o chamado período de incerteza 
diagnóstica de Tourdes, que consiste no interstício de seis horas antes e seis horas depois 
da morte, em que não se pode definir se as lesões eventualmente encontradas tiveram causa 
anterior ou posterior ao falecimento (França, 2017).
Outro aspecto relevante se refere aos fenômenos cadavéricos, como a rigidez, livores, eva-
poração tegumentar, resfriamento, dentre outros.
Auxiliam, ainda, no diagnóstico do tempo de morte:
1. Fauna e flora cadavérica (respectivamente, biotanatologia e entomologia fo-
rense);
2. Existência de gases nos vasos sanguíneos e tecidos do corpo;
3. Presença de cristais no sangue (surgem do terceiro dia após a morte e podem 
durar até cerca de 35 dias), também denominados cristais de Westenhöffer-Ro-
cha-Valverde;
4. Conteúdo estomacal e visceral (fator que varia conforme a velocidade de di-
gestão, o metabolismo do indivíduo);
5. Mancha verde abdominal;
6. Perda de peso; e
7. Crescimento de pelos do corpo.
Detalhe interessante sobre é entomologia forense diz respeito ao quão importante é para 
os fins da cronotanatodiagnose, pois diversos fatores influenciam na sequência de apareci-
mento dos insetos, notadamente de espécies de moscas e suas larvas, chamadas legiões de 
Mégnin, num total de oito (Ferreira, 2020).
002. (FUNDATEC/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-RS/2018) Em relação à “estimativa do tempo 
de morte”, também conhecida como cronotanatognose, analise as afirmações abaixo, assina-
lando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
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(  )	� Existem vários parâmetros (fenômenos cadavéricos) utilizados para a estimativa do 
tempo de morte.
(  )	� A estimativa do tempo de morte, considerando os avanços da Medicina-Legal, é bas-
tante precisa, não apresentando margem de erro (para mais ou para menos) maior do 
que uma hora.
(  )	� A estimativa do tempo de morte depende, além de outros fatores, de fatores externos 
ao cadáver.
(  )	� A estimativa do tempo de morte, apesar dos avanços da Medicina-Legal, não é precisa.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) V – F – V – V.
b) V – V – V – F.
c) V – V – F – F.
d) F – F – F – V.
e) F – V – F – V.
Item I – VERDADEIRO. A estimativa do tempo de morte (cronotanatognose) é realizada a par-
tir da análise dos fenômenos cadavéricos, que podem ser de diversos tipos, dentre eles: a) 
sinais abióticos imediatos: perda da consciência, midríase paralítica bilateral, parada respira-
tória, imobilidade e insensibilidade; b) sinais abióticos consecutivos: espasmos cadavéricos, 
desidratação, livor mortis, rigor mortis, algor mortis e opacificação da córnea; e c) sinais trans-
formativos (tafonomia), os quais se dividem em transtornos destrutivos (putrefação) e trans-
tornos conservativos (mumificação, saponificação e corificação).
Item II – FALSO. Nada é absoluto na Medicina-Legal, especialmente no que tange ao tempo de 
morte. A maior parte dos parâmetros utilizados a realização da cronotanatognose está sujeita 
a modificações em função de fatores ambientais, fatores individuais e do tipo de morte. Além 
disso, quanto maior for o tempo decorrido, mais complexa será a estimativa.
Item III – VERDADEIRO. Vide o comentário do Item II.
Item IV – VERDADEIRO. Vide o comentário do Item II.
Letra a.
1.1.1. Premoriência e Comoriência
Especialmente para fins sucessórios, entende-se por esses institutos: a) premoriência – 
quando é possível comprovar que uma pessoa, pelas circunstâncias existentes, morreu em 
momento anterior em relação a outra; b) comoriência – quando duas ou mais pessoas morrem 
na mesma ocasião, não sendo possível determinar com exatidão quem faleceu primeiro, pre-
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Conceito e Diagnóstico da Morte. Exame de Locais de Crime
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sumindo-se que ambas faleceram simultaneamente, conforme solução existente no art. 8º, do 
Código Civil:
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesmaocasião, não se podendo averiguar se algum 
dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
1.1.2. Calendário Tanatológico
1. Corpo quente, flácido e sem livores Menos de duas horas.
2. Resfriamento do cadáver Decréscimo de 0,5ºC nas três primeiras 
horas; a seguir, o decréscimo
E de 1ºC por hora até o nivelamento com 
o equilíbrio térmico com o meio ambiente.
3. Rigidez cadavérica Pode ser tardia ou precoce. Começa pela 
nuca e mandíbula (1 a 2 horas); músculos 
tóraco-abdominais (2 a 4 horas); membros 
superiores (4 a 6 horas); membros inferio-
res (6 a 8 horas) post mortem. Desapare-
ce a rigidez progressivamente na mesma 
ordem cedendo lugar à flacidez muscular 
entre 36 a 48 horas do óbito.
4. Livores e hipóstase Como regra, de 2 a 3 horas após a morte, 
fixando-se definitivamente de 8 a 12 horas 
após a morte. Podem surgir 30 minutos 
após a morte em casos excepcionais.
5. Macha verde abdominal Entre 18 a 24 horas, estendendo-se pro-
gressivamente por todo corpo do 3º ao 5º 
dia após a morte. Pode ser influenciada 
pela temperatura ambiente. Indicativo de 
putrefação.
A extensão da macha verde abdominal 
dura cerca de 3 a 5 dias.
6. Flacidez Inicia-se em cerca de 36 horas até pouco 
mais de 48 horas.
7. Gases de putrefação O gás sulfídrico surge entre 9 a 12 horas 
após o óbito. Indicativo de putrefação.
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8. Decréscimo de peso De valor relativo. Em recém-nascidos e 
crianças, em geral, é de 8g/kg de peso nas 
primeiras 24 horas após o falecimento.
9. Fauna cadavérica Da primeira à última legião (oitava) se-
guem-se de 8 a 15 dias até mais de 36 me-
ses.
10. Esqueletização Mais de 36 meses.
Graficamente:
1.2. MorTe naTural, MorTe ViolenTa, MorTe súbiTa, MorTe agônica 
e MorTe suspeiTa; sobreViVência
Croce e Croce Jr. (2012), anota que morte natural é a decorrente de causas patológicas ou 
por grave malformação, incompatível com a vida extrauterina prolongada. Por sua vez, morte 
violenta é a resultante de ação exógena e lesiva, ainda que tardiamente, contra o corpo, poden-
do ser causada por acidente, suicídio ou crime.
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003. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SE/2018) Um homem de quarenta e 
cinco anos de idade morreu após se engasgar com um pedaço do sanduíche que comia em 
uma lanchonete. Ele estava na companhia do seu cunhado, que não conseguiu ajudá-lo a re-
tomar o fôlego. Os empregados da lanchonete acionaram o socorro médico, mas não houve 
êxito na tentativa de evitar a morte do homem.
Considerando essa situação hipotética e os diversos aspectos a ela relacionados, julgue o 
item a seguir.
O evento morte descrito será classificado, quanto à causa jurídica, como morte natural.
A assertiva não trata de uma situação de morte natural, mas sim de morte violenta, na moda-
lidade morte acidental.
Morte natural é aquela que sobrevém motivada amiúde por causas patológicas ou por grave 
malformação, incompatível com a vida extrauterina prolongada. Por sua vez, morte violenta é 
aquela que resulta de uma ação exógena e lesiva (suicídio, homicídio, acidente), mesmo tardia-
mente, sobre o corpo humano.
Errado.
Define-se a morte súbita como toda que ocorre de forma inesperada, que se produz ines-
peradamente, precedida ou não de agonia, de modo que não é possível explicá-la ao tempo de 
evolução da causa da morte.
A morte agônica é a considera lenta, sofrida, em tempo relativamente longo. Isso implica 
na formação mais lenta dos livores hipostáticos. A fim de diferenciá-la da morte súbita, exis-
tem dois elementos consistentes nas docimásias hepáticas e suprarrenais, que se baseiam na 
pesquisa de glicose e de glicogênio no fígado, e de adrenalina e sua dosagem nas glândulas 
suprarrenais.
Graficamente:
Docimásia Hepática Química
(Lacassagne e Martin)
Docimásia Suprarrenal
(Leoucini e Cevidalli)
Analisa o nível de glicogênio e glicose no 
fígado. Caso esteja baixo, indica positivo 
para morte agônica; se regular a reserva 
de glicogênio, a morte foi rápida.
Avalia o nível de adrenalina nas glândulas 
suprarrenais. Terá havido morte agônica 
se os níveis estiverem baixos (depleção); 
se regulares (repleção), a morte terá sido 
rápida.
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FERNANDO HENRIQUE SANTOS TERRA
Por morte suspeita, compreende-se a que ocorre em pessoas de aparente boa saúde e, 
inesperadamente, sem causa evidente, ou com sinais de violência definidos (por exemplo, si-
mulação de suicídio) ou indefinidos, incute-se desconfiança sobre sua origem. Assim, é a mor-
te em que sempre houver a possibilidade de não ter sido natural a sua causa (Hygino Hercules 
citado por Ferreira, 2020).
Por fim, sobrevivência é “o período de tempo que vai desde o evento danoso até a morte”, 
“os últimos momentos da vida; o estado que precede a morte” (p. 1678), período esse em que, 
caso advenha a morte, permitirá verificar se ocorreu morte agônica ou morte rápida.
1.3. lesões inTra ViTaM e posT MorTeM
A relevância do tema em proposta diz respeito à determinação de se as lesões ocorreram 
com a pessoa viva ou morta, algo que implica diretamente no enquadramento penal. Saliente-se, 
oportunamente, para o chamado período de incerteza de diagnóstico de Tourdes, no qual não 
é possível assegurar se as lesões ocorreram poucas horas antes ou depois do evento morte.
Chamam-se lesões intencionais nos casos em que o autor do fato empreende esforços para 
descaracterizar a causa original da morte. Possível, ainda, que ocorram lesões acidentais, nas 
quais o indivíduo causa a si mesmo em decorrência de mortes agônicas ou mesmo naturais.
As lesões intra mortem ou post mortem podem ser verificadas através de seu aspecto ex-
terno, em que, no indivíduo vivo, apresentam crosta nas escoriações e infiltração hemorrágica 
dos tecidos moles; bordas afastadas, em vista da ação elástica dos tecidos superiores da pele.
Outro indicativo importante é o índice de Verderau, no qual é comparada a relação entre 
as hemácias e leucócitos da região suspeita, pois não há modificação se a lesão foi causada 
na morte. Em outras palavras, a equimose demonstra que houve reação vital, cuja tonalidade 
auxilia no diagnóstico do tempo da lesão.
1.4. causa Médica e causa Jurídica da MorTe
Sinteticamente, as causas médicas são as verificadas pela análise do tipo de doença ou 
evento lesivo que acometeu o indivíduo. Por causas jurídicas, tem-se o intento de estabelecer 
se a morte foi natural ou não, especialmente se violenta. Isso é, causa jurídica da morta toda 
e qualquer causa violenta – homicídio e suicídio – ou acidental capaz de determinar a morte.
1.4.1. Homicídio, Suicídio e Morte Acidental
Por homicídio, entende-se a morte voluntária ouinvoluntária causada por uma pessoa con-
tra outra. Usualmente, em casos de homicídio culposo, exige-se do perito a indicação a qual 
elemento de imperícia, negligência ou imprudência se aplica ao caso.
Em casos de homicídios dolosos, o perito buscará esclarecer à justiça:
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Conceito e Diagnóstico da Morte. Exame de Locais de Crime
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1. Nexo causal entre a agressão alegada e o evento morte;
2. Qual o meio empregado;
3. Estado mental do homicida;
4. Sua periculosidade;
5. Se se trata de embriaguez fortuita ou preordenada;
6. Se foi cometido mediante o emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tor-
tura ou outro meio insidioso ou cruel;
7. Se foi cometido sob violenta emoção;
8. A idade do agente (menor de 21 na data do fato; maior de 70 anos na data da 
sentença);
9. A atitude da vítima (postura, lesões de defesa, sede e ordem das lesões etc.);
10. A execução de certos atos pela vítima, após o ferimento mortal;
11. A mudança de posição, dolosa ou acidental, da vítima (lesões de arrasta-
mento das vestes, dos tegumentos; hipóstase interna ou externa);
12. Agentes silvícolas, o grau de adaptabilidade etc.
Compreende-se por suicídio a deserção voluntária da própria vida, a morte por vontade e 
sem constrangimento de si próprio. É a pessoa que, deliberadamente, consuma a própria mor-
te (Croce; Croce Jr., 2012).
A conceituação dessa moralidade jurídica de morte requer: a) elemento subjetivo – o de-
sejo de morrer; b) elemento objetivo – o resultado morte. Não se confunde com esse conceito 
as pessoas que morrem no cumprimento do dever, como soldados e bombeiros em ação, ou 
mesmo os que falecem tentando, em gesto altruístico, salvar semelhantes.
Por fim, a morte acidental é causa jurídica representada por acidentes aeroviários, ferrovi-
ários, marítimos.
A título de diagnóstico diferencial da causa jurídica da morte consoante o meio empregado 
(Croce; Croce Jr., 2012), tem-se:
1. Lesões por instrumentos cortantes Comuns no suicídio e no homicídio, excep-
cionalmente no acidente.
2. Lesões por instrumentos contundentes Ocorrem no homicídio, suicídio e aciden-
tes.
3. Lesões por instrumentos cortocontun-
dentes
Surgem nos casos de homicídio e, excep-
cionalmente, acidentes.
4. Lesões por instrumentos perfurantes Raras em suicídios e acidentes, mas co-
muns em homicídios.
5. Lesões por instrumentos perfurocortan-
tes
Igualmente raras em suicídios e acidentes; 
comuns em homicídios.
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Conceito e Diagnóstico da Morte. Exame de Locais de Crime
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6. Lesões por instrumentos perfurocontun-
dentes
Raras em mortes acidentais, comuns em 
homicídios e suicídios.
7. Esmagamentos Recorrente de ocorrer em acidentes.
8. Precipitação (defenestração) Comuns em suicídios e no homicídio; rara-
mente acidental.
9. Enforcamento Bastante raro em casos acidentais, co-
muns em suicídios e pouco comum em 
homicídios.
10. Estrangulamento Comum em homicídios dada sua natureza; 
excepcional em suicídios e acidentes.
11. Sufocação Comum em casos de acidentes e homicí-
dio.
12. Afogamento Raro em homicídios, sendo comum em 
acidentes e suicídio.
13. Envenenamento Mais comum em suicídios; menos frequen-
te em homicídio e acidente.
14. Queimaduras Comuns no suicídio e acidentes, menos 
comuns em homicídios.
Finalmente, em casos de mortes naturais é acionado o Serviço de Verificação de Óbitos 
(SVO) para averiguar investigar as causas de óbito. O Instituto Médico Legal (IML), por outro 
lado, investiga mortes violentas e/ou acidentais, como, por exemplo, as mortes por afogamen-
to, estrangulamento, por armas de fogo, arma branca, queimaduras, eletricidade, homicídio, 
suicídio e suspeitas de envenenamento ou outros interesses da Justiça que demandem inves-
tigações profissionais.
1.5. inuMação e exuMação; creMação e eMbalsaMaMenTo
a) Inumação
Compreende-se por inumação o ato de sepultar o cadáver; é sepultamento, enterramento 
(Croce; Croce Jr., 2012). Poder ser:
Inumação Simples Inumação com Necropsia
Forma mais corriqueira. Deve se aguardar 
período de cautela de 24 horas, não poden-
do ultrapassar 36 horas, salvo por motivos 
excepcionais, como nos casos de doenças 
contagiosas. Não pode ser feita sem a cer-
tidão de óbito.
Obrigatória nos casos de morte violenta. 
Consequentemente, facultativa nas mor-
tes naturais. Com a necropsia, visa-se à 
determinação da cronotanatognose, iden-
tificação do cadáver e determinação da 
causa médica da morte.
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b) Exumação
A exumação é o processo de desenterramento do cadáver, não importa o local onde esteja 
sepultado. É procedimento indispensável, mas que deve ser tratado com prudência, sempre que:
a) houver suspeita, após o sepultamento, de ter sido violenta a causa jurídica da morte;
b) para dirimir dúvidas da primeira necropsia; ou
c) para verificação/confirmação da identidade.
Nesse contexto, vale colacionar o que define o Código de Processo Penal (CPP) para o 
instituto da exumação, a saber:
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em 
dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da sepultura, 
sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de en-
contrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas 
necessárias, o que tudo constará do auto.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem 
como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. (Re-
dação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão 
ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimen-
to pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de teste-
munhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com 
todos os sinais e indicações.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos encontra-
dos, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a 
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-
-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a 
requerimento do Ministério Público,do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe 
a deficiência ou retificá-lo.
§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1º, I, do Código Penal, 
deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.
c) Cremação
A cremação consiste na incineração do cadáver, reduzindo-o a cinzas. Processa-se em for-
nos a temperatura de mil a mil e duzentos graus Celsius, que, em cerca de um minuto e meio, 
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reduz o corpo de um adulto a pouco mais de dois quilos e meios de cinzas. Após o processo, o 
material é recolhido em uma caixa de metal solada e colocada em urna de bronze, normalmen-
te com acabamento artístico. Ao final, as urnas podem ser enterradas ou colocadas em nichos.
A desvantagem da cremação consiste na problemática médico-legal, uma vez que impos-
sibilita a verificação post mortem. A fim de contornar esses riscos, comumente se exige minu-
cioso exame cadavérico prévio, registro de impressões digitais, descrição da arcada dentária 
etc. No mais, importante de se saber que só se procede à cremação quando houver vontade 
expressa em vida ou por interesse de saúde pública.
d) Embalsamamento
Por meio desse processo, introduz-se nas artérias carótida comum ou femoral e nas cavi-
dades tóraco-abdominal e craniana, nesta última através de lâmina crivada do etmoide, de lí-
quidos desinfetantes, conservadores, dotados de poder germicida e com o objetivo de impedir 
a putrefação (Croce; Croce Jr., 2012).
Efetivamente, o embalsamamento almeja impedir a decomposição putrefativa do cadáver 
e a consequente desconexão de suas partes ou permitir o sepultamento em prazo maior que 
quatro dias após o falecimento.
2. FenôMenos e diagnósTico da MorTe
Caro(a) aluno(a), a morte é um fenômeno complexo. Em outras palavras, é evento que 
envolve uma série de fatores, e, no que se relaciona com a tanatologia forense, demanda a 
análise dos inúmeros fenômenos relativos à sua probabilidade ou certeza acerca das razões 
de ter ocorrido.
No caso, o estudo será a partir dos sinais de probabilidade da morte, que podem ser ime-
diatos ou tardios (consecutivos), seguindo-se da exposição sobre os fenômenos cadavéricos 
(transformativos e conservativos).
2.1. sinais de probabilidade de MorTe
Dentre os sinais abióticos, consideram-se imediatos os seguintes:
SINAIS IMEDIATOS
1. Abolição do tônus muscular Sinal de Rebuillat, feito mediante a injeção 
de éter na coxa do indivíduo. Se o mate-
rial refluir pelo orifício da agulha, é sinal de 
morte real; se for absorvido pelo organis-
mo, o indivíduo está vivo.
2. Imobilidade Com a morte, o cadáver fica imóvel.
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3. Relaxamento dos esfíncteres Implica na saída de fezes e urinas pelo cor-
po através dos esfíncteres (anal e uretral).
4. Perda da consciência É um fator, mas há outros tipos de ocorrên-
cias que resultam na perda de consciência.
5. Insensibilidade É a ausência de sensibilidade em relação a 
eventos como sensações térmicas, toque 
e dor. Utiliza-se o sinal de Josat, consisten-
te no pinçamento do mamilo.
6. Face hipocrática Abolição do tônus muscular, ou “máscara 
da morte”, em que há expressão facial de 
sofrimento, dor ou agonia.
7. Inexcitabilidade elétrica Mesmo com estímulos elétricos, a pessoa 
fica inerte.
8. Morte encefálica Como visto, ocorre com a morte do tronco 
encefálico (Ponte de Varólio e Bulbo Ra-
quidiano).
9. Cessação da respiração Há várias formas de verificar a cessação, 
seja pela ausência dos murmúrios vesicu-
lares (som do ar quando passa pelos brôn-
quios), seja pela colocação de um espelho 
próximo ao nariz do morto; se embaçar, é 
sinal de que ainda há respiração. Por fim, 
há sinal de Winslow, que consiste na apro-
ximação de uma vela do nariz; se a chama 
tremeluzir ou apagar, há respiração.
10. Cessação da circulação sanguínea Ocorre quando o sangue deixa de circular 
pelo corpo. Há várias formas de verificar, a 
exemplo da prova de Halluin, de Terson, de 
Bouchut, de Donné, dentre outros.
Agora, em se tratando dos sinais tardios ou consecutivos, temos:
1. Rigidez cadavérica (rigor mortis). Cuida-se do endurecimento muscular pela acidificação 
dos músculos e falta de oxigenação. A rigidez ocorre das massas musculares menos volumo-
sas para as mais volumosas, e da cabeça aos pés (lei de Nysten Sommer-Larcher); desapare-
cem na mesma ordem de origem.
1.1. Inicia-se com duas horas, generaliza-se entre cinco a outo horas até 24 horas após a 
morte, com o início do processo de putrefação.
2. Livores cadavéricos (livor mortis): ou livores hipostáticos ou hipóstases viscerais. Trata-
-se de formação decorrente da ação da gravidade no interior dos vasos sanguíneos, consisten-
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tes em placas encontradas na parte de declive dos cadáveres, em geral pela cor azul-púrpura. 
Consideram-se sinal de certeza de morte e permanecem até o surgimento dos processos de 
putrefação.
2.1. O diagnóstico dos livores cadavéricos podem ser feitos com a técnica de Bonnet (pe-
quenos cortes na pele do cadáver, ocorrendo o gotejamento do sangue).
2.2. Cronologia dos livores: em geral, começam entre 10 a 30 minutos após a morte. As 
manchas esparsas se formam com 3 horas, generalizando ou se difundindo entre 6 e 8 horas. 
Fixam-se entre 6 a 12 horas, mantendo-se visíveis até a putrefação.
2.2.1. Após as 12 horas, ocorrendo a fixação definitiva dos livores, é possível mudar o ca-
dáver de posição sem que se afete as manchas.
3. Resfriamento cadavérico (algor mortis). Normalmente, consiste na adaptação da tempe-
ratura do cadáver com a do ambiente. No entanto, alguns fatores podem afetar esse processo, 
como a idade, composição corporal e causa da morte (fatores intrínsecos) ou o ar, a umidade 
e ventilação (fatores extrínsecos). A temperatura é medida com um necrômetro (de Bouchut).
3.1. O estudo da temperatura e do resfriamento cadavérico é importante para a determina-
ção da hora da morte.
4. Evaporação tegumentar ou desidratação dos tecidos: com a morte, ocorre a parada do 
controle hídrico. Em bebês e fetos, os efeitos dessa interrupção são mais acentuados.
4.1. Nos olhos, podem surgir os chamados sinais de Stenon-Louis, consistentes na eva-
poração do transnudato, implicando na perda da transparência da córnea e presença de tela 
abulminosa. Podem surgir, ainda, sinais como a Mancha negra de Sommer/Larcher, Sinal de 
Ripault e Sinal de Bouchut.
004. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SE/2018)Um homem de quarenta e 
cinco anos de idade morreu após se engasgar com um pedaço do sanduíche que comia em 
uma lanchonete. Ele estava na companhia do seu cunhado, que não conseguiu ajudá-lo a re-
tomar o fôlego. Os empregados da lanchonete acionaram o socorro médico, mas não houve 
êxito na tentativa de evitar a morte do homem.
Considerando essa situação hipotética e os diversos aspectos a ela relacionados, julgue o 
item a seguir.
Se o socorro médico tivesse chegado uma hora após o óbito do homem, seria possível consta-
tar a rigidez completa do cadáver e a presença de livores de hipóstases fixados.
Impossível verificar a rigidez cadavérica completa ou a presença de livores de hipóstases fixa-
dos em apenas 1 hora após a morte.
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A rigidez cadavérica possui grande variação, iniciando-se após uma hora da morte. De 1 a 2 
horas de morte: rigidez nos pequenos músculos da nuca e face. De 2 a 4 horas de morte: rigi-
dez nos membros superiores. De 4 a 6 horas: rigidez nos músculos do tórax e abdome. De 6 a 
8 horas: atinge membros inferiores. A rigidez generalizada se verifica após aproximadamente 
8 horas de morte.
Os livores cadavéricos ou hipóstase se iniciam com cerca de 2 a 3 horas de morte, se genera-
lizam com cerca de 6 horas após a morte e se fixam com mais ou menos 12 horas de morte.
Errado.
2.2. FenôMenos cadaVéricos TransForMaTiVos
Prezado(a) aluno(a), entende-se por fenômenos transformativos os sinais patognomô-
nicos da morte, que se dividem em destrutivos e conservadores. São destrutivos a autólise, 
putrefação e a maceração. Já por conservadores, tem-se a mumificação, a saponificação e 
corificação.
Vejamos, em primeiro lugar, os fenômenos destrutivos:
AUTÓLISE
Ocorre quando as células absorvem suas próprias enzimas, autodestruindo-se. Esse 
processo determina a acidez intracelular.
Constituem métodos para identificação: a) prova de Lecha-Marzo – utilização de papel 
azul de tornassol; b) método de Labord – introdução de estilete de aço no tecido acidi-
ficado, permanecendo com brilho por cerca de trinta minutos.
PUTREFAÇÃO
Sinteticamente, é a decomposição da matéria orgânica pela ação de micro-organismos 
presente ou não no corpo humano.
Varia, ainda, conforme as condições climáticas, do solo, acidificação do meio, flora 
fauna etc. O processo é, ainda, afetado pela condição física, idade e causa da morte 
(fatores intrínsecos) ou pela temperatura, umidade e ventilação (fatores extrínsecos).
A temperatura ambiente, como dito, influencia os fenômenos cadavéricos: a) acima de 
25º, favorece ainda mais a putrefação; b) entre 5º e 10º, haverá putrefação; c) abaixo de 
5ºC, a a putrefação por ação bacteriana ocorre, mas de maneira mais lenta; d) abaixo 
de 0º, normalmente há conservação indefinida do corpo.
Alguns detalhes a mais são importantes sobre o processo de putrefação.
Em locares quentes, secos e muito arejados favorecem a mumificação. Lugares quentes, 
úmidos e pouco arejados dificultam a putrefação e favorecem a saponificação. Em locais frios, 
pode ou não ocorrer a substituição da putrefação pela mumificação ou por outros fenômenos, 
como a adipocera (saponificação).
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Consistem em fases da putrefação:
1. Coloração: também chamada “cromática”, inicia-se cerca de 24 horas com uma mancha 
verde abdominal pela ação de bactérias no intestino grosso, especificamente na região do 
ceco, na fossa ilíaca direita. A chamada “cabeça de negro de Lecha-Marzo” é comum em afo-
gados e dificulta o reconhecimento visual do cadáver;
2. Gasosa: também chamada de fase enfisematosa, em que, ao se ter iniciado a decompo-
sição, surgem gases do interior do corpo. Como podem ter lugares por onde não sair, formam 
bolhas de conteúdo putrefato, que comumente se rompem. Esses gases queimam com a cha-
ma amarela;
2.1. O teste para verificação dos gases é o teste de Ícard. Em mulheres, as mamas aumen-
tam de tamanho, haver prolapso uterino (útero saindo pela vagina). Pode acontecer, inclusive, 
que um corpo que esteve no fundo do rio venha a emergir em razão da densidade do gás. 
Eventualmente, surge nos cadáveres aspecto de teia de aranha, definido como a circulação 
póstuma de Brouardel, em que os gases de putrefação se espalham no interior dos vasos san-
guíneos. Por fim, chama-se parto póstumo de Brouardel a ocorrência de expulsão do útero e do 
feto através da vagina em decorrência dos gases;
3. Coliquativa: é a fase em que ocorre a dissolução pútrida total ou parcial do cadáver, com 
duração de um a vários meses. Inicia-se, geralmente, cerca de três semanas após a morte; e
4. Esqueletização: última fase, dá-se quando o corpo perde os tecidos moles e os múscu-
los, vísceras e ossos começam a aparecer. Pode levar meses ou anos. Essa fase é afetada por 
diversos fatores, especialmente o local, tipo de solo, clima, entre outros.
O PULO DO GATO
Um método para se recordar das fases da putrefação do cadáver se dá pelo mnemônico: CO-
-GA-COLI-ES: 1ª) Cromática; 2ª) Gasosa; 3ª) Coliquativa; e 4ª) Esqueletização.
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MACERAÇÃO
Fase em que ocorre a transformação do corpo pela destruição dos tecidos moles me-
diante a ação prolongada de líquidos. A epiderme se descola da derme e a pele tende a 
ficar esbranquiçada e enrugada.
Em indivíduos, pode apresentar duas possiblidades: uma séptica, resultante da exposi-
ção prolongada do corpo a líquidos contaminados normalmente por micro-organismos, 
o que não impede a putrefação; e outra oposta, asséptica, comum em fetos que ficam 
protegidos pelo líquido amniótico no útero.
Em fetos, possui graus: o primeiro se dá pela formação de flictenas, normalmente entre 
três dias a uma semana da morte; o segundo é marcado pela presença de líquido amni-
ótico, hemorrágico e epiderme roxa, rompimento de bolhas, usualmente entre outo dias 
a partir do óbito; e o terceiro se dá pela deformidade craniana e infiltração hemoglobí-
nica das vísceras, ganhando o feto tonalidade marrom escuro. Esse tipo de informação 
é relevante para a responsabilidade penal, como nos casos de erros médicos, fraudes 
no nascimento, entre outros.
Com relação aos fenômenos conservadores, tem-se:
MUMIFICAÇÃO
É processo de origem química, artificial (ou provocado, como no embalsamento), 
geral ou local (uma só parte do corpo), ou espontâneo (natural), de maneira superficial 
ou profunda.
Para que esse processo ocorra exige-se baixos índices de umidade, embora outros 
fatores possam afetar (compleição física, altura, peso etc.). Ocorre em cerca de dois a 
três meses a partir da morte.
SAPONIFICAÇÃO
Também chamada de adipocera, é marcado por odor de queijo rançoso e adoci-
cado(Ferreira, 2020). Comum de ocorrer em casos de covas múltiplas, cadáveres etc. 
Não é processo inicial, ocorrendo por volta de um a três meses após a morte.
Cuida-se de fenômeno em que o tecido do corpo é transformado em substância 
amarelo-acinzentada, untuosa, quebradiça ou mole.
Pode ocorrer de modo concomitante com a mumificação e a putrefação, além de 
que os indivíduos com essa condição são encontrados em partes, segmentos, geral-
mente pequenos. Tanto a idade como a gordura do corpo, assim como o clima e ele-
mentos junto ao corpo (metais, por exemplo) influem no processo de saponificação.
Como a adipocera pode conservar características físicas do indivíduo, possibilida-
de a identificação, de lesões inclusive.
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CORIFICAÇÃO
Há autores que afirmam ser a corificação etapa do fenômeno da mumificação (Ro-
berto Blanco, citado por Ferreira, 2020). É processo em que o cadáver ganha aspecto 
parecido com o coro e ocorre por causa da desidratação dos tecidos cutâneos.
005. (IBADE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/PC-AC/2017) O exame médico-legal em um ca-
dáver constatou a presença de um feto ainda no interior do útero, em meio líquido, com desta-
camento de amplas partes do tecido cutâneo, flictenas na epiderme, bem como cavalgamento 
dos ossos cranianos. Diante dessas informações, pode-se afirmar que o feto sofreu:
a) Maceração
b) saponificação.
c) eletroplessão.
d) Mumificação
e) carbonização.
Diante do enunciado da questão, verifica-se hipótese de maceração.
A maceração é a transformação cadavérica destrutiva em meio líquido.
A maceração asséptica ocorre no feto morto retido dentro do útero. O feto fica macerado em 
razão da presença do líquido amniótico. A decomposição se inicia em ambiente líquido. Acon-
tece normalmente no 6º ao 9º mês de gestação.
Letra a.
2.3. exaMe do local do criMe; exaMe eM local de MorTe ViolenTa ou 
suspeiTa (perinescroscopia)
Caro(a) aluno(a) e futuro(a) Delegado(a): o exame do local do crime (e, no contexto da ta-
natologia, o exame de local de morte violenta ou suspeita – a perinescroscopia), é a diligência 
mais importantes a cargo da Polícia.
Vale lembrar, logo de início, que a realização correta de perícia nos locais de crime, e no-
tadamente em locais de morte, importa para a correta definição da tipificação penal, inclusive 
sobre circunstâncias que implicam em providências processuais penais.
É caso, por exemplo, de se descobrir elementos que tornem hediondo o crime, afetando, 
diretamente, e por exemplo, questões relativas à prisão temporária (Lei n. 7.960/89), cujo prazo 
ordinário é de cinco (art. 1º, I) e passa para trinta dias no caso de homicídios qualificados.
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Portanto, é no local da prática da infração penal (conforme escrito no art. 6º, caput, do CPP) 
que poderão ser encontrados (muito provavelmente serão) encontrados, identificados elemen-
tos e indícios que esclarecerão os fatos ou auxiliaram nesse esclarecimento.
Nesse contexto, o art. 6º, do CPP, relaciona as medidas preliminares e vitais que a autorida-
de policial deve tomar tão logo tenha conhecimento da prática da infração penal:
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, 
até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 
(Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, 
deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido 
a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perí-
cias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar 
aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua 
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quais-
quer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X – colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma defici-
ência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa 
presa. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Destaque bastante relevante a ser feito diz respeito à expressão do caput do art. 6º, que men-
ciona a necessidade de atuação policial tão logo tome conhecimento da “prática da infra-
ção penal”.
Como se vê, a lei não fala em “conhecimento da infração penal”, mas de sua prática, dando 
a entender que, a partir do que existir no local dos fatos, do trabalho de coleta dos elementos 
e da posterior análise pericial, assim como da instrução do inquérito policial presidido pelo 
Delegado, é que a autoridade decidirá se houve ou não a ocorrência de crime ou contravenção.
Por isso, atenção! Pode parecer, mas são colocações tratadas como se se referissem à 
mesma situação. Local do fato é, a priori, expressão mais segura a se considerar que, somen-
te com a análise especializada é que se terá a certeza de que, em determinado local, houve 
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infração penal, o que somente ocorre posteriormente e com a compreensão de todas as cir-
cunstâncias.
Assim, a determinação de preservação do local do crime é essencial. É por essas razões, 
inclusive, que Genival França (2017) explica que, com relação ao exame onde tenha ocorrido 
evento morte é apropriado se referir como “exame de local de morte”, uma vez que poderá se 
constituir em homicídio (geralmente perceptível de imediato), suicídio ou morte natural ou por 
razões fortuitas.
Continuando, temos que o local de crime é de suma importância para o sucesso de uma 
investigação, pois, não raro, o que eventualmente for apurado nele ditará os rumos futuros 
do trabalho policial, de modo que, se conduzido correta e adequadamente, respeitando-se os 
procedimentos padrões e o que determinam as normativas aplicáveis (a começar pelo CPP).
Se analisado contextualmente, vê-se que as definições do dispositivo do CPP citadas não 
se restringem aos trabalhos que podem e devem ser realizados no local da prática da infração, 
mas, a partir dele, podemser continuadas.
É o caso, por exemplo, da identificação de suspeitos, de possíveis testemunhas e de deta-
lhes outros acerca da dinâmica do ocorrido que não se restrinjam exatamente à circunscrição 
de onde o fato efetivamente ocorreu.
Com efeito, o local de crime possui tal relevância que, no art. 169, do Código de Processo 
Penal, reitera-se a necessidade acerca da sua preservação, a saber:
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade provi-
denciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que 
poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.
Lembre-se, caro(a) aluno(a), que outra etapa de extrema importância corresponde ao res-
peito à cadeia de custódia da prova, com o que dispõe o CPP, em seu arts. 158-A a 158-F, inclu-
ído pela Lei n. 13.964/19, o Pacote Anticrime.
Isso porque se garantirá, especialmente em relação a esse momento preliminar do local 
da prática da infração, a idoneidade e legitimidade dos elementos que eventualmente forem 
encontrados (sobre o assunto, recomendamos a leitura e estudo do tópico próprio na Aula 1).
Normalmente, cada órgão policial detém protocolos de orientação de seus próprios agen-
tes e servidores sobre técnicas e métodos mais apropriados, os quais são formados a partir 
de pesquisas e estudos acerca da padronização de ações mais eficazes a serem adotadas 
por ocasião de investigações e, no caso, em exames em local de crime (ou de morte violenta 
e suspeita).
Ademais, entende-se pelo art. 6º, do CPP, que é igualmente relevante que a autoridade 
policial acompanhe e observe o trabalho dos peritos no momento da coleta dos elementos de 
interesse, como as armas e outros instrumentos da infração penal, tendo em vista as rotinas 
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da cadeia de custódia, mas principalmente a regularidade e porque o Delegado será, ao fim da 
investigação, o maior interessado.
Especificamente com relação à perinescroscopia, ao chegar no local do evento, os primei-
ros aspectos a serem observados no corpo costumam ser o estado de rigidez ou flacidez, se 
há ou não processo de putrefação, assim como a posição em que foi localizado.
Os dados observados e entabulados devem ser detalhadamente registrados e auxiliarão na 
confecção do chamado relatório de recognição visuográfica, que, além das referidas e outras 
informações, conterá fotos e dados para que se retrate, com a maior exatidão permitida, o que 
foi verificado in loco, notadamente porque esse tipo de elemento de informação servirá não 
só à autoridade policial, mas poderá ser aproveitado em futura ação penal e no contexto do 
Tribunal do Júri.
Frise-se, oportunamente, que a elaboração do referido relatório não substitui a necessi-
dade de perícia, que deve ser realizada no prazo estipulado no art. 160, parágrafo único, do 
Código de Processo Penal:
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examina-
rem, e responderão aos quesitos formulados. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo 
ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. (Redação dada pela Lei n. 8.862, 
de 28.3.1994) (grifo nosso)
Aspectos igualmente importantes de serem analisados no exame do local se refere à posi-
ção de objetos e do próprio cadáver. No caso, a desorganização do espaço no qual ocorreu o 
fato não só pode, por si só, constituir-se em indicativo da dinâmica do ocorrido, como também 
pode acarretar a ocultação de elementos informação relevantes (propositalmente ou não).
Nesse sentido (Ferreira, 2020):
Os peritos devem procurar perceber o ambiente. Verificar se as portas e janelas estão fechadas ou 
abertas, se há ventilação, se mais alguém além da vítima tinha as chaves da casa etc. Se o ambien-
te estiver com peças tombadas ou fora de um lugar natural, ou utensílios quebrados, como copos, 
pode-se presumir que houve luta corporal.
Assim, a forma como um cadáver é encontrado deve, indiscutivelmente, ser levada em 
consideração. E mais: em conjunto com essa circunstância, hão de ser verificadas, registradas 
e detalhadas as condições do corpo, tendo em vista que, a depender do local ou da estrutura 
médico-legal, a conservação dos elementos seja precária ou inexistente.
Outro elemento muito importante é a busca pela existência de manchas de sangue, em que 
o formato da gota, no chão ou em paredes, permitirá formar conclusões aproximadas sobre a 
posição do corpo ou direção da agressão (e, consequentemente, a dinâmica dos fatos).
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Além disso, podem ser buscadas a presença de vegetação no próprio corpo, o que pode 
apontar para o local onde tenha efetivamente ocorrido a provável ação criminosa (e não onde 
foi encontrado).
Em termos de pesquisa e registros fotográficos, as lesões patognomônicas se sobressa-
em, uma vez que é a partir delas que se verifica possível identificar o instrumento provocador 
da lesão, quiçá a forma como ocorreu o evento morte.
Por isso, esse primeiro contato com a prova é essencial.
Ferreira (2017) aponta para os seguintes elementos e circunstâncias que podem (na verda-
de, devem) ser verificados por ocasião do exame de local de morte, quais sejam:
Os sinais de morte a posição em que o corpo foi encontrado (por exemplo, decúbito ventral – abdô-
men para baixo – ou decúbito dorsal – adbômen para cima); o estado das vestes; observação para 
identificar se há lesões de luta, de defesa ou de hesitação; posição de fluidos, tais como gotas de 
sangue; as características morfológicas da lesão, bem como as suas dimensões; possível relação 
com as lesões e os instrumentos encontrados; análise dos fenômenos cadavéricos para averigua-
ção aproximada da hora da morte, o sentido dos golpes nos casos de esgorjamento e de lesões 
provocadas por armas brancas; o número de lesões; relacionar a incidência do tiro e o número das 
lesões; vestígios que permitam afirmar a causa jurídica da morte dentre tantos outros, são dados a 
serem observados durante a perinescroscopia (p. 463).
Doutro giro, com relação às lesões e mortes produzidas por projéteis de arma de fogo e à 
balística, esses elementos possibilitam identificar a dinâmica do evento, bem como o modo 
como o fato ocorreu, auxiliando a identificação da arma que efetuou os disparos e, quando 
possível, a autoria.
Sobressai, nesse contexto da balística, a hipótese de suicídio cometido com emprego de 
arma de fogo, em que a verificação da área e a distância do disparo permitem não só a con-
firmação da hipótese, como também se há sinais de disparo a curta distância, com o cano 
encostado.
Em outros tipos de mortes, como nas defenestrações (quedas ou precipitações), aspecto 
relevante relaciona-se com a distância do local da queda da vítima. no caso, considera-se essa 
informação medindo-a com uma linha vertical do prédio, pois há maior chances de se tratar de 
suicídio quando a distância for maior.
Importante elemento de investigação consistenas chamadas lesões de defesa, porquanto 
são importantes para apontar se a vítima foi surpreendida ou se teve alguma chance de defe-
sa, cuja análise deve ser, tanto quanto possível, cotejada com os demais elementos colhidos.
Lembrando que essa informação é relevante para os fins de enquadramento na hipótese 
qualificada do homicídio, em que tenha sido difícil ou impossível a defesa por parte da vítima, 
nos termos do art. 121, §2º, inciso IV, do Código Penal:
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Art. 121. Matar alguém:
[...]
§2º Se o homicídio é cometido:
[...]
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossível a defesa do ofendido; (grifo nosso)
Por fim, a pesquisa de DNA no local de crime tem se revelado recurso com extremo poten-
cial em investigações criminais. Esse exame se presta ao auxílio tanto na determinação da au-
toria, como nos casos de existência de vestígios de natureza biológica, como na identificação 
de vítimas, em que, por vezes, a depender do estado em que se encontram, em que outros ele-
mentos normalmente utilizados são inviáveis ou não permitem o fornecimento de informações 
seguras para o processo de identificação.
Comumente, utiliza-se as ferramentas como o CODIS (Combined DNA Indez System), ban-
co de dados envolvendo o DNA, e o PCR (polyerase chain reaction), técnica para realização 
de exames.
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RESUMO
1. Tanatologia: ramo da medicina legal que estuda a morte e as implicações a ela relacio-
nadas, principalmente sobre o destino do cadáver ou de suas partes. É estudo da morte pro-
priamente dita, dos fenômenos relacionados ao diagnóstico da morte e dos exames de locais 
de morte violenta ou suspeita (perinescroscopia).
2. Morte é a cessão dos fenômenos vitais pela parada das funções cerebral, respiratória e 
circulatória. Classifica-se em anatômica, histológica, aparente, relativa, intermédia e real.
3. Tanatognose que avalia os chamados sinais de morte, classificados em duvidosos, pro-
váveis e certos. Pode também ser classificada em: a) morte circulatória; e b) morte cerebral.
4. Submetem-se a verificação por morte encefálica pacientes em coma não perceptivo, 
com ausência de reatividade subpraespinhal e apneia persistente, além de outros requisitos 
técnicos específicos.
5. Morte aparente: o indivíduo se assemelha-se ao morto, porém está vivo, em débil persis-
tência da circulação. Pode durar horas, sendo possível a recuperação pelo emprego de socorro 
médico imediato e adequado.
6. Sinais tanatomiméticos são os que imitam a morte real: afogamento, catalepsia (ausên-
cia crônica de vontade), êxtase, ação do frio, transe, eletroplessão, estados gerais de coma e 
abuso de barbitúricos (fármacos que deprimem o sistema nervoso central).
7. Tríade de Thoinot: a) imobilidade; b) ausência aparente de circulação; c) ausência apa-
rente de respiração.
8. Premoriência: quando é possível comprovar que uma pessoa, pelas circunstâncias exis-
tentes, morreu em momento anterior em relação a outra.
9. Comoriência: quando duas ou mais pessoas morrem na mesma ocasião, não sendo pos-
sível determinar com exatidão quem faleceu primeiro, presumindo-se que ambas faleceram 
simultaneamente.
10. Morte natural: decorrente de causas patológicas ou por grave malformação, incompa-
tível com a vida extrauterina prolongada.
11. Morte violenta: resulta de ação exógena e lesiva, ainda que tardiamente, contra o corpo, 
podendo ser causada por acidente, suicídio ou crime.
12. Morte súbita: é a ocorre de forma inesperada, que se produz inesperadamente, prece-
dida ou não de agonia, de modo que não é possível explicá-la ao tempo de evolução da cau-
sa da morte.
13. Morte agônica: é a considera lenta, sofrida, em tempo relativamente longo. Isso implica 
na formação mais lenta dos livores hipostáticos. A fim de diferenciá-la da morte súbita, exis-
tem dois elementos consistentes nas docimásias hepáticas e suprarrenais, que se baseiam na 
pesquisa de glicose e de glicogênio no fígado, e de adrenalina e sua dosagem nas glândulas 
suprarrenais.
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14. Morte suspeita: ocorre em pessoas de aparente boa saúde e, inesperadamente, sem 
causa evidente, ou com sinais de violência definidos (por exemplo, simulação de suicídio) ou 
indefinidos, incute-se desconfiança sobre sua origem.
15. Sobrevivência: período entre o evento danoso até a morte.
16. Lesões intra vitam e post mortem: servem à determinação de se as lesões ocorreram 
com a pessoa viva ou morta, algo que implica diretamente no enquadramento penal. Podem 
ser verificadas através de seu aspecto externo, em que, no indivíduo vivo, apresentam crosta 
nas escoriações e infiltração hemorrágica dos tecidos moles; bordas afastadas, em vista da 
ação elástica dos tecidos superiores da pele.
17. Causas médicas da morte: verificadas pela análise do tipo de doença ou evento lesivo 
que acometeu o indivíduo.
18. Causas jurídicas da morte: toda e qualquer causa violenta – homicídio e suicídio – ou 
acidental capaz de determinar a morte. Isso é, estabelecer se a morte foi natural ou não, espe-
cialmente se violenta.
19. Homicídio: a morte voluntária ou involuntária causada por uma pessoa contra outra.
20. Suicídio: a deserção voluntária da própria vida, a morte por vontade e sem constrangi-
mento de si próprio.
21. Morte acidental: é causa jurídica representada por acidentes aeroviários, ferroviários, 
marítimos.
22. Serviço de Verificação de Óbitos (SVO): serviço para averiguar investigar as causas de 
óbito por causas naturais.
23. O Instituto Médico Legal (IML): investiga mortes violentas e/ou acidentais.
24. Inumação: é o ato de sepultar o cadáver; é sepultamento, enterramento. Pode ser sim-
ples: aguardar período de cautela de 24 horas, não podendo ultrapassar 36 horas, salvo por 
motivos excepcionais. Ou inumação com necropsia: ocorre nos casos de morte violenta.
25. Exumação: processo de desenterramento do cadáver, não importa o local onde esteja 
sepultado. Previsão legal básica constante do art. 163 ao art. 168, do Código de Processo Penal.
26. Cremação: consiste na incineração do cadáver, reduzindo-o a cinzas.
27. Embalsamamento: procedimento que visa impedir a decomposição putrefativa do ca-
dáver e a consequente desconexão de suas partes ou permitir o sepultamento em prazo maior 
que quatro dias após o falecimento.
28. Sinais de probabilidade da morte: podem ser imediatos ou tardios (consecutivos).
29. Fenômenos cadavéricos: podem ser transformativos e conservativos.
30. Sinais imediatos de probabilidade de morte: a) abolição do tônus muscular; b) imobili-
dade; c) relaxamento dos esfíncteres;d) perda da consciência; e) insensibilidade; f) face hipo-
crática; g) inexcitabilidade elétrica; h) morte encefálica; i) cessação da respiração; j) cessação 
da circulação sanguínea.
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31. Sinais tardios ou consecutivos: a) rigidez cadavérica; b) livores cadavéricos; c) resfria-
mento cadavérico; d) evaporação tegumentar ou desidratação dos tecidos.
32. Fenômenos cadavéricos transformativos: a) destrutivos: autólise, putrefação, macera-
ção; b) conservadores: mumificação, saponificação, corificação.
33. Autólise: Ocorre quando as células absorvem suas próprias enzimas, autodestruindo-
-se. Esse processo determina a acidez intracelular.
34. Putrefação: é a decomposição da matéria orgânica pela ação de micro-organismos 
presente ou não no corpo humano. Tem quatro fases: coloração, gasosa, coliquativa e es-
queletização.
35. Maceração: fase em que ocorre a transformação do corpo pela destruição dos tecidos 
moles mediante a ação prolongada de líquidos. A epiderme se descola da derme e a pele tende 
a ficar esbranquiçada e enrugada.
36. Mumificação: processo de origem química, artificial (ou provocado, como no embalsa-
mento), geral ou local (uma só parte do corpo), ou espontâneo (natural), de maneira superficial 
ou profunda.
37. Saponificação: adipocera, é marcado por odor de queijo rançoso e adocicado (Ferreira, 
2020). Comum de ocorrer em casos de covas múltiplas, cadáveres etc. Não é processo inicial, 
ocorrendo por volta de um a três meses após a morte.
38. Corificação: processo em que o cadáver ganha aspecto parecido com o coro e ocorre 
por causa da desidratação dos tecidos cutâneos.
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QUESTÕES DE CONCURSO
006. (UEG/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-GO/2018) Para o conhecimento estimado do tempo 
de morte são utilizados os critérios preconizados pela cronotanatognose. Segundo o que dita 
o artigo 162, do Código Penal Brasileiro, a autópsia deverá ser iniciada pelo menos seis horas 
após a constatação da veracidade do óbito, ou antes, caso existam sinais de certeza da morte, 
o que deverá ser anotado pelo perito no laudo. Segundo os conhecimentos da cronotanatog-
nose e atendendo ao preceito legal exposto, tem-se que:
a) a mancha verde, dependente de ação bacteriana, ocorre na fossa ilíaca e revela o início da 
putrefação.
b) a midríase paralítica bilateral é um sinal abiótico consecutivo que servirá para a confirma-
ção da morte.
c) a algidez cadavérica segue os princípios da Lei de Nysten, tendo sentido de ocorrência 
craniocaudal.
d) a rigidez cadavérica é um fenômeno abiótico mediato que se inicia pelos músculos mais 
volumosos.
e) os livores cadavéricos ou manchas de hipostase permitem o conhecimento da posição 
do cadáver.
a) Errada. A mancha verde abdominal faz parte do processo de putrefação em sua primeira 
fase (coloração ou cromática), surgindo geralmente na fossa ilíaca direita em decorrência da 
ação bacteríana e concentração de gases, principalmente o sulfídrico. Mas, em afogados e 
fetos mortos, a macha verde tem início no torax.
b) Errada. Trata-se de sinal abiótico imediato, de probabilidade ou de diagnóstico de morte, 
indicando probabilidade da morte.
c) Errada. A Lei de Nysten trata da rigidez cadavérica, não algidez. A algidez é o esfriamento do 
corpo, já a rigidez é o endurecimento dos músculos em decorrência do acúmulo de ácido lático.
d) Errada. Trata-se de sinal abiótico consecutivo, mediato, de certeza ou tardio, indicando cer-
teza da morte.
e) Certa. Livor mortis ou livor hipostático é um fenômeno físico que ocorre por influência da 
gravidade. O sangue tende a migrar para as regiões baixas do corpo, gerando marcas vinhosas. 
O livor se inicia entre 2 e 3 horas após a morte, fixando-se entre 8 e 12 horas após a morte. 
Permanece na mesma posição caso se vire o cadáver e permite diagnóstico de alteração da 
cena do crime
Letra e.
007. (VUNESP/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SP/2018) De modo geral, nos casos de morte 
de causa desconhecida, o cadáver deve ser encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) 
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ou para o SVO (Serviço de Verificação de Óbitos) respectivamente, quando a morte for de-
corrente de
a) acidente de trânsito – suicídio.
b) causa natural sem assistência médica – acidente de trânsito.
c) homicídio – suicídio.
d) suicídio – morte natural ou suspeita sem assistência médica.
e) causa externa ou morte suspeita – morte natural sem assistência médica.
O Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) tem a finalidade de investigar as causas de óbito 
por morte natural, diferente do Instituto Médico Legal (IML), que investiga mortes violentas 
e/ou acidentais, como, por exemplo, as mortes por afogamento, estrangulamento, por armas 
de fogo, arma branca, queimaduras, eletricidade, homicídio, suicídio e suspeitas de envenena-
mento ou outros interesses da Justiça que demandem investigações profissionais.
Letra e.
008. (VUNESP/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SP/2018) A putrefação é o processo de decom-
posição da matéria orgânica por bactérias e pela fauna macroscópica, sendo um fenômeno 
destrutivo e transformativo, que acaba por devolvê-la à condição de matéria inorgânica. Alguns 
fatores podem influir e alterar esse processo, dentre eles a temperatura ambiente.
Podemos então afirmar corretamente que temperaturas
a) abaixo de 5 graus celsius aceleram o processo.
b) abaixo de zero grau celsius tendem a conservar indefinidamente o corpo.
c) entre 5 e 10 graus celsius tendem a conservar indefinidamente o corpo.
d) acima de 25 graus celsius não aceleram o processo.
e) entre 10 e 15 graus celsius tendem a conservar o cadáver por cerca de 48 horas.
a) Errada. Abaixo de 5ºC a putrefação por ação bacteriana ocorreria, porém mais lentamente.
b) Certa. A temperatura abaixo de 0ºC tende a conservar indefinidamente o corpo.
c) Errada. A temperatura entre 5 e 10ºC ocorrerá a putrefação.
d) Errada. A temperatura acima de 25ºC aceleraria a putrefação.
e) Errada. A temperatura entre 5 e 10ºC não seria suficiente para conservar o corpo da putre-
fação no prazo de 48 horas.
Letra b.
009. (VUNESP/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SP/2018) São os 3 fenômenos abióticos media-
tos que ocorrem progressivamente após

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