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Intervenções do Governo O equilíbrio de mercado pode ser afetado por uma intervenção do governo na economia. Excedente do consumidor A curva de demanda de mercado é estabelecida pelo somatório das demandas individuais. A demanda reflete os desejos de consumo; o que vai ser consumido efetivamente é dado pelo ponto de equilíbrio. Observe o gráfico: o consumidor A, a um preço de 10 reais, deseja consumir uma quantidade QA, supondo que essa unidade QA seja 3. Ao preço de equilíbrio, 5, esse consumidor A continuará desejando consumir 3. A diferença entre esse preço máximo que o consumidor estava disposto a pagar pelas 3 unidades do produto (preço reserva), e o preço que ele efetivamente paga (o preço de equilíbrio), é chamado de excedente do consumidor. A um preço de 10, a quantidade demandada será estabelecida somente pelo consumidor A; a um preço de 7, pela demanda dos consumidores A e B; a um preço de 5, pelo somatório das demandas dos consumidores A, B e C. O excedente do consumidor é a área acima da linha de preços e abaixo da linha de demanda: (Pmáximo – Pequilíbrio) x Q. Excedente do produtor A curva de oferta de mercado também é estabelecida pelo somatório das ofertas individuais. O ponto de equilíbrio aqui também reflete o preço efetivo de venda – o que não significa que o produtor não venderia por um preço maior. O preço de equilíbrio é 5, mas a um preço abaixo de 5 o produtor A já venderia uma quantidade A. Esse ganho refletido pela diferença entre o preço mínimo ao qual o produtor estaria disposto a vender e o preço efetivo a que ele vende (o preço de equilíbrio) é chamado de excedente do produtor. Também é importante ressaltar que a curva de oferta do mercado é o somatório das ofertas individuais. No caso do produtor A, seu excedente será a diferença entre o preço efetivo e o preço mínimo. Para o produtor B, a mesma coisa. O excedente do produtor é, portanto, a área abaixo da linha de preços e acima da linha de oferta: (Pequilíbrio – Pmínimo) x Q. Para o produtor C e o consumidor C, não haverá ganhos excedentes, visto que o preço mínimo/máximo que eles estão dispostos a pagar/vender já é o preço de equilíbrio. Esse ponto de equilíbrio gera ganhos máximos para produtores e consumidores. A intervenção do governo na economia, através da tributação de bens e serviços, gera alguns efeitos no equilíbrio de mercado: um ônus na perda do excedente. Tributação Quando o governo implementa um imposto sobre um bem ou serviço, ele aumenta o preço de um bem para o consumidor e reduz o valor recebido pelo produtor, uma vez que, com o imposto, o consumidor consumirá menos do que o que consumiria em condições normais. Com a redução do preço recebido, haverá redução da oferta. O valor do imposto, também chamado de alíquota, é a diferença entre o valor pago pelos consumidores e o valor recebido pelos produtores. A Receita Tributária do governo é dada pela alíquota multiplicada pela quantidade demandada com imposto. O ganho em termos de receita pelo governo vai gerar uma redução de bem-estar para produtores e consumidores. A área A representa o novo excedente do consumidor, que em condições normais seria expressa pelas áreas A, B e C. A área F representa o novo excedente do produtor, que em condições normais seria representado pelas áreas F, D e E. As áreas B e D representam a receita tributária (o ganho do governo). B é a parte da receita tributária oriunda da perda do excedente do consumidor; B é a parte da receita tributária oriunda da perda do excedente do produtor. A implementação do imposto acarreta numa perda social, chamada de perda de peso morto – a perda irrecuperável para a economia de uma implementação de imposto. Mesmo havendo essa perda de peso morto, a tributação é necessária. Dessa forma, o governo tributará de maneira a reduzir ao máximo a perda de peso morto. A elasticidade dos mercados é essencial para essa redução da perda de peso morto. Em mercados inelásticos, o peso morto é menor do que em mercados elásticos, portanto, a tributação será maior em mercados inelásticos. Além disso, a receita tributária em mercados inelásticos também é maior do que em mercados elásticos – portanto, é vantajoso para o governo aplicar impostos em mercados de bens e serviços mais inelásticos. O problema desse tipo de tributação é que ela incide mais sobre pobres do que ricos (em relação à renda4) – os mercados inelásticos são, normalmente, mercados de produtos essenciais – consumidos em maior parte pela 4 Ricos e pobres vão consumir mais ou menos a mesma quantidade do produto – a diferença é que o peso desse consumo é maior na renda dos pobres do que dos ricos. população mais pobre. Esse tipo de tributação é chamado de tributação regressiva. Essa tributação adota o critério da eficiência. Se o objetivo do governo for adotar o critério de justiça social, a tributação incidirá, portanto, em mercados elásticos. Subsídios Toda vez que o governo faz uma intervenção na economia há perda de peso morto, mesmo que essa intervenção injete dinheiro no mercado. Quando o governo implementa um subsídio, esse subsídio acarreta em um aumento no preço recebido pelo produtor e na redução do preço pago pelo consumidor, o inverso do que acontece com a tributação. Desse modo, o subsídio cobre a diferença entre o que o comprador paga e o vendedor recebe. O valor do subsídio é a diferença entre o preço recebido pelos vendedores e o preço pago pelos compradores. O ônus do governo com o subsídio é representado por toda a área, do preço recebido pelos vendedores à quantidade com subsídio, da quantidade com o subsídio ao preço pago pelos compradores. Consumidores e produtores se beneficiam do subsídio. Nesse caso, toda a área riscada representa o excedente do produtor (toda a área entre a linha de preços recebidos pelos vendedores e a curva de oferta); toda a área que compreende o preço pago pelos compradores e a curva de demanda representa o excedente do consumidor (aquele que ele já possuía antes do subsídio + o que foi proporcionado pelo subsídio). O ganho efetivo do consumidor e do produtor é aquele proporcionado pelo subsídio. O peso morto causado pelo subsídio é uma parte do custo desse subsídio que não foi absorvida pelo mercado de produtores e consumidores. Preços máximos Quando o governo implementa um preço máximo para um bem (tabelamento de preços); os preços máximos são preços menores que o preço de equilíbrio. Com esse tabelamento, ocorre um aumento da quantidade demandada e uma retração da quantidade ofertada (lei da oferta e da demanda). A implementação de preços máximos gera uma escassez de produtos no mercado. A nova quantidade de equilíbrio, embora a demanda desejada seja Q², será em Q¹, uma vez que a queda no preço provocará uma diminuição da quantidade ofertada. O excedente do produtor, que antes era representado pela soma da área abaixo da nova linha de preços e pelas áreas A e C, agora será apenas a área abaixo da linha de preços. O excedente do consumidor, que antes era representado pela área acima da linha de preço de equilíbrio, agora será representado pela área acima da nova linha de preços menos as áreas B e C, que são a perda de peso morto. Preços mínimos O exemplo clássico é o do salário mínimo; o preço mínimo é sempre maior que o preço de equilíbrio. Nesse caso, teremos uma redução da demanda e um aumento da quantidade ofertada – gerando um excesso de oferta. Nesse caso, o consumidor perde excedente, nas áreas A e C, enquanto o produtor ganha a área A, mas perde a área B. As áreas B e C são, agora, parte da perda de peso morto.
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